Preparando para o Saresp.
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Olá, Estudante!
Você está recebendo uma avaliação dos componentes de Língua Portuguesa e Matemática, respectiva-
mente, e uma Folha de Respostas, que deve ser preenchida quando seu professor autorizar.
Comece escrevendo seu nome completo, seu turno e sua turma em cada um dos campos a seguir, sendo
cada quadrado para uma letra ou número.
NOME DO ESTUDANTE
TURMA TURNO
INSTRUÇÕES
● As provas de Matemática e de Língua Portuguesa estão divididas, cada uma, em 2 blocos com 13 itens cada, totalizando
52 itens distribuídos em 4 blocos.
● Leia com atenção os enunciados antes de responder ao item e marque suas respostas neste caderno.
● Cada item tem uma única resposta correta.
● Faça um X na opção que você escolher como certa.
● Procure não deixar questões sem resposta.
● Use lápis preto para marcar as respostas. Se você se enganar, pode apagar e marcar novamente.
● Você terá 25 minutos para responder a cada bloco.
● Aguarde sempre o aviso do seu professor para começar o bloco seguinte.
● Quando for autorizado pelo professor, transcreva suas respostas para a Folha de Respostas, utilizando caneta de tinta
azul ou preta.
● Siga o modelo de preenchimento na penúltima página deste caderno.
LÍNGUA PORTUGUESA
Item 3 D10
sítio, dispersa e fugida com os escravos, ei-la re-
colhida no espelho. Imaginai um homem que, pou-
co a pouco, emerge de um letargo, abre os olhos
Leia o texto a seguir.
sem ver, depois começa a ver, distingue as pessoas
dos objetos, mas não conhece individualmente uns
nem outros; enfim, sabe que este é Fulano, aquele
O espelho
é Sicrano;
Esboço de uma nova teoria da alma [...].
humana
[...] Se lhes disser que o entusiasmo da tia Fonte: ASSIS, M. Obra completa: o espelho. Rio de Janeiro:
Marcolina chegou ao ponto de mandar pôr no meu Nova Aguilar, 1994. v. II. Disponível em: http://www.dominio-
publico.gov.br/download/texto/bv000240.pdf. Acesso em: 18
quarto um grande espelho, obra rica e magnífica, jun. 2023.
que destoava do resto da casa, cuja mobília era
modesta e simples…
[...] Então tive medo; atribuí o fenômeno à ex- O conflito gerador do enredo presente no texto é
citação nervosa em que andava; receei ficar mais
tempo, e enlouquecer. — Vou-me embora, disse
comigo. E levantei o braço com gesto de mau hu- (A) a tradição familiar do espelho antigo.
mor, e ao mesmo tempo de decisão, olhando para (B) a incompreensão da figura refletida no espelho.
o vidro; o gesto lá estava, mas disperso, esgaçado,
mutilado... entrei a vestir-me, murmurando co- (C) a farda de alferes que o personagem decide
migo, tossindo sem tosse, sacudindo a roupa com vestir.
estrépito, afligindo-me a frio com os botões, para (D) o entusiasmo da tia Marcolina com o espelho.
dizer alguma coisa. De quando em quando, olha-
va furtivamente para o espelho; a imagem era a
mesma difusão de linhas, a mesma decomposição
de contornos... continuei a vestir-me. Subitamente
por uma inspiração inexplicável, por um impulso
sem cálculo, lembrou-me... se forem capazes de
adivinhar qual foi a minha ideia...
— Diga.
— Estava a olhar para o vidro, com uma persis-
tência de desesperado, contemplando as próprias
feições derramadas e inacabadas, uma nuvem de
linhas soltas, informes, quando tive o pensamen-
to... não, não são capazes de adivinhar.
— Mas, diga, diga.
— Lembrou-me de vestir a farda de alferes. Ves-
ti-a, aprontei-me de todo; e, como estava defronte
do espelho, levantei os olhos, e... não lhes digo
nada; o vidro reproduziu então a figura integral;
nenhuma linha de menos, nenhum contorno diver-
so; era eu mesmo, o alferes, que achava, enfim,
a alma exterior. Essa alma ausente com a dona do
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LÍNGUA PORTUGUESA 9° ANO – BLOCO 01
Item 4 D4
respectiva disponibilidade pode facilitar o acesso à
informação, que pode ser usada para gerar conhe-
cimento e, consequentemente, melhorar a apli-
Leia o texto a seguir.
cação nas políticas públicas. Neste ínterim, desde
2011, no Brasil, o acesso aos dados públicos vem
sendo ampliado, momento no qual foi sancionada a
Ciência e políticas públicas: a
Lei de Acesso à Informação. Ainda assim, o formato
contribuição das pesquisas da USP no disponível dos dados não é padronizado, e algumas
diálogo para a sustentabilidade entidades ainda não têm sistemas amigáveis para
obtenção de dados brutos nem oferecem uma aná-
A pesquisa científica é fundamental para as po-
lise preliminar dos mesmos.
líticas públicas de sustentabilidade. Sua relevância
reside no fato de ela auxiliar na tomada de deci- Para que os dados sejam transformados em in-
sões pautadas em evidências e não em opiniões. formação de fácil entendimento e aplicação para
Contudo, ainda há dois grandes desafios pela fren- dar suporte às políticas públicas, podem ser utili-
te: a utilização dos resultados das pesquisas cien- zadas técnicas computacionais para coleta, fusão,
tíficas pelos formuladores de políticas públicas e o análise, extração de conhecimento e disseminação
acesso dos pesquisadores aos dados públicos que de dados e informações. Por meio de ferramentas
subsidiem suas análises. simples e disponíveis que entreguem análises e vi-
sualização dos dados públicos é possível agilizar a
As atuais crises vivenciadas em âmbito mundial
interpretação dos especialistas.
(socioeconômicas, ambientais e sanitárias) de-
monstraram que a produção da ciência e a cons- [...]
trução de políticas públicas são indissociáveis. Elas
Fonte: CARVALHO. et al. Ciência e políticas públicas: a
possuem um objetivo comum que é a construção de contribuição das pesquisas da USP no diálogo para a susten-
uma sociedade mais equânime e ambientalmente tabilidade. Jornal da USP. Disponível em: https://jornal.usp.
sustentável. Portanto, ambas precisam caminhar br/?p=645174. Acesso em: 11 de jun. 2023.
lado a lado, amparando-se e retroalimentando-se.
