Stephanie Freitas Couto de Magalhães
Stephanie Freitas Couto de Magalhães
Stephanie Freitas Couto de Magalhães
2017
Avaliação dos fatores que influenciam na
dinâmica de nutrientes, material particulado e
vazão em pequenas bacias hidrográficas.
Macaé
Junho de 2017
Avaliação dos fatores que influenciam na
dinâmica de nutrientes, material particulado e
vazão em pequenas bacias hidrográficas.
Aprovada por:
Presidente, Prof..
Prof (a).
Prof (a).
Prof (a).
Prof (a).
iv
SUMÁRIO
RESUMO ..................................................................................................................................... ix
ABSTRACT .................................................................................................................................. x
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
2. OBJETIVOS ........................................................................................................................ 10
3. METODOLOGIA ................................................................................................................ 11
4. RESULTADOS ................................................................................................................... 21
4.4. Fatores que determinam a qualidade e quantidade das águas das sub-bacias do rio
Sana........ .......................................................................................................... ...........39
5. DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 43
5.2. Hidrologia e hidroquímica das sub-bacias hidrográficas do rio Sana – Análise espacial
.......................................................................................................................................44
5.3. Hidrologia e hidroquímica das sub-bacias hidrográficas do rio Sana – Análise temporal
.......................................................................................................................................46
5.4. Fatores que determinam a qualidade e quantidade das águas das sub-bacias do rio Sana
.......................................................................................................................................47
6. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 50
7. REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 51
8. APÊNDICES ....................................................................................................................... 61
vii
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer,
A todos que estiveram ao meu lado durante este período. Em especial a minha família, primeiramente
ao meu companheiro Vinicius que me ajudou e me apoiou em todos os momentos, principalmente nas
diferentes oportunidades que ficou com a nossa filha para que eu pudesse concluir a dissertação e a Jane
e ao Péricles que também me ajudaram muito com a Sofia;
Ao meu pai e a Vania que mesmo distante sempre me apoiaram e incentivaram, e a minha mãe e minha
avó pelo carinho.
Ao meu orientador pela oportunidade, as idas a campo, a orientação para construção deste trabalho e a
troca de conhecimento, que fez com que hoje eu tenha um novo olhar sobre a ciência e o cenário
ambiental;
A Lua, que teve toda a paciência comigo me ensinado os procedimentos do laboratório e me
acompanhando no campo em diferentes oportunidades, bem como a Larissa que sempre esteve ao meu
lado me incentivando e ajudando no que eu precisasse;
A Maira e a Isabela pelas análises químicas, que foram de extrema importância para o desenvolvimento
do trabalho;
A toda equipe do PPGCIAC, em especial a Ana Petry pela paciência e por ter me ensinado um pouquinho
de estatística, e a querida Marla;
A CAPES pelo financiamento que fez este mestrado possível;
A banca de dissertação (Marcos Paulo e Salomão) pelas sugestões e críticas construtivas que
contribuíram para um melhor direcionamento do trabalho e que me trouxe um coorientador que me
ajudou na construção da dissertação;
ix
RESUMO
A cobertura florestal em bacias com alta declividade tem funções eco hidrológicas que
minimizam os efeitos decorrentes das características naturais, como a redução na produção
e transporte de sedimentos e nutrientes, contribuindo para manutenção da quantidade e
qualidade da água nos rios. Entretanto a substituição da vegetação natural por áreas de
agricultura, pastagem, centros urbanos, entre outros, estão ocasionando diferentes impactos
ambientais como no balanço hídrico, na degradação do solo e na qualidade das águas.
Dentro deste contexto está a bacia hidrográfica do rio Sana, que também passa por
alterações antrópicas que podem vir a refletir numa mudança na descarga, no aumento de
nutrientes e materiais em suspensão para bacia do Rio Macaé. Por isso, o entendimento da
dinâmica hidrológica e de materiais nestes ambientes é importante a fim de garantir o uso
sustentável e a preservação da vida nos ecossistemas aquáticos. Este estudo por meio dos
Sistemas de Informações Geográficas realizou a caracterização morfométrica (área,
perímetro, declividade média, coeficiente de compacidade e índice de forma) e de uso do
solo em onze sub-bacias da bacia hidrográfica do rio Sana. Nestas sub-bacias, se mediu
mensalmente durante um ano, a vazão, as partículas em suspensão, as concentrações de
nutrientes, fluxos e rendimentos dos rios, a fim de avaliar a relação entre uso do solo e
geomorfologia com a dinâmica hidrológica e de materiais. Os resultados evidenciaram
aspectos importantes, como ausência ou pequena variação espacial das concentrações de
materiais particulados entre os rios, onde as maiores concentrações de nutrientes foram
encontradas no período chuvoso. A vazão e declividade apresentaram uma relação negativa
com as concentrações e rendimentos de material particulado, enquanto que para os
rendimentos de nutrientes e água foi observada uma forte influência das características
geomorfológicas. As mudanças do uso da terra, com exceção da urbanização não foram
relacionadas com as concentrações de nutrientes, fluxos e rendimentos. O uso
preponderante encontrado nas sub-bacias foi cobertura florestal, onde a conversão para
áreas urbanizadas mostra um cenário tendencioso para poluição dos rios, apesar do
monitoramento mensal ter indicado uma boa qualidade da água e um comportamento
hidrológico semelhante entre as sub-bacias.
ABSTRACT
Forest cover in high declivity basins has eco-hydrological functions that minimize the effects
of natural features, such as reduction in sediment and nutrient production and transport,
contributing to the maintenance of water quantity and quality in rivers. However, the
replacement of natural vegetation by agriculture, pasture, urban centers, among others, are
causing different environmental impacts such as water balance, soil degradation and water
quality. Within this context, the Sana’s River basin is also undergoing anthropic alterations that
may reflect a change in the discharge, increase of nutrients and suspended materials for the
Macaé River basin, so the understanding of hydrological dynamics and Materials in these
environments is important for the sustainable use and preservation of life in aquatic ecosystems.
This study, through the Geographic Information Systems, performed the morphometric
characterization (area, perimeter, mean slope, compactness and shape coefficient) and land use
in eleven sub basins that are part of the Sana river basin, as well as measured monthly for one
year, flow, particulate matter and nutrient concentrations, flows and yields of rivers, in order to
evaluate the relationship between land use and geomorphology with hydrological and material
dynamics. The results evidenced important aspects, such as absence or small spatial variation
of material concentrations between rivers, where the highest concentrations of nutrients were
found in the rainy season. The flow and declivity presented a negative relation with the
concentrations and yields of particulate matter, whereas for the nutrient and water a strong
influence of the geomorphological characteristics was observed on the yields. Changes in land
use, with the exception of urbanization, were not related to nutrient concentrations, flows, and
yields. The preponderant use found in the sub-basins was forest cover, where conversion to
urbanized areas shows a biased scenario for river pollution, although monthly monitoring
indicated good water quality and a similar hydrological behavior among sub-basins.
