Ebook Cap5
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Neste sentido, temos então que ter presente que o capital próprio é o excedente do ativo sobre o passivo, ou seja, representa os fundos
aplicados numa sociedade pelos sócios acrescidos dos lucros gerados e não distribuídos.
Numa nota breve, pode-se dizer que, no capital aplicado pelos sócios/acionistas estamos a falar do Capital Subscrito, Prémios de emissão e
Outros Instrumentos de Capital Próprio (por exemplo: Prestações Suplementares) e que por outro lado, as restantes rubricas do Capital Próprio
se referem ao capital gerado e não distribuído. Neste sentido, o capital subscrito representa a soma das quotas-partes subscritas pelos sócios
ou acionistas, ou seja, representa o capital que cada um dos detentores se compromete a entregar à entidade. Por outro lado, as prestações
suplementares representam as entradas de capital realizadas pelos sócios para reforçar os capitais próprios da entidade, mas que, em
princípio mais tarde serão reembolsadas aos sócios.
O Código de contas do SNC, na Classe 5 – Capital, Reservas e Resultados Transitados, apresenta o seguinte desdobramento:
51 – Capital Subscrito;
52 – Ações (quotas) próprias;
53 – Outros instrumentos de capital próprio;
54 – Prémios de emissão;
55 – Reservas;
56 – Resultados Transitados;
57 – Ajustamentos em ativos financeiros;
58 – Excedentes de revalorização de ativos fixos tangíveis e intangíveis;
59 – Outras variações no capital próprio.
Por outro lado, a realização do capital, corresponde ao cumprimento da obrigação assumida aquando da subscrição do capital. A realização
pode ser efetuada através da entrega de dinheiro, ou através da entrega de bens diferentes de dinheiro (entradas em espécie). No caso da
entradas em espécie, temos de ter presente que de acordo com o artigo 28.º do Código das Sociedades Comerciais (CSC). As entradas em
bens diferentes de dinheiro devem ser objeto de um relatório elaborado por um revisor oficial de contas (ROC) sem interesses na sociedade,
designado por deliberação dos sócios na qual estão impedidos de votar os sócios que efetuam as entradas.
Em termos de reconhecimento contabilístico, a realização de capital implica o seguinte lançamento:
No que diz respeito à conta 26 – Acionistas, deve-se ter presente que no caso de estarmos perante uma sociedade anónima a conta a utilizar
será a conta 261 Acionistas c/ subscrição, enquanto no caso de estarmos perante uma sociedade por quotas, a conta a utilizar será a conta
262 Quotas não liberadas.
Caso prático – 5.1.A: Subscrição e realização de capital (constituição de sociedade)
No dia 01/01/200N foi constituída a sociedade por quotas XPTO, Lda., por dois sócios, os quais subscreveram nesta data o seguinte capital:
Sabe-se ainda que, no dia 30/01/200N o sócio A realizou a totalidade do capital em dinheiro, e que o sócio B realizou nesta data o capital com a
entrega de diversa mercadoria avaliada no montante do capital subscrito.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Resolução:
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
01-01-200N Subscrição de Capital 262A Sócio A 30 000,00
262B Sócio B 20 000,00
51A Capital – Sócio A 30 000,00
51B Capital – Sócio B 20 000,00
31-01-200N Realização sócio A 12x D. Ordem 30 000,00
262A Sócio A 30 000,00
31-01-200N Realização sócio B 434 AFT – Equip. Transporte 20 000,00
262B Sócio B 20 000,00
f
Caso prático – 5.1.B: Subscrição e realização de capital (constituição de sociedade)
No dia 01/01/200N foi constituída a sociedade anónima XPTO, S., por cinco acionistas, os quais subscreveram nesta data o seguinte capital:
Sabe-se ainda que, no dia 31/01/200N todos os sócios realizaram a totalidade do capital em dinheiro.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Resolução:
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
01-01-200N Subscrição de Capital 261A Acionista A 20 000,00
261B Acionista B 10 000,00
261C Acionista C 15 000,00
261D Acionista D 18 000,00
261E Acionista E 17 000,00
51A Capital – Acionista A 20 000,00
51B Capital – Acionista B 10 000,00
51C Capital – Acionista C 15 000,00
51D Capital – Acionista D 18 000,00
51E Capital – Acionista E 17 000,00
31-01-200N Realização sócio A 12x D. Ordem 20 000,00
261A Acionista A 20 000,00
31-01-200N Realização sócio B 12x D. Ordem 10 000,00
261B Acionista B 10 000,00
31-01-200N Realização sócio C 12x D. Ordem 15 000,00
261C Acionista C 15 000,00
31-01-200N Realização sócio D 12x D. Ordem 18 000,00
261D Acionista D 18 000,00
31-01-200N Realização sócio E 12x D. Ordem 17 000,00
261E Acionista E 17 000,00
F
Caso prático – 5.1.C: Aumento de capital com prémio de emissão
No dia 01/01/200N a sociedade anónima XPTO, S., decidiu realizar um aumento de capital. Para tal emitiu 20 000 ações pelo valor de emissão
de 5 €, as quais tinham um valor nominal de 3 €. No dia 15/01/200N foram as ações subscritas na totalidade pelo acionista A, o qual procedeu
no dia 31/01/200N à sua realização em dinheiro.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Resolução:
Neste caso em primeiro lugar há que apurar o valor do prémio de emissão, o qual corresponde à diferença entre o valor nominal das ações e o
seu valor de emissão.
Valor nominal = 3 €
Valor de emissão = 5 €
Prémio de emissão por ação = 5 € - 3 € = 2 €
Uma vez que foram emitidas 20 000 ações, o prémio de emissão será assim de 40 000 €.
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
15-01-200N Subscrição de Capital 261A Acionista A 100 000,00
54x Prémios de emissão 140 000,00
51A Capital – Acionista A 160 000,00
31-01-200N Realização de Capital 12x D. Ordem 100 000,00
262A Sócio A 100 000,00
f
5.1.3 – Ações (Quotas) Próprias
As ações ou quotas próprias representam uma dedução ao capital próprio decorrente da aquisição de instrumentos de capital da própria
entidade. Na prática a sociedade adquire as suas próprias ações ou quotas e por esse motivo reduz a garantia perante terceiros, o que leva a
que estas representem uma redução ao capital. De acordo com o parágrafo 8 da NCRF 27 – Instrumentos Financeiros, as ações ou quotas
próprias são reconhecidas como uma diminuição do capital próprio, pelo justo valor da retribuição paga.
Relativamente a esta temática é importante ter presente que a aquisição de ações ou quotas próprias têm limites impostos pelo Código das
Sociedades Comerciais (CSC), sendo de destacar o seguinte:
Artigo 317.º CSC – Regra geral sociedades anónimas não podem adquirir mais do que 10% do seu capital social;
Artigo 220.º e 324.º Artigo 220.º CSC – As sociedades têm que tornar indisponível uma reserva de montante igual da
contraprestação;
Artigo 220.º e 317.º Artigo 220.º CSC – As sociedades têm de dispor de reservas livres em montante não inferior ao dobro da
contraprestação.
Por fim, torna-se importante ter presente que no código de contas SNC, a conta 52 apresenta uma nota de enquadramento, a qual se
demonstra importante para se perceber os reconhecimentos contabilísticos associados a esta temática, nomeadamente:
A conta 521 – Valor nominal é debitada pelo valor nominal das ações ou quotas próprias adquiridas. Ainda na fase de aquisição, a conta 522
–Descontos e prémios é movimentada pela diferença entre o custo de aquisição e o valor nominal. Quando se proceder à venda das ações ou
quotas próprias, para além de se efetuar o respetivo crédito na conta 521, movimentar-se-á a conta 522 pela diferença entre o preço de venda e
o valor nominal. Simultaneamente, a conta 522 deverá ser regularizada por contrapartida da conta 599 – Outras variações no capital próprio –
Outras, de forma a manter os descontos e prémios correspondentes às ações (quotas) próprias em carteira.
Caso prático – 5.1.D: Aquisição de ações próprias
No dia 01/01/200N a sociedade anónima XPTO, S., adquiriu por 6 000 €, 3 000 ações de um dos acionistas, cujo valor nominal é de 1,50 €.
Considere ainda que as Reservas Livres (outras reservas) da entidade são de 50 000,00 €.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Resolução:
Tendo presente o CSC, nomeadamente o artigo 220.º e 324.º, a entidade terá de criar uma reserva indisponível de montante igual ao valor pago
(contraprestação) pela aquisição das ações próprias.
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
01-01-200N Aquisição de ações próprias 521x AP – Valor nominal 4 500,00
522x AP – Descontos e Prémios 1 500,00
12x D. Ordem 6 000,00
01-01-200N Realização de Capital 552x Outras Reservas 6 000,00
551x Reservas indisponíveis 6 000,00
f
Caso prático – 5.1.E: Aquisição e venda de ações próprias
No dia 01/01/200N a sociedade anónima XPTO, S., adquiriu por 13 000 €, 5 000 ações de um dos acionistas, cujo valor nominal é de 1,50 €. No
dia 01/06/200N, a entidade vende essas ações próprias a uma outra entidade por 15 000 €, tendo recebido de imediato esse montante.
Considere ainda que as Reservas Livres (outras reservas) da entidade são de 50 000,00 €.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Resolução:
Neste caso, em primeiro lugar teremos de reconhecer a aquisição das ações próprias (AP):
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
01-01-200N Aquisição de ações próprias 521x AP – Valor nominal 17 500,00
522x AP – Descontos e Prémios 15 500,00
12x D. Ordem 13 000,00
01-01-200N Realização de Capital 552x Outras Reservas 13 000,00
551x Reservas indisponíveis 13 000,00
f
Posteriormente, temos de reconhecer a venda AP. Neste âmbito, temos de ter presente que estas foram adquiridas por 13 000 € e
posteriormente vendidas por 18 000 €. Assim, esta operação origina o reconhecimento de um prémio (mais-valia) de 5 000 €. Deixando de ter
AP, haverá também lugar ao desreconhecimento da reserva que se colocou indisponível aquando da aquisição das AP.
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
01-06-200N Venda de ações próprias 12x D. Ordem 18 000,00
521x AP – Valor nominal 17 500,00
522x AP – Descontos e Prémios 10 500,00
01-06-200N Regularização do prémio 522x AP – Prémios 15 000,00
599x Outras variações no CP 15 000,00
01-06-200N Desreconhecimento da reserva 551x Reservas indisponíveis 13 000,00
indisponível
552x Outras Reservas 13 000,00
f
5.1.4 – Prestações Suplementares
De acordo com o artigo 210.º a 213.º do CSC, as prestações suplementares são:
Deste modo, as prestações suplementares são entradas de dinheiro como reforço de capital (Capital Próprio) e com tal, afetam o valor do
Capital Próprio da entidade.
Por fim, torna-se importante ter presente que no código de contas SNC, a conta 53 apresenta uma nota de enquadramento, a qual se
demonstra importante para se perceber os reconhecimentos contabilísticos associados a esta temática, nomeadamente:
Esta conta será utilizada para reconhecer as prestações suplementares ou quaisquer outros instrumentos financeiros (ou as suas
componentes) que não se enquadrem na definição de passivo financeiro. Nas situações em que os instrumentos financeiros (ou as suas
componentes) se identifiquem com passivos financeiros, deve utilizar-se rubrica apropriada das contas 25 – Financiamentos obtidos ou 26 –
Acionistas/sócios.
Caso prático – 5.1.F: Realização de Prestações Suplementares
No dia 01/01/200N, em conformidade com os estatutos da sociedade por quotas XPTO, Lda., os dois sócios da sociedade deliberaram em
Assembleia Geral, a obrigação de entrada em prestações suplementares pelo valor total de 20 000 €. O sócio A detêm uma participação de
60% enquanto o sócio B detém uma participação de 40% na sociedade. Sabe-se que a prestação suplementar será realizada na proporção da
participação de cada um deles na sociedade.