De modo a contribuir com o diálogo entre ciência
e políticas públicas, este artigo apresenta as pes- De acordo com o texto, é possível inferir que
quisas desenvolvidas pelo grupo Meio Ambiente,
Gestão Ambiental, Resíduos Sólidos, Recursos Hu-
manos, Saúde Ambiental, Segurança Alimentar e (A) a Superintendência de Gestão Ambiental da
Comunicação Ambiental, que é um dos apoiados USP apoia financeiramente todas as pesquisas re-
pela Superintendência de Gestão Ambiental da USP alizadas no Brasil.
e conduzido no âmbito do Programa USPSusten. As (B) os dados coletados pela pesquisa científica
pesquisas foram propostas visando ao enfrenta- sempre são de fácil acesso e compreensão para os
mento das urgências ambientais impostas pela atu- formuladores de políticas públicas.
alidade, sem perder de vista o necessário diálogo
com as políticas públicas. Os temas abordados dia- (C) A dificuldade de acesso a dados pode limitar o
logam diretamente com a Agenda 2030, composta impacto da pesquisa em políticas sustentáveis.
dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (D) a Organização das Nações Unidas (ONU) foi a
– ODS propostos pela Organização das Nações Uni- única responsável pela implementação dos Objeti-
das – ONU, em 2015, e adotados pelos países signa- vos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
tários, dentre eles, o Brasil.
Uma questão inicial e transversal a todos os te-
mas em pauta é o acesso aos dados, isso porque a
pesquisa científica é embasada por estes, e a sua
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O trecho que indica variedade linguística regional é
Leia o texto a seguir. (A) “Vivia só com o filho, que passava os dias na
pesca do pirarucu e do peixe-boi, vendido no porto
de Alenquer.”
O voluntário
(B) “E se os tipitis, as cuiambucas e todos os utensis
A VELHA TAPUIA ROSA já não podia cuidar da caseiros andavam sempre lavados com cuidado.”
pequena lavoura que lhe deixara o marido. Vivia só
com o filho, que passava os dias na pesca do pira- (C) “Trazia o terreiro bem varrido e o porto livre
rucu e do peixe-boi, vendido no porto de Alenquer das canaranas que a corrente do rio vinha ali de-
e de que tiravam ambos o sustento, pois o cacau positando.”
mal chegava para a roupa e para o tabaco. Apesar (D) “Rosa tecia redes, e os produtos da sua peque-
da pobreza rústica da casa, com as suas portas de na indústria gozavam de boa fama nos arredores.”
japá e as paredes de sopapo, com o chão de terra
batida, cavada pela ação do tempo, tinha a tapuia
em alguma conta o asseio. Trazia o terreiro bem
varrido e o porto livre das canaranas que a cor-
rente do rio vinha ali depositando. E se os tipitis,
as cuiambucas e todos os utensis caseiros andavam
sempre lavados com cuidado, as redes de dormir
pareciam ter saído do tear, de brancas e novas
que sempre se encontravam. Rosa tecia redes, e
os produtos da sua pequena indústria gozavam de
boa fama nos arredores. A reputação da tapuia
crescera com a feitura duma mangueira de tucum
ornamentada com a coroa brasileira, obra de in-
gênuo gosto, que lhe valera a admiração de toda
a comarca, e provocara a inveja da célebre Ana
Raimunda, de Óbidos, a qual chegara a formar uma
fortunazinha com aquela especialidade, quando a
indústria norte-americana reduzira à inatividade os
teares rotineiros do Amazonas. Ana Raimunda seria
uma coisa nunca vista no fabrico de redes de apa-
rato, mas não lhe receava Rosa a competência na
tecedura do algodão e do tucum, talento de que
tinha quase tanto orgulho como de haver parido o
mais falado pescador daquela redondeza
[...]
Fonte: SOUZA, I. Contos amazônicos. Coleção acervo brasi-
leiro. 2 ed. v. 1. Disponível em: https://cadernosdomundoin-
teiro.com.br/pdf/Contos-amazonicos-2a-edicao-Cadernos-do-
-Mundo-Inteiro.pdf. Acesso em: 17 jun. 2023.
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agouro um cristão enfeitar-se com uma rosa da-
quelas!...
Leia o texto a seguir. Mas, mesmo ninguém poderia lá chegar; o ma-
nantial defende a roseira baguala: mal um firma o
pé na beirada, tudo aquilo treme e bufa e borbu-
No manantial lha...
— Está vendo aquele umbu, lá embaixo, à direi- Uns carreteiros que acamparam na tapera do
ta do coxilhão? Mariano contaram que pela volta da meia-noite vi-
ram sobre o manantial duas almas, uma, vestida de
Pois ali é a tapera do Mariano. Nunca vi pêsse- branco, outra, de mais escuro..., e ouviram uma
gos mais bonitos que os que amadurecem naquele voz que chorava um choro mui suspirado e outra
abandono; ainda hoje os marmeleiros carregam, que soltava barbaridades...
que é uma temeridade!
Mas como era longe e eles estavam de cabelos
Mais para baixo, como umas três quadras, há em pé... — pois nem os cachorros acuavam, só ui-
uns olhos-d’água, minando as pedras, e logo adian- vavam... uivavam... — não puderam dar uma rela-
te uns coqueiros; depois pega um cordão de ara- ção mais clara do caso.
çazeiros.
E o lugar ficou mal-assombrado.
Diziam os antigos que ali encostado havia um
lagoão mui fundo onde até jacaré se criava. [...]
Eu, desde guri conheci o lagoão já tapado pelos Fonte: NETO, J. S. L. Contos gauchescos: no manantial. 9
ed. Porto Alegre: Globo, 1976. Col. Provínci. p. 12. Disponível
capins, mas o lugar sempre respeitado como um
em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/
tremedal perigoso: até contavam de um mascate bv000121.pdf. Acesso em: 18 jun. 2023.
que aí atolou-se e sumiu-se com duas mulas car-
gueiras e canastras e tudo...
Mais de uma rês magra ajudei a tirar de lá; iam A variedade linguística evidenciada pelo locutor no
à grama verde e atolavam-se logo, até a papada. trecho do texto é
Só cruzam ali por cima as perdizes e algum cusco
leviano.
(A) a fala coloquial presente nas cidades grandes
Com certeza que as raízes do pasto e dos agua- do sul do Brasil.
pés foram trançando uma enrediça fechada, e o
barro e as folhas mortas foram-se amontoando e, (B) a linguagem formal padrão, utilizada em docu-
pouco a pouco, capeando, fazendo a tampa do su- mentos oficiais e literatura clássica.
midouro. (C) o dialeto gaúcho, típico da região sul do Brasil.
E depois nunca deram desgoto na ponta do la- (D) a linguagem técnica, própria de contextos cien-
goão, porque, se dessem, a água corria e não se tíficos ou profissionais.
formaria o mundéu…
Mas, onde quero chegar: vou mostrar-lhe, lá,
bem no meio do manantial, uma cousa que vancê
nunca pensou ver; é uma roseira, e sempre carre-
gada de rosas...
