Termogafria para Est de Cocnreto Armado
Termogafria para Est de Cocnreto Armado
Termogafria para Est de Cocnreto Armado
Brasília
2017
TÂMARA MAGALHÃES DE OLIVEIRA SANTANA
Brasília
2017
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Banca Examinadora
_______________________________
Engª.Civil: Rosanna Duarte Fernandes Dutra, MSc.
Orientadora
_______________________________
Engº. Civil: Jairo Furtado Nogueira, MSc.
Examinador Interno
_______________________________
Engª. Civil: Erika Regina Costa Castro, MSc.
Examinador Interno
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RESUMO
Um dos maiores desafios que a engenharia civil enfrenta é ligar diferentes destinos
onde existem obstáculos, como rios, vales, vias. Por isso, há uma obra destinada a
transpor estes obstáculos, a ponte, que a partir de 1900, começaram a ser construídas
de concreto, como substituto da pedra natural, e alguns elementos da obra, como lajes
de tabuleiro, eram construídos de concreto armado. Em 1948, o concreto protendido
conquistou a construção de pontes. Hoje, as estruturas feitas com concreto armado
são o método construtivo mais utilizado no Brasil. Com as diversas etapas que
compõem o processo construtivo é necessário fazer um estudo do que pode afetar a
estrutura e causar problemas futuros. O presente estudo revela as manifestações
patológicas da Ponte do Bragueto, localizada em Brasília/DF. Este trabalho traz a
termografia, como meio de investigação, para agregar informações para o diagnóstico
das patologias mais frequentes observadas na construção de pontes. É feito um
levantamento dos tipos de patologias, identificação das causas e das técnicas para
correção destes problemas. É apresentado estudo de caso real, com registros
fotográficos dos problemas encontrados, as possíveis causas e providências que
poderiam ser tomadas para solucionar as patologias.
ABSTRACT
One of the biggest challenges facing civil engineering is to link different destinations
where there are obstacles, such as rivers, valleys, roads. Therefore, there is a work
destined to transpose these obstacles, the bridge, which from 1900, began to be
constructed of concrete, as substitute of the natural stone, and some elements of the
work, like slabs of board, were constructed of reinforced concrete. In 1948, the
prestressed concrete conquered the construction of bridges. Today, structures made
from reinforced concrete are the most used constructive method in Brazil. With the
several steps that make up the constructive process it is necessary to make a study of
what can affect the structure and cause future problems. The present study reveals
the pathological manifestations of the Ponte do Bragueto, located in Brasília / DF. This
work brings thermography, as a means of investigation, to aggregate information for
the diagnosis of the most frequent pathologies observed in the construction of bridges.
It is made a survey of the types of pathologies, identification of causes and techniques
for correction of these problems. A real case study is presented, with photographic
records of the problems encountered, the possible causes and measures that could
be taken to solve the pathologies.
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 15 – Técnicos da Defesa Civil vistoriam buraco aberto sob a laje da Ponte do
Bragueto.....................................................................................................................49
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LISTA DE ABREVIAÇÕES
DF...........................................................................................................Distrito Federal
Mr...................................................................................................Momento Resistente
Msd................................................................................................Momento Solicitante
ÍNDICE DE TABELAS
LISTA DE SÍMBOLOS
%..............................................................................................................Porcentagem
αCONC ...................................................... Coeficiente de dilatação térmica do concreto
°C.............................................................................................................Graus Celsius
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SUMÁRIO
RESUMO 4
ABSTRACT 5
SUMÁRIO 11
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13
2. OBJETIVOS 17
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................ 18
4 METODOLOGIA ................................................................................................. 44
7 CONCLUSÕES ................................................................................................... 65
1. INTRODUÇÃO
Grandes obras foram construídas algumas décadas atrás, tais como pontes,
barragens, plataformas fixas, offshore e etc.. Atualmente muitas destas obras já se
aproximam do final de suas vidas úteis e os custos dessa reposição, somados ao
transtorno que seria gerado, criam a necessidade de se prolongar suas vidas úteis.
Desta forma, torna-se necessário o desenvolvimento de tecnologias capazes de
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Este trabalho para conclusão de curso tem como objetivo principal descrever,
de forma sucinta, as principais causas das patologias que afetam as estruturas e
elementos de uma ponte de concreto, sua origem, as características que possuem e
possíveis métodos que as solucionem.
Portanto para diversos autores e profissionais da área ainda falta ao Brasil uma
cultura de manutenção de suas obras-de-arte. Segundo Lemos (2005), o que
acontece, em boa parte dos casos, é um quase ou total abandono dessas estruturas,
chegando a atingir um alto grau de deterioração e só então elas são recuperadas,
gerando assim um custo alto se comparado a manutenções preventivas e pequenos
reparos.
