Prevenção e Combate A Incêndios Florestais

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30/11/2022 00:46 Descomplica | Prevenção E Controle De Riscos Em Máquinas, Equipamentos E Instalações

Prevenção e combate a incêndios


florestais

P revenção e combate a incêndios florestais

Os incêndios não são apenas fenômenos urbanos, visto


que as regiões interioranas do país também sofrem com a
ação do fogo. Devido a sua extensão territorial, o Brasil
possui muitos biomas, cada qual com suas particularidades.
Os biomas mais regularmente afetados pelos incêndios, sejam eles por
ocorrência natural ou ação humana são a caatinga no nordeste, a
floresta amazônica no norte e o cerrado no centro-oeste. Trataremos
neste tópico com incêndio florestal as ocorrências em vegetação, mesmo
que ela seja predominantemente rasteira (cerrado e caatinga).

Prevenção de incêndios florestais

A melhor forma para se combater os incêndios florestais é através do


investimento em fiscalização. Medidas de fiscalização servem tanto para
identificar focos de incêndio antes que eles se espalhem, quanto para
inibir a ação de incendiários.
Existem muitas formas de fiscalização e a escolha da mais adequada,
ou do conjunto de medidas a serem tomadas, depende das
características do local e da extensão da área. As principais medidas de
fiscalização são: Fiscalização terrestre, que pode ser dada de forma fixa
(torres de observação ou postos fixos) ou móvel (rondas) e Fiscalização
aérea, por meio de aeronaves ou do sistema de monitoramento por
satélite.

• Torres de vigilância: Sistema baseado no posicionamento fixo de


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postos de vigilância na área protegida, é preciso escolher bem o
posicionamento das torres, de forma que possibilite ampla visibilidade.
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• Rondas: Rondas feitas pelas equipes em veículos (carros, motos,


bicicletas) ou não. Os horários das rondas não são fixos para se
preservar o efeito de surpresa e, consequentemente, o poder inibidor da
ação.

• Aeronaves: Utilização de pequenas aeronaves para o monitoramento


de áreas de grande extensão, como o caso da floresta amazônica.

• Sistema de monitoramento por satélite: Atualmente diversos


satélites fazem leituras térmicas de todo território nacional. Esses dados
são acessados pelo Instituto nacional de pesquisa espacial (INPE) e a
localização de possíveis focos de incêndio são encaminhadas para
fiscalização, de forma que seja feita a identificação da fonte de calor.

Comportamento do fogo em incêndios florestais

Existem três fatores principais que influenciam a propagação dos


incêndios florestais, de forma que, podemos propor uma espécie de
“triângulo do incêndio florestal”. Esses fatores são: Meteorologia,
Topografia e Combustível.

• Combustível: O combustível dos incêndios florestais são a


vegetação e os restos de vegetação acumulados no solo. A
qualidade do combustível, por sua vez, é afetada pela quantidade
e continuidade disponível e condição (teor de umidade). 6

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• Topografia: O formato da superfície onde está ocorrendo o


incêndio. A configuração do relevo (presença de encostas,
morros, colinas), altitude e exposição (grau de incidência solar)
são fatores que influenciam na propagação dos incêndios. Porém,
o mais importante de todos é a inclinação. Aclives na direção do
fogo beneficiam a sua propagação.

• Meteorologia: Os principais fatores meteorológicos são a


precipitação, o vento (quanto mais fortes, maior a facilidade do
fogo se espalhar), umidade do ar e temperatura.

O Quadro 1 apresenta como alguns fatores aumentam, ou


diminuem a intensidade do incêndio florestal.

Quadro 1 – Fatores que influenciam na intensidade do incêndio.

Estratégias de combate a incêndios florestais


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Existem dois sistemas de combate a incêndios florestais. O sistema de


combate por área e o sistema de combate por linha de controle. O sistema
de área é aplicado para enfrentar incêndios incipientes, dispersos pela
área em pequenos focos e não avançando em forma de uma frente de
incêndio. Neste sistema as chamas são combatidas por terra, usando
água, terra e outros agentes extintores e, dependendo da disponibilidade,
com aviões tanques.
.O sistema baseado em linha de controle consiste em delimitar uma
trincheira de 40 cm a 1 m por onde as chamas não podem ultrapassar. A
partir desta trincheira o combate pode ser realizado pelos seguintes
métodos: Método direto, método de dois pés, método paralelo e método
indireto.
No método direto o combate é feito diretamente sobre o fogo.
Existem várias técnicas dentro deste método, como o lançamento de
água, terra sobre fogo e abafadores. Este método é indicado para fogo de
baixa intensidade, aqueles onde as chamas não ultrapassam 1,5 m de
altura e que sejam superficiais.
O método paralelo é intermediário entre os métodos diretos e indiretos.
Nesta situação, as chamas permitem aproximação, porém não o
suficiente para o combate direto. Este método é indicado para incêndios
superficiais e subterrâneos, com chamas entre 1,5 m e 2,5 m de altura.
No método indireto, a linha de defesa é delimitada em região bastante
afastada da linha do incêndio. Neste método devem ser usadas todas as
barreiras naturais que estejam à disposição para conter o incêndio. O
método é indicado para chamas que ultrapassam os 2,5 m de altura,
regiões de vegetação densa, com incêndio atingindo a copa das árvores e
alta velocidade de propagação.
Umas das táticas empregadas no combate indireto ao fogo é a de
contrafogo. Esta técnica consistem em queimar toda vegetação que
existe entre a linha do incêndio e a linha de defesa, de forma a consumir
todo o combustível que estaria disponível. Existem algumas precauções a
serem tomadas antes de se iniciar esta manobra. Algumas delas são:

