Projecto 22

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 34

ÍNDICE

1. INTRODUCAO .............................................................................................................................. 2
1. Objectivos do Trabalho ................................................................................................................... 4
1.1. Objectivo Geral ....................................................................................................................... 4
1.2. Objetivo específico ................................................................................................................. 4
2. Componentes de uma Subestação ................................................................................................... 5
2.1. Transformador de potência ................................................................................................. 5
2.2. Seccionadores...................................................................................................................... 5
2.3. Os pára-raios ....................................................................................................................... 5
2.4. Condutor de Terra ............................................................................................................... 5
2.5. Eléctrodos de Terra ............................................................................................................. 5
4. Localização ..................................................................................................................................... 7
4. Alimentação da Subestação .................................................................................................... 7
5. Dimensionamento dos TC’s da subestação ..................................................................................... 8
5.1. Dimensionamento de Condutores e Barramentos ................................................................... 8
5.2. Dimensionamento a secção dos condutores que compõem a malha de terra .................... 16
6. Estudo dos solos para determinação da resistividade eléctrica com base no método de Wenner no
local da implantação da subestação ...................................................................................................... 18
6.1. Método de Frank Wenner ..................................................................................................... 18
7. Dimensionar as tensões de passo e de contacto na subestação ..................................................... 20
8. Dimensionamento Para-raios ........................................................................................................ 22
8.1. Escolha do Para-raios ............................................................................................................ 22
9. ESPECIFICAÇÃO DO MATERIAL ........................................................................................... 25
10. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................ 29

1
1. INTRODUÇÃO

A presente memória descritiva e justificativa refere-se ao estabelecimento de uma subestação


com tensão de entrada de 220k V – 66/33 kV, potência instalada de 160 MVA.

Este projecto retrata as condições gerais para o estabelecimento dos seguintes equipamentos:

A SE possuirá duas entradas distintas, a saber:

- 1ª. Entrada vem da central (220 kV), contendo: 3 pára-raios, “carrier” de comunicação, 3
TC's 300-5 A, 3 TC's 600-5 A, 3 TC's 1200-5 A, disjuntor, “Bypass” e barramentos principal
e de transferência.

- 2ª. Entrada é igual a 1ª e no BP (barramento principal) de 220 kV instalar uma chave


seccionadora que vai separar a 1ª. Entrada da 2ª. Entrada em duas partes (parte A e parte B).
Na parte A do BP de 220 kV temos:

-Disjuntor de transferência, 3 TP's com 3 enrolamentos 220000/110 V para


medição/sincronismo e protecção ligados em estrela – estrela - estrela, e no 1°. Circuito
alimentador da parte A desse BP tem: disjuntor, “Bypass”, 3 TC's 300-5 A, 3 TC's 600-5 A, 3
TC's 1200-5 A, 3 pára-raios, transformador trifásico com 3 enrolamentos de 160 MVA,
ligados em estrela – triangulo - estrela, tensão superior TS = 220 kV, tensão media - TM = 66
kV e tensão inferior - TI = 33 kV. Após o transformador haverá 3 TC's de bucha 2000-5 A, 3
pára-raios, 3 TC's 400-5 A, 3 TC's 800-5 A, 3 TC's 1600-5 A, disjuntor e “Bypass” ligados a
um BP de 66 kV (parte A).

Na parte B do BP de 220 kV temos:

- 3 TP's com 3 enrolamentos 220000/110 V, ligados em estrela/estrela/estrela para


medição/sincronismo e protecção.

- O 1°. Circuito alimentador desse BP da parte B é igual ao 1°. Circuito da parte A, também
ligado ao BP de 66 kV (parte B).No BP de 66 kV encontra-se uma chave seccionadora para
separar parte A da parte B.

Na parte A do barramento de 66 kV temos 3 TP's com 3 enrolamentos 66000/110 V, ligação


estrela/estrela/estrela, para medição/sincronismo e protecção e saindo dessa parte encontram-

2
se 3 circuitos iguais com destino alimentar uma zona, contendo disjuntor, “bypass”, chave de
aterramento, 3 TC's 300-5 A, 3 TC's 600-5 A, 3 TC's 1200-5 A, carrier, 3 pára-raios.