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Este trabalho tem como objetivo realizar análises visuais e termográficas a fim
de investigar a existência ou não de manifestações patológicas em componentes das
obras de artes especiais, nos quais se desconhece as causas supracitadas aparentes
ou ocultas, a câmera termográfica é capaz de medir a temperatura superficial através
dos raios infravermelhos emitidos pelos materiais detectando as anomalias. Além da
ampliação e geração de novos conhecimentos e resultados, este trabalho contribui
para a melhoria da manutenção dos componentes desta obra em questão permitindo
as equipes de manutenção realizá-la de forma programada, diminuindo os custos e
aumentando a confiabilidade deste.
2. OBJETIVOS
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Por outro lado, o conceito de durabilidade é definido pela norma NBR 6118
(2014), a qual versa que durabilidade está na capacidade da estrutura resistir às
influências ambientais a qual está exposta. Sendo estas previstas e determinadas pelo
autor do projeto estrutural em conjunto com o contratante.
afirmar que é uma pedra artificial, pois depois de endurecida, tem resistência similar
às rochas naturais. Porém, quando em estado fresco, é um composto plástico que
possibilita a modificação de seu formato e tamanho (CONCRETO, 2009).
Outro sistema de protensão é a pós-tração, que pode ser feita com aderência
posterior, sem aderência posterior e com protensão externa. O sistema de pós-tração
com aderência ocorre com o pré-alongamento da armadura ativa após o
endurecimento do concreto. A aderência posterior é desenvolvida com a injeção de
uma calda de cimento, preenchendo os espaços vazios no interior das bainhas. A
transferência da protensão é feita através das ancoragens na própria peça. As
unidades de protensão são constituídas por fios que ficam isolados do concreto por
estarem no interior das bainhas metálicas.
Durabilidade não quer dizer vida infinita, deve-se entender que para ter uma
construção durável é necessário a adoção de um conjunto de decisões e
procedimentos, ou seja a manutenção, que garanta o desempenho satisfatório da
estrutura durante sua vida útil.
1
A vida útil de projeto é o período de tempo durante o qual a estrutura de concreto manteve suas
características e não houveram intervenções significativas. Mantendo os requisitos previstos, pelo projetista,
de uso e manutenção.
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caso dos pilares, faz-se a verificação no estado limite último em flexão composta com
efeitos de segunda ordem seguindo o proposto pela NBR 6118/2014, e a
determinação da vida útil a fadiga segundo o CEB-90.
Ao final das análises, deve ser dado um parecer técnico para cada obra de arte
analisada, com informações das atividades realizadas, mapeamento das anomalias,
resultados dos ensaios, observações técnicas e especificações de recuperação.
Pontes são obras da engenharia projetadas para dar continuidade à via por
onde passam, possibilitando transpor obstáculos, como rios, vales ou outras vias.
Quando o obstáculo é um vale ou outra via, a obra denomina-se viaduto.
Segundo Pfeil (1979), sob o ponto de vista funcional, as pontes podem ser
divididas em três partes principais (Figura 1): infraestrutura, mesoestrutura e
superestrutura. A infraestrutura é a parte da ponte constituída por elementos que se
destinam a apoiar no terreno os esforços transmitidos da superestrutura para a
mesoestrutura. A infraestrutura é constituída por blocos de estacas, sapatas, tubulões.
Já a mesoestrutura é a parte da ponte constituída pelos pilares. É o elemento que
recebe os esforços da superestrutura e os transmite à infraestrutura. (MARCHETTI,
2008).
Por definição, segundo a norma do DNIT 083 (2006), a trinca é uma fratura
linear no concreto; as trincas podem se desenvolver parcial ou completamente ao
longo de um elemento estrutural, não havendo uma separação nítida e indiscutível
entre trincas e fissuras, tendo essas últimas aberturas menores. A norma da ABNT
NBR 9575 (2010) define que as microfissuras têm abertura inferior a 0,05 mm, as
fissuras têm aberturas de até 0,5 mm e, por fim, as trincas têm aberturas maiores de
0,5 mm e menores de 1,0 mm.
Os pilares das pontes podem ser afetados, segundo Tejedor (2013), por:
▪ Deslizamentos de terra.
