15 - Bônus - Jurisprudências de DTR

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

SUMÁRIO

CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................................................. 1


DIREITO TRIBUTÁRIO - STF ............................................................................................................ 2
DIREITO TRIBUTÁRIO - STJ........................................................................................................... 14
IPVA - STF .................................................................................................................................... 26
IPVA - STJ ..................................................................................................................................... 27
ITCMD - STF ................................................................................................................................. 28
ITCMD - STJ.................................................................................................................................. 30
ICMS - STF.................................................................................................................................... 31
ICMS - STJ .................................................................................................................................... 35
IPTU - STF..................................................................................................................................... 37
IPTU - STJ ..................................................................................................................................... 38
ITBI - STF ...................................................................................................................................... 40
ITBI - STJ....................................................................................................................................... 41
ISS - STF ....................................................................................................................................... 42
ISS - STJ ........................................................................................................................................ 44
SIMPLES NACIONAL - STF ............................................................................................................ 45
SIMPLES NACIONAL - STJ ............................................................................................................. 46
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................. 47

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Olá, pessoal, tudo bem? É com muita alegria que disponibilizamos este material com as principais
jurisprudências relacionadas ao Direito Tributário. Fique atento(a), pois esses entendimentos do STF e
do STJ são constantemente cobrados em provas.

A organização das jurisprudências, que você verá mais adiante, foi concebida especialmente para que a
sua preparação seja focada nos assuntos mais relevantes dentro de cada tópico. Desse modo, você aloca
seu tempo da melhor forma possível, estuda de forma efetiva e aumenta as suas chances de mandar
bem na prova.

Bons estudos!

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

DIREITO TRIBUTÁRIO - STF

STF. SÚMULA VINCULANTE 12

A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da CF.

COMENTÁRIO: O art. 206, inciso IV, da CF dispõe que o ensino será ministrado com base no
princípio da gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.

STF. SÚMULA VINCULANTE 19

A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento
ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da
Constituição Federal.

COMENTÁRIO: O art. 145, inciso II, da CF dispõe que a União, os Estados, o DF e os Municípios
poderão instituir taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua
disposição.

STF. SÚMULA VINCULANTE 21

É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévio de dinheiro ou bens para


admissibilidade de recurso administrativo.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STF. SÚMULA VINCULANTE 24

Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no artigo 1º, incisos I a IV, da Lei
nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.

COMENTÁRIO: Consolidou-se a jurisprudência do STF no sentido da não tipificação do crime,


enquanto não esgotada a via administrativa (ou seja: enquanto não lançado definitivamente o
tributo). Portanto, ainda que as instâncias Penal e Administrativa sejam independentes, no que
tange aos crimes materiais previstos no art. 1º, incisos I a IV, da lei 8.137/90, há que se falar na
exigência do esgotamento da via administrativo-fiscal para caracterização do tipo (crime) e
configuração da justa causa para a ação penal.

STF. SÚMULA VINCULANTE 28

É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação


judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.

STF. SÚMULA VINCULANTE 29

É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de


cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base
e outra.

STF. SÚMULA VINCULANTE 41

O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STF. SÚMULA VINCULANTE 50

Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao
princípio da anterioridade.

STF. SÚMULA VINCULANTE 52

Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer
das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja
aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.

COMENTÁRIO: As entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição são:
✓ Partidos políticos, inclusive suas fundações;
✓ Entidades sindicais dos trabalhadores;
✓ Instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos.

OBS.: Não confundir esta súmula vinculante 52 com a Emenda Constitucional 116/22.

INCLUÍDO PELA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 116, DE 2022

Art. 156, § 1º-A: O Imposto sobre a Propriedade predial e Territorial Urbano (IPTU) não incide
sobre templos de qualquer culto, ainda que sejam apenas locatários do bem imóvel.

COMENTÁRIO: Apesar de a organização religiosa figurar como contribuinte de fato, não de


direito, ela é imune à cobrança do IPTU.

STF. SÚMULA VINCULANTE 57

A imunidade tributária de instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a
sua impressão (art. 150, VI, d, da CF) aplica-se à importação e comercialização, no mercado
interno, do livro eletrônico (e-book) e dos suportes exclusivamente utilizados para fixá-los,
como leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda que possuam funcionalidades acessórias.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STF. SÚMULA 70

É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo.

STF. SÚMULA 323

É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos.

STF. SÚMULA 439

Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o


exame aos pontos objeto da investigação.

STF. SÚMULA 544

Isenções tributárias concedidas sob condição onerosa não podem ser livremente suprimidas.

COMENTÁRIO: Isenções sob condição onerosa são aquelas em que a lei exige do contribuinte
uma contraprestação, como condição para que goze do incentivo fiscal (ex.: construir/produzir
algo).

EXEMPLO: A pessoa jurídica ABC foi contemplada com isenção do IPTU do imóvel utilizado para
suas atividades comerciais. A referida isenção foi concedida pelo prazo de 5 anos e sob a
condição de que o imóvel seja utilizado para a produção de artesanato regional. Nesse caso, a
referida isenção não poderá ser suprimida no prazo de 5 anos, caso o contribuinte cumpra a
condição de utilizar o imóvel para a produção de artesanato regional

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STF. SÚMULA 546

Cabe restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão, que o
contribuinte "de jure" não recuperou do contribuinte "de facto" o "quantum" respectivo.

DICIONÁRIO JURÍDICO:
✓ Contribuinte de jure (de direito): pessoa designada por lei para recolher o tributo.
✓ Contribuinte de facto (de fato): pessoa que suporta o ônus fiscal do tributo.

EXEMPLO: O IPI, o ICMS e o ISS são impostos que transferem o ônus fiscal do contribuinte de
direito (quem vende e recolhe o tributo ao fisco) para o contribuinte de fato (quem compra).

COMENTÁRIO: Para que o contribuinte de direito possa pleitear a restituição do indébito


tributário, deverá provar que não recuperou do contribuinte "de facto" o "quantum" respectivo
(não repassou o ônus fiscal para o contribuinte de fato).

STF. SÚMULA 547

Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em débito:


✓ Adquira estampilhas (selo para comprovação do pagamento de tributo);
✓ Despache mercadorias nas alfândegas; e
✓ Exerça suas atividades profissionais.

STF. SÚMULA 730

A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art.
150, VI, "c", da CF, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não
houver contribuição dos beneficiários.

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JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STF. RE 374.981 (JULGADO EM 28.03.2005)

A exigência do Estado de condicionar a autorização para impressão de notas fiscais (obrigação


acessória) ao pagamento dos tributos e/ou prestação de fiança, confronta com as Súmulas 70,
323 e 547 do STF, que proclamam não ser admissível coagir o devedor ao pagamento do tributo
devido, modo indireto, atingindo seu livre exercício de atividade lícita, quando previstos
mecanismos próprios para a cobrança do crédito da Fazenda.

