Cinemática Escalar
Cinemática Escalar
Cinemática Escalar
É a parte da Mecânica que estuda os movimentos sem se importar com as suas causas e com as
massas dos corpos que se movimentam (a palavra cinemática deriva do grego para movimento).
1. CONCEITOS BÁSICOS
GRANDEZA – Aquilo que pode ser objetivamente medido, ou seja, comparado a um padrão.
UNIDADE – Quantidade arbitrária que serve de comparação entre grandezas da mesma espécie.
As unidades de medida adotadas no Brasil são as do Sistema Internacional de Unidades (SI). Veja
algumas:
a) De comprimento: o metro (m)
Embora não façam parte do SI, são muito utilizadas:
1 milha marítima = 1.852m
1 polegada = 0,0254m
1 pé = 12 polegadas = 0,3048m
1 jarda = 3 pés = 0,9144m
1 ano-luz = 9,46 . 1012km
b) De massa: o quilograma (kg)
Também são utilizadas unidades de massa que não fazem parte do SI:
1 tonelada = 1.000kg
1 libra = 0,45kg
1 arroba = 15kg
c) De tempo: o segundo (s)
1min = 60s
1h = 60min = 3.600s
1 dia = 24h = 1.440min = 86.400s
1 ano = 365 dias = 8.760h = 5,26 . 105min = 3,15 . 107s
PONTO MATERIAL – Corpo é uma quantidade limitada de matéria. Então, todo corpo possui
dimensões, mas muitas vezes elas não são levadas em conta porque são muito pequenas em relação
às distâncias envolvidas em certos problemas. Um corpo, em tais circunstâncias, é considerado um
ponto material (a Terra em relação ao Sol; uma canoa navegando no rio Negro; o “Vivaldão” em
relação à cidade). Qualquer corpo pode ser considerado um ponto material, dependendo da
comparação que se faça.
REFERENCIAL – Qualquer sistema físico (outro corpo) que sirva de referência para balizar os
estados cinemáticos de movimento e repouso.
MOVIMENTO – Um corpo está em movimento quando muda de posição em relação a um
referencial ao longo do tempo.
REPOUSO – Se, durante um certo intervalo de tempo, o corpo mantém sua posição constante em
relação a um referencial, dizemos que ele se encontra em repouso.
Movimento e repouso são conceitos relativos, ou seja, dependem de um referencial (um carro em
viagem numa estrada está em movimento em relação à pista, mas em repouso em relação ao seu
motorista). Do ponto de vista físico, são impossíveis repouso absoluto e movimento absoluto (não
é possível aceitar que um carro, estando em movimento em relação à pista, esteja em movimento
em relação a quaisquer referenciais).
ESPAÇO OU POSIÇÃO (S) – É o lugar da trajetória em que se encontra o móvel, em dado
instante, em relação à origem, ou seja, é a medida algébrica da distância do ponto onde se encontra
o móvel ao ponto de referência adotado como origem.
DESLOCAMENTO ESCALAR ( S) – É a diferença entre o espaço final e o espaço inicial do
móvel: S = S - S0
MOVIMENTO RETILINEO UNIFORME (MRU)
O Estudo do Espaço em Função do Tempo – Um móvel realiza um movimento uniforme quando
percorre espaços iguais em tempos iguais, ou seja, o espaço varia uniformemente ao longo do
tempo. Isso só ocorre quando a velocidade do móvel permanece constante durante todo o trajeto.
Classificação do MU:
a) Movimento Uniforme Progressivo – O sentido do movimento do corpo coincide com o sentido
fixado como positivo para a trajetória; a velocidade do móvel é positiva; os espaços aumentam em
relação à origem.
b) Movimento Uniforme Retrógrado (ou regressivo) – O móvel anda contra a orientação da
trajetória; a velocidade é negativa; os espaços diminuem algebricamente em relação à origem.
Classificação do movimento uniforme:
Quando a velocidade escalar for positiva, o movimento uniforme será progressivo.