▪ Degradação do concreto;
▪ Recalques de apoio;
▪ Movimentação de estrados;
33
▪ Dimensionamento incorreto;
▪ Acúmulo de detritos;
3.4.8 Deteriorações
▪ Deficiências do projeto;
▪ Deficiências de execução;
▪ Recalques diferencias;
▪ Ataque biológico;
4 METODOLOGIA
Para a realização deste trabalho foi utilizada a inspeção visual por meio de
fotografias e imagens térmicas. Para a obtenção das imagens térmicas foi utilizada a
câmera FLIR C2 (Figura 4) que é capaz de digitalizar uma área e exibir imagens com
variações de temperatura. E também inclui uma câmera de luz visível para a captura
de imagens visuais da cena em análise. Ou seja, esta câmera realça os detalhes de
contraste térmico e como resultado final temos uma imagem térmica mostrando as
características da estrutura e possibilitando a detecção de possíveis problemas.
FONTE: Autor.
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FONTE: Autor
48
FONTE: Autor
FIGURA 15 – Técnicos da Defesa Civil vistoriam buraco aberto sob a laje da Ponte do Bragueto
O Governo do Distrito Federal deseja implodir a ponte para que uma nova seja
levantada. Porém, antes disso, duas outras pontes serão construídas paralelas a ela,
cada uma com três faixas.
51
Com estas imagens foi possível determinar os elementos com danos por impacto,
problemas nas armaduras, presença de umidade, pontos com grande variação de
temperatura, pontos com mais calor ou menos calor. Estas informações possibilitaram
a detecção de patologias e problemas estruturais.
As Figuras 17, 18, 19, 20, 21, 22 e 23 apresentam alguns dos danos encontrados
na parte inferior da laje, desgaste da pista de rolamento, além da presença de umidade
e armaduras expostas.
• Fachada:
FONTE: Autor
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• Pilares:
FONTE: Autor
54
FONTE: Autor
FONTE: Autor
FONTE: Autor
• Encontros da ponte
FONTE: Autor
• Pista de rolamento
FONTE: Autor
• Fachada:
FONTE: Autor
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FONTE: Autor
Na Figura 24, do lado direito está a imagem tirada no final da tarde e do lado
esquerdo a imagem tirada no começo da tarde. É possível observar que a termografia
evidenciou uma diferença de temperatura entre os pontos que apresentam patologias
como infiltração e manchas na estrutura, no qual os pontos com fissura e presença de
água, apresentam temperatura mais elevada.
• Pilares:
FONTE: Autor
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FONTE: Autor
• Laje Inferior:
Na Figura 28 podemos observar nos dois horários uma faixa que está em
temperatura mais alta. Há também armaduras expostas que apresentam temperatura
mais baixa e um dano na laje que é o ponto mais frio da imagem, por isso, podemos
concluir que nesse ponto está havendo fluxo de ar, da parte interna para a parte
externa da ponte.
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FONTE: Autor
64
FONTE: Autor
7 CONCLUSÕES
Os danos predominantes que podem ser observados por esse tipo de análise
seriam apenas danos mais superficiais como as manchas escuras, trincas e a
presença de umidade. Para conclusões mais aprofundadas sobre o desempenho
estrutural seria necessário realizar ensaios mais detalhados, análises experimentais
e numéricas para conclusões sobre a necessidade de reparação e reforços estrutural.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEZERRA, L.A., LIMAR, R.C.F., LYRA, P.R.M., ARAÚJO, M.C., SANTOS, F.G.C.,
BEZERRA, K.M. Uma comparação entre temperaturas de mamas obtidas pelo método
dos volumes finitos em malhas não estruturadas e aquelas adquiridas através de
termogramas de pacientes de hospital público localizado em clima tropical. Congresso
Ibero-americano de engenharia mecânica. In: 8º Congresso Ibero-americano De
Engenharia Mecânica, 8. Cuzco. Peru, 2007.
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CHOLFE, Luiz. Concreto protendido: teoria e prática / Luiz Cholfe, Luciana Bonilha.
2.ed. São Paulo : Pini, 2015.
FLIR Systems, Inc. FLIR C2. América Latina, Sorocaba – SP, 2014. Disponível em: <
https://www.flirmedia.com/MMC/THG/Brochures/BLD_008/BLD_008_PT.pdf>.
Acesso em: 27/04/17.
G1, Batida de caminhão abre buraco sob a Ponte do Bragueto, no DF. 2013.
Disponível em: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/06/batida-de-
caminhao-abre-buraco-sob-ponte-do-bragueto-no-df.html Acesso em: 27 de abril de
2017
GESTEIRA MARTINS, T., Reforço de vigas de concreto armado por meio de cabos
externos protendidos, São Paulo, 2001.