LISTA DE FIGURAS
Figura 3: Imagem RapidEye (2014) utilizada na classificação de uso da terra com a respectiva
delimitação da bacia hidrográfica do rio Sana- RJ. ......................................................... ........17
Figura 9: Concentração média ± (desvio padrão) de nutrientes (mg/L) (Nitrogênio Total (NT);
Amônio (NH4+); Fósforo Total - PT e Ortofosfato (PO43- ); Carbono orgânico dissolvido
(COD), Material particulado em suspensão - MPS (mg/L) e vazão (L/s) medidos na porção
fluvial (n = 11) durante o período amostral de 12 meses, nas sub-bacias hidrográficas do rio
Sana-RJ...................................................................................................................................32
Figura 10: Fluxo anual de nutrientes (ton/ano) (Nitrogênio Total (NT); Amônio (NH4+);
Fósforo Total - PT e Ortofosfato (PO43- ); Carbono orgânico dissolvido (COD)), Material
particulado em suspensão - MPS (ton/ano) e água (m3/ano) medidos na porção fluvial (n = 11)
durante o período amostral de 12 meses, nas sub-bacias hidrográficas do rio Sana- RJ .......33
xii
Figura 11: Rendimento de nutrientes (Nitrogênio Total (NT); Amônio (NH4+); Fósforo Total
- PT e Ortofosfato (PO43- ); Carbono orgânico dissolvido (COD)), Material particulado em
suspensão - MPS e água medidos na porção fluvial (n = 11) durante o período amostral de 12
meses, nas sub-bacias hidrográficas do rio Sana- RJ..............................................................34
Figura 12: Variação temporal da vazão (L/s) medidos na porção fluvial (n = 11) durante o
período amostral de 12 meses, nas sub-bacias hidrográficas do rio Sana-
RJ.............................................................................................................................................35
Figura 13: Variação temporal das concentrações de Amônio (NH4+ - (mg/L) medidos na
porção fluvial (n = 11) durante o período amostral de 12 meses, nas sub-bacias hidrográficas
do rio Sana-RJ.........................................................................................................................36
Figura 14: Variação temporal das concentrações de nitrogênio total (NT – (mg/L) medidos na
porção fluvial (n = 11) durante o período amostral de 12 meses, nas sub-bacias hidrográficas
do rio Sana-RJ.........................................................................................................................36
Figura 16: Variação temporal do rendimento de nitrogênio total (NT- ton/km2/ano) medidos
na porção fluvial (n = 11) durante o período amostral de 12 meses, nas sub-bacias hidrográficas
do rio Sana- RJ........................................................................................................................37
Figura 17: Variação temporal do rendimento de fósforo total (PT- kg/km2/ano) medidos na
porção fluvial (n = 11) durante o período amostral de 12 meses, nas sub-bacias hidrográficas
do rio Sana-RJ.........................................................................................................................38
Figura 18: Variação temporal do rendimento de amônio (NH4+ - kg/km2/ano) medidos na
porção fluvial (n = 11) durante o período amostral de 12 meses, nas sub-bacias hidrográficas
do rio Sana-RJ.........................................................................................................................38
Figura 19: Variação temporal do rendimento de material particulado em suspensão (MPS -
ton/km2/ano) medidos na porção fluvial (n = 11) durante o período amostral de 12 meses, nas
sub-bacias hidrográficas do rio Sana-RJ.................................................................................39
Figura 20: Correlação dos parâmetros vazão (L/s) e área (km2).............................................40
xiii
Figura 21: Correlação entre rendimento do fluxo anual de água (m3/km2/ano) e rendimento
de carbono orgânico dissolvido (COD (ton/km2/ano)), nitrogênio total (NT (ton/km2/ano)),
amônio (NH4+ (kg/km2/ano)), e ortofosfato (PO43 ton/km2/ano))..............................................41
Figura 22: Correlação entre declividade, concentração material particulado (MPS (mg/L)) e
rendimento de material particulado (MPS (ton/km2/ano)) na ..............................................
........................................................................................................................... ...............42
Figura 23: Correlação entre urbanização e concentrações de nitrogênio total (NT (mg/L)) e
fósforo total (PT (mg/L))
.................................................................................................................................................42
xiv
LISTA DE TABELAS
Tabela 3: Porcentagem de ocupação do uso da terra nas sub-bacias hidrográficas do rio Sana-
RJ..........................................................................................................................................26
Tabela 4: Valores médios ± desvio padrão – DP, mínimo e máximo dos parâmetros físico-
químicos medidos na porção fluvial (n = 11) durante o período amostral de 12 meses, nas
sub-bacias do rio Sana-RJ. Temperatura (Temp. ºC); Oxigênio Dissolvido (O2. %);
Condutividade (µS/cm); pH. .......................................................................................... ......29
xv
F= Fator de Forma
INEA = Instituto Estadual do Ambiente
Kc= Coeficiente de compacidade
MPS = Material Particulado em Suspensão
MO = Matéria orgânica
Min = Mínimo
Max= Máximo
NT = Nitrogênio Total
NH4+= Amônio
%OD = Percentual de saturação em Oxigênio Dissolvido
PO43- = Ortofosfato
PT = Fósforo Total
YSI = Yellow Springs Instruments
MMA = Ministério do Meio Ambiente
INEA = Instituto Estadual do Ambiente
SIG = Sistema de Informações Geográficas
1
1. INTRODUÇÃO
Os ecossistemas lóticos dos quais os rios fazem parte são sistemas abertos que o
integram e interagem com a paisagem (Ward, 1989). Com a finalidade de descrever os
ecossistemas lóticos e suas bacias hidrográficas, diferentes teorias foram formuladas
mostrando as estruturas e processos atuantes nestes ambientes. Allan (1995) não recomenda
a utilização individual das teorias, visto que um conjunto de fatores influenciam na
característica do rio. A teoria pioneira foi a do “Contínuo Fluvial” descrita por Vannote et al.
(1980) que aborda a dimensão longitudinal do rio, ou seja, da nascente a foz. De acordo com
essa teoria os sistemas lóticos, possuem um gradiente de variáveis ambientais que vão se
modificando ao longo do rio, tais como: profundidade, largura, volume de água, temperatura,
padrões de transporte, utilização e armazenamento de matéria orgânica. Diante destes fatores,
o rio pode ser dividido em três regiões geomorfológicas distintas: cabeceira, médio curso e
baixo curso.
Na bacia hidrográfica a região da cabeceira normalmente possui rios estreitos, com
menores vazões e quedas íngremes, devido a maior declividade. À medida que se movimenta
a jusante na bacia ocorre a contribuição dos rios tributários (afluentes), que são um grande
fator de interferência no gradiente longitudinal do rio, pois promovem um aumento da vazão,
largura e profundidade dos rios (Brigante e Espíndola, 2003; Press et al., 2006). Segundo a
teoria do “Contínuo Fluvial” a região da cabeceira geralmente é formada por rios de 1o a 3o
ordem, onde existe uma elevada dependência da contribuição terrestre de matéria orgânica
(MO), em especial da mata ciliar, sendo a taxa de produção maior do que a respiração. O
curso médio é composto por rios de 4o a 6o ordem, neste trecho do rio existe uma redução na
dependência da contribuição dos ecossistemas terrestres, com uma maior produção primária,
em função do aumento de algas, macrófitas aquática vasculares e do material orgânico. Já no
baixo curso são os rios de ordem > 6, que apresentam grande carga sedimentar que é
resultante de todos os processos a montante, nesta região a taxa de respiração excede a
produção (Vannote et al., 1980). Segundo esta teoria, os rios e córregos apresentam fluxo
unidirecional, porém outras teorias apontam que o conceito de continuidade do rio pode ser
rompido devido a interferências antrópicas, fazendo com que modificações nas cabeceiras
possam vir a influenciar nas características da foz fluvial (Standford e Ward, 2001; Roland
2
A hidrologia florestal trata dos efeitos da floresta e vegetação associada sobre o ciclo
hidrológico. A relação entre floresta e água vem sendo debatida há séculos, sendo um tema
polêmico e que até os dias atuais gera controvérsia no meio cientifico, onde os dois principais
aspectos analisados de influência da floresta são o hidrológico e o meteorológico
(Andréassian, 2004).
