António Ebo

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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO METROPOLITANO DE

ANGOLA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E ENGENHARIAS

ANTÓNIO JOÃO CATUMNILA EBO

CARLA MACAMBO

ENGRÁCIA SIMBO

ANTENAS UTILIZADOS EM INDOORS

LUANDA

2023
2

ATÓNIO JOÃO CATUMBILA EBO

ARISTÓTELES DA SILVA

ANTENAS UTILIZADOS EM INDOORS

Proposta de trabalho de fim de curso apresentado


ao Instituto superior politécnico metropolitano de
Angola, como requisito parcial para aquisição do
grau de licenciatura em Eng. Electrónica e
Telecomunicações, sob orientação do professor
Batista Serrote.

LUANDA

2023
3

ANTÓNIO JOÃO CATUMBILA EBO


ARISTÓTELES DA SILVA

ANTENAS UTILIZADOS EM INDOORS

Trabalho de fim de curso apresentado ao Instituto superior politécnico metropolitano de


Angola, como requisito parcial para aquisição do grau de licenciatura em Eng. Electrónica e
Telecomunicações, sob orientação do professor Batista Serrote.

Aprovado ao:_____/_______/_______

__________________________________________________________________________

Coordenação do curso de Ciências Tecnológicas e Engenharias

Considerações

__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4

Dedicamos este trabalho aos nossos


pais, alunos e professores do curso de
electronica e telecounicações, pelo
conhecimento, dedição mostrado ao longo da
nossa formação.

AGRADECIMENTO
5

Primeiramente agradeço a Deus pai todo poderoso o magnifio por ter nos consedido
fôlego de vida e por ter nos dado saúde, forças para superar as dificuldades que surgiram ao
logo dessa caminhada.

Agradecer também a todos os professores que contribuiram direita ou indireitamente


na realização deste trabalho.

Agradecimento especial vai primeiramente ao nosso orientador, pela sua inteligência


transmitiu-nos o seu conhecimento, e pela sua participação na realização do nosso trabalho.

Sem esquecer também os nossos encarregados de educação, agradecemos de todo


coração por terem me ajudado muito, pois, hoje, só existe este momento porque um dia
apostaram na nossa formação.

EPÍGRAFE
6

As pessoas jungam as nossas atitudes


mas nunca nos perguntam os motivos delas.

Jonh Lennon

RESUMO
7

Esta proposição intelectual, apresenta o modelo de uma rede com retransmissor de múltiplos
usúarios (mRN), na literatura, para atender uma ampla quantidade de cenários práticos, como
por exemplo uma rede veicular (VANET). Para o modelo de sistema proposto, denominado de
modelo geral de uma mRN (g-mRN), três estráatégia de transmissão são definidas e
analisadas em tornode taxa efetiva, para diferentes quantidades de usuários na rede. Quando
assume-se que a relação sinal-ruído (SNR) média é conhecida pelos transmissores, a taxa
efetiva máxima é obtida através da escolha da taxa de mensagem óptima. No caso de
desconhecimento da SNR, é necessário fixar um valor de taxa de mensagem. Assim, a taxa
efetiva para diversos valores de taxa de mensagem também é obtida. Os resultados númericos
apontam que a estratégia de transmissão que obteve o melhor desempenho sob a taxa de
mensagem óptima foi aquela em que os usúarios transmitem simultaniamete durate a fase de
múltiplo acesso. Entretanto, para uma taxa de mensagem fixa, a estratégia de transmissão com
melhor desempenho depende do valor da SNR. Os resultados obtidos são importantes, pois
podem ser usados como diretrizes para selecionar a correta estratégia de transmissão para a
rede de comunicação, assim como as taxas de mensagem dependendo da situação.

PALAVRA CHAVES: Multiplexação. Retransmissão.Transmissão.

ABSTRACT
8

This intellectual proposition, presents the model of a multi-user relay network


(mRN), in the literature, to meet a wide range of practical scenarios, such as a vehicular
network (VANET). For the proposed system model, called the general model of an mRN (g-
mRN), three transmission strategies are defined and analyzed around the effective rate, for
different amounts of users in the network. When it is assumed that the average signal-to-
noise ratio (SNR) is known by the transmitters, the maximum effective rate is obtained by
choosing the optimal message rate. If the SNR is not known, it is necessary to set a message
rate value. Thus, the effective rate for various message rate values is also obtained. The
numerical results indicate that the transmission strategy that obtained the best performance
under the optimal message rate was the one in which users transmit simultaneously during
the multiple access phase. However, for a fixed message rate, the best performing
transmission strategy depends on the SNR value. The obtained results are important, as they
can be used as guidelines to select the right transmission strategy for the communication
network, as well as the message rates depending on the situation.

KEYWORDS: Multiplexing. Retransmission.Transmission.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES
9

LISTA DE TABELA
10

LISTA DE SIGLAS
11

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................................................13

CAPÍTULO I: REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................18


12

1.1CONCEITUAÇÃO DE TERMOS.....................................................................................18
1.2 DIFERENTES TIPOS DE REDES DE TELECOMUNICAÇÕES...................................18
1.2.1 Comunicação Sem Fio..................................................................................................19
1.2.2 Tipos De Comunicação Sem Fio....................................................................................20
1.3MOTIVAÇÃO E CONTRIBUIÇÃO.................................................................................23
1.4 MODULAÇÕES OFDM.................................................................................................. 26
1.5 PRINÍPIO BÁSIO DA MODULAÇÃO OFDM...............................................................29
CAPÍTULO II: DESENVOLVIMENTO DO TEMA.........................................................33
2.1 MODELO GERAL DE SISTEMA...................................................................................33
2.3 ESTRATEGIAS DE TRANSMISSÃO.............................................................................35
2.4 PAIRWISE-MRN..............................................................................................................35
2.6 MASSIVE-MRN...............................................................................................................38
2.7 PARTIAL-MRN................................................................................................................40
2.8 COMPARAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE TRANSMISSÃO........................................41
2.9 TAXA DE MENSAGEM.................................................................................................44
2.9.1 Taxa Efetiva................................................................................................................... 44
2.10 TAXA EFETIVA PARA AS ESTRATEGIAS DE TRANSMISSÃO PROPOSTAS........45
2.11 REGIAO DE CAPACIDADE.........................................................................................47
CAPÍTULO III: RESULTADOS.........................................................................................51
3.1 TAXA EFETIVA...............................................................................................................51
3.2 METODO PARA CALCULAR A TAXA EFETIVA.........................................................51
3.3 RESULTADOS PARA A TAXA EFETIVA MAXIMA.....................................................52
3.4 TAXA EFETIVA DADA UMA TAXA DE MENSAGEM FIXA......................................57
CONCLUSÃO.......................................................................................................................61
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFIA........................................................................................63
13

INTRODUÇÃO

A técnica de transmissão OFDM baseia-se na multiplexão por divisão de freqências


ortogonais e surgiu como uma evolução da técnica convencional de multiplexação por
divisão de frequência FDM (Frequency Division Multiplexing). Em FDM, usa-se uma
pequena faixa de segurança entre cada portadora como banda de guarda. Já no OFDM,
trabalha-se com toda a faixa do espectro disponível, pois faz-se uso de uma superposição
espectral particular, onde cada subportadora é ortogonal com relação á todas outras (no
domínio da frequência). As redes com retransmissor multidirecional (mRNs) fazem parte de
redes de comunicação que usam um terminal retransmissor para ajudar os seus usuários a
trocarem suas informações entre si.

As mRNs vêm sendo um importante tópico de pesquisa com aplicações em diversas


redes de comunicação, tais como: wireless sensor networks (WSNs), redes de satélite e redes
veiculares (VANETs). O uso do retransmissor proporciona vários benefícios para a rede de
comunicação, tais como: prover uma melhor eficiência energética, expandir o alcance dos
usuários, elevar as taxas de transferência de informação e melhorar a coordenação das
transmissões. Em uma mRN, cada usuário transmite sua informação para o retransmissor, e
este, por sua vez, compartilha-a com todos os usuários da rede. Desta forma, a troca de
informações em uma mRN ocorre em duas etapas. A primeira é chamada de etapa de
múltiplo acesso (MAC) e a segunda, de difusão (BC). Durante a etapa MAC, os usuários
transmitem suas informações para o retransmissor.

E durante a etapa de BC o retransmissor transmite as informações recebidas para


todos os usuários.Em um modelo de mRN, pode-se aplicar a estratégia em que cada usuário
transmite sua informação ao retransmissor e, posteriormente, este encaminha cada
informação recebida a todos os usuários. Portanto, se a mRN tiver quatro usuários, serão
necessário oito intervalos de tempo (TS) para concluir a troca de informações. Para tornar
esse processo mais eficiente, diversas estratégias de transmissão para um sistema mRN vêm
sendo propostas.

As mais comuns envolvem: todos os usuários transmitindo simultaneamente em


apenas um TS; dois usuários transmitindo simultaneamente no mesmo TS. A grande maioria
dos sistemas mRN propostos consideram o acesso ao canal full-duplex. Entretanto, alguns
deles excluem a comunicação direta entre os usuários. Já outros modelos relaxam essa
condição, permitindo aos usuários transmitir para o retransmissor e para os demais usuários
14

da rede. Quando múltiplos usuários transmitem simultaneamente no mesmo TS, existe um


ganho de multiplexação que melhora a taxa de transmissão. Outro modelo, que tem como
objetivo reduzir a complexidade de muitos usuários transmitindo simultaneamente, considera
apenas dois usuários transmitindo a cada TS .
15

JUSTIFICAÇÃO DO TEMA

As redes com retransmissores em multiplexação por divisor de frequência ortogonal (OFDM)


são utilizadas em diversas aplicações, como em sistema de counicação sem fio, como o WI-FI
e o 4G. Visto que a OFDM é uma tecnica que permite a transmissão de dados em alta
velocidade e com alta eficiência espectral, o uso de retransmissores multidirecional com
mutilplos usúarios em redes OFDM vai permitir o aumento dá cobertura de rede e melhorar a
qualidade do sinal em áreas com baixo sinal.
16

DELIMITAÇÃO DO TEMA

A pesquisa foi realizada baseando-se em algumas referencias bibiliograficas e nos


conceitos encontrados em arquivos digitais, que serão sitados no desenvolvimentodo trabalho.
17

PROBLEMA

Qual estratégia de transmissão de uma rede com múltiplos usúrios, que trocam suas
informações entre si por meio de um retransmissor e utilizam transmissão por portadora
única, fornece maior taxa efetiva?