Gente vivente não apanha as flores porque
quem plantou a roseira foi um defunto... e era até
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ticas. Elas podem incluir a conservação e a implan-
tação de áreas verdes e a recuperação de ecossis-
temas, como mangues e florestas, que ajudam a
Leia o texto a seguir.
controlar enchentes, absorver carbono e reduzir a
poluição atmosférica.
Estratégias para enfrentar os riscos Para enfrentar a vulnerabilidade aos riscos de-
decorrentes da emergência climática no correntes das mudanças climáticas, estratégias e
Brasil planos de adaptação climática estão sendo colo-
cados em prática e, nesse contexto, temos uma
Por Deize Sbarai Sanches Ximenes e Ivan Carlos grande linha de projetos e ações baseada nas So-
Maglio, pesquisadores do LABVerde da Faculda- luções baseadas na Natureza (SbN) para reduzir a
de de Arquitetura e Urbanismo da USP e do USP vulnerabilidade dos territórios urbanos e rurais aos
Cidades Globais do Instituto de Estudos Avançados riscos climáticos.
da USP [...]
Os riscos e impactos das mudanças climáticas Fonte: XIMENES, D. S.; MAGLIO, I. C. Estratégias para
são sentidos em todas as partes do mundo com os enfrentar os riscos decorrentes da emergência climática
eventos extremos que assolam as cidades e sua no Brasil. Jornal da USP. Disponível em: https://jornal.usp.
br/?p=641921. Acesso em: 11 jun. 2023
população. O efeito do aquecimento global é uma
realidade evidenciada por especialistas e referen-
dada nos últimos relatórios científicos do Painel
No trecho “A emergência climática ameaça o bem-
Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC)
estar humano e a saúde planetária, mas há ainda
da Organização das Nações Unidas (ONU), que com-
uma janela de oportunidade — que se fechará
provam a interferência negativa da ação humana
rapidamente...” a expressão destacada indica
na natureza, e em especial nas cidades mais vul-
neráveis.
A emergência climática ameaça o bem-estar hu- (A) um espaço físico onde podemos ver as mudan-
mano e a saúde planetária, mas há ainda uma jane- ças climáticas.
la de oportunidade — que se fechará rapidamente
(B) um tempo limitado para agir antes que seja tar-
— para garantir um futuro habitável e sustentável
de demais.
para todos. Nesse contexto é fundamental buscar
ações de resiliência ao clima que integrem ações (C) uma ferramenta tecnológica usada para moni-
de adaptação e de mitigação aos riscos climáticos torar o clima.
para promover o desenvolvimento sustentável para
(D) uma política governamental para enfrentar a
todos.
emergência climática.
No Brasil, os efeitos da emergência climática já
são sentidos em diversas regiões, como o aumento
da temperatura média, a ocorrência de secas pro-
longadas, chuvas cada vez mais intensas causando
enchentes e deslizamentos de terra. Para enfren-
tar esses riscos, é fundamental a implantação de
soluções baseadas na natureza e a adaptação base-
ada em ecossistemas.
As soluções baseadas na natureza são medidas
que utilizam os processos naturais para proteger as
cidades e reduzir os impactos das mudanças climá-
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LÍNGUA PORTUGUESA 9° ANO – BLOCO 01
Item 9 D3
as quais respondem ao parasita. Dependendo do
nível de ativação, você pode ter mais ou menos
parasitas no organismo”, diz.
Leia o texto a seguir.
[...]
Descoberta molécula que age na Fonte: CARDOSO, T. Descoberta molécula que age na infla-
inflamação cardíaca no mal de Chagas mação cardíaca no mal de Chagas. Jornal da USP. Disponível
em: https://jornal.usp.br/?p=161287. Acesso em: 11 jun.
Descoberta pode auxiliar na produção de fár- 2023.
macos para o combate à doença, que atinge 7
milhões de pessoas na América Latina
De acordo com o texto, a palavra “miocardite”
Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Doen- indica
ças Inflamatórias (Crid) e da USP deram mais um
passo para desvendar os mecanismos envolvidos
na infecção por Trypanosoma cruzi, protozoário (A) a fase aguda da doença de Chagas.
que causa a doença de Chagas. Eles identificaram (B) o parasita que causa a doença de Chagas.
uma molécula, a fosfatidilinositol 3-quinase (PI3K)
gama, que tem papel importante no reconheci- (C) uma inflamação no coração que pode ser causa-
mento do parasita e também no recrutamento de da pela doença de Chagas.
células de defesa do organismo para combatê-lo. (D) um fármaco usado no tratamento da doença de
O artigo foi publicado dia 17 de abril no periódico Chagas.
científico Nature Communications.
Problema que atinge aproximadamente 7 mi-
lhões de pessoas na América Latina, a doença de
Chagas é caracterizada por uma fase aguda, que
desaparece dentro de poucas semanas após a in-
fecção, e uma fase crônica, que acompanha o
paciente até o fim da vida. Nesta fase crônica,
embora a maioria dos pacientes permaneça sem
sintomas, 30% deles podem desenvolver miocardi-
te, uma inflamação no coração que leva a quadros
de insuficiência cardíaca, arritmia e morte súbita.
Segundo o pesquisador principal do Crid e do-
cente da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
(FMRP) da USP João Santana da Silva, a PI3K gama
precede a regulação final de várias citocinas rela-
cionadas à maior ou menor resistência à infecção.
“Nós mostramos nesse artigo que a PI3K gama é
uma molécula que regula a miocardite. Quando o
animal está infectado, ele induz a expressão de
PI3K gama e depois de moléculas quinase, que vão
conferir maior ou menor quantidade de citocinas,
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LÍNGUA PORTUGUESA 9° ANO – BLOCO 01
Item 10 D10
a dizer com supremo desdém:
– São coisas de poesia que nem todos entendem,
Leia o texto a seguir. esses versos sem graça, são meus.
Teus? perguntou Anastácio no cúmulo do espan-
to.
Aurora sem dia
– Sim, senhor.
Naquele tempo contava Luís Tinoco vinte e um
anos. Era um rapaz de estatura meã, olhos vivos, – Pois tu fazes versos?
cabelos em desordem, língua inesgotável e paixões – Assim dizem.
impetuosas. Exercia um modesto emprego no foro,
donde tirava o parco sustento, e morava com o pa- – Mas quem te ensinou a fazer versos?
drinho cujos meios de subsistência consistiam no – Isto não se aprende; traz-se do berço. Anastá-
ordenado da sua aposentadoria. Tinoco estimava o cio leu outra vez os versos, e só então reparou na
velho Anastácio e este tinha ao afilhado igual afei- assinatura do afilhado. Não havia que duvidar: o
ção. rapaz dera em poeta.