Na parte B desse BP de 66 kV, temos ligado 3 TP's com 3 enrolamentos 66000-110 V,


estrelaestrela-estrela, usado para medição/sincronismo e protecção. Saem desta parte do BP
com destino para alimentar, três circuitos iguais aos circuitos da parte A.

No BP de 66 kV encontra-se um seccionador que separa a parte B de uma parte C, que


contem 3 circuitos alimentadores iguais aos circuitos da parte A e B, com um três destino
desconhecidos. Na parte C encontramos também um disjuntor de transferência e 3 TP's com 3
enrolamentos 66000/110 V, ligação estrela/estrela/estrela para medição/sincronismo e
protecção, e voltado para dentro da SE encontramos 2 circuitos iguais saindo do BP de 66 kV
que vão ligar um BP de 33 kV e que possuem disjuntor, “Bypass”, 3 TC's 1200-5 A, 3 TC's
600-5 A, 3 TC's 300-5 A, 3 páraraios, um transformador de 2 enrolamentos 66/33 kV, ligação
estrela/triangulo de 50 MVA, instalados nas buchas do secundário desse transformador
encontramos 3 TC's 2000-5 A, 3 páraraios, disjuntor e “Bypass” ligados no BP de 33 kV.
Esses 2 circuitos se dividem no BP de 33 kV em parte A e parte B, através de um seccionador
instalado entre esses 2 circuitos. Instalados no BP de 66 kV em sua parte B encontramos um
disjuntor de transferência, um reactor trifásico de aterramento de 1500 kVA e ligado ao BP
temos dois TP's de 33000/110 V para medição, ainda nesse lado do BP sai um circuito
alimentador para uma zona, com disjuntor, “Bypass”, 2 TC's 50/100/200/400-5 A e 3 pára-
raios. Na parte A desse BP encontramos 4 circuitos iguais ao circuito que sai da parte B e vão
para uma outra zona. Na parte B ainda encontramos um transformador de 2 enrolamentos de
125 kVA, triangulo/estrela, 33000/220 V, protegidos por chave fusível e que vai para os
serviços auxiliares da SE. Também nessa parte encontramos um reactor trifásico de
aterramento de 1500 kVA e 2 TP's 33000/110 V usado para medição.

3
1. Objectivos do Trabalho

1.1. Objectivo Geral

Dimensionar a subestação e a linha de transporte em MT de 160MVA e 50 MVA para


alimentar os distritos de Marracuene.

1.2. Objetivo específico

1. Comprovar os paramentos de todos Transformadores de corrente (TC) através de


dimensionamento usando os critérios aprendidos na sala de aula;

2. Fazer estudo dos solos para determinação da resistividade eléctrica com base no método de
Wenner no local da implantação da subestação;

3. Dimensionar a malha de terra para a equipotencialização da subestação;

4. Dimensionar a secção dos condutores que compõem a malha de terra

5. Dimensionar as tensões de passo e de contacto na subestação;

6. Dimensionar os serviços auxiliar da subestação.

4
2. Componentes de uma Subestação

Uma subestação é constituída por equipamentos de transformação, de manobra, de


compensação de reactivos e de proteção.

2.1. Transformador de potência

O transformador de potência é um transformador de elevada potência planeado para ter alta


eficiência, de modo a minimizar o desperdício de energia e o calor gerado.

2.2. Seccionadores São equipamentos que funcionarem sem carga, usados para isolar
equipamentos sujeitos a manutenção.
2.3. Os pára-raios são as principais proteções contra sobretensões atmosféricas e de
comutação no sistema. São normalmente conectado em paralelo com o equipamento a
ser protegido para desviar a corrente de descarga, podendo ser instalado na entrada da
linha, na saída da linha e na extremidade de algumas barras de media tensão de
subestações.

2.4. Condutor de Terra

Utilizar-se-á o cabo de cobre nu de 16mm² até ao ligador amovível, situado na base do


pórtico, e o cabo de 35mm² desde o amovível até ao eléctrodo de terra, no interior do solo.
No último metro antes de penetrarem no solo a cerca de 0.8m dentro destes, os condutores de
terra serão protegidos mecanicamente por um tubo galvanizado com um comprimento de
1.5m ou por uma cantoneira.

