Crimes Contra A Adm Púb
Crimes Contra A Adm Púb
Crimes Contra A Adm Púb
Crimes contra a
Administração Pública
CAPÍTULO I CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS DOS CRIMES PRATICADOS POR
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARTICULAR CONTRA A
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Arts. 312 ao 327 Arts. 328 ao 337-A
CAPÍTULO III
CAPÍTULO II-A DISPOSIÇÕES
DOS CRIMES CONTRA A
(Incluído pela Lei nº FINAIS
ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
10.467, de 11.6.2002) Arts. 360 e 361
Arts. 338 ao 359
DOS CRIMES PRATICADOS
POR PARTICULAR CONTRA CAPÍTULO IV
A ADMINISTRAÇÃO DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS
PÚBLICA ESTRANGEIRA (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Arts. 337-B ao 337-D Arts. 359-A ao 359-H
Funcionário público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego
ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de
atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos
crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou
de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta,
sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo
poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em
razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não
tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.
Espécies de PECULATO DEFINIÇÃO
Peculato próprio Peculato apropriação: “Apropriar-se o funcionário público de
(art.312, caput) dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse em razão do cargo”
Peculato desvio: “ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio”
Peculato Impróprio Peculato furto: “§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário
público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o
subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona
a qualidade de funcionário”
Peculato culposo “§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de
outrem”
Atenção: em razão da pena, é infração de menor potencial
ofensivo
Espécies de PECULATO DEFINIÇÃO
Peculato Estelionato “Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no
(art. 313) exercício do cargo, recebeu por erro de outrem”
Peculato Eletrônico “Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de
(art. 313-A) dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos
nos sistemas informatizados ou bancos de dados da
Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida
para si ou para outrem ou para causar dano”
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
. § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede
à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
metade a pena imposta
Modalidades:
Peculato-apropriação (caput, 1ª parte)
Peculato-desvio (caput, 2ª parte)
Peculato-furto (§1º)
Peculato-culposo (§2º)
STF. 1ª Turma. HC 108433 AgR/MG. Rel. Min. Luiz Fux, 25/6/2013 (Informativo 712)
Precedente do STJ
(...) Analogamente ao furto de uso, o peculato de uso também não configura ilícito
penal, tão-somente administrativo. Todavia, o peculato desvio é modalidade típica,
submetendo o autor do fato à pena do artigo 312 do Código Penal. (...)
(HC 94.168/MG, Rel. Min. Jane Silva (Desembargadora Convocada Do TJ/MG), Sexta
Turma, julgado em 01/04/2008)
PECULATO
Depositário judicial que vende os bens não pratica peculato
O depositário judicial que vende os bens sob sua guarda não comete o crime de peculato
(art. 312 do CP). O crime de peculato exige, para a sua consumação, que o funcionário
público se aproprie de dinheiro, valor ou outro bem móvel em virtude do “cargo”.
Depositário judicial não é funcionário público para fins penais, porque não ocupa cargo
público, mas a ele é atribuído um munus, pelo juízo, em razão do fato de que
determinados bens ficam sob sua guarda e zelo. STJ. 6ª Turma. HC 402.949-SP, Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 13/03/2018 (Info 623).
Obs: vale ressaltar que o STJ decidiu apenas que a conduta do depositário judicial que
vende os bens sob sua guarda não comete o crime de peculato, pois não é funcionário
público e não ocupa cargo público. No entanto, a depender das peculiaridades do caso
concreto, a conduta pode configurar, em tese, os tipos penais dos arts. 168, § 1º, II, 171 ou
179 do Código Penal (Fonte: Dizer o Direito)
Aplicação do princípio da insignificância:
Excesso de exação
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou
deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório
ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei
nº 8.137, de 27.12.1990)
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que
recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
CONCUSSÃO
Momento da consumação e flagrante delito
Vantagem indevida;
Crime formal;
Podem ser praticados fora da função ou antes de assumi-la
Corrupção passiva
Concussão Art. 317 - Solicitar ou receber,
Art. 316 - Exigir, para si ou para si ou para outrem, direta ou
para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas
função ou antes de assumi-la, em razão dela, vantagem indevida,
mas em razão dela, vantagem ou aceitar promessa de tal vantagem:
indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois)
X Pena – reclusão, de 2 (dois) a
12 (doze) anos, e
a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei
multa. (Redação dada pela nº 10.763, de 12.11.2003)
Lei nº 13.964, de 2019) (...)
(...)
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar
qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de
ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de
outrem: CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de
cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio
ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente
externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL (arts. 328 ao 337-A)
Desobediência
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
Desacato
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
EM GERAL
Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
10.763, de 12.11.2003)
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou
promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever
funcional.
TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA
JUSTIÇA
Reingresso de estrangeiro expulso Estrangeiro: aquele que não é
Art. 338 - Reingressar no território brasileiro nato ou naturalizado
nacional o estrangeiro que dele foi (procedimento de expulsão previsto
expulso: no Lei 13.445/2017 – Lei de Migração
Pena - reclusão, de um a quatro - Art. 54. A expulsão consiste em
anos, sem prejuízo de nova expulsão após medida administrativa de retirada
o cumprimento da pena. compulsória de migrante ou visitante
Crime de mão própria, somente o do território nacional, conjugada com
estrangeiro expulso poderá ser sujeito o impedimento de reingresso por
ativo prazo determinado.)
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas
aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
Denunciação caluniosa Protege-se a administração
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito da Justiça
policial, de procedimento investigatório criminal, de
processo judicial, de processo administrativo Verbo nuclear “dar causa”
disciplinar, de inquérito civil ou de ação de de forma DIRETA (quando o
improbidade administrativa contra alguém, sujeito ativo formalmente
imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou apresenta a Notitia criminis)
ato ímprobo de que o sabe inocente: (Redação ou de forma INDIRETA
dada pela Lei nº 14.110, de 2020) (quando o sujeito ativo faz
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. com que a notícia chega até
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se a autoridade competente
o agente se serve de anonimato ou de nome para que esta proceda às
suposto. medidas cabíveis)
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a
imputação é de prática de contravenção.
Crime comum quanto ao sujeito ativo
Dolo genérico
A falsidade deve incidir sobre fato juridicamente relevante, ou seja, aquele capaz
de influenciar na valoração de prova que servirá de base para decisão em
processo judicial ou administrativo, ou em inquérito policial ou em juízo arbitral.
Juízo incompetente não exclui o crime, mas o processo nulo exclui.
Atenção: vítima presta declarações, razão pela qual não pratica crime de
falso testemunho
O crime anterior pode ter sido consumado ou tentado (no favorecimento real, só
caberá para crime anterior consumado)
Favorecimento real Crime comum, quanto ao sujeito ativo
Art. 349 - Prestar a (excetuando-se autor, coautor ou partícipe
criminoso, fora dos casos de do crime anterior)
coautoria ou de receptação,
auxílio destinado a tornar seguro Sujeito passivo será o Estado e o
o proveito do crime: proprietário do objeto material do crime
Pena - detenção, de um a antecedente
seis meses, e multa.
Verbo nuclear “auxiliar”, fornecer ajuda,
Consuma-se no momento que quer seja emprestando um veículo,
presta auxílio, independente de dinheiro, enganando as autoridades sobre
proporcionar segurança ao o paradeiro do autor do crime, prestando
proveito do crime anterior informações falsas, etc.