Governança Corporativa, Um (Possível) Conceito Geral
Governança Corporativa, Um (Possível) Conceito Geral
Governança Corporativa, Um (Possível) Conceito Geral
RESUMO
ABSTRACT
The Corporative Governance, although an institute already established in the
business environment, to this day, does not have a general concept that can be admitted to any
part of the globe, in all markets. What does exists today, are many concepts elaborated by
individual institutions dedicated to the promotion of Corporate Governance, portraying only
individual market conditions.
In a globalized world, where the business reality is not tight in one nationality, it is
essential to unify the concept of Corporate Governance to guarantee the credibility of that
institute. The Corporate Governance already proved himself as an important phenomenon in
science of administration to regulate relations in the business market. And, now it is time to
the legal system understand and interpret this management institute to better incorporate it
into the Juridical Science.
INTRODUÇÃO
1
Neste artigo a expressão “mercado” está se referindo à acepção econômica do termo. Significa, o ambiente
composto por um conjunto de pessoas e/ou empresas oferecendo ou procurando bens, serviços, ou capitais.
Neste sentido: “Um mercado consiste de todos os consumidores potenciais que compartilham de uma
necessidade ou desejo específicos, dispostos e habilitados para fazer uma troca que satisfaça essa
necessidade ou desejo.” (KOTLER, Philip. Administração de Marketing – Análise, Planejamento,
Implementação e Controle.)
2
Disponível em: http://www.ibgc.org.br/Home.aspx
Em que pesem todos os trabalhos doutrinários a respeito do tema, ainda não foi
proposto um conceito uno de Governança Corporativa.
A ausência de um conceito geral de Governança pode gerar um grande prejuízo a
este importante instituto, porquanto a indefinição é o primeiro passo para o descrédito. A
delimitação da abrangência dos seus preceitos, a cuidadosa especificação de sua aplicação é
fundamental para demonstrar que a Governança não é apenas mais um modismo passageiro, e
sim uma forma revolucionária de se encarar a gestão de empresa.
A importância da Governança vai além do discurso vazio, romancista e utópico, ela
representa todos os valores sociais embutidos em um dos ramos mais cruéis: o mercado. A
Governança busca, em certo nível, moralizar o que podemos chamar de a alma do sistema
capitalista, nos revelando como um comportamento ético (de respeito aos acionistas,
observância à lei, entre outros aspectos) pode representar também uma maior eficiência na
gestão.
Por muito tempo a Governança Corporativa foi vista apenas como um conjunto de
recomendações, “bons conselhos”, cuja vinculação era facultativa. Sua adoção era tida apenas
como uma declaração de boas intenções para com seus investidores.
Para conseguir regular o mercado, mais do que simplesmente apresentar-se como
“um bom conselho”, é imprescindível que o empresariado assimile os princípios de
Governança como valores morais cogentes, capazes de potencializar/incrementar a eficiência
da gestão e a organicidade funcional; e, consequentemente o lucro. Ou seja, valores que, por
sua importância para a sociedade, e comprovada capacidade de otimizar o desempenho das
empresas, objetivando a harmonização e a melhor organização do mercado, foram
recepcionados pelo sistema jurídico e transformados em normas. A força coercitiva do Direito
é essencial em um primeiro momento para que o empresariado assuma a Governança como
um compromisso social e com a perenidade da empresa.
E, possuindo tal mister, o estudo da Governança Corporativa não pode se limitar
apenas à disciplina de administração de empresa, mas tem efeitos principalmente no ambiente
jurídico. Repita-se, para impingir às empresas seus preceitos éticos, não há meio mais
eficiente do que o uso do Direito.
Assim, este trabalho busca propor diretrizes para a construção de um conceito
jurídico de Governança Corporativa, pois um mundo globalizado clama por conceitos
universal.
A construção de todo e qualquer conceito deve ser feita com método, através de uma
cuidadosa pesquisa científica. Sem a observância de uma metodologia corre-se o risco de o
conceito proposto não passar de uma mera expressão da intuição, nada mais do que uma
expressão do conhecimento comum, ordinário.
