Projeto Terapia Ocupacional
Projeto Terapia Ocupacional
Projeto Terapia Ocupacional
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE CEILÂNDIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM TERAPIA OCUPACIONAL
Brasília – DF
2016
2
Brasília – DF
2016
3
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
_______________________________________________________
Aprovado em:
Brasília,..........de.........................de..............
4
Email: [email protected]
Brasília – DF
2016
5
RESUMO
O objetivo desta pesquisa consiste em buscar na literatura estudos que mostrem a atuação
âmbito escolar. Os artigos tiveram sua periodicidade estabelecida entre os anos 2004 a 2016.
Seguindo estes critérios, os resultados obtidos na busca na base de dados Biblioteca Virtual
operador booleano: “AND”, teve o resultado de 49 artigos, e 5 entraram para o estudo. Nos
textos estudados foram encontradas variadas formas de práticas atuais e como eram
ABSTRACT
The objective of this research is to search in the literature studies that show an action of the
occupational therapist in the school area and as current practices used in the educational
environment. This bibliographic review was developed from articles located in the electronic
database of Virtual Health Library (VHL), including articles in Portuguese that became a full
and online text availability and a correlative publication on an update of the Occupational
Therapy, its practices and interventions in the school environment. The results showed their
periodicity established between the years 2004 to 2016. Following these criteria, the results
obtained in the search of a Virtual Health Library (VHL) database, with the descriptors
"Occupational Therapy" and "school" together with The Boolean operator: "AND", had the
result of 49 articles, and 5 entered the study. Our texts were found in various forms of current
practices and how they were performed by Occupational Therapy in the school context.
SUMÁRIO
Introdução....................................................................................................... 8
Método........................................................................................................... 10
Resultados e Discussão................................................................................ 12
Considerações finais..................................................................................... 23
Referências..................................................................................................... 24
Anexo I............................................................................................................. 26
8
INTRODUÇÃO
de acordo com Associação Americana de Terapia Ocupacional (AOTA, 2015) ¹. Ainda para
AOTA (2015) ¹ o profissional que trabalha com Terapia Ocupacional dispõe do conhecimento
para trabalhar direcionado sobre a relação transacional entre a pessoa e as atividades diárias
importantes e, a partir disso, ele vai traçar planos de intervenção satisfatórios para o cliente
foi definida como “lócus” dessa pesquisa, necessita de apoio para conseguir lidar com a
diversidade e singularidade dos alunos. Neste sentido é preciso criar uma rede de apoio para
que juntos, num processo de permanente diálogo entre diferentes profissionais, sejam criados
espaços para debater ideias que possam auxiliar na resolução de problemas e compartilhar
alunos no sucesso das ações escolares. Esse debate precisa ser constituído por professores,
educação, trabalho, brincar, lazer e a participação social, bem como suas inter-relações em
A ação da Terapia Ocupacional na escola foge dos padrões clínicos, pois não se atem
das dificuldades, tanto emocionais como sentimentais que permeiam as relações. Desta forma
membros da equipe escolar, o trabalho é de direcionar atividades que facilitem as ações dos
terapeuta ocupacional promove oficinas, palestras, roda de conversas, estudo de caso entre
outras atividades, para obter trocas e construção de diálogos. Além disso, existe o trabalho
junto aos professores de avaliar e fazer o diagnóstico terapêutico ocupacional para que as
crianças com “déficits” e dificuldades mais graves sejam encaminhadas para os serviços de
facilitador nas variadas necessidades do aluno, seja ela física, cognitiva, psicomotora ou
consegue ver com mais sensibilidade a subjetividade de cada indivíduo, sabendo pôr na
diálogo sobre as necessidades dos alunos, problemas e sobre o cotidiano desses na escola.4
Nesse contexto, o presente estudo foi idealizado com objetivo de verificar as práticas
MÉTODO
tenha uma cobertura de uma série de fenômenos mais vasta, do que teria na pesquisa direta,
e quando o problema da pesquisa necessita de dados que estão mais difundidos pelo espaço,
Para tanto, foi desenvolvida uma busca na base eletrônica de dados da Biblioteca
Regional de Medicina (BIREME) e une em uma única interface bases internacionais como
entre outras. 7
Headings” (MeSH) dessa base, os quais foram usados para a pesquisa “Terapia Ocupacional”
e “escola” juntamente com o operador booleano: “AND”. Os operadores booleanos têm como
objetivo ampliar ou restringir a pesquisa, com as palavras “AND” / E, “OR”/ OU e “NOT”/ NÃO
Terapia Ocupacional, suas práticas e intervenções no âmbito escolar. Além disso os artigos
tiveram sua periodicidade estabelecida entre os anos 2004 a 2016. Os critérios de exclusão
foram: ser outro tipo de publicação, que não fosse de artigo; estarem fora da periodicidade
estabelecida; escritos em outro idioma que não fosse português e aqueles que não continham
Para obter os dados, foi utilizada a análise dos artigos a partir da leitura dos textos
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A busca dos artigos foi realizada na base de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS),
entraram para o estudo, por seguir os critérios de inclusão e estarem relacionados à atuação
__________________________
Quadro: 1
Apresentação das características dos artigos incluídos na Revisão Bibliográfica
Terapia Andrea Perosa O objetivo desse Foram feitas Houve gradativas adesões
ocupacional e Saigh Jurdi, artigo é: relatar intervenções com às atividades por parte dos
propostas de Maria Inês Britto uma parceria entre atividades lúdicas em alunos, pois muitos se
intervenção na Brunello, os campos da uma classe da negavam a participar.
