Aula 04
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Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e
o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de
instituições públicas e privadas de ensino;
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f) Liberdade científica:
g) Liberdade artística:
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O art. 220, § 4º da CF/88 prevê que lei poderá impor restrições às propagandas
de bebidas alcoólicas. Com o objetivo de regulamentar esse dispositivo, foi editada a
Lei 9.294/96. Ocorre que a Lei 9.294/96 afirmou expressamente que só haveria
restrições para as propagandas de bebidas alcoólicas com teor alcoólico superior a 13
GL (art. 1º, parágrafo único). O PGR não concordou com a medida e ajuizou ação direta
de inconstitucionalidade por omissão afirmando que o Congresso Nacional estaria em
mora legislativa, considerando que deveria impor restrições à propaganda de bebidas
alcoólicas independentemente do seu teor de álcool. O STF julgou improcedente o
pedido. A Corte entendeu que não é possível que o Poder Judiciário crie norma geral e
abstrata em substituição ao legislador definindo o que é bebida alcoólica para fins de
propaganda. Além disso, o STF considerou que não existe a alegada omissão. O
legislador federal aprovou a Lei 9.294/96, que foi objeto de amplo debate no Congresso
Nacional. Foi feita uma escolha política de só serem impostas restrições para
propagandas de bebidas alcóolicas com grau superior a 13 GL, não podendo o STF
rever essa decisão. Por fim, o STF entendeu que a Lei 9.294/96 não contraria a Lei
11.705/2008 (Lei Seca), considerando que são diplomas legislativos com âmbitos de
incidência totalmente diversos. A primeira lei cuida de restrições à propaganda e
liberdade de expressão. Nela não se está julgando o teor alcoólico da bebida e sim até
que limite pode ir a sua publicidade. Na segunda, estão sendo discutidos os efeitos do
álcool para pessoas que dirigem veículo automotor e a proibição imposta para essa
prática. STF. Plenário. ADO 22/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/4/2015 -
INFO 782.
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2) LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO:
O art. 5º, inc. XV, consagra a liberdade de locomoção, dizendo que “é livre a
locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”. Se violada a
liberdade de locomoção, a Constituição Federal coloca à disposição da vítima o remédio
constitucional chamado de habeas corpus.
A liberdade de locomoção consiste no direito de ir e vir. Para outros, no direito
de ir, vir e ficar. Apenas em tempo de guerra podem ser feitas restrições à liberdade de
locomoção. O direito de sair do país com seus bens não abrange a concessão de
qualquer imunidade fiscal.
3) LIBERDADE DE REUNIÃO:
A liberdade de reunião deve ser entendida como o agrupamento de pessoas,
organizado, de caráter transitório, com uma determinada finalidade. Em locais abertos
ao público, é assegurada expressamente no art. 5º, XVI, da CF/88, desde que
observados determinados requisitos:
a) Reunião pacífica, sem armas;
b) Fins lícitos;
c) Aviso prévio à autoridade competente: não se confunde com a exigência
de autorização do Poder Público. Sua finalidade é evitar a frustração de outra reunião
previamente convocada para o mesmo local;
d) Realização em locais abertos ao público.
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4) LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO:
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5) LIBERDADE PROFISSIONAL:
Segundo o art. 5º, inc. XIII, “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. Conforme já
entendeu o STF, nem todas as profissões podem ser condicionadas ao cumprimento de
exigências legais, uma vez que a regra é a liberdade profissional. Só é admitida a
restrição legal quando determinada profissão possuir um potencial lesivo. Como
exemplo, citamos a atividade de músico, em que o STF definiu que prescinde de
qualquer controle. Noutro sentido, o STF entendeu que a exigência de inscrição na OAB
para o exercício da advocacia atende ao art. 5º, XIII, uma vez que a lei de regência (Lei
nº 8.906, de 1994) exige a referida inscrição e a atividade de advogado repercute no
campo de interesse de terceiros.
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Cuidado com a partícula “ou”, pois ela tem aqui caráter aditivo, ou seja, caso haja
um dano material, um dano moral e um dano à imagem provenientes de um mesmo
fato, caberá indenização pelos três danos cumulativamente.
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O STF, no HC 100.042, enfrentou a controvérsia acerca da (im)possibilidade de
investigação criminal pautada em delação anônima ou mediante cartas apócrifas.
Segundo a Corte, “as autoridades públicas não podem iniciar qualquer medida de
persecução (penal ou disciplinar), apoiando-se, unicamente, para tal fim, em peças
apócrifas ou em escritos anônimos. É por essa razão que o escrito anônimo não
autoriza, desde que isoladamente considerado, a imediata instauração de ‘persecutio
criminis’”; “peças apócrifas não podem ser formalmente incorporadas a procedimentos
instaurados pelo Estado, salvo quando forem produzidas pelo acusado ou, ainda,
quando constituírem, elas próprias, o corpo de delito (como sucede com bilhetes de
resgate no crime de extorsão mediante sequestro, ou como ocorre com cartas que
evidenciem a prática de crimes contra a honra, ou que corporifiquem o delito de ameaça
ou que materializem o ‘crimen falsi’ (crimes de falsidades)”.
