Trabalho Parte 3

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Desenvolvimento

Existe o direito assegurado pela Constituição Federal de 1988 de que


cada cidadão tem o direito de expressar suas ideias e convicções, desde que
não ferindo o direito legítimo de terceiros, conforme artigo 5º, IV e IX:

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença; ”

A forma de abuso do direito de liberdade de expressão que mais nos


interessa no momento é quando ele ocorre através do discurso de ódio. Isto
acontece quando um indivíduo se utiliza desse direito para inferiorizar e
discriminar outrem baseado em suas características como sexo, etnia,
orientação sexual, religião, entre outras. Portanto, quando ocorre, o que se
pode ver é a incitação à violência contra as minorias. A dignidade humana é
ferida, ou seja, um dos fundamentos principais da Constituição Federal é
infringido.

Na Constituição de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, o


Congresso aprovou a Lei 7716/89. Esta lei elevou o racismo de “contravenção”,
um tipo menor de crime comparável a um delito, a “crime”, uma violação
criminal mais severa. O objetivo desta lei é punir a restrição de direitos por
preconceitos de raça, cor, etnia, religião ou de origem nacional. Esta lei
apresenta uma brecha, pois, predominantemente, o sistema judicial entende a
restrição de direitos como uma restrição física (acesso a espaços) e não
simbólica. Criou-se então a Lei 9459/97 que tentou amenizar esta brecha e
estabeleceu uma pena e multa de três anos para crimes onde se pratiquem,
induzam ou incitem preconceitos baseados em raça, cor, etnia, religião ou
origem nacional, tentando assegurar que os nomes e as ofensas fossem
puníveis. Infelizmente, esses crimes são frequentemente enquadrados como
racistas, “injúria qualificada”, que não é propriamente um crime sob a lei
brasileira, o que limita o acesso à reparação nos tribunais. Este fato faz com
que as vítimas, por muitas vezes, sejam incapazes, ou até mesmo,
desmotivadas de levar a diante suas queixas ao tribunal, obrigando-as a
carregar o sofrimento pelo crime original e pela sensação de impunidade
existente no nosso país.

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