2.5. Eléctrodos de Terra

Para o inicio das actividades de concepção do projecto, importa referir que a substação estará
albergada na zona do Marracuene (de predominância de solos arenosos, sendo que a
substação em questão esta em uma zona meio pantanosa), instalada em uma área de mais de
7200m2

5
2.6. Topologias de barramentos

Os factores a ter em conta na escolha são a voltagem, a capacidade de carga, as questões


ambientais, as limitações de espaço e os requisitos das linhas de distribuição.

 Barramento Simples
 Barramento principal e de transferência
 Barramento duplo com disjuntor simples
 Barramento duplo com “By-pass”
 Barramento duplo com disjuntor duplo.
3. Características gerais da subestação

A subestação 220/66 kV com a potência de 160MVA a ser instalada em Marracuene será


uma instalação mista, com o equipamento de montagem exterior no parque exterior de
aparelhagem e de montagem interior a ser instalada no edifício de comando.

Apresentará um parque exterior de aparelhagem, em que o isolamento entre as ligações é o


ar. Neste parque exterior é onde estarão os equipamentos de MT, sendo o corte dos
disjuntores feito em SF6.

A subestação será constituída por:

a) Um edifício de comando e controlo aonde estarão inseridas as celas de média tensão


(66kV), os equipamentos auxiliares, os painéis de controlo, de medida, de proteção, de
corrente contínua;

b) Dois transformadores de potência trifásico a óleo, com 160MVA, 220/66 kV, 50Hz;

c) Uma configuração de Barramento duplo com “By-pass de 66kV, com a possibilidade de se


expandir para outra disposição. O barramento terá os respetivos equipamentos de manobra,
medida e proteção;

d) Todos os elementos da subestação estarão dentro do recinto vedado num espaço de 120 x
60m.

6
4. Localização

A subestação em projecto é do tipo transformador, sendo esta abaixadora, recebendo em nível


superior e transformando em um nível mais baixo de tensão, sendo os equipamentos
principais instalados ao tempo (do tipo externa) e esta está localizada na Província de
Maputo, no distrito de Marracuene.O Distrito Municipal Marracue situa-se a Sul da Província
de Maputo. É limitado a Norte com o distrito de Manhiça e oeste Distrito de Moamba. O
distrito tem uma superfície de 666Km2.

4. Alimentação da Subestação
O fornecimento de energia eléctrica a instalação será efectuado em alta tensão a 220kV pela
concecionária (Electricidade de Moçambique), através de uma derivação directa de duas
linhas de alta tensão para garantir redundância no sistema. A tensão de chegada é de 220kV e
a de utilização de 66/33kV a 50Hz.

7
5. Dimensionamento dos TC’s da subestação
5.1. Dimensionamento de Condutores e Barramentos

Para iniciar o projecto eléctrico é essencial fazer o cálculo das correntes nos níveis de 220kV
,66kV e 33Kv, em regime contínuo e em regime de curto-circuito.

Cálculo de Correntes em regime contínuo A corrente no painel de saída linha-transformador


do lado de 220 kV

1a Passo

a. Critério da corrente nominal do alimentador

Tensão Superior : 220KV

√ √

Tensão Média: 66 KV

√ √

Tensão inferior: 33 KV

√ √

2a Passo

Critério do curto-circuito

A máxima corrente de curto-circuito no local da instalação do TC deve estar dentro da


limitação da sua classe de exatidão (de acordo com o seu FS=20), ou seja, a corrente de
curto-circuito no local da instalação do TC deve ser menor do 20 vezes a corrente primária
nominal do TC para que a precisão de sua classe de exatidão seja mantida. Dessa forma
temse:

8
De acordo com a tabela da electricidade moderna da NBR5410 : os valores aproximados da
corrente de curto-circuito no secundário de transformadores 160 MVA e .

√ √

Na barra de 66 KV

√ √

Na barra de 33 KV

√ √

Portanto, devido ao nível de curto-circuito no local da instalação do TC, a relação de


transformação de 300/5, 1200/5 , 600/5 é satisfatória para o nível de curto-circuito no local
da instalação do TC.

