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ECONOMIA

Governo consolida finanças públicas

“Para 2023 o Governo irá investir 472.1 mil milhões de meticais, onde cerca de 88,9% se rão
alocados para as áreas consideradas como prioritárias, designadamente, educação, saúde e
protecção social que vão consumir 41,8 mil milhões de meticais,” disse o Ministro da
Economia e Finanças, Max Tonela, durante a fundamentação da proposta apresentada aos
parlamentares.

Na ocasião, o Ministro de Economia e Finanças, Max Tonela, afirmou que a proposta do


Plano Económico Social e Orçamento de Estado (PESOE) foi elaborada num contexto
internacional, exigente e fortemente marcado pelas consequências da guerra na Ucrânia, que
vem causando pressões inflacionárias à escala global com consequências na vida das
famílias, das empresas e também do Estado. À nível nacional, a conjuntura é caracterizada
pela prevalência da acção terrorista em Cabo Delgado e do aumento da frequência de eventos
extremos decorrentes das mudanças climáticas, que agravam os já complexos desafios
existentes na gestão das finanças públicas.

“E neste quadro, o governo pretende aprofundar a implementação de reformas estruturais que


visam reforçar a estabilidade macroeconômica, assegurar a sustentabilidade da dívida
pública, melhorar a gestão financeira do Estado e aumentar a capacidade institucional para a
monitoria de riscos fiscais”, ressaltou o ministro.

Por isso, na apresentação da proposta do Plano Económico Social e Orçamento de Estado


(PESOE) para o ano de 2023 e sua respectiva lei, o Ministro da Economia e Finanças disse
aos deputados da AR que, com trabalho, disciplina e rigor nos actos, o governo continuará a
consolidar as bases já lançadas para o desenvolvimento sustentável do país.

“No próximo ano, o crescimento assentará num maior dinamismo do investimento privado
que deverá estimular a dinamização do crescimento dos sectores da agricultura, indústria,
construção e do investimento público em sociais que inclui as áreas da saúde e da educação”,
frisou.

Além disso, acrescentou, a conjuntura internacional irá reflectir-se na evolução dos níveis de
inflação média projectada para 2023, fixada em 11,5%, influenciada, sobretudo, pelas
perturbações na cadeia de oferta e na alta de preços das principais mercadorias no mercado
internacional, agravada pela guerra na Ucrânia.

Em resultado do crescimento da procura externa, dos preços mais elevados no mercado


internacional e do início da operação da plataforma flutuante de produção de gás natural
liquefeito, prevê-se que as exportações de bens e serviços registarão um incremento,
traduzindo-se numa redução histórica do nível do déficit da balança de comercial do país.

Com o efeito, Max Tonela anunciou que o PESOE para 2023, está orçado em 472.1 mil
milhões de meticais, onde cerca de 88,9% serão alocados para as áreas consideradas como
prioritárias, destaque para os sectores sociais, designadamente, educação, saúde e protecção
social que vão consumir 141,8 mil milhões de meticais. E deste valor, 11 mil milhões de
meticais serão alocados para os programas de protecção social, sendo 6,8 mil milhões de
meticais de recursos internos.

Do restante montante previsto no PESOE, para 2023, 400,0 milhões de meticais de recursos
internos serão destinados a produção do livro escolar do primeiro ciclo; 8,4 mil milhões de
meticais de recursos internos irão para aquisição de medicamentos e 47,2 mil milhões de
meticais vão financiar o sector agrário e toda a sua cadeia de valor.

As Forcas de Defesa e Seguranca (FDS), mormente ao combate ao terrorismo em Cabo


Delgado irão consumir do Orçamento do Estado de 2023, 43,4 mil milhoes de meticais; dos
quais 36,9 mil milhoes de meticais serão destinados para o sector das infraestruturas publicas;
14,0 mil milhões de meticais para a promoção da Boa Governação e 6,7 mil milhões de
meticais irão para o ciclo eleitoral, até agora previstos para decorrer entre Fevereiro e Abril
próximos.