No dia 15/01/200N, os sócios procederam à transferência bancária para a sociedade dos valores acordados.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Resolução:
No dia 01/01/200N há que reconhecer a deliberação da obrigação da entrada de prestações suplementares, a qual deverá implicar os seguintes
reconhecimentos:
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
01-01-200N Deliberação 2681x Outras operações – Sócio A 12 000,00
Prestações suplementares
2682x Outras operações – Sócio B 18 000,00
53x Prestação suplementar 20 000,00
f
Posteriormente, no dia 15/01/200N há que reconhecer o recebimento dos montantes de prestações suplementares de cada um dos sócios:
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
15-01-200N Recebimento das 12x Depósitos à ordem 20 000,00
Prestações suplementares
2681x Outras operações – Sócio A 12 000,00
2682x Outras operações – Sócio B 18 000,00
f
5.1.5 – Caso prático a resolver
Caso prático – 5.1.G: Operações com o Capital
No dia 01/01/200N foi constituída a sociedade anónima XPTO, S., por cinco acionistas, os quais subscreveram nesta data o seguinte capital:
11 Caixa
12 Depósitos à Ordem
13 Outros Depósitos Bancários
14 Outros Instrumentos Financeiros
Contabilisticamente o saldo da conta 11 – Caixa, representa o dinheiro (notas e moedas) que estão na posse das entidades. É também através
desta conta que são reconhecidos os factos contabilísticos associados às entradas e saídas de dinheiro, assim como as sobras e falhas em
caixa.
Relativamente à conta 12 – Depósitos à ordem, esta representa os valores que se encontram depositados em instituições bancárias, as quais
podem ser exigíveis (resgatados) a qualquer momento. É através desta conta que são reconhecidos os factos contabilísticos associados aos
pagamentos, recebimentos, transferências entre contas bancárias e as diversas aplicações financeiras.
No que diz respeito à conta 13 – Outros Depósitos Bancários, esta tem por objetivo reconhecer os depósitos que não possam ser classificados
como depósitos à ordem, nomeadamente os chamados depósitos a prazo.
Por fim, a conta 14 – Outros Instrumentos Financeiros, e tal como consta da sua nota de enquadramento, visa “reconhecer os instrumentos
financeiros que sejam mensurados ao justo valor, designadamente os derivados. Sem prejuízo do disposto na nota sobre a conta 41, excluem-
se da conta 14 os instrumentos financeiros que devam ser mensurados ao custo, custo amortizado ou método da equivalência patrimonial
(classe 2 ou conta 41)”.
Caso prático – 5.2.A: Caixa e Depósitos bancários
No dia 01/01/200N a sociedade por quotas XPTO, Lda., procedeu a um aumento de capital, tendo três dos seussócios subscrito os seguintes
montantes:
Objetivo;
Âmbito;
Definições;
Mensuração, e
Reconhecimento.
Para melhor enquadrar esta temática, importa ter presente a definição de inventários, a qual pode ser obtida no parágrafo 6 da NCRF18,
nomeadamente:
Inventários: são ativos:
a) Detidos para venda no decurso ordinário da atividade empresarial;
b) No processo de produção para tal venda; ou
c) Na forma de materiais ou consumíveis a serem aplicados no processo de produção ou na prestação de serviços.
MENSURAÇÃO DOS INVENTÁRIOS
Relativamente à mensuração dos inventários, a NCRF 18 no seu parágrafo 9 refere que os inventários devem ser mensurados pelo custo ou
valor realizável líquido, dos dois o mais baixo. Assim, importa ter presente o conceito de custo e o conceito de valor realizável líquido.
No que diz respeito ao custo dos inventários, este contempla:
Relativamente ao Valor Realizável Líquido (VRL), este consta no §6 da NCRF 18, a qual o define como sendo o preço de venda estimado no
decurso ordinário da atividade empresarial menos os custos estimados de acabamento e os custos estimados necessários para efetuar a
venda. Ou seja, se estivermos a falar de uma empresa comercial, o VRL corresponde ao valor estimado de venda, deduzido dos custos
estimado com a venda.
Tendo abordado o conceito do custo dos inventários, bem como conceito de VRL, voltamos à NCRF 18, a qual refere que os inventários devem
ser mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos dois o mais baixo. Assim, a razão para tal, assenta no facto de que não fará sentido
apresentar no balanço os inventários pelo seu custo de aquisição se efetivamente o valor estimado com a sua venda for inferior a esse. Se
nada fizermos, estaremos a apresentar informação que não é verdadeira no Balanço. Deste modo, nos casos em que o custo é superior ao
VRL haverá que reconhecer uma redução no valor dos inventários (imparidade) para que estes fiquem valorizados pela melhor estimativa à
data.
SISTEMAS DE INVENTÁRIOS
Os Sistemas de Inventários são métodos de reconhecimento e controlo da informação relacionada com a movimentação física dos Inventários.
Na contabilização dos inventários há a considerar dois Sistemas possíveis:
O SIP é de aplicação obrigatória para todas as empresas, exceto as que tendo a possibilidade, optem pela aplicação do SII. Neste sentido, o SII
é possível de aplicar pelas seguintes entidades:
Microentidades;
Agricultura, produção animal, apicultura e caça;
Silvicultura e exploração florestal;
Indústria piscatória e aquicultura;
Pontos de vendas a retalho que, no seu conjunto, não apresentem, no período de um exercício, vendas superiores a 300 000 € nem
a 10 % das vendas globais da respetiva entidade.
Saldar a conta 31 – Compras por contrapartida da conta 32 – Mercadorias (de forma global as entradas decorrentes das compras)
Saldar a conta 38 – Reclassificações e Regularizações de Inventários por contrapartida da conta 32 – Mercadorias (registando de
forma global as entradas e saídas decorrentes das reclassificações e regularizações)
Reconhecer o Custo da Mercadoria Vendida e Matéria Consumida na conta 61 – CMVMC por contrapartida da 32 – Mercadorias
(registando de forma global as saídas decorrentes das vendas) ou da conta 33 – Matérias-primas, subsidiárias e de consume.
FÓRMULAS DE CUSTEIO:
As fórmulas de custeio, estão diretamente associadas à mensuração dos inventários aquando do reconhecimento do seu gasto (custo da
saída do stock de inventários). Deste modo, em função da fórmula de custeio, assim será o valor dos inventários reconhecidos em stock, bem
como o valor dos seus gastos associados à venda.
A NCRF 18 aborda esta temática nos § 23 a 27§, onde refere a existência de três fórmulas de custeios: Custo Específico,First In First Out
(FIFO) e Custo Médio Ponderado (CMP).
Custo específico: Deve ser utilizado no custeio dos inventários que não sejam intermutáveis e de bens ou serviços produzidos e segregados
para projetos específicos. Exemplos de inventários em que esta fórmula de custeio seja aplicável, são por exemplo os bens imóveis (terrenos e
edifícios), as viaturas, as peças de joalharia de elevada qualidade, entre outros.
Custo médio ponderado: Pode ser utilizado quando não seja possível utilizar o custo específico. Cada item é determinado a partir da média
ponderada do custo de itens semelhantes.
First In First Out(FIFO): Pode ser utilizado no custeio dos inventários, em que não se utilize o custo específico. Ao aplicar esta fórmula de
custeio, as entradas mais antigas em inventários são consideradas nas primeiras saídas de inventários, refletindo-se assim no custo a
reconhecer aquando da saída desses inventários.
Importa ainda referir que a aplicação das fórmulas de custeio FIFO e do CMP deve ser uniforme para todos os Inventários que tenham uma
natureza e uso semelhante para a entidade.
FICHA DE ARMAZÉM:
Aquando da adoção do Sistema de Inventário Permanente, as entidades controlam os seus inventários através de fichas de armazém, as quais
podem apresentar a seguinte estrutura:
Para melhor exemplificar a aplicação prática da adoção da fórmula de custeio, e respetivo preenchimento da ficha de armazém, apresentamos
o seguinte exemplo:
Caso prático – 5.3.A: Fórmula de custeio e ficha de armazém
A entidade XPTO S.A., dedica-se ao comércio do Produto A. No início do mês de janeiro detinha em armazém 50 unidades do Produto A,
valorizadas a 300 € cada.
No decurso do mês de janeiro, verificaram-se as seguintes operações:
06/Jan – Aquisição de 15 unidades do produto A ao preço unitário de 325 €;
14/Jan – Venda de 52 unidades do produto A.
Pretende-se:
1. A determinação do montante a apresentar em Inventários no Balanço a 31 de janeiro de N, procedendo ao preenchimento da ficha de
movimentação dos inventários, durante o mês de janeiro de N, usando FIFO como critério de mensuração.
2. A determinação do montante a apresentar em Inventários no Balanço a 31 de janeiro de N, procedendo ao preenchimento da ficha de
movimentação dos inventários, durante o mês de janeiro de N, usando o CMP como critério de mensuração.
Resolução:
1) Critério de mensuração: FIFO
De acordo com o preenchimento da ficha de armazém, adotando a fórmula de custeio FIFO, devem ser criados lotes dos artigos em função
das suas datas de aquisição. Posteriormente, aquando da saída da mercadoria, temos de ter presente que o lote mais antigo será o primeiro a
sair. No caso em concreto, como se venderam 52 unidades, há que em primeiro lugar fazer sair o Lote1 com 50 unidades, seguindo-se a saída
de 2 unidades do lote 2. Deste modo verifica-se que o valor do stock final é de 4 225 € (Ativo), e que o custo (valor que irá afetar o resultado da
entidade) a reconhecer com a venda é de 15 650 €.
2) Critério de mensuração: CMP
De acordo com o preenchimento da ficha de armazém, adotando a fórmula de custeio CMP, verifica-se que o valor do stock final é de 3 975 €
(Ativo), e que o custo (valor que irá afetar o resultado da entidade) a reconhecer com a venda é de 15 900 €.
Com este exemplo, verificamos que de acordo com a fórmula de custeio adotada pela entidade, assim será o valor o valor que a entidade irá
apresentar no Ativo em Inventários, assim como o resultado que irá apresentar.
5.3.2 – Operações de compra
No âmbito das operações de compra de inventários, falamos essencialmente das aquisições de mercadorias, matérias-primas e matérias-
subsidiárias. Assim, de forma simples, temos as seguintes definições:
Matérias-primas: Bens adquiridos que se destinam a serem incorporados nos produtos finais (ex: madeira na produção de móveis);
Matérias-subsidiárias: Bens adquiridos que são indispensáveis à produção, mas não são materialmente incorporados nos produtos
finais (ex: óleo de lubrificação de uma máquina industrial);
Mercadorias: Bens adquiridos com destino à venda, e que não são objeto de qualquer alteração de natureza industrial, ou seja, que
conforme são adquiridos, estão nas condições para serem vendidos.
Em termos contabilísticos, adquirir inventários, representa adquirir um ativo, ou seja, a aquisição de inventários irá aumentar o ativo corrente da
empresa (débito da conta da classe 31). Deste modo, a conta da classe 3, que será usada para refletir a aquisição dos inventários será a conta
31 – Compras, a qual de acordo com o plano de contas do SNC, apresenta o seguinte desdobramento:
A entidade tenha transferido para o comprador os riscos e vantagens significativos da propriedade dos bens;
A entidade não mantenha envolvimento continuado de gestão com grau geralmente associado com a posse, nem o controlo efetivo
dos bens vendidos;
A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada;
Seja provável que os benefícios económicos associados com a transação fluam para a entidade; e
Os custos incorridos ou a serem incorridos referentes à transação possam ser fiavelmente mensurados
Assim, de acordo com o referido no parágrafo 14 da NCRF 20, para que o rédito com a venda de bens possa ser reconhecido, há que
primeiramente verificar se estão cumpridos cumulativamente os cinco pressupostos indicados, pois caso algum deles não se verifica, o rédito
não poderá ser reconhecido.