[...] O certo é que um dia de manhã acordou Luís [...]
Tinoco escritor e poeta; a inspiração, flor abotoada
ainda na véspera, amanheceu pomposa e viçosa. O Tinoco entrou a escrever como quem se despe-
rapaz atirou-se ao papel com ardor e perseveran- dia da vida. Os jornais andavam cheios de produ-
ça, e entre as seis horas e as nove, quando o foram ções suas, umas tristes, outras alegres, não daquela
chamar para almoçar, tinha produzido um soneto, tristeza nem daquela alegria que vem diretamente
cujo principal defeito era ter cinco versos com sí- do coração, mas de uma tristeza que fazia sorrir, e
labas de mais e outros cinco com sílabas de menos. de uma alegria que fazia bocejar.
Tinoco levou a produção ao Correio Mercantil, que [...]
a publicou entre os a pedido. Mal dormida, entre- Fonte: ASSIS, M. Histórias da meia-noite: aurora sem dia.
meada de sonhos interruptos, de sobressaltos e São Paulo: LEL, [s.d.]. Coleção obras ilustradas de Machado de
ânsias, foi a noite que precedeu a publicação. A Assis. v.1 p. 176-246. Disponível em: http://www.dominiopu-
aurora raiou enfim, e Luís Tinoco, apesar de pouco blico.gov.br/download/texto/bv000185.pdf. Acesso em: 18 de
madrugador, levantou-se com o sol e foi ler o sone- jun. 2023.
to impresso. No texto, o conflito gerador do enredo se dá pelo
[...] O poeta puxou da algibeira o Correio fato de que
Mercantil, e o velho Anastácio entrou a ler para (A) “Naquele tempo contava Luís Tinoco vinte e um
si a obra do afilhado. Com os olhos pregados no anos. Era um rapaz de estatura meã, olhos vivos,
padrinho, Luís Tinoco parecia querer adivinhar as cabelos em desordem, língua inesgotável e paixões
impressões que produziam nele os seus elevados impetuosas.”
conceitos, metrificados com todas as liberdades
possíveis do consoante. Anastácio acabou de ler os (B) “O certo é que um dia de manhã acordou Luís
versos e fez com a boca um gesto de enfado. Tinoco escritor e poeta; a inspiração, flor abotoada
ainda na véspera, amanheceu pomposa e viçosa.”
– Isto não tem graça, disse ele ao afilhado es-
tupefato; que diabo tem a lua com a indiferença (C) “O poeta puxou da algibeira o Correio Mercan-
dessa moça, e a que vem aqui a morte deste es- til, e o velho Anastácio entrou a ler para si a obra
trangeiro? do afilhado.”
Luís Tinoco teve vontade de descompor o padri- (D) “Tinoco entrou a escrever como quem se des-
nho, mas limitou-se a atirar os cabelos para trás e pedia da vida. Os jornais andavam cheios de produ-
ções suas, umas tristes, outras alegres.”
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LÍNGUA PORTUGUESA 9° ANO – BLOCO 01
Item 11 D4
Os municípios também estão sujeitos às conse-
quências drásticas dos eventos extremos causados
pelas mudanças climáticas, seja em zonas costeiras
Leia o texto a seguir.
ou interiores, enfrentando os riscos e os impactos
decorrentes do desordenamento das grandes cida-
Planos Diretores Municipais: a chave des e da crescente vulnerabilidade socioambiental.
para enfrentar os riscos climáticos Localidades que há poucas décadas apresentavam
estabilidade no crescimento demográfico, uso e
Por Maria da Penha Vasconcellos, professora da ocupação do solo e formas construtivas pouco den-
Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP e do USP sas e com maior permeabilidade do solo, vêm so-
Cidades Globais do Instituto de Estudos Avança- frendo significativas transformações, por escolhas
dos (IEA) da USP, Ivan Maglio, pesquisador da USP inadequadas e por falta de visão da economia do
Cidades Globais do IEA-USP, e Rogério Menezes, conhecimento e das novas oportunidades que sur-
secretário do Meio Ambiente do Município de gem da própria adaptação climática.
Campinas
[...]
Os Planos Diretores Municipais (PDMs) contêm
diretrizes e metas gerais para a gestão municipal, Fonte: VASCONCELLOS, M. P. et al. Planos Diretores Munici-
bem como normas para a organização do ordena- pais: a chave para enfrentar os riscos climáticos. Jornal da
mento territorial em um horizonte temporal defi- USP. Disponível em: https://jornal.usp.br/?p=647075. Acesso
em: 11 jun. 2023.
nido, possibilitando expectativas de futuro para o
planejamento local. Ao lidar com a materialidade
do que já se tem e projetar novas soluções para
O trecho que sugere a necessidade de adaptação
atender às novas necessidades, o Plano Diretor Mu-
dos municípios brasileiros às mudanças climáticas é
nicipal (PDM) possibilita organizar o modo de vida
coletivo, regulamentando, por meio do poder pú-
blico, o encaminhamento de planejamentos para
(A) diretrizes climáticas nos PDMs são vitais para a
respostas necessárias à vida social, econômica,
adaptação ambiental.
cultural, habitacional, mobilidade, educacional,
saúde pública, entre outras. (B) PDMs são importantes não só para grandes cida-
No Brasil, a Constituição Federal estabeleceu des, mas também para municípios menores face ao
a obrigatoriedade da elaboração do Plano Diretor impacto das mudanças climáticas.
Municipal para cidades com mais de 20 mil habi- (C) PDMs focados em estratégias de mitigação e
tantes. No entanto, as razões para a existência adaptação são cruciais para municípios enfrenta-
do plano diretor e a necessidade de adaptação às rem extremos climáticos.
mudanças climáticas sugerem que mesmo os mu-
nicípios com números de habitantes abaixo do li- (D) todos os municípios, independentemente de lo-
mite exigido adotem o PDM, contendo estratégias calização, precisam implementar medidas adapta-
voltadas à mitigação e à adaptação da cidade no tivas devido ao impacto das mudanças climáticas.
enfrentamento das mudanças climáticas extremas.
Nos últimos anos, tem-se observado um aumen-
to significativo no número de municípios brasileiros
que sofrem com problemas como assoreamento de
rios, perda de moradias, áreas de escorregamen-
to e de inundações, erosão e voçorocas, elevação
e fissuras em estradas, avenidas e ruas, desliza-
mentos de encostas e inundações que resultam em
mortes ou escassez hídrica.