Corrente de serviço

Na barra de 220 kv

9
419.8

Calculo da secção devido á corrente de curto-circuito

A corrente de CC admissível é dada por:

t- tempo de corte máximo do aparelho de proteção ( 0.1 s 𝑡 𝑠)

é o coeficiente dependente do tipo de condutor (94 para alumínio e 143 para cobre)

Para o valor de corrente obtido, o condutor adequado deve ser o de cobre com 500 mm2 de
secção, mas devido ao custo, aplica-se ou opta-se por condutor de alumínio-aço com 95 mm2
de secção.

Carga Imposta ao TC

Primeiramente deve-se calcular a carga imposta ao secundário do TC .

a) Impedância dos Cabos de Ligação (ZFIAÇAO )


Cabos Utilizados: 95 mm²
Distância dos cabos: 2 x 10m = 20 metros
Impedância dos cabos = 0,02 km x 95 = 1.9 Ω/km
a) Impedância do Relé (ZRELE )

Com base no manual do fabricante do relé utilizado, a potência consumida pelo relé para
uma corrente nominal de 5 A é igual a 0,1 VA, assim, utilizando a equação :

10
b) Impedância imposta pelo secundário do TC(ZTC )

Considerando que o TC é de baixa impedância, é adotado um valor equivalente a 20% da


impedância da carga nominal, assim:

Para a classe de exatidão 10B100 e um curto-circuito trifásico de 6.5 kA, utilizando a


equação tem-se:

( )

( )

Considerando os fatores de segurança utilizados no dimensionamento estabelecemos que um


TC com relação de transformação de 300/5 e classe de exatidão 10B100 como satisfatória
para a aplicação.

TC de Proteção da Barra de 66Kv, e 33KV.

50 MVA

Tensão: 66 KV

11
√ √

Tensão inferior: 33 KV

√ √

Impedância do transformador

Corrente curto-circuito

𝑣
√ √

𝑣
√ √

Portanto, devido ao nível de curto-circuito no local da instalação do TC, a relação de


transformação de 500/5 , 300/5 é satisfatória para o nível de curto-circuito no local da
instalação do TC.

Carga Imposta ao TC

Primeiramente deve-se calcular a carga imposta ao secundário do TC .

a) Impedância dos Cabos de Ligação (ZFIAÇAO )

12
Cabos Utilizados: 95 mm²
Distância dos cabos: 2 x 10m = 20 metros

b) Impedância dos cabos = 0,02 km x 4,95 = 0,099 Ω/km

c) Impedância do Relé (ZRELE )

Com base no manual do fabricante do relé utilizado, a potência consumida pelo relé para
uma corrente nominal de 5 A é igual a 0,1 VA, assim, utilizando a equação :

d) Impedância imposta pelo secundário do TC(ZTC )

Para um TC com a tensão de saturação de 400V, fator de sobrecorrente 20, corrente


nominal de 5A, a impedância de carga, a partir da equação

Considerando que o TC é de baixa impedância, é adotado um valor equivalente a 20% da


impedância da carga nominal, assim:

Para a classe de exatidão 10B100 e um curto-circuito trifásico de 6 kA, utilizando a equação


(4.5) tem-se:

( )

13
( )

Considerando os fatores de segurança utilizados no dimensionamento estabelecemos que um


TC com relação de transformação de 1200/5 e classe de exatidão 10B400 como satisfatória
para a aplicação.

Cargas Eléctricas

A subestação esta tem uma potencia instalada de 320MVA repartida em 2 transformadores de


160MVA, as cargas a instalar nas linhas devem ser tal que não ultrapassem a 80% da
capacidade instalada ou seja não podem ultrapassar os 256MVA.

Barramentos

a) Para o barramento de 220 kV:


Dados Iniciais

Corrente de serviço –Is 420 A


Corrente de Curto-circuito-Icc 7.5 KA
Frequência –f 50 Hz
Factor x-x 1.8
Fator Icc/Ip 2.5
Distancia entre fases – a 4m
Tempo de autuação das 1 s
proteções – t
Carga de Segurança a flexão 1200 Kg/cm2

14
Verificação da condição de aquecimento

Escolha do tubo

TUBO ESCOLHIDO: 50x44mm em Cobre

Corrente admissível no tubo:1150 A

O tubo é adequado à corrente de serviço da instalação.