STF. ADI 3.694 (JULGADO EM 20.09.2006)

As custas e os emolumentos judiciais ou extrajudiciais (cartorários) têm caráter tributário de


taxa.

STF. RE 572.762 (JULGADO EM 18.06.2008)

A parcela do ICMS, a que se refere o art. 158, IV (25% do ICMS), da Carta Magna, pertence de
pleno direito aos Municípios. O repasse da quota constitucionalmente devida aos Municípios não
pode sujeitar-se à condição prevista em programa de benefício fiscal de âmbito estadual.

COMENTÁRIO: O STF entende que a concessão de benefícios (ou isenções) do ICMS não pode
impactar o repasse aos municípios, já que a titularidade da receita do ICMS não é exclusiva do
Estado.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STF. RE 584.100 (JULGADO EM 25.11.2009)

O prazo nonagesimal previsto no art. 150, III, ‘c’, da Constituição Federal somente deve ser
utilizado nos casos de criação ou majoração de tributos, não na hipótese de simples prorrogação
de alíquota já aplicada anteriormente.

EXEMPLO: Lei do Estado de MG promulgada em 25/09/2022 previu o aumento de certa alíquota


de ICMS por um período de 1 (um) ano, a contar de 01/01/2023. Em 29/12/2022, sobreveio outra
lei estadual prorrogando por mais 1 (um) ano essa alíquota majorada, a contar de 01/01/2023.
Diante desse cenário, é correto afirmar que a lei estadual de 29/12/2021 não viola o princípio da
anterioridade nonagesimal, por se tratar de mera prorrogação de alíquota previamente
instituída.

STF. RE 588.322 (JULGADO EM 16.06.2010)

É constitucional taxa de renovação de funcionamento e localização municipal, desde que efetivo


o exercício do poder de polícia, demonstrado pela existência de órgão e estrutura competentes
para o respectivo exercício.

STF. RE 601.392 (JULGADO EM 28.02.2013)

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT), em razão da sua peculiar natureza jurídica,
está abrangida pela imunidade recíproca.

EXEMPLO: O Município de Pindamonhangaba autuou a Empresa Brasileira de Correios e


Telégrafos (EBCT) por não estar recolhendo ISS sobre serviços por ela prestados em regime de
livre concorrência. A EBCT impugna administrativamente o lançamento de ofício realizado,
afirmando que, dada sua peculiar natureza jurídica, não está obrigada ao recolhimento de tal
tributo. Nesse caso, assiste razão à EBCT, pois, ainda que as atividades que se pretende tributar
sejam exercidas em regime de livre concorrência, a imunidade tributária a ela conferida também
abarca tais serviços.

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JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STF. RE 789.218 (JULGADO EM 17.04.2014)

São inconstitucionais a instituição e a cobrança de taxas por emissão ou remessa de carnês/guias


de recolhimento de tributos.

STF. ADI 800 (JULGADO EM 11.06.2014)

O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias conservadas pelo Poder Público não tem
natureza jurídica de taxa, mas sim de preço público, não estando a sua instituição,
consequentemente, sujeita ao princípio da legalidade estrita.

STF. RE 705.423 (JULGADO EM 23.11.2016)

É constitucional a concessão regular de incentivos, benefícios e isenções fiscais relativos ao IR e


IPI por parte da União em relação ao Fundo de Participação de Municípios e respectivas quotas
devidas às Municipalidades.

COMENTÁRIO: O STF entende que a concessão de benefícios (ou isenções) relativos ao IR e IPI
por parte da União pode impactar o repasse ao FPM, em razão do livre exercício de sua
competência tributária.

STF. RE 594.015 (JULGADO EM 06.04.2017)

Não se beneficia da imunidade tributária recíproca a sociedade de economia mista ocupante de


bem público.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STF. RE 601.720 (JULGADO EM 17.04.2017)

Incide o IPTU, considerado imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido a pessoa jurídica
de direito privado, devedora do tributo.

EXEMPLO: Determinado Estado da Federação cedeu um imóvel de sua propriedade à pessoa


jurídica de direito privado ABC, para que esta exerça atividade econômica com fins lucrativos, no
local do imóvel. Em relação à cobrança de IPTU (Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial
Urbana) do imóvel, podemos afirmar que ele é devido e a pessoa jurídica de direito privado é a
responsável tributária e quem deve realizar o pagamento.

STF. RE 647.885 (JULGADO EM 27.04.2020)

A jurisprudência desta Corte é no sentido de que as anuidades cobradas pelos conselhos


profissionais se caracterizam como tributos da espécie contribuições de interesse das categorias
profissionais, nos termos do art. 149 da Constituição da República.

COMENTÁRIO: O contexto desse julgado foi a anuidade da OAB, que era o único conselho
profissional em que sua anuidade não tinha natureza tributária, mas sim de dívida civil. Contudo,
atualmente o STF entende que a anuidade cobrada pela OAB tem natureza de tributo. Nesse
sentido, é inconstitucional a suspensão realizada por conselho de fiscalização profissional do
exercício laboral de seus inscritos por inadimplência de anuidades, pois a medida consiste em
sanção política em matéria tributária.

STF. RE 600.867 (JULGADO EM 29.06.2020)

Sociedade de economia mista, cujas ações são negociadas na Bolsa, e que está voltada à
remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, não tem direito à imunidade
tributária recíproca, mesmo que preste serviço público.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STF. ADI 441 (JULGADO EM 18.08.2020)

A taxa de prevenção de incêndio cobrada pelos Estados ou pelos Municípios é inconstitucional.

STF. ADPF 357 (24.06.2021)

A definição de hierarquia na cobrança judicial dos créditos da dívida pública da União aos Estados
e Distrito Federal e esses aos Municípios descumpre o princípio federativo e contraria o inc. III do
art. 19 da Constituição da República de 1988.

COMENTÁRIO: O STF decidiu que a preferência da União em relação a Estados, Municípios e


Distrito Federal na cobrança judicial de créditos da dívida ativa não foi recepcionada pela
Constituição Federal de 1988. Assim, o STF, por maioria, julgou procedente o pedido formulado
na ADPF 357 para declarar a não recepção pela Constituição Federal de 1988 das normas
previstas no parágrafo único do art. 187 do CTN e cancelar a súmula 563.

CTN
Art. 187 (...) Parágrafo único. O concurso de preferência (prioridade de recebimento dos créditos
do devedor falido) somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte
ordem:
I - União;
II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata;
III - Municípios, conjuntamente e pró rata.

STF. SÚMULA 563 (CANCELADA): O concurso de preferência a que se refere o parágrafo único do
art. 187 do código tributário nacional é compatível com o disposto no art. 9º, I, da constituição
federal.