Após o enquadramento mais concetual e normativo da temática do rédito da venda de bens, passar-se-á então a abordar esta questão de uma
perspetiva mais simplista e prática. Neste sentido, há que ter presente que no âmbito das operações de venda de inventários, falamos
essencialmente das vendas de mercadorias, Produtos acabados e intermédios, de subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos. Assim, de
forma simples, temos as seguintes definições:
Produtos acabados: Correspondem aos bens provenientes do processo produtivo (em empresas industriais), e que se encontram
nas condições para serem vendidos;
Produtos intermédios: Correspondem a bens provenientes do processo produtivo da empresa mas destinados a serem usados em
processos produtivos subsequentes;
Subprodutos: Correspondem a bens provenientes do processo produtivo mas que não são o objeto principal da atividade, sendo
simplesmente obtidos por via da fabricação dos principais produtos (por ex: serradura aquando da produção de mobiliário).
Normalmente têm valor comercial inferior ao do valor do produto principal;
Desperdícios, resíduos e refugos: Correspondem a bens que resultam do processo produtivo, os quais podem ou não ter valor
comercial, mas que muitas vezes provocam gastos adicionais, como sejam os de remoção e de transporte.
Em termos contabilísticos, vender inventários, implica o reconhecimento de um rendimento, o qual poder ser designado de Rédito. Assim, a
venda de inventários irá aumentar os resultados, o que se reflete no crédito na conta 71 – Rendimentos – Vendas. Deste modo, a conta da
classe 7, que será usada para refletir a venda dos inventários será a conta 71 – Vendas, a qual de acordo com o plano de contas do SNC,
apresenta o seguinte desdobramento:
De acordo com as contas identificadas anteriormente, sempre que existam vendas de inventários, haverá que registar essa venda creditando a
conta 711, 712 ou a 713, em função do tipo de inventários que estão a ser vendidos.
Por outro lado, se relacionado com a venda dos inventários, houver lugar à devolução de vendas, teremos assim uma redução do rendimento,
ou seja, teremos de debitar a conta 717 – Vendas – Devoluções de vendas.
Por fim, se forem concedidos descontos e abatimentos em vendas (descontos comerciais), haverá que reconhecer uma redução do valor do
rendimento, ou seja, há que reduzir o rédito com a venda dos inventários. Para que tal seja reconhecido na contabilidade, haverá que debitar a
conta 718 – Vendas – Descontos e abatimentos em vendas.
Por outro lado, vender inventários, irá originar uma dívida a receber do Cliente, ou seja, irá aumentar o ativo corrente. Para o reconhecimento da
dívida a receber do cliente, o plano de contas aprovado pelo SNS contempla a conta 2111 – Clientes C/C – Clientes gerais.
Em resumo, vender inventários irá implicar reconhecer o aumento de rendimento, creditando a conta 71x – Vendas, e implicará o
reconhecimento de um ativo corrente (dívida a receber), debitando a conta 2111 – Clientes gerais.
Contudo, importa ainda referir que em Portugal se encontra em vigor o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA). Temos de abordar este
imposto neste ponto, apenas pelo facto de que geralmente as vendas de inventários estão sujeitas a IVA. De forma muito simples, temos de ter
presente que a venda de inventários dá lugar à liquidação do IVA, ou seja, ao valor do bem, iremos acrescer o valor do IVA, o qual terá de vir a
ser entregue ao Estado. Deste modo o valor do IVA não faz parte do rédito da venda, e será reconhecido como um passivo corrente (dívida ao
Estado), creditando-se a conta 2433 – IVA – Liquidado. Se houver lugar a desconto ou devoluções dos inventários vendidos, haverá lugar à
regularização do IVA (reduzir o IVA liquidado inicialmente), através do débito da conta 2342 – IVA Regularizações – A favor da Empresa.
Por fim, se a entidade estiver a adotar o Sistema de Inventário Permanente (SIP), terá ainda que reconhecer contabilisticamente a saída de
armazém dos inventários vendidos e, simultaneamente, reconhecer o custo associado à sua venda. Deste modo, a saída de armazém, implica
o crédito da conta 32x – Mercadorias. Por outro lado, haverá que reconhecer o custo com os inventários vendidos, o que implica o débito da
conta 61x – Custo dos inventários vendidos e das matérias consumidas.
Caso prático – 5.3.D: Venda de mercadorias (desconsiderando o IVA)
A entidade XPTO S.A., dedica-se ao comércio do Produto A. Durante o mês de janeiro de 200N, efetuou as seguintes operações:
06/Jan – Venda ao cliente BETA S.A., de 15 unidades do produto A ao preço unitário de 700 €. Este produto teve um custo unitário de 325
€;
10/Jan – Devolução do cliente BETA S.A., de 5 unidades do produto A que haviam sido vendidas no dia passado dia 06/Jan pois não
estavam nas devidas condições;
14/Jan – Desconto comercial concedido ao cliente BETA S.A de 4% (280 €) que, por lapso não foi concedido aquando da venda do produto
A.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Resolução:
Na resolução deste caso, teremos de ter em conta que a entidade poderá adotar o Sistema de Inventário Intermitente (SII), ou o Sistema de
Inventário Permanente (SIP). Assim, a resolução irá considerar essas duas opções.
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
06-01-200N Venda de mercadorias 2111x Clientes gerais 10 500,00
711x Venda – Mercadorias 10 500,00
A
No caso de adotar o SIP, deverá ser reconhecida a saída da mercadoria de armazém:
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
06-01-200N Saída de armazém 611x CMVMC – Mercadorias 4 875,00
(Custo mercadorias vendidas)
321x Mercadorias 4 875,00
A
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
10-01-200N Devolução de mercadorias vendidas 717x Devoluções de vendas 3 500,00
2111x Clientes gerais 3 500,00
A
No caso de adotar o SIP, deverá ser reconhecida a entrada (devolução) da mercadoria em armazém (pelo seu custo de saída: 325 € × 5
unidades):
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
10-01-200N Entrada em armazém 321x Mercadorias 1 625,00
(Devolução de mercadorias)
611x CMVMC – Mercadorias 1 625,00
A
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
14-01-200N Desconto concedido 718x Descontos em vendas 280,00
2111x Clientes gerais 280,00
A
Caso prático – 5.3.E: Venda de mercadorias (considerando o IVA)
A entidade XPTO S.A., dedica-se ao comércio do Produto A. Durante o mês de janeiro de 200N, efetuou as seguintes operações,as quais
estão sujeitas a IVA à taxa normal de 23%:
06/Jan – Venda ao cliente BETA S.A., de 15 unidades do produto A ao preço unitário de 700 €. Este produto teve um custo unitário de 325
€;
10/Jan – Devolução do cliente BETA S.A., de 5 unidades do produto A qua haviam sido vendidas no dia passado dia 06/Jan pois não
estavam nas devidas condições;
14/Jan – Desconto comercial concedido ao cliente BETA S.A de 4% (280 €) que, por lapso não foi concedido aquando da venda do produto
A.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Resolução:
Na resolução deste caso, teremos de ter em conta que a entidade poderá adotar o Sistema de Inventário Intermitente (SII), ou o Sistema de
Inventário Permanente (SIP). Assim, a resolução irá considerar essas duas opções.
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
06-01-200N Venda de mercadorias 2111x Clientes gerais 12 915,00
2433x IVA – Liquidado 12 415,00
711x Venda – Mercadorias 10 500,00
A
No caso de adotar o SIP, deverá ser reconhecida a saída da mercadoria de armazém:
A
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
06-01-200N Saída de armazém 611x CMVMC – Mercadorias 4 875,00
(Custo mercadorias vendidas)
321x Mercadorias 4 875,00
f
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
10-01-200N Devolução de mercadorias vendidas 717x Devoluções de vendas 3 500,00
2434x IVA Regularizações – Favor da empresa 3 805,00
2111x Clientes gerais 4 305,00
A
No caso de adotar o SIP, deverá ser reconhecida a entrada (devolução) da mercadoria em armazém (pelo seu custo de saída: 325 € × 5
unidades):
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
10-01-200N Entrada em armazém 321x Mercadorias 1 625,00
(Devolução de mercadorias)
611x CMVMC – Mercadorias 1 625,00
A
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
14-01-200N Desconto concedido 718x Descontos em vendas 280,00 F
2434 IVA Regularizações – Favor da empresa 264,40
2111x Clientes gerais 344,40
A
5.3.4 – Descontos comerciais e financeiros
No que diz respeito aos descontos, estes consistem numa redução ao preço dos inventários, o qual é concedido pelo vendedor (fornecedor) ao
adquirente (comprador).
Normalmente, quando se fala em descontos, abordam-se dois tipos de descontos, os comerciais e os financeiros.
DESCONTOS COMERCIAIS
Descontos comerciais são entendidos como sendo os descontos associados à atividade comercial, ou seja, descontos de quantidade, rappel,
entre outros.
Relativamente aos descontos comerciais em compras, tal como prescrito pela NCRF18 – Inventários, no seu parágrafo 11, estes devem ser
deduzidos na determinação dos custos de compra. Assim, se o desconto for dado na própria fatura, ao valor da compra (conta 31), deduz-se o
valor do desconto, ou seja, o valor da compra será o valor líquido do desconto. Contudo, se o desconto for posteriormente concedido, através
da emissão de uma nota de crédito, este deve ser reconhecido a crédito na conta 318 – Descontos e abatimentos em compras.
No que diz respeito aos descontos comerciais em vendas, tal como os descontos comerciais em compras, devemos ter presente que se o
desconto for dado na própria fatura, ao valor da venda (conta 71), deduz-se o valor do desconto, ou seja, o valor da venda será o valor líquido do
desconto. Contudo, se o desconto for posteriormente concedido, através da emissão de uma nota de crédito, este deve ser reconhecido a
débito na conta 718 – Descontos e abatimentos em vendas.
Exemplos de aplicação prática destes descontos, já foram apresentados nos pontos anteriores deste E-Book, nomeadamente nos casos
práticos 5.3.B a 5.3.E.
DESCONTOS FINANCEIROS
Apesar de não ser consensual, normalmente considera-se que os descontos financeiros estão associados à atividade financeira da empresa,
ou seja, a descontos de pronto de pagamento. Assim, estes descontos maioritariamente estão relacionados com a antecipação da liquidação
dívida, não afetando o valor dos inventários, mas sendo reconhecido nos resultados da entidade.
Deste modo, os descontos financeiros obtidos aquando das compras de inventários, são reconhecidos como um rendimento na conta 782 –
Descontos de pronto pagamento obtidos.
Por outro lado, os descontos financeiros concedidos aquando da venda de inventários, são reconhecidos como um gasto na conta 682 –
Descontos de pronto pagamento concedidos.
Caso prático – 5.3.F: Descontos financeiros
A entidade XPTO S.A., dedica-se ao comércio do Produto A. Durante o mês de janeiro de 200N, efetuou as seguintes operações,as quais
estão sujeitas a IVA à taxa normal de 23%:
08/Jan – O Cliente BETA S.A., antecipou o pagamento da N/Fatura n.º453, a qual apenas se vencia no próximo mês de julho. O
montante da dívida era de 45 000 €, e por ter antecipado o pagamento, a entidade XPTO S.A., concedeu um desconto de 2%.