Makarieva et al. (2009) também constataram que as florestas possuem um papel crucial
na circulação atmosférica da água, já que a maior umidade atmosférica das áreas florestadas
atrai a massa de água evaporada pelos oceanos, resultando em maiores precipitações nestas
regiões (Makarieva et al., 2009), em contraste com regiões próximas ao oceano, que
apresentaram pouca precipitação, devido à menor extensão da floresta natural (Makarieva et
al., 2009)
ajudam na redução da intensidade da chuva que atinge o solo, bem como na menor velocidade
do escoamento e na capacidade de infiltração da água no solo, em contraste com áreas que
sofreram compactação e apresentaram uma redução da capacidade de infiltração, além de um
aumento no escoamento superficial, devido a práticas de agricultura convencional, pastagem
e urbanização (Bruijnzeel, 1988; Calder, 1998; Tucci e Clarke, 1997). Nas regiões tropicais
foi observada uma maior variação sazonal no rendimento da água (Gafur et al., 2003). As
variações sazonais observadas nas vazões dos rios é resultado das chuvas mais intensas do
período chuvoso, que contribuem para as maiores taxas de escoamento superficial
aumentando o aporte de água nos rios, enquanto que no período seco, o rio se encontra sobre
o fluxo base, sendo o aporte oriundo do lençol freático (Salomão, 2004).
Em síntese as florestas nativas possuem funções eco hidrológicas, que variam desde a
regulação hidrológica até a manutenção da qualidade da água, sendo sua função determinada
de acordo com localização no relevo (Calijuri e Cunha, 2013; Falkenmark et al., 1999).
As ameaças mais comuns e potentes para integridade dos córregos e rios são resultantes
da transformação de paisagem, ocasionada por alteração no uso da terra, por fontes de
emissão (pontuais e difusas) de nutrientes e outros materiais que podem se tornar poluentes
(Allan e Flecker., 1993).
A mudança do uso da terra está associada à utilização dos recursos naturais para
consumo humano, onde ocorre a substituição da vegetação natural por áreas de agricultura,
pastagem, centros urbanos e industriais, entre outros. Estas práticas de uso da terra são
consideravelmente variadas entre os países e regiões, porém tem se observado
mundialmente impactos ambientais similares como: mudança nos ciclos biogeoquímicos,
no clima regional, no balanço hídrico, degradação do solo, na qualidade das águas, na
alteração e perda de biodiversidade, entre outros (Foley et al., 2005; O'Neill et al., 1997;
Lee et al., 2009).
Atualmente a produção de alimento baseada no modelo da agricultura moderna, onde se
tem uma produção intensiva e em larga escala, com uso excessivo de fertilizantes e
agrotóxicos, acarretou em diferentes problemas ambientais tais como: salinização de áreas,
erosão do solo, redução da fertilidade natural, perda de habitat nativos, redução da
biodiversidade, degradação dos recursos hídricos, alterações no ciclo hidrológico (Foley et
7
al., 2005). A conversão de áreas naturais para plantios de cultura tende a aumentar o risco
de erosão, principalmente em áreas com alta declividade, tendo como consequência o
aumento na carga de nutrientes e de sedimento para os rios, que se agrava quando a área
ripária está sem vegetação ou modificada (O'Neill et al., 1997). A erosão do solo geralmente
está associada à valores mais elevados de fosfato nos rios, pois grande parte do fósforo
encontrado no ambiente natural é proveniente das rochas (Yu et al., 2016; Christopher et al,
2010). Áreas com forte influência da agricultura representam fontes difusas de
contaminação e apresentam uma correlação significativa com altas concentrações de
nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo, sendo que estas concentrações podem variar
de acordo com as práticas agrícolas utilizadas e espécie cultivada (Yu et al., 2016; Huang
et al., 2016; Wang, 2013; Bu et al., 2010a; Lee et al., 2009).
A urbanização por sua vez aumenta o número de fontes pontuais de contaminação, por
exemplo, oriundas de lançamentos de efluentes domésticos nos corpos d´água, que
contribuem com o aumento da concentração de fósforo e nitrogênio (Sharpley et al., 1995).
De acordo com Foley et al. (2005) as concentrações de N e P são acentuadas em regiões
urbanizadas, principalmente onde não ocorre tratamento do esgoto. Estudos realizados
mundialmente indicam que a presença de vegetação contribui positivamente na qualidade
da água, em contraste com áreas com atividades humanas que contribui de maneira negativa
(White e Greer, 2006; Lee et al., 2009). Experiências internacionais, como as realizadas na
Austrália e nos Estados Unidos, vêm utilizando o conceito de bacias municipais utilizadas
para abastecimento público, onde é mantida a cobertura florestal e em contrapartida se têm
uma água de boa qualidade para o consumo, reduzindo assim o custo com o tratamento da
água e com isso atribuindo um valor socioeconômico e ambiental ao serviço ecossistêmico
produzido pela floresta (Dudley e Stolton, 2003).
No que se refere à qualidade da água dos rios, diferentes autores têm documentado uma
relação significativa entre características do uso da terra e qualidade dos ecossistemas
aquáticos na área de drenagem da bacia hidrográfica, no entanto é importante compreender
se existe relação entre a localização dessas ocupações antrópicas (Bu et al., 2010a; Yu et
al., 2016; Huang et al., 2016; Amiri e Nakane, 2006; Lee et al., 2009). Estudos tem
documentado que existe uma maior influência na qualidade da água quando a mudança no
uso da terra ocorre na mata ciliar, pois a ocupação se dá numa curta distância da massa de
água receptora (Tran et al., 2010; Sliva e Williams 2001; Norton e Fisher 2000; Barling e
Moore, 1994; Storey e Cowley, 1997). Segundo Woodcock et al. (2006) nas bacias de
cabeceiras com áreas de drenagem menor que 25 km2 se tem maior probabilidade do uso da
8
terra influenciar a qualidade da água ao longo do vale fluvial, pois há maior proximidade
da água dos riachos. Enquanto que nas bacias de maior dimensão (>25km2) acredita-se que
a maior influência na qualidade da água ocorre pelo uso da terra na mata ciliar (Yu et al.,
2015; Woodcock et al., 2006; Wang, 2013). De acordo com Barbosa (2003) uma menor
escala de estudo é indicada para melhor compreensão da relação entre efeitos antrópicos e
a resposta ecológica de determinado trecho do rio.
A presença de florestas nativas na bacia hidrográfica e na mata ciliar garantem maior
estabilidade térmica do ambiente aquático, regulam o ciclo hidrológico, proporciona
proteção dos solos na bacia e na margem dos rios, reduzindo a erosão e o assoreamento dos
corpos d´água, como também propicia a entrada de materiais alóctones, como a matéria
orgânica e atua como uma barreira para nutrientes e contaminantes que são carreados de
outras áreas da bacia em direção ao leito dos rios (Calijuri e Cunha, 2013; Foley et al., 2005;
Lee et al., 2009; Tambosi, 2015; Tundisi, 2010; Tundisi, 2014; White e Greer, 2006).
