E-Book Educação Positiva para Adolescentes

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E-book

Educação Positiva
para adolescentes
por Mariana Lima
A Adolêscencia

A adolescência é uma fase delicada e de descobertas. Fisicamente o corpo passa por muitas
mudanças hormonais, que consequentemente geram alterações no comportamento. O
adolescente não consegue controlar esta grande transformação.

Olhando pela ótica dos pais, que se queixam da rebeldia, contestação, enfrentamento e
isolamento do filho adolescente, realmente é um momento delicado. Não existe mais a criança
que idolatra os pais, que quer dividir suas experiências com a família.

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A Adolêscencia

Porém, olhando pela ótica do desenvolvimento, são completamente naturais todas essas
mudanças. Afinal, não conseguimos controlar tudo que acontece com nossos filhos.

A adolescência é marcada pela necessidade de se afirmar como um indivíduo no grupo. É


quando os filhos se importam mais com os amigos e turmas do que com o relacionamento em
casa com os pais.

Inicia-se uma forma particular de se relacionar com os pais. Querem mostrar que são capazes e
se rebelam quando tentamos controla-los. Começam a esconder coisas, pois esta é uma forma
de poupar os pais de descobrirem as novas experiências.

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A Adolêscencia

É nesta fase que muitos jovens experimentam drogas, sexo e outras novas situações.
Querem a qualquer custo ser bem vistos no grupo.

Os pais que tentam de forma extrema controlar esta “ rebeldia” acabam por fazer esta fase
se prolongar ainda mais, o que tende a deixar o ambiente ainda mais tenso.

É natural da idade estes comportamentos. Adolescentes em muitos casos evitam ser vistos
em público com os pais, se sentarem ao lado da mãe quando estão com amigos por perto.
Bem, eu fui assim. E temos que nos perguntar: como éramos quando adolescentes?

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Ok. Então,
como lidar?

Não podemos evitar que os filhos entrem na


adolescência. Os hormônios estão ali
presentes e ela irá acontecer. FATO!

Evitar compreender que seu filho mudou,


que ele não te procura mais para tomar
certas decisões e nem te envolve em
acontecimentos importantes de sua vida, é
relutar contra a natureza do ser humano.

Esta é uma fase complicada, que requer


aceitação por parte dos pais e muito diálogo.
Aqui chamo a atenção para este ponto:
DIÁLOGO POSITIVO.

Mas, o que é DIÁLOGO POSITIVO?

Ÿ Menos sermão e mais compartilhamento de ideias;


Ÿ Criar combinados claros, e não impor suas necessidades sem perceber ou compreender
qual é a necessidade do seu filho;
Ÿ Controlar menos e dar exemplos positivos;
Ÿ Ter autoridade, e não ser autoritário;
Ÿ Tratar seu filho com respeito e escutar seus sentimentos.
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Mas... Desta forma não
estaria sendo permissivo?

De forma alguma. A permissividade é a falta de limite e de


regras. É a liberdade sem ordem.

Mas, se eu somente falar em termos positivos, meu filho


não vai entender que pode fazer tudo? Não, desde que
você dê oportunidade para que ele participe das decisões,
assumindo as consequências.

Exemplo: “Meu filho não quer estudar no horário


estipulado e enrola demais para fazer suas lições da escola.
Não sei o que fazer, ele não me escuta, ou finge não
escutar.”

Pergunta: você definiu o horário para ele estudar, certo? “Sim.”

Que tal se sentar com seu filho e perguntar à ele: “Filho, quantas horas por dia você entende
que será necessário estudar para se sair bem na escola?”
O filho responde: “1 hora por dia”.

Pergunta “E qual seria o melhor horário para você focar nos estudos?”

Veja que nestas perguntas levamos em consideração o horário em que o filho se sente
melhor para estudar. Cada um tem um momento em que se concentra melhor.
Quanto mais imposição, mais resistência.
Dando a oportunidade de o adolescente expor o que ele entende que é a sua necessidade,
estamos também ensinando-lhe a ter autorresponsabilidade. Pois ele decidiu qual seria a
melhor forma de estudar, então terá também que aceitar as consequências.
Os filhos devem participar das decisões para que se sintam capazes. Desta forma
estaremos respeitamos sua necessidade de se sentir importante e aceito.