12/Jan – Pagamento ao Fornecedor ALFA S.A., do valor referente à fatura n.º 123, a qual se vencia apenas no próximo mês de Agosto.
O valor da fatura é de 25 000 €. Pelo facto de o pagamento ter sido antecipado, o fornecedor concedeu um desconto de 1,5%.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Resolução:
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
08-01-200N Recebimento C/ desconto financeiro 12x Depósitos à ordem 44 100,00 F
682x Descontos de pronto pagamento concedidos 44 900,00
2111x Clientes gerais 45 000,00
f
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
12-01-200N Pagamento C/ desconto financeiro 2111x Clientes gerais 25 000,00 F
782x Descontos de pronto pagamento obtidos 24 375,00
12x Depósitos à ordem 24 625,00
f
5.3.5 – Adiantamentos
No âmbito dos inventários, podem ocorrer adiantamentos, os quais representam entregas de meios financeiros líquidos (dinheiro ou
equivalente) pelo comprador (cliente) ao vendedor (comprador), por conta de futuros fornecimentos.
No âmbito dos adiantamentos, abordam-se normalmente dois tipos de adiantamentos, os adiantamentos com preço fixado, e os adiantamentos
sem preço fixado.
Quando estamos perante adiantamentos sem preço fixado, na prática estamos a falar dos adiantamentos que são realizados, mas para os
quais ainda não se tem conhecimento do valor final do bem.
Por outro lado, quando estamos perante adiantamentos com preço fixado, na prática estamos a falar dos adiantamentos que são realizados
nas situações em que previamente se tem conhecimento do valor final dos bens subjacentes ao adiantamento.
ADIANTAMENTOS ASSOCIADOS A AQUISIÇÕES
Os adiantamentos realizados para a futura aquisição de inventários, implicam assim a saída de dinheiro, ou seja, uma redução do ativo (crédito
da conta 11 – Caixa, ou crédito da conta 12 – Depósitos à ordem) e como contrapartida, o débito (direito a receber), numa das seguintes
contas, em função do tipo de adiantamento:
Conta 228 – Adiantamentos a fornecedores, deve ser usada para reconhecer as entregas feitas pela entidade relativas a
fornecimentos (sem preço fixado) a efetuar por terceiros; ou
Conta 39 – Adiantamentos por conta de compras Regista as entregas feitas pela entidade relativas a compras cujo preço esteja
previamente fixado.
Pela receção da fatura, as verbas reconhecidas na conta 228 ou 39, devem ser transferidas para a conta 221 – Fornecedores c/c.
Uma vez que, aquando da contabilização do adiantamento efetuado, o IVA dessa fatura é normalmente IVA dedutível, teremos de ter presente
que, aquando da receção da fatura final do fornecedor, haverá lugar à emissão de uma nota de crédito para regularização do adiantamento
inicial. Deste modo, a nota de crédito irá implicar a regularização do IVA que foi liquidado inicialmente pelo adiantamento. Essa regularização do
IVA implica o crédito da conta 2434x – IVA – Regularizações a favor do Estado. Caso esta regularização não fosse efetuada, a entidade estaria
a deduzir o IVA por duas vezes, ou seja, pela receção da fatura do adiantamento e posteriormente pela receção da fatura final.
ADIANTAMENTOS ASSOCIADOS À TRANSMISSÃO DE BENS
Os adiantamentos recebidos para a futura venda de inventários, implicam assim a entrada de dinheiro, ou seja, um aumento do ativo (débito da
conta 11 – Caixa, ou débito da conta 12 – Depósitos à ordem) e como contrapartida, o crédito (passivo – obrigação a pagar), numa das
seguintes contas, em função do tipo de adiantamento:
Conta 218 – Adiantamentos de clientes, deve ser usada para reconhecer as entregas (de dinheiro) feitas à entidade relativas a
fornecimentos, sem preço fixado, a efetuar a terceiros.
Conta 276 – Adiantamentos por conta de vendas, regista as entregas feitas pela entidade com relação a fornecimentos de bens e
serviços cujo preço esteja previamente fixado.
Pela emissão da fatura, as verbas reconhecidas na conta 218 ou 276 serão transferidas para as respetivas contas da rubrica 211 – Clientes
c/c.
Uma vez que, aquando da contabilização do adiantamento recebido, o IVA dessa fatura é normalmente IVA liquidado, teremos de ter presente
que, aquando da emissão da fatura final a entregar ao cliente, haverá lugar à emissão de uma nota de crédito para regularização do
adiantamento inicial. Deste modo, a nota de crédito irá implicar a regularização do IVA que foi liquidado inicialmente pelo adiantamento. Essa
regularização do IVA implica o débito da conta 2434x – IVA – Regularizações a favor da empresa. Caso esta regularização não fosse efetuada,
a entidade estaria a liquidar o IVA por duas vezes, ou seja, pela emissão da fatura do adiantamento e posteriormente pela emissão da fatura
final.
Caso prático – 5.3.G: Adiantamentos – Compras
A entidade XPTO S.A., dedica-se ao comércio do Produto A. Durante o mês de janeiro de 200N, efetuou as seguintes operações,as quais
estão sujeitas a IVA à taxa normal de 23%:
08/Jan – Fatura n.º 123 do fornecedor ALFA S.A., no montante de 1 000,00 € (sujeito a IVA). Este valor respeita a um adiantamento para
fornecimento de mercadorias, sem preço previamente fixado.
12/Jan – Fatura n.º 321 relativa à compra a prazo ao fornecedor ALFA S.A., de 30 unidades do produto A, pelo valor de 320 € cada.
Operação sujeita a IVA à taxa normal. Nesta mesma data foi emitida rececionada a Nota de Crédito n.º 2 do Fornecedor ALFA S.A., a qual
regularizava o adiantamento do passado dia 08 de janeiro.
18/Jan – Fatura n.º 125 do fornecedor ALFA S.A., no montante de 10 000,00 € (sujeito a IVA). Este valor respeita a um adiantamento para
fornecimento de 50 unidades do Produto A.
22/Jan – Fatura n.º 323 relativa à compra a prazo ao fornecedor ALFA S.A., de 50 unidades do produto A, pelo valor de 320 € cada.
Operação sujeita a IVA à taxa normal. Nesta mesma data foi emitida rececionada a Nota de Crédito n.º 3 do Fornecedor ALFA S.A., a qual
regularizava o adiantamento do passado dia 18 de janeiro.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Resolução:
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
08-01-200N FT 123 – Adiantamento a Fornecedor S/ Preço fixado 228x Adiantamentos a fornecedores 1 000,00 F
2432x IVA dedutível 1 230,00
Quando falamos em mercadorias em trânsito, falamos de mercadorias em que a entidade tem o controlo sobre elas, contudo estas ainda não
se encontram fisicamente nas instalações da entidade, por exemplo nas situações de importação de mercadorias, em que o adquirente
assume a responsabilidade pelo bem aquando da saída das instalações do vendedor.
Relativamente aos inventários em poder de terceiros, estes dizem respeito a inventários que estão sobre o controlo da entidade, mas que
encontram na posse de terceiros. O melhor exemplo para este tipo de situação são as vendas à consignação, onde a entidade coloca os seus
bens no armazém de um terceiro, na expectativa de que este proceda à venda desses bens por conta da empresa. A conta 326 - Mercadorias
em poder de terceiros, pretende assim evidenciar que esses ativos apesar de serem da entidade, se encontram na posse de terceiros.
PERDAS POR IMPARIDADE EM INVENTÁRIOS:
As perdas por imparidade em inventários, tal como todas as perdas por imparidade, visam reconhecer uma redução do valor do ativo. No caso
dos inventários, as perdas por imparidade surgem por via da mensuração que se encontra estabelecida na NCRF 18 – Inventários. Recordando
o já referido no início deste capítulo, os inventários devem ser mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos dois o mais baixo. Assim,
caso a entidade detenha inventários com um valor de custo superior ao seu valor realizável líquido, deverá proceder ao ajuste do seu montante,
ou seja, deverá reduzir o ativo, reconhecendo assim uma perda por imparidade em inventários. É importante ter presente que a análise da
imparidade dos Inventários deve ser efetuada de forma individualizada (item a item dos Inventários) para garantir que eventuais perdas de um
item não são compensadas com eventuais expectativas de ganho noutro item.
De acordo com o plano de contas aprovado pelo SNC, as contas relevantes para o reconhecimento das imparidades em inventários são as
seguintes:
Assim, para reconhecer a redução do valor dos inventários haverá que movimentar a crédito a conta 329 e a débito a conta 652 para o
reconhecimento do gasto da perda por imparidade.
Por outro lado, se houver lugar à reversão da imparidade, ou seja, se o que o originou o reconhecimento da imparidade, deixar de existir por via
de uma reversão, iremos aumentar o valor do ativo, através do débito da conta 329, por contrapartida do reconhecimento do rendimento
(movimentação a crédito) na conta 7622.
Caso prático – 5.3.I: Outras operações com inventários
A entidade XPTO S.A., dedica-se ao comércio do Produto A. Durante o mês de janeiro de 200N, efetuou as seguintes operações,as quais
estão sujeitas a IVA à taxa normal de 23%:
08/Jan – Ao efetuar a contagem física em armazém, verificou-se que 2 unidades do produto A, foram furtadas. A entidade não apresentou
queixa às autoridades policiais devido ao reduzido valor do furto. Cada unidade havia sido adquirida ao fornecedor ALFA S.A., pelo
montante de 25 €. Nesta data foi efetuada a regularização do IVA.
12/Jan – Ao efetuar a contagem física em armazém, procedeu-se à pesagem do Artigo B. Neste processo verificou-se que este artigo
devido às condições climatéricas apresente um peso superior em 50 kg relativamente ao que se encontra refletido na contabilidade. De
acordo com a última informação obtida, o valor atribuído a cada Kg é de 5,25 €.
18/Jan – Fatura n.º 110 do fornecedor ALFA S.A., referente à aquisição de 400 unidades do produto C, ao custo unitário de 25 € cada.
Nesta data os riscos e vantagens associados a esta operação já se encontram do lado da entidade XPTO S.A., contudo nesta data os
artigos ainda não se encontravam no armazém da entidade.
22/Jan – As mercadorias adquiridas no passado dia 18 de janeiro foram nesta data rececionadas no armazém da entidade.
28/Jan – Foram colocadas à consignação do intermediário Júpiter S.A., 10 unidades do produto C, que haviam sido adquiridas no passado
dia 18.
31/Jan – Nesta data a entidade procedeu à análise dos custos e valores recuperáveis do Produto D, nomeadamente de umstock de 500
unidades, cujo custo de aquisição unitário é de 40 €, os quais que têm sofrido uma considerável e sistemática redução de procura e
aceitação pelos clientes. De acordo com a melhor informação existente a esta data, a entidade estima um preço de venda do produto D
em 30 €, sendo necessário incorrer ainda a uma rede de vendedores, aos quais se estima ter de pagar uma comissão de 10%.
