Coletânea de Liderança Militar
Coletânea de Liderança Militar
Coletânea de Liderança Militar
EXÉRCITO BRASILEIRO
ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMAS
(ESCOLA SARGENTO MAX WOLF FILHO)
COLETÂNEA DE MANUAIS
DE
LIDERANÇA MILITAR
2016
Observações:
ÍNDICE DE ASSUNTOS
Pag
MILITAR…..................................................................................................................................03
1.1 Considerações.......................................................................................................................03
1.2 Finalidade..............................................................................................................................04
1.3 Objetivos................................................................................................................................04
2.1 Generalidades.......................................................................................................................04
4.3 Normas..................................................................................................................................44
REFERÊNCIAS
1.1 Considerações
a. A acentuada evolução do conhecimento científico tecnológico, possibilitando
a produção de armas e equipamentos sofisticados, dispendiosos, de difícil manuseio e
manutenção, torna cada vez mais complexas as atividades militares, realçando a
importância do papel daquele que é o elemento primordial de qualquer exército, em
qualquer época: o ser humano.
b. Homens e mulheres, com suas virtudes e fraquezas, emoções, anseios e
frustrações, constituem o elemento propulsor da engrenagem que conduz os exércitos
à realização de seus objetivos. Por esses motivos, a liderança, cada vez mais, impõe-
se como fator de relevância para a realização dos seus objetivos.
c. A História Militar mostra que a liderança sempre foi o alicerce das tropas
coesas, motivadas e aguerridas. Mostra, também, as dificuldades encontradas pelos
comandantes na condução de seus soldados em combate. Nas situações de
normalidade, quando o grupo militar e as pessoas que o integram não estão sob
pressão, geralmente as ordens dos comandantes são cumpridas, sem vacilações. Já
nos momentos de crise e, sobretudo, nas ações em combate, havendo risco de vida e
penúrias de toda ordem, os indivíduos só obedecerão voluntariamente às ordens
recebidas afiançados por seus comandantes.
d. Portanto, quando a hierarquia e a disciplina estão inseridas em um quadro
no qual os comandantes estabeleceram sólidos laços de liderança com os
subordinados, mesmo havendo pressões, riscos e dificuldades extremas, a missão
será cumprida de forma adequada.
e. Por tudo isso, não se considera possível ter um exército pronto para cumprir
suas missões constitucionais sem comandantes, em todos os níveis, que possuam
desenvolvida capacidade de liderança.
1.2 Finalidade
Estabelecer os conceitos básicos e os fundamentos teóricos que sistematizem
a doutrina de liderança militar do Exército Brasileiro (EB), integrando-os à Doutrina
Militar Terrestre (DMT), sem, no entanto, definir parâmetros pétreos. Tal consideração
deve-se ao fato de que o fenômeno da liderança vem sendo intensamente estudado e
recebe aportes importantes de várias áreas do conhecimento, principalmente da
psicologia social e da organizacional.
2.1 Generalidades
a. O tema liderança integra uma área de pesquisa que tem despertado grande
interesse no mundo atual. Trata-se de assunto complexo, haja vista envolver variáveis
de igual complexidade dentro da psicologia social. Os meios acadêmicos, empresariais
e militares debruçam-se, cada vez mais, no estudo da fenomenologia da liderança.
b. Não existe ainda um consenso quanto à natureza do processo da liderança.
Trata-se de um fenômeno amplo que engloba diversas teorias que tentam explicá-lo.
c. Para iniciar o estudo de liderança militar, é preciso conhecer alguns aspectos
básicos sobre o assunto. Dessa forma, este capítulo abordará alguns conceitos que
possibilitam um melhor entendimento da liderança, bem como a aplicação dos
princípios que regem essa fenomenologia. Inicialmente, será estudado o conceito geral
de liderança como ele é visto nos diversos meios que não no ambiente militar e,
posteriormente, passar-se-á à abordagem militar do tema.