Já quando a velocidade escalar for negativa, o movimento uniforme será retrógrado.
Vejamos um exemplo:
Com relação a trajetória, podemos dizer que ela está orientada de A para B, e a velocidade dos
objetos X e Y, indicam sempre o mesmo valor.
O objeto X, está em movimento uniforme e progressivo. E o objeto Y também está em movimento
uniforme, porém, é retrógrado.
Movimento Uniforme
Definição:
É quando sua função horária dos espaços é de primeiro grau, de acordo com o dado referencial.
Essa função é representada por: s = f(t). Portanto, a relação espaço-tempo se torna assim: s = A +
Bt, sendo que A e B são parâmetros constantes e B ≠ 0.
Quando se trata de velocidade,pode-se dizer que no movimento uniforme, ela é constante em
qualquer momento.
Notas:
* Qualquer ponto material pode estar em movimento independente da sua trajetória.
* Quando um corpo não está em movimento uniforme, podemos dizer que ele está em
movimento variado.
* O MRU (movimento retilíneo uniforme) e o MCU (movimento circular uniforme), são os dois
movimentos mais estudados.
Gráficos do movimento retilíneo uniforme
espaço X tempo
A função do gráfico espaço x tempo é do 1° grau. Este gráfico possui reta obliqua, com relação a
todos os eixos do espaço e do tempo. A reta vai ser crescente se o movimento for progressivo, já se
o movimento for retrógrado, a reta será decrescente.
*Com a aceleração escalar sendo nula, a aceleração escalar média também será nula, em qualquer
intervalo de tempo, esquematicamente temos:
am = a = constante = 0
* A aceleração sendo nula e constante, o movimento uniforme não será nem acelerado e nem
retardado.
velocidade relativa
Levando em conta dois objetos A e B, andando em uma mesma trajetória retilínia, com as mesmas
velocidades escalares de VA e VB.
Podemos dizer que a velocidade escalar relativa do objeto B, com relação ao objeto A, é uma
grandeza VBA, representada por:
VBA = VB – VA
A partir daí, segue que:
VAB = VA – VB
e
VBA = - VAB
Vejamos alguns exemplos:
a)
VAB = VA – VB
VAB = 20,0 – (-10,0) = 30 m/s
c)
VAB = VA – VB
VAB = 5,0 – (- 10,0) = 15 m/s
Regra prática
Existem duas regras práticas para podermos chegar ao módulo de uma velocidade escalar relativa
entre dois corpos:
1- Quando dois ou mais objetos vão para o mesmo sentido, o módulo da velocidade escalar relativa
(Vrel) é dado pelas diferenças entre os módulos das velocidades de A e B.
CLASSIFICAÇÃO DO MRUV
a) Movimento acelerado uniformemente - O módulo da velocidade escalar aumenta ao longo do
tempo. Velocidade e aceleração escalares têm sentidos e sinais iguais.
b) Movimento retardado uniformemente - O módulo da velocidade escalar diminui no decurso do
tempo. Velocidade e aceleração escalares têm sentidos e sinais contrários.
EXPRESSÕES DO MRUV
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c) Equação de Torricelli v = vo + 2a.Δs
(expressão do MUV que independe do tempo).
Aplicações :
01. Num teste de desempenho, um carro consegue atingir a velocidade de 88m/s, em 8s. Sabendo-
se que o movimento do carro é uniformemente acelerado, e que ele parte do repouso, qual a
distância percorrida durante os 8s?
Solução:
A aceleração do carro é:
v = vo + at 88 = 0 + a . 8 a = 11m/s2
A distância percorrida:
S= 352m
02. Um ônibus, deslocando-se a 20m/s, é desacelerado até o repouso com aceleração constante. O
ônibus percorre 100m antes de parar. Calcule a aceleração do ônibus, em módulo.
Solução:
Quando, num MUV (aceleração constante), o tempo é omitido, use Torricelli:
v2 = v2o + 2aΔS
02 = 202 + 2a . 100 a = -2m/s2
Em módulo:
a = 2m/s2
Aceleração escalar
Quando falamos dos parâmetros, podemos concluir que:
Nota:
* A velocidade escalar ( v), é medida pela área sob o gráfico y = f(t).