Edson Schroeder, (SCHROEDER, 2007) ao analisar o processo de construção dos
conceitos, através da análise dos conceitos espontâneos e dos conceitos científicos, cita
Vygotsky, para quem a construção conceitual não é um processo passivo ou uma simples
formação por associação: “o conceito não é simplesmente um conjunto de conexões
associativas que se assimila com a ajuda da memória, não é um hábito mental automático,
mas um autêntico e completo ato do pensamento”. (VYGOTSKY, 1993)
Ele reforça ainda que um conceito não se constrói apenas com o estabelecimento
mecânico entre uma palavra e um objeto, mas trata-se de um processo eminentemente
produtivo e não reprodutivo. (SCHROEDER, 2007)
A metodologia, portanto, tem o condão de transformar os conhecimentos intuitivos
em conhecimentos científicos.
Assim, propomos para a conceituação de Governança Corporativa o seguinte
processo de investigação: inicialmente a delimitação do conhecimento comum, da intuição;
em seguida a localização do tema proposto no tempo e no espaço; por fim a delimitação do
objeto estudado. Para tanto, serão verificados os métodos epistemológicos, semânticos e
análogos.
O primeiro passo, portanto, para tentarmos conceituar Governança Corporativa é
delimitar o conhecimento comum acerca do tema, a forma como vem sendo utilizado e os
problemas encontrados nas ulteriores tentativas de conceituação.
O DESAFIO DA CONCEITUAÇÃO
A Governança Corporativa, embora atualmente seja um instituto consagrado, não
possui até a presente data um conceito que possa ser considerado universal.
A dificuldade na delimitação da conceituação da Governança Corporativa deriva de
sua grande abrangência e das inúmeras possibilidades de enfoque e significação. A
abrangência da Governança é um entrave à sua conceituação uma vez que pode remontar a
questões legais, como as que regem o Direito Societário e sucessório, questões financeiras ou
estratégicas, ou mesmo questões de gestão. Ou seja, a Governança Corporativa não se limita a
apenas uma área do conhecimento, pois ela é um instituto que podemos chamar de
multidisciplinar, que apresenta influências no meio jurídico, administrativo e econômico.
Não fosse o bastante, a acepção de Governança Corporativa também pode encontrar
variações em virtude do meio em que está inserida. As diversidades culturais influenciam
diretamente nos modelos de gestão e nas realidades empresarias, porquanto cada país
apresenta uma tipologia de empresa distinta (predominância de empresas familiares,
companhias abertas ou fechadas, dimensão das empresas, entre outros aspectos), afetando,
portanto, a compreensão do que seja Governança Corporativa em cada região do mundo.
Nesse sentido, preleciona José Guimarães Monforte:
Ante ao panorama apresentado, tem-se que não existe, como acima ressaltado,
nenhum conceito uno, global e definitivo de Governança Corporativa. Porém, no plano
teórico, diversas foram as tentativas de delimitar o tema de forma abrangente e simplificada,
objetivando ao menos especificar os pontos comuns a todas as realidades empresariais.
Nesse sentido, uma das primeiras vezes que a expressão Governança Corporativa foi
utilizada na acepção atualmente conhecida foi atribuída a Robert Monks, nos Estados Unidos
em 1991. Monks acreditava que “a empresa que conta com o monitoramento eficaz dos
acionistas adiciona mais valor e gera mais riqueza que aquela que não dispõe de tal recurso.”
(MONKS, 1992; RESSETI, 2012)
Monks publicou diversas obras que divulgavam os ideários de governança, como por
exemplo “Power and accountability”, publicada em 1992 e “Corporate Governance”,
publicado em 1995, obra esta que se propõe a ser um manual de governança que apresenta
uma série de exemplos práticos ocorridos em empresas americanas e de outros países. Este foi
o primeiro livro intitulado Governança Corporativa.
Não obstante, a árdua tentativa de conceituar este instituto coube também aos
chamados Códigos de Melhores Práticas de Governança Corporativa. O primeiro código de
melhores práticas foi definido em 1992 na Inglaterra, o chamado Cadbury Report, segundo o
qual:
Todavia a primeira vez que uma organização mundial buscou não apenas
conceituar, mas também promover a Governança Corporativa foi em 1999, com a primeira
edição dos Principles of Corporate Governance, pela Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico – OCDE.
There is no single model of good corporate governance. However, work carried out
in both OECD and non-OECD countries and within the Organisation has identified
some common elements that underlie good corporate. The principles build on these
common elements and are formulated to embrace the different models that exist.