STF. RE 630.790 (JULGADO EM 18.03.2022)

As entidades religiosas podem se caracterizar como instituições de assistência social a fim de se


beneficiarem da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da CF, que abrangerá não só os
impostos sobre o seu patrimônio, renda e serviços, mas também os impostos sobre a
importação de bens a serem utilizados na consecução de seus objetivos estatutários.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STF. ADI 2.446 (JULGADO EM 08.04.2022)

O parágrafo único do art. 116 do CTN é constitucional.

COMENTÁRIO: A previsão contida no parágrafo único do art. 116 do CTN não viola o texto
constitucional. Esse dispositivo não ofende os princípios constitucionais da legalidade, da estrita
legalidade e da tipicidade tributária, e da separação dos Poderes. Em verdade, ele confere
máxima efetividade a esses preceitos, objetivando, primordialmente, combater a evasão fiscal,
sem que isso represente permissão para a autoridade fiscal de cobrar tributo por analogia ou
fora das hipóteses descritas em lei, mediante interpretação econômica. O dispositivo apenas
viabiliza que a autoridade tributária aplique base de cálculo e alíquota a uma hipótese de
incidência estabelecida em lei e que tenha efetivamente se realizado.

CTN: Art. 116 (…) Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do
tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.

STF. ADI 5.422 (JULGADO EM 03.06.2022)

É inconstitucional norma que prevê a incidência do imposto de renda sobre valores percebidos
pelo alimentado a título de alimentos ou pensão alimentícia.

STF. ACO 3.410 (JULGADO EM 20.04.2022)

Sociedade de economia mista estadual prestadora exclusiva do serviço público de


abastecimento de água potável e coleta e tratamento de esgotos sanitários faz jus à imunidade
tributária recíproca sobre impostos federais incidentes sobre patrimônio, renda e serviços.

Para a extensão da imunidade tributária recíproca da Fazenda Pública a sociedades de economia


mista e empresas públicas, é necessário preencher 3 (três) requisitos:
✓ A prestação de um serviço público;
✓ A ausência do intuito de lucro e
✓ A atuação em regime de exclusividade, ou seja, sem concorrência.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STF. RE 1.390.517 (JULGADO EM 12.04.2023)

As modificações promovidas pelos Decretos 9.101/2017 e 9.112/2017, ao minorarem os


coeficientes de redução das alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS incidentes
sobre a importação e comercialização de combustíveis, ainda que nos limites autorizados por lei,
implicaram verdadeira majoração indireta da carga tributária e devem observar a regra da
anterioridade nonagesimal, prevista no art. 195, § 6º, da Constituição Federal.

COMENTÁRIO: Minorar (diminuir) o coeficiente de redução das alíquotas significa majorar


indiretamente o tributo. Isso é o mesmo que reduzir um benefício fiscal.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

DIREITO TRIBUTÁRIO - STJ

STJ. SÚMULA 112

O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro.

STJ. SÚMULA 162

Na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a partir do pagamento indevido.

COMENTÁRIO: Repetição de indébito tributário significa restituição do tributo pago


indevidamente.

STJ. SÚMULA 188

Na repetição de indébito tributário, os juros moratórios são devidos a partir do trânsito em


julgado da sentença.

NA REPETIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO

Os juros moratórios são devidos a


A correção monetária incide a
partir do trânsito em julgado da
partir do pagamento indevido.
sentença.

STJ. SÚMULA 162 STJ. SÚMULA 188

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STJ. SÚMULA 212

A compensação de créditos tributários não pode ser deferida por medida liminar.

STJ. SÚMULA 213

O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação


tributária.

STJ. SÚMULA 227

A mudança de critério jurídico adotado pelo Fisco não autoriza a revisão do lançamento.

COMENTÁRIO: Não se admite a revisão de lançamento motivada por erro de direito, pois a
mudança nos critérios jurídicos adotados possui efeitos ex nunc, ou seja, aplica-se apenas aos
fatos geradores futuros (em caso de dúvidas, veja o art. 146 do CTN).

EXEMPLO: Determinado Agente Fazendário lavrou auto de infração em desfavor de uma


empresa de plano de saúde, exigindo-lhe a título de imposto o valor correspondente a 4% sobre
o total das mensalidades pagas pelos usuários do plano. Notificado pela autoridade fiscal, a
empresa efetuou o pagamento do débito. Posteriormente, o superior hierárquico do agente
fazendário procedeu à revisão de ofício do lançamento tributário, alegando que, nos serviços de
plano de saúde, a base de cálculo do referido Imposto é de 5%. Nesse caso, a situação hipotética
está em desconformidade com o CTN, pois o lançamento, após a notificação do sujeito passivo
da relação jurídico-tributária, não pode ser revisado em virtude de erro de direito.

STJ. SÚMULA 307

A restituição de adiantamento de contrato de câmbio, na falência, deve ser atendida antes de


qualquer crédito.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STJ. SÚMULA 314

Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano,
findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente.

STJ. SÚMULA 353

As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às contribuições para o FGTS.

STJ. SÚMULA 360

O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por
homologação (ex.: ICMS) regularmente declarados, mas pagos a destempo.

STJ. SÚMULA 392

A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de
embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do
sujeito passivo da execução.

COMENTÁRIO: Apesar da inscrição em dívida ativa ser o último controle de legalidade sobre o
crédito tributário no âmbito administrativo, o art. 203 do CTN dispõe que é possível alterar a
CDA até a decisão de 1ª instância. Contudo, vale frisar que a súmula 392 do STJ admite a
substituição da CDA até a prolação da sentença de embargos a fim de corrigir erro material ou
formal relativos à inscrição e à certidão, mas não pode modificar o sujeito passivo.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STJ. SÚMULA 396

A Confederação Nacional da Agricultura tem legitimidade ativa para a cobrança da contribuição


sindical rural.

COMENTÁRIO: Apesar do disposto no art. 7º do CTN, o STJ entende que a Confederação Nacional
de Agricultura, que é Pessoa Jurídica de Direito Privado, pode receber a delegação da capacidade
tributária ativa.

STJ. SÚMULA 397

O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço.

STJ. SÚMULA 430

O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade
solidária do sócio-gerente.

EXEMPLO: Uma sociedade limitada, tendo declarado regularmente seus tributos, deixou de pagá-
los, sem que houvesse qualquer fraude ou comportamento análogo. No momento da inscrição
em dívida ativa, apenas com base no inadimplemento, o sócio-gerente foi incluído como
responsável pelo crédito tributário. Nesse caso, o sócio-gerente não responde por simples
inadimplemento, devendo-lhe ser imputado, para que haja a sua responsabilização, excesso de
poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, sendo incabível a sua responsabilização
no caso em questão.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STJ. SÚMULA 435

Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal,
sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal
para o sócio-gerente.