Gráfico espaço x tempo
O gráfico com relação ao espaço-tempo tem a forma de uma parábola, formando assim uma função
do 2° grau, este gráfico possui algumas características, que são elas:
- Quando a aceleração escalar for positiva, sua concavidade será voltada para cima; Vejamos:
- Quando a aceleração escalar for negativa, sua concavidade será para baixo; Vejamos:
Vejamos um exemplo:
Considere que um objeto partiu do seu repouso atingindo uma velocidade de 10 m/d, quando
estava sujeito a uma aceleração constante de 5 m/s². A partir daí, iremos calcular a variação do
espaço sofrido pelo objeto. Lembrando que delta s = s – s0.
V0 = 0 (repouso)
V = 10 m/s
α = 5 m/s²
VELOCIDADE ESCALAR
Quando falamos da relação entre velocidade escalar e tempo, dizemos que é uma função do 1°
grau, que é representada por: V0.
Notas:
* O movimento uniformemente variado, pode ser definido também através da velocidade escalar.
* A velocidade escalar média, estando entre dois pontos t1 e t2, pode ser calculada também através
da média aritmética entre duas velocidades escalares V 1 e V2, nos instantes t1 e t2.
Vejamos:
* Dependendo do valor de t 1 e t2, a velocidade escalar média entre esses dois instantes t1 e t2, pode
variar, pois a velocidade escalar não é constante.
MOVIMENTOS EM TRAJETÓRIAS VERTICAIS
Todos os corpos que se movimentam nas imediações da superfície terrestre, sem contato com o
solo e sujeitos apenas à atração gravitacional (força peso), estão submetidos à mesma aceleração (a
da gravidade).
MOVIMENTO DE QUEDA LIVRE
Só é possível no vácuo;
Um caso especial de MRUV ( usa as formulas desse movimento)
FR=P, só essa força age nesse movimento.
LANÇAMENTO VERTICAL
Equações: origem no ponto de lançamento (S0 = 0); trajetória orientada no sentido do movimento.
Quando dois corpos quaisquer são abandonados, no vácuo ou no ar com resistência desprezível, da
mesma altura, o tempo de queda é o mesmo para ambos, mesmo que eles possuam pesos
diferentes.
MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME
Características:
• Trajetória: circunferência.
• Movimento periódico.
• Velocidade constante somente em modulo módulo ( valor )
• Aceleração tangencia nula. a = 0
• Aceleração centrípeta constante em módulo. ac # 0 e constante
• Freqüência e período: constantes.
* Relação entre período e frequência
A partir da definição do período, a posição, a velocidade e a aceleração de um objeto irá se repetir
uma única vez, ou seja, n = 1.
A partir da expressão da frequência temos:
Unidades
Considerando o SI, temos:
V = 2π f R e ω = 2π f
V= ω . R
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ac= V ac = ω R
R
Nota:
* φo, é o símbolo que representa o ângulo horário, ou a fase inicial do ângulo.
* ω é o símbolo que representa a velocidade escalar angular.
*φ é o símbolo que representa o ângulo horário em um determinado instante t.
Estudo vetorial do movimento circular e uniforme
A velocidade vetorial no movimento circular uniforme (MCU) apresenta o módulo constante,
sendo sempre tangente à sua trajetória, e com direção variável.
Com isso podemos dizer que:
* Na aceleração vetorial, a componente tangencial sempre será nula.
* Na aceleração vetorial, a componente centrípeta é diferente de zero, apresentando um módulo
MOVIMENTO ACOPLADO DOIS PONTOS SOBRE O MESMO DISCO
VA = VB VA >VB
RA < R B RA < RB
ωA > ω B ωA = ω B
fA > f B fA = f B
TA < T B TA = T B
ωA.RA= ωB.RB 2π fA = 2π fB