As atividades humanas têm demonstrado ser o mais significativo fator que influencia as
exportações de nutrientes (Galloway e Cowling, 2002; Seitzinger et al., 2005). Molisani et
al. (2013) relata maior emissão antrópica em relação à natural, ocasionada pela urbanização
e pastagem na bacia do rio Macaé-RJ. Este rio é uma importante fonte de água para o
abastecimento da cidade de Macaé, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, e também para as
atividades petrolíferas que são desenvolvidas na região (Halla, 2015). Um importante
tributário do rio Macaé, é o rio Sana que tem sua bacia localizada no curso médio da bacia
hidrográfica do rio Macaé. A preservação e conservação do curso médio e superior são
importantes, pois são regiões onde se tem uma alta produção e transporte de nutrientes e
sedimentos, que são exportados para o rio Macaé (Molisani et al., 2016), bem como são
importantes para o abastecimento de água local (Moulton et al., 2007). Assim como toda
bacia hidrográfica, a do rio Macaé está sujeita a ocupação humana por meio da pecuária,
agricultura e urbanização e a bacia do rio Sana também passa por estas transformações,
inserindo pressões antrópicas como na mudança do uso da terra e no consumo de água. As
ações antrópicas podem vir a refletir numa mudança na descarga, no aumento do aporte de
nutrientes e materiais em suspensão que poderá resultar na mudança da qualidade da água.
As microbacias, assim como as sub-bacias do rio Sana estudadas, possuem uma maior
sensibilidade às chuvas de alta intensidade e a modificações no uso da terra, quando
relacionada com bacias maiores, por isso ao utilizar está escala de estudo é possível obter
uma boa precisão da influência do uso da terra sobre a quantidade e qualidade da água
(Fernandes, 2009). Dentro desse contexto torna-se importante estudos que contribuam para
9
2. OBJETIVOS
3. METODOLOGIA
3.2. Geotecnologia
O modelo digital do terreno foi obtido a partir da interpolação dos dados de elevação
(isolinhas das cartas topográficas), pontos de elevação, drenagem e limite da bacia, por meio
da ferramenta 3D Analyst Tools / Raster Interpolacion / Topo para Raster. No campo foram
georreferenciados os pontos de coleta, sendo as coordenadas geográficas (X, Y) obtidas
com o GPS Garmin Etrex 30. A área de contribuição da bacia e sub-bacias foi delimitada
automticamente no ArcGis 10.2 utilizando as extensões Spatial Analyst e Hydrology, sendo
a metodologia subdividida em quatro etapas: preenchimento de depressões (“fill sinks”),
direção de fluxo (“flow direction”), fluxo acumulado (“flow accumulation”) e delimitação
de bacias (“Watershed”) (Novais, 2015). A bacia e sub-bacias geradas no modelo raster
foram convertidas para shape, tornando-se possível a delimitação, levantamento da área e
perímetro.
Com o coeficiente de compacidade (Kc) e fator de forma (F) foi possível verificar o
tempo de concentração da água na bacia e sua susceptibilidade a enchentes (Cardoso et al.,
2006; Georgin et al, 2015). O coeficiente de compacidade estabelece uma relação do
15
𝑃
𝐾𝑐 = 0,28 (1)
√𝐴
𝐴
𝐹 = 𝐿2 (2)
3.2.3.1. Declividade
A partir do MDT_HC foi gerado o mapa temático de altitude e declividade, sendo por
meio do mapa obtido a declividade média referente a cada sub-bacia. A classificação do
relevo foi feita de acordo com o as diretrizes da EMBRAPA (1979) (Tabela 1).
16
• PO4-3: os íons fosfato foram determinados pela formação do complexo colorido após
reação com molibdato de amônio segundo método adaptado de Strickland e Parsons (1972).
O complexo colorido foi lido em cubeta de 5 cm de trajeto óptico.
• PT: as amostras foram digeridas com persulfato de potássio em autoclave, a 120°C por
45 min. Após a digestão o fósforo foi determinado colorimetricamente após reação com o
molibdato de amônio, conforme Carmouze (1994).
• NT: as amostras foram digeridas com persulfato de potássio em autoclave, a 120°C por 45
min e analisadas por combustão pirolítica a 450°C em equipamento TOC-Vcpn Analyzer –
Shimadzu.
A partir das vazões e das concentrações de partículas em suspensão e dos nutrientes totais
e dissolvidos foram calculados os fluxos instantâneos (g/s) e anuais (ton/ano), e os
rendimentos, que relacionam os fluxos à área a montante de cada ponto de coleta
(ton/km2/ano) de cada bacia.
20
4. RESULTADOS
4.1. Características físicas e uso do solo das sub-bacias hidrográficas do rio Sana
O solo predominante na bacia do Rio Sana, assim como nas sub-bacias é o Cambissolo
Háplico (IBGE, 1992). De acordo com a Embrapa (2006) este tipo de solo é identificado
normalmente em relevos forte ondulados ou montanhosos, que não apresentam horizonte
superficial A húmico, sendo solos com fertilidade natural variável e tem como principais
limitações para uso, o relevo com declives acentuados, a pequena profundidade e a
ocorrência de pedras na massa do solo.
Os parâmetros morfométricos das sub-bacias (área de drenagem, perímetro, declividade
média, coeficiente de compacidade e fator de forma) são apresentados na Tabela 2 e os
mapas de altimetria e declividade são expostos na Figura 5 e 6.
A área de drenagem da bacia hidrográfica do Sana corresponde a aproximadamente
106,18 km2 e perímetro de 49,26 km. Entre as sub-bacias estudadas tivemos variações de
áreas de 1,32 a 20,24 km2, sendo que o somatório das sub-bacias estudadas corresponde a
76 km2 ou 71,7% da área de drenagem da bacia.
A declividade média das sub-bacias variou entre 23o e 32o, com menores declividades
nas bacias de Santana e Pedra Grande (22,6% e 23,7%), e a maior declividade na bacia do
rio São Bento (32o). Estas sub-bacias são classificadas, segundo a Embrapa (1979), como
fortemente onduladas.
O menor fator de forma (F) encontrado foi na sub-bacia Monte Alto (0,20) e o maior na
Pedra Grande (0,50), enquanto que o índice de compacidade (Kc) variou entre 1,21 a 1,43,
sendo estas sub-bacias classificadas como formato alongado.
A altitude da bacia do Sana variou de 178m a 1.848m, sendo que as sub-bacias a margem
direita do rio Sana no sentido foz- cabeceira foram as que apresentaram uma menor altitude
(499 a 939 m) e área de drenagem, em contraste com as sub-bacias localizadas na margem
esquerda do rio que tiveram as maiores altitudes (1.239 a 1.848 m) e áreas de drenagem.
22
Tabela 2: Parâmetros morfométricos da bacia e sub-bacias do Rio Sana, Macaé- RJ. Onde:
Kc: coeficiente de compacidade, F: fator de forma.
De acordo com mapeamento de uso da terra, a bacia do rio Sana possui 73,3 km2 (69,0%)
cobertos por floresta em diferentes estágios de sucessão florestal; 28,7 km2 (27,1%) por
atividade agropastoril; 0,4 km2 (0,38%) solo exposto; 2,2 km2 (2,07%) de urbanização e 1,6
km2 (1,51%) afloramento rochoso (Figura 7 e Tabela 3). Em relação às sub-bacias analisadas,
as maiores interferências antrópicas no uso da terra foram nas que apresentam menor altitude e
área de drenagem, localizando-se a margem direita do rio Sana (sentido foz – cabeceira).
Também foi observada uma forte alteração no uso da terra ao longo das margens do rio Sana,
sendo áreas mais afetadas pelo processo de urbanização e pastagem. Embora se tenha usado a
categoria agropastoril, há uma predominância da pastagem. A agricultura é praticada em
pequena escala, sendo caracterizada como uma agricultura de subsistência.