No entanto, o Ministro da Economia e Finanças observou que dos 284,8 milhões de meticais
referentes à 10% das receitas do imposto sobre a produção mineira e petrolífera, para as
comunidades e províncias, 2,75% irão para as comunidades locais onde estão implantados os
respectivos empreendimentos e 7,25% para as províncias e distritos.

Com o pagamento dos salários e remunerações aos funcionários e agentes do estado,


incluindo o impacto orçamental decorrente da implementação da lei que aprova a Tabela
Salarial Única, o governo espera gastar em 2023, 176,9 mil milhões de meticais e 19,3 mil
milhões de meticais para as pensões.
“As alocações orçamentais que acabei de mencionar ilustram que o governo continua a
apostar no financiamento dos sectores sociais, com destaque para a Educação, a Saúde e a
Acção Social, visando a provisão de serviços primários orientados para as populações. De
notar que, o sector da Educação absorve 26,0% e a Saúde 13,0% da despesa total, excluindo
os encargos gerais do estado, respectivamente”, referiu Tonela.

Para impulsionar da actividade económica em 2023, Max Tonela informou aos parlamentares
que serão colocados à disposição do sector privado, através do Plano Económico e Social e
Orçamento do Estado, oportunidades de negócios de cerca de 134,2 mil milhões de MT para
a provisão de bens, serviços e investimentos.

E para fazer face ao financiamento do Plano de Reconstrução de Cabo Delgado iniciado no


presente ano, assegurou que já foram mobilizados recursos externos na ordem de 200 milhões
de dólares americanos, cujo processo de efectividade está em curso, findo o qual, os mesmos
serão inscritos ao longo da execução do PESOE 2023, à luz da prerrogativa legal atribuída ao
governo.

O ministro referiu ainda que em função do cenário macroeconómico apresentado, o Plano


Económico e Social e Orçamento do Estado para 2023 tem como metas arrecadar receitas do
estado, 357,1 mil milhões de meticais, equivalentes à 27,0% do PIB. No entanto, salientou
que, no conjunto da Receita do Estado, o governo prevê arrecadar cerca de 1,3 mil milhões de
meticais só de receitas provenientes do gás natural liquefeito da Área 4 da Bacia do Rovuma.

“Esta receita constitui um primeiro passo para assegurar que as receitas do gás sejam geridas
com foco no desenvolvimento sustentável para o beneficio de todos os moçambicanos, em
consonância com a abordagem da proposta da lei do Fundo Soberano”, disse.

Por: Hermínia Mahumane

Digitalização financeira em Moçambique

Moçambique prepara-se para ingressar no mundo da digitalização financeira para oferecer


soluções online mais rápidas e adequadas. Neste sentido, o Asseco Portuguese Speaking
Territories (PST), especialista no desenvolvimento de software bancário, firmou
recentemente uma parceria com a LOQR, empresa tecnológica que se dedica ao
desenvolvimento de soluções digitais para instituições financeiras. A colaboração visa
proporcionar uma abordagem mais abrangente aos actuais e futuros clientes bancários em
várias geografias do universo da lusofonia, incluindo o mercado moçambicano.

Num mundo cada vez mais digital, todos, mas especialmente as gerações mais jovens,
exigem soluções online mais rápidas. A LOQR e a Asseco PST propõem-se a apoiar os
bancos e outras instituições financeiras que pretendam cumprir estes novos requisitos,
fornecendo soluções compatíveis e isentas de risco.

A solução da LOQR, integrada no ecossistema Asseco, oferece às instituições financeiras a


capacidade de realizarem múltiplas operações, incluindo aberturas de conta online,
actualizações de dados de clientes e recuperação de acesso remoto. Com esta parceria, a
Asseco PST oferece uma gama mais vasta de inovações digitais para os bancos se conectarem
com os seus utilizadores finais.

A partir desta parceria que, além de Moçambique, abrange também outros mercados de
língua oficial portuguesa, como Angola, Cabo Verde e Portugal, onde a Asseco PST opera, os
bancos e outras instituições financeiras poderão optimizar as suas operações e aumentar a sua
eficiência através de soluções mais flexíveis e adequadas às necessidades de novos clientes.
Desta forma, será possível reduzir custos e aumentar o volume de negócios enquanto a
experiência dos utilizadores é aprimorada.

