Planejamento E Transformação:: Um Estudo Sobre o Pensar Docente
Planejamento E Transformação:: Um Estudo Sobre o Pensar Docente
Planejamento E Transformação:: Um Estudo Sobre o Pensar Docente
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PLANEJAMENTO E TRANSFORMAÇÃO:
um estudo sobre o pensar docente
Porto Alegre
2011
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PLANEJAMENTO E TRANSFORMAÇÃO:
um estudo sobre o pensar docente
Porto Alegre
Fevereiro/2011
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
_________________________________________________________
X3p Xavier, Nina Rosa Ventimiglia
Planejamento e transformação: um estudo sobre o pensar
docente / Nina Rosa Ventimiglia Xavier; orientadora: Darli
Collares. – Porto Alegre, 2011.
74 f. : il.
Aos meus pais por terem acolhido minhas escolhas, respeitado o tempo dos
meus processos de aprendizagem e acreditarem na docência.
Aos meus colegas de gestão, aos professores e alunos da escola que trabalho,
por acreditarem que é possível construir e compartilhar o que sonhamos juntos.
Aos que colaboraram para que de uma forma ou de outra essa jornada se
tornasse uma realidade.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10
REFERÊNCIAS ........................................................................................ 66
ANEXOS ................................................................................................... 70
10
INTRODUÇÃO
1
Bricolagem, palavra de origem francesa, é definida, no contexto investigativo por Kincheloe
como “o processo de emprego dessas estratégias metodológicas [toma emprestados ideias,
discursos e metodologias tanto da análise quantitativa como qualitativa, etc.] à medida que são
necessárias no desenrolar do contexto da situação da pesquisa”.
12
2
Grifo do autor.
14
Durante dois anos, dois mil e três e dois mil e quatro, o grupo
promoveu encontros de formação para professores públicos nos quais buscou-
se atender aos temas que os mesmos haviam solicitado. Além das palestras,
os professores compartilharam suas ações de sala de aula ou mesmo do
ambiente escolar com seus pares, transformando essas oficinas pedagógicas
em momentos prazerosos, em atividades de agir-refletir-agir. Assim, a
formação de professores passou a ser outro ponto basilar a ser defendido
dentro dessa trajetória.
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PEC - Projeto de Educação Continuada, no qual o aluno participa, durante o semestre aca-
dêmico, de disciplinas, ou seminários, ou leituras dirigidas, etc.
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2. COMPLEXIDADE INVESTIGATIVA
2.1 - O PROBLEMA
Uma das possibilidades foi inverter o sentido das ações, isto é, não
mais oferecer soluções, alternativas, deixar de lado as respostas e partir para
as perguntas: Que significado o docente atribui ao planejamento e que relação
estabelece entre planejar e transformar? Com essa indagação, penso sintetizar
o cerne do problema que desafiadoramente fez com que me lançasse nesta
investigação e contasse com a solidária participação de meus pares.
2.2 - OS SUJEITOS
2.3 – AS HIPÓTESES
2.4 – OS OBJETIVOS
Objetivo geral:
Objetivos específicos:
2.5 – A METODOLOGIA
1. O que é planejar?
Categorias Subcategorias
3. CONEXÕES CONCEITUAIS
que privilegia espaço para o docente sair da solidão do seu fazer, procurando
com seus pares as possibilidades de trocas, de diálogo, de interação, de
interdisciplinaridade.
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Ilustrando a questão sobre os índices: IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica), que avalia o desempenho educacional e traça as políticas governamentais, para o
país; em nível estadual, o SAERS (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Rio
Grande do Sul), criado em 2007, para coletar dados sobre as escolas gaúchas, avaliando esse
desempenho através de provas de Português e Matemática, nas turmas de 2ª e 5ª série, do
Ensino Fundamental de 8 anos; 3º ano e 6º ano, do Ensino Fundamental de 9 anos, no Ensino
Médio, apenas o 1º ano.
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prática usual, mas deverá ir assumindo o seu lugar nesse pensar o processo
de aprendizagem, de construção de conhecimento.
está inserido, mesmo que seja um planejar transitório ele tem a historicidade da
sua individualidade. Há sempre o que planejar enquanto existir sujeito do
conhecimento. Planejar, segundo Gandin (1995, p.18):
3.3 TRANSFORMAÇÃO
O sujeito epistêmico constitui-se pela sua própria ação. Ele age sobre
o meio buscando satisfazer suas necessidades e seus desejos. Essa
ação transforma o meio. Ao transformar o meio, buscando assimilá-lo
em vista das suas necessidades, o sujeito é confrontado pelas
resistências do meio.