31/Dez – Nesta data a entidade procedeu novamente à análise dos custos e valores recuperáveis do Produto D, verificando-se que se
mantém ainda o stock das 500 unidades, cujo custo de aquisição unitário é de 40 € e para os quais havia sido reconhecida a imparidade
no dia 31 de janeiro. De acordo com a melhor informação existente a esta data, a entidade estima um preço de venda do produto D em 35
€, sendo necessário incorrer ainda a uma rede de vendedores, aos quais se estima ter de pagar uma comissão de 10%.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Resolução:
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
08-01-200N Quebra anormal – Furto Produto A 6842x Perdas em Inventários – Quebras 61,50 F
2434x IVA Regularizações – favor do Estado 11,50
382x Mercadorias 50,00
f
No caso de adotar o SIP, deverá ser reconhecida a saída da mercadoria de armazém:
Valor da regularização = 25 € x 2 unidades
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
12-01-200N Saída de armazém 382x Regularização – Mercadorias 50,00 F
(Regularização mercadorias)
321x Mercadorias 50,00
f
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
12-01-200N Sobra: Produto A 382x Regularização – Mercadorias 262,50 F
7842x Ganhos em Inventários – Sobras 262,50
f
No caso de adotar o SIP, deverá ser reconhecida a valorização da mercadoria de armazém:
Valor da regularização = 5,25 € x 50 unidades
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
12-01-200N Entrada em armazém 321x Mercadorias 262,50 F
(Regularização mercadorias)
382x Regularização – Mercadorias 262,50
f
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
18-01-200N Compra de mercadorias 311x Compras – Mercadorias 10 000,00 F
2432x IVA dedutível 12 300,00
2211x Fornecedores gerais 12 300,00
f
No caso de adotar o SIP, deverá ser reconhecida a mercadoria em Trânsito:
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
22-01-200N Entrada em armazém 321x Mercadorias 10 000,00 F
(mercadorias em trânsito)
325x Mercadorias em trânsito 10 000,00
f
No caso de adotar o SIP, deverá ser reconhecida a saída da mercadoria do armazém, para o armazém do intermediário:
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
28-01-200N Entrada em armazém 326x Mercadorias em poder de terceiros 250,00 F
(mercadorias em trânsito)
321x Mercadorias 250,00
f
Relativamente ao dia 31 de janeiro, teremos de ter presente que os inventários têm de ser mensurados pelo custo ou valor realizável líquido,
dos dois o menor. Assim, há que apurar o valor realizável líquido (preço de venda estimado menos os custos estimados necessários para
efetuar a venda).
Preço de venda estimado = 500un. x 30 € = 15 000 €
Custos estimados com a venda (comissão) = 15 000 € x 10% = 1 500 €
Valor realizável líquido = 15 000 € - 1 500 € = 13 500 €
Custo = 500un. x 40 € = 20 000 €
Posto isto, a entidade deverá reconhecer os seus inventários, pelo valor de 13 500 €, o que implica reconhecer uma redução dos seus
inventários (imparidade) no montante de 6 500 € (20 000 € - 13 500 €):
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
31-01-200N Imparidade em Inventários 652x Perdas por imparidade – Em inventários 6 500,00 F
329x Inventários – Perdas por imparidade acumuladas 6 500,00
f
Relativamente ao dia 31 de dezembro, teremos de ter presente que para estes inventários já se encontra reconhecida uma imparidade no
montante de 6 500 €.
As novas informações, permitem obter os seguintes dados:
Preço de venda estimado = 500un. x 35 € = 17 500 €
Custos estimados com a venda (comissão) = 17 500 € x 10% = 1 750 €
Valor realizável líquido = 17 500 € - 1 750 € = 15 750 €
Custo = 500un. x 40 € = 20 000 €
Posto isto, a entidade deverá apresentar uma imparidade em inventários no montante de 4 250 €.
Sabendo que para estes mesmo inventários a entidade já tem reconhecida uma imparidade de 6 500 €, haverá lugar à redução da imparidade
acumulada (reversão de imparidade), no montante de 2 250 € ( 6 500 € - 4 250 €). Esta reversão irá assim aumentar o valor dos inventários, e
implicar o reconhecimento de um rendimento (reversão da imparidade), o que implica o seguinte reconhecimento contabilístico:
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
31-12-N+1 Reversão imparidade 329x Inventários – Perdas por imparidade acumuladas 4 250,00 F
Em Inventários
7622x Reversões – Perdas por imparidade – Em inventários 4 250,00
f
5.3.7 – Variação da produção
A temática da variação da produção apenas se aplica nas entidades que se dedicam à produção de bens, ou seja, em empresas industriais.
Tal como o nome indica, a variação da produção, pretende reconhecer contabilisticamente as alterações existentes ao nível da produção dos
inventários.
Deste modo, os produtos que forem produzidos e concluídos devem ser reconhecidos como produtos em curso ou acabados, onde a sua
mensuração (custo), corresponde ao seu custo de produção. O custo de produção destes produtos contempla não só o custo com as
matérias-primas e mão-de-obra direta, mas também todos os restantes gastos gerais de fabrico (ex: eletricidade, água, mão-de-obra indireta,
entre outros). Para o apuramento do custo de produção é essencial um adequado sistema de contabilidade analítica, pois só assim será
possível apurar com rigor o seu custo de produção.
De uma forma simples, podemos referir que a variação da produção resulta da seguinte equação:
Variação da produção = Inventário final de produtos acabados - Inventário inicial de produtos acabados
De acordo com o plano de contas aprovados pelo SNC, as contas relevantes para o reconhecimento da variação da produção são as
seguintes:
f
Nas datas assinaladas, realizou as seguintes operações:
Dia 1 – Fatura n.º 26 do fornecedor DE Export Gmbh, de Alemanha relativa à n/compra a prazo, no s/ armazém, com um desconto
comercial de 2%, de 100 unidades do Artigo 1, ao preço unitário de 800,00 €. Tratando-se de uma aquisição intracomunitária haverá que
deduzir e liquidar o IVA à taxa normal de 23%;
O transporte da mercadoria da origem para o nosso armazém foi efetuado pela transportadora nacional Empresa de Transportes
e Viagens, S.A., ascendeu a 600,00 €, mais IVA à taxa normal (23%), tendo sido emitida a fatura-recibo n.º 851. O pagamento foi
efetuado nesta data através de transferência bancária;
Dia 2 – Fatura n.º 1 da entidade Seguradora – Social SA, no montante de 300 € (isento de IVA) referente ao prémio de seguro das
mercadorias adquiridas na Alemanha;
Guia de entrada (G.E.) n.º 1 relativa à entrada das mercadorias no armazém da empresa, por compra ao fornecedor DE Export
Gmbh;
Dia 3 – N/Fatura n.º 2 para o cliente americano, USA Import Corporation, referente à venda “CIF – Nova Iorque” de 50 unidades do Artigo 1
no valor unitário de 1 250,00 €. Tratando-se de uma exportação não haverá lugar à liquidação do IVA;
Guia de saída (G.S.) n.º 1 relativa à saída do armazém das mercadorias para o cliente USA, Import Corporation;
Dia 4 – Fatura n.º 3 para o cliente ES, Importacion, SA de Espanha, relativa à venda a prazo, no armazém da empresa, com um desconto
comercial de 3%, de 50 unidades do Artigo 1, ao preço unitário de 1 200,00 €. Tratando-se de uma transmissão intracomunitária não
haverá lugar à liquidação do IVA;
G.S. n.º 2 relativa à saída do armazém das mercadorias vendidas ao cliente ES, Importacion, SA de Espanha;
Dia 5 – Fatura n.º 3083 do fornecedor, Comércio por Grosso, Lda., de Lisboa, relativa à compra a prazo com um desconto comercial de
4%, de 50 unidades do Artigo 2, ao preço unitário de 2 150,00 €. Acresce IVA à taxa de 23%.
G.E. n.º 2 relativa à entrada no armazém das mercadorias adquiridas ao fornecedor Comércio por Grosso Lda.;
Dia 6 – Fatura n.º 92 do fornecedor USA- Export Corporation, da qual constava o seguinte:
Dia 9 – Fatura-recibo n.º 30 do fornecedor Comércio por Grosso, Lda., de Loures, relativa à compra a pronto, no armazém da empresa, de
100 unidades do Artigo 3, ao preço unitário de 400,00 €. Condições de pagamento: 2% de desconto a 30 dias da fatura. Acresce IVA à taxa
de 23%.
Foi emitido o cheque n.º 3447 para liquidação da dívida
G.E. n.º 3 relativa à entrada do armazém das mercadorias adquiridas nesta data;
Dia 10 – Fatura n.º 4 para o cliente Comércio de Ferramentas e Utensílios Lda., de Almada, relativa à venda a prazo, conforme sua NE n.º
55, no armazém da empresa, de 40 unidades do Artigo 2, ao preço unitário de 2 500,00 € e 50 unidades do Artigo 3, ao preço unitário de
600,00 €;
Dia 16 – G.E. n.º 4, relativa à oferta pelo fornecedor Alfa S.A., de 2 unidades do Artigo 2 pelo preço unitário de 2 150,00 €;
Dia 17 – Guia de entrada n.º 5 relativa à entrada e conferência no armazém das mercadorias recebidas de F04-USA;
Dia 23 – Fatura n.º ٥ referente a uma oferta ao cliente Estrela Cadente S.A., de 1 unidades do Artigo 1.
G.S. n.º 5 relativa à saída do armazém das mercadorias oferecidas ao cliente.
Dia 24 – Foi identificada uma quebra de 2 unidades do Artigo 3, devido a roubo entretanto comunicado à PSP. A Cª de Seguros informou
que irá cobrir 90% do montante perdido.
G.S. n.º 6 relativa à regularização do armazém.
Dia 27 – Conta de venda n.º 35 enviada pelo consignatário JTL S.A., relativa à venda de 10 unidades do artigo 2 ao preço unitário de
2 500,00 €. Metade dos artigos foram vendidos ao cliente Marazul S.A., e a outra metade ao cliente NuvemVerde S.A.. Foram emitidas as
faturas n.º 6 e n.º 7, respetivamente aos clientes indicados
G.S. n.º 7 e n.º 8 relativa à saída do armazém do Artigo 2 vendido nesta data;
Dia 29 – Fatura n.º 108 respeitante à nota de despesas enviada pelo intermediário Vendas Futuras S.A. no montante de 300,00 €,
acrescidos de IVA à taxa normal de 23%. Esta fatura é referente às vendas efetuadas por consignação.
Pretende-se:
1. O reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade e o preenchimento das fichas de armazém dos
artigos, considerando a fórmula de custeio do custo médio ponderado;
2. O preenchimento das fichas de armazém para cada um dos artigos, considerando a fórmula de custeio FIFO.
Assim, de acordo com o referido no parágrafo 20 da NCRF 20, para que o rédito com a prestação de serviços possa ser reconhecido, há que
primeiramente verificar se estão cumpridos cumulativamente os quatro pressupostos indicados, pois caso algum deles não se verifica, o rédito
não poderá ser reconhecido.
Posteriormente, verificando-se os critérios para o seu reconhecimento do rédito da prestação de serviços, este deve ser reconhecido com
referência à fase de acabamento, a qual é muitas vezes designada como sendo o método da percentagem de acabamento. Por este método, o
rédito é reconhecido nos períodos contabilísticos em que os serviços sejam prestados (NCRF 20 – § 21).
Após o enquadramento mais concetual e normativo da temática do rédito da prestação de serviços, passaremos então a abordar esta questão
de uma perspetiva mais simplista e prática.
Em termos contabilísticos, prestar um serviço, implica o reconhecimento de um rendimento, o qual poder ser designado de Rédito. Assim, a
prestação de serviços irá aumentar os resultados, o que se reflete no crédito na conta 72 – Rendimentos – Prestações de serviços. De acordo
com a nota de enquadramento da conta 72 – Prestações de serviços, esta conta respeita aos trabalhos e serviços prestados que sejam
próprios dos objetivos ou finalidades principais da entidade. Refere ainda que esta conta poderá integrar os materiais aplicados, no caso de
estes não serem faturados separadamente.
Deste modo, para refletir o rédito com a prestação dos serviços deverá usar-se a conta 72 – Prestações de serviços, a qual de acordo com o
plano de contas do SNC, apresenta o seguinte desdobramento:
72 – Prestações de serviços;
721 – Prestações de serviços – Serviço A;
722 – Prestações de serviços – Serviço B;
725 – Prestações de serviços – Serviços secundários;
728 – Prestações de serviços – Descontos e abatimentos.
