2 Indutivismo-Verificabilidade+falsificacionismo
2 Indutivismo-Verificabilidade+falsificacionismo
2 Indutivismo-Verificabilidade+falsificacionismo
Ciência e construção
– validade e verificabilidade das hipóteses
https://www.publico.pt/2020/01/13/ciencia/noticia/antigo-material-terra-po-estrelas-1900159
Questões orientadoras
“O conhecimento científico tem por finalidade servir o homem e dar-lhe poder sobre a natureza.”
Raciocínio dedutivo vs Raciocínio indutivo
Perspetiva que salienta a importância da indução para a ciência, quer ao nível das descobertas
científicas, quer ao nível da justificação das teorias.
Formulação de
Observação Experimentação Lei
hipóteses
Considera esta perspetiva correta? Será mesmo assim que a Ciência funciona? Porquê?
#Realiza em grupo de 3
https://forms.gle/ZjEyrNDndiDgU1E7A
11ºA
1. Observação - A observação, que precede a teoria, é neutra (isenta de Observo que o metal x
dos fenómenos pressupostos teóricos), objetiva e imparcial. conduz eletricidade.
Observo que o metal y
- A observação e o registo devem ser repetidos várias vezes, com conduz eletricidade.
rigor e método.
Na perspetiva indutiva, o conhecimento científico constitui-se por meio da indução a partir de observações
e o seu crescimento é linear e contínuo, apropriando-se progressiva e cumulativamente da verdade.
#Recorda
• De acordo com Francis Bacon, defensor do método indutivo (ou experimental), as teorias científicas
têm de ser confirmadas pela observação, experimentação e indução.
• Uma teoria científica é o conjunto de afirmações consideradas válidas pela comunidade científica
para explicar a lei.
Segundo esta perspetiva, que critério permite demarcar teorias científicas de teorias não científicas?
Como sabemos que obtemos Como sabemos que temos uma boa
um conhecimento hipótese científica?
seguro/fiável?
Qual é o critério de
cientificidade, para os
indutivistas?
- A explicação e a previsão de mais e novos casos é feita partindo destes enunciados, com recurso à dedução, porém
comete uma falácia, como se exemplifica:
Corroboração
Afinal, como procede a ciência?
Atentem ao seguinte exemplo:
“Trouxeram um dia, ao meu laboratório, coelhos do mercado. Colocaram-nos numa mesa onde urinaram e observei, por acaso, que a sua urina era
clara e ácida. Este facto impressionou-me, porque os coelhos têm geralmente a urina turva e alcalina por serem herbívoros, enquanto os carnívoros,
como se sabe têm, pelo contrário, urinas claras e ácidas.
Esta observação da acidez da urina dos coelhos fez-me supor que estes animais deviam ser da condição alimentar dos carnívoros. Supus que eles
não tinham comido havia muito tempo e que se tinham transformado, pela abstinência, em verdadeiros animais carnívoros (...) Nada era mais fácil de
verificar pela experiência do que esta ideia preconcebida ou esta hipótese.
1) Dei erva a comer aos coelhos e, algumas horas depois, as suas urinas tinham-se tornado turvas e alcalinas. 2) Submeti em seguida os mesmos
coelhos à abstinência e, vinte e quatro ou trinta e seis horas depois, as suas urinas tinham-se tornado claras e fortemente ácidas; 3) depois voltavam
a ser alcalinas se lhes desse ervas, etc. Repeti esta experiência tão simples um grande número de vezes com os coelhos e sempre com o mesmo
resultado. 4) Repeti-a em seguida com um cavalo, animal herbívoro, que tem igualmente a urina turva e alcalina. Verifiquei que a abstinência tinha
produzido, como no coelho, uma pronta acidez da urina com um acréscimo relativamente considerável da ureia, a ponto de cristalizar por vezes,
espontaneamente, na urina arrefecida.
Cheguei assim, em consequência das minhas experiências, a esta proposição geral que então era desconhecida: em jejum, os herbívoros têm
urinas semelhantes às dos carnívoros.
Mas, para provar que os meus coelhos em jejum eram carnívoros, havia uma contraprova a fazer. Era preciso, experimentalmente, fazer um coelho
carnívoro, alimentando-o a carne, a fim de saber se as suas urinas seriam claras, ácidas e relativamente carregadas de ureia como durante a
abstinência. Por isso, fiz alimentar coelhos com carne de vaca cozida fria, alimento que comem muito bem, quando não se lhes dá outra coisa. A
minha previsão foi ainda verificada e, enquanto durou esta alimentação animal, os coelhos conservaram urinas claras e ácidas.”