A maior parte das 11 sub-bacias estudadas possui mais de 70% da área coberta por
floresta, com exceção das sub-bacias Boa Sorte (67,23%), Glória (64,24%), Santana (31,6%) e
Deserto (25,51%). As sub-bacias com maiores áreas de atividade agropastoril foram as Deserto
(73,91%), Santana (60,94%) e Glória (31,70%), sendo que a Peito de Pomba foi a que
apresentou a menor área (10,45%). As sub-bacias Montanha (1,11%) e Pedra Grande (1,47%)
registraram as maiores áreas de solo exposto, enquanto que o afloramento rochoso foi maior
nas sub-bacias Monte Alto (5,10%), Boa Sorte (5%), São Bento (3,63%) e Peito de Pomba
(2,24%). Com relação à urbanização, a bacia de Santana (7,22%), Glória (4,06%), Pedra Grande
(2,26%) e Boa Sorte (2,07%) tiveram os maiores percentuais de áreas dentro da zona urbana do
distrito do Sana. (Figura 8 e Tabela 3).
De acordo com o mapa de uso da terra as sub-bacias foram divididas em dois grupos,
sendo um formado pelas que apresentavam taxas maiores que 1% de urbanização, e o outro
pelas bacias menores que 1%, ou seja, no primeiro grupo fez parte (Santana, Glória, Pedra
Grande, Boa Sorte e Montanha) e no segundo (São Bento, Peito de Pomba, Cabeceira, Deserto
e Alegre).
26
Tabela 3: Porcentagem de ocupação do uso da terra nas sub-bacias hidrográficas do rio Sana-
RJ.
Bacias/Usos Floresta Agropastoril Solo exposto Urbanização Afloramento
(%) (%) (%) (%) rochoso (%)
Santana 31,6 60,9 0,2 7,2 0,0
Glória 64,2 31,7 0,0 4,1 0,0
Pedra Grande 73,8 22,5 1,5 2,3 0,0
Boa Sorte 67,2 25,7 0,0 2,1 5,0
Montanha 84,7 12,7 1,1 1,5 0,0
São Bento 72,7 22,3 0,3 1,0 3,6
Peito de Pomba 87,3 10,5 0,0 1,0 2,2
Cabeceira do Sana 77,0 21,3 0,8 0,6 0,4
Deserto 25,5 73,9 0,0 0,6 0,0
Alegre 75,8 23,4 0,2 0,5 0,0
Monte Alto 76,9 18,1 0,0 0,0 5,1
27
Tabela 4: Valores médios ± desvio padrão – DP, mínimo e máximo dos parâmetros físico-
químicos medidos na porção fluvial (n = 11) durante o período amostral de 12 meses, nas sub-
bacias do rio Sana-RJ. Temperatura (Temp. ºC); Oxigênio Dissolvido (O2. %); Condutividade
(µS/cm); pH.
Temperatura (°C) pH Condutividade (µS/cm) O2 (%)
São Bento 20.0±2.2 6.8±0.4 28±2.5 101.1±8.4
(16.1-23.9) (5.8-7.5) (22-32) (78 - 111)
Deserto 21.5±2.4 6.6±0.3 28.6±1.3 100.3±10.3
(17.3-27.2) (6.1-7.3) (24-31) (71 - 115)
Boa Sorte 21.1±1.9 6.7±0.3 30.6±1.9 97.2±11.4
(17.6-25.8) (6.0-7.4) (26-33) (73 - 110)
Glória 20.8±2.1 6.7±0.3 38.4±2.5 98.6±10.3
(17.2-24.3) (6.1-7.3) (33-42) (66 - 116)
Monte Alto 21.1±1.9 6.6±0.3 30.2±1.3 96.6±8.6
(17.9-24.1) (6.0-7.2) (28-34) (72 - 107)
Santana 22.8±2.1 6.5±0.3 43±3.2 92.5±13.2
(19.5-25.8) (5.9-7.0) (36-49) (58 - 114)
Peito de Pomba 19.9±1.9 6.7±0.2 25.4±1.7 98.8±10.2
(16.1-22.6) (6.1-7.1) (21-28) (81 -113)
Montanha 20.0±1.4 6.7±0.2 30±1.3 97.0±10.5
(17.3-22.1) (6.0-6.9) (26-32) (65 - 114)
Pedra Grande 20.8±1.1 6.6±0.2 37.5±2.2 95.0±15
(18.6-22.6) (6.0-7.0) (28-41) (65 - 115)
Alegre 21.2±1.3 6.7±0.2 34±1.8 98.1±9.9
(18.4-23.4) (6.2-7.0) (28-38) (71 -114)
Cabeceira do Sana 19.0±1.8 6.8±0.2 19.7±1.1 103.9±7.4
(15.5-21.5) (6.3-7.2) (17-21) (91 - 113)
30
As concentrações médias de MPS, nutrientes (COD, PO43, NT, PT, NH4+) e vazão, são
expostas na figura 9, enquanto que os fluxos anuais e rendimentos de nutrientes, MPS e água
são apresentados na figura 10 e 11 e no anexo. Em média, as vazões das sub-bacias variaram
entre 907 L/s (São Bento) a 30 L/s (Monte Alto) com os rios (São Bento, Peito de Pomba,
Montanha, Alegre e Cabeceira) apresentando as maiores vazões, e sub-bacias Deserto, Boa
Sorte, Glória, Monte Alto, Santana e Pedra Grande tendo os menores valores (p < 0,05). O MPS
das sub-bacias variou entre 1,3 mg/L (São Bento) a 22,0 mg/L (Santana).
Em média, a variação de NH4+ foi de 0,04 mg/L (Boa Sorte) a 0,19 mg/L (Santana), onde
as sub-bacias apresentaram concentrações semelhantes entre ela, com exceção de Santana que
apresentou a maior concentração, sendo estatisticamente diferente da bacia São Bento e da Boa
Sorte (p < 0,05). O NT variou de 0,28 mg/L (Deserto) a 0,49 mg/L (Santana). O PT apresentou
uma variação de 0,045 mg/L (Glória) a 0,02 mg/L (Alegre), sendo as maiores concentrações
encontradas nas sub-bacias com maiores taxas de urbanização (Glória, Santana e Pedra
Grande). A maior concentração de PO43- ocorreu em Santana (0,75 mg/L), enquanto que as
outras sub-bacias variaram de 0,14 mg/L a 0,65 mg/L (Cabeceira do Sana). O COD variou de
3,5 mg/L (Pedra Grande) a 5,6 mg/L (Santana). A distribuição espacial de nutrientes indicou,
segundo o teste de Kruskal-Wallis, que os rios tiveram concentrações similares de COD e PO43-
(p < 0,05), enquanto que para NT, PT e NH4+, MPS foram observadas diferenças nas
concentrações entre alguns rios (p < 0,05). Com o teste Dunn´s foi verificado que a diferença
significativa do NT ocorre somente entre Deserto, que teve a menor concentração, e Montanha,
já o PT e MPS apresentaram variações entre diferentes bacias.
Nos fluxos instantâneos e anuais foi observada uma variação entre os rios, onde as sub-
bacias com as maiores áreas tenderam a apresentar os maiores fluxos. Em média, o fluxo anual
de COD variou entre 3,4 ton/ano (Monte Alto) a 136,0 ton/ano (Peito de Pomba). A variação
nos fluxos anuais do PT foi de 0,02 ton/ano (Monte Alto) a 0,35 ton/ano (Alegre). A NH4+
variou de 0,17 ton/ ano (Pedra Grande) a 1,67ton/ ano (São Bento). A faixa de variação nos
fluxos anuais do NT foi entre 0,3 ton/ano (Monte Alto) a 7,9 ton/ano (São Bento). Os fluxos
anuais de PO43- apresentaram uma variação de 0,2 ton/ano (Monte Alto e Pedra Grande) a 9,03
ton/ano (Cabeceira). No fluxo anual de MPS não foi observada uma relação com a área da bacia
onde, em média, a variação foi de 4 ton/ano (Monte Alto) a 140 ton/ano (Montanha).