Verificação da resistência mecânica ao curto-circuito ( Esforços Eletrodinâmicos)

Corrente de choque:

√ √

A força electromagnéctica entre condutores é dada por:

O que origina o seguinte momento flector:

O módulo de flexão do tubo escolhido é:

Assim sendo foi escolhida a barra tubular e em cobre de 50/44mm

15
Valor mínimo de módulo de resistência à flexão:

5.2. Dimensionamento a secção dos condutores que compõem a malha de terra


1º passo: Dimensionamento Inicial da Malha

Primeiramente foi necessário estabelecer dimensões iniciais para o espaço que a malha de
aterramento ocuparia. Estabeleceu-se então os valores máximos que ela poderia ter, 120 ×
60 , encontrando o seguinte valor de área:

2o passo: A segunda etapa, foi a de determinar o tamanho maior que ela possui em uma
direção. Neste caso, devido a malha ser retangular, sua diagonal é a maior dimensão. Fez-se
então:

134.16 m

3º passo: Calculou-se então o raio do anel (𝑟):

40 passo: Determinação de quantidade de cabos condutores

16
5º passo: A quantidade de hastes basta fazer o produto entre e , chegando a nove
hastes na malha.

Outro valor pré-definido pelo projetista do sistema de aterramento, é o comprimento das


hastes. Para este parâmetro escolheu-se arbitrariamente o valor de 6 para todas as hastes.
Assim, foi exequível encontrar o valor de 𝐿ℎ 𝑠𝑡

6º passo: O comprimento dos condutores da malha de aterramento

𝐿 [( ) ( )]

𝐿 [( ) ( )]

7º Passo : Cálculo da resistência do aterramento da Malha

O cabo estará disposto em quadrículas de 4x4 metros no interior da subestação, estando


enterrado a uma profundidade de 0,80 m. As suas dimensões exteriores serão de 120 x 60,0
m. Sabemos, através do estudo da resistividade prévio, que a resistividade média do solo é de
300Ω.m. A área ocupada pela rede será de 7200 m2 e o comprimento total dos condutores
enterrados (𝐿 ) é de 567 m, então a resistência da malha será:

√ √
( )
( )

17


( )
( )

onde :

 = Área ocupada pela malha (120 mx 60 m=7200m2 );

 h2 – profundidade da malha (0.80 metros)

 𝜌 2 – Resistividade após tratamento dos solos (300 Ω )

6. Estudo dos solos para determinação da resistividade eléctrica com base no método
de Wenner no local da implantação da subestação

Medição da resistividade do solo

A medição da resistividade do solo é realizada com o intuito de obter um conjunto de


diferentes medidas da qual resultará um modelo equivalente do solo, onde será então
montado o sistema elétrico de terra. (FLORES, 2014)

Basicamente, existem dois métodos de medição da resistividade do solo:

 Medição por amostragem: onde é recolhido uma amostra do solo para testa-la em
laboratórios;
 Medição local: na qual consiste na utilização de equipamento que injeta corrente
elétrica no solo por meio de eletrodos.

6.1. Método de Frank Wenner

18
Para implementação do método, devem ser cravadas no solo quatro hastes cilíndricas
igualmente espaçadas e dispostas em linha. O diâmetro das hastes não deve exceder a um
décimo do espaçamento e a profundidade atingida pelas hastes deve ser a mesma.
(VISACRO, FILHO, 2016)

A figura Ilustra esta configuração, onde o “b” representa a profundidade atingida pelas

Figura 1 configuracao para Medição através do Método de Wenner

Utilizando os terminais C1 e C2, injeta-se um determinado valor de corrente no solo para


ocasionar uma queda de tensão que será identificado pelos terminais P1 e P2. De posse desses
dados, é possível encontrar a resistência do solo entre as hastes P1 e P2, utilizando a Lei de
Ohm.

Esta resistência encontrada “depende fundamentalmente da distância entre os eletrodos e da


resistividade do solo, sendo que a dimensão dos eletrodos não tem grande influência”
(FLORES, 2014).

Frank Wenner também conseguiu mostrar que é possível estabelecer uma relação linear entre
a resistência mensurada e a resistividade do solo, conforme mostra a equação.

Onde:

ρ – Resistividade do solo (Ω.m); R – resistência medida (Ω);

K – Constante que depende da geometria empregada nas medições.