HIPÓTESES

H1: Implemetar um sistema de rede com retransmissor que visa melhorar eventuais
problemas na transmissão de sinais com multiplos usúarios.

H2: Implementar um sistema que visa melhorar a transmissão paralela de dados em


diversas subportadoras com taxas de transmissão baixa.

OBJECTIVOS
Objectivo geral

Estudar os coneitos de OFDM e do retransmissor multidireional.

Objectivos específicos

• Ter conhecimento sobre o funcionamento e suas caracteristicas.

• Conhecer a estrategia de transmissão e recepção.


18

CAPÍTULO I: REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 CONCEITUAÇÃO DE TERMOS


Este capítulo vai abordar sobre os conceitos relacionados ao projeto, que são os fatores
de extrema relevância para a compreesão e sustentablidade do tema.

Telecounicaçao: Constituem um ramo da engenharia elétrica que contempla o projeto,


a implantação e manuntenção de rede de sistemas de comunicações (satélites, redes
telefonicas, televisias, emissoras de rádio, internet, etc). A principal finalidade das
teleomunuicações é suprir a necessidade humana de se comunicar á distância.

Infraestruturas: são instalações devidamente planejadas para o cabeamento de


equipamentos, visando a conexão, a interligação e o suporte de toda rede de comunicação.

Tecnicas: São metodologias que visam a obtenção de um certo resultado, com o


objetivo de resolução de um determinado problema, seja ele ciêntifico, tecnológico, ou em
qualquer outra área.

Operadora de Telecomunicações: é uma empresa envolvida com transferência de


dados ou comunicação. A definição exata é extremamente ampla, pois abrange uma ampla
gama de tipos de empresa. Entre essas empresas estão as que se dedicam a telefonia, internet,
televisão, transferência de multimídia ou troca de dados.

Partilhameto: é o uso onjuto de um recurso ou espaço. É também no processo de


dividir e distribuir. Em sentido restrito, refere-se ao uso conjunto ou alternado de bens
inerentemente finitos, como uma infraestrutura comum ou um outro elemento ativo ou
passivo.

Torres de Telecomunicação: são, caracteristicamente, estruturas altas concebidas para


suportar antenas de telecomunicações e radiofusão, incluindo televisão.

1.2 DIFERENTES TIPOS DE REDES DE TELECOMUNICAÇÕES


Seja qual for o serviçode telecomunicações empregado, como telefonia móvel,
telefonia fixa eacesso a banda larga, haverá sempre a necessidade de redes que suportem o
tráfego demandado por cada usúario, de forma compromissada com a garantia de
contablidade e não interrupção dos serviços utilizados.
19

Com a grande complexidade das redes existentes atualmente, torna-se fundamental


entender o que são de fato redes de telecomunicações, como elas podem estar organizadas e
como podemos visualizar suas aplicações em nosso dia-a-dia.

Redes de telecomunicações compreendem toda a infraestrutura necessária para


atender aos serviços do usuário final, seja ele um usuário corporativo ou físico.

Para realizar a comunicação entre dois ou mais pontos, as redes fazem uso de
sistemas de transmissão, que são basicamente combinações de meios e tecnologias de
transmissão.

Assim, pode-se encontrar sistemas de transmissão baseados em links de microondas,


fibra óptica, par trançado, cabo coaxial ou de satélite e empregando diferentes tecnologias
nesses meios, tais como ATM, SDH, PDH, WDM, OTN, etc.

Em redes de telecomunicações hierárquicas, podemos encontrar três divisões


diferenciadas principalmente quanto à capacidade de transmissão de tráfego e às tecnologias
de transmissão empregadas, conforme descreve a figura 1.1 a seguir:

Figura 1.1 - Tipos de redes de telecomunicaçõs

1.2.1 Comuicação Sem Fio


Em telecomunicações, as comunicações sem fio (do inglês: wireless) consistem na
transferência de dados e informações sem a utilização de cabos. As distâncias envolvidas podem ser
curtas (poucos metros, como a que há entre uma televisão e seu controle remoto) ou longas (milhares
ou mesmo milhões de quilômetros, como ocorre nas transmissões de ondas de rádio). O
20

termo comunicação sem fio foi utilizado como duas formas na história da comunicação com dois
significados diferentes. Inicialmente o termo foi utilizado para definir o sistema que depois passou a
ser chamado de rádio transmissor em meados de 1920. Em torno de 1980 o termo ressurgiu sendo
utilizado para qualquer tipo de tecnologia que fizessem comunicações sem utilizar fios. Nos dias de
hoje algumas das tecnologias mais comuns que fazem de comunicações sem fios são LTE, LTE-
Advanced, Wi-Fi, Bluetooth, entre outras. O mundo contemporâneo utiliza as comunicações sem fio
em uma grande diversidade de dispositivos e contextos. Entre esses usos podemos citar a rede sem fio,
o telemóvel (telefone celular), o assistente pessoal digital (PDA), o dispositivo GPS, o controle
automático de porta comum ou de porta de garagem, o mouse sem fio, o teclado sem fio,
o headset de computador, a televisão por satélite artificial e o telefone sem fio.

Figura 1.2 – Cumunicação sem fio.

1.2.2 Tipos De Comunicação Sem Fio


 Rádio Broadcast.

 Comunicações telefónicas.
 Infravermelho.
 Bluetooth.
 Comunicação via microondas.
 Comunicação via satélite.
 Wi-Fi.
21

Rádio Broadcast: á primeira comunicação sem fio criada foi a transmissão de ondas de
rádio abertas para qualquer um interceptar e escutar, tecnologia ainda utilizada hoje nas
estações de rádio. Rádio com multicanais permitem que cidades e pilotos ou marinheiros
possam se comunicar entre si quando necessário. Também é possível transmitir informações
digitais através do espectro de rádio frequência. Normalmente funciona através de ondas de
rádio transmitidas pelo ar partindo de uma torre de transmissão para todas as antenas
receptoras que estejam sintonizadas na mesma frequência que a torre de transmissão naquele
momento. Ondas de rádio são sinais eletromagnéticos que são transmitidos por uma torre ou
antena de transmissão. Essas ondas têm segmentos de frequência completamente diferentes e,
para que a comunicação tenha sucesso, as ondas serão enviadas e interpretadas apenas por
antenas que se encontrem na mesma frequência.

Comunicações telefonicas: O sistema de telefonia utiliza ondas de rádio para


estabelecer a comunicação entre as torres de transmissão e os celulares e transmitir os dados.
É possível que um usuário desse serviço seja capaz de realizar ligações e enviar mensagens
através do mundo todo, desde que o provedor do serviço tenha algumas antenas ou torres de
transmissão próximas do local onde o usuário se encontra. Alguns tipos de celular e telefones
móveis se utilizam de comunicações via satélite, o que faz com que a área de cobertura do
sinal seja muito maior do que os celulares que só se utilizam de transmissões rádio broadcast.

Infravermelho: A omunicação infravermelho transmite informações em um dispositivo


ou sistema através de radiação infravermelho. Esse tipo de comunicação é chamada assim
pois é composta por energia eletromagnética com um comprimento de onda que é maior do
que uma simples luz vermelha. Esse tipo de comunicação é utilizada para controles de
segurança, controles remotos de televisão e comunicações de curto alcance. No espectro
eletromagnético, a luz infravermelha se localiza entre microondas e luz visível.

Comunicação via microoda : consistem na transferência de dados e informações sem a


utilização de cabos. As distâncias envolvidas podem ser curtas (poucos metros, como a que há
entre uma televisão e seu controle remoto) ou longas (milhares ou mesmo milhões
de quilômetros, como ocorre nas transmissões de ondas de rádio). O termo comunicação sem
fio foi utilizado como duas formas na história da comunicação com dois significados
22

diferentes. Inicialmente o termo foi utilizado para definir o sistema que depois passou a ser
chamado de rádio transmissor em meados de 1920. Em torno de 1980 o termo ressurgiu sendo
utilizado para qualquer tipo de tecnologia que fizessem comunicações sem utilizar fios

Bluetooth: é um padrão para comunicações sem fio baseadas em um sistema de


rádio projetado para conectividade de curto alcance para dispositivos pessoais portáteis. O
Bluetooth é amplamente usado em tecnologia WPAN (rede de área pessoal sem fio), também
conhecida como rede de curta distância sem fio. O padrão IEEE 802.15.1 especifica a
operação e a arquitetura dos dispositivos Bluetooth, mas a operação se refere apenas à camada
física e à camada de controle de acesso ao meio (MAC).

Wi-Fi(Wireless Fidelity): é um termo genérico que se refere ao padrão de


comunicação IEEE 802.11 para WLANs. Ele usa ondas de rádio para fornecer conexões de
rede e Internet sem fio de alta velocidade com base nos padrões IEEE 802.11.

Comunicação via satélite é um tipo de comunicação sem fio que é amplamente


difundida pelo mundo e permite que usuários estejam conectados em praticamente qualquer
lugar do planeta a qualquer momento. Esse tipo de comunicação transmite informações
através de raios modulados de microondas. Quando o sinal é enviado para o satélite, ele
amplifica o sinal e o manda de volta para a superfície da terra onde se encontra a antena
receptora. Comunicações via satélite contém dois principais componentes: o segmento do
espaço e o segmento da terra.