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Item 12 D13
No texto, a linguagem utilizada pelo locutor é
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BLOCO 02
LÍNGUA PORTUGUESA
Item 14 D16
O trecho do texto que exemplifica o uso de ironia é
Leia o texto a seguir. (A) “HAMLET observa a Horácio que há mais cousas
no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia.”
A cartomante (B) “Era a mesma explicação que dava a bela Rita
ao moço Camilo, numa sexta-feira de novembro de
HAMLET observa a Horácio que há mais cousas 1869, quando este ria dela, por ter ido na véspera
no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia. Era consultar uma cartomante.”
a mesma explicação que dava a bela Rita ao moço
Camilo, numa sexta-feira de novembro de 1869, (C) “— Ria, ria. Os homens são assim; não acredi-
quando este ria dela, por ter ido na véspera con- tam em nada.”
sultar uma cartomante; a diferença é que o fazia (D) “em todo o caso, quando tivesse algum receio,
por outras palavras. a melhor cartomante era ele mesmo.”
— Ria, ria. Os homens são assim; não acreditam
em nada. Pois saiba que fui, e que ela adivinhou o
motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dis-
sesse o que era. Apenas começou a botar as cartas,
disse-me: “A senhora gosta de uma pessoa...” con-
fessei que sim, e então ela continuou a botar as Item 15 D18
cartas, combinou-as, e no fim declarou-me que eu
tinha medo de que você me esquecesse, mas que Leia o texto a seguir.
não era verdade...
— Errou! Interrompeu Camilo, rindo.
Curso gratuito oferece aperfeiçoamento
— Não diga isso, Camilo. Se você soubesse como em Biociências e Biotecnologia
eu tenho andado por sua causa. Você sabe; já lhe
disse. Não ria de mim, não ria... A Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribei-
rão Preto promove a Escola de Inverno em Bioci-
Camilo pegou-lhe nas mãos, e olhou para
ências e Biotecnologia, presencial e gratuita, com
ela sério e fixo. Jurou que lhe queria muito, que os
inscrições abertas até dia 20 de junho
seus sustos pareciam de criança; em todo o caso,
quando tivesse algum receio, a melhor cartomante De 10 a 14 de julho, a Faculdade de Ciências
era ele mesmo. Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP
promove a nona Escola de Inverno em Biociências
e Biotecnologia. O curso é direcionado para alunos
Fonte: ASSIS, M. Obra completa: a cartomante. Rio de de graduação dos cursos de Farmácia, Biomedici-
Janeiro: Nova Aguilar 1994. v. II. Disponível em: http://www.
dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000257.pdf. Acesso
na, Bioquímica, Biotecnologia, Biologia e Medicina
em: 18 jun. 2023. e oferece 30 vagas.
Entre os objetivos do curso estão contribuir
para a difusão de conhecimentos científicos atu-
ais, com ênfase para os trabalhos desenvolvidos no
Programa de Pós-graduação em Biociências e Bio-
tecnologia na FCFRP, além de oferecer oportunida-
de para que os graduandos e profissionais possam
se aperfeiçoar por meio de palestras e atividades
práticas, com conhecimento de técnicas e aborda-
18
LÍNGUA PORTUGUESA 9° ANO – BLOCO 02
gens atuais de temas relacionados ao ensino e pes- odontológica. Armazenamento e descarte corre-
quisa científica em Biociências e Biotecnologia, e tos.
também valorizar e contribuir para a formação dos
O evento é destinado a alunos e profissionais
alunos de pós-graduação da FCFRP. As inscrições
nas áreas de Odontologia e Farmácia e será apre-
estão abertas até o dia 20 de junho.
sentado pelos acadêmicos da FCFRP Fabiana Coe-
lho Inouye e Lucas Borges Pereira. Já a mediação, a
coordenação de imagem e a divulgação da palestra
Fonte: VALERI, J. Curso gratuito oferece aperfeiçoamento
em Biociências e Biotecnologia. Jornal da USP. Disponível em: são feitas pelos alunos da Forp Ana Beatriz de Sou-
https://jornal.usp.br/?p=647884. Acesso em: 12 jun. 2023. za Ramos e Aílton Cravo Moraes Filho, respectiva-
mente. O evento pode ser acompanhado por aqui.
O encontro multidisciplinar é parte do projeto
No texto, a escolha da palavra “aperfeiçoar” em
Formação de multiplicadores do programa educa-
“Curso gratuito oferece aperfeiçoamento em Bioci-
tivo: prevenção ao uso de próteses e sua manu-
ências e Biotecnologia” sugere que
tenção, coordenado pela professora Alma Blásida
Elizaur Catirse, dentro do Programa Aprender na
Comunidade da Pró-reitoria de Graduação da USP e
(A) o curso é destinado apenas a pessoas que já
Programa Unificado de Bolsas (PUB).
têm conhecimentos prévios nas áreas de Biociên-
cias e Biotecnologia.
(B) o curso tem o objetivo de iniciar pessoas nas Fonte: PIERRI, V. Uso de medicamentos na odontologia.
áreas de Biociências e Biotecnologia. Disponível em: https://jornal.usp.br/eventos-ribeirao/uso-de-
-medicamentos-na-odontologia/. Acesso em: 10 jun. 2023.
(C) qualquer pessoa, independentemente de co-
nhecimentos prévios, pode fazer o curso.
No texto, a expressão “Formação de multiplicado-
(D) o curso é uma oportunidade de divulgar o pro-
res” refere-se
grama de pós-graduação.
Item 17 D10
cruz da espada, mas logo sorriu. O moço guerreiro
aprendeu na religião de sua mãe, onde a mulher é
símbolo de ternura e amor. Sofreu mais d’alma que
Leia o texto a seguir.
da ferida.
O sentimento que ele pôs nos olhos e no rosto,
Iracema não o sei eu. Porém a virgem lançou de si o arco e
II a uiraçaba, e correu para o guerreiro, sentida da
mágoa que causara.
Além, muito além daquela serra, que ainda azu-
la no horizonte, nasceu Iracema. A mão que rápida ferira, estancou mais rápida e
compassiva o sangue que gotejava. Depois Iracema
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha quebrou a flecha homicida: deu a haste ao desco-
os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais nhecido, guardando consigo a ponta farpada.
longos que seu talhe de palmeira.
O guerreiro falou:
O favo da jati não era doce como seu sorriso;
nem a baunilha recendia no bosque como seu háli- — Quebras comigo a flecha da paz?
to perfumado. — Quem te ensinou, guerreiro branco, a lingua-
Mais rápida que a ema selvagem, a morena vir- gem de meus irmãos? Donde vieste a estas matas,
gem corria o sertão e as matas do Ipu,” onde cam- que nunca viram outro guerreiro como tu?
peava sua guerreira tribo da grande nação tabaja- — Venho de bem longe, filha das florestas. Ve-
ra, o pé grácil e nu, mal roçando alisava apenas a nho das terras que teus irmãos já possuíram, e hoje
verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras têm os meus.