2.5 Liderança
a. Todas as Organizações Militares (OM) estruturam-se em uma hierarquia de
cargos, que define as relações de comando e de subordinação entre os seus
integrantes.
b. Há comandantes em diferentes escalões, os quais, por vezes, são
chamados de chefes ou diretores, de acordo com a denominação do cargo que
ocupam. Neste manual, ao se utilizar a expressão ―comandante‖, faz-se referência
também aos chefes e aos diretores militares, uma vez que todos exercem ação de
comando. A palavra comandante aplica-se desde os comandantes dos mais altos
escalões do Exército Brasileiro, até os comandantes de escalões mais elementares,
como as esquadras ou turmas.
c. A ação de comando pode ser exercida por oficiais e praças. Todo
comandante está investido de uma autoridade legal para exercer suas funções, isto é,
detém um poder que lhe foi delegado por intermédio de leis e regulamentos, ou por
força de uma situação.
d. Por outro lado, o comandante também desempenha funções de caráter
administrativo. É de sua responsabilidade a gestão de recursos humanos, de material,
de patrimônio, das finanças e ambiental em seu escalão. Em outras palavras, pode-se
dizer que todo comandante é, também, um administrador ou gestor.
e. Pode-se observar que as diferentes atribuições e prerrogativas do
comandante mencionadas até agora se situam em uma esfera formal. Ou seja, elas
derivam do próprio cargo ocupado pelo comandante ou da função específica,
independentemente das características das pessoas envolvidas na execução das
atividades, ou da missão atribuída ao grupo militar.
f. Entretanto, mais do que exercer autoridade sobre militares subordinados,
comandar implica lidar com pessoas. Cada militar possui traços de personalidades
distintos e complexos, possui motivações, necessidades, interesses e desejos, os quais
vão além de suas atribuições formais e interferem diretamente no modo como será
cumprida sua missão. Ao lidar com tais aspectos humanos, o comandante passa a
atuar também na esfera informal do relacionamento interpessoal.
a. Teoria Inatista
Defende a tese do líder inato, na qual fatores relacionados com a
hereditariedade determinam a existência do líder. As influências do meio são
minimizadas e até desprezadas pelos inatistas.
3.2.5 Comentários
A liderança participativa (democrática) é adotada pelo Exército Brasileiro. E a
que mais se coaduna com o próprio conceito de liderança militar, isto é, a capacidade
de influenciar o comportamento humano e conduzir pessoas ao cumprimento do dever.
Fundamentada no conhecimento da natureza humana, compreende a análise, a
previsão e o controle de suas reações, favorecendo, sobremaneira, o fortalecimento
dos princípios basilares de nossa Instituição: hierarquia e disciplina.
1.1 Generalidades
São objetivos deste capítulo:
- Estudar o líder militar;
- Conhecer os traços básicos de sua identidade: e
- Sugerir caminhos para aperfeiçoá-los.
Os aspectos éticos da vida militar: aliados às características pessoais de líderes
e liderados, o espírito de grupo, as nuances inerentes à situação considerada e a forma
como se processa a comunicação são os fatores essenciais, sempre presentes,
interagindo de modo simultâneo e conduzindo à decisão do líder, quaisquer que sejam
o nível ou o escalão envolvido.
A despeito da complexidade do estudo do ser humano, do caráter muitas vezes
imprevisível de suas reações, da diversidade de variáveis impossíveis de serem
plenamente identificadas e controladas, o que se conhece da mente humana e das
formas de relações interpessoais permite afirmar que é possível estruturar o perfil do
líder militar segundo três aspectos fundamentais:
- o caráter (o ser);
- a competência profissional (o saber); e
- a maneira como ambos se manifestam pelo comportamento (o fazer).
1.2 Aspectos Básicos
a. A liderança militar estabelecer-se-á apoiada em três pilares:
- proficiência profissional;
- senso moral e traços de personalidade característicos de um líder; e
- atitudes adequadas.
b. Assim, observa-se o que o líder deve saber, ser e fazer, além de interagir
com o grupo e com a situação. São os fatores que criam e sustentam a credibilidade do
líder militar (Fig 3).
c. Disciplina e coesão
O processo de liderança militar está inserido num contexto social, isto é, configura
uma relação interpessoal na qual um indivíduo investido de autoridade legal,
predicados de caráter e competência profissional influencia o comportamento de outros
indivíduos para cumprir determinadas metas.
A pedra angular sobre a qual se estrutura a dinâmica da organização militar
chama-se disciplina - atributo fundamental na motivação do funcionamento do grupo
militar em qualquer escalão. Esta se evidencia pela imediata e efetiva execução de
tarefas em resposta a ordens ou, mesmo em sua ausência, caracterizando a ação do