Vantagens

 Qualquer dado e informação pode ser transmitida rapidamente e com alta


velocidade
 Manutenção e instalação de baixo custo
 A internet pode ser acessada de qualquer lugar sem fio, desde que tenha sinal
 Maior grau de mobilidade durante a comunicação
23

 Capacidade de atender um maior número de usuários sem necessidade de mais


equipamento (no caso de uma comunicação com fio, seriam necessários mais
cabos para mais usuários)

Desvantagens

 Uma pessoa desautorizada pode facilmente capturar os dados sendo transmitidos


através da captura dos sinais no ar. Por isso, é necessário o uso de tecnologias de
encriptação dos dados transmitidos para manter o sigilo e proteção do que está
sendo transmitido.
 Sinais de transmissão suscetíveis a interferência que estão além do controle do
administrador da rede. Coisas como metais, água, outros sinais e outras ondas
podem causar interferência na comunicação e ocasionar perda de dados
 Instalação da infraestrutura de uma rede de comunicação sem fio pode ser
complexa.
 A velocidade de transmissão de dados uma rede sem fio é menor do que a
velocidade de uma rede com fio.
 O alcance do sinal pode ser insuficiente dependendo da distância que se quer
cobrir. Quanto maior a distância, maior será o número de repetidores ou pontos de
acesso que deverão ser utilizados.

1.3 MOTIVAÇÃO E CONTRIBUIÇÃO

Em uma VANET os veículos costumam trocar diversos tipos de informação entre si,
seja para manter a ordem nas ruas e estradas, para garantir a segurança, ou até mesmo para
trazer informações de comodidades [Hartenstein e Laberteaux 2010, Emmelmann e Kellum
2010, Cheng, Shan e Zhuang 2011]. Outra característica de uma VANET é a dinámica com a
qual os usúarios se agrupam, trocam suas informações e depois se separam. Isso acontece
porque estão viajando para destinos distintos, mas nem por isso a informação que trocam
entre si é irrelevante. Essas características, além de diversas outras mais, permitem que uma
VANET use o conceito de mRN para trazer uma maior eficiência ao compartilhamento de
informações. As contribuições que estão sendo trazidas por esta tese não se restringem a
24

apenas uma VANET, como será exemplificado, sendo que diversas outras redes de
comunicação podem utilizar essas propostas.

Para exemplificar o exemplo de uma VANET, a Figura 1.3 apresenta o cenário


de um ambiente urbano. Neste cenário, há quatro veículos e um retransmissor (R). Os
veículos A e B trafegam por uma avenida, porém em sentidos contrários. Os veículos C e D
trafegam por uma rua, perpendicular á avenida, no mesmo sentido e se aproximando do
retransmissor. Nas esquinas formadas entre a rua e a avenida há prédios, típicos de um
ambiente urbano. O retransmissor está estrategicamente posicionado na intersecção da
avenida com a rua, supostamente dentro do alcance de comunicação com os quatro veículos
mencionados. Os veículos A e B (similarmente, C e D) estão próximos o suficiente para que
exista uma conexão direta entre eles, e distantes o suficiente dos veículos C e D
(similarmente, A e B) para que não possam se comunicar diretamente com eles. Assim, está
claro que os veículos A e B formam um subgrupo, dentro do grupo composto pelos quatro
veículos e o retransmissor. Da mesma forma, os veículos C e D formam outro subgrupo.
Sempre que um veículo, por exemplo o veículo A, transmitir uma informação, ela será
recebida pelo retransmissor e também pelo outro veículo do subgrupo, neste caso o B. Os
veículos do outro subgrupo recebem a informação apenas por meio do retransmissor (R).

O cenário ilustrado na Figura 1.3 retrata o exemplo de uma VANET com


apenas quatro veículos e um retransmissor. Mas e se mais veículos estiverem presentes neste
cenário? E se os veículos não estiverem próximos o suficiente para ter uma conexão direta
entre si? E se o retransmissor tiver um alcance maior, abrangendo outros entroncamentos?
Repare que essas são apenas umas poucas questões que surgem ao olhar para este limitado
exemplo dado na Figura 1.3. Para poder responder a essas e muitas outras perguntas, um
modelo geral de sistema é introduzido a fim de generalizar os modelos apresentados, por
exemplo, em [G¨und¨uz et al. 2009, G¨und¨uz et al. 2013, Su et al. 2015, Savard e Weidmann
2016]. O modelo geral de rede com retransmissor multidirecional (g-mRN - do inglês,
generalized multiway relay network ) tem como propósito representar uma ampla seleção de
cenários práticos. No exemplo da Figura 1.3 os quatro veículos e o retransmissor fazem parte
de um mesmo grupo, que no g-mRN é chamado de cluster. Entretanto, como os veículos A e
B (assim como os veículos C e D) possuem um enlace direto entre si, eles formam um
subgrupo, que é denominado de subcluster no modelo g-mRN.
25

Figura 1.3- Exemplo de uma mRN em um cenário urbano de uma VANET.

A partir do g-mRN três novas estratégias de transmissão são definidas por esta tese.

Todas elas seguem o mesmo protocolo de fases MAC e BC, nas quais elas diferem
entre si apenas durante a fase MAC. Na fase BC, o retransmissor, após decodificar o sinal,
combina as mensagens de diferentes usúarios, em GF(2), aplicando a codificação de rede (NC
- do inglês, Network Coding) [Yeung, Li e Cai 2006], para transmitir a todos os usúarios. A
primeira estratégia de transmissão é chamada de pairwisemRN, porque os usúarios
transmitem em pares. Um usúario de cada subcluster é selecionado para transmitir em cada
TS, por exemplo os veículos A e C, da Figura 1, transmitem no primeiro TS, e os veículos B e
D no segundo TS. Assim, o retransmissor recebe uma sobreposição de apenas dois sinais, e os
demais usúarios recebem, neste TS, apenas o sinal do seu vizinho de subcluster. As estratégias
de transmissão propostas em [Islam, Durrani e Sadeghi 2015, Islam 2016, Borujeny, Noori e
Ardakani 2014,Borujeny, Noori e Ardakani 2017] não têm essa vantagem de os usúarios
receberem a informação de seus vizinhos diretamente deles, como é a proposta da pairwise-
26

mRN. Na segunda estratégia de transmissão todos os usúarios do cluster transmitem


simultaneamente logo no primeiro TS, por isso essa estratégia é chamada de massive-mRN. O
retransmissor recebe uma sobreposição de todos os sinais, e cada usúario também recebe a
informação enviada pelos seus vizinho de subcluster. Se recuperada corretamente, as
mensagens dos vizinhos estarão disponíveis para aquele usúario, e da mesma forma para o
retransmissor. Isto não foi explorado nos trabalhos que também consideram uma transmissão
simultânea de múltiplos usúarios, tais como em [Ong, Johnson e Kellett 2010, Su et al. 2015,
Savard e Weidmann 2016], destacando a novidade da solução proposta.

A estratégia de transmissão proposta é uma versão intermediária das duas


primeiras, porque a metade dos usúarios do cluster transmite simultaneamente em dois TS.
Assim, pelo menos um usúario de cada subcluster será selecionado para a transmissão. Esta
estratégia é chamada de partial-mRN, e ela também usa as informações recebidas diretamente
dos vizinhos de subcluster, fato que não foi considerado nos trabalhos apresentados em
[Anwar 2016,Purwita e Anwar 2015, Hasan e Anwar 2015].

Nas três estratégias de transmissão propostas os usúarios sempre recebem as


informações transmitidas pelos seus vizinhos de subcluster. Este fato traz uma vantagem para
as estratégias, pois, quando o retransmissor transmitir, cada usúario está interessado apenas
nas informações dos usúarios pertencentes aos demais subclusters. Para comparar as
estratégias de transmissão, elas são avaliadas em termos de taxa efetiva, que é expressa em h
bits de informação símbolo complexo i [Castro 2016]. Para isso, considera-se que o
retransmissor usa a técnica decodifica-e encaminha (DF) [Castro 2016] para processar e
encaminhar os sinais recebidos. Os sinais sobrepostos são detectados aplicando-se a técnica
de máxima verossimilhan¸ca (ML - do inglês, maximum likelihood detection) [Tse e
Viswanath 2005, Goldsmith 2005]. O retransmissor combina os sinais utilizando NC sobre
GF(2) [Yeung, Li e Cai 2006,Fragouli e Soljanin 2008,Castro 2016], que é seguida pelos
usúarios para separar os sinais combinados.

1.4 MODULAÇÕES OFDM


Com o advento das técnicas digitais os sistemas de telecomunicações puderam migrar
de sistemas de portadora única SCM (Single Carrier Modulation) para sistemas MCM
(Multiple Carrier Modulation). Na técnica SCM os símbolos digitais são transmitidos
serialmente, significando que a duração da janela temporal associada a cada símbolo é muito
pequena para altas taxas de transmissão de dados. Já na técnica MCM, cada símbolo pode ter
27

seu período de transmissão aumentado para que seja maior que a duração dos distúrbios de
ruído, inclusive maior que o intervalo de dispersão do canal. A evolução da família de siglas
FDM marcou profundamente as telecomunicações, e teve um rápido desenvolvimento após a
segunda guerra mundial.

FDM (Frequency Division Multiplexing): é a multiplexação em frequência para a


transmissão de múltiplos canais, ou seja, neste sistema é utilizada uma banda de frequência
bem maior do que a necessária para cada canal individual. O conjunto de canais que ocupam
esta banda possui cada um sua própria portadora que se sobrepõe no tempo, mas pode ser
individualmente recuperada por não se sobreporem em freqüência. Convém lembrar que,
neste caso, existem diversas portadoras transmitindo múltiplos canais, e por este motivo o
sistema pode ser classificado como sistema de transmissão multiportadoras. Esta técnica vem
sendo empregada desde adécada de 50 em telefonia analógica para a transmissão de um
grande número de canais via satélite ou por microondas.