O Supremo, asseverou, entretanto, que “nada impede, contudo, que o Poder
Público, provocado por delação anônima (disque-denúncia), adote medidas informais
destinadas a apurar, previamente, em averiguação sumária, ‘com prudência e discrição’,
a possível ocorrência de eventual situação de ilicitude penal, desde que o faça com o
objetivo de conferir a verossimilhança dos fatos nela denunciados, em ordem a
promover, então, em caso positivo, a formal instauração da ‘persecutio criminis’,
mantendo-se, assim, completa desvinculação desse procedimento estatal em relação
às peças apócrifas”. Ademais, o STF reconheceu que “o Ministério Público,
independentemente da prévia instauração de inquérito policial, também pode formar a
sua ‘opinio delicti’ com apoio em outros elementos de convicção – inclusive aqueles
resultantes de atividade investigatória por ele próprio promovida – que evidenciem a
materialidade do fato delituoso e a existência de indícios suficientes de autoria, desde
que os dados informativos que dão suporte à acusação penal não derivem de
documentos ou escritos anônimos nem os tenham como único fundamento causal”.
Em outras palavras, segundo o entendimento do STF, não podem as autoridades
públicas instaurarem um inquérito policial ou uma ação penal pautado exclusivamente
numa peça apócrifa (sem identificação de autoria). Caso as autoridades públicas
recebam uma delação anônima, como um disque-denúncia, poderão adotar medidas
informais para verificar a existência (ou não) de crime. Havendo os elementos mínimos
que caracterizem uma infração penal, aí sim poderão instaurar o procedimento
investigatório.
Vejamos agora o art. 5º, IX:
Art. 5º, IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;
É importante deixar muito claro que, no Brasil, não mais se fala em censura
prévia, prática muito comum na época da ditadura militar.
Ainda no estudo sobre a liberdade de expressão, diz o art. 5º, inc. XIV, que “é
assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional”.
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Com base na vedação à censura prévia, por unanimidade, o Supremo Tribunal
Federal julgou procedente a ADI 4815 e declarou inexigível a autorização prévia para a
publicação de biografias.
Segundo o art. 5º, inc. XXXV, “a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Trata-se do princípio conhecido como
inafastabilidade da jurisdição.
De acordo com o art. 5º, inc. XXXVI, a lei não prejudicará o direito adquirido, o
ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
Para saber a diferença entre direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa
julgada, temos que visitar a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB),
vamos lá:
Art. 6º, do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942. A Lei em vigor terá
efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa
julgada.
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O STF entende que não há direito adquirido a regime jurídico instituído por lei.
Por exemplo, pode uma nova lei alterar o Plano de Carreira de um determinado cargo e
o servidor que já integrava esta carreira não possui direito adquirido ao regime anterior.
Também aplicável no caso de alteração de regras previdenciárias para a aposentadoria.
As novas regras previdenciárias atingem a todos aqueles que já estão no sistema
previdenciário e não completaram os requisitos mínimos para se aposentar,
estabelecidos pelo regime anterior. Na verdade, se no momento em que as novas regras
previdenciária entraram em vigor, o servidor ainda não havia cumprido as condições
para a aposentadoria, este servidor possuía apenas expectativa de direito de se
aposentar, não um direito adquirido.
O direito ao juiz natural encontra-se capitulado no art. 5º, incs. XXXVII e LIII.
Segundo estes incisos, “não haverá juízo ou tribunal de exceção” e “ninguém será
processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”. Por força do princípio
do juiz natural, todos têm direito de ser julgados por juízes competentes e imparciais.
Por consequência disso, é vedada a criação de órgãos judiciários após a ocorrência do
fato, o que, se criados, caracterizaria juízos ou tribunais de exceção.
Com relação à plenitude de defesa, é importante salientar que esse conceito vai
muito além do direito à ampla defesa previsto no art. 5º, LV. Enquanto a ampla defesa
assume um caráter estritamente processual, permitindo que os acusados se valham de
todos os meios e recursos admitidos no direito, a plenitude de defesa exercida no
tribunal do júri admite, além dos meios e recursos processuais, que a defesa utilize, para
convencer os jurados, de argumentos não jurídicos, tais como: sociológicos, políticos,
religiosos, morais etc.
Estabelece o art. 5º, inc. XXXIX, que “não há crime sem lei anterior que o defina,
nem pena sem prévia cominação legal”. É a chamada legalidade penal que exige que o
crime seja cometido após a entrada em vigor da lei incriminadora.
Já o art. 5º, inc. XL, reza que “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
réu”. Como se vê, a regra é que a lei penal só tenha ultra-atividade, alcançando os fatos
futuros. Mas, excepcionalmente, a lei penal poderá ter também retroatividade, mas
apenas para BENEFICIAR o réu. Ou seja, a lei penal só retroage em BENEFÍCIO do
réu, jamais em seu prejuízo.
Determina o art. 5º, inc. XLI, que “a lei punirá qualquer discriminação atentatória
dos direitos e liberdades fundamentais”. Cuidado que a Constituição não estipula a pena
cabível.
Este princípio impede que alguém seja responsabilizado criminalmente por fatos
de terceiros.