No presente estudo o rendimento de MPS, nutrientes e vazão foi utilizado com a finalidade
de normalizar as relações de carga e tamanho da bacia hidrográfica. A sub-bacia da Cabeceira
do rio Sana foi a que apresentou o maior rendimento para COD, NH4+, NT, PT, PO43-, em
31
contraste com a Monte Alto que apresentou os menores rendimentos. Em média, a variação do
COD foi de 20,6 ton/km2 /ano a 2,56 ton/km2 /ano. A NH4+ variou de 376 kg/km2 /ano a 63
kg/km2 /ano. O NT apresentou uma variação entre 1,02 ton/km2 /ano a 0,20 ton/km2 /ano. A
faixa de variação do PT foi de 63,4 kg/km2 /ano a 12,6 kg/km2 /ano, enquanto que a do PO43-
foi de 376 kg/km2 /ano a 62 kg/km2 /ano. O rendimento de MPS variou de 231,02 ton/km2 /ano
(Montanha) a 1,5 ton/km2 /ano (São Bento).
32
Figura 9: Concentração média ± (desvio padrão) de nutrientes (mg/L) (Nitrogênio Total (NT); Amônio (NH4+); Fósforo Total - PT e Ortofosfato
( PO43- ); Carbono orgânico dissolvido (COD), Material particulado em suspensão - MPS (mg/L) e vazão (L/s) medidos na porção fluvial (n =
11) durante o período amostral de 12 meses, nas sub-bacias hidrográficas do rio Sana-RJ.
33
Figura 10: Fluxo anual de nutrientes (ton/ano) (Nitrogênio Total (NT); Amônio (NH4+); Fósforo Total - PT e Ortofosfato (PO43- ); Carbono
orgânico dissolvido (COD)), Material particulado em suspensão - MPS (ton/ano) e água (m3/ano) medidos na porção fluvial (n = 11) durante o
período amostral de 12 meses, nas sub-bacias hidrográficas do rio Sana-RJ.
34
Figura 11: Rendimento de nutrientes (Nitrogênio Total (NT); Amônio (NH4+); Fósforo Total - PT e Ortofosfato (PO43- ); Carbono orgânico
dissolvido (COD)), Material particulado em suspensão - MPS e água medidos na porção fluvial (n = 11) durante o período amostral de 12 meses,
nas sub-bacias hidrográficas do rio Sana-RJ.
35
De acordo com a sazonalidade das chuvas na área de estudo foi avaliado a variação
temporal dos parâmetros analisados nas sub-bacias. As maiores vazões ocorreram no período
chuvoso (outubro a março) (p = 0,0118), representando no período chuvoso aumentos de 23L/s
(Deserto) a 1.306L/s (Cabeceira do Sana) em relação às vazões do período de estiagem (Figura
12). Também foi observado que os maiores fluxos instantâneos acontecem no período chuvoso,
ou seja, o período de maior vazão nos rios.
3500
3000
2500
vazão (L/s)
2000
1500
1000
500
0
Figura 12: Variação temporal da vazão (L/s) medidos na porção fluvial durante o período
amostral de 12 meses, nas sub-bacias hidrográficas do rio Sana-RJ.
significativa entre as concentrações de PO43-, COD, NT, PT e MPS, em todos os rios, entre os
períodos de chuva e seca (p < 0,05). Para a NH4+ (p < 0,0001) foi observada diferença
significativa, sendo os maiores valores encontrados no período chuvoso (Figura 13). Ao analisar
a existência de variação em cada sub-bacia, apenas Santana apresentou diferença no NT (p =
0,03), onde as maiores concentrações ocorreram no período chuvoso (Figura 14).
36
0,80
0,70
amônio (mg/L)
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
Figura 13: Variação temporal das concentrações de Amônio (NH4+ - (mg/L) medidos na
porção fluvial (n = 11) durante o período amostral de 12 meses, nas sub-bacias hidrográficas
do rio Sana-RJ.
0,80
0,70
0,60
NT (mg/L)
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
Figure 14: Variação temporal das concentrações de nitrogênio total (NT – (mg/L) medidos na
porção fluvial (n = 11) durante o período amostral de 12 meses, nas sub-bacias hidrográficas
do rio Sana-RJ
Os maiores rendimentos nas sub-bacias foram encontrados no período chuvoso, que foi
estatisticamente diferente do período seco para os nutrientes COD (p = 0,0045), NT (p =
0,0007), PO43- (p = 0,0003), NH4+ (p= 0,0002) e PT (p = 0,0002) e para o fluxo de água (p =
0,00118). Ao analisar a cabeceira do Sana, bacia que apresentou os maiores rendimentos, foi
possível observar que a maior diferença nos rendimentos, com relação as outras sub-bacias,
37
4500
4000
rendimento COD
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
Figura 16: Variação temporal do rendimento de nitrogênio total (NT- ton/km2/ano) medidos
na porção fluvial (n = 11) durante o período amostral de 12 meses, nas sub-bacias
hidrográficas do rio Sana-RJ
38
12
10
rendimento PT
8
6
4
2
0
Figura 17: Variação temporal do rendimento de fósforo total (PT- kg/km2/ano) medidos na
porção fluvial (n = 11) durante o período amostral de 12 meses, nas sub-bacias hidrográficas
do rio Sana-RJ
4.4. Fatores que determinam a quantidade e qualidade das águas das sub-bacias do
rio Sana.
Figura 21: Correlação entre rendimento do fluxo anual de água (m3/km2/ano) e carbono
orgânico dissolvido (COD (ton/km2/ano)), nitrogênio total (NT (ton/km2/ano)), amônio (NH4+
(kg/km2/ano)), e ortofosfato (PO43- (ton/km2/ano))
Figura 22: Correlação entre declividade, concentração material particulado (MPS (mg/L)) e
rendimento de material particulado (MPS (ton/km2/ano))
Embora diferentes estudos indiquem uma relação entre uso da terra e concentrações de
nutrientes, neste estudo não foi encontrada correlação com as diferentes classes de uso do solo
(agropastoril, cobertura florestal e solo exposto), com exceção da urbanização, que apresentou
uma relação positiva com o NT e PT (Figura 23). Sendo assim os resultados indicam que as
sub-bacias do Sana mais urbanizadas tendem a apresentar maiores concentrações de NT e PT.
Figura 23: Correlação entre urbanização e concentrações de nitrogênio total (NT (mg/L))
e fósforo total (PT (mg/L))RJ.
Com a divisão dos dois grupos de sub-bacias os resultados indicaram que a partir de 1 % de
urbanização as bacias se diferenciam nas concentrações de NT (p = 0,0012), PT (p < 0,0001),
MPS (p < 0,0001) e vazão (p < 0,0001), bem como no rendimento de MPS (p= 0,0302). Embora
não tenha sido estabelecida correlação significativa (p < 0,05) com os outros usos da terra,
observar-se uma tendência no aumento das concentrações de nutrientes e MPS com o aumento
da área alterada.
43
5. DISCUSSÃO
5.1. Características físicas e uso da terra das sub-bacias hidrográficas do rio Sana
A partir dos padrões morfométricos obtidos, como área de drenagem, índice de forma e
coeficiente de compacidade foi possível obter um melhor detalhamento do comportamento
hidrológico das bacias.