Ainda utilizando o exemplo da telefonia convencional, onde cada portadora exige um


modulador e demodulador e os filtros que evitam interferência entre canais, fica claro que
esta técnica de FDM não poderia ser utilizada para a transmissão de TV digital de alta
definição, visto que se necessitam de milhares de portadoras para transmitir o sinal. Porém, a
solução foi alcançada paulatinamente quando em princípio Chang [4] demonstrou ser
possível a transmissão de vários canais limitados em banda sem causar interferência entre
portadoras ICI (Inter Carrier Interference) e interferência entre símbolos ISI (Inter Symbol
Interference). Depois foi utilizada a transformada Discreta de Fourier DFT, que melhorou o
desempenho da modulação e da demodulação, sendo o artigo chave de autoria de Erbert e
Weinstein [5]. Nesse artigo, a fim de se evitar a ICI e ISI, foi utilizado um espaço entre os
símbolos, sendo que este espaço vazio se chamou “espaço de guarda” e, hoje, intervalo de
guarda. A ortogonalidade ainda não estava perfeita, fato que foi alcançado por Ruiz e Peled
[6] que introduziram o conceito de prefixo cíclico, ou extensão cíclica resolvendo o problema
da ortogonalidade.

Uma vez resolvido o problema da ortogonalidade o uso de milhares de portadoras


ficou possível, pois utilizando os recursos da Transformada de Fourier é possível gerar e
modular todas as portadoras simultaneamente. Logo, na recepção não existe a necessidade de
28

se proceder a filtragem das portadoras para sua separação, sendo utilizada em seu lugar uma
amostra do sinal recebido para aplicação da Transformada Direta de Fourier.

Em comparação à técnica de modulação monoportadora que apresenta muita


sensibilidade a ruído impulsivo, desvanecimento seletivo e ecos, causados por múltiplos
percursos, as técnicas de multiportadoras são praticamente imunes a estes fenômenos, se os
mesmos apresentarem uma duração no tempo menor que a duração da transmissão de cada
símbolo. Mas como não existe perfeição absoluta no mundo real as técnicas multiportadoras
OFDM são sensíveis a interferências senoidais, erros de fase e de frequência.

Num sistema convencional de transmissão, os síımbolos são enviados de forma


sequêncial, através de uma única portadora, modulada á taxa de símbolos da fonte de
informação. O espectro desta portadora ocupa todo as banda disponível. A técnica OFDM
consiste na transmissão paralela de dados em diversas subportadoras e com taxas de
transmissão mais baixas, conforme aumenta-se o número de subportadoras utilizadas. Esta
redução na taxa de símbolos, ou seja, um aumento na duração do símbolo em cada
subportadora, representa um estreitamento do pulso no domínio frequência, o que o torna
menos sensível á seletividade em frequência. Em outras palavras, o desvanescimento seletivo
em frequência se torna plano (ou quase plano), pois só afeta um símbolo de informaçao, já
que permite-se enxergar os símbolos sendo multiplicados unicamente por frações do canal de
comunicações. Este fato reduz significativamente a complexidade dos equalizadores. Do
ponto de vista do domínio do tempo, tem-se equivalentemente que a dispersão temporal do
pulso o torna menos susceptível á IES, uma vez que diminui-se a superposição de símbolos.
Como é possível perceber há superposiçã espectral. Porém, as subportadoras podem ser
isoladas das demais com uso de correlarotes ou filtros casados. Existe então, uma
ortogonalidade entre estas subportadoras. Entretanto, um dos problemas do sistema OFDM é
a sensibilidade á offsets no circuito de recuperação de portadora, resultando em
descasamento dos osciladores de transmissão-recepção, e assim, perdendo a ortogonalidade
entre as subportadoras.
29

Figura 1.4 subportadoras dentro de um símbolo OFDM.

A Figura 1.4 ilustra o comportamento temporal de 4 subportadoras numa transmissão


OFDM. Estas, estão um número inteiro de ciclos espaçadas entre si, ou seja, k=1/T , onde k é
um inteiro qualquer.

1.5 PRINÍPIO BÁSICO DA MODULAÇÃO OFDM

A figura 1.5 mostra o modulador OFDM básico em blocos


30

Onde m(t) pode ser uma seqüência binária que se deseja transmitir, e (cn = in + jqn ) é
o sinal complexo mapeado nos sinais (in) em fase e (qn) em quadratura. A seguir o conversor
série paralelo transforma o sinal em N feixes de símbolos complexos paralelos que modulam
as subportadoras complexas. Acontece então a modulação da função co-seno de freqüência
angular wn pela parte real e a função seno de wn sendo modulada pela parte imaginária. O
espaçamento entre as subportadoras é igual ao inverso do tempo do símbolo OFDM sendo
que o conjunto das N subportadoras adjacentes é ortogonal.

O equacionamento do sinal OFDM é resumidamente mostrado a seguir:

Decorrido o tempo do símbolo OFDM em 'T' segundos o valor de amplitude de cada


subportadora é atualizado com os dados no próximo símbolo. Convém lembrar que para o
sistema OFDM todos os N osciladores complexos do transmissor e do receptor
necessariamente devem estar em fase. Se o número de subportadoras no sistema crescer
muito, a dificuldade em se obter sincronismo entre os osciladores aumenta
proporcionalmente, aumentando a complexidade da implementação.
31

A demodulação OFDM é realizada de acordo a figura 1.6

Figura 1.6 Demodulador OFDM

Considerando um canal ideal sem ruído, sem distorção tem-se uma detecção sem erros
porque como já mencionado anteriormente as subportadoras são ortogonais entre si, não
existindo interferências ICI entre as N subportadoras recebidas. Uma vez que todas as
subportadoras possuem o mesmo número inteiro de ciclos dentro do intervalo do símbolo em
'T' segundos, a detecção das componentes i'n pode ser representada por:
32

Ilustrando a recepção para a componente i'0 tem-se as seguintes equações: r(t) =


sOFDM(t) considerando o canal ideal

Isto se repete para todas as componentes do sinal r(t), uma vez que todas as
subportadoras tem um número inteiro de ciclos no intervalo de duração do símbolo. Para que
não ocorra a perda de ortogonalidade entre as portadoras o sincronismo entre a transmissão e
a recepção é essencial. Várias técnicas são empregadas para garantir o sincronismo entre os
osciladores de transmissão e os de recepção. Uma delas consiste em utilizar portadoras
'piloto' que carregam um sinal de referências para o receptor. Nas técnicas atuais as
portadoras piloto não transportam conteúdo do sinal a ser transmitido, mas ajudam o receptor
a sincronizar a fase e a freqüência dos osciladores. Uma estimação do canal também pode ser
realizada através das portadoras piloto. As portadoras, não carregando informação, isto é, não
sendo moduladas com informação, fornecem em suas amplitudes para o receptor, uma idéia
da atenuação oferecida pelo canal em suas respectivas freqüências. Fazendo-se uma
interpolação entre as amplitudes das portadoras piloto, estima-se a resposta em freqüência do
canal.
33

CAPÍTULO II: DESENVOLVIMENTO DO TEMA

2.1 MODELO GERAL DE SISTEMA


Considere um sistema de comunicação sem fio com diversos usúarios trocando
informações entre si por meio de um retransmissor. Todos os usu´arios operam no modo full-
duplex, cuja viabilidade técnica foi demonstrada em [Bharadia, McMilin e Katti 2013], em
que cancelamentos da auto-interferência da ordem de 100 dB são factíveis, inclusive por
meio de experimentos práticos, tornando esta tecnologia viavel em nível comercial. Neste
modelo geral de sistema proposto, os usúarios são organizados em subclusters e estes, por
sua vez, em clusters. Todos os usúarios que desejam trocar informações uns com os outros
são dispostos dentro de um mesmo cluster. Já os usúarios de um subcluster são agrupados por
estarem próximos o suficiente para se comunicarem diretamente entre si. Porém, eles só
conseguem se comunicar com os usúarios de outros subclusters através do retransmissor. Um
exemplo desse modelo geral de sistema está ilustrado na Figura 2.1 e representa uma
generalização do modelo apresentado em [G¨und¨uz et al. 2009,G¨und¨uz et al. 2013], sendo
aqui denotado pela sigla g-mRN. Figura 2.1 – Modelo geral de sistema mRN (g-mRN).

Figura 2.1 Modelo geral de sistema mRN (g-mRN).


34

No modelo de sistema apresentado na Figura 2.1, Cw representa o w-ésimo cluster na


rede, em que w ∈ W = {1, ..., W}, Cw,que é o ésimo subcluster do w-ésimo cluster, com q ∈
Q = {1, ..., Q}, e por fim, Uw,q,v representa o v-ésimo usúario do q-ésimo subcluster dentro
do 32 w-ésimo cluster, sendo v ∈ V = {1, ..., Vq} e Vq o n´umero de usúarios no q-ésimo
subcluster. Logo, o número total de usúarios do cluster w, é: Mw = PQ q=1 Vq. O g-mRN
considera que apenas um retransmissor estará operando na rede. Isto implica que cada cluster
terá que compartilhar os recursos do retransmissor com os outros, ou seja, um escalonamento
temporal, por exemplo, pode ser aplicado para cada cluster usar o retransmissor dentro da sua
janela de tempo. Logo, o modelo de sistema que se aplica a um cluster pode ser replicado
para todos os demais. A Figura 2.2 ilustra um g-mRN com apenas um cluster. Repare que a
notação indicando a nomenclatura do cluster foi suprimida a fim de facilitar o entendimento
do modelo, e assim seguir´a pelo restante do texto.

Figura 2.2 – Exemplo do g-mRN considerando apenas um cluster na rede.

O canal de uplink na transmissão do usúario Uq,v para o retransmissor é denominado


de hq,v. O canal na transmissão do usúario Uq,v para o Uq,v0 é denominado de hq,v,v0 . O
canal de downlink na transmissão do retransmissor para o usúario Uq,v no TS t é
35

denominado de gq,v,t, em que a quantidade de TS necessárias depende da estratégia de


transmissão adotada. E importante destacar que, em todas as estratégias de transmissão
propostas nesta tese, todos os usúarios transmitem apenas uma vez. Quanto ao retransmissor,
dependendo da estratégia, ele pode necessitar de mais de um TS para que todos os 33
usúarios recebam as informações de seus pares. Isto explica a necessidade do índice extra, t,
na notação do canal de download. Assume-se que todos os ganhos de canal sejam aleatórios e
independentes, com distribuição Gaussiana complexa de média zero e variância unitária. Os
canais permanecem fixos durante o período de um TS, e variam independentemente de um
TS para outro. Ou seja, os sinais recebidos são afetados por desvanecimento Rayleigh quase
estático, e também, por ruído Gaussiano branco aditivo (AWGN - do inglês, additive white
Gaussian noise) com média zero e variância σ 2 0 = N0/2 por dimensão complexa. Na análise
desenvolvida nesta tese, considera-se o modelo de outage, em que os canais individuais, bem
como os canais de acesso multiplo e de difusão, estão em outage sempre que a taxa de
transmissão exceder a capacidade do canal ou a região da capacidade. Este tópico será
detalhado ao longo desta tese.

