Nota Técnica Nº 06 de 2012

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NOTA TÉCNICA 06/2012

Orientações a respeito da alínea p, do item 1, do Anexo da


Resolução - RE 1170, de 19 de Abril de 2006: Relação de fármacos
cujos estudos de Biodisponibilidade Relativa / Bioequivalência
devem ser conduzidos em pacientes e atender a aspectos técnicos
especiais.

Coordenação de Bioequivalência - COBIO

Gerencia de Segurança e Eficácia - GESEF

Gerencia Geral de Medicamentos - GGMED

Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA

Brasília, 29 de outubro de 2011.


www.anvisa.gov.br
NOTA TÉCNICA Nº 06/2012/COBIO/GESEF/GGMED/ANVISA-MS

Orientações a respeito da alínea p, do item 1, do Anexo


da Resolução - RE 1170, de 19 de Abril de 2006: Relação
de fármacos cujos estudos de Biodisponibilidade Relativa
/ Bioequivalência devem ser conduzidos em pacientes e
atender a aspectos técnicos especiais.

1. Esta Nota Técnica traz orientações a respeito da alínea p, do item 1, do Anexo da Resolução -
RE 1170, de 19 de Abril de 2006.

2. Estudos de Biodisponibilidade relativa/Bioequivalência (BD/BE) com fármacos constantes no


anexo I devem ser conduzidos em pacientes pertencentes à população alvo do medicamento em
estudo, que estejam em tratamento de alguma patologia para a qual o medicamento de
referência é indicado, conforme sua bula. Estes estudos devem ainda atender aos aspectos
técnicos descritos nessa nota.

3. Esta nota não exime os pesquisadores da responsabilidade de avaliarem o potencial toxicológico


dos fármacos ao planejarem estudos de BD/BE, estejam ou não estes relacionados no anexo I.

3.1. Com base nesse potencial toxicológico os pesquisadores devem decidir sobre a
participação de pacientes ou voluntários sadios e a dose mais adequada para ser empregada
no estudo.

4. Grávidas ou lactantes não devem participar dos estudos.

4.1. Quando aplicável, devem ser prescritos métodos contraceptivos e/ou selecionadas
voluntárias com esterilização definitiva.

5. Em caso de participação de pacientes com distintos esquemas terapêuticos de dose, devem ser
administradas unidades farmacotécnicas de mesma concentração.

5.1. Caso o número de unidades farmacotécnicas a ser administrado seja incompatível com o
uso normal da medicação, o paciente não deve ser incluído no estudo.

5.2. O modelo estatístico adotado deve considerar a diferença de doses administradas aos
pacientes.

6. Devem ser incluídos nos estudos preferencialmente pacientes em esquema de monoterapia.

6.1. Em caso de uso de medicação concomitante, esta deve estar presente em ambos os
períodos.

7. Para estudos cruzados (crossover) a dose de um mesmo paciente deve ser a mesma nos dois
períodos, não sendo permitida a normalização de dose.

2
8. O estudo pode ser conduzido em dose única ou doses múltiplas.

8.1. Deve ser utilizado preferencialmente o desenho em dose única.

8.2. O regime terapêutico (posologia) dos pacientes não deve ser alterado para fins de estudos
de BD/BE.

8.3. O paciente que tiver seu regime terapêutico alterado durante o estudo deverá ser excluído.

8.4. Em estudos com doses múltiplas deve ser assegurada a obtenção do estado de equilíbrio
antes das coletas das amostras.

8.5. Em estudos com doses múltiplas o tempo de início das coletas deve ser o mesmo nos
diferentes períodos.

9. Em estudos com desenho paralelo deve ser feito o balanceamento dos pacientes nos grupos teste
e comparador considerando o estágio e o tipo da patologia, o histórico do tratamento e o regime
de dose.

10. O delineamento do protocolo e a condução do estudo devem considerar as advertências,


precauções, contraindicações, interações medicamentosas, eventos adversos esperados e outras
informações constantes na bula do medicamento de referência.

10.1. Os estudos devem ter acompanhamento específico para os eventos adversos


potenciais de acordo com o fármaco e, sempre que necessário, devem incluir procedimentos
adicionais de monitoramento dos voluntários, com ênfase na segurança.

10.2. Todos os eventos adversos devem ser avaliados sob a luz da Intensidade (Leve,
Moderada ou Intensa/Severo), Seriedade (Grave ou Não Grave), Previsibilidade (Previsto
ou imprevisto), Relação com a droga do estudo (Não relacionado, Improvável, Possível,
Provável ou Relacionada), Evolução (Recuperado, Recuperado com seqüelas, Não
recuperado, Fatal ou Desconhecido) e Intervenção (Medicamentosa, Acompanhamento
clinico, Repetição de exame, Internação ou Encaminhamento).

11. Para os estudos com fármacos listados no anexo I, quando a etapa clínica for realizada no Brasil,
é autorizada a utilização de unidades hospitalares não certificadas em boas práticas de BD/BE
pela ANVISA.

11.1. As unidades hospitalares supracitadas deverão estar devidamente regularizadas junto


à Vigilancia Sanitária local.

11.2. O estudo deverá ser conduzido por centro de BD/BE devidamente certificado, que
deverá assegurar o cumprimento integral das Boas Práticas Clínicas e Laboratoriais durante
todo o estudo.

12. Para os estudos com fármacos listados no anexo I, quando a etapa clínica for realizada fora do
Brasil, unidades hospitalares não certificadas em boas práticas de BD/BE pela ANVISA
somente poderão ser utilizadas mediante autorização prévia da ANVISA.

3
JOÃO TAVARES NETO
Coordenador de Bioequivalência
COBIO/GESEF/GGMED/ANVISA

De acordo. Submeto ao Gerente Geral de Medicamentos.

Brasília, ___/___/2012

LAURA GOMES CASTANHEIRA


Gerente de Avaliação de Segurança e Eficácia
GESEF/GGMED/ANVISA

De acordo. Aprovo a Nota Técnica.

Brasília, ___/___/2012

ANTONIO CESAR SILVA MALLET


Gerente-Geral de Medicamentos
GGMED/ANVISA

ANEXO I

Lista de fármacos cujos estudos de biodisponibilidade / bioequivalência devem ser


conduzidos em pacientes.

azacitidina
clorambucila
clozapina
doxorrubicina
etoposídeo
everolimo
felbamato
ganciclovir
gosserrelina
leuprorrelina
melfalana
mercaptopurina
nabilona
nilutamida
temozolomida
testosterona
topotecano
triptorelina
vorinostat

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