19
A fórmula para encontrar o valor da constante de K para esta configuração geométrica se dá
por:

√ √

Onde: a – espaçamento entre os eletrodos (m);

b – profundidade dos eletrodos (m).

7. Dimensionar as tensões de passo e de contacto na subestação


As Tensões de Passo e de Contacto na subestação

O método de cálculo ilustrado tem por base a norma do IEEE para malhas de terra de
subestações.

= ℎ – 𝑠𝑜 𝑜

A tensão de toque pode-se calcular pela fórmula:

𝑡𝑜𝑞𝑢 = ( + f/2)

Onde:

b é a resistência do corpo, valor que normalmente se considera 1000 Ω ;

/2 é a resistência equivalente dos dois pés em paralelo;

e corrente que passa pelo corpo humano.

A resistência pé-solo ( ) é dada por uma chapa metálica de raio b (0,08) em metros, numa
superfície de resistividade 𝜌 homogénea (em Ω).

A sua fórmula é

N:B - Numa subestação, muitas vezes, é colocada uma camada fina de material altamente
resistivo ao longo da superfície da terra de forma a aumentar a resistividade entre o solo e os

20
pés de uma pessoa, reduzindo a corrente de corpo e assegurando uma maior proteção do
indivíduo.

R = 3 𝜌𝑠 𝑠

Onde:

𝑠 é o factor corretivo para calcular a resistência de pé caso exista à superfície do solo a


respetiva camada. Este factor correctivo é dado pela expressão:

( )

Tensão de passo

Tensão de passo é a diferença de potencial entre dois pontos à superfície do solo, separados
por uma distância de um passo, que é assumido ser 1 metro, na direção do gradiente de
potencial máximo. Assim, para o cálculo da tensão de passo tolerável é:

𝑃 𝑠𝑠𝑜 = ( b +2 )

Considera-se que os dois pés se encontrarão em série. Assim, em vez de se resolver o


paralelo, a sua resistividade será somada (2 ).

Admitindo uma pessoa com 50 kg, para determinar as correntes passo toleráveis e uma
resistência de corpo de 1000 Ω, usam-se as seguintes fórmulas:

( 𝜌)
√𝑡𝑠

( 𝜌)
√𝑡𝑠

Dimensionamento de tensões de toque e passo

21
Será colocada no solo uma camada de gravilha que terá uma resistividade de 3000 . .
Assim, esta terá de se multiplicar pelo factor corretivo para chegar ao valor da resistividade
superficial equivalente do solo.

1º passo:

𝜌
( 𝜌) ( )

2º passo:

𝜌𝑠𝑢𝑝 = 𝑠 𝜌𝑠 = 0,7206 3000 = 2161,8 Ω. m

3ºPasso :

( 𝜌) ( )
√𝑡𝑠 √

( 𝜌) ( )
√𝑡𝑠 √

Calculados os valores das tensões de passo e contacto também para os casos do solo não ter a
camada de gravilha (𝜌𝑠𝑢𝑝 =300 . )

( ) ( )
459,34 V
√ √

( 𝜌) ( )
√𝑡𝑠 √

8. Dimensionamento Para-raios
8.1. Escolha do Para-raios

22
No projecto o método a ser usada para a seleção do para-raios será o método simplificado que
consiste na determinação da tensão nominal do para-raios para o sistema com base na tensão
nominal do sistema, na localização do para raio, na eficiência do aterramento do sistema, no
tempo necessário para a extinção da falha e na distancia de fuga.

𝑟𝑜 = 0,8 = 0,8 220 = 176 𝑟 𝑠

Selecionar o valor Ur padrão imediatamente superior ao Uro na tabela VII.4 em anexo VII e
teremos que Ur =180 kVrms.

Desta forma com o auxílio das tabelas encontramos a classificação do para-raios que é de 10
kA, classe 3 PEXLIM Q. Para o projecto será aplicado um para-raios do modelo: PEXLIM
R27 YV036 do fabricante ABB ou um equivalente.