“Acredito verdadeiramente que esta parceria com a Asseco PST será de grande valor para as
empresas e para os nossos clientes. Juntamente com as soluções tecnológicas avançadas da
Asseco PST para o setor bancário, as iniciativas digitais da LOQR serão capazes de alcançar
novos mercados e clientes no quadro da nossa estratégia para capacitar as instituições
financeiras no seu processo de aceleração digital”, disse Ricardo Costa, CEO da LOQR.

“A transformação digital é um pilar essencial para os bancos e demais instituições financeiras


assegurarem uma estratégia vencedora na fixação de clientes e captação das novas gerações,
através da disponibilização de soluções de última geração. A parceria com a LOQR dá-nos
velocidade, maior capacidade de adaptação e constitui o forjar de uma aliança certa para
responder aos desafios num mundo cada vez mais competitivo e digital”, frisou também
Daniel Araújo, CEO da Asseco PST.

Importa referir que a Asseco PST (Portuguese Speaking Territories) é uma empresa de TI,
especialista no desenvolvimento de software bancário. Integrada na multinacional Asseco
Group, desde 2015, um dos maiores fornecedores europeus de software, conta com mais de
30 anos de experiência a desenvolver soluções em mais de 70 instituições financeiras. Está
presente em muitos países, possuindo filiais em Portugal, Angola e Moçambique, valorizando
sempre a proximidade ao cliente.

A LOQR fornece soluções AI Powered Journey-as-a-Service às instituições financeiras que


desejam digitalizar os seus serviços, garantindo que “as nossas iniciativas de end-to-end são
capazes de potenciar vidas digitais através de tecnologia de ponta e proporcionar uma
experiência contínua a todos os seus utilizadores”.

Por: Hermínia Mahumane

A OIM preocupada com segurança nas fronteiras

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) promoveu, em Maputo, um seminário


de alto nível para funcionários de gestão de fronteiras de Moçambique e da Tanzânia, no
âmbito do projecto "Reforço do Envolvimento e Policiamento Comunitário (CEP) e a Gestão
Integrada de Fronteiras (IBM)", com o objectivo de melhorar a segurança da comunidade e
reforçar a segurança nas fronteiras, contribuindo para a paz e estabilidade na região.

A fronteira partilhada de 800 quilômetros com a vizinha Tanzânia, no norte de Moçambique,


enfrenta insegurança devido à presença de grupos armados não estatais desde 2017,
resultando em quase um milhão de deslocados internos e necessitando de mais apoio
humanitário. Embora Moçambique e a Tanzânia tenham relações cordiais há mais de 40 anos,
o contexto actual tem suplicado uma cooperação reforçada em matéria de gestão de fronteiras
e envolvimento da comunidade.

É disso que o seminário realizado em Maputo, sob a égide da OIM, focou-se nessas matérias
que juntaram, na mesma sala, dezanove altos técnicos e funcionários de agências de gestão de
fronteiras, operacionalmente responsáveis pelas fronteiras no Norte de Moçambique
(Província de Cabo Delgado) e Sul da Tanzânia (Região de Mtwara).

Os participantes reflectiram em torno do reforço da cooperação e do intercâmbio de


informações entre as agências de gestão fronteiriça moçambicana e tanzaniana e, ainda, sobre
a necessidade de melhoria de conhecimentos e de competências dos funcionários fronteiriços
e agentes da lei sobre a gestão integrada de fronteiras, engajamento comunitário e
policiamento.

Lenatus Mwambene, Superintendente de Migração na República Unida da Tanzânia,


considerou que “a OIM tem ajudado a abordar as fragilidades de base comunitária antes de se
intensificarem em todo o país," acrescentando que o “Departamento de Serviços de Imigração
da Tanzânia reconhece o esforço da OIM na gestão da migração, abrangido com apoio de
fornecimento de equipamento, a reintegração, bem como o reforço de capacidades de oficiais
de primeira linha”.