2.3 ESTRATEGIAS DE TRANSMISSÃO

A escolha da estratégia de transmissão que será utilizada na gmRN exerce uma


influência direta no desempenho da rede, na taxa de transmissão de informação e também na
complexidade dos receptores. Isso acontece porque cada uma necessita de um número
mínimo de TS para completar a troca de informações entre os usúarios e, também, porque
elas têm uma complexidade distinta durante a decodificação dos sinais recebidos
simultaneamente. O resultado é um compromisso entre a taxa efetiva e a complexidade de
detecção nos receptores. Para a proposta do g-mRN são introduzidas três estratégias de
transmissão. Na descrição que segue, o número de TS em cada estratégia é assumindo-se que
todas as transmissões sejam realizadas com sucesso.

2.4 PAIRWISE-MRN

Na estratégia pairwise-mRN os usúrios transmitem em pares, sendo que cada usúario


selecionado para transmitir pertence a um subcluster diferente. Desta forma, a quantidade de
TS necessária para completar a troca de informação depende diretamente do número de
usúarios presentes no cluster. O retransmissor recebe uma sobreposição de apenas dois sinais
por vez, realizando a detecção por ML [Goldsmith 2005, Tse e Viswanath 2005] para
36

recuperar a informação transmitida pelos dois usúarios. Cada usúario recebe apenas o sinal
do seu vizinho de subcluster que está transmitindo.

Quando há um número diferente de usúarios em cada subcluster, aqueles


remanescentes transmitem sozinhos ao final da fase MAC. Ao final da fase MAC, o
retransmissor terá a informação de cada um dos M usúarios do cluster, enquanto que,
individualmente, cada usúario terá a informação de cada um dos seus vizinhos de subcluster.
E na fase BC que os usúarios recebem as informações daqueles pertencentes aos outros
subclusters. Essas serão transmitidas pelo retransmissor, que usa NC sobre GF(2) [Yeung, Li
e Cai 2006,Fragouli e Soljanin 2008, Castro 2016] para codificar os sinais. Um exemplo da
estratégia de transmissão pairwise-mRN é apreapresentado nas Figuras 2.3 e 2.4 A Figura 2.3
ilustra a fase MAC considerando 36 Figura 2.3 – Exemplo da fase MAC da estratégia de
transmissão pairwisemRN com três usúarios em cada um dos dois subclusters.

Figura 2.3 – Exemplo da fase MAC da estratégia de transmissão pairwisemRN com


três usúarios em cada um dos dois subclusters.
37

Figura 2.4 – Exemplo da fase BC com seis usúarios no cluster igualmente divididos
em dois subclusters.

Q = 2 subclusters com V1 = V2 = 3 usúarios em cada subcluster. Nessa situação, a


fase MAC precisa de três TS para que todos os usúarios transmitam seus sinais. No primeiro
TS, o usúario U1,1 (do subcluster C1) e o usúario U2,1 (do subcluster C2) transmitem
simultaneamente. No subcluster C1 os usúarios U1,2 e U1,3 recebem o sinal do usúario U1,1
e tentam recuperar sua informação, x1,1. Da mesma forma, no subcluster C2, os usúarios
U2,2 e U2,3 tentam recuperar a informação x2,1. O retransmissor recebe a sobreposição dos
dois sinais transmitidos pelos usúarios U1,1 e U2,1, e tenta recuperar as informações
transmitidas por eles, respectivamente, x1,1 e x2,1. O mesmo processo é repetido nos T S
seguintes para os pares de usúarios restantes, (U1,2 e U2,2) e (U1,3 e U2,3), conforme ilustra
a Figura 2.3. Ao final da fase MAC cada usúario terá a informação dos seus dois vizinhos de
subcluster, enquanto que o retransmissor terá as informações de todos os usúarios do cluster.

Na fase BC, conforme ilustra a Figura 2.4, o retransmissor produz três combinações
lineares binárias diferentes a partir das seis informações recebidas de cada usúario. Estas
serão transmitidas para todos os usúarios em três diferentes TS. As combinações lineares
binárias são formadas selecionando-se a informação oriunda de um usúario do subcluster C1
com a de outro do subcluster C2. O exemplo ilustrado na Figura 2.5 sugere as seguintes
combinações lineares: x1,1⊕x2,1, x1,2⊕x2,2 e x1,3 ⊕ x2,3. Cada usúario forma um
sistema com essas três equações lineares, pois cada um conhece pelo menos um dos dois
38

sinais de cada combinação linear transmitida. Assim, cada usúario é capaz de resolver o
sistema usando as técnicas de NC [Yeung, Li e Cai 2006]. Deve ficar claro que, em todas as
estratégias de transmissão consideradas nesta tese, ao final da fase MAC cada usúario terá
conhecimento da sua própria informação, assim como, da informação de seus vizinhos de
subcluster.

Portanto, as fases BC de todas as três estratégias de transmissão propostas são


exatamente iguais. De maneira geral, em um cluster que conta com M = PQ q=1 Vq usúarios,
o retransmissor precisa transmitir NBC TS = M − minq∈Q{Vq} combinações lineares
independentes das M mensagens recebidas, nos NBC TS TS. Neste caso, o usúario Uq,v será
capaz de formar um sistema com NBC TS equações e M variáveis. Mas, como este usúario
tem conhecimento de Vq variáveis, ele é capaz de resolver o sistema para todas as M
mensagens. A estratégia de transmissão pairwise-mRN precisa, no mínimo, de M 2 TS para a
fase MAC, considerando que há uma quantidade par de usúarios no cluster, e NBC TS TS
para a fase BC, resultando em um total de 3M 2 −minq∈Q{Vq} TS para que os usúarios do
cluster troquem suas informações entre si.

2.6 MASSIVE-MRN

A estratégia de transmissão massive-mRN caracteriza-se por todos os M usúarios do


cluster transmitirem suas mensagens simultaneamente no primeiro TS. Portanto, o
retransmissor recebe uma sobreposição de M sinais. Cada usúario Uq,v do subcluster Cq
recebe uma sobreposição de Vq − 1 sinais. Da mesma forma que a estratégia de transmissão
pairwise-mRN, ao final da fase MAC cada usúario tem as informações dos seus vizinhos de
subcluster, enquanto que o retransmissor tem as mensagens de todos os usúarios do cluster.
Todos aplicam a detecção ML multiusúario [Goldsmith 2005, Tse e Viswanath 2005] em seus
receptores. Um exemplo da fase MAC é ilustrado na Figura 6, com seis usúarios igualmente
distribuídos em dois subclusters.
39

Figura 2.5 – Exemplo da fase MAC da estratégia de transmissão massivemRN com


seis usúarios igualmente distribuídos em dois subclus

O exemplo da fase MAC ilustrado na Figura 2.5 tem dois subclusters, C1 e C2, sendo
os usúarios U1,1, U1,2 e U1,3 pertencentes ao sucluster C1, e os usúarios U2,1, U2,2 e U2,3
ao sucluster C2. O usúario U1,1, por exemplo, transmite o sinal x1,1 para o retransmissor (R)
pelo canal com ganho h1,1, para o usúario U1,2 usando o canal com ganho h1,1,2, e para o
usúario U1,3 por meio do canal com ganho h1,1,3. Na Figura 2.6 o ganho de canal com dois
índices, denominado por hq,v, refere-se ao canal formado entre o usúario e o retransmissor
quando o usúario transmite o seu sinal. Já o ganho de canal com três índices, hq,v,v0 , está
relacionado ao canal entre o usúario transmissor e o receptor, ambos pertencentes ao mesmo
subcluster, em que v representa o usúario transmissor e v 0 o receptor. No exemplo da Figura
6, em um único TS da fase MAC, cada usúario irá formar três canais de transmissão, um com
o retransmissor e os demais com os outros dois usúarios do subcluster. Cada usúario terá dois
canais de recepção formados com os seus vizinhos de subcluster. Fica claro, quando
40

comparado com a estratégia de transmissão pairwise-mRN, que há um aumento de


complexidade no circuito de recepção de cada usúario e, também, do receptor, já que os
sinais chegam todos simultaneamente.

A fase BC da estratégia de transmissão massive-mRN é a mesma proposta para a


estratégia pairwise-mRN, conforme foi explicado. É importante ressaltar que, para o exemplo
de um cluster com seis usúarios igualmente distribuídos em dois subclusters, a estratégia
massive-mRN precisa de apenas quatro TS para completar a troca de informação entre todos
os usúarios. Isto representa dois TS a menos do que a estratégia pairwise-mRN. Mas, por
outro lado, a estratégia massive-mRN tem uma sobreposição de seis sinais no retransmissor,
contra apenas duas da pairwise-mRN. De uma forma geral, a estratégia de transmissão
massive-mRN precisa de 1+NBC TS TS para q ue todos os M usúarios do cluster troquem
suas informações entre si.

2.7 PARTIAL-MRN

A estratégia de transmissão partial-mRN surge como uma forma de reduzir a


quantidade de sobreposição de sinais e, consequentemente, diminuir a complexidade de
decodificação, permitindo que apenas um grupo de usúarios participe das transmissões
simultaneamente. O preço que se paga é um pequeno aumento no número de TS durante a
fase MAC. Assim como nas demais estratégias, sempre é selecionado pelo menos um usúario
de cada subcluster. Porém, na partial-mRN, o número de usúarios transmitindo
simultaneamente deve ser inferior a M. Diversas configurações para essa estratégia de
transmissão são possíveis, e para cada uma delas, uma análise particular deve ser realizada.