Dimensionamento de disjuntor

O dimensionamento de um disjuntor e efeito de acordo com o valor da corrente nominal do


circuito a ser protegido. Calcula-se o valor da corrente do circuito e acrescenta-se 20

Para calcular do disjuntor e utilizada a seguinte equações:

( )
√ √

Condição

243.09 A

O disjuntor utilizadado: 245 A

( )
√ √

Condição

23
131..21 A

O disjuntor utilizadado: 136 A

11. Escolha do Seccionador

A intensidade da corrente nominal da linha é de 419.8 A e a temperatura ambiente para o


local onde o projecto será desenvolvido é de 35oC. Com base nos dados obtidos na tabela em
anexo V teremos que o valor da corrente de sobrecarga admissível será de:

√ √

500 A/ 220 kv

A intensidade da corrente nominal da linha é de 0.1933 A

√ √

1500A/66kv

A intensidade da corrente nominal da linha é de 2799A

√ √ 299.2A

300A/ 33kv

24
9. ESPECIFICAÇÃO DO MATERIAL

Condutores de Alumínio Liga (AAAC) O cabo AAAC (All-Aluminum Alloy Conductors) é


um condutor encordoado concêntrico, composto de uma ou mais camadas de fios de liga
6101/6201-T81. Foi desenvolvido para preencher a necessidade de um condutor económico,
para a aplicação aérea, onde é requerida uma maior resistência mecânica.

O cabo AAAC tem resistência à corrosão que o cabo de alumínio com alma AAC. O
condutor AAAC 1120 é do tipo concêntrico. A utilização da liga 1120 na fabricação de
condutores para linhas de transmissão está fundamentada na maior resistência mecânica
quando comparado comos condutores com liga 1350 e menor resistividade quando
comparado com os condutores com liga 6201,.

Cabo XLPE

Os cabos de alumínio cobertos de 15kV, 25kV e 35kV são fabicados com fios de alumínio
compactados, apresentando bloqueio contra a penetração longitudinal de água e blindagem
semicondutora obrigatória para os cabos de 35kV, ficando a critério do cliente.

Transformador

Os transformadores de média potência da ABB são utilizados para abaixar ou elevar o nível
de tensão de sistemas trifásicos, principalmente em áreas metropolitanas e para aplicações
industriais. Os transformadores podem ser projetados para as mais adversas condições
climáticas e serem instalados tanto em ambientes internos como externos.

Características Padrão

Os transformadores tipo subestação da ABB respeitam os requerimentos das normas ABNT


NBR 5356, conforme indicado a seguir: Potencia superior a 160kVA e inferior ou igual a
5000 kVA

a) Indicador externo de c) Válvula de drenagem e) Meios de aterramento


nível do óleo; de óleo; do tanque;

b) Provisão para d) Dispositivo para f) Meios para suspensão e


instalação de termómetro retirada de amostra de locomoção;
do óleo; óleo;

25
g) Dispositivo de alívio i) Meios de ligação para k) Abertura de inspeção.
de pressão; filtro;

h) Caixa de ligação; j) Apoio para macacos;

UN Quantidad Custo Total(Mt)


e unitário (Mt)
1.1 Aquisição do espaço Un 1 1.400.000.00 1.400.000.00
120x60m
Construção de edifício Un 3.000.000.00 3.000.000.00
3 3
Brita parao pátio numa m 64m 13.000.00
área 300 m2
Subtotal1
2 Montagem de linha aérea
2.1 Poste de betão armadores Un 22 34.806.31 765.738.82
13m e 250daN
2.2 Isoladores de 127mm Un 60 1.473.65 88.419.00
2.3 Pernos para fixação de Un 60 345.78 20.746.80
isoladores
2.4 Ganchos enroscado Un 12 265.66 3.187.92
2.5 Cabo AAAC de seccao Km 2 Km 225.00 1.350.00
95 mm
2.6 Isolador de cadeia
2.7 Travessa perfil L para un 22 7.900 175.900
assentamento hoijly
2.8 Cabo de aço 50mm² Un 6 149.93 900.58
2.9 Isoladores de retenção Un 6 167.56 502.70
para espias
3 Espias M20*2.0 M NOM Un 6 2.131.88 12.791,28
adjusta
3.1 Prata M 20 450m*450m Un 6 2.426.18 14.557,08
*5 m