• Todos os membros da equipe devem estar cientes de que a decisão de


usar esta tática foi tomada; 6

• Não pode haver pessoas entre as linhas de defesa e incêndio;

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• Colocar vigias para identificar focos de incêndio secundários que


possam surgir;
• Ter certeza de onde ocorrerá o encontro entre a linha do incêndio e a
linha de contrafogo.

Legislação aplicada

É preciso estar atento à legislação aplicada ao tema fogo e meio


ambiente. A primeira menção que vale a pena destacar está na
constituição federal. No seu art. 225 é declarado que é direito de todos um
meio ambiente ecologicamente equilibrado, um dever do poder publico e
da coletividade preservá-lo para as futuras gerações.
Também podemos destacar as seguintes leis e normas federais:

• Artigo 250 do código penal: Estipula a pena para quem causar


incêndio, colocando em perigo a vida ou o patrimônio de outrem.

• Politica nacional do meio ambiente (Lei 6.938/81): Trata da


preservação, melhoria e recuperação do meio ambiente, assim como
da reparação dos danos causados.

Obs: A responsabilidade é objetiva, ou seja, o infrator precisa


repara o dano causado mesmo na ausência de dolo.

• Portaria Ibama 94/98 e Decreto 2.661/98 que regulamentam o uso do


fogo na agricultura.

• Lei 9.605/98 e Decreto 6.514/08 que regulamentam as infrações e


suas respectivas sanções para crimes ambientais. Como multas para
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atividade ilegal e destruição de vegetação e fauna em risco de extinção.

A legislação sobre o tema é extensa, a lista acima é apenas um


recorte dos principais regimentos federais. Mas também é
necessário atentar-se tanto para o constante processo de
atualização das normas federais, como também das legislações
estaduais.

Recuperação da área

Combater o fogo em vegetação não é uma tarefa fácil. Muitas


vezes o ato de combate apresenta um alto custo ambiental. Na hora
de se escolher o melhor método e tática para combater os
incêndios, é preciso levar em conta o tempo de resposta, que
precisa ser o menor possível, priorizar as áreas com a maior
biodiversidade e proteger os habitats de espécies em risco de
extinção.
O método direto é o que menos impacta no restante da
vegetação, porém os métodos paralelo e indireto envolvem a
destruição de uma parte da vegetação ainda não afetada, para
poder conter o avanço do fogo. O que causa maior dano é o de
contrafogo, que, na prática, inicia um novo “incêndio” para
combater o já existente. Logo, essa manobra deve ser realizada
com cautela, pois muitas falhas podem acontecer e, como
consequência, aumentar a intensidade do incêndio.
Faíscas podem ser levadas pelo vento para além da linha de
defesa, fogo pode se propagar mais rápido do que a equipe é capaz
de controlar, ou mesmo o incêndio, atingir a linha de defesa antes
dela estar concluída.
Uma vez que o método foi empregado e o incêndio foi controlado
faz-se necessário realizar a recuperação da área. Para tanto, a
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brigada de incêndio apresenta um plano de recuperação que
geralmente inclui o plantio de mudas da vegetação da nativa, e, na

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inexistência de mudas, opta-se por sementes. Atentando-se para a


qualidade das sementes, evitando aquelas com aspecto velho e
afetadas por insetos.

Atividade Extra
Assista ao vídeo sobre os incêndios florestais que ocorreram no
início do ano de 2020 na Austrália e também na amazônia. O vídeo
destaca alguns dos fatores climáticos e da vegetação destes dois
biomas e como eles influenciam nos incêndios (Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?
v=L7YUgJHOUK0&ab_channel=BBCNewsBrasil>).

Referência Bibliográfica
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Manual para formação de
brigadistas de prevenção e combate aos incêndios florestais.
Brasília, 2010.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS.


Manual operacional de bombeiros: Prevenção e combate a
incêndios florestais. Goiânia, 2017.

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