EXEMPLO: José e João eram sócios da Sociedade Empresária XYZ entre os anos de 2017 e 2019,
cada um com 50% do capital social e poderes de administração. Em janeiro de 2020, João se
retira regularmente da sociedade, alienando suas cotas sociais para Joaquim, passando este a
exercer a gestão juntamente com José. Em novembro de 2021 é ajuizada uma ação de execução
fiscal contra a Sociedade Empresária XYZ para a cobrança de um crédito tributário relativo a fato
gerador ocorrido no ano de 2018. No momento da citação, verifica-se que a empresa havia sido
dissolvida irregularmente poucos meses antes, não possuindo mais bens. O procurador
responsável pela ação decide requerer o redirecionamento da execução fiscal. Nesse caso,
apenas José e Joaquim respondem pessoalmente em caso de redirecionamento da execução
fiscal por dissolução irregular, pois João não fazia mais parte do quadro societário no momento
da citação e se retirou regularmente da sociedade, alienando suas cotas sociais para Joaquim, ou
seja, transferiu o ônus e bônus a Joaquim.

STJ. SÚMULA 436

A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito


tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.

COMENTÁRIO: Ao entregar a declaração, o contribuinte constitui o crédito tributário


reconhecendo a dívida que tem com o fisco. A consequência disso, para o STJ, é de que cessa a
contagem do prazo decadencial (prazo para constituir o crédito pelo lançamento) e se inicia a
contagem do prazo prescricional (prazo para o fisco acionar o sujeito passivo na justiça).

STJ. SÚMULA 446

Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a recusa de expedição de
certidão negativa ou positiva com efeito de negativa.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STJ. SÚMULA 497

Os créditos das autarquias federais preferem aos créditos da Fazenda estadual desde que
coexistam penhoras sobre o mesmo bem.

OBS.: Devemos nos atentar para a decisão do STF na ADPF 357 (24.06.2021).

COMENTÁRIO: A decisão do STF na ADPF 357 (24.06.2021) estabeleceu que a definição de


hierarquia na cobrança judicial dos créditos da dívida pública da União aos Estados/DF e esses
aos Municípios descumpre o princípio federativo e contraria o inc. III do art. 19 da Constituição
da República de 1988. Ou seja, o STF decidiu que a preferência da União em relação a Estados,
Municípios e Distrito Federal na cobrança judicial de créditos da dívida ativa não foi recepcionada
pela Constituição Federal de 1988.

STJ. SÚMULA 554

Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os


tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a
fatos geradores ocorridos até a data da sucessão.

COMENTÁRIO: No caso da sucessão empresarial, as multas punitivas devem ser transferidas,


porque do contrário isso poderia facilitar fraudes, por meio de sucessões simuladas, de maneira a
evitar esse ônus.

STJ. SÚMULA 555

Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir
o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a
legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da
autoridade administrativa.

COMENTÁRIO: Nos casos de lançamento por homologação, se o sujeito passivo não declarar o
débito, o início da contagem da decadência começa no primeiro dia do exercício seguinte em que
o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I).

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STJ. SÚMULA 560

A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do art. 185-A do CTN, pressupõe o


exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o qual fica caracterizado quando
infrutíferos (sem resultados) o pedido de constrição sobre ativos financeiros e a expedição de
ofícios aos registros públicos do domicílio do executado, ao Denatran ou Detran.

STJ. SÚMULA 653

O pedido de parcelamento fiscal, ainda que indeferido, interrompe o prazo prescricional, pois
caracteriza confissão extrajudicial do débito.

STJ. RMS 3.881 (JULGADO EM 01.09.1997)

Se o juiz condiciona a concessão da medida liminar à realização do depósito do montante


integral, está, na verdade, indeferindo a medida liminar.

STJ. REsp 218.694 (JULGADO EM 11.10.1999)

Não se pode negar expedição de Certidão Negativa de Débito ante a presença de débito
referente ao não pagamento de exação declarada inconstitucional pelo Colendo Supremo
Tribunal Federal.

EXEMPLO: A empresa ABC possuía um débito tributário junto ao Estado de Roraima relativo à
determinada exação lançada por homologação. Ocorre que o STF declarou inconstitucional o
tributo que é objeto da dívida de ABC. Além disso, a empresa ABC precisa obter uma certidão
negativa para poder concorrer a um procedimento licitatório. Nessas circunstâncias, a empresa
ABC tem direito à certidão negativa.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STJ. REsp 735.278 (JULGADO EM 12.06.07)

O SENAI, como pessoa jurídica titular da competência para exigir o pagamento da contribuição
social de interesse das categorias profissionais ou econômicas tem legitimidade ativa ad causam
para promover diretamente a ação de cobrança da respectiva contribuição, como previsto no
art. 6º, parágrafo único, do seu Regimento Interno.

COMENTÁRIO: Apesar do disposto no art. 7º do CTN, o STJ entende pela possibilidade de


delegação da capacidade tributária ativa ao SENAI (pessoa jurídica de direito privado integrante
do “Sistema S” - Serviços Sociais Autônomos).

EXEMPLO: Projeto de lei complementar federal pode delegar a uma pessoa jurídica de direito
privado integrante do chamado “sistema S” (serviços sociais autônomos) a fiscalização e
cobrança de uma contribuição já existente voltada para o custeio das atividades de tal entidade.

STJ. REsp 903.394 (JULGADO EM 24.03.2010)

O contribuinte de fato (ex.: Distribuidora de bebidas) não detém legitimidade ativa para pleitear
a restituição do indébito tributário (tributo pago indevidamente) recolhido pelo contribuinte de
direito (ex.: Fabricante de bebidas), por não integrar a relação jurídica tributária pertinente.

COMENTÁRIO: O STJ entende que o que se observa entre fabricante e distribuidor é uma relação
jurídica de natureza privada, que não se altera por força do art. 166 do CTN.

EXEMPLO: A sociedade empresária “ABC Distribuidora de Bebidas” pretende a restituição do


indébito tributário relativo ao IPI pago sobre descontos incondicionais, quando da aquisição dos
produtos de seus fornecedores, os quais embutem no preço de venda o tributo aludido, do qual
são contribuintes de direito. Nesse caso, a sociedade ABC não tem direito à repetição
(restituição) pleiteada, porque o direito subjetivo à repetição do indébito pertence
exclusivamente ao denominado contribuinte de direito.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STJ. REsp. 1.141.990 (19.11.2010)

Consoante a doutrina do tema, a fraude de execução fiscal, diversamente da fraude contra


credores (fraude civil), opera in re ipsa, vale dizer, tem caráter absoluto, objetivo, dispensando o
Concilium Fraudis.

COMENTÁRIO: O termo “IN RE IPSA” etimologicamente vem do latim e tem como significado
literal “da própria coisa”, “do próprio fato”. Para o Direito, o vocábulo está relacionado à
possibilidade de concessão de um prejuízo presumido, que independe de prova de culpa. Já o
termo “CONCILIUM FRAUDIS” (CONLUIO FRAUDULENTO) significa o acordo de vontades entre os
contratantes para fraudar credores.