Nesta tese será considerada a estratégia de transmissão partialmRN configurada com a


restrição da fase MAC ter apenas dois TS. Portanto, a metade dos usúarios do cluster
transmite em cada um dos TS. Esta proposta será descrita com um exemplo. No cenário
proposto na Figura 2.6 há dois subclusters com três usúarios cada um. Neste cenário, a
metade dos usúarios do cluster transmite no primeiro TS e o restante no segundo. No
exemplo proposto, no primeiro TS, os usúarios, U1,1 e U1,3, do subcluster C1, e o usúario
U2,2, do subcluster C2 transmitem seus sinais. Já no segundo TS, essa situação é invertida e
o restante dos usúarios transmite. Isto faz com que o retransmissor receba uma sobreposição
de três sinais.
41

Ao comparar este exemplo com aquele dado para a estratégia massivemRN, ao


aumentar em apenas um TS na fase MAC, a quantidade de sinais sobrepostos no
retransmissor caiu pela metade. Seguindo com o exemplo, o usúario U1,1 transmite o seu
sinal no primeiro TS para o retransmissor e para os usúarios U1,2 e U1,3, e ele recebe o sinal
do usúario U1,3. No segundo TS, o usúario U1,1 apenas recebe o sinal do usúario U1,2. Já o
usúario U1,2 recebeu uma sobreposição de dois sinais no primeiro TS e foi o único usúario
do seu subcluster a transmitir no segundo TS. Repare que, neste exemplo, ao aumentar em
apenas um TS, dois usúarios recebem uma sobreposição de dois sinais que foram
transmitidos simultaneamente. Comparando com a estratégia massive-mRN, isso representa
uma grande diminuição de complexidade de detecção na rede, uma vez que esses dois
usúarios podem ser aqueles que apresentam uma melhor condição de canal no momento da
troca de informações. A fase BC é a mesma adotada para as outras estratégias de transmissão.
No exemplo apresentado são necessários três TS para que o retransmissor transmita as
informações de todos os usúarios. Na configuração adotada para a estratégia de transmissão
partial-mRN a fase MAC necessita de dois TS. Assim, de uma forma geral esta estratégia
necessita de 2 + NBC TS TS para completar a troca de informações entre todos os usúarios
do cluster.

2.8 COMPARAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE TRANSMISSÃO

Há dois parâmetros importantes na comparação das estratégias de transmissão


apresentadas, que são: o número de TS usados e a Quantidade de usúarios transmitindo seus
sinais simultaneamente. O primeiro tem um impacto direto na taxa de transferˆencia de
informação, enquanto que o segundo afeta diretamente o desempenho e a complexidade dos
circuitos receptores.
42

Figura 2.6 – Exemplo da fase MAC da estratégia de transmissão partialmRN com seis
usúarios igualmente divididos em dois subclusters.

A Tabela 1 ilustra a quantidade mínima necessária de TS que 42 cada estratégia de


transmissão apresentada necessita para que os usúarios completem a troca de informações
entre si, considerando que nenhuma transmissão falhe. Esta tabela usa como exemplo uma
rede com uma topologia g-mRN, configurada com apenas um cluster contendo M usúarios
igualmente divididos entre dois subclusters. A Tabela 2 também é gerada a partir desse
exemplo, e mostra a quantidade de sinais que chegam simultaneamente em cada usúario e no
retransmissor.

Tabela 1 – Quantidade mínima de TS.


43

Tabela 2 – Número máximo de sinais chegando simultaneamente em um usúario (U) e


no retransmissor (R).

A estratégia de transmissão que precisa de menos TS para completar a troca de


informação entre os usúarios do cluster é a massive-mRN. Logo, é esperado que esta
estratégia obtenha o melhor desempenho de taxa de transferência. Entretanto, a massive-mRN
é a estratégia que possui uma maior quantidade de sinais sobrepostos no retransmissor, e
também, nos usúarios. A estratégia de transmissão pairwise-mRN precisa de uma quantidade
de TS igual ao número de usúarios presentes no cluster. Assim, quanto mais usúarios maior
será a quantidade de TS. A estratégia partial-mRN terá sempre dois TS a mais do que a
metade dos usúarios, 2 + M 2 , e a massive-mRN apenas 1 TS a mais do que a metade dos
usúarios, 1 + M 2 . Por outro lado, a estratégia de transmissão pairwisemRN é a que tem um
menor número de sinais chegando simultaneamente nos usúarios e no retransmissor. Repare
que este valor não muda, porque as transmissões são realizadas sempre por dois usúarios, um
de cada subcluster.

Portanto, os usúarios vizinhos daquele que está transmitindo recebem apenas


um sinal, e o retransmissor recebe uma sobreposição de dois sinais, independentemente da
quantidade de usúarios no cluster. Ao contrário das demais estratégias de transmissão, em que
o número de sinais sobrepostos aumenta conforme haja mais usúarios presentes no cluster. A
comparação detalhada entre as estratégias de transmissão é o foco da análise apresentada no
próximo capítulo.
44

2.9 TAXA DE MENSAGEM

Considere que cada usúario tem o mesmo número de bits de informação, B, para
transmitir. Cada bloco de B bits é dividido em K pacotes de informação, cada um contendo k
= B/K bits. Cada pacote de informação é codificado, resultando em um pacote com n
símbolos complexos. Assim, a taxa de mensagem, r, é definida como :

2.9.1 Taxa Efetiva


A taxa efetiva, R, é a taxa de bits de informaão do ponto de vista do usúario, levando
em considerasão possíveis perdas na transmissão. Ela é definida como:

em que E[·] representa o valor esperado e N é o número total de pacotes transmitidos até que
os B bits de informação sejam decodificados com sucesso por todos os receptores
pretendidos. E importante ressaltar que N depende da qualidade do estado do canal a cada
transmissão. Portanto, ela é uma variável aleatória. Da mesma forma que foi feito em [Castro
2016], se p é a probabilidade de sucesso dos pacotes transmitidos, então, E[N] = K/p.
45

Considerando que os pacotes codificados sejam suficientemente longos para que a


codificação de canal tenha efeito, então a probabilidade de sucesso, p, para um canal ponto-a-
ponto é:

p = p(r) = P(r < C),

em que C é a capacidade de canal instantânea [Tse e Viswanath 2005]. Para outros canais, tais
como os canais de múltiplo acesso, o evento de sucesso dado pela inequação r < C pode ser
substituído por uma série de inequações, chamada de região de capacidade. Em um sentido
ainda mais amplo, o evento de sucesso para as fases MAC e BC de uma estratégia de
transmissão é descrito como um conjunto de restrições, que será apresentado mais adiante na
Seção 4.4. Desta forma a taxa efetiva pode ser reescrita como:

R(r) = p(r) · r,

na qual a taxa efetiva é uma função da taxa de mensagem e sua correspondente probabilidade
de sucesso. Observe que a probabilidade de sucesso é uma função decrescente da taxa de
mensagem. Portanto, existe um valor ótimo da taxa de mensagem que maximiza a taxa
efetiva, que é chamado de taxa efetiva máxima e é definido como:

R ∗ = max r>0 {p(r) · r}.

O valor da taxa de mensagem que maximiza a taxa efetiva é denominado de


taxa de mensagem ótima, definido como:

r ∗ = arg max r>0 {p(r) · r}.

2.10 TAXA EFETIVA PARA AS ESTRATEGIAS DE TRANSMISSÃO PROPOSTAS

Para a análise de taxa efetiva das estratégias de transmissão propostas, considerando o


g-mRN simplificado (Figura 2.3), deve-se sepaas fases MAC e BC por duas razões: 1) Caso o
insucesso ocorra na fase BC, não é necessário repetir a fase MAC; 2) As otimizações de taxas
são independentes nas duas fases, permitindo inclusive a adoção de taxas de mensagem
ótimas distintas. Também é possível otimizar as taxas de mensagens individualmente, ou seja,
usando uma taxa de mensagem ótima para cada usúario. A formulação da análise da taxa
efetiva será apresentada nesse nível de generalidade. No entanto, nos resultados numéricos
apresentados no Capítulo 3, por simplicidade, assume-se que todos os usúarios e o
retransmissor adotem a mesma taxa de mensagem. Apesar dessa restrição, os resultados
46

numéricos fornecem uma boa compreensão da proposta. Um canal de acesso múltiplo na fase
MAC para U usúarios transmitindo simultaneamente é aqui referido como MAC(U). Assim,
pode se denominar R∗ MAC(U) como a taxa efetiva máxima para MAC(U). A fase MAC de
uma estratégia de transmissão pode ter um ou diversos MAC(U)’s. Por sua vez, denomina-se
R∗ BC a taxa efetiva máxima na fase BC. Desta forma, a taxa efetiva máxima para a
estratégia de transmissão pairwise-mRN é:

em que S representa o número de símbolos complexos transmitidos, S ∗ MAC e S ∗ BC


representam o número de símbolos transmitidos na fase MAC e BC, respectivamente,
assumindo a taxa de mensagem ótima em cada fase.

Para a estratégia massive-mRN, a taxa efetiva máxima é


47

e para a partial-mRN é

As equações (4.7), (4.8) e (4.9) põem em evidência o fato de a fase MAC controlar a
taxa efetiva máxima, tendo em vista que a fase BC é a mesma para todas as estratégias
propostas.

2.11 REGIAO DE CAPACIDADE

A capacidade instantânea de um canal ponto-a-ponto, conforme descrito no Capítulo 2,


com uma dada relação sinal-ruído (SNR - do inglês, signal to noise ratio) média é dada por

C(x) ∆= log2 (1 + x · SNR) [bits/símbolo complexo] em que x é o módulo quadrático do


ganho instantâneo do canal.