De acordo com as contas identificadas anteriormente, sempre que se prestem serviços, haverá que registar rédito creditando a conta 721, 722
ou a 725, em função do tipo de serviços que estão a ser prestados. Contudo, se forem concedidos descontos e abatimentos nos serviços
prestados (descontos comerciais), haverá que reconhecer uma redução do valor do rendimento, ou seja, há que reduzir o rédito com a
prestação dos serviços. Para que tal seja reconhecido na contabilidade, haverá que debitar a conta 728 – Prestações de serviços – Descontos
e abatimentos.
Por outro lado, prestar serviços, irá originar uma dívida a receber do Cliente, ou seja, irá aumentar o ativo corrente. Para o reconhecimento da
dívida a receber do cliente, o plano de contas aprovado pelo SNS contempla a conta 2111 – Clientes C/C – Clientes gerais.
Em resumo, a prestação de serviços irá implicar reconhecer o aumento de rendimento, creditando a conta 72x – Prestações de serviços, e
implicará o reconhecimento de um ativo corrente (dívida a receber), debitando a conta 2111 – Clientes gerais.
Contudo, e tal como já referido anteriormente, um dos aspetos mais relevantes é a aplicação da percentagem de acabamento associado ao
rédito da prestação de serviços. Por este método, o rédito é reconhecido nos períodos contabilísticos em que os serviços sejam prestados o
que pode implicar o reconhecimento de acréscimos ou diferimentos de rédito.
Assim, se houver lugar ao reconhecimento do diferimento do rédito (rédito que deve ser reconhecido no período seguinte), deverá ser creditada
a conta 282 – Rendimentos a reconhecer. Normalmente este caso ocorre quando a entidade emite a fatura por um valor superior ao rédito que
pode ser reconhecido.
Por outro lado, de houver lugar ao acréscimo do rédito (nos casos em que não foi emitida fatura com o valor suficiente do rédito a reconhecer),
haverá que reconhecer esse rendimento creditando a conta 72 adequada, e como contrapartida, será debitada a conta 2721 – Devedores e
credores por acréscimos de rendimentos. Esta conta 2721 representa o ativo (direito a receber). O direito a receber não pode ser reconhecido
na conta 21 – Clientes pelo facto de não existir documento vinculativo da dívida (normalmente fatura).
Caso prático – 5.4.A: Prestação de serviços – percentagem de acabamento
A entidade XPTO S.A., dedica-se à prestação de consultadoria. No início do ano 200N, contratou com o cliente ALFA S.A. o serviço de
consultadoria para os próximos 2 anos. O preço do contrato foi contratualizado pelo valor de 100 000 €. Os custos totais estimados para
completar o contrato foram estimados em a 80 000 €. Conhecem-se os seguintes dados referentes a este contrato (valores em €):
200N 200N+1
Custos anuais 30 000 50 000
f
Pretende-se o reconhecimento contabilístico associado ao rédito da prestação de serviços no ano 200N e 200N+1, ignorando a
questão do IVA.
Resolução:
Em primeiro lugar haverá que proceder ao cálculo da percentagem de acabamento para assim conseguir identificar o valor a reconhecer de
rédito em cada período. A percentagem de acabamento pode ser calculada da seguinte forma:
Assim, a percentagem de acabamento em cada um dos períodos é a seguinte:
200N 200N+1
Valor do contrato 100 000 100 000
f
Ano 200N:
Em função da percentagem de acabamento encontrada para cada um dos períodos, conseguimos identificar qual o valor a ajustar ao rédito
(acréscimo ou diferimento). Assim, verificamos que o rédito a reconhecer no ano 200N é de 37 500 €. Como apenas foi emitida fatura pelo
montante de 35 000 €, há que reconhecer um acréscimo de rendimento no montante de 2 500 €.
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
200N Pela faturação do período 211x Clientes Gerais 35 000,00 F
72x Prestações de serviços 35 000,00
f
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
200N Pelo valor recebido 12x Clientes Gerais 30 000,00 F
2111x Clientes Gerais 30 000,00
f
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
200N Pelo valor acréscimo de rendimento 2721x Dev. Acréscimos rendimentos 2 500,00 F
(faturação inferior ao rédito)
72x Prestações de serviços 2 500,00
f
Ano 200N+1:
Em função da percentagem de acabamento encontrada para cada um dos períodos, verificamos que o rédito a reconhecer no ano 200N+1 é de
62 500 €. Como o valor da fatura emitida foi no montante de 65 000 €, há que regularizar o valor do rédito no montante de 2 500 € (reduzir o
valor do rendimento).
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
200N+1 Pela faturação do período 211x Clientes Gerais 65 000,00 F
72x Prestações de serviços 65 000,00
f
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
200N+1 Pela faturação do período 211x Clientes Gerais 65 000,00 F
72x Prestações de serviços 65 000,00
f
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
200N+1 Pelo valor recebido 12x Clientes Gerais 70 000,00 F
f
Pretende-se o reconhecimento contabilístico associado ao rédito da prestação de serviços no ano 200N e 200N+1, ignorando a
questão do IVA.
De acordo com as notas de enquadramento do plano de contas SNC, a conta 272 – Devedores e credores por acréscimos, registam a
contrapartida dos rendimentos e dos gastos que devam ser reconhecidos no próprio período, ainda que não tenham documentação vinculativa,
cuja receita ou despesa só venha a ocorrer em período ou períodos posteriores. Assim, exemplos aplicáveis à conta 272 poderão ser:
621 – Subcontratos;
622 – Serviços especializados;
623 – Materiais;
624 – Energia e fluidos;
625 – Deslocações, estadas e transportes;
626 – Serviços diversos.
Contudo, para um melhor enquadramento da natureza do gasto com FSE’s, é importante ter presente a estrutura detalhada do plano de contas.
É o conhecimento mais aprofundado das contas disponíveis que irá facilitar o processo associado ao reconhecimento adequado dos respetivos
bens e ou serviços adquiridos.
Neste sentido, apresentamos a estrutura indicada no plano de contas SNC para a conta 62 – FSE’s:
6241 Eletricidade
Poderão existir retenções na fonte de IRC ou IRS efetuadas aos rendimentos obtidos por uma entidade. As retenções na fonte, conforme o
próprio nome indica, consistem na retenção (ou seja, uma não entrega) de parte do rendimento a quem o obtém e na entrega ao Estado em
nome do beneficiário desse mesmo rendimento, ficando este com um direito sobre o Estado no montante da retenção efetuada. As retenções
assentam numa percentagem que varia consoante o tipo de rendimento em causa.
De acordo com o plano de contas aprovado pelo SNC, as contas relevantes para o reconhecimento de operações que envolvam o imposto
sobre o rendimento da própria entidade são:
Por ser uma única conta a ser movimentada, no que diz respeito à conta de balanço, torna-se pertinente ter presente que no código de contas
SNC, a conta 241 apresenta uma nota de enquadramento, a qual se demonstra importante para se perceber os reconhecimentos
contabilísticos associados a esta temática, nomeadamente:
Esta conta é debitada pelos pagamentos efetuados e pelas retenções na fonte a que alguns dos rendimentos da entidade estiverem sujeitos.
No fim do período será calculada, com base na matéria coletável estimada, a quantia do respetivo imposto, a qual se registará a crédito desta
conta.
Internamente, cada entidade pode e deve criar subcontas para cada tipo de operação.
Caso prático – 5.7.A: Estimativa de imposto
A entidade XPTO S.A., dedica-se ao comércio do Produto A. Durante as operações de fecho de 200N efetuou o reconhecimento da estimativa
de imposto referente ao mesmo período, no montante de 12 100 €, com data de 31 de dezembro de 200N.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Resolução:
Haverá que se reconhecer a dívida a pagar ao estado (conta 241x) e a redução ao resultado (conta 8121):
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
31-12-200N Estimativa de imposto de 200N 8121 Imposto estimado para o período 12 100,00 F
241x Imposto sobre o rendimento 12 100,00
f
Caso prático – 5.7.B: Pagamento por conta
A entidade XPTO S.A., dedica-se ao comércio do Produto A. No dia 25 de setembro efetuou o seu segundo pagamento por conta, referente ao
período 200N, no montante de 1 500 €.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Resolução:
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
25-09-200N Pagamento por conta 241x Imposto sobre o rendimento 1 500,00 F
12x Depósitos à ordem 1 500,00
f
Caso prático – 5.7.C: Retenção na fonte
A entidade XPTO S.A., dedica-se ao comércio do Produto H e é detentora de um armazém que, por não utilizar, arrendou à entidade ABC, Lda.,
pelo montante de 4 000 € mensais. Em fevereiro de 200N realizou as seguintes operações:
04/02/200N – Recebimento por transferência bancária da renda do mês de fevereiro (sujeita a retenção na fonte de 25%). Nesta data foi
emitida a Fatura n.º 123.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Resolução:
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
04-02-200N Retenção da fonte 12x Depósitos à ordem 3 000,00
241x Imposto sobre o rendimento 1 000,00
7873 Rendas e outros rendimentos em propriedades de investimento 4 000,00
f
Caso prático – 5.7.D: Pagamento final de imposto sobre o rendimento
A entidade XPTO S.A., dedica-se ao comércio do Produto C. Em maio de 200N procedeu à entrega da declaração periódica de rendimentos
referente ao período de 200N1 e ao pagamento final do respetivo imposto sobre o rendimento.
Sabe-se as seguintes informação relativas à entidade:
Trabalho dependente;
Trabalho independente;
Capitais;
Prediais.
A comunicação dos montantes das retenções efetuadas dos rendimentos de trabalho dependente deve ser efetuada até dia 10 do mês
seguinte ao mês a que diz respeito e para os restantes rendimento através de uma declaração anual entregue até ao dia 10 de fevereiro de
cada ano relativa aos rendimentos do ano anterior.
O pagamento de qualquer retenção, independentemente da natureza do seu rendimento, deverá ocorrer até ao dia 20 do mês seguinte ao mês
em que os montantes foram retidos.
No que se refere às retenções de trabalho dependente, como referido, a retenção é criada no momento do pagamento ou colocação à
disposição do vencimento do colaborador, que será abordado no subcapítulo “5.8. Gastos com o pessoal”, sendo que neste ponto apenas se
irá abordar o pagamento ao Estado dessa retenção.
De acordo com o plano de contas aprovado pelo SNC, a conta relevante para o reconhecimento de operações que envolvam as retenções de
imposto sobre o rendimento é:
Por ser uma única conta a ser movimentada, torna-se pertinente ter presente que no código de contas SNC, a conta 242 apresenta uma nota
de enquadramento, a qual se demonstra importante para se perceber os reconhecimentos contabilísticos associados a esta temática,
nomeadamente:
Esta conta movimenta a crédito o imposto que tenha sido retido na fonte relativamente a rendimentos pagos a sujeitos passivos de IRC ou de
IRS, podendo ser subdividida de acordo com a natureza dos rendimentos.
Caso prático – 5.7.E: Retenção de imposto sobre o rendimento de trabalho independente
A entidade XPTO S.A., dedica-se ao comércio do Produto D. Em maio de 200N a entidade contratou os serviços de um advogado para
assessoria jurídica, no montante de 400 €, pagos no dia 10 de maio através de transferência bancária. Nesse mesmo dia o advogado, o senhor
António Silva, emitiu e entregou à entidade a sua fatura-recibo n.º 450. Este serviço é sujeito a retenção na fonte em 25% e, por simplificação,
ignore qualquer efeito do IVA.