Os participantes reflectiram ainda sobre outros assuntos, sobretudo, as questões do género,


especificamente, o papel das mulheres na gestão das fronteiras. É de referir que em uma
avaliação de capacidade realizada pela OIM, em Maio deste ano/2022, concluiu que as
mulheres estão sub-representadas neste ramo de exercício.

A sessão dedicada ao género facilitou o diálogo e procurou ideias sobre como o projecto
pode ajudar a fortalecer a inclusão e a participação das mulheres na gestão das fronteiras.

Os resultados do seminário abriram um caminho para uma cooperação transfronteiriça mais


estreita numa região que enfrenta uma crise complexa com a insegurança e moldaram futuras
actividades de projectos, tais como a oferta de formações especializadas para comunidades,
para agentes fronteiriços e agentes da lei, bem como sobre o equipamento e apoio de infra-
estruturas para promover a estabilidade e a paz nas comunidades transfronteiriças.

“Desde 2012, temos dedicado esforços para a implementação bem sucedida deste projecto
através de um diálogo contínuo. A história da cooperação entre os dois estados tem sido
fundamental e podemos declarar com confiança a formação de um futuro melhor para aqueles
que vivem em comunidades transfronteiriças no Norte de Moçambique" disse Laura Tomm-
Bonde, Chefe de Missão da OIM para Moçambique.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão tem sido um actor-chave, através da OIM,
com a finalidade de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS/16),
colmatando a lacuna para alcançar instituições inclusivas, reforçar os meios de
implementação e revitalizar parcerias para o desenvolvimento sustentável.
“Com o objectivo de melhorar a segurança comunitária e reforçar a gestão das fronteiras,
contribuindo assim para a paz e estabilidade entre as fronteiras de Moçambique e da
Tanzânia, a Alemanha financia este projecto da OIM com 4,2 milhões de euros.”

Ademais, "sob a liderança das autoridades migratórias de Moçambique da Tanzânia, o


projecto conjunto reforçou a cooperação e a discussão bilateral entre as duas autoridades”,
disse Marcel Kohlsdorf, 3º Secretário para os Assuntos Políticos da Embaixada da Alemanha.

A OIM opera através da sua sede em Maputo e dos sub-escritórios da Beira, Pemba e
Nampula. Ao adoptar uma abordagem de Desenvolvimento Humanitário Nexus de Paz
(HDPN) para o Norte de Moçambique, a OIM procura contribuir para o cumprimento dos
ODS, ao mesmo tempo que implementa o Pacto Global para a Migração Segura, Ordenada e
Regular (GCM).

Salienta-se que em 2022, os requisitos de financiamento da OIM ascenderam à 79,3 milhões


de dólares para continuar e escalar a sua abordagem HDPN no Norte de Mocambique.

Por: Maria Cosme

Muendane apresenta vectores de actividades para 2023

A Presidente da Autoridade Tributária, Amélia Muendane, apontou quatro vectores para


concentrar as actividades da Autoridade Tributária de Moçambique (AT) neste ano de 2023.
Na ocasião, Muendane afirmou que o primeiro vector referia-se à aproximação do
contribuinte e a popularização do imposto sob o lema “A Chama do Contribuinte” e, em
segundo lugar, a realização da reforma do Sistema Tributário moçambicano, assim como a
transformação da AT em órgão reitor do sistema. Com o terceiro vector, reflectiu-se sobre a
realização da Conferência sobre a Tributação à Indústria Extractive, sendo que em quarto
lugar, o avanço no âmbito da economia digital, da Tributação das Transacções Electrónicas
por Carteira Móvel e rastreio das transacções internas, bem como da Tributação do Comércio
Electrónico e, nesta base, aumentar a maximização das receitas.

