Filosofia - Cap 14

Captulo 14 A metafsica da modernidade As mudanas na modernidade Modernidade razo liberta de crenas e supersties.
es. Se antes o foco da reflexo era a teologia, na modernidade prevalece a viso antropocntrica. Afirma-se na modernidade uma caracterstica importante do pensamento: o racionalismo, a confiana no poder da razo. Uma das expresses mais claras disso o interesse pelo mtodo. O mtodo sempre foi objeto de discusso na filosofia mas nunca com a intensidade e a prioridade que lhe dedicaram os filsofos do sculo XVII. Diversas correntes filosficas passaram a explicar a relao entre o sujeito que conhece e o objeto conhecido, ou seja, a teoria do conhecimento. A questo do mtodo Principal indagao do pensamento moderno questo do mtodo envolveu o problema do conhecimento. O racionalismo engloba as doutrinas que enfatizam o papel da razo no processo do conhecimento. Na Idade Moderna, destacam-se como racionalistas: Ren Descartes, Espinosa e Leibniz. O empirismo a tendncia filosfica que enfatiza o papel da experincia sensvel no processo do conhecimento. Destacam-se no perodo moderno: Francis Bacon, John Locke e David Hume. O racionalismo cartesiano: a dvida metdica Descartes pai da filosofia moderna enfatiza a capacidade humana de construir o prprio conhecimento. O propsito inicial de Descartes foi encontrar um mtodo to seguro que o conduzisse verdade indubitvel. Procura-o no ideal matemtico, o que no significa aplicar a matemtica no conhecimento do mundo, mas usar o tipo do conhecimento que peculiar matemtica. Descartes estabelece quatro regras: Da evidncia: acolher apenas o que aparece como ideia clara e distinta; Da anlise: dividir cada dificuldade em parcelas menores para resolv-las por partes; Da ordem: conduzir por ordem os pensamentos, comeando pelos mais simples para depois lanar-se aos mais compostos; Da enumerao: fazer revises gerais para ter certeza de que nada foi omitido. Descartes no um filsofo ctico: ele busca uma verdade. Cogito, ergo sum Ser pensante existo enquanto penso. Existem trs tipos de idias: As que nascem comigo (inatas); As que vieram de fora (adventcias); As que foram feitas por mim (factcias). A ideia de Deus Deus a ideia de um ser perfeito; se um ser perfeito, deve ter a perfeio da existncia, caso contrrio lhe faltaria algo para ser perfeito. Portanto, ele existe.
O mundo Considerando a certeza de que Deus existe e infinitamente perfeito, podemos concluir que no nos enganaria. A existncia de Deus garantia de que os objetos pensados por ideias claras e distintas so reais. Portanto, o mundo existe de fato. E, dentre as coisas do mundo, o meu prprio corpo existe. Consequncias do cogito Dualismo psicofsico o ser humano um ser duplo, composto de substncia pensante e substncia extensa Extenso corpo Cogito alma ou esprito O empirismo britnico Francis Bacon: saber poder Severo crtico da filosofia medieval, por consider-la desinteressada e contemplativa Denncia dos preconceitos e das noes falsas que dificultam a apreenso da realidade dolos dolos da tribo fundada na prpria natureza humana. So os preconceitos que circulam na comunidade em que se vive. Esses dolos tambm levam a explicaes antropomrficas, ao se atribuir natureza caractersticas propriamente humanas. dolos da caverna provenientes de cada pessoa como indivduo (alguns so mais contemplativos, outros mais prticos) dolos do mercado (ou do foro) decorrem das relaes comerciais, nas quais a pessoas se comunicam por meio das palavras, sem perceberem que a linguagem tem um efeito perturbador, distorce a realidade e nos arrasta para inteis controvrsias e fantasias dolos do teatro so os dolos que imigraram para o esprito dos homens por meio das diversas doutrinas filosficas e tambm pelas regras viciosas da demonstrao John Locke: a tabula rasa Locke critica a doutrina das ideias inatas de Descartes A alma como uma tabula rasa inicialmente igual a uma cera em ainda nada foi inscrito. O conhecimento comea apenas a partir da experincia sensvel Descartes enfatiza o papel do sujeito no processo do conhecimento, Locke enfatiza o objeto Locke distingue duas fontes possveis para nossas ideias: A sensao o estmulo externo e resulta da modificao feita na mente por meio dos sentidos. As coisas tm qualidades que podem produzir as ideias em ns. As qualidades primrias existem realmente nas coisas: a solidez, a extenso, o movimento. As qualidades secundrias variam de sujeito para sujeito, so em parte relativas e subjetivas como a cor, som, odor, sabor A reflexo A reflexo fica reduzida experincia interna do resultado da experincia externa produzida pela sensao. Ideias simples vem da sensao. Ideias complexas combinao de ideias simples Se os seres reais no existem desde a eternidade, eles devem ter tido um comeo, e o que teve um comeo deve ter sido produzido por algo, portanto, deve existir um ser eterno Deus David Hume: o hbito e a crena Preconiza o mtodo de investigao, que consiste na observao e generalizao. Afirma que o conhecimento tem incio com as percepes individuais, que podem ser:
As impresses percepes originrias que se apresentam conscincia com maior vivacidade, tais como as sensaes (ouvir, ver) As ideias percepes derivadas, copias plidas das impresses e, portanto, mais fracas A nica base para as ideias ditas gerais a crena e no a certeza -, que do ponto de vista do entendimento, faz uma extenso ilegtima do conceito

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