Palavra Do Mestre - Direito Tributário - Aula - 3
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Competência Tributária
A Constituição Federal não cria tributos, mas sim outorga competência para que a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio de lei, instituam as espécies
tributárias que lhes são outorgados. De forma simples é possível afirmar que competência
tributária é o poder ou aptidão, outorgado constitucionalmente aos entes políticos, para que
editem leis que instituam tributos.
É o entendimento de Luciano Amaro que leciona:
o poder de criar tributos é repartido entre os vários entes políticos, de modo que cada um tem
competência para impor prestações tributárias, dentro da esfera que lhe é assinalada pela
Constituição. Temos assim a competência tributária — ou seja, a aptidão para criar tributos — da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Todos têm, dentro de certos limites, o
poder de criar determinados tributos e definir o seu alcance, obedecidos os critérios de partilha de
competência estabelecidos pela Constituição. A competência engloba, portanto, um amplo poder
político no que respeita a decisões sobre a própria criação do tributo e sobre a amplitude da
incidência, não obstante o legislador esteja submetido a vários balizamentos.1
1
AMARO, Luciano. Direito Tributário. 12ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 93.
flagrantemente inconstitucional. Necessário citar a única exceção que há no ordenamento
(art. 154, II, da CF), a União pode legislar sobre a instituição de impostos mesmo que invada
a competência dos entes federados.
A competência tributária da União está estipulada nos art. 153 e 154 da CF/88, em seu
art. 153 determina quais são os tributos que podem ser instituídos pela União. Trata-se de
enumeração exaustiva, verifica-se a competência expressa.
No artigo 154 verifica-se a competência residual. Este estabelece que mediante a
legislação complementar, a União pode instituir impostos não previstos no artigo 153 e não
tenham o fato gerador ou a base de cálculo próprio de outro imposto ainda determina que na
iminência, ou no caso de guerra externa impostos extraordinários serão instituídos,
compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos,
gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
A competência tributária dos Estados e Distrito Federal é atribuída expressamente, pelo
art. 155, abaixo transcrito:
“Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I – transmissão „causa mortis‟ e doação, de quaisquer bens ou direitos;
II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transportes
interestadual ou intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se
iniciem no exterior;
III – propriedade de veículos automotores.”
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos
a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar.”
2
Carvalho,Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 25. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p.214-215
- Indelegabilidade: a competência para legislar é conferida a determinado ente federado e
este não pode delegar seu exercício a outro ente.
A capacidade tributaria ativa é a aptidão para figurar no pólo ativo das da obrigação tributaria
(Luciano Amaro).
A aptidão de ser credor na relação jurídica tributária, para figurar no pólo ativo da
relação.
COMPETÊNCIA ≠ CAPACIDADE
Ex. ITR
3
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 19ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2003.
O ITR, segundo a Constituição 153,VI, é da competência tributaria da União.
Entretanto, o § 4º, III, do referido artigo, permite que os Municípios o fiscalizem e o cobrem
se assim optarem, resultando caso essa situação aconteça, no repasse integral da
arrecadação desse tributo aos Municípios ao invés de 50 % da receita do tributo conforme
impõem as transferências constitucionais obrigatórias. Logo nesse exemplo, a competência
tributaria ainda continua sendo da União, porém quem figura no pólo ativo da obrigação
tributaria, e, portanto exerce a capacidade tributaria ativa é o Município.
Sujeito passivo da obrigação jurídica tributária é a pessoa que tem capacidade tributária
passiva (dever jurídico de pagar o tributo). É o devedor do tributo. “É a pessoa obrigada ao
pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária” (art. 121 do CTN).
Empresas Públicas e Sociedade de economia mista: Têm capacidade tributária passiva plena,
pois se sujeitam ao mesmo regime jurídico das empresas privadas, inclusive quanto aos
direitos e obrigações tributárias (art. 173, §1º, II da CF). Não podem gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado (art. 173 §2º da CF).
Sujeição passiva por Responsabilização, Substituição.