Claude Bernard, Introdução ao estudo da medicina experimental
Considera esta perspetiva correta? Será mesmo assim que a Ciência funciona? Porquê?
#Realiza em grupo de 2
https://forms.gle/naeneYX922A6BMieA
11ºD
#Realiza em grupo de 3
https://forms.gle/ab62FxXj6hXqPT2fA
Para Karl Popper…
CIÊNCIA
A ciência parte de problemas (ou factos-problemas) e as teorias começam por ser hipóteses
explicativas e criativas (conjeturas) que terão de ser submetidas a testes rigorosos, com vista à
sua refutação e não à confirmação.
Exemplo:
Dedução das consequências da Depois de a hipótese ter sido formulada, são deduzidas as suas
hipótese 1 – Se a hipótese 1 for principais consequências. Ou seja, na prática o cientista procura prever
verdadeira, a redução ou a o que pode acontecer se a sua hipótese ou conjetura for verdadeira.
inibição da produção da
hormona X promoverá o
crescimento.
4 – Experimentação
4 – Experimentação
O método científico, segundo Popper, é um método crítico e, por isso, o cientista deve ser
crítico em relação às suas teorias.
Portanto...
• Karl Popper propõe o método hipotético-dedutivo, que rompe com o modelo metodológico indutivista.
• As principais etapas do método hipotético-dedutivo são: constatação do problema, formulação de uma hipótese ou conjetura, dedução das
consequências da hipótese e testes experimentais de refutação/falsificação.
• Refutar ou falsificar uma hipótese é confrontá-la com possíveis casos que provem a sua falsidade (contraexemplos).
• A conjetura é corroborada pela experiência quando, depois de sujeita a testes rigorosos, resiste e não são encontrados contraexemplos.
• A conjetura é falsificada quando não resiste aos testes de falsificação/refutação e se encontram contraexemplos. Neste caso, a hipótese é abandonada e
substituída por outra.
• No entender de Popper, sem atitude crítica não há ciência: através da crítica, o cientista propõe conjeturas ousadas e tenta refutá-las pela experiência
(método das conjeturas e refutações).
• O método crítico baseia-se no raciocínio dedutivo (dispensa a indução) e na regra de dedução modus tollens (os testes procuram falsificar a teoria).
Que critério permite distinguir uma teoria científica de um teoria não científica?
Uma hipótese é científica se, e só se, for falsificável. E é tanto mais falsificável
quanto maior for o seu conteúdo empírico.
Qual dos seguintes enunciados tem maior probabilidade de ser falsificada?
- Amanhã vai chover entre as 10 e 12 horas da manhã. Tem maior conteúdo empírico
Qual é o papel da experimentação?
O papel da experiência...
Corrige a falácia cometida pelo verificacionismo
é testar a resistência das hipóteses aos testes, às tentativas para as refutar ou falsificar.
Por exemplo...
Se se encontrar um cisne
A atitude do cientista
de outra cor, teremos de
abandonar e/ou
O enunciado «Todos os cisnes são brancos» é deve ser a de procurar
científico, porque é empiricamente cisnes de outra cor (para
reformular o enunciado:
falsificar) e não a de
este não resistiu à falsificável – para o falsificar, basta encontrar procurar cisnes brancos
falsificação e foi, um cisne de outra cor. (para confirmar).
efetivamente, falsificado.
Enunciados
•Ser falsificável é diferente de ser falsa. Uma teoria é falsificável se admitir testes de falsificação. Uma teoria é falsa quando não
resiste aos testes de falsificação.
•Há graus de testabilidade ou falsificabilidade: quanto mais coisas a teoria proibir, mais conteúdo empírico ela
tem e maior é o seu grau de falsificabilidade. As boas teorias são as que têm um maior grau de falsificabilidade.
•A atitude do cientista deve ser a de procurar refutar as suas teorias, isto é, eliminar erros, como via de
clarificação de novos conhecimentos.
• Nesta perspetiva, a ciência evolui de modo irregular através de uma aproximação progressiva à verdade que
resulta do afastamento sucessivo do erro. A refutação de teorias promove o aparecimento de mais e melhores
teorias.
Críticas ao
falsificacionismo de Karl
Popper
Críticas ao falsificacionismo de Popper