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Firmeza e Gentileza

Autoridade é ensinar pelo exemplo e admiração. Para que seu filho adolescente te respeite e te
veja como autoridade é preciso usar o caminho do meio: ser FIRME e GENTIL.

Firmeza é sustentar o não e combinados claros, sem usar a punição ou autoritarismo.

Gentileza é tratar seu filho com respeito, escutar ativamente o que ele tem a dizer e validar
seus sentimentos.

Os extremos são o autoritarismo e a permissividade. o caminho do meio é não humilhar e sim


tratar com amor e respeito, usando o exemplo como forma de aprendizado.

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Encorajamento

Encorajar é incentivar. Acreditar que o seu filho é capaz. Mostrar que você confia nele.

Adolescentes sentem muita necessidade de se mostrarem capazes. Com os pais


incentivando e demonstrando confiança, eles poderão ter a validação que precisam para
serem quem são com segurança e autoestima.

Esta é uma fase crítica de identidade. É quando estão se redescobrindo. Sua autoimagem
se abala facilmente. Seja, você, portanto, o pai ou a mãe que valoriza e escuta os anseios e
reforça positivamente suas habilidades.

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Pausa Positiva

A Pausa Positiva é uma ferramenta fantástica para o adolescente. Na verdade funciona


para todas as idades. Mas, especialmente na adolescência, quando os hormônios estão
fervilhando, pode ser uma forma de manter o autocontrole emocional.
A Pausa Positiva é se dar um tempo em um momento de estresse, raiva ou frustração
para se acalmar e se recompor. É geralmente nos momentos de maior tensão que os
pais chegam com diversos sermões e muitas chegam a humilhar seus filhos. Serve para
você como mãe/pai e para seu filho adolescente.
Sugira a seu filho que dê uma volta ou descanse a mente por 10 minutos, seja
meditando ou lendo um livro. Faça você o mesmo. Espere a raiva ou o sentimento
intenso passar. Depois converse com ele (a), com respeito, sendo FIRME e GENTIL.

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Perguntas
Poderosas

Filhos adolescentes tiram os pais do sério muitas


vezes. Questionam e mostram desinteresse pelas
regras, apresentando um comportamento muitas
vezes agressivo.
Uma das coisas que intensifica este
comportamento é a imposição e a forma
acusadora que os pais usam para falar com seus
filhos.
Pergunte ao seu filho como ele se sente quando
algo lhe é imposto ou quando ele é acusado sem
opção de resposta. Este adolescente sente-se
injustiçado e não terá nenhuma intenção de
colaborar.

Uma ferramenta muito eficaz para lidar com


filhos adolescentes é utilizar as famosas
PERGUNTAS PODEROSAS.
Perguntar gera abertura, não acusa e dá
oportunidade do adolescente ser escutado.
Quando somos escutados elaboramos
nossas questões internas e encontramos
soluções mais facilmente.
Então, ao invés de acusar seu filho de mentir
ou fazer algo diferente do combinado,
pergunte:
“Quer me contar sobre como foi a saída com
seus amigos?”

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Escute genuinamente
sem julgar

A relação muda quando fazemos perguntas. Abrimos espaço para o diálogo. E a conversa vai
fluir melhor. Seu filho poderá falar sobre seus sentimentos e situações que aconteceram sem
se sentir julgado ou desajustado.
Se falar sobre sentimentos é algo difícil para adultos, imagine para adolescentes? Muitas
vezes os exageros ou vícios, até mesmo depressão e ansiedade, surgem por falta de elaborar
as próprias emoções.
Como nós, pais, temos já pré-julgamentos sobre o que entendemos ser certo e errado, a
expressão corporal muda quando escutamos algo que reprovamos. Principalmente quando
são nossos filhos. Este gesto pode inibir uma conversa natural ou fechar um canal de
conversa que proporcionar uma relação de conexão e aproximação.
Todos precisamos elaborar nossos sentimentos. Quando falamos sobre o que nos
incomoda, ou o que nos deixa felizes, esvaziamos a mente e podemos seguir em frente com
novas situações e emoções. Falar é terapêutico. Escute seu filho genuinamente, sem
julgamento ou expressões de reprovação. Desta forma seu filho irá se sentir mais
confortável para te procurar para falar sobre suas experiências e anseios.