Ilustro o iniciar deste capítulo com uma cena que tenho guardada em
minha memória, há mais de vinte anos, e que tenho vivenciado ao iniciar o ano
letivo. As escolas são as mais variadas, particular ou pública. A chegada dos
colegas, as vozes que se misturam com os risos e os sons de cadeiras que são
movimentadas para que professores sentem ao redor de uma mesa, ou
individualmente. É hora de planejar. Alguns compartilham histórias das férias,
outros desejam entrar direto no trabalho, ou seja, no planejamento das aulas,
do ano letivo. Entra ano e sai ano esse contexto se altera muito pouco. Talvez
uma palestra ou quem saiba uma jornada, mas sempre está reservado o
espaço para o planejamento.
Construir
uma forma
de orientar
Organizar alunos. Saber quais
metas e são os
conteúdos. conteúdos.
Arquitetar Conhecer as
estratégias. turmas
e quem são
Planejar é ... os alunos.
Realizar Organização
ações não só de
conteúdos, mas
contínuas e também do
dinâmicas. conhecimento.
Estruturar a Programar,
aula [...] estudar, é
atingir preparar,
objetivos e pesquisar,
metas conhecer.
Quadro 2
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subcategoria sobre o livro didático cabe ressaltar que foi citado apenas como
uma opção e não como eixo norteador dos trabalhos. Portanto, essa categoria
não acolheu entrevistados.
inclusão, pois foram registradas falas passíveis de ser inseridas nas três
subcategorias.
Quadro 7 - Categorizações
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Não é este um espaço para determinar o futuro, mas sim para abrir
janelas ou portas, visualizar possibilidades, sabendo que de uma investigação
realizada pode surgir, imediatamente, outra. As possibilidades estão presentes,
deixam marcas na hora em que, autonomamente, decido por esse ou por
aquele método, pela opção da não-neutralidade, pela interação, pela postura
democrática, enfim, por ousar e não recuar, mesmo sabendo dos riscos
futuros. O que me atrai sobre as questões do possível encontra uma definição
clara em Piaget (1992, p.52):
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. À Sombra desta mangueira. São Paulo: Editora Olho d´água,
2006.
_______. Cartas a Cristina: reflexões sobre a minha vida e a minha práxis. São
Paulo: Editora UNESP, 2003.
_______. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo:
Editora Olho d´água, 2006.
MACEDO, Lino de. Ensaios Pedagógicos: como construir uma escola para
todos?Porto Alegre: Artmed, 2005.
OLIVEIRA, Rogério de. Descobre-se o que existe, inventa-se o que não existe.
In: BECKER, Fernando. MARQUES, Tânia. (Orgs.) Ser professor é ser
pesquisador. Porto Alegre: Mediação, 2007 (pp. 21-27).
ROCHA, Ruth. Nicolau tinha uma ideia.São Paulo: Quinteto editorial, 1995.
ANEXOS
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Nome do entrevistado(a):
Licenciatura:
1. O que é planejar?
Categorias Subcategorias
1. O planejamento Planejar é desnecessário, pois tanto o livro
não é considerado didático como o Plano Curricular já
relevante. estabelecem os conteúdos que devem ser
“transmitidos”.
2. O planejamento é Considera-se que é uma mera exigência
considerado uma burocrática.
Deveria ser função exclusiva da
questão tecnicista ou
coordenação pedagógica.
formal. Considera-se, desde a desde a formação
inicial – graduação - como sendo
necessária para a execução dos conteúdos
programáticos.
Acredita que ocorre transformação ao atingir
o que havia sido determinado pela ação
técnica.
3. A relevância do Medo de se afastar do planejamento.
planejamento Consciência do distanciamento entre o
que foi planejado e os resultados.
manifesta-se através
Não gerenciamento da efetivação do
de conflitos que foi planejado e incapacidade de
aproveitar os rumos inesperados
definidos pela interação, ou não, com a
turma.
Estabelecimento de vínculos tênues
entre planejar e transformar.
Atenciosamente,
Eu, ________________________________________________________,
professor da _______________________________________________________
autorizo a publicação dos dados provenientes da minha participação na pesquisa
______________________, objeto de dissertação de Mestrado, a ser realizada
pela professora Nina Rosa V. Xavier, sob a orientação da Profª Drª Darli Colla-
res.
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