STJ. REsp. 1.141.990 (19.11.2010)

A natureza jurídica tributária do crédito conduz a que a simples alienação ou oneração de bens
ou rendas, ou o seu começo, pelo sujeito passivo por quantia inscrita em dívida ativa, sem a
reserva de meios para a quitação do débito, gera presunção absoluta (jure et de jure) de fraude
à execução (lei especial que se sobrepõe ao regime do direito processual civil).

STJ. REsp 1.129.450 (JULGADO EM 03.12.2010)

A suspensão da exigibilidade do crédito tributário na via judicial impede o Fisco de praticar


qualquer ato contra o contribuinte visando à cobrança de seu crédito, tais como inscrição em
dívida, execução e penhora, mas não impossibilita a Fazenda de proceder à regular constituição
do crédito tributário para prevenir a decadência do direito.

COMENTÁRIO: A concessão de liminar em mandado de segurança com a finalidade de suspender


a exigibilidade do crédito tributário não impede o lançamento do crédito, mas apresenta os
seguintes efeitos:

➢ Impedir a propositura de execução fiscal.


➢ Afastar a situação de inadimplência, possibilitando a expedição de certidão positiva com
efeitos de negativa (art. 206 do CTN).
➢ Suspender a inscrição no CADIN (Cadastro Informativo de Créditos Não Quitados de
Órgãos e Entidades Federais) (art. 7º, II, Lei 10.522/02).

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STJ. REsp 1.299.303 (JULGADO EM 08.08.2012)

Diante do que dispõe a legislação que disciplina as concessões de serviço público e da peculiar
relação envolvendo o Estado-concedente, a concessionária e o consumidor, esse último tem
legitimidade para propor ação declaratória c/c repetição de indébito na qual se busca afastar, no
tocante ao fornecimento de energia elétrica, a incidência do ICMS sobre a demanda contratada e
não utilizada.

COMENTÁRIO: O STJ entende que o contribuinte de fato não possui legitimidade ativa para
pleitear a restituição, exceto nos casos de ICMS cobrado sobre serviços públicos concedidos. Ou
seja, o acórdão proferido no REsp. 903.394 (julgado em 24.03.2010), dizendo respeito a
distribuidores de bebidas, não se aplica aos casos de fornecimento de energia elétrica.

STJ. REsp 1.320.825 (JULGADO EM 10.08.2016)

Reconhecida a regular constituição do crédito tributário, não há mais que falar em prazo
decadencial, mas sim em prescricional, cuja contagem deve se iniciar no dia seguinte à data do
vencimento para o pagamento da exação, porquanto antes desse momento o crédito não é
exigível do contribuinte.

Esquematizando a linha do tempo para o art. 173, I, temos:

Prazo para
pagar ou
impugnar
(Regra: 30 dias)
5 anos 5 anos

DECADÊNCIA PRESCRIÇÃO
Ocorrência 1º dia do Notificação Definitividade Ação de
do Fato exercício do do Execução
Gerador seguinte Lançamento Lançamento Fiscal

ATENÇÃO!

Com relação aos tributos lançados por homologação que foram declarados e pagos pelo sujeito
passivo, precisamos ficar atentos à exceção prevista no art. 150, § 4º, que estabelece como início
da contagem do prazo de decadência a data da ocorrência do fato gerador.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STJ. REsp 1.658.517 (JULGADO EM 14.11.2018)

O prazo prescricional de cinco anos para que a Fazenda Pública realize a cobrança judicial de seu
crédito tributário (art. 174, CTN) referente ao IPTU, começa a fluir somente após o transcurso do
prazo estabelecido pela lei local para o vencimento da exação (pagamento voluntário pelo
contribuinte), não dispondo o Fisco, até o vencimento estipulado, de pretensão executória
legítima para ajuizar execução fiscal objetivando a cobrança judicial, embora já constituído o
crédito desde o momento no qual houve o envio do carnê para o endereço do contribuinte
(Súmula 397/STJ).

STJ. REsp. 1.864.625 (26.06.2020)

A apresentação de certidões negativas de débitos tributários não constitui requisito obrigatório


para concessão do pedido de recuperação judicial.

STJ. REsp 1.377.019 (JULGADO EM 24.11.2021)

O sócio só pode ser atingido pelo redirecionamento fundado na dissolução irregular se ele era
administrador no momento dessa dissolução; se havia saído antes, em regra, não poderá ser
responsabilizado.

COMENTÁRIO: O redirecionamento da execução fiscal, quando fundado na dissolução irregular


da pessoa jurídica executada ou na presunção de sua ocorrência, não pode ser autorizado contra
o sócio ou o terceiro não sócio que, embora exercessem poderes de gerência ao tempo do fato
gerador, sem incorrer em prática de atos com excesso de poderes ou infração à lei, ao contrato
social ou aos estatutos, dela regularmente se retirou e não deu causa a sua posterior dissolução
irregular, conforme art. 135, III do CTN.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STJ. REsp 1.645.333 (JULGADO EM 25.05.2022)

O sócio-gerente da época da dissolução irregular responde pelos débitos da empresa, mesmo


que ele não fosse o gerente da pessoa jurídica executada no momento do fato gerador do tributo
inadimplido.

COMENTÁRIO: O redirecionamento da execução fiscal, quando fundado na dissolução irregular


da pessoa jurídica executada ou na presunção de sua ocorrência, pode ser autorizado contra o
sócio ou o terceiro não sócio, com poderes de administração na data em que configurada ou
presumida a dissolução irregular, ainda que não tenha exercido poderes de gerência quando
ocorrido o fato gerador do tributo não adimplido, conforme art. 135, III, do CTN.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

IPVA - STF

STF. RE 1.016.605 (JULGADO EM 16.09.2020)

A cobrança do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) somente pode ser
realizada pelo Estado em que o contribuinte mantém sua sede ou domicílio tributário.

Somente pode ser realizada


pelo Estado em que o
A cobrança do IPVA contribuinte mantém sua
sede ou domicílio tributário.

COMENTÁRIO: A justificativa é remunerar a localidade onde o veículo circula, em razão da maior


exigência de gastos em vias públicas. Tanto que metade do valor arrecadado fica com o
município, como prevê o artigo 158, inciso III, da CF.

STF. ADI 5.268 (JULGADO EM 05.08.2022)

É inconstitucional lei estadual que conceda isenção de IPVA para veículos que realizem
transporte escolar prestado por sindicato ou cooperativa.

Lei estadual que conceda isenção


de IPVA para veículos que realizem
transporte escolar prestado por
INCONSTITUCIONAL
sindicato ou cooperativa é

COMENTÁRIO: É inconstitucional condicionar o benefício de isenção fiscal do IPVA quanto à


propriedade de veículos utilizados para o serviço de transporte escolar com a filiação de seus
motoristas profissionais autônomos a sindicato ou cooperativa.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

IPVA - STJ

STJ. SÚMULA 585

A responsabilidade solidária do ex-proprietário, prevista no art. 134 do Código de Trânsito


Brasileiro (CTB), não abrange o IPVA incidente sobre o veículo automotor, no que se refere ao
período posterior à sua alienação.

