A PROCURA Mateus 13
A PROCURA Mateus 13
A PROCURA Mateus 13
Igualmente, ocorre com a parábola do negociante, que saiu em busca de boas pérolas. O leitor não tem
que atribuir significado ao homem negociante ou, ao fato de ter encontrado uma pérola de grande valor. O
objetivo da parábola é destacar se os ouvintes de Jesus estavam dispostos a cumprirem a ordem de
Cristo: “Vai, vende tudo quanto tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; vem, toma a cruz e
segue-me” (Mc 10:21).
Superficialmente, pode parecer que não há muito acontecendo na segunda parábola que já não tenha sido
afirmado de forma mais clara na primeira. Em ambas, quem procura VENDE TUDO o que tem para ganhar
o prêmio, mas há uma VIRADA na parábola da pérola. Há uma irracionalidade na ação do mercador que
requer consideração. O mercador não vende tudo a fim de obter algo de maior valor, como na parábola
anterior. Pelo contrário, o mercador vende tudo —incluindo (presumivelmente) seu inventário de pérolas
existente— para comprar uma única pérola. Isso simplesmente não é um bom negócio. Suas ações
demonstram que ele não está no negócio de pérolas pelo dinheiro; está nisso pelas pérolas e agora
encontrou “A Pérola”. Ele não é realmente um mercador, mas um colecionador de pérolas e possuir essa
pérola é possuir a única pérola que tem importância. Porque o mercador vendeu tudo (até a sua casa?)
para se tornar o dono de uma única pérola? Pelo amor dessa pérola. Novamente, pela alegria. Essa é a
virada da segunda parábola; ironicamente, o mercador aparentemente é menos motivado financeiramente
que o trabalhador no campo, porque o mercador sacrifica tudo não pela esperança de uma renda maior,
mas pela simples alegria de possuir a pérola. Essa é a MOTIVAÇÃO do Evangelho. Considerando que
‘amar’ a Cristo nas Escrituras, não diz de sentimento, mas, de honra, obediência, temor e serviço.
Essas parábolas, portanto, nos chamam a considerar nosso amor pelo Rei e pelo reino. Com o tesouro,
Jesus nos pede para reimaginar o que nós valorizamos. Estamos julgando corretamente quando se trata das
coisas deste mundo edo próximo? Será que sacrificariam todos os bens mundanos para obter algo
infinitamente melhor? Então, com a pérola, Ele nos faz uma pergunta ainda mais difícil: Esse sacrifício é
verdadeiramente pelo amor puro ao Rei e o reino? O tesouro sonda nossa visão e valores: consideramos
que o Rei e o reino é mais? Mas a pérola nos sonda ainda mais profundamente dentro de nosso coração e
vontade: consideramos que o reino é tudo?
“E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu
Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como escória, para que possa ganhar a
Cristo” (Fl 3:8).
Quais foram as ‘coisas’ que o apóstolo Paulo se desfez (vendeu) para ganhar a Cristo? Temos uma lista:
“Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui
fariseu; segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível” (Fl 3:5-6).
As ‘coisas’ enumeradas pelo apóstolo Paulo era tidas por ‘vantagens’, ‘ganho’:
“Mas o que para mim era ganho, reputei-o perda por Cristo” (Fl 3:7).
O apóstolo Paulo não honrou pai e mãe mais que a Cristo, pois quando se converteu, não consultou os seus
concidadãos (carne e nem sangue) se deveria anunciar o evangelho aos gentios, mas partiu para a Arábia: “Revelar
seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue” (Gl 1:16).
“E aconteceu que, indo eles pelo caminho, lhe disse um: Senhor, seguir-te-ei para onde quer que fores. E disse-lhe
Jesus: As raposas têm covis e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça. E disse
a outro: Segue-me. Mas, ele respondeu: SENHOR, deixa que primeiro eu vá a enterrar meu pai. Mas Jesus lhe
observou: Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos; porém tu vai e anuncia o reino de Deus. Disse também outro:
Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha casa. E Jesus lhe disse: Ninguém,
que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus” (Lc 9:57-62).
Alguns discípulos, quando foram convocados por Cristo, haviam acabado de pescar muitíssimos peixes (encheram
dois barcos que, quase foram a pique), uma riqueza de valor considerável para pescadores da época (Lc 5:7). Simão
Pedro, Tiago e João deixaram tudo e seguiram a Jesus (Lc 5:11). O jovem rico, por sua vez, não quis abrir mão do que
possuía! (Lc 18:22).
Por que era necessário aos ouvintes de Jesus, abrirem mão de tudo, para adquirirem um tesouro nos céus? A
resposta é simples: “Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará, também, o vosso coração” (Lc 12:34; Mt 6:21).
“Ou Deus é tudo na sua vida ou Ele não e nada” Paul Washer