A região de capacidade da fase MAC, MAC(U), é descrita por (2U − 1) restrições,


uma para cada subconjunto não vazio do conjunto de índices de usúarios, U = {1, . . . , U}
[Tse e Viswanath 2005]. Para a fase BC, a definição da região de capacidade é a mesma,
independentemente da estratégia de transmissão escolhida. Ela é basicamente expressa pela
capacidade instantânea de todos os canais ponto-a-ponto formados a partir do retransmissor
para todos os usúarios [Castro 2016]. Lembre-se de que, para o downlink, os ganhos de canal
são denominados por gq,v,t, em que q, v e t referem-se, respectivamente, ao subcluster, ao
usúario e ao TS. A seguir será apresentada a região de capacidade da fase MAC de cada uma
das estratégias de transmissão e da fase BC, comum a todas. Para simplificar a apresentação,
considera-se que cada subcluster possui o mesmo número de usúarios. O conjunto de índices
do subcluster é: Q = {1, . . . , Q}, e o conjunto de índices de usúarios em um subcluster é: V =
{1, . . . , V }, em que V = M Q . Considere que a partiçãao do conjunto {(q, v) : q ∈ Q, v ∈
V } em M 2 subconjuntos com dois elementos cada seja dada por:
48

com a restrição q (i) 1 6= q (i) 2 , para i = 1, . . . , M 2 . Desta forma a região de capacidade


para fase MAC da estratégia de transmissão pairwise-mRN é dada por:

Note que as subequações (4.12a)-(4.12b) consideram as transmissões


originadas dos usúarios para os seus vizinhos dentro do mesmo subcluster, enquanto que as
subequações (4.12c)-(4.12f) consideram as equações originadas pelos usúarios com destino ao
retransmissor. As subequações (4.12d) e (4.12e) retratam a situação em que dois usúarios
transmitem para o retransmissor, mas apenas um dos dois sinais chegam ao destino. Já a
subequação (4.12f) considera a situação em que os dois sinais chegam simultaneamente ao
retransmissor. A região de capacidade para a fase MAC da estratégia massive mRN é dada por
49

Neste caso, a subequação (4.13b) considera as transmissões simultâneas de todos os


usúarios do cluster para o retransmissor, enquanto que a subequaão (4.13c) refere-se ás
diversas transmissões recepções simultâneas que ocorrem dentro do mesmo subcluster.

A estratégia de transmissão partial-mRN, devido a sua característica de


oferecer uma grande gama de configurações, leva a uma dificuldade grande para definir uma
expressão geral da sua região de capacidade. Portanto, será apresentado a seguir um exemplo
para mostrar como deve ser obtida a região de capacidade para a estratégia partial-mRN.
Neste exemplo, há M usúarios igualmente divididos em dois subclusters, com as transmissões
ocorrendo em dois TS. No primeiro, a metade dos usúarios do cluster transmite, sendo
selecionada uma quantidade aproximadamente igual de usúarios de cada subcluster. No
segundo TS, o restante dos usúarios transmite. A Figura 2.6 ilustra esta configuração com dois
subclusters com três usúarios em cada um. Apesar dessa limitação, esse resultado lan¸ca
alguma luz sobre as análises de outras configurações possíveis.

A região de capacidade da fase MAC da estratégia de transmissão partial-mRN,


para o exemplo considerado é dada por
50

A subequação (4.14b) está relacionada á conexão entre os primeiros usúarios


selecionados de cada subcluster e o retransmissor, no primeiro TS. Observe que, se houver um
número ímpar de usúarios transmitindo simultaneamente, como no exemplo apresentado na
Figura 7, então o subcluster C1 tem um usúario a mais transmitindo durante o primeiro TS.
Seguindo este exemplo, no segundo TS, será o subcluster C2 que terá um usúario a mais
transmitindo simultaneamente. E é isso que está descrito na subequação (4.14c), a qual
considera os usúarios que estão transmitindo para o retransmissor no segundo TS. As
próximas duas sub-equações, (4.14d) e (4.14e) , referem-se aos usúarios transmitindo
simultaneamente para outros usúarios do mesmo subcluster, durante o primeiro e o segundo
TS, respectivamente.

Finalmente, a região de capacidade para a fase BC é dada por

em que NMAC TS é o número de TS na fase MAC correspondente. Ao atender todas as


restrições descritas acima, a comunicação é considerada bem-sucedida [Tse e Viswanath
2005,Goldsmith 2005].
51

CAPÍTULO III: RESULTADOS

3.1 TAXA EFETIVA

As estratégias de transmissão são avaliadas nesta tese em termos de desempenho da


taxa efetiva. Porém, fazer uma análise teórica envolvendo a probabilidade, com todas as
restrições das desigualdades em relação ás estatísticas do canal, é extremamente difícil.
Portanto, os resultados que são apresentados neste cap´ıtulo foram obtidos através da
simulação de Monte Carlo. Por simplicidade, assume-se que rq, v = r para todo q ∈ Q e v ∈ V.

3.2 METODO PARA CALCULAR A TAXA EFETIVA

Para obter os valores de taxa efetiva que são apresentados neste capítulo, foi utilizada
a seguinte metodologia:

• Para cada enlace existente, entre usúario e retransmissor e com os usúarios entre si,
uma realização do canal é gerada.
• A partir da realização de cada canal, é definida a região de capacidade em cada
receptor, aplicando (4.12), (4.13) ou (4.14) durante a fase MAC e (4.15) na fase BC.
Como as fases MAC e BC são independentes, resultados diferentes são esperados para
cada uma.
• Para que seja contabilizado um sucesso em uma realização dos diversos canais
independentes, a equação (4.3) deve ser atendida para cada enlace existente na fase.
• Após diversas realizações de canal para cada enlace (repetindo os 3 primeiros passos),
é possível obter a probabilidade de sucesso, fazendo a razão do número de sucessos
pela quantidade de realizações feitas.
• A taxa efetiva máxima de cada fase é obtida aplicando-se a equação (4.5), e a taxa de
mensagem ótima através da equaão (4.6), para cada uma das duas fases, MAC e BC.
• Uma vez obtida a taxa efetiva máxima em cada uma das fases, basta aplicar uma das
equações (4.7), (4.8) ou (4.9), para cada uma das estratégias de transmissão, pairwise-
mRN, massive-mRN ou partial-mRN, respectivamente, a fim de obter a taxa efetiva
máxima da troca de informação entre todos os usúarios do cluster.
52

• No caso de a taxa de mensagem ser fixa, na equação (4.5) ao invés de usar a taxa de
mensagem ótima, aplica-se a taxa de mensagem fixa definida previamente, e calcula-
se a taxa efetiva por meio das equações (4.7), (4.8) ou (4.9).

3.3 RESULTADOS PARA A TAXA EFETIVA MAXIMA

Para obter os resultados de taxa efetiva máxima, considerou-se que no modelo de rede
g-mRN há apenas um cluster contendo M = 4, 6 ou 8 usúarios. Estes são igualmente divididos
em dois subclusters. Os modelos dos canais seguem uma distribuição Gaussiana complexa
conforme apresentado no Capítulo 2. A SNR varia na faixa de 0 a 50 dB, e para cada um
destes valores foram consideradas 10.000 realizações de canal para obter a probabilidade de
sucesso. Os resultados de taxa efetiva máxima, para cada uma das estratégias de transmissão,
com relação á variação da SNR, são apresentados nas Figuras 3.1, 3.2 e 3.2.

Figura 3.1 – Taxa efetiva máxima das estratégias de transmissão para M = 4 usúarios.
53

Figura 3.2 – Taxa efetiva máxima para M = 6 usúarios.

Figura 3.3 – Taxa efetiva máxima com M = 8 usúarios no cluster.

Na topologia com M = 4 usúrios no cluster a estratégia de transmissão partial-mRN


recai na pairwise-mRN. Isso ocorre porque na partial-mRN a metade dos usúarios transmite
no primeiro TS e a outra metade no segundo, sendo pelo menos um usúario de cada
subcluster. Portanto, as estratégias são iguais para M = 4 usúarios. É possÍvel afirmar que a
estratégia de transmissão pairwise-mRN é um caso específico da partial-mRN. Ao analisar as
54

três figuras que representam a taxa efetiva máxima, está claro que a estratégia de transmissão
massive-mRN é a que apresenta o melhor desempenho de taxa efetiva máxima com a variação
da SNR. Isso se deve ao fato de que ela requer menos TS para completar a troca de
informações do que as outras duas estratégias de transmissão. Apesar de ser a estratégia com
maior complexidade para decodificar os sinais chegando aos circuitos receptores, devido á
grande quantidade de sinais sobrepostos (conforme foi apresentado na Tabela 2), o ganho de
diversidade temporal, dado pelo uso de uma menor quantidade de TS, estabelece o melhor
desempenho de taxa efetiva máxima a essa estratégia de transmissão. Ainda, as figuras
mostram que a estratégia partial-mRN tem um desempenho intermediário dentre as três,
conforme já era esperado.

A seguir são apresentados resultados com as taxas de mensagem ótimas que levaram
áqueles de taxa efetiva máxima. Como a taxa de mensagem ótima é diferente para cada
estratégia de transmissão durante a fase MAC, e ela é igual para todas as estratégias na fase
BC, então, nos resultados, apresentamos apenas uma curva mostrando a fase BC e uma para
cada estratégia de transmissão durante a fase MAC. Assim, as Figuras 3.4, 3.5 e 3.6
representam as taxas de mensagem ótimas para M = 4, 6 e 8 usúarios, respectivamente. Pode
ser visto que a estratégia massive-mRN opera com a menor taxa de mensagem ótima na fase
MAC. Apesar disso implicar em uma menor quantidade de informação por pacote
transmitido, o uso de uma menor quantidade de TS para completar o processo de
comunicação compensa essa perda. Também é importante observar que a fase BC é a que tem
o melhor desempenho de taxa de mensagem ótima, seguida, respectivamente, pelas estratégias
pairwise-mRN, partial-mRN e massive-mRN. Isto quer dizer que a transmissão do
retransmissor para os usúarios (fase BC) é a que pode conter uma maior quantidade de
informação com o aumento da SNR. Este desempenho superior da fase BC deve-se ao fato de
que todas as conexões entre o retransmissor e usúarios são ponto-a-ponto sem sobreposição de
sinais. Comparando com a estratégia pairwise-mRN, na qual apenas um usúario de cada um
dos dois subclusters transmite em cada TS, não há sobreposição de sinal chegando aos
usúarios vizinhos de subcluster daquele que transmitiu, entretanto, há sobreposição no
retransmissor. Por isso que o desempenho da estratégia pairwise-mRN é um pouco pior do
que o da fase BC.
55

Figura 3.4 – Taxa de mensagem ótima considerando M = 4 usúarios no cluster.