Este anúncio ocorreu durante a sessão de encerramento do Seminário de Socialização com os


Órgãos de Comunicação Social, dos programas denominados “Visão Nacional do
Contribuinte do Futuro 2020-2040” e “Cooperativismo Fiscal”.
No evento que juntou jornalistas e gestores dos media foi também feita a apresentação sobre
os desafios da tributação da industria extractiva; da estratégia de comunicação da AT para
2023 e a atribuição das menções honrosas aos orgãos de comunicação social que mais se
destacaram em 2022, na divulgação de matérias fiscais, contribuindo desse modo, na
consecução dos objectivos institucionais da AT.

Em relação aos quatro vectores que irão guiar as actividades em 2023, principalmente no que
tange à aproximação do contribuinte e a popularização do imposto, através do lançamento, no
dia 9 de Janeiro, da caravana do contribuinte, sob o lema “A Chama do Contribuinte”, a
Presidente da AT explicou que esta será um movimento de educação fiscal e de
popularização do imposto que visa a promoção da cidadania fiscal e melhorar o
conhecimento do cidadão sobre o imposto.

“Irá ajudá-lo na interpretação da legislação e na busca de informações necessárias para o


cumprimento voluntário das suas obrigações fiscais”, disse Amélia Muendane.

Sobre a Reforma do Sistema Tributário moçambicano e a transformação da Autoridade


Tributária em órgão reitor do sistema, a Presidente da AT referiu que a iniciativa pretendia
munir a AT de competências para a harmonização de procedimentos e assegurar a
aglutinação da abordagem sobre impostos, incluindo a criação de um órgão de política fiscal.
A mesma dirigente esclareceu ainda que a Conferência sobre a Tributação da Indústria
Extractiva visava a troca de experiências e conhecimentos com vários actores nacionais e
internacionais com domínio sobre estas matérias, enquadrando-se no âmbito da organização
do sistema tributário para a maximização da cobrança de impostos provenientes da indústria
de exploração do gás natural.

PRINCIPAIS DESAFIOS

Neste capítulo, a Presidente da AT observou que o encerramento do exercício económico de


2022 coincidia com o término de mais um ciclo tributário, marcado por desafios devido à
ressaca macroeconômica que resultou do impacto de sucessivos abalos econômicos e
sanitários decorrentes da COVID 19, cujos efeitos ainda se fazem sentir na economia e na
sociedade moçambicana.

Este facto exigiu uma melhor organização do sistema tributário para fazer face ao
cumprimento integral das metas tributárias estabelecidas à luz da lei.
Prosseguindo, Amélia Muendane fez saber que o ano de 2022 evidenciou riscos operacionais
que tiveram impacto na eficiência tributária e aduaneira, designadamente, a vulnerabilidade
das fronteiras ao contrabando; o descaminho e a subfacturação nas importações, devido à
fraqueza no cumprimento escrupuloso dos procedimentos legais; as falsas declarações de
mercadorias nas exportações, sobretudo, da madeira e da castanha de caju e a elisão fiscal
associada à corrupção que ainda prevalece na instituição.

Com efeito, segundo a PAT, foi criado, em Março de 2022, o Centro de Gestão de Risco
Institucional com vista à facilitar o acesso a informação sobre os riscos a que a instituição
está sujeita e exposta e contribuir para o aperfeiçoamento e alinhamento dos processos de
trabalho com as directrizes da Autoridade Tributária, pelo que, “ainda neste ano, iniciamos a
3ª fase de Selagem Obrigatória de Cervejas e Bebidas Pronto a Consumir, visando reforçar o
controlo fiscal e aduaneiro. Esperamos com esta medida, garantir que o produto que entra
para o mercado nacional, seja por importação ou por produção nacional, ostente o selo de
controlo fiscal, e, por outra, que a arrecadação do Imposto sobre Consumo Específico (ICE),
registe um crescimento assinalável, comparado com os anos transactos”.

Outra prioridade que estava prevista para 2022, era o lançamento do programa nacional de
desenvolvimento cooperativo, inserido na Operacionalização da Visão Nacional do
Contribuinte do Futuro 2020 – 2040. Este programa, salientou a PAT, tinha como objectivos
assegurar a expansão da base tributária e a popularização do imposto, através da organização
da base produtiva e estimular a transformação de organizações económicas informais, cujo
processo assegurou a criação, em 2022, de 203 novas sociedades cooperativas em todo o país.