(OCDE, 2004).
Um estudo elaborado pela Weil, Gotshal & Manges LLP3, em parceria com a
European Association of Securities Dealers – EASD e a European Corporate Governance
Network – ECGN, relacionou os seguintes principais conceitos de Governança Corporativa de
países membros da União Europeia:
‘Corporate governance’ refers to the set of rules applicable to the direction and
control of a company.
Cardon Report, 2 (Belgium)
3
Weil, Gotshal & Manges LLP. Comparative Study Of Corporate Governance Codes Relevant to the European
Union And Its Member States. Disponível em: <
http://ec.europa.eu/internal_market/company/docs/corpgov/corp-gov-codes-rpt-part1_en.pdf> Acesso em:
15 de Abril de 2013.
influenced by the company’s dispositions and business (in this context jointly
referred to as the company’s stakeholders). Stakeholders include employees,
creditors, suppliers, customers and the local community.
Nørby Report & Recommendations, Introduction (Denmark)
Corporate governance describes the legal and factual regulatory framework for
managing and supervising a company.
Berlin Initiative Code, Preamble.
Corporate Governance, in the sense of the set of rules according to which firms are
managed and controlled, is the result of norms, traditions and patterns of behaviour
developed by each economic and legal system.
Preda Report, Report § 2 (Italy)
Não existe ainda uma noção jurídica do termo governança corporativa, que designa,
em geral, uma tendência, ainda em plena evolução nos mercados de capitais, de
melhorar as relações entre os agentes de poupança pública, que circula nesses
mercados, e os detentores do poder nas empresas para onde é canalizada esta
poupança.
A evolução desta tendência, entretanto, tem ocorrido de forma acelerada e cada vez
mais abrangente em face do fenômeno da globalização, alterando paradigmas,
criando novos comportamentos e exigências por parte dos agentes, provocando o
surgimento de novos mecanismos e instrumentos de mercado, influenciando
alterações legislativas, suscitando debates acadêmicos no campo das várias ciências
sociais, transformando-se enfim, talvez num dos primeiros fenômenos
socioeconômicos efetivamente característicos do mundo globalizado. (SIMÕES,
2003)
Arnold Wald, por sua vez, tenta delimitar um conceito de governança sob o enfoque
da Administração de empresas,
(...) do ponto de vista técnico podemos dizer que o conjunto de medidas que
assegura o funcionamento eficiente, rentável e equitativo das empresas deve
assegurar a prevalência do interesse social sobre os eventuais interesses particulares
dos acionistas, sejam eles controladores, representantes da maioria ou da minoria.
Trata-se, portanto, da criação do Estado de Direito dentro da sociedade anônima, em
oposição ao regime anterior de onipotência e de poder absoluto e discricionário do
controlador ou do grupo de controle. (WALD)
GOVERNANÇA E TERRITORIALIDADE
4
IBGC, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Código das Melhores Práticas de Governança
Corporativa. Disponível em: < http://www.ibgc.org.br/CodigoMelhoresPraticas.aspx> Acesso em 16 de Abril
de 2013.
críticos é impossível a elaboração de um conceito universal de Governança Corporativa, uma
vez que, embora as relações modernas no mercado sejam cada vez mais globalizadas, os
modelos empresariais e de gestão não estão padronizados, unificados.
Porém, esta premissa não é inteiramente verdadeira. Embora cada mercado possua
suas peculiaridades, alguns dominados por empresas pulverizadas, de grande porte, outras
marcadas pelas empresas familiares, de poder concentrado e por vezes não listada em bolsa,
ainda assim é possível a realização de um conceito de Governança.
O instituto da Governança Corporativa se aplica indistintamente tanto ao mercado
acionário quanto às empresas de capital fechado, como a sociedade anônima não listada em
bolsa, ou mesmo as empresas que adotaram outro formato, como a sociedade limitada.
Então, uma vez que podemos aplicar os preceitos de Governança em diversas
realidades, não é crível que estas diferenças possam engessar a criação de um conceito. Se os
preceitos de Governança são universais, nada mais crível do que a construção de um conceito
igualmente universal.