rede pública Marcelo Honda Terapia Educação infantil com Devido à mobilização da
2004 Ocupacional e da criança de 5 a 6 anos, turma, contagiou outras
Educação, indicada pela escola turmas e os alunos se
utilizando como como classe de difícil colocaram para ensinar às
recurso para a convivência. atividades as outras
intervenção na Seguindo os passos de turmas. Aos poucos grupos
escola, a atividade observação, escuta do de alunos que se negavam
lúdica. professor, realização a participar passaram a se
das atividades. envolver nas atividades.
O trabalho com os
docentes deixou reflexões
sobre o lugar que o
professor ocupa como
cidadão nas políticas
públicas.
13
A inclusão escolar Andréa Perosa O objetivo desta A pesquisa foi realizada Ficou evidente a
de alunos com Saigh Jurdi; pesquisa foi no horário de recreio de transformação das relações
deficiência mental: Maria Lúcia compreender como uma escola estadual de interpessoais estabelecida
uma proposta de Toledo de a atividade ensino fundamental da durante a intervenção nos
intervenção do Moraes proposta pela cidade de São Paulo. O jogos e nas atividades
terapeuta Amiralian terapia artigo não traz um lúdicas realizadas durante o
ocupacional no 2006 ocupacional método claro. Fez uma recreio da escola,
cotidiano escolar poderia interferir e análise principalmente as relações
modificar as qualitativa da de cooperação, mais
relações intervenção realizada respeito às intervenções,
estabelecidas em pela Terapia pedidos e propostas dos
relação aos alunos ocupacional, por meio alunos entre si. A atividade
com deficiência do relato de uma baseada na confiabilidade
mental no experiência de trouxe trocas e encontros
ambiente escolar. intervenção realizada mostrando uma real
por inclusão de todos os
estagiários de Terapia, alunos.
para verificar se a
atividade lúdica -
provocaria
possibilidades de
encontro entre os
alunos da classe
especial e os outros
alunos.
“Hoje na escola a Daniela Tavares Esta pesquisa teve Este estudo foi Observou-se
gente está falando Gontijo; como objetivo realizado pelo Núcleo uma ampliação e
em Estenifer descrever e de Estudos e aprofundamento das
vulnerabilidade”: Marques; analisar a Pesquisas em concepções
contribuições da Heliana Castro experiência Vulnerabilidade e abordadas, sendo possível
terapia Alves de um programa Saúde na Infância notar uma
ocupacional no 2012 de formação de e Adolescência maior sensibilização destes
processo de educadores do (NEPVIAS - UFTM) em para a realidade vivenciada
formação ensino parceria pelos alunos, o que pode
continuada de fundamental sobre com a Secretaria contribuir para uma
professores as possibilidades Municipal de Educação mudança de sentimentos,
de utilização de e Cultura pensamentos e posturas
jogos pedagógicos de um município no em seu contexto de
com crianças em interior de Minas trabalho. Acredita-se que o
situação de Gerais. Fez uso de um curso possa
vulnerabilidade estudo de caso ter contribuído para a
social. qualitativo, com 14 ampliação de ferramentas
professores do ensino tanto teóricas, quanto
fundamental, sendo práticas, que possibilitem
1 (um) homem e 13 ao professor a
(treze) mulheres. Foi maximização do seu
utilizado questionário e desempenho
um grupo focal. no processo educativo de
forma contextualizada.