Figura 3.5 – Taxa de mensagem ótima com M =6


56

Figura 3.6 – Taxa de mensagem ótima para M = 8 usúarios na rede

Sob um outro olhar, a Figura 3.4 mostra a variação da taxa efetiva máxima dada a taxa
de mensagem ótima de cada estratégia, considerando M = 6 usúarios. Cada ponto registrado
nas curvas representa um valor de SNR, que cresce entre 0 e 50 dB com intervalo de 2 dB
entre cada ponto mostrado. Como a taxa de mensagem ótima é independente nas duas fases,
MAC e BC, o desempenho de taxa efetiva máxima foi dado para cada fase. Como a fase BC é
igual para todas as estratégias de transmissão, então elas foram distinguidas apenas na fase
MAC. Note que o desempenho de taxa efetiva máxima apresentado nessas figuras é diferente
daquele mostrado na Figura 3.7, porque seus resultados representam a taxa efetiva máxima
para que os usúarios completem a troca de informações entre si. Pela Figura 3.7 é possével
visualizar a diferen¸ca de desempenho das estratégias de transmissão, uma vez que todas
compartilham de uma mesma fase BC. A estratégia de transmissão pairwise-mRN alcanção a
maior taxa de mensagem ótima, enquanto a massive-mRN, a maior taxa efetiva máxima.

Durante a fase BC, a medida que a SNR aumenta, há uma melhora significativa tanto
no desempenho de taxa efetiva máxima, como na taxa de mensagem ótima. Na fase BC o
retransmissor transmite os sinais recebidos a todos os usúarios do cluster por meio de um
enlace ponto-a-ponto com cada um. Portanto, não há sobreposição de sinais transmitidos. Isto
leva a um desempenho de taxa efetiva máxima levemente superior ao obtido pela estratégia
pairwise-mRN durante a fase MAC para valores de SNR ≤ 30 dB. No caso de SNR > 30 dB,
57

o desempenho de taxa efetiva máxima se aproxima, e em determinado momento supera a


estratégia partial-mRN. A Tabela 3 ilustra valores de taxa de mensagem ótima e taxa efetiva
máxima para algumas SNR, a fim de complementar os resultados apresentados na Figura 3.7.

3.4 TAXA EFETIVA DADA UMA TAXA DE MENSAGEM FIXA

Quando a SNR não estiver disponível para os transmissores, eles não poderão operar
na taxa de mensagem ótima. Neste caso, uma taxa de mensagem fixa deve ser adotada. Esta
não precisa ser a mesma para as fases MAC e BC, já que as fases são independentes entre si.

Tabela 3 – Valores de taxa de mensagem ótima (r ∗ ) e taxa efetiva máxima (R∗ ) para
determinados valores de SNR, considerando M = 6.

Entretanto, por conveniência nas simulações realizadas uma mesma taxa de mensagem
foi adotada em ambas as fases. A taxa efetiva será agora avaliada considerando as seguintes
taxas de mensagem fixa: r = 1, 2, 3 e 4 [bits de informação/símbolo complexo], iguais tanto
para a fase MAC como para a fase BC. O número de usúarios no cluster foi fixado em M = 6,
pois o interesse aqui é ilustrar o comportamento da taxa efetiva considerando diferentes taxas
de mensagem fixa. A taxa efetiva é dada por (4.4), pois a taxa de mensagem é independente
do canal devido ter sido previamente definida. Logo, as Figuras 3.7, 3.8 e 3.9 retratam a
variação da taxa efetiva com o aumento da SNR, considerando diversos valores de taxa de
mensagem. A taxa efetiva máxima é também representada nas figuras como a referência
teórica de limite superior.
58

O comportamento típico da taxa efetiva tem como valor zero para valores
baixos de SNR, até atingir um certo limiar. Então, a taxa efetiva come¸ca a aumentar á medida
que a SNR aumenta, atingindo um determinado ponto, no qual ela satura.

A estratégia de transmissão massive-mRN é a que tem o melhor desempenho


de taxa efetiva das três, mesmo com o seu resultado sendo muito parecido com a da estratégia
partial-mRN, para valores de taxa de mensagem r ≤ 1. A partial-mRN foi melhor no intervalo
2 ≤ r ≤ 3, para praticamente todos os valores de SNR, exceto para aqueles muito elevados
(SNR ≥ 48 dB), em que neste caso a massive-mRN é melhor. Já na taxa de mensagem r = 4,
todas as três estratégias permanecem sem atividade até a SNR de 30 dB, significando que, em
um sistema prático, as taxas de mensagem nunca deverão ser tão altas.

Na ausência de conhecimento do valor instantâneo de SNR, e assumindo que o


valor de SNR em um cenário típico de uma rede de comunicação sem fio, como por exemplo
uma VANET ou uma WSN, varie entre 15 e 35 dB [Goldsmith 2005], uma escolha sensata
seria uma taxa de mensagem 2 ≤ r ≤ 3, aplicada em conjunto com a estratégia de transmissão
partial-mRN.

Figura 3.7 – Taxa efetiva da estratégia de transmissão pairwise-mRN, com M = 6.


59

Figura 3.8 – Taxa efetiva da estratégia massive-mRN para distintas taxas de mensagem fixas.

Figura 3.9 – Taxa efetiva da estratégia partial-mRN.

Repare nas Figuras 3.7, 3.8 e 3.9 que algumas das taxas efetivas, resultantes de taxas
de mensagem fixas, alcan¸cam ou praticamente tocam a curva que representa a taxa efetiva
máxima, para alguns valores de SNR. Isto acontece quando a taxa de mensagem fixa, r, é
igual ou aproximadamente igual á taxa de mensagem ótima, r ∗ , naquele valor de SNR, tanto
na fase MAC como na BC. Quando isso não ocorre, significa que as taxas de mensagem pré-
fixadas não se igualam á taxa de mensagem ótima em pelo menos uma das fases, já que é
possível ter taxas de mensagem ótimas distintas nas fases MAC e BC.
60

Também foram obtidos resultados considerando M = 4 e M = 8 usúarios no


cluster. Porém, esses resultados foram omitidos porque o comportamento da taxa efetiva para
taxas de mensagem fixas foram similares ao apresentado para M = 6. Entretanto, precisa ficar
registrado que os valores de taxa efetiva se aproximam do limite superior (taxa efetiva
máxima, R∗ ) quando há menos usúarios no cluster, e se afastam da taxa efetiva máxima á
medida que o número de usúarios aumenta.
61

CONCLUSÃO

A partir do estado da arte e da topologia apresentada na Figura 1.3, foi possível propor
um novo modelo geral de sistema para uma mRN, que foi chamado de g-mRN. Com ele, é
possível representar uma grande quantidade de topologias práticas, inclusive as já existentes
no estado da arte. Portanto, o g-mRN é uma das contribuições desta tese.

No g-mRN, os usúarios que desejam trocar suas informações entre si são agrupados
em clusters, sendo que aqueles próximos o suficiente para haver um enlace direto entre eles
fazem parte de um mesmo subcluster. Um retransmissor é responsável por receber as
informações dos usúarios e distribuí-las a todos os demais, por isso, é necessório que exista
um enlace entre o retransmissor e cada usúario.

Esta tese traz também como contribuição a proposta de três novas estratégias de
transmissão para uma mRN, denominadas: pairwise mRN, massive-mRN e partial-mRN.
Nestas estratégias de transmissão os usúarios transmitem para o retransmissor e, também, para
seus vizinhos de subcluster. O retransmissor, por sua vez, transmite para todos os usúarios os
sinais recebidos.

Para responder a pergunta de pesquisa colocada no Capítulo 1, as estratégias de


transmissão foram avaliadas em termos de taxa efetiva. Quando otimizada para um valor de
SNR conhecido, a taxa efetiva máxima foi obtida. Nessa condição a estratégia de transmissão
massive mRN foi a que obteve o melhor desempenho das três. Mesmo havendo uma grande
sobreposição de sinais na antena receptora dos usúarios e também do retransmissor, a
estratégia massive-mRN obteve o melhor desempenho por usar menos TS durante a fase
MAC.

Para a quantidade de usúarios no cluster avaliada, este ganho de diversidade temporal


compensou mais do que ter um menor número de sinais sobrepostos, que levaria a uma menor
complexidade de detecção dos sinais recebidos. Quando a SNR não é conhecida pelo
transmissor, a escolha da melhor estratégia de transmissão depende da taxa de mensagem
adotada e do valor da SNR. Para valores de taxa de mensagem r ≤ 1 a estratégia de
transmissão massive-mRN obteve o melhor desempenho. Já para o intervalo 2 ≤ r ≤ 3 a
estratégia partial-mRN alcançou o melhor desempenho. Já para r ≥ 4 a pairwise-mRN foi
melhor. Mas, considerando que um cenário prático de uma rede de comunicação sem fio a
SNR ≤ 35 dB, valores elevados (r ≥ 4) de taxa de mensagem não devem ser adotados em um
62

sistema prático [Goldsmith 2005]. Assim, a estratégia de transmissão partial-mRN para 2 ≤ r


≤ 3, é a estratégia com melhor desempenho de taxa efetiva para uma SNR ≤ 35 dB.

As estratégias de transmissão propostas mostraram resultados promissores para serem


usadas tanto em VANETs como em outras redes de comunicação sem fio, como as WSNs. A
estratégia pairwise-mRN, apesar de não ter obtido o melhor desempenho de taxa efetiva, é a
que possui menor complexidade de detecção dos sinais no receptor, havendo uma
sobreposição de dois sinais no retransmissor durante a fase MAC, independentemente do
número de usúarios. Já a estratégia massive mRN obteve o melhor desempenho de taxa
efetiva máxima, enquanto a partial-mRN é a recomendada para uma dada taxa de mensagem
fixa.
63

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