Os preceitos de Governança são os mesmos em todo o globo, sempre se baseiam na
transparência (disclosure), equidade (fairness), prestação de contas (accountability), e
cumprimento do ordenamento (compliance). Estes princípios apontam as diretrizes que devem
ser seguidas tanto pelas empresas quanto pelo Estado ao editar normas de mercado.
O que varia, em verdade, é o conteúdo destes princípios. Cada Estado deve adequar
estes princípios à sua realidade. Ou seja, cada Estado, cada mercado dá um enfoque maior a
determinados princípios em virtude de sua realidade, mas tal fato de maneira alguma
descaracteriza o instituto.
Um forte indício que demonstra a universalidade dos preceitos de Governança
Corporativa é o relatório da OCDE intitulado Principles of Corporate Governance, revisado
em 2004 e que se propõe a ser um modelo ético a ser seguido por todo o meio empresarial,
podendo ou não ser incluído nos respectivos ordenamentos jurídicos. Este relatório é um
verdadeiro guia dos princípios de governança, apontando inclusive as implicações de sua
adoção. E, ao analisá-lo fica evidente que não há nenhum entrave a adoção de suas diretrizes
por nenhum Estado, qualquer que seja o modelo empresarial dominante. (OCDE, 2004)
5
Neste trabalho entende-se por Estado uma instituição organizada politicamente, socialmente e
juridicamente, ocupando um território definido, normalmente onde a lei máxima é uma Constituição
escrita, e dirigida por um governo que possui soberania reconhecida tanto interna como externamente.
E mais, para a conceituação de Governança Corporativa é dispensável que se esmiúce os
desdobramentos de cada um de seus princípios. Não é necessário definir dentro do conceito de
governança quais os desdobramentos do princípio da transparência, quantos relatórios anuais
serão necessários ou como deverá ser feita a auditoria independente. Este é o papel do Estado
e do ordenamento jurídico e não uma tarefa para o conceito. Esta é a principal razão para que,
a diferença de mercado em cada Estado do globo não afete o conceito universal.
Assim, temos que a Governança Corporativa é um instituto universal, que pode ser
aplicado no mercado indistintamente.
governança não é o mesmo que governo (...) governo sugere atividades sustentadas
por uma autoridade formal, pelo poder de polícia que garante a implementação das
políticas devidamente instituídas, enquanto governança refere-se a atividades
apoiadas em objetivos comuns, que podem ou não derivar de responsabilidades
legais e formalmente prescritas e não dependem, necessariamente, do poder de
polícia para que sejam aceitas e vençam resistências. (ROSENAU, 2000; citado por:
GONÇALVES, 2005)
Ainda que pareça uma questão simples de ser respondida, o objeto da Governança
Corporativa não é colocado na doutrina de forma tão clara e inequívoca. O instituto Brasileiro
de Governança Corporativa, o IBGC, atribui como objeto da Governança a solução do
chamado conflito de agência.
Ao descrever a origem da Governança Corporativa no mundo, o IBGC delimita o seu
objeto afirmando:
6
IBGC, instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Casos de empresas familiares não listadas. Disponível
em: http://www.ibgc.org.br/EstudoCasos.aspx?CodEstudo=4. Acesso em: 17 Ago 2013.
Ao buscar maior eficiência na gestão da empresa, o empresariado busca, em verdade,
munir-se de instrumentos capazes de vencer os desafios impostos pelo mercado de modo a
garantir sua sobrevivência. Ao montar um empreendimento o sujeito o faz esperando que ele
obtenha sucesso, ou seja, que ele se mantenha prospero ao longo dos anos.
A Governança, neste sentido apresenta-se como um modelo de gestão aparelhado
para vencer os desafios modernos impostos ás empresas.
Ao propor uma forma de harmonizar os interesses das partes relacionadas (gestores,
shareholders e stakeholders) a Governança Corporativa pretende sanar a principal causa de
fechamento das empresas. É impossível uma empresa ser bem sucedida quando existem
diversas ações judiciais entre investidores e administradores engessando a tomada de
decisões. É impossível a uma empresa obter sucesso quando seus empreendimentos são
embargados por ações públicas.
A grande inovação da Governança Corporativa reside no fato dela demonstrar
através de seus princípios que não há perenidade na empresa, é impossível ela se perpetuar,
sem que seja atendida a função social da empresa. Trata-se de um importante instrumento
moralizador do ambiente empresarial, pois ensina preceitos morais básicos como a lealdade,
através do princípio da transparência e da equidade; adequação às normas em geral;
responsabilidade, através da prestação de contas periódica7.