STJ. REsp 1.320.825 (JULGADO EM 10.08.2016)

A notificação do contribuinte para o recolhimento do IPVA perfectibiliza a constituição definitiva


do crédito tributário, iniciando-se o prazo prescricional para a execução fiscal no dia seguinte à
data estipulada para o vencimento da exação.

COMENTÁRIO: O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é lançado de


ofício no início de cada exercício e constituído definitivamente com a cientificação do
contribuinte para o recolhimento da exação, a qual pode ser realizada por qualquer meio idôneo,
como o envio de carnê ou a publicação de calendário de pagamento, com instruções para a sua
efetivação. O prazo prescricional para a execução fiscal inicia-se no dia seguinte à data estipulada
para o vencimento da exação.

STJ. REsp 1.881.788 (JULGADO EM 23.11.2022)

Havendo previsão em lei estadual, admite-se a responsabilidade solidária de ex-proprietário de


veículo pelo pagamento do IPVA, em razão de omissão na comunicação da alienação ao DETRAN,
excepcionando-se a Súmula 585 do STJ.

COMENTÁRIO: Somente mediante lei estadual (ou distrital) específica poderá ser atribuída ao
alienante responsabilidade solidária pelo pagamento do IPVA do veículo alienado, na hipótese de
ausência de comunicação da venda do bem ao órgão de trânsito competente.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

ITCMD - STF

STF. RE 562.045 (JULGADO EM 06.02.2013)

O Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) pode ser progressivo.

COMENTÁRIO: O § 1º do art. 145 da CF/88 não proíbe que os impostos reais sejam progressivos.
Ou seja, o ITCMD, que é um imposto real, pode ser progressivo mesmo sem que esta
progressividade esteja expressamente prevista na CF/88.

STF. RE 851.108 (JULGADO EM 27.02.2021)

Lei estadual não pode instituir imposto sobre doação e herança no exterior, enquanto não
houver lei complementar nacional regulamentando a matéria.

COMENTÁRIO: O art. 155, § 1º, III, da CF/88 estabelece que cabe à lei complementar federal (e
não a leis estaduais) regular a competência e a instituição do ITCMD quando:

✓ O doador tiver domicílio ou residência no exterior;


✓ A pessoa falecida possuir bens no exterior;
✓ A pessoa falecida tiver sido residente ou domiciliada no exterior; ou
✓ A pessoa falecida tiver seu inventário processado no exterior.

Mesmo diante da omissão do legislador nacional acerca da matéria, os Estados-membros/DF não


podem editar leis instituindo a cobrança com base na competência legislativa concorrente.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STF. ADI 6.828 (JULGADO EM 28.10.2022)

É inconstitucional norma estadual que discipline a cobrança do ITCMD nas doações e heranças
instituídas no exterior considerando que ainda não existe a lei complementar nacional que
regulamenta a matéria.

É inconstitucional norma estadual que discipline a


cobrança do ITCMD

Nas doações e heranças instituídas no exterior

Considerando que ainda não existe a lei complementar


nacional que regulamenta a matéria.

COMENTÁRIO: É vedado aos Estados e ao Distrito Federal instituir o Imposto sobre Transmissão
Causa Mortis e Doação (ITCMD) nas hipóteses dispostas no art. 155, § 1º, III, da Constituição
Federal, sem a edição da lei complementar federal exigida pelo referido dispositivo
constitucional.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

ITCMD - STJ

STJ. REsp 1.841.798 (JULGADO EM 20.04.2021)

Se o contribuinte faz uma doação e não a declara para fins de ITCMD, o fisco estadual deverá
fazer o lançamento de ofício do tributo, iniciando-se o prazo decadencial para isso no primeiro
dia do ano seguinte àquele em que ocorreu o fato gerador.

COMENTÁRIO: No caso do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), referente a


doação não oportunamente declarada pelo contribuinte ao fisco estadual, a contagem do prazo
decadencial tem início no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento
poderia ter sido efetuado, observado o fato gerador.

STJ. REsp 1.961.488 (JULGADO EM 16.11.2021)

O seguro de vida VGBL não integra a base de cálculo do ITCMD.

COMENTÁRIO: O Código Civil afirma expressamente que no seguro de vida ou de acidentes


pessoais para o caso de morte, o capital estipulado não está sujeito às dívidas do segurado, nem
se considera herança (art. 794).

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

ICMS - STF

STF. RE 608.872 (JULGADO EM 23.02.2017)

A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de


direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante, para a verificação da
existência do beneplácito constitucional, a repercussão econômica do tributo envolvido.

CONTRIBUINTE

DE DIREITO DE FATO

Incide a imunidade Não incide a imunidade


tributária subjetiva tributária subjetiva

STF. ARE 1.255.885 (JULGADO EM 14.08.2020)

Não incide ICMS no deslocamento de bens de um estabelecimento para outro do mesmo


contribuinte localizados em estados distintos, visto não haver a transferência da titularidade ou
a realização de ato de mercancia.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STF. RE 1.287.019 (JULGADO EM 24.02.2021)

A cobrança do Diferencial de Alíquota (DIFAL) alusivo ao ICMS, conforme introduzido pela


Emenda Constitucional nº 87/2015, pressupõe edição de lei complementar veiculando normas
gerais, para que os Estados-membros e o Distrito Federal (DF), na qualidade de destinatários de
bens ou serviços, possam cobrar o DIFAL na hipótese de operações e prestações interestaduais
com consumidor final não contribuinte do Imposto.

COMENTÁRIO: Até 2021 não era possível cobrar o DIFAL na hipótese de operações e prestações
interestaduais com consumidor final não contribuinte do Imposto. No entanto, em 2022, o
Congresso Nacional aprovou e o Presidente sancionou a Lei Complementar nº 190, de 4 de
janeiro de 2022, que altera a Lei Kandir (LC 87/96) para enfim regulamentar a cobrança do ICMS
nas operações e prestações interestaduais destinadas a consumidor final não contribuinte do
imposto.

STF. ADI 5.481 (JULGADO EM 26.03.2021)

Não cabe ICMS sobre a operação de extração de petróleo e sobre a operação de circulação de
petróleo desde os poços de extração até a empresa concessionária.

NÃO CABE ICMS


SOBRE

Operação de extração de petróleo Operação de circulação de petróleo

Desde os poços de extração até a empresa concessionária

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STF. ADI 7.111 (JULGADO EM 26.08.2022)

São inconstitucionais normas estaduais que fixam a alíquota do ICMS para operações de
fornecimento de energia elétrica e serviços de comunicação em patamar superior à cobrada
sobre as operações em geral.

