Barragem de Rejeitos - 5.1

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BARRAGEM DE

REJEITOS
Discentes:

Camila Farias
Kenedy Anderson
O que é uma Barragem de Rejeitos?

 A barragem de rejeitos é uma estrutura


construída para o depósito dos rejeitos
provenientes da mineração. O rejeito é o
material que sobra quando se separa o
minério da rocha e é depositado em forma
de polpa, ou seja, uma mistura de sólidos e
água.

 A barragem funciona como uma barreira,


que irá conter os rejeitos. A segurança de
uma barragem se faz extremamente
necessária por se tratarem, geralmente, de
obras relacionadas a elevados potenciais
de danos ao meio ambiente, riscos de
vidas humanas e a economia, caso haja
sua ruptura.
Barragem de Brumadinho
 A barragem de rejeitos de Brumadinho foi construída
utilizando o método de alteamento a montante, e
estudos geotécnicos indicavam que havia risco de
acidente. Os rejeitos desta barragem são compostos
basicamente de ferro, sílica e água.

 O rejeito que se depositou ao longo do Córrego


Ferro-Carvão é mal graduado, em sua maior parte na
fração areia fina, rico em minerais ferrosos (hematita,
goethita e magnetitas), densidades de até 4,9 g/cm³ e
baixa ou nenhuma plasticidade. Estes materiais
também apresentam valores elevados de metais
pesados, como Cd, Cu, Hg, Ni e Mn, trazendo riscos
ambientais.

 Alguns estudos afirmam que o gatilho para o


rompimento da barragem foi a liquefação estática,
que gerou um fluxo muito intenso de lama e detritos.
Barragem de Brumadinho

 Ao longo do Corrego Ferro-Carvão, Brumadinho, o fluxo de material passa de um


debris flow para mud flow, indicando não somente uma mudança na velocidade e
força de destruição do fluxo, mas também na granulometria que se deposita.
 Na caracterização geoquímica dos rejeitos da Mina Córrego do Feijão, Brumadinho,
foram identificados valores mais altos para alguns metais pesados, como mercúrio,
níquel e cromo, que podem provocar a bioacumulação destes elementos.
 Esses desastres trazem graves danos a toda coletividade, uma vez que geram
prejuízos no âmbito socioambiental e humano, bem como podem ocasionar riscos
futuros para as vítimas e envolvidos no desastre. Logo, esta técnica para contenção
de rejeitos de minério mostra-se defasada, devendo as empresas exploradoras
investirem em novas tecnologias de prevenção, tendo em vista a certeza do risco de
rompimento.
Barragem de Brumadinho
 No caso de Brumadinho/MG conforme foi pesquisado,
constata-se uma sucessão de fatos que contribuíram
para a ocorrência do desastre, ou seja, a omissão da
empresa foi determinante no caso, tendo em vista a não
observância dos regramentos dispostos acerca da
segurança das barragens.

 Assim, o caso de Brumadinho/MG, foi mais um resultado


da negligência das empresas com o meio ambiente, a
falta de profissionalismo, o não conhecimento geológico
necessário não sendo levado em consideração no
momento da construção da barragem, tendo o lucro visto
como prioridade em detrimento da preservação
ambiental.

 Tendo em vista a diferença na composição


granulométrica ao longo do fluxo da lama de rejeito após
o rompimento da barragem, recomenda-se a
investigação das condições geotécnicas e geoquímicas
tendo como critério de amostragem as zonas de dano
crítico.
Antes e depois da barragem de brumadinho.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS GEOTÉCNICAS DOS
REJEITOS

 O comportamento geotécnico dos rejeitos está ligado às características do material, à


natureza do depósito e à forma como foi depositado. Estes depósitos resultam em
duas classes distintas de material: areias lançadas por mecanismos hidraúlicos e
lamas depositadas por sedimentação.
 As principais características geotécnicas dos rejeitos que devem ser conhecidas são:
 densidade in situ;
 limites de Atterberg;
 Índice de vazios inicial;
 consolidação ou adensamento;
 compressibilidade;
 Permeabilidade;
 resistência ao cisalhamento.
Geologia e geotecnia da superfície

 Deve-se indentificar os tipos litológicos e avaliar suas propriedades (resistência e


permeabilidade), suas estruturas, fraturamento, evidências de escorregamentos
anteriores, disponibilidade de materiais de construção, além de outros elementos que
possam vir a interferir no desenvolvimento do projeto/obra. Estes dados deverão
subsidiar os trabalhos subsequentes que tratem de investigações geológicas e
geotécnicas de subsuperfície.
 As investigações de subsuperfície têm como propósito definir as condições de
fundação das obras e obter amostras para determinação das propriedades dos solos
e rochas, além de definir o comportamento hidrogeotécnico do maciço.
Investigação de superfície

 Nessas investigações, são empregados métodos de prospecção por meio de:


trincheiras, galerias, poços de inspeção, sondagens a trado, percussão e rotativas.
São utilizados, ainda, ensaios geofísicos que dependem das características do terreno
e das informações que se pretende obter.
 No caso de construção de barragens de terra compactada (ou rejeitos) assentadas
sobre fundações rochosas, normalmente, não ocorrem contratempos com a
resistência do maciço de fundação. Nestas situações, deve-se avaliar as possíveis
percolações d´ água através de fissuras e/ou porosidade da rocha. A determinação da
permeabilidade dos terrenos rochosos é feita por ensaios de perda d´ água, sob
pressão, realizados em furos de sondagens rotativas.
Investigação de superfície

 Esta fase de investigações de subsuperfície preconiza ainda a coleta de amostras de


solo e rocha para a realização de todos os ensaios em laboratório, a fim de atender as
exigências do projeto. A amostragem de solos deve prever a coleta de amostras
deformadas e não deformadas.
 Os ensaios mais comuns realizados em laboratórios são: resistência ao cisalhamento,
determinação da tensão-deformação, compressibilidade, granulometria,
permeabilidade, densidade, percentagem de umidade, limites de Attenberg,
compactação, entre outros.
Considerações Finais

 A barragem de rejeitos é uma estrutura que


requer fiscalização, monitoramento e adequada
gerência em relação ao atendimento aos
requisitos específicos de segurança,. Além de
um evidente conhecimento multidisciplinar
considerando a interação de diversas áreas de
conhecimento, desde as áreas da geologia, de
engenharia e de planejamento.

 Sendo fundamental para a eficiência do


gerenciamento de riscos, a realização de um
plano de ação de emergência, realizando-se
treinamentos e simulações visando reduzir os
impactos ambientais e, principalmente, evitando
as perdas de vidas.
Referências

1. SOARES, Lindolfo. Comunicação Técnica elaborada para o Livro Tratamento de


Minérios, 5ª Edição – Capítulo 19 – pág. 831–896. Adão B. da Luz, João Alves
Sampaio e Silvia Cristina A. França, 2010.
2. PEREIRA, C.C. Caracterização geotécnica e geoquímica dos rejeitos da
barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), em decorrência
do desastre de 25/01/2019. Instituto de Geociências (IG-UNICAMP), DGRN. 2020.
3. ROHDE, Carolina de Oliveira; BINOTTI, Daliani Barbosa. O CASO DE
BRUMADINHO EM MINAS GERAIS: UMA ANÁLISE ACERCA DA
RESPONSABILIZAÇÃO AMBIENTAL E CRIMINAL DOS ENVOLVIDOS. Anais do
5º Congresso Internacional de Direito e Contemporaneidade: mídias e direitos da
sociedade em rede. 2019.

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