26
Subtotal 1.121.231,40
3.3 Montagem de linha Km 3.5 Km 5.228,31 62.739,72
subterrânea
3.4 Caixas de uniões 120 Un 6 29.462,58 176.577,48
mm2
3.5 Caixas terminais 120 Un 6 29.429,58 176.577,48
2
mm
3.6 Terminais de cobre 120 Un 24 86.60 2.090,90
mm2
3.7 Terminais de cobre 95 Un 24 74.05 1.786.08
2
mm
Subtotal 423.230,30
3.8 Montagem na
subestação
3.9 Transformador 160 MVA Un 1 6.356.487,28 6.356.487,28
220/66 Kv 50 Hz
4 Transformador 50 MVA un 1 5.400.333,30
220/66 Kv 50 Hz
4.1 Para-raios PEXLIM Q27 Un 6.400,71
YV036
4.2 Cela de saídas com un 1 1.323.944,42 1.323.944,42
disjuntor, com isolamento
integral de SF6, com
barramento de cobre,
interruptor seccionador
tripolar de 3 posições,
480x845x1740mm
4.3 Estacas de apoios dos Un 12 28.568.56 410.311.36
barramentos
Subtotal 4 17.970,30

27
O custo apresentado no projecto encontra-se isento do valor de IVA da aquisição de todos
elementos envolvidos, sendo que o valor é de 20.038.292,78Mt (vinte e nove milhões e trinta
e oito mil, duzentos e noventa e dois e setenta e oito centavos)

28
10.Conclusões

Segundo a essência do projecto, que é a realização do dimensionamento da linha de


transporte a partir da subestação da infulene até a subestação de Marracuene a ser instalada.
Entende-se que os objectivos acima apresentados, foram atingidos de forma clara. É possível
concluir com base no trabalho que o sistema a ser instalado tem a função de aumentar a
fiabilidade no fornecimento de energia eléctrica nas zonas em expansão em Marracuene e
garantir a ligação em anel das subestações da concecionária. O sistema de transferência das
fontes de alimentação (subestação da Malanga / subestação de Salamanga), será feita por
intermedio de uma subestação de seccionamento que poderá ser feita de forma manual ou
automatizada.

29
11. BIBLIOGRAFIA
[01].ERSE.[Online].Available:http://www.erse.pt/pt/electricidade/actividadesdosector/

distribuicao/Paginas/RND-Linhas.aspx.

[02]. EDM Distribuição, Manual de Ligações à rede elétrica de serviço público, 5º

ed., Outubro 2015.

[03]. Solidal, Julho 2007. [Online]. Available: http://www.solidal.pt/?m=217&c=14.

[04]. E. F. Loureiro, Sebenta de Instalações Eléctricas III, Lisboa: Instituto Superior

de Engenharia de Lisboa.

[05]. DGE, "Regulamento de Segurança de Linhas Eléctricas de Alta Tensão," 1993.

[06]. D. d. N. e. Tecnologia, Material para Linhas Aéreas - Armações de Aço para

Postes de Betão de MT, Coimbra, 2005.

[07]. E. Distribuição, "Evolução QS da rede de distribuição MT em Portugal

continental e próximos desafios," in Ordem dos Engenheiros - Região Centro Ciclo

Sessões técnicas, Coimbra, 2012.

[08]. SEE I. Apontamentos da disciplina de Sistemas Eléctricos de Energia I,

Licenciatura em Engenharia Electrotécnica, Instituto Superior de Engenharia de

Coimbra, Coimbra.

[09]. Solidal, Q. & Q. (2007). Guia Técnico. Solidal - Condutores Eléctricos, S.A.,

Quintas & Quintas - Condutores Eléctricos, S.A, 10ªEd., p. 12, p.92, pp. 214-255.

Teixeira, C. (2006).

[10]. SolForm, Elaboração de projectos de linhas de Média Tensão, Porto, 2010.

[11].http://www.google.com/url?sa=t&soure=web&rct=j&url=Https://www.romagnole.c

om.br/uploads/filemanager/produtos/2689200322/download/br/Catalogo_de_Transfo

30
ANEXOS

31
32
A constante K tem os seguintes valores

33
Anexo V. Tabelas para o dimensionamento do seccionador Tabela VI.1.Limites de temperatura e sua elevação

34

Você também pode gostar