águas.
— Bem-vindo seja o estrangeiro aos campos dos
Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um tabajaras, senhores das aldeias, e à cabana de Ara-
claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da quém, pai de Iracema.
oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite.
Fonte: ALENCAR, J. Iracema. 24. ed. São Paulo: Ática, 1991.
Os ramos da acácia silvestre esparziam flores p. 7. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/down-
sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem load/texto/bv000136.pdf. Acesso em: 18 jun. 2023.
os pássaros ameigavam o canto.
[...] No texto, o conflito gerador do enredo está rela-
Rumor suspeito quebra a doce harmonia da ses- cionado
ta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslum-
bra; sua vista perturba-se.
(A) à aparição de um guerreiro estrangeiro nos
Diante dela e todo a contemplá-la, está um campos dos tabajaras, provocando temor e curiosi-
guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau dade em Iracema.
espírito da floresta. Tem nas faces o branco das
areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste (B) à beleza e à agilidade de Iracema que a tornam
das águas profundas. Ignotas armas e tecidos igno- uma personagem admirada em sua tribo.
tos cobrem-lhe o corpo. (C) à habilidade de Iracema em atirar flechas e à
Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A rapidez com que ela estanca o sangue do desco-
flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue nhecido.
borbulham na face do desconhecido. (D) à declaração do guerreiro estrangeiro sobre a
De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a proveniência de suas terras, que foram antigamen-
te ocupadas pelos irmãos de Iracema.
20
LÍNGUA PORTUGUESA 9° ANO – BLOCO 02
21
LÍNGUA PORTUGUESA 9° ANO – BLOCO 02
No texto, a linguagem utilizada evidencia (A) o Papai Noel deseja descer pela chaminé.
(B) a lareira está acesa.
(A) o uso de expressões rebuscadas por todas as (C) o Natal é mágico.
personagens.
(D) alguém tem que apagar o fogo da lareira.
(B) uma linguagem coloquial utilizada pelo impe-
rador.
(C) a linguagem formal utilizada pelos vigaristas ao
conversar com o imperador.
(D) o uso de expressões repletas de gírias pelos vi-
garistas.
22
LÍNGUA PORTUGUESA 9° ANO – BLOCO 02
Item 21 D15
No trecho “Pouco tinham andado, quando ao cava-
leiro se figurou que, à mão direita do caminho, e
de dentro de um bosque, saíam umas vozes delica-
Leia o texto a seguir.
das, como de pessoa que se lastimava;”, o termo
destacado estabelece, com as ideias que o antece-
dem, uma relação de
Capítulo IV
Do que sucedeu ao nosso cavaleiro
saindo da venda (A) oposição.
(B) causa e efeito.
Queria já amanhecer, quando D. Quixote saiu da
venda, tão contente e bizarro, e com tanto alvoro- (C) comparação.
ço por se ver armado cavaleiro, que a alegria lhe (D) conclusão.
rebentava até pelas silhas do cavalo.
Mas, recordando-se do conselho do hospedeiro
acerca das prevenções tão necessárias que devia
levar consigo, especialmente no artigo dinheiro e
camisas, determinou voltar a casa, para se prover
de tudo aquilo, e de um escudeiro, deitando logo
o sentido à pessoa de um lavrador seu vizinho, que
era pobre e com filhos, mas de molde para o ofício
de escudeiro de cavalaria.
Com este pensamento, dirigiu o Rocinante para
a sua aldeia. O animal, como se adivinhara a von-
tade do dono, começou a caminhar com tamanha
ânsia, que nem quase assentava os pés no chão.
Pouco tinham andado, quando ao cavaleiro se
figurou que, à mão direita do caminho, e de dentro
de um bosque, saíam umas vozes delicadas, como
de pessoa que se lastimava; e, apenas as ouviu,
disse:
— Graças rendo ao céu pela mercê que me faz,
pois tão depressa me põe diante ocasião de eu
cumprir o que devo à minha profissão, e realizar os
meus bons desejos. — Estas vozes soltam-nas (sem
dúvida) algum ou alguma, que está carecendo do
meu favor e ajuda.
[...]
23
LÍNGUA PORTUGUESA 9° ANO – BLOCO 02
A segunda vida
Capítulo IV
Monsenhor Caldas interrompeu a narração do
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e desconhecido: — Dá licença? é só um instante. Le-
ao Lazer vantou-se, foi ao interior da casa, chamou o preto
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito velho que o servia, e disse-lhe em voz baixa:
à educação, visando ao pleno desenvolvimento de — João, vai ali à estação de urbanos, fala da
sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e minha parte ao comandante, e pede-lhe que venha
qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: cá com um ou dois homens, para livrar-me de um
[...] sujeito doido. Anda, vai depressa.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsá- E, voltando à sala:
veis ter ciência do processo pedagógico, bem como — Pronto, disse ele; podemos continuar.
participar da definição das propostas educacionais.
— Como ia dizendo a Vossa Reverendíssima,
Fonte: BRASIL. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990: dispõe morri no dia vinte de março de 1860, às cinco ho-
sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras
providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/
ras e quarenta e três minutos da manhã. Tinha
ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 18 de jun. 2023. então sessenta e oito anos de idade. Minha alma
voou pelo espaço, até perder a terra de vista, dei-
xando muito abaixo a lua, as estrelas e o sol; pe-
No texto, a expressão “ter ciência” é utilizada para netrou finalmente num espaço em que não havia
indicar que é mais nada, e era clareado tão-somente por uma
luz difusa. Continuei a subir, e comecei a ver um
pontinho mais luminoso ao longe, muito longe. O
(A) obrigação dos pais ensinar Ciências aos filhos. ponto cresceu, fez-se sol. Fui por ali dentro, sem
arder, porque as almas são incombustíveis. A sua
(B) preciso que os pais ou responsáveis tenham co-
pegou fogo alguma vez?
nhecimento sobre o processo pedagógico.
— Não, senhor.
(C) necessário que os pais tenham conhecimento
científico. — São incombustíveis. Fui subindo, subindo; na
distância de quarenta mil léguas, ouvi uma delicio-
(D) obrigatório que os pais frequentem a escola
sa música, e logo que cheguei a cinco mil léguas,
juntamente com os filhos.
desceu um enxame de almas, que me levaram num
palanquim feito de éter e plumas. Entrei daí a pou-
co no novo sol, que é o planeta dos virtuosos da
terra. Não sou poeta, monsenhor; não ouso descre-
ver-lhe as magnificências daquela estância divina.