15
política para a atuação da Terapia Ocupacional no contexto escolar. A AOTA (2015) ¹ destaca
que a Terapia Ocupacional está em uma profunda ligação com uma relação transacional, que
inclui o domínio e o processo da profissão, e dentro deste contexto a educação está inserida
nas ocupações dos sujeitos. Corroborando com isso, Jurdi et al (2004)9 destaca em seus
estudos que o trabalho da Terapia Ocupacional no campo da educação tem possibilitado que
sentido, é possível observar que a partir dos trabalhos desempenhados em escolas, os apelos
feitos pela equipe escolar “refletem a necessidade de se pensar práticas mais efetivas que
ainda, possibilitaram melhores condições de vida”, norteado por essa consideração, Lopes et
al (2007)10 ainda discorre que “experiências nacionais e internacionais têm sido descritas e
revelado a escola como foco na atenção da Terapia Ocupacional”, incluindo como objetivos
Nos estudos selecionados nesta revisão, os autores apresentam a prática e visão sobre a
enriquecedores.
Assim como Cardoso e Matsukura (2012)11, que acreditam que as práticas cotidianas dos
Ocupacional.
Rocha et al. (2001)12 relata que o terapeuta ocupacional conta com a capacidade de
delinear sua prática com isso podendo agir ligadamente ao ambiente escolar.
16
pública”, e nele pode-se observar que as propostas de prática estão além de ambientes
qualidade de vida dos envolvidos, da autonomia em si, os quais se encontram com alguma
As atividades lúdicas têm como objetivo ensinar o indivíduo de forma prazerosa, alegre e
lúdica nada tem comparação com a concepção de um mero passatempo ou algo superficial.13
Chateau (1954)14 defende que para a criança toda atividade é jogo, e é pelo jogo que ela
advinha e antecipa as condutas posteriores. Adverte ainda que a infância sem a brincadeira
é inimaginável. Assim fica claro que o brincar é uma estratégia poderosa na aprendizagem da
colagem confecção de brinquedos de sucata. Com isso foi possível conhecer mais sobre o
problemas da classe, quais alunos eram os dificultadores da dinâmica da sala de aula, os que
não conseguiam ter uma certa autonomia e a falta de autoridade que a professora tinha em
melhor resultado. Por fim conseguiram atingir o objetivo da intervenção, trazendo discussões
e reflexões para o corpo docente e técnico da escola sobre a melhor forma de lidar com as
Apesar desta pesquisa não ter abrangido as intervenções para outras classes
apenas com o brincar, porém há uma intensa rotina escolar que envolve conteúdos e prazos
a serem cumpridos e uma falta de experiência por parte da equipe escolar e educadores em
inclusão em um ambiente escolar regular. Essa situação foi trazida pelas famílias que tem
suas crianças sendo acompanhadas na Unidade saúde escola referida na pesquisa. O estudo
aconteceu com duas crianças, matriculadas em escolas diferentes, porém com diagnósticos
que aconteceria a prática, chegando até mesmo a construir uma proposta de atividades em
Pode-se afirmar então que essa parceria está constituída em uma relação igualitária,
sem hierarquia, onde um auxilia o outro nas tomadas de decisões e nas ações para com os
material escolar, uso de recursos e pistas visuais, organização do tempo e espaço, estratégia
compartilhar um mesmo objetivo, recursos e responsabilidades para atuar juntas. 15,16 Frente
a esse conceito de consultoria colaborativa, pode-se verificar que essa prática apresenta
15
resultados satisfatórios, segundo trabalhos que a utilizaram, como o de Mendes (2004) eo
16
de Zanata (2005) , sendo que esses pesquisadores afirmam que na escola a Terapia
prestação de serviços, para que haja a participação efetiva e inclusão de alunos especiais no
ambiente escolar.
A inclusão escolar é real hoje para os que necessitam, porém há muito o que se fazer
para ser efetivada, como pode ser visto neste estudo em questão, o número de profissionais
A pesquisa de Lopes, R.E. et al, “Oficinas de atividades com jovens da escola pública:
tecnologias sociais entre educação e terapia ocupacional”, aponta que a Terapia Ocupacional,
vem se encaixando em diferentes temáticas, com diferentes públicos alvo, onde a educação
Nesta pesquisa, a prática utilizada foi a oficina de atividades, e o público alvo foram
adolescentes e jovens que vivem em uma comunidade carente e com grandes índices de
educadores e com a equipe, além de apresentar grande falta de interesse pelo cotidiano
escolar.