“Actualmente, do universo de 1326 contribuintes das Unidades dos Grandes Contribuintes,


1.113 pagam via Banco, o que representa uma realização de 83,93% e 72,85%, contra o plano
de 80% previamente estabelecido”, destacou a PAT, para depois salientar que, nos anos mais
recentes, o avanço da tecnologia e da internet transformaram a maneira como as pessoas
interagem entre si.

E, neste contexto, esclareceu que “decidimos avançar com o projecto da tributação da


economia digital, tendo presente que a maior parte das transacções comerciais ocorrem por
via dos meios electrónicos”.

Prosseguindo ainda, Amélia Muendane referiu que em 2022, a instituição que dirige,
aprovou a estratégia para tributação da economia digital, que norteia os caminhos e passos a
seguir ao início da tributação em 2023, destas operações em Moçambique, tal como sucedia,
como por exemplo, no Quênia, África do Sul e noutros países africanos que apresentam
avanços significativos na tributação deste sector.

No âmbito do projecto da instalação dos Postos Médicos, a PAT disse que, durante a
interacção com os media, foram identificadas infraestruturas e executadas as respectivas as
reabilitações, prevendo-se a inauguração, no primeiro trimestre de 2023, dos postos de Cabo
Delgado, Manica e Cidade de Maputo.

SINAIS DE RECUPERAÇÃO

No entanto, depois de múltiplos e consecutivos choques adversos, nos últimos anos,


incluindo os desastres naturais, a desestabilização política, os efeitos da pandemia global, a
economia moçambicana estava, de acordo com Amélia Muendane, a dar sinais de
recuperação. Para ilustrar, apontou para o desempenho do Produto Interno Bruto na ordem de
3,6%, no III trimestre de 2022.

“A ligeira desaceleração econômica reflectiu a contração observada no sector secundário,


num contexto em que os preços das commodities de exportação se mantiveram favoráveis e
tiveram impacto na melhoria da procura externa, evidenciada, sobretudo, pelo desempenho
alcançado pela indústria extractiva”, realçou a dirigente.

No entanto, o acordo, de três anos, estabelecido com o Fundo Monetário Internacional


(FMI), para o período de 2022-2025 e o reinício do apoio orçamental de outros parceiros de
desenvolvimento reforçaram ainda mais a recuperação económica, enquanto se resolvem os
constrangimentos referentes à dívida e ao financiamento.

Neste âmbito, a PAT deu a conhecer que em 2022 a Lei Orçamental fixou a meta anual em
293,92 mil milhões de meticais, o que representa um crescimento nominal na ordem de
10,7%, em relação à 2021.

"Até o fecho do mês de Novembro, cobrámos 275,62 mil milhões de meticais, representando
uma realização de 94% relativamente à meta anual, faltando cobrar apenas 6% da meta anual,
o que corresponde a uma fracção 18 mil milhões de meticais a cobra até 31 de Dezembro”,
sublinhou.
Na vertente do capital humano, Amélia Muendane observou que como corolário do processo
da unificação de carreira iniciada em 2018, foram enquadrados 3.836 funcionários, dos quais
2.148 paramilitares.

“Realizamos em 2022, o patenteamento de 1927 funcionários aduaneiros, nas categorias de


Comissários-Gerais, Comissários, Subcomissários, Superintendentes, Inspectores e
Sargentos, ao abrigo do artigo 9 do Estatuto Paramilitar das Alfândegas de Moçambique,
aprovado pelo Decreto n.35/2010, de 1 de Setembro, nos termos do Decreto n.o 74/2014, de
10 de Dezembro”, concluiu a PAT.

Por: Hermínia Mahumane

AT mais atento ao contrabando

A Autoridade Tributária (AT) apreendeu bebida contrabandeada no Bairro da Machava, no


Município da Matola. Tratou-se de mais de 450 caixas de bebidas espirituosas e caixas de
cervejas encontradas em uma residência.