[...] Afinal, concluídas as festas, convidaram-me a
tornar à terra para cumprir uma vida nova; era o
privilégio de cada alma que completava um milhei-
ro. Respondi agradecendo e recusando, mas não
havia recusar. Era uma lei eterna. A única liberdade
que me deram foi a escolha do veículo; podia nas-
24
LÍNGUA PORTUGUESA 9° ANO – BLOCO 02
cer príncipe ou condutor de ônibus. Que fazer? Que Alberto de Farias. O evento será totalmente aberto
faria Vossa Reverendíssima no meu lugar? ao público geral e ocorrerá das 10h às 14h, na Pra-
ça Elis Regina, localizada na Rua Pereira do Lago,
— Não posso saber; depende...
100, bairro Vila Gomes, em São Paulo.
[...]
Pela primeira vez, a disciplina de Eventos,
Fonte: ASSIS, M. Volume de contos: a segunda vida. Rio de Cerimonial e Protocolo está sendo aplicada aos es-
Janeiro: Garnier, 1884. Disponível em: http://www.dominio- tudantes, e o PetEca é o projeto principal desen-
publico.gov.br/download/texto/bv000207.pdf. Acesso em: 18
jun. 2023.
volvido pelos alunos. A ideia de realizar uma feira
de adoção foi um consenso dentro da turma, que
decidiu unir a causa animal ao objetivo final da
No texto, o fato gerador do conflito é disciplina: a elaboração de um evento. “Decidimos
fazer uma feira de adoção, pois, além de diminuir
o número de animais abandonados nas ruas e abri-
(A) a recusa inicial do desconhecido em retornar à gos, adotar é uma forma de amor para a vida do
vida terrena. animal adotado e para aquele que está adotando”,
conta Júlia Pinheiro, estudante de Relações Públi-
(B) a solicitação de Monsenhor Caldas por auxílio cas.
policial.
[...]
(C) a entrada no novo sol, o lugar dos virtuosos da
terra. Fonte: BARROS, M.F. Alunos da USP promovem feira de ado-
ção de animais aberta ao público. Jornal da USP. Disponível
(D) o encontro do desconhecido com o preto velho em: https://jornal.usp.br/?p=649951. Acesso em: 18 jun.
que servia Monsenhor Caldas. 2023.
Item 25 D13
No texto, o trecho que evidencia a variedade lin-
guística do locutor é
Leia o texto a seguir.
Regulamentar inteligência artificial (A) “Elas viraram assunto nos últimos meses...”
cria padrão jurídico para seu (B) “Para Cristina Godoy, professora da Faculdade
desenvolvimento de Direito de Ribeirão Preto...”
Trata-se, segundo Cristina Godoy, de uniformizar (C) “Eu vejo que existe um grande potencial para
as práticas adotadas pelas empresas e desenvol- ajudar em um primeiro momento a uniformizar as
vedores práticas...”
(D) “Busca-se regular, no âmbito jurídico, de forma
As inteligências artificiais (IAs), como o Chat-
cautelar, ou seja, preventiva...”
GPT, são sistemas computacionais, mecanismos e/
ou dispositivos que simulam a capacidade do ser
humano de pensar, resolver problemas, ou seja, de
“ser inteligente”. Elas viraram assunto nos últimos
meses pelo seu potencial de desenvolver textos,
desenhos, áudios e vozes. Além das redes sociais, Item 26 D4
as IAs “invadiram” universidades e, principalmen-
te, a política, graças ao seu potencial para criar Leia o texto a seguir.
narrativas falsas convincentes o suficiente para
causar caos e instabilidade na sociedade. Com isso, Museus da USP apresentam, juntos,
os debates para regulamentar esses sistemas já se
iniciaram e no Brasil não foi diferente.
suas histórias, acervos e pesquisas
Para Cristina Godoy, professora da Faculdade Na exposição 4 em 1 – Museus da USP, em cartaz
de Direito de Ribeirão Preto (FDRP) da USP, regula- no MAC, o público entra em contato com parte do
mentar as IAs é uma questão de uniformizar as prá- acervo dos quatro grandes museus da Universida-
ticas adotadas pelas empresas. “Eu vejo que existe de de São Paulo
um grande potencial para ajudar em um primeiro
Um encontro entre ciência, natureza, história
momento a uniformizar as práticas. Inclusive, se
e arte acontece no quarto andar do Museu de Arte
nós formos pensar nas causas levadas ao Judiciário,
Contemporânea (MAC) da USP. O visitante tem a
ter um padrão permite que se veja com mais clare-
oportunidade de conhecer os quatro grandes mu-
za o que se deve esperar de uma empresa ou IA.”
seus da Universidade de São Paulo, apontados como
Além do caráter uniformizador da regulamentação,
os mais importantes da América Latina. Todos em
Cristina explica que a regulamentação jurídica bus-
diálogo com o público.
ca antecipar os potenciais riscos que essas IAs po-
dem gerar no futuro. “Busca-se regular, no âmbito Cada um deles conta a própria história e pecu-
jurídico, de forma cautelar, ou seja, preventiva, liaridades por meio de suas pesquisas e acervos.
tentando antecipar os problemas que esses fenô- A mostra 4 em 1 – Museus da USP reúne peças do
menos podem gerar.” Museu de Zoologia (MZ), do Museu de Arqueologia
e Etnologia (MAE), do Museu Paulista (MP) e do MAC
[...]
– todos da USP –, além de objetos do Instituto de
Fonte: CAPELA, F. Regulamentar inteligência artificial cria Física da USP e do Instituto de Artes da Universida-
padrão jurídico para seu desenvolvimento. Jornal da USP. de Estadual de Campinas (Unicamp). Esse momen-
Disponível em: https://jornal.usp.br/?p=642374. Acesso em:
21 jun. 2023.
to inusitado que alia educação, cultura, pesquisa
e lazer está sendo compartilhado com a cidade e
26
LÍNGUA PORTUGUESA 9° ANO – BLOCO 02
27
BLOCO 03
MATEMÁTICA
Os números racionais são aqueles que podem ser Júlia fez suas compras de mercado por meio de um
representados no formato de uma fração. Desse aplicativo de celular. Ao receber as compras e ve-
modo, todo número inteiro é um número racional, rificar a nota fiscal, ela percebeu que houve uma
pois qualquer número inteiro pode ser escrito em falha na impressão no preço do arroz, como ilustra
representação fracionária. a figura a seguir:
Diante disso, o número inteiro 14 pode ser repre-
sentado por
SUPERMERCADO ALGEBRÃO
14 AV. DAS EQUAÇÕES, 67, INCÓGNITA-XY
(A) .
