Inquérito Policial Militar
Inquérito Policial Militar
Inquérito Policial Militar
Finalidade do inquérito
Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais,
configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja
finalidade precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal.
Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios da ação penal os exames, perícias e
avaliações realizados regularmente no curso do inquérito, por peritos idôneos e com obediência às
formalidades previstas neste Código.
Procedimento escrito
Escrivão do Inquérito
Art. 11. A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo
encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu delegação para aquele fim,
recaindo em segundo ou primeiro tenente, se o indiciado for oficial, e em sargento,
subtenente ou suboficial, nos demais casos.
Formação do inquérito
Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação deste:
a) tomar as medidas previstas no art. 12, se ainda não o tiverem sido;
b) ouvir o ofendido;
c) ouvir o indiciado;
d) ouvir testemunhas;
e) proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, e acareações;
f) determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer
outros exames e perícias;
g) determinar a avaliação e identificação da coisa subtraída, desviada, destruída ou
danificada, ou da qual houve indébita apropriação;
h) proceder a buscas e apreensões, nos termos dos arts. 172 a 184 e 185 a 189;
i) tomar as medidas necessárias destinadas à proteção de testemunhas, peritos ou do
ofendido, quando coactos ou ameaçados de coação que lhes tolha a liberdade de
depor, ou a independência para a realização de perícias ou exames.
Art. 15. Será encarregado do inquérito, sempre que possível, oficial de posto não inferior ao
de capitão ou capitão-tenente; e, em se tratando de infração penal contra a segurança nacional,
sê-lo-á, sempre que possível, oficial superior, atendida, em cada caso, a sua hierarquia, se oficial
o indiciado.
Sigilo do inquérito
Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que dele tome
conhecimento o advogado do indiciado.
Obs: o encarregado do IPM deve franquear acesso aos autos do inquérito ao
advogado do indiciado e aos membros do Ministério Público Militar
Art. 16-A. Nos casos em que servidores das polícias militares e dos corpos de bombeiros
militares figurarem como investigados em inquéritos policiais militares e demais procedimentos
extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados
no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, o indiciado poderá constituir defensor.
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da
instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até
48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação.
Obs: a literalidade dessa norma já caiu em prova, sendo considerada como certa.
No entanto, este dispositivo não foi recepcionado pela Constituição de 1988.
Detenção de indiciado
Art. 18. Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar detido, durante
as investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se a detenção à autoridade judiciária
competente. Esse prazo poderá ser prorrogado, por mais vinte dias, pelo comandante da
Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante solicitação fundamentada do encarregado do
inquérito e por via hierárquica.
Obs: a prisão para investigação somente é aplicável no caso de crimes propriamente militares.
Art 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o indiciado estiver
preso, contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão; ou no prazo de
quarenta dias, quando o indiciado estiver solto, contados a partir da data em que se instaurar
o inquérito.
Prorrogação de prazo
§ 1º Este último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela autoridade
militar superior, desde que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja
necessidade de diligência, indispensáveis à elucidação do fato. O pedido de prorrogação deve ser
feito em tempo oportuno, de modo a ser atendido antes da terminação do prazo.
Prazo do inquérito
Preso: 20 dias
Solto: 40 dias (podendo ser prorrogado por mais 20 dias)
Relatório
Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu
encarregado mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos,
com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato delituoso. Em conclusão, dirá se há
infração disciplinar a punir ou indício de crime, pronunciando-se, neste último caso,
justificadamente, sobre a conveniência da prisão preventiva do indiciado, nos termos legais.
Solução
Advocação
§ 2º Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade que o delegou poderá
avocá-lo e dar solução diferente.
Art. 24. A autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de inquérito, embora
conclusivo da inexistência de crime ou de inimputabilidade do indiciado.
O IPM, depois de aberto, não pode ser arquivado pela autoridade policial militar. Ele deve
ser obrigatoriamente remetido à Auditoria Militar, e dela ao Ministério Público, para que decida
sobre a necessidade do oferecimento de denúncia
Dispensa de Inquérito
Art. 28. O inquérito poderá ser dispensado:
a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou
outras provas materiais;
b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publicação,
cujo autor esteja identificado;
c) nos crimes de desacato ou Desobediência a decisão judicial.