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“Entre as idades de 12 e 24 anos, o
cérebro muda em aspectos
importantes e muitas vezes
enlouquecedores. Não é de admirar
que muitos pais se aproximam da
adolescência de seus filhos com
medos e receios.

O desenvolvimento do cérebro afeta o


comportamento e as relações dos
adolescentes.”

Daniel Siegel

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Depressão e ansiedade
na adolescência

As causas da depressão e dos transtornos de ansiedade podem ter origens biológicas,


psicológicas e sociais. Alguns fatores considerados de risco, podem contribuir com a incidência
dos mesmos na adolescência, tais como:
Ÿ problemas na gestação;
Ÿ histórico familiar de depressão ou transtornos de ansiedade;
Ÿ depressão materna;
Ÿ bullying;
Ÿ abusos e agressões físicas e psicológicas;
Ÿ privação de sono;
Ÿ redução do tempo de presença com os pais;
Ÿ pouca oportunidade de brincar e estar com outras crianças, entre outros.

Fonte: https://institutoneurosaber.com.br/depressao-e-ansiedade-na-infancia-e-adolescencia/ 13
Depressão e ansiedade
na adolescência

Cada pessoa é única, mas ainda assim, existem alguns sintomas comuns nos casos de
depressão e ansiedade na adolescência, tais como:

Ÿ baixa autoestima e autoconfiança; Ÿ dificuldade de concentração;


Ÿ culpa; Ÿ alterações no apetite;
Ÿ dificuldade para dormir ou insônia; Ÿ doenças psicossomáticas;
Ÿ apatia e desinteresse por atividades e Ÿ recusa a ir para escola;
brincadeiras; Ÿ pensamentos suicidas, entre outros.
Ÿ irritabilidade e agitação psicomotora;

A ansiedade leva crianças e adolescentes a evitarem contato com o que a está causando. Ela
pode trazer prejuízos imediatos, mas também de médio e longo prazo, como baixa autoestima
e desinteresse generalizado. Caso não seja tratado na infância ou na adolescência
devidamente, é grande a possibilidade que essa condição se agrave na vida adulta.
Como evitar um quadro mais grave? O bom relacionamento dos pais com seus filhos, diálogo
aberto, escuta genuína geram um cenário de conexão e harmonia. Sem dúvida a conexão pode
ajudar um adolescente em depressão ou ansiedade ou até mesmo prevenir este quadro.
A conexão aproxima e cria uma relação de confiança entre pais e filhos, favorecendo a abertura
para o adolescente falar sobre seus sentimentos e angústias.

Fonte: https://institutoneurosaber.com.br/depressao-e-ansiedade-na-infancia-e-adolescencia/

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7 dicas para criar conexão
com seu filho adolescente

Segundo Jane Nelsen e Lynn Lott no livro Disciplina Positiva


para adolescentes, estas dicas são valiosas:

1. Coloque-se no lugar do seu filho e seja empático.


2. Ouça e seja curioso.
3. Pare de se preocupar com o que os outros pensam – faça o que
4. é melhor para seu filho adolescente.
5. Substitua humilhação por encorajamento.
6. Certifique-se de que a mensagem do amor seja compreendida.
7. Encoraje seu filho adolescente a se concentrar em soluções.
Faça acordos respeitosos.

NELSEN, J. & LOTT, L. Disciplina positiva para adolescentes.


3ª ed. São Paulo: Manole, 2019. Capítulo 2, páginas 20 e 21.
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O Poder
da Empatia

A adolescência é a fase em que se cria


uma identidade. Pais controladores
querem que seus filhos façam o que
eles entendem que é o certo e sejam
quem eles querem que seja.