O índice de forma e o coeficiente de compacidade indicaram uma tendência alongada da
bacia e sub-bacias, estes índices indicam uma resposta semelhante entre as bacias, com relação
ao menor efeito da precipitação sobre as vazões durante a chuva. Sendo semelhante a Cardoso
et al. (2006) na bacia do rio Debossan em Nova Friburgo, que obteve índice de forma 0,3 e
coeficiente de compacidade de 1,6 indicando um formato alongado da bacia. A declividade
média de todas as sub-bacias foi fortemente ondulada (20 a 45%), indicando uma maior
tendência ao escoamento superficial em relação a infiltração (Coutinho et al., 2009).
Devido à proximidade das sub-bacia e as características morfométricas analisadas é possível
observar uma similaridade entre elas e com isso agrupá-las dentro de uma mesma unidade de
litótopo, que são bacias que apresentam o mesmo clima regional, topografia e geologia
(Montgomery, 1999). Como são considerados rios de cabeceira, o conceito da teoria do rio
contínuo indica uma forte influência da entrada de material alóctone, na composição química
da água dos rios. Por fazerem parte do mesmo litótopo, de acordo com a teoria de domínio de
processos, as sub-bacias deveriam apresentar semelhante fonte de matéria orgânica (floresta
natural) para os rios estudados, contribuindo para concentrações similares de nutrientes entre
eles (Montgomery, 1999). Porém nas bacias ocorrem interferências antrópicas, como na
mudança do uso da terra, o que pode estar contribuindo, em alguns rios, na diferença das
concentrações de nutrientes e MPS na composição da água. Já que a composição da paisagem
nas bacias de drenagem exerce influência sobre a qualidade das águas nos rios (Salomão, 2004).
Sendo assim pode-se observar a influência das teorias do rio contínuo, domínio de processos e
do descontinuo fluvial determinando as características dos rios estudados, já que as
características hidro químicas sofreram influência da contribuição da matéria orgânica (material
alóctone), dos processos geomorfológicos, condições climáticas e solo, que foram semelhantes
entre os rios, e a interação com as transformações na paisagem, como por exemplo a influência
das áreas urbanas sobre a composição química da água.
Em todas as sub-bacias, com exceção da Cabeceira do Sana, houve uma mudança na
44
cobertura da terra, na região do ponto de coleta, onde as características deste local, podem
refletir nas concentrações de nutrientes e MPS encontrada nos rios. Já que a localização do
impacto antrópico também pode ser um fator de influência na físico-química da água dos rios,
onde diferentes autores têm sugerido uma maior influência na qualidade da água, quando o uso
da terra ocorre na mata ciliar (Barling e Moore, 1994; Norton e Fisher, 2000; Sliva e Williams,
2001; Storey e Cowley, 1997; Tran et al., 2010).
Todas as sub-bacias estudadas possuem alta declividade, com rios encachoeirados, que
apresentam fluxo turbulento, contribuindo assim para alta oxigenação encontra na água dos rios
(Wetzel, 2011).
A semelhança na alta condutividade encontrada nas sub-bacias Glória, Santana e Pedra
Grande, pode estar relacionada com a maior porcentagem de área urbanizada encontrada nestas
bacias pois, segundo Esteves (1998), em rios tropicais os valores de condutividade elétrica estão
relacionados com as características geoquímicas da região e com as condições climáticas,
quando não sofrem influência de outros fatores, como contaminação por fontes pontuais ou
difusas.
A maior parte das bacias apresentaram concentrações similares de nutrientes, sendo apenas
em alguns rios, encontradas diferenças significativas nas concentrações de PT e NT. Esta
similaridade pode ser um reflexo das concentrações naturais, visto que as sub-bacias
apresentaram pouca interferência antrópica, tendo como principal fonte de matéria orgânica a
cobertura florestal. De acordo com Salomão (2004) em bacias sem interferência antrópica a
composição das partículas e solutos contidos na água é consequência do tipo de clima,
vegetação, solos e rocha presente na bacia de drenagem. Assim a diferença nas concentrações
pode estar relacionada com a interferência humana (urbanização), que promoveram uma
exportação de MO (fonte antrópica) para água dos rios com alteração das concentrações
naturais. Como exemplo, somente a bacia de Santana apresentou uma concentração de COD
superior às outras sub-bacias, este aumento, embora não significativo, pode estar associado à
área urbana. Estudos em pequenas bacias tropicais têm demonstrado que áreas urbanas podem
atuar como importante fonte antrópica de COD e outros nutrientes para os rios, principalmente
quando o esgoto não tratado é despejado diretamente (Camargo et al., 1996; Daniel et al., 2002;
45
5.4. Fatores que determinam a quantidade e qualidade das águas das sub-bacias do
rio Sana.
Nas sub-bacias hidrográficas foi possível observar a relação entre área, declividade, altitude,
escoamento superficial e cobertura da terra. A relação negativa encontrada entre a vazão dos
rios e a concentração de PT e MPS, demonstra que com aumentos da vazão tende a ocorrer uma
diminuição destas concentrações, onde a vazão apresenta um potencial de diluição para o PT e
transporte para o MPS. Segundo Yu et al. (2016) e Salomão (2004) o aporte de água nos rios
contribui para a diluição do PT. Com relação ao MPS a bacia São Bento foi a que apresentou a
menor concentração média, o que pode estar associado a maior declividade e vazão do rio e a
alta área de cobertura florestal, já que a alta declividade e vazão do rio contribuem para uma
um rápido transporte de MPS, resultando numa maior exportação para outras bacias, e a
presença da cobertura florestal auxilia na redução do potencial erosivo de bacias montanhosas.
De acordo com Kramer e Meyer (1969) em regiões montanhosas ocorre uma maior erosão e
transporte de sedimentos, devido a maior velocidade de escoamento superficial que é provocada
pela acentuada declividade. No entanto a presença da floresta, em bacias com alta declividade,
contribui para redução da velocidade do escoamento superficial e da erosão superficial (Brown,
2005; Brooks et al., 1997; Chen e Lu, 2014).
Nenhuma classe de uso da terra (floresta, atividade agropastoril e solo exposto), com
exceção da urbanização, apresentou relação com as variáveis analisadas. Apesar de a literatura
apontar a relação do uso da terra com a concentração de nutrientes, onde a pecuária, agricultura
e urbanização contribuem para uma maior emissão de nutrientes (Amiri e Nakane, 2009; Bu et
al., 2010; Huang et al., 2016; Lee et al., 2009; Molisani et al., 2013; Yu et al., 2016).
A ausência de correlação no presente estudo acredita estar associada à baixa
representatividade da área impactada, visto que a maior parte das bacias estudadas apresentaram
uma cobertura florestal superior a 60% onde somente duas bacias, com pequena área de
drenagem, apresentaram uma alta porcentagem de área agropastoril. Sendo assim, numa
pequena área amostral foi possível estabelecer uma correlação significativa apenas com a
urbanização, assim como Lenhart et al. (2003) que também não estabeleceram nenhum efeito
do uso da terra, nas concentrações e rendimentos, devido a pequena área amostral que foi
alterada.
Em áreas pouco alteradas, como foi o caso das sub-bacias estudadas foi possível verificar
apenas a relação da urbanização com as concentrações de PT e NT. Bacias urbanizadas, com
48
taxas maiores que 1%, já começaram a apresentar modificações nas concentrações (PT, NT e
MPS), vazão e no rendimento de MPS. A forte influência da área urbana sobre a qualidade da
água também foi documenta por Chen e Lu (2014) que aponta a urbanização explicando 50,8%
da variação na qualidade da água num rio de médio porte na região montanhosa da China, tendo
como influência dois principais fatores, o lançamento de águas residuais sem tratamento
(urbanas e industriais) e a alta porcentagem de superfícies impermeáveis. Molisani et al (2013)
também apontaram o esgoto doméstico, oriundo da urbanização, e pecuária como os principais
responsáveis pelo incremento antrópico da emissão dos elementos químicos na bacia do Rio
Macaé. A redução do rendimento do fluxo anual de água nas bacias com maiores taxas de
urbanização, podem estar relacionadas com a utilização da água pela comunidade local, apesar
destas bacias apresentarem uma redução da cobertura florestal o que pode contribuir para um
aumento do rendimento do fluxo anual de água segundo McCulloch e Robinson (1993) e Watson
et al. (2001). Sendo assim, também é importante considerar as atividades e os diferentes usos que são
desenvolvidos na bacia, já que o fluxo de água pode ser reflexo de outros componentes e não somente
da presença ou ausência de cobertura florestal.
