Texto 10 - Duboc 2018
Texto 10 - Duboc 2018
Texto 10 - Duboc 2018
P553
Formato: epub
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Modo de acesso: world wide web
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-68326-23-7 (recurso eletrônico)
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Teaching and learning have multiple and conflicting meanings that shift with our lived
lives, with the theories produced and encountered, with the deep convictions and desi-
res brought to and created in education, with the practices we negotiate, and with the
identities we construct. (BRITZMAN, 1991, p. 10)
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Além do conhecimento pessoal, Goodwin (2010) também discute o conhecimento contextual,
o conhecimento pedagógico, o conhecimento social e o conhecimento sociológico.
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Por “exercício crítico” entendo o trabalho de interpretação textual calcado na problematização
não apenas do que “está no texto”, mas, sobretudo, daquilo que eu narro para mim em meu
contato com o texto e como minha narrativa se aproxima ou se distancia da narrativa do outro.
Trata-se, portanto, de uma visão de crítica colada à proposta de “ler se lendo” segundo Menezes
de Souza (2011), conforme discorro na nota 4.
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Mote, aliás, já utilizado por Lantolf (1996) em resposta veemente ao texto de Gregg (1993), inti-
tulado Taking explanation seriously; or, Let a couple of flowers bloom, em que este último questiona
a relevância e validade de pesquisas “menos científicas” emergentes no campo das teorias de
aquisição de línguas.
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Diferentemente do conceito de leitura sob a perspectiva mais tradicional da pedagogia crítica,
em que o sujeito-leitor conscientemente percebe a verdade por trás do texto, o exercício daquilo
que Menezes de Souza (2011) chama de “ler-se lendo” inscreve-se na perspectiva mais recente
do letramento crítico, cuja interpretação textual passa a ser também responsabilidade do sujeito-
-leitor. Ler se lendo implica, em linhas gerais, estarmos alertas (ou conscientes, nos termos
freireanos) o tempo todo sobre o modo como interpretamos o texto. Para tanto, o sujeito-leitor
precisa reconhecer que aquilo que ele lê não é aquilo que está escrito, mas, sim, aquilo que ele
narra para si, fruto das significações circulantes em sua comunidade, já que esse sujeito é en-
tendido aqui como socioculturalmente constituído.
It would be less of an option for teachers who have little decision-making power over
their working conditions or are overwhelmed by the demands of high-stake testing.
Still, I would invite readers to think about those small spaces, places, and moments in
which we do have “wiggle room” — that is, opportunities to ignore or re-interpret lan-
guage policies, curricula, and classroom materials in ways that better reflect the local
needs and realities of our students. (MORGAN, 2010, p. 36)
If the professional community is serious about disrupting, if not dismantling, the he-
gemonic power structure, it must resolve not only to think otherwise but also to act
otherwise. (…) In other words, merely tinkering with the existing hegemonic system will
not work; only a fundamental epistemological rupture will. In order to begin to effect
this rupture, the subaltern community has to unfreeze and activate its latent agentive
capacity, and strive to derive a set of concerted, coordinated, and collective actions
based not on the logic of coloniality but on a grammar of decoloniality. A grammar of
decoloniality, if it is to be useful and useable, has to be formulated and implemented by
local players who are knowledgeable about, and sensitive to, local conditions. They can,
of course, be guided by a broader framework.
And yet, there’s another sense of the notion critical that seems important here, too: criti-
cal as in a critical moment, a point of significance, an instant when things change. It seems
to me that in the practicum observation, and, come to think of it, our teaching more gene-
rally, this is what we’re looking for — those critical moments when we seize the chance to
do something different, when we realize that some new understanding is coming about.
Acredito que ilustrar uma prática que, a meu ver, constitui um exer-
cício de crítica em meu contexto profissional exigiria tempo para a devida
contextualização, motivo pelo qual busquei responder de maneira mais
expansiva. Talvez eu tenha caído num abstracionismo ou academicismo
ao repetir palavras sem, de fato, trazer a tal prática. A fim de redimir-me,
opto, então, por fazer ecoar as vozes dos próprios alunos junto à minha voz
neste texto, justamente porque a maneira como significam a minha aula
alimenta o exercício de ler me lendo enquanto, transitando o tempo todo do
lado de lá e de cá do púlpito, aprendo com e ensino o outro. Ao responder
sobre os desafios de esboçar uma aula de inglês sob uma perspectiva críti-
ca, J revela seu lugar num entre-espaço, em que, tendo sido (supostamente)
deslocado e perturbado, parece agora desejar algum tipo de expansão ou
ressignificação para a aula de inglês, o there is more como ele mesmo faz
menção em relação às aulas de línguas estrangeiras. Não há receitas, não
há métodos, mas, sim, o difícil exercício a J e aos meus outros (ex) alunos
de conectar as coisas para, quiçá, ver “tudo novo e lindo e diferente, as
coisas, as árvores, as caras das pessoas” e, principalmente, possibilitar, em
uma aula de inglês, que seus futuros pupilos também possam ver, vez e
outra, “tudo novo e lindo e diferente”, todos tonteando, a exemplo de Mi-
guilim, em suas novas descobertas:
My internship experiences proved and gave me hope that critical literacy is possi-
ble (and necessary). Language is an intrinsic part of our lives, so the learning process
should not be disconnected from it. On the contrary, it should be focused on it. As for
learning a foreign language, something else is added to the matter, which is the idea of
learning the language and culture of others, and making it ours in the process. I believe
I am prepared to give a critical English class. However, what still concerns me is ‘con-
necting’ everything (5 skills, grammar, criticism...) that is the biggest challenge — how
to combine them without neglecting the fact that we are teaching English. (not sure
if it’s clear haha) (…) My experience also showed me that we need to explain what we
are doing, somehow. I’m saying this because I think people still see content, grammar
content, as what an English class should be. And the school community should know
that there is more. (J)