A retenção efetuada foi entregue ao Estado no dia 18 de junho de 200N.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Resolução:
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
10-05-200N Serviço de assessoria jurídica 6224x Honorários 400,00
242x Retenção de imposto sobre o rendimento 100,00
12x Depósitos à ordem 300,00
f
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
18-06-200N Entrega de retenção ao Estado 242x Retenção de imposto sobre o rendimento 100,00 F
12x Depósitos à ordem 100,00
f
Caso prático – 5.7.F: Retenção de imposto sobre rendimentos prediais
A entidade XPTO S.A. (inquilina), dedica-se ao comércio do Produto S e desenvolver a sua atividade num armazém que tem arrendado ao
senhor Joaquim Silva (senhorio), pelo montante de 1 200 € mensais. A entidade realizou as seguintes operações:
04/03/200N – Pagamento por transferência bancária da renda do mês de março (sujeita a retenção na fonte de 25%). Nesta data foi
emitido o recibo de renda n.º 321 pelo senhor Joaquim Silva.
16/04/200N – Entrega ao Estado do montante retido.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Resolução:
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
04-03-200N Renda do armazém do mês de março 6261x Rendas e alugueres 1 500,00
242x Retenção de imposto sobre o rendimento 1 375,00
12x Depósitos à ordem 1 125,00
f
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
16-04-200N Entrega de retenção ao Estado 242x Retenção de imposto sobre o rendimento 375,00 F
12x Depósitos à ordem 375,00
f
f
Caso prático – 5.7.G: Entrega da retenção de imposto sobre rendimentos de trabalho dependente
A entidade XPTO S.A., dedica-se ao comércio do Produto S. A entidade realizou as seguintes operações:
16/04/200N – Entrega ao Estado do montante retido relativo aos vencimentos do mês de março dos seus colaboradores. O montante total
das retenções efetuadas é de 3 100 €.
Nota: Como já referido anteriormente, o momento de obrigação de retenção de imposto ocorre no processamento e pagamento dos salários,
temática que é abordada no ponto 5.8 deste E-Book.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Resolução:
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
16-04-200N Entrega de retenção ao Estado 242x Retenção de imposto sobre o rendimento 3 100,00 F
12x Depósitos à ordem 3 100,00
f
5.7.3 – Imposto sobre o valor acrescentado (IVA)
O Imposto Sobre o Valor Acrescentado (IVA) é um imposto indireto por recair sobre o consumo de bens e serviços.
O Código do Imposto Sobre o Valor Acrescentado (CIVA) é o diploma legal que regula esta matéria.
O IVA é um imposto plurifásico que surge em cada uma das fases entre o produtor e o consumidor final, que será liquidado (cobrado) por quem
efetuar a operação ativa (venda ou prestação de serviço) e deduzido por quem efetuar a operação passiva (compra), sendo que o consumidor
final será quem suporta o IVA de todas as fases anteriores por não ser um sujeito passivo do imposto.
O IVA incide também sobre os adiantamentos efetuados por clientes, ou seja, existirá liquidação de IVA quando existir a antecipação de
pagamento face à venda de um bem ou prestação de um serviço.
O CIVA refere quais as operações que deverão estar sujeitas a IVA e liquidar o respetivo imposto e indica quais são as operações que são
passíveis de dedução do imposto nas suas aquisições.
De acordo com o CIVA, as taxas de IVA, em vigor no Continente e nas Ilhas são as seguintes:
ILHA DA MADEIRA ILHAS DOS AÇORES
Taxa reduzida 5% 4%
As operações sujeitas à taxa reduzida estão descritas na Lista I do CIVA e as operações sujeitas à taxa intermédia estão descritas na Lista II.
Existem operações que poderão estar isentas de IVA, ou seja, não irá incidir qualquer montante de imposto sobre estas operações.
Ao abordar o IVA é necessário também referir as operações com o exterior, nomeadamente operações com países da União Europeia e com
outros países.
Sendo o IVA um imposto que incide sobre o consumo, a sua tributação deve ter lugar no país onde ocorre esse consumo.
Assim, importa referir, embora sucintamente, os tratamentos das operações entre sujeitos passivos de países da União Europeia:
Transmissão intracomunitária: Isento IVA art. 14.º do Regime do IVA nas Transações Intracomunitárias (RITI).
Aquisição intracomunitária: Reverse charge – Cabe ao adquirente na sua declaração periódica de IVA considerar o imposto da
transação simultaneamente com o IVA a pagar (liquidado) e a recuperar do Estado (dedutível).
Relativamente à dedutibilidade do IVA, nem sempre existe e o CIVA refere as operações em que é permitida a dedução do imposto suportado
nas aquisições e também as operações em que parte ou todo o IVA não é passível de dedução.
O princípio geral do IVA baseia-se na necessidade da operação para a atividade da entidade e, assim, para as operações que liquidem IVA,
considerando então que o imposto das despesas cujas caraterísticas as tornem facilmente desviáveis para consumos particulares ou pouco
essenciais à atividade produtiva não são passíveis de dedução no todo ou em parte.
Algumas das despesas mais frequentes em que não é permitida a dedução de IVA no seu todo ou em parte são as relacionadas com:
Viaturas de turismo;
Barcos de recreio;
Helicópteros;
Aviões, motos e motociclos;
Gasolina para transporte;
50% do valor do gasóleo;
Despesas de divertimento e de luxo.
No que diz respeito a regularizações de IVA, estas poderão ser consideradas de duas formas:
A favor da entidade: Quando o valor tributável de uma operação ativa ou o respetivo imposto sofrerem uma retificação para menos,
por ter existido uma liquidação superior face à nova realidade, existirá uma regularização a favor da entidade.
A favor do Estado: Quando o valor tributável de uma operação passiva ou o respetivo imposto sofrerem uma retificação para menos,
por ter existido uma dedução superior face à nova realidade, existirá uma regularização a favor do Estado.
A entrega do IVA ao Estado compreende uma tarefa designada de apuramento de IVA que poderá ser efetuada num regime mensal ou num
regime trimestral.
As entidades que se enquadrem no regime mensal deverão efetuar a entrega da declaração periódica do IVA até ao dia 10 do segundo mês
seguinte ao mês a que o imposto diz respeito e efetuar o pagamento, caso exista IVA a pagar resultante do apuramento, até cinco dias depois,
ou seja, até dia 15.
As entidades que se enquadrem no regime trimestral deverão efetuar a entrega da declaração periódica do IVA até ao dia 15 do segundo mês
seguinte ao trimestre a que o imposto diz respeito e efetuar o pagamento, caso exista IVA a pagar resultante do apuramento, até cinco dias
depois, ou seja, até dia 20.
Admita-se um determinado circuito económico com os seguintes intervenientes:
Produtor;
Grossista;
Retalhista; e
Consumidor Final.
O Produtor produz um determinado produto que o vende ao Grossita pelo montante de 1 000 €, que por sua vez o vende ao Retalhista por 1
200 € e que por sua vez o vende ao consumidor final por 1 500 €. Assumindo que a operação está sujeita à taxa de IVA normal, temos o
seguinte circuito:
f
De acordo com o plano de contas aprovado pelo SNC, as contas relevantes para o reconhecimento de operações que envolvam o IVA são:
No que respeita ao apuramento de IVA, este consiste na transferência dos saldos das contas de 2432 (IVA Dedutível), 2433 (IVA Liquidado),
2434 (IVA regularizações) e 2437 (IVA a Recuperar) para a conta 2435 (IVA Apuramento).
Após esta transferência, verifica-se como se apresenta o saldo que a conta 2435 sendo que se:
O saldo for credor, significa que a entidade tem IVA a entregar ao Estado, será transferido para a conta 2436;
O saldo for devedor, significa que a entidade tem um crédito de IVA perante o Estado, será transferido para a conta 2437 e utilizado
num apuramento seguinte.
Caso a entidade tenha IVA a pagar, este será pago nas datas limite já referidas anteriormente, consoante o regime de IVA da entidade.
Caso a entidade pretenda pedir o reembolso do IVA que tem a recuperar, efetua o pedido e o saldo da conta 2437 é transferido para a conta
2438. Em caso de pedido de reembolso não se poderá utilizar esse montante num apuramento seguinte ainda que a entidade não tenha
recebido o reembolso.
Em esquema, o apuramento de IVA desenrola-se da seguinte forma:
f
Caso prático – 5.7.H: Apuramento de IVA
A entidade XPTO S.A., dedica-se ao comércio do Produto S e está enquadrada no regime mensal de IVA. Retiraram-se as seguintes
informações da conta 243 – Imposto Sobre o Valor Acrescentado relativas ao mês de março de 200N:
Conta Saldos
Código Nome Devedores Credores
2432 IVA Dedutível 62 320,00
f
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
31-03-200N Apuramento de IVA 2435 IVA Apuramento 4 800,00 F
2436 IVA a Pagar 4 800,00
f
5.7.4 – Segurança Social
A Segurança Social tem como objetivos assegurar direitos básicos dos cidadãos e a igualdade de oportunidades, bem como, promover o bem-
estar e a coesão social para todos os cidadãos portugueses ou estrangeiros que exerçam atividade profissional ou residam no território.
Como tal, a Segurança Social necessita que sejam feitas contribuições para que possa cumprir com os seus objetivos e, regra geral, as
contribuições para a Segurança Social são devidas pelas entidades empregadores e pelos trabalhadores.
O Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social é o diploma legal que regula esta matéria.
No que concerne à taxa contributiva do regime geral, cabe às entidades empregadoras a contribuição de 23,75% e de 11% aos trabalhadores.
A comunicação dos montantes das contribuições para a Segurança Social deve ser efetuada até dia 10 do mês seguinte ao mês a que diz
respeito e o pagamento das contribuições até ao dia 20.
Existem outros regimes de contribuição que devem ser analisados à luz do Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de
Segurança Social mas serão reconhecidos de forma idêntica na contabilidade por se tratarem de operações de natureza semelhante.
No que se refere à contribuição para a Segurança Social, a mesma é criada no momento do processamento do vencimento do colaborador,
que será abordado no subcapítulo “5.8. Gastos com o pessoal”, sendo que neste ponto apenas se irá abordar o pagamento ao Estado desta
contribuição.
De acordo com o plano de contas aprovado pelo SNC, a conta relevante para o reconhecimento de operações que envolvam as contribuições
para a Segurança Social é:
24/05/200N – Entrega da declaração periódica de rendimentos e pagamento final do imposto sobre o rendimento referente ao período de
200N-1.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Caso prático – 5.7.K: Retenção de imposto sobre o rendimento de trabalho independente
A entidade XPTO S.A., dedica-se ao comércio do Produto F. Em setembro de 200N a entidade contratou os serviços de um prestador de
serviços de limpeza, independente, no montante de 800 €. O serviço foi prestado durante o mês de setembro e pago no dia 25 do mesmo mês,
através de transferência bancária. Nesse mesmo dia o prestador de serviços, o senhor José Santos, emitiu e entregou à entidade a sua fatura-
recibo n.º 540. Este serviço é sujeito a retenção na fonte em 25% e, por simplificação, ignore qualquer efeito do IVA.
A retenção efetuada foi entregue ao Estado no dia 18 de outubro de 200N.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Caso prático – 5.7.L: Entrega das retenções de rendimentos de trabalho dependente e das contribuições para a Segurança
Social
A entidade XPTO S.A., dedica-se ao comércio do Produto M. A entidade realizou as seguintes operações:
18/12/200N – Entrega ao Estado do montante das retenções dos rendimentos de trabalho dependente relativas aos vencimentos do mês
de novembro dos seus colaboradores. O montante total das retenções efetuadas é de 1 050 €.
19/12/200N – Entrega ao Estado do montante das contribuições para a Segurança Social relativo aos vencimentos do mês de novembro
dos seus colaboradores. O montante total das contribuições para a Segurança Social é de 4 350 €.