A bebida contrabandeada, de diversas marcas, era proveniente da República da África do Sul


e estava escondida em diversos compartimentos de uma residência. Os proprietários da
mercadoria revelaram que investiram valores altos para responder às solicitações da quadra
festiva.

A investigação feita pela Autoridade Tributária revelou que a mercadoria apreendida


equivalia a mais de 2 milhões de meticais e caso a sua introdução no país tivesse obedecido
os trâmites legais, o estado arrecadaria, de imposto e outras imposições aduaneiras, cerca de 5
milhões de meticais.

O Director das Alfândegas na Província de Maputo, Leonel Vasco, explicou que a apreensão
das bebidas foi feita através de um trabalho conjunto de fiscalização e inteligência dos
membros da Autoridade Tributária.

Por: Delton Chigoe

SOCIEDADE

Moçambique eleito Membro Não-Permanente do Conselho de Segurança da ONU


Moçambique começou, na semana finda, o seu mandato como Membro Não-Permanente do
Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), pelo que o combate ao
terrorismo está entre as suas prioridades na agenda.

Deste modo, o Presidente da República deu o mote da actuação do seu país no órgão que é
“defender os interesses de Moçambique e de África, procurando maior espaço para os países
em desenvolvimento nos órgãos de decisão”. Disse ainda, em mensagem à nação, que:
"Reafirmamos a nossa linha de orientação centrada na defesa e salvaguarda dos interesses de
Moçambique, da África, dos países em desenvolvimento e do mundo na defesa da paz e
segurança internacionais".

O estadista moçambicano reiterou que a actuação do seu país no órgão iria assentar-se na
Política Externa de Moçambique que visa afirmar a independência e a soberania de
Moçambique para projectar a sua imagem como um Estado internacionalmente prestigiado,
amante da paz e da liberdade dos povos, como defensor do multilateralismo em estrita
observância dos princípios o objectivos consignados na Carta das Nações Unidas.

Outros elementos destacados por Nyusi foram: os fortes desafios internacionais que o mundo
enfrenta na acutalidade, como o recrudescimento de ameaças à paz e segurança internacional
causados, por conflitos entre estados; o terrorismo e o efeito das mudanças climáticas.

Neste sentido, o Presidente da República considerou que o seu país iniciava, este mandato,
disposto a usar a humilde experiência de Moçambique na construção da paz, por via do
diálogo para contribuir, de forma relevante, na edificação de um mundo mais pacífico,
harmonioso e próspero.

Na ocasião, o Embaixador de Moçambique das Nações Unidas, Pedro Comissário, declarou


que iria defender muito a paz, a segurança internacional e o combate vigoroso ao terrorismo,
particularmente, em África. Acrescentou ainda que Moçambique queria levantar o debate
sobre a necessidade de uma reforma do órgão para a inclusão das preocupações africanas.

Segundo Comissário, é necessário prestar atenção à reforma do Conselho de Segurança para


reflectir sobre as preocupações africanas, por ter sofrido muita injustiça histórica.
“O terrorismo como sabem está a desgraçar o tecido africano, a África agora está a ser um
campo onde o terrorismo tende a expandir-se,” disse Comissário.

O diplomata revelou também que havia assuntos sensíveis sobre os quais Moçambique terá
de tomar decisões, sendo um deles o conflito na Ucrânia. E, neste aspecto, deixou claro que o
país iria defender sempre a adopção de resoluções que garantam a existência da paz.

“A paz não é divisível, paz é um bem comum, é um bem da humanidade, o conflito na


Ucrânia tem incidência directa sobre o povo moçambicano, sobre a África, no seu todo,
portanto, não se pode dizer que o que está acontecer na Ucrânia não é da minha conta, porque
não é possível,"salientou.

Moçambique ainda, segundo o seu Diplomata Principal nas Nações Unidas, irá exigir, a
pedido de todos os países do continente, que a África esteja permanentemente representada
no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

É de referir que Moçambique foi eleito Membro Não-Permanente do Conselho de Segurança


das Nações Unidas (ONU), para o período 2023-2024, em 9 de Junho do ano passado.