Neste contexto, o conflito de agência, embora seja um fator muito importante, não
pode ser visto como o objeto da Governança Corporativa. O grande objetivo da Governança,
seu verdadeiro propósito nada mais é do que a perenidade da empresa. Superar o conflito de
agência nada mais é do que uma forma de garantir a perenidade da empresa.
CONCLUSÃO
7
Muitos defendem que a Governança Corporativa se traduz em preceitos de eficiência que não se
confundiriam com o conceito de moral. Todavia, no presente trabalho, entendemos que tais conceitos não se
excluem, ao contrário. É aí que reside a grande inovação do instituto da Governança Corporativa, reunir
eficiência e moral, mostrar ao empresariado como que atuar de maneira correta, respeitando os seus
acionistas, conferindo-lhe direitos iguais, agindo com lealdade ao prestar contas aos investidores, ao coibir
fraudes e responsabilizar os gestores, pode sim traduzir em eficiência e, porque não, em lucro.
Para a elaboração do conceito de Governança Corporativa não é diferente. Ficou
demonstrado que é possível estabelecer uma conceituação una, global ou universal. O fato de
os Estados não caracteriza um entrave à formação de um conceito universal de Governança
Corporativa.
Em que pesem todas as diferenças do setor empresarial em cada Estado, os princípios
gerais de Governança Corporativa, norteadores do comportamento empresarial conforme a
moral e os interesses primeiros da empresa (otimização da gestão, primando pela perenidade
desta), são sempre os mesmos. Tanto é verdade que a OCDE, reconhecendo os pontos comuns
a todos os sistemas publicou o Principles of Corporate Governance. Referida obra apresenta
as principais diretrizes para as empresas que desejam adotar os princípios de boa Governança,
não havendo nenhuma restrição a tipo empresarial ou modelo de mercado.
A Governança diz respeito aos meios e processos que são utilizados para produzir
resultados eficazes. E, sendo assim, cada Estado tem a liberdade de melhor adequar
os preceitos de Governança à sua realidade.
Delimitado o limite territorial de abrangência, foi especificado, ainda o objeto de
Governança Corporativa. Um objeto amplo, que através de vários objetivos subsidiários,
como a solução do conflito de agência, a promoção da função social, busca como finalidade
máxima alcançar a perenidade das empresas.
Governança Corporativa, neste contexto, nada mais é do que uma pluralidade de
preceitos morais, normatizados ou não, de transparência, equidade, prestação de contas e
conformidade com a lei, norteadores da gestão empresarial, voltados para a garantia da
perenidade da empresa. E, em última instância, permitir que cumpra papel fundamental no
desenvolvimento da própria sociedade capitalista, preponderante no mundo contemporâneo,
calcada na existência da excelência dos mecanismos de ações cujo resultado terá repercussão
concreta e direta na vida de todos nós.
REFERÊNCIA
LEBRUN, Gérard. A paciência do conceito. Ensaio sobre o discurso hegeliano. São Paulo:
Editora da UNESP, 2006.
MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do direito. São Paulo: Revista dos
Tribunais. 27 ed. 2008.
MONKS, Robert A.G.; MINOW, Nell. Power and accountability. New York: Harper
Collins, 1992 apud: RESSETI,José Paschoal. ANDRADE, Adriana. Governança
Corporativa: fundamentos, desenvolvimento e tendências. São Paulo: Atlas. 6. ed. 2012.
OECD. Principle of Corporate Governance. Paris: OECD Publications Service. 2004. p. 11.
Disponível em: <www.oecd.org/corporategovernanceprinciples/31557724.pdf > Acesso em:
16 de Abril de 2013.
WALD, Arnoldo. O Governo das Empresas. In: Revista de Direito Bancário, do Mercado de
Capitais e da Arbitragem, n. 15
Weil, Gotshal & Manges LLP. Comparative Study Of Corporate Governance Codes
Relevant to the European Union And Its Member States. Disponível em: <
http://ec.europa.eu/internal_market/company/docs/corpgov/corp-gov-codes-rpt-part1_en.pdf>
Acesso em: 15 de Abril de 2013.