Nota: Como referido, o momento de obrigação da contribuição para a Segurança Social ocorre no processamento e pagamento dos salários
que será abordado mais à frente.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Caso prático – 5.7.M: Operações e apuramento de IVA
A entidade XPTO S.A., dedica-se ao comércio do Produto K e está enquadrada no regime trimestral de IVA.
A não detinha inventários no início do mês de junho, adota o sistema de inventário permanente e o custo médio ponderado como fórmula de
custeio das saídas.
Retiraram-se as seguintes informações da conta 243 – Imposto Sobre o Valor Acrescentado relativas aos meses de abril e maio de 200N:
Conta Saldos
Código Nome Devedores Credores
2432 IVA Dedutível 45 680,00
Posto isto, contabilisticamente, o reconhecimento dos benefícios dos empregados, implica o reconhecimento de gastos com o pessoal, o qual
deverá ser repartido entre gastos relativos aos órgãos sociais (ex: gerentes e administradores) e pessoal com contrato de trabalho com a
entidade (trabalhadores dependentes).
De acordo com a legislação fiscal (Imposto Sobre Rendimento de Pessoas Singulares– IRS) e a legislação parafiscal (Código contributivo–
Segurança Social), os rendimentos de trabalho dependente, na generalidade, são sujeitos aos seguintes descontos:
No que diz respeito às contribuições para a segurança social, os trabalhadores em geral, assim como os membros dos órgãos estatutários
que exerçam funções de gerência ou de administração, contribuem com uma taxa de 11%, enquanto a entidade empregadora contribui com
uma taxa de 23,75%.
Relativamente à retenção de IRS, esta está dependente do montante total dos abonos, sujeitos a imposto, bem como da situação fiscal (estado
civil, número de titulares de rendimento do agregado familiar, existência de situação de deficiência, nº de dependentes e nº de titulares) do titular
dos rendimentos. Na prática, a taxa de retenção na fonte (IRS) a aplicar, é a que consta das tabelas de retenção na fonte publicadas
anualmente, as quais podem ser obtidas no site da Autoridade Tributária e Aduaneira.
Relativamente aos encargos por conta da entidade patronal, para além da contribuição para a segurança social, surgiu uma nova obrigação a
partir de 2013 (aplicável aos contratos de trabalho celebrados após 01/10/2013), nomeadamente o Fundo de Compensação do Trabalho (FCT)
e Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho (FGCT). O FCT e FGCT são fundos de adesão individual e obrigatória por parte da entidade
empregadora, a qual fica obrigada a contribuições mensais, a qual corresponde a 1% relativamente à retribuição base e diuturnidades por cada
trabalhador abrangido, sendo repartido na seguinte proporção:
O FCT é um fundo de capitalização individual destinado ao pagamento parcial (até 50%) da compensação por cessação do contrato de
trabalho dos seus trabalhadores. Deste modo, contabilisticamente, a contribuição para o FCT é reconhecida como um investimento (415x –
Outros investimentos financeiros), pois, em boa verdade, a entidade empregadora investe num fundo, o qual poderá vir a resgatar no futuro.
Reconhecimento contabilístico (FCT):
CONTA DÉBITO CRÉDITO
634 Indemnizações
2312 Ao pessoal
232 Adiantamentos
2322 Ao pessoal
237 Cauções
2322 Do pessoal
2322 Do pessoal
1.ª Fase – pelo processamento dos ordenados, salários e outras remunerações, dentro do mês a que respeitem: débito, das
respetivas subcontas de 63 – Gastos com o pessoal, por crédito de 231, pelas quantias líquidas apuradas no processamento e
normalmente das contas 24 – Estado e outros entes públicos (nas respetivas subcontas), 232 – Adiantamentos e 278 – Outros
devedores e credores, relativamente aos sindicatos, consoante as entidades credoras dos descontos efetuados (parte do pessoal);
2.ª Fase – pelo processamento dos encargos sobre remunerações (parte patronal), dentro do mês a que respeitem: débito da
respetiva rubrica em 635 – Gastos com o pessoal – Encargos sobre remunerações, por crédito das subcontas de 24 – Estado e
outros entes públicos a que respeitem as contribuições patronais;
3.ª Fase – Pelos pagamentos ao pessoal e às outras entidades: debitam -se as contas 231, 24 e 278, por contrapartida das contas
da classe 1.
Em resumo, na 1ª fase apura-se o valor líquido a pagar aos colaboradores, pois aos vencimentos brutos, deduz-se o montante de imposto
(IRS) e montante de contribuição para a segurança social por conta do colaborador.
Por fim, importa ainda ter presente que os trabalhadores abrangidos por contratos de trabalhos (trabalhadores dependentes) adquirem direitos
a partir do momento que iniciam funções. Em termos gerais (alertamos para o facto de que a legislação laboral é bastante complexa), os
funcionários trabalham onze meses (têm direito a um mês de férias) e recebem catorze (inclui o mês de férias, subsídio de férias e subsídio de
Natal). Deste modo, apesar destes valores (mês de férias, subsídio de férias e subsídio de Natal) serem pagos num determinado momento
futuro, o direito é adquirido quando os funcionários iniciam funções. Assim, contabilisticamente há que proceder ao reconhecimento dos direito
adquiridos, mas que serão pagos no futuro. Desta forma, a entidade reflete os gastos quando incorridos (a partir do início de funções) e não
apenas quando são pagos, ou seja, aplica o pressuposto do acréscimo. Assim, haverá que reconhecer a estimativa dos gastos incorridos(
debitando as contas 631/632 – Remunerações e 635 – Encargos sobre remunerações), e em contrapartida, como a dívida ao funcionário ainda
não existe há data (são valores a pagar no futuro), haverá que se reconhecer um passivo, nomeadamente através crédito na conta 2722 –
Credores por acréscimos de gastos.
Caso prático – 5.8.A: Processamento de salários
A entidade XPTO S.A., dedica-se à prestação de consultadoria. No mês de janeiro do ano 200N, foram rececionadas as seguintes informações,
tendo em vista o processamento e pagamentos dos salários dos seus colaboradores:
Ordenados IRS Encargos com a Segurança Social Encargos com a Segurança Social
Brutos (taxa (Trabalhador) (Empresa)
média)
Órgãos
Sociais 17 500 € 12 %
11 % 23,75 %
Pessoal 45 000 € 8%
f
25/Jan – Processamento das remunerações e respetivos encargos com a segurança social;
31/Jan – Pagamento dos salários.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Resolução:
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
25/jan Processamento das remunerações 631 Remunerações dos órgãos sociais 17 500,00
– 1.ª fase
632 Remunerações do pessoal 45 000,00
2421x Retenção de IRS 15 700,00
2451x Contribuições Segurança Social – OS 11 925,00
2452x Contribuições Segurança Social – Pessoal 14 950,00
2311x Remunerações – órgãos sociais 13 475,00
2312x Remunerações – pessoal 36 450,00
f
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
31/jan Processamento das remunerações 2311x Remunerações – órgãos sociais 13 475,00
– 3.ª fase
2312x Remunerações – pessoal 36 450,00
12x Depósitos à ordem 49 925,00
f
Caso prático – 5.8.B: Processamento de salários
A entidade XPTO S.A., dedica-se à prestação de consultadoria. No mês de janeiro do ano 200N, foram rececionadas as seguintes informações,
tendo em vista o processamento e pagamentos dos salários dos seus colaboradores:
ÓRGÃOS SOCIAIS PESSOAL
Ordenados Brutos 30 000,00 € 40 000,00 €
Sindicato 40 400,00 €
FCT 40 323,75 €
FGCT 40 326,25 €
Nota: O subsídio de refeição pago encontra-se dentro dos limites fiscais e como tal não está sujeito a retenção de IRS e contribuições para a segurança social.
Sindicato 44 530,00 €
FCT 44 444,00 €
FGCT 44 436,00 €
Nota: O subsídio de refeição pago encontra-se dentro dos limites fiscais e como tal não estará sujeito a retenção de IRS e contribuições para a segurança social
25/Jan – Processamento das remunerações e respetivos encargos com a segurança social;
25/Jan – Processamento dos direitos adquiridos, nomeadamente o direito a férias, Subsídio de férias e subsídio de Natal;
31/Jan – Pagamento dos salários;
20/Fev – Pagamento dos encargos das remunerações do mês de janeiro.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.
Resolução:
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
25/jan Processamento das remunerações 631x Remunerações dos órgãos sociais 45 000,00
– 1.ª fase
632x Remunerações do pessoal 53 000,00
632x Remunerações do pessoal – Subs. Refeição 43 600,00
2421x Retenção de IRS 10 020,00
2451x Contribuições Segurança Social – OS 44 950,00
2452x Contribuições Segurança Social – Pessoal 45 830,00
278x Outros devedores e credores – Sindicato 44 530,00
2311x Remunerações – órgãos sociais 35 150,00
2312x Remunerações – pessoal 45 120,00
25/jan Processamento dos encargos para a entidade 6351x Encargos sobre remunerações – SS – OS 10 687,50
– 2.ª fase – Seg. Social
6352x Encargos sobre remunerações – SS – Pessoal 12 587,50
2451x Contribuições Segurança Social – OS 10 687,50
2452x Contribuições Segurança Social – Pessoal 12 587,50
25/jan Processamento dos encargos para a entidade 415x Outros investimentos financeiros – FCT 44 444,00
– 2.ª fase – FCT
248x Outras tributações – FCT/FGCT 44 444,00
25/jan Processamento dos encargos para a entidade 635x Encargos sobre remunerações – FGCT 44 436,00
– 2.ª fase – FGCT
248x Outras tributações – FCT/FGCT 44 436,00
f
Uma vez que os direitos são reconhecidos em duodécimos, divide-se o valor da remuneração por 12 meses e multiplica-se por 3 meses
(férias, subsídio de férias e subsídio de Natal; Sobre este montante, aplica-se a taxa de contribuição para a segurança social, pois este também
é um gasto por conta da entidade:
Dia Operação/Histórico Conta Descrição Débito Crédito
25/jan Reconhecimento dos direitos adquiridos 631x Subsídio de férias, férias e subsídio de Natal – OS 11 250,00
(Férias, subsídio de férias e de Natal)
632x Subsídio de férias, férias e subsídio de Natal – Pessoal 13 250,00
6351x Encargos sobre direitos adquiridos – SS – OS 42 671,88
6352x Encargos sobre direitos adquiridos – S – Pessoal 43 146,88
2722x Credores por acréscimos de gastos 30 318,75
31/jan Pagamento de remunerações 2311x Remunerações – órgãos sociais 35 150,00
– 3.ª fase
2312x Remunerações – pessoal 45 120,00
12x Depósitos à ordem 80 270,00
20/fev Liquidação dos encargos 2421x Retenção de IRS 10 020,00
do mês anterior
2451x Contribuições Segurança Social – OS 15 637,50
2452x Contribuições Segurança Social – Pessoal 18 417,50
278x Outros devedores e credores – Sindicato 44 530,00
248x Outras tributações – FCT/FGCT 44 444,00
248x Outras tributações – FCT/FGCT 44 436,00
Nota: O subsídio de refeição pago encontra-se dentro dos limites fiscais e como tal não estará sujeito a retenção de IRS e contribuições para a segurança social
25/Jan – Processamento das remunerações e respetivos encargos com a segurança social;
25/Jan – Processamento dos direitos adquiridos, nomeadamente o direito a férias, Subsídio de férias e subsídio de Natal;
31/Jan – Pagamento dos salários;
20/Fev – Pagamento dos encargos das remunerações do mês de janeiro.
Pretende-se o reconhecimento das operações acima identificadas no diário da entidade.