19
trocas de informações e muitos outros. Estes recursos serviram para focar em temas como:
É observado que a prática das oficinas de atividades traz uma boa repercussão e pode
até ser utilizada com diversos tipos de público, pois de uma forma geral segundo Silva
(2011)18, as oficinas permitem uma variedade de grandiosas ações, as quais podem ser
de vida, cotidiano, processos educativos acerca de direitos e deveres, entre tantas outras. É
importante destacar ainda que apesar dos direcionamentos prévios, o profissional deve
perceber que o interesse está na percepção individual de cada participante dessa intervenção.
A Terapia Ocupacional neste texto entra tanto na área social como na educacional,
mostrando suas potencialidades frente a diversas situações e com o apoio das atividades o
terapeuta ocupacional é inserido na cultura dos indivíduos e cumpre ações significativas para
escolar”, tem como objetivo verificar o impacto da intervenção no cotidiano escolar de alunos
contextos, como a rotina na sala de aula dos alunos especiais, o vínculo da equipe escolar
com os alunos deficientes, e o vínculo entre os alunos sem deficiência com os com deficiência.
deficiência e escolheram a hora do recreio, pois perceberam que esse momento era o que
lúdicas, brincadeiras que já eram corriqueiras e preferidas nos recreios. Com a mediação da
favor da inclusão escolar. Soares (2010)20 cita na sua pesquisa, que a atividade lúdica
favorece a interação dos alunos no ambiente escolar, deixando o aluno com deficiência
inteirado de todo o contexto escolar, sendo respeitado e aceito por todos os colegas. Com
interação entre todos através da ludicidade, o aluno com deficiência apresenta uma
Constata-se nesta pesquisa que ainda há muito trabalho a se fazer, e cabe neste caso
mais de uma prática, pois a intervenção ainda tem que ser utilizada em diversas vertentes na
escola. Analisando essa pesquisa, observa-se que cabe também outra prática neste contexto
estudado, para um melhor desenvolvimento dos alunos com necessidades especiais, que
seria a educação continuada aos educadores e da equipe escolar, como o estudo de Gontijo
et al21 demonstra.
21
Observa-se um despreparo e confusão por parte dos professores sobre o tema tratado
no curso, porém ao final eles se mostraram bem mais situados com a temática. Os professores
e necessidade de cada educando. Então é nítido perceber que com esse curso potencializa
a prática do professor, pois para a realidade cotidiana a educação continuada se torna uma
satisfatórios, porém, pode haver uma falta de interesse dos professores em aprender sobre
novas visões, devido ao número de professores que foi chamado para o curso e a quantidade
que de fato participaram, pois dos 71 que foram convidados, somente 21 aceitaram participar,
e apenas 14 continuaram até o fim, pois 7 foram excluídos devido à pouca frequência.
A educação continuada é uma ótima prática educativa para os professores, pois como
22
Libâneo JC (1998) afirma, a formação continuada sucinta nos educadores uma ação
reflexiva, onde adquirem uma sensibilidade em promover atividades cada vez melhores, pois
Observa-se que há ainda muitos educadores que não conhecem o trabalho da Terapia
Ocupacional e suas potenciais contribuições para o cotidiano escolar, com isso se mostram
desestimulação pode ser aceitável, devido a profissão está recente na área escolar e alguns
ainda acharem que iremos questionar didáticas pedagógicas, porém o nosso trabalho é
facilitar o cotidiano escolar para o aluno e para o próprio educador através das atividades,
sem entrar em uma relação hierárquica, mas sim em uma relação igualitária e cooperativa.
divergências entre os pesquisadores em relação a qual prática seria mais eficaz. Pode-se
identificar que há somente diferentes intervenções que trazem o bem-estar, qualidade de vida,
CONSIDERAÇÕES FINAIS
família e comunidade.
baixa, foi possível observar também que as pesquisas são limitadas, devido não haver um
que a Terapia Ocupacional foi solicitada apenas por um curto período e em formato de projeto
área escolar, os quais direcionam para uma ação com diversas características e oferecem
suporte não só ao aluno, mas aos professores e equipe escolar como um todo.
participam das intervenções, ela também é mediadora para facilitar diversos desafios
profissional.
Esta revisão serviu como reflexão para suscitar o interesse em produzir mais
escolar, devido haver ainda poucos estudos tratando sobre essa temática.
24
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20.Gontijo DT; Marques E; Alves HC. “Hoje na escola a gente está falando em
vulnerabilidade”: contribuições da terapia ocupacional no processo de formação continuada
de professores. Cad. Ter. Ocup. UFSCar, São Carlos, v. 20, n. 2, p. 255-266, 2012
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