Vejam a complexidade da situação: o


adolescente em plena mudança e
identificação de si mesmo precisa, além
de descobrir quem realmente é,
atender às expectativas dos pais.

Mas seu filho pode pensar de forma


diferente e está tudo bem. Quanto mais
forçamos que ele aja como queremos,
mais estamos criando um abismo no
relacionamento entre pais e filhos.

“Calce o sapato do seu filho”. Seja empático. Pergunte como ele se sente. Isto cria conexão e
gera uma atmosfera de amor e colaboração.
O controle dos pais faz o adolescente sentir que é amado condicionalmente. Pois só se sentirá
amado quando fizer o que os pais querem que ele faça.
Não podemos forçar nossos filhos a agirem como queremos. E quanto mais tentamos
controlar, mais damos espaço para mentiras e omissões.

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As 5 linguagens
do amor dos adolescentes

1. Toque físico
2. Palavras de afirmação
3. Tempo de qualidade
4. Presentes
5. Atos de Serviço

“Os pais podem verdadeiramente amar seus filhos, mas


precisam falar a linguagem que lhes transmita este amor”
Gary Champman & Ross Campbell

CHAMPMAN G. As 5 linguagens do amor dos adolescebtes:


como expressar um compromisso de amor a seu filho. 3 ed.
São Paulo: Mundo Cristão, 2018.
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Linguagens
do Amor

Vamos nos aprofundar aqui nas duas


primeiras linguagens do amor: Toque
físico e palavras de afirmação.

Muitos pais se afastam fisicamente dos


filhos adolescentes, talvez por
entenderem que é uma fase em que se
descobre a sexualidade.

É comum o pai deixar de abraçar ou dar


um beijo no rosto de sua filha, por
exemplo. Porém, estes adolescentes ainda precisam do toque, do carinho e do contato físico.

Principalmente aqueles que tem como linguagem do amor o “toque físico”. Não precisa
abraçar se o filho não quer. O adolescente pode até mesmo rejeitar carinhos. Mas o toque
pode ser uma mão no ombro, por exemplo. Este gesto já mostra o carinho e afeto que este
jovem tanto precisa.

“Palavras de afirmação” podem ser


sempre utilizadas como encorajamento:
“Você é capaz, acredito em você.”
“Tenho confiança que você consegue
fazer este projeto. Você tem total
capacidade”.

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“Ser empático é ver o mundo com os
olhos do outro, e não ver o nosso
mundo refletido nos olhos dele.”

Autor desconhecido

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Referências

NELSEN, J. & LOTT, L. Disciplina positiva para adolescentes. 3ª ed. São Paulo: Manole, 2019.

SIEGEL D. Cérebro adolescente: o grande potencial, a coragem e a criatividade da mente dos 12


aos 24 anos. 1ª ed. São Paulo: nVersos, 2016.

CHAMPMAN G. As 5 linguagens do amor dos adolescebtes: como expressar um compromisso


de amor a seu filho. 3 ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2018.

DEPRESSÃO E ANSIEDADE NA ADOLESCÊNCIA OU INFÂNCIA. Instituto NeuroSaber,


Londrina17 de abril . Disponível em https://institutoneurosaber.com.br/depressao-e-
ansiedade-na-infancia-e-adolescencia/ 17.04.2020.

Referência:
BELMIRO, M. E-BOOK 2: Kids Coaching Formal e
Informal do ICIJ. Disponível em:
<https://kidscoaching.com.br/ >. Acesso em: 14/06/2020.

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EDUCAÇÃO
CONSCIENTE

Mariana Lima, mãe de gêmeos,


psicóloga, Professional & Self
Coach, Practioner PNL, Kid
Coach (ICIJ), certificada como
Educadora Parental, Disciplina
Positiva na Escola e na Sala de
Aula pela PDA (Positive
Discipline Association - USA).

@educarconscienteoficial
www.educarconsciente.com.br

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