CEP: 85472-689 – CNPJ: 68.000.542/31-5
0 12/04/2023 – 19:12:05 COO: 089565
84
(B) . CUPOM FISCAL
4
001 FEIJÃO PRETO 1 kg............................R$ 8,79
112 002 CEBOLA.................................................R$ 5,20
(C) . 0,755g x 6,89
8 003 ARROZ 1 g...........................................................
004 REFRIGERANTE 2L LIMÃO.............R$ 6,29
154
(D) . TOTAL...................................................... R$ 25,12
12
30
MATEMÁTICA 9° ANO – BLOCO 03
A figura a seguir ilustra uma roldana cujos pratos Júlio ganhou um presente de aniversário cuja em-
contêm pesos com massas conhecidas, dadas em balagem possui o formato da imagem a seguir:
quilogramas (kg), e outros pesos em que a massa
está em função de x.
2x
34 kg 5x (A) (C)
(B) (D)
(A) 2 x + x + 37 > 34 + 5 x + 2 x .
(B) 3 < 4 x .
(C) 34 + 10 x > 37 + 2 x .
2 2
(D) 3 x 37 ≤ 34 7 x.
Fonte: elaborados para fins didáticos.
31
MATEMÁTICA 9° ANO – BLOCO 03
Observe a figura a seguir: Felipe fez um bolo para servir aos seus amigos. Na
receita que ele usou, um dos ingredientes era o
seguinte:
3
de xícara de chá de açúcar
4
Outra forma que essa fração pode ser representada é
(A) 3,40.
(B) 1,33.
32
MATEMÁTICA 9° ANO – BLOCO 03
Item 8 D37
33
MATEMÁTICA 9° ANO – BLOCO 03
(B)
(C)
(D)
34
MATEMÁTICA 9° ANO – BLOCO 03
Observe a figura a seguir. Ela representa um prisma Observe a figura a seguir. Ela representa uma pirâ-
pentagonal: mide hexagonal:
Observando o prisma pentagonal, é correto afirmar Observando a pirâmide hexagonal, é correto afir-
que ele possui mar que ela possui
(A) duas faces, dez arestas e dez vértices. (A) o número de faces, arestas e vértices iguais.
(B) sete faces, cinco arestas e dez vértices. (B) o número de faces e vértices iguais.
(C) quatro faces, doze arestas e seis vértices. (C) o número de faces maior que o número de ares-
tas.
(D) sete faces, quinze arestas e dez vértices.
(D) o número de vértices maior que o número de
faces.
35
MATEMÁTICA 9° ANO – BLOCO 03
Fig. II
Fig. I
36
MATEMÁTICA 9° ANO – BLOCO 03
9 0 4 0
As decomposições foram as seguintes:
37
BLOCO 04
MATEMÁTICA
Item 14 EF07MA10
(C)
(D)
(A)
(B)
40
MATEMÁTICA 9° ANO – BLOCO 04
Item 15 D32
As figuras ilustradas a seguir foram organizadas de modo a formar uma sequência com uma regularidade:
...
Considere Q o número de quadriláteros que compõe cada figura, e n a posição que cada figura ocupa na
sequência (n = 1, 2, 3, ...).
Uma expressão algébrica que permite calcular o número de quadriláteros de cada figura dessa sequência
é
(A) Q = 2n + 2.
(B) Q = 3n + 1.
(C) Q = 4n.
(D) Q = 4n + 1.
41
MATEMÁTICA 9° ANO – BLOCO 04
Observe a seguinte expressão algébrica: Uma empresa de locação de veículos oferece dois
tipos de serviço: aluguel comum e aluguel pre-
3a + 5b - 7c - 0, 5d mium. No aluguel comum, são ofertados carros po-
pulares, e no aluguel premium, carros mais sofis-
Para a = 5 , b = 8 , c = -4 e d =166 , o valor nu- ticados. O cálculo do preço do aluguel é realizado
mérico de expressão é igual a em função da quantidade de dias (D) de aluguel e
dos quilômetros rodados (Q). As expressões para o
cálculo do preço do aluguel em cada serviço estão
(A) –56. descritas na tabela a seguir:
(B) 0.
(C) 83.
(D) 175. SERVIÇO EXPRESSÃO PARA O CÁLCULO DO ALUGUEL
Aluguel
250 + 20 ∙ D + Q
comum
Aluguel
380 + 40 ∙ D + 1,5 ∙ Q
premium
42
MATEMÁTICA 9° ANO – BLOCO 04
Item 18 D3 Item 19 D3
43
MATEMÁTICA 9° ANO – BLOCO 04
Item 20 D3
Em um campeonato de construção de pipas, uma das regras era ter a parte superior da pipa, formada
pelo triângulo ABC, com as medidas relacionadas nas figuras abaixo. Outra regra era que os triângulos
ABC e ACD fossem semelhantes entre si.
Observando todas essas informações, a altura do triângulo ACD, representada pela variável x, vale:
44
MATEMÁTICA 9° ANO – BLOCO 04
Paulo está planejando uma viagem de carro, par- Nas diversas regiões do mundo, as temperaturas
tindo da cidade de São Paulo até Salvador. Ele fez são medidas em diferentes escalas. No Brasil, me-
uma pesquisa e constatou que a distância entre as dimos a temperatura na escala Celsius. Em países
duas cidades é de 1 966 km. como Inglaterra e Estados Unidos, a temperatura é
medida na escala Fahrenheit. Para converter uma
temperatura dada na escala Celsius (C) para Fahre-
Essa mesma distância em metros é igual a: nheit (F) e vice-versa, usa-se a seguinte expressão
algébrica:
(A) 1,966.
(B) 196 600.
(C) 1 966 000.
(D) 19 660 000.
(A) 36,7°C.
(B) 19,6°C.
(C) 13,2°C.
(D) 7,3°C.
45
MATEMÁTICA 9° ANO – BLOCO 04
Uma mangueira enche uma piscina com uma va- Observe os polígonos regulares a seguir:
zão constante de 62,5 litros a cada 30 minutos. Se
essa piscina possui capacidade total de 1,525 m³, o
tempo necessário para enchê-la por completo será
de:
(A) 12 horas.
(B) 12 horas e 2 minutos.
(C) 12 horas e 12 minutos.
(D) 12 horas e 20 minutos
2 800m
(A) 1 500 m.
(B) 2 800 m.
(C) 8 600 m.
(D) 17 200 m.
46
MATEMÁTICA 9° ANO – BLOCO 04
47
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AVALIAÇÃO - CICLO 1
AVALIAÇÃO
9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
FUNDAMENTAL
ASSINATURA DO ALUNO:
DATA DE NASCIMENTO
⁄ ⁄
TURMA TURNO
ESCOLA
MUNICÍPIO / UF