O art. 5º, inc. XLVI, parte inicial, consagra o princípio da individualização da pena,
segundo o qual cabe ao juiz aplicar a pena de maneira individualizada a cada um dos
coautores de um crime, na medida da sua culpabilidade. Individualizar a pena significa
atribuir a sanção adequada a cada um dos corréus, de acordo com a reprovabilidade
social de sua conduta.
Além disso, esse mesmo inciso XLVI traz um rol de penas permitidas, são elas:
a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social
alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos.
Por sua vez, o art. 5º, inc. XLVII, traz as penas proibidas. Segundo o citado
inciso, “não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos
do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e e)
cruéis”.
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A Constituição Federal estabelece, no art. 5º, inc. LIV, que “ninguém será privado
da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. O devido processo legal é
aquele procedimento judicial que obedece os direitos fundamentais relativos ao
processo, tais como o contraditório, a ampla defesa, a imparcialidade do juiz, a
publicidade dos atos processuais, a fundamentação das decisões, o uso exclusivo de
provas obtidas por meios lícitos. Esse devido processo legal legitima o exercício da
jurisdição e, ao mesmo tempo, constitui uma garantia constitucional aos jurisdicionados
diante do poder estatal.
O art. 5º, inc. LV, assegura aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,
e aos acusados em geral o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes.
Podemos definir contraditório como o direito das partes de tomarem ciência de
todos os atos praticados durante o processo, bem como o direito de contraditar
(contestar, impugnar) as provas trazidas pela parte contrária (contraditório = ciência +
participação). Já a ampla defesa significa a possibilidade de se defender amplamente
no processo com todos os meios e recursos oferecidos pela lei processual. O
contraditório e a ampla defesa constituem garantias processuais das partes do processo
que asseguram, ao lado de outras garantias, o respeito ao devido processo legal.
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Segundo o art. 5º, inc. LVI, “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
por meios ilícitos”.
De acordo com o art. 5º, inc. LVII, “ninguém será considerado culpado até o
trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Cuida-se do princípio da
presunção de inocência.
Como decorrência desta previsão, temos o direito à não autoincriminação,
segundo o qual o acusado tem o direito de não produzir prova contra si mesmo (existe
um termo em latim muito utilizado para definir o direito à não incriminação: “nemo tenetur
se detegere”).
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Cuidado com a (im)possibilidade de prisão após a condenação em segunda
instância. O STF havia entendido pela possibilidade de início da execução da pena após
condenação em segunda instância e antes do trânsito em julgado para garantir a
efetividade do direito penal e dos bens jurídicos por ele tutelados. Porém, modificando
seu entendimento, o STF passa a não mais admitir a execução antecipada da pena para
condenados em segunda instância.
De acordo com o art. 5º, LXI, “ninguém será preso senão em flagrante delito ou
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos
de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei”. Ou seja, a regra
é a impossibilidade de prisão, exceto nas seguintes situações: 1) flagrante delito; 2)
ordem judicial escrita e fundamentada; 3) transgressão disciplinar militar; 4) crime
propriamente militar. Perceba que é possível a prisão em caso de transgressão militar
e crime propriamente militar, independentemente de ordem judicial prévia.
Ademais, segundo o art. 5º, LXVI, “ninguém será levado à prisão ou nela
mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança”. O instituto da
liberdade provisória é estudado no Direito Penal. Portanto, não precisamos aprofundar
nesse ponto aqui no Direito Constitucional. O que temos que saber é que ninguém
permanecerá preso quando a lei admitir a liberdade provisória, seja ela com fiança ou
sem fiança.
Com relação aos direitos do preso, diz a Constituição Federal (art. 5º, incs. LXII,
LXIII, LXIV e LXV):
3) o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;
Imagine, a título de exemplo, que o delegado de polícia prenda alguém que não
esteja em flagrante delito e não haja ordem judicial para tanto. Essa prisão é ilegal.
Nesse caso, o juiz, ao tomar conhecimento dessa prisão ilegal, deve relaxar a prisão.
Compreendeu?
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
Como decorrência do direito de não produzir prova contra si mesmo (em latim: nemo
tenetur se detegere), o STF entende que o acusado em processo penal e até mesmo o
indiciado em inquérito policial tem, além do direito de permanecer calado, a
possibilidade de mentir (direito de mentir) para não se autoincriminar.
Segundo o art. 5º, LXVII, “não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a
do depositário infiel”.
Muito cuidado com isso!!! Muito embora a Constituição Federal preveja duas
hipóteses de prisão civil por dívida, o STF firmou relevante entendimento de que não é
possível a prisão civil do depositário infiel. Ou seja, a prisão civil por dívida é aplicável
apenas ao responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação
alimentícia. Isso, aliás, ficou consignado na Súmula Vinculante 25: “é ilícita a prisão civil
de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.”
Segundo o art. 5º, inc. LXXIV, “o Estado prestará assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”.
Importante que se diga que esta assistência jurídica gratuita também se aplica
às pessoas jurídicas que comprovarem insuficiência de recursos para contratar o
advogado privado.
JURISPRUDÊNCIA (PÓS-AULA)