NORMAS ESTADUAIS QUE FIXAM A


ALÍQUOTA DO ICMS PARA

Operações de fornecimento
Serviços de comunicação
de energia elétrica

Em patamar superior à cobrada sobre as operações em geral

SÃO INCONSTITUCIONAIS

COMENTÁRIO: Uma vez adotada a seletividade no ICMS (quando a tributação é diferenciada de


acordo com a essencialidade dos produtos e mercadorias), o Estado não pode estabelecer
alíquotas sobre as operações de energia elétrica e os serviços de comunicação mais elevadas que
a alíquota das operações em geral. Isso porque a energia elétrica e os serviços de
telecomunicação são sempre considerados itens essenciais e, por essa razão, a alíquota
incidente sobre eles não pode ser maior do que a alíquota incidente sobre as operações em
geral.

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JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STF. ADI 5.702 (JULGADO EM 21.10.2022)

A imputação de responsabilidade tributária, na modalidade de substituição tributária


progressiva, pelo Estado competente para a instituição do ICMS, não exige lei complementar.

COMENTÁRIO: A instituição de hipótese de substituição tributária do ICMS, imputando-se a


estabelecimento atacadista o dever de recolhimento do tributo em relação às operações
subsequentes, pode ser feita por meio de lei ordinária estadual, devidamente regulamentada
por decreto.

STF. ADI 7.158/DF (JULGADO EM 06.02.2023)

É constitucional o critério previsto no § 7º do art. 11 da Lei Complementar nº 87/1996, na


redação dada pela Lei Complementar nº 190/2022, que considera como Estado destinatário,
para efeito do recolhimento do diferencial de alíquota do ICMS, aquele em que efetivamente
ocorrer a entrada física da mercadoria ou o fim da prestação do serviço.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

ICMS - STJ

STJ. SÚMULA 80

A Taxa de Melhoramento dos Portos não se inclui na base de cálculo do ICMS.

STJ. SÚMULA 237

Nas operações com cartão de crédito, os encargos relativos ao financiamento não são
considerados no cálculo do ICMS.

STJ. SÚMULA 431

É ilegal a cobrança de ICMS com base no valor da mercadoria submetido ao regime de pauta
fiscal.

COMENTÁRIO: Pauta Fiscal é uma tabela com valores aproximados dos produtos, utilizada para
definir a base de cálculo do tributo. Ela pode ser aplicada no caso de arbitramento efetuado pela
autoridade administrativa, previsto no art. 148 do CTN, mas não na cobrança do ICMS.

STJ. AgRg no REsp 1.073.076 (JULGADO EM 25.11.2008)

A jurisprudência desta Corte Superior é pacífica no sentido de que o valor das mercadorias dadas
a título de bonificação não integra a base de cálculo do ICMS.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STJ. RESP 1.116.792 (JULGADO EM 24.11.2010)

É constitucional a exigência de emissão de nota fiscal no deslocamento de bens do imobilizado


entre estabelecimentos de uma mesma instituição financeira, ainda que não configure hipótese
de incidência do ICMS.

STJ. REsp 525.625 (JULGADO EM 09.08.2022)

É devida a restituição da diferença do ICMS pago a mais no regime de substituição tributária


para frente se a base de cálculo efetiva da operação for inferior a presumida.

STJ. REsp 1.951.855 (JULGADO EM 08.11.2022)

Não é possível a inclusão de créditos presumidos de ICMS na base de cálculo do Imposto sobre
a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), não
tendo a LC 160/2017 aptidão para alterar a conclusão de que a tributação federal do crédito
presumido de ICMS representa violação ao princípio federativo.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

IPTU - STF

STF. SÚMULA 668

É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/00,
alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função
social da propriedade urbana.

COMENTÁRIO: Atualmente é possível a progressividade fiscal do IPTU em razão do valor do


imóvel, que foi inserida no ordenamento jurídico brasileiro pela Emenda Constitucional nº
29/2000. Veja o art. 156, § 1º, inciso I, da CF.

STF. RE 666.656 (JULGADO EM 11.05.2020)

Esta Corte, em diversos precedentes de ambas as Turmas, manifestou-se pela possibilidade da


instituição de alíquotas diferenciadas de IPTU com base na destinação e situação do imóvel
(residencial ou comercial, edificado ou não edificado), em período anterior à edição da Emenda
Constitucional n° 29/2000.

COMENTÁRIO: A seletividade da cobrança do IPTU, consideradas a destinação (residencial ou


comercial) e situação (edificado ou não edificado) do imóvel, é legítima em todo o período de
vigência da Constituição Federal de 1988. Entendeu-se que tal prática não se confunde com o
estabelecimento de alíquotas progressivas, cuja constitucionalidade, em momento anterior à
emenda constitucional nº 29/2000, foi reconhecida apenas para assegurar o cumprimento da
função social da propriedade.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

IPTU - STJ

STJ. SÚMULA 160

É defeso (proibido), ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao


índice oficial de correção monetária.

STJ. SÚMULA 397

O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço.

STJ. SÚMULA 399

Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU.

STJ. SÚMULA 614

O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação jurídico-tributária de IPTU e de
taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir indébito desses tributos.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STJ. AgInt REsp 1.551.595 (JULGADO EM 21.06.2016)

É inexigível a cobrança de tributos de proprietário que não detém a posse do imóvel, devendo
o município, no caso, lançar o débito tributário em nome dos ocupantes da área invadida.

EXEMPLO: Determinado Município ingressa com Execução Fiscal em face de certa sociedade
empresária. Sustenta, em síntese, que é devida a cobrança de IPTU do proprietário do imóvel,
ainda que o referido bem tenha sido invadido por terceiros (fato incontroverso). O imóvel em
questão está em nome da sociedade empresária executada. Na hipótese descrita, o IPTU não é
devido, porquanto a sociedade empresária está despida dos atributos inerentes à propriedade, o
que desnatura a base material do fato gerador do IPTU.

STJ. REsp 1.668.058 (JULGADO EM 08.06.2017)

A desapropriação é ato de aquisição originária de propriedade, logo, não há a transferência de


responsabilidade tributária prevista no artigo 130 do CTN ao ente expropriante.

EXEMPLO: Considere que o Município está exigindo a cobrança de Imposto Sobre a Propriedade
Territorial Urbana (IPTU) de João, que é proprietário de imóvel histórico na Cidade de Orlândia.
Os débitos são relativos aos exercícios de 2014 e 2015. Em função da sua importância para os
munícipes, a autoridade competente pretende desapropriar o bem, no ano de 2016, momento
em que expede o decreto expropriatório. Considerando que João não concorda com a perda do
bem, o Município propõe ação de desapropriação e se imite na posse no ano de 2017. O
processo transitou em julgado em sentido favorável ao Município no ano de 2018, exercício em
que foi formalizada a inscrição da propriedade do bem em favor do Município. Considerando a
situação hipotética e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que, por
se tratar de hipótese de aquisição originária da propriedade, a João caberá o pagamento dos
débitos tributários relativos aos fatos geradores praticados antes da imissão provisória na posse.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

ITBI - STF

STF. AgR ARE 759.964 (JULGADO EM 29.09.2015)

1. A cobrança de ITBI é devida no momento do registro da compra e venda na matrícula do


imóvel.