Em parte, as diferentes concentrações de MPS e nutrientes encontradas entre as sub-bacias
alteradas (Deserto e Santana) pode ser resultado da maior porcentagem de área urbanizada, pois
a ocupação humana ocorre ao longo do rio, onde se tem construções residenciais e possíveis
fontes de lançamento in natura do esgoto doméstico, conforme pode ser observado na bacia de
Santana e Glória. Entretanto as variações também é pode ser resultado das diferentes práticas
de manejo utilizadas no solo, já que Yu et al. (2016) aponta uma relação entre o tipo de
agricultura, intensidade da pastagem e práticas de manejo do solo com a intensificação dos
processos erosivos, o aumento de sedimentos e nutrientes nos rios. Com isso observa-se que as
maiores ameaças não são na alteração da cobertura da terra, mas sim as atividades
desenvolvidas na área, que podem contribuir para diferentes fontes de poluições, conforme foi
retratado por Bu et al. (2010a).
A cabeceira do Sana apresentou o maior rendimento de água e de nutrientes, o que pode
estar associado ao maior escoamento superficial da bacia, que foi atribuído as diferenças
geomorfológicas da bacia, sendo semelhante a Salomão (2004) que também observou o relevo
influenciando no deflúvio. O desmatamento em alguns trechos da bacia pode ter uma influência
indireta, pois diferentes autores apontam que as mudanças do uso do solo alteram os processos
de infiltração e escoamento superficial (Andreassian, 2001; Lenhart et al., 2003; Whitehead e
Robinson, 1993)
Neste estudo não foi possível obter uma compreensão plena da correlação entre uso da terra,
49
6. CONCLUSÃO
7. REFERÊNCIAS
CHEN, J., LU, J. Effects of Land Use, Topography and Socio-Economic Factors on River
Water Quality in a Mountainous Watershed with Intensive Agricultural
Production in East China. PLoS ONE, 9 (8), 2014.
CHANG, M. Forest Hydrology: An Introduction to Water and Forests. 2nd Edition. CRC
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CHRISTOPHER, P. TRAN, ROBERT W. BODE, ALEXANDER J. SMITH, GARY S.
KLEPPEL. Land-use proximity as a basis for assessing stream water quality in New
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8. APÊNDICES
0,180
0,160
0,140
0,120
PT (mg/L)
0,100
0,080
0,060
0,040
0,020
0,000
Anexo 2: Concentração de MPS nas sub-bacias ao longo do ano (Fonte: Magalhães, 2017)
120
100
MPS (mg/L)
80
60
40
20
0
12,00
10,00
COD (mg/L)
8,00
6,00
4,00
2,00
0,00
Anexo 4: Fluxos instantâneos, anuais e rendimentos de nutrientes, MPS e água (Fonte: Magalhães, 2017)
São Bento Deserto Boa Glória Monte Santana Peito de Montanha Pedra Alegre Cabeceira
Sorte Alto Pomba Grande
Fluxo de
água
Média 907 87 252 89 30 60 645 323 59 547 464
seco/chuvoso
Fluxo 362/1669 67/116 110/451 28/176 20/43 44/82 322/1097 149/568 40/85 356/815 100/974
instântaneo
(L s-1)
Fluxo anual 28 3 8 3 1 2 20 10 2 17 14
(m3 ano-1)
Rendimento
(m3 km2 ano-1) 1.39 1.52 1.9 0.82 0.69 0.90 0.99 1.65 1.04 1.62 3.48
COD
Média 3183 364 1019 400 110 349 4387 1750 245 2685 2672
seco/chuvoso
Fluxo 1307/5811 275/487 375/1922 102/817 79/153 283/441 1789/8025 579/3388 108/437 1571/4245 479/5744
instântaneo (g
s-1)
Fluxo anual
(ton ano-1) 99 11 32 12 3.4 11 136 54 7.6 83 83
Rendimento
(ton km2 ano-1) 4.88 6.33 7.69 3.69 2.56 5.25 6.73 8.93 4.32 7.94 20.06
NT
Média 253 24 80 38 8.5 31 237 131 19 172 136
seco/chuvoso
Fluxo 120/411 17/33 38/138 11/75 6.5/11 21/44 137/377 63/226 13/27 118/248 31/284
instântaneo (g
s-1)
Fluxo anual
(ton ano-1) 7.9 0.7 2.5 1.2 0.3 0.9 7.4 4.1 0.6 5.3 4.2
Rendimento
(ton km2 ano-1) 0.39 0.41 0.60 0.35 0.20 0.46 0.36 0.67 0.33 0.51 1.02
NH4+
Média 54 8.9 15.6 7.7 2.7 11.3 51.1 25.6 5.5 381 50
seco/chuvoso
Fluxo 15/109 7.3/11 4.2/32 1.7/16 1.3/5 3.4/22 20/95 6.9/52 2.5/10 16/68 5.2/113
instântaneo (g
s-1)
Fluxo anual 1.67 0.28 0.48 0.24 0.08 0.35 1.58 0.79 0.17 1.18 1.55
64
(ton ano-1)
Rendimento
(Kg km2 ano-1) 83 155 118 71 63 170 78 131 97 112 376
PT
Média 11 1 4.3 3.7 0.5 2.6 11 10 2.4 11 8.5
seco/chuvoso
Fluxo 4.1/21 0.6/2 2.0/7.0 1.1/8.0 0.4/1.0 1.2/4.0 8.0/16 3.1/20 1.4/4.0 7.2/17 2.2/17
instântaneo (g
s-1)
Fluxo anual
(ton ano-1) 0.35 0.03 0.13 0.12 0.02 0.08 0.35 0.32 0.07 0.35 0.26
Rendimento
Kg km2 ano-1) 17.4 18.1 32.2 34.5 12.6 38.7 17.2 52.1 42.5 33.4 63.4
PO43-
Média 53 8.8 16 7.6 2.7 11 50 25 5.2 38 50
seco/chuvoso
Fluxo 13.6/108.5 7.2/11.1 4.0/31.6 1.7/16 1.2/4.7 3.0/22.3 18.9/94.7 6.3/51.7 2.0/9.7 15.6/68.3 5.22/112.9
instântaneo (g
s-1)
Fluxo anual
(ton ano-1) 1.6 0.3 0.5 0.2 0.1 0.3 1.6 0.8 0.2 1.2 1.6
Rendimento
(Kg km2 ano-1) 81 153 117 70 62 166 77 129 92 111 376
MPS
Média 948 308 1191 1330 142 1392 1824 4520 508 3722 637
seco/chuvoso
Fluxo 392/1726 197/464 387/2317 150/2983 123 /169 543/2580 1252/2624 860/9718 341/741 1894/6282 211/1234
instântaneo (g
s-1)
Fluxo anual
(ton ano-1) 29 10 37 41 4 43 57 140 16 115 20
Rendimento
(ton km2 ano-1) 1.5 5.4 9.0 12 3.3 21 2.8 23 8.9 11 4.8