2. A jurisprudência do STF considera ilegítima a exigência do ITBI em momento anterior ao


registro do título de transferência da propriedade do bem, de modo que exação baseada em
promessa de compra e venda revela-se indevida.

MOMENTO

DO REGISTRO ANTERIOR AO REGISTRO


(lavratura da escritura)

Incide ITBI Não incide ITBI

STF. ARE 1.294.969 (JULGADO EM 11.02.2021)

O fato gerador do Imposto sobre Transmissão inter vivos de Bens Imóveis (ITBI) somente ocorre
com a efetiva transferência da propriedade imobiliária, que se dá mediante o registro. Ou seja,
não incide ITBI na cessão de direitos relativos a compromisso de compra e venda de imóvel.

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

ITBI - STJ

STJ. REsp 1.937.821 (JULGADO EM 24.02.2022)

Para o fim preconizado no art. 1.039 do CPC/2015, firmam-se as seguintes teses:

a) a base de cálculo do ITBI é o valor do imóvel transmitido em condições normais de


mercado, não estando vinculada à base de cálculo do IPTU, que nem sequer pode ser
utilizada como piso de tributação;

b) o valor da transação declarado pelo contribuinte goza da presunção de que é


condizente com o valor de mercado, que somente pode ser afastada pelo fisco mediante
a regular instauração de processo administrativo próprio (art. 148 do CTN);

c) o Município não pode arbitrar previamente a base de cálculo do ITBI com respaldo em
valor de referência por ele estabelecido unilateralmente.

EXEMPLO: André desejava adquirir um apartamento de Bruno, tendo sido pactuado o preço em
R$ 500.000, pois o imóvel necessitava de ampla reforma, ainda que um imóvel naquela região
custasse em torno de R$ 700.000. André declarou ao Fisco municipal o mesmo valor que
constaria da escritura pública (R$ 500.000), mas o Fisco não aceitou tal valor, arbitrando-o
unilateralmente em R$ 700.000. Entretanto, à luz do CTN e do entendimento do STJ,
podemos afirmar que o valor de R$ 500.000 declarado por André goza da presunção de ser
condizente com o valor de mercado.

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JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

ISS - STF

STF. SÚMULA VINCULANTE 31

É inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS) sobre


operações de locação de bens móveis.

STF. RE 1.167.509 (JULGADO EM 27.02.2021)

É incompatível com a Constituição Federal disposição normativa a prever a obrigatoriedade de


cadastro, em órgão da Administração municipal, de prestador de serviços não estabelecido no
território do Município e imposição ao tomador da retenção do Imposto Sobre Serviços (ISS)
quando descumprida a obrigação acessória.

STF. RE 1.285.845 (JULGADO EM 18.06.2021)

É constitucional a inclusão do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) na base de


cálculo da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta – CPRB.

STF. RE 688.223 (JULGADO EM 03.12.2021)

É constitucional a incidência do ISS no licenciamento ou na cessão de direito de uso de


programas de computação desenvolvidos para clientes de forma personalizada, nos termos do
subitem 1.05 da lista anexa à LC 116/2003.

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JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

STF. ADI 6.034 (JULGADO EM 08.03.2022)

É constitucional o subitem 17.25 da lista anexa à LC nº 116/03 no que propicia a incidência do


ISS, afastando a do ICMS, sobre a prestação de serviço de inserção de textos, desenhos e outros
materiais de propaganda e publicidade em qualquer meio (exceto em livros, jornais, periódicos e
nas modalidades de serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e
gratuita).

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JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

ISS - STJ

STJ. SÚMULA 138

O ISS incide na operação de arrendamento mercantil de coisas móveis.

STJ. SÚMULA 274

O ISS incide sobre o valor dos serviços de assistência médica, incluindo-se eles as refeições, os
medicamentos e as diárias hospitalares.

STJ. REsp 1.805.317 (JULGADO EM 09.02.2021)

A atividade de armazenamento de cargas em terminal portuário alfandegado está sujeita à


incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN.

STJ. REsp 1.805.226 (JULGADO EM 09.11.2021)

É legítima a incidência do ISSQN nas prestações de serviços de reparos navais em embarcações


de bandeira estrangeira em águas marítimas no território nacional.

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JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

SIMPLES NACIONAL - STF

STF. RE 627.543 (JULGADO EM 30.10.2013)

É constitucional a lei que veda o simples nacional para empresas em débito com a fazenda
pública.

COMENTÁRIO: O art. 17, inciso V, da LC nº 123/2006 afirma que a microempresa ou empresa de


pequeno porte que possua débito com o INSS, ou com a Fazenda Pública (cuja exigibilidade NÃO
esteja suspensa), não poderá recolher os tributos na forma do Simples. O Plenário do STF decidiu
que essa vedação é CONSTITUCIONAL.

STF. RE 970.821 (JULGADO EM 15.05.2021)

É constitucional a imposição tributária de diferencial de alíquota do ICMS pelo Estado de destino


na entrada de mercadoria em seu território devido por sociedade empresária aderente ao
simples nacional, independentemente da posição desta na cadeia produtiva ou da possibilidade
de compensação dos créditos.

COMENTÁRIO: É constitucional a cobrança antecipada de diferencial de alíquota (DIFAL) de ICMS


de sociedade empresária optante pelo Simples Nacional, independentemente de o contribuinte
estar na condição de consumidor final no momento da aquisição.

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JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

SIMPLES NACIONAL - STJ

STJ. RMS 67.443 (JULGADO EM 15.03.2022)

Não é possível conceder, por via judicial, a suspensão da exigibilidade de parcelamento tributário
sob o argumento dos efeitos deletérios da Covid-19.

COMENTÁRIO: Na ausência de legislação estadual específica que conceda o direito à postergação


do vencimento ou à suspensão da exigibilidade das prestações dos parcelamentos de tributos
estaduais, não há como se estender os efeitos de normas aplicáveis no âmbito dos tributos
federais ou do Simples Nacional, ou mesmo benefícios concedidos por outro Estado da
Federação, aos tributos devidos em razão da pandemia (Covid-19).

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RESUMO
JURISPRUDÊNCIAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pessoal, estudar jurisprudência não é uma tarefa fácil, haja vista existir uma infinidade de julgados que
diariamente são atualizados. Contudo, nossa proposta aqui é trabalhar com o melhor custo-benefício,
por isso colocamos neste material apenas os entendimentos que possuem uma maior probabilidade de
aparecerem em provas.

Um forte abraço e até a próxima!

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