Este órgão, criado para manter a paz e a segurança internacionais, em conformidade com os
princípios das Nações Unidas, tem cinco membros permanentes: os Estados Unidos da
América, a Rússia, a França, o Reino Unido e a China e dez membros não-permanentes.
Todos os anos, a Assembleia-Geral elege cinco, de um total de dez membros não-
permanentes que, nos termos de uma resolução da ONU, são distribuídos da seguinte forma:
cinco africanos e asiáticos, um da Europa do Leste, dois da América Latina, dois da Europa
Ocidental e outros Estados.

A eleição de Moçambique ocorre numa altura em que a insurgência armada na Província de


Cabo Delgado continua o principal desafio de segurança, com alguns ataques reclamados
pelo grupo extremista “Estado Islâmico”.

Grupo Interministerial Considera a Quadra Festiva Positiva


Decorreu na quinta-feira, 05 de Janeiro, na Cidade de Maputo, a Conferência de Imprensa
Colectiva sobre o Balanço da Quadra Festiva. Na ocasião, foram apresentadas diversas
observações em cada área de actuação durante a quadra festiva.

A Directora Nacional do Comércio Interno, Zulmira Macamo referiu que a disponibilidade


dos produtos foi garantida pelo aumento da produção que houve no âmbito do “Programa
Sustenta”. Portanto, o aumento da produção agro-pecuária e da produção industrial, tendo em
conta que o programa nacional da industrialização e sua incrementação, contribuíram,
igualmente, também para a disponibilidade de algumas medidas que foram tomadas pelo
governo, de entre elas: a redução dos preços de referência a serem aplicadas na fronteira, o
que permitiu que o custo de importação baixasse relativamente aos meses anteriores.

“Fora desta questão de redução dos preços, a implementação do Diploma 99/2003 isenta de
pagamentos de direitos aduaneiros no âmbito da importação da matéria-prima pelo sector da
indústria transformadora, também contribuiu bastante para reduzir os custos de produção da
indústria nacional,” ressaltou Macamo, frisando ainda que existem produtos suficientes para
os meses de Fevereiro e Março sem ruptura de stock.

Por outro lado, o representante do Ministério da Saúde, Felix Pinto revelou que registou uma
evolução satisfatória em relação aos casos registados ao nível das unidades hospitalares.

Segundo Pinto, o processo de avaliação durante a quadra festiva, cinge-se nas unidades
hospitalares, nas principais unidades hospitalares das províncias, nos hospitais centrais, nos
hospitais provinciais, nos hospitais distritais e rurais, num total de 59 unidades hospitalares,
que foram objecto de observação. Acrescentou ainda que houve uma redução de cerca de 7%,
porém, fizeram-se às unidades sanitárias, indivíduos idos por acidentes de viação, de agressão
física, de acidentes resultantes de uso de objectos pirotécnicos, de intoxicação, de
mordeduras, de picadas, de violência sexual e de violência doméstica.

“Quando observamos estes dados, ao nível das unidades hospitalares, nós vimos que houve
indivíduos que sofreram traumas, por acidente de viação, reduzidos em cerca de 10%. Sobre
os dados resultantes de agressão física, verificou-se uma redução em 7%. Também, tivemos
uma redução de acidentes, resultados do uso de objectos pirotécnicos, em 60%, assim como
de mordeduras em cerca de 25%. Houve ainda o registo de 95 casos, nas unidades
hospitalares, de violação sexual e de violência doméstica, 213 casos de mortes, reduzidas em
cerca de 50%. Comparando com os resultados do ano transacto, tivemos um registo de 35
óbitos contra 66," evidenciou Pinto.

Por seu turno, o Director dos Transportes, Fernando Honwana referiu que no período da
quadra festiva, este sector, trabalhou com as empresas para aferir a disponibilidade do serviço
e criar oferta provisória para atender a demanda.

“Felizmente, não tivemos problema de fazer face à demanda. A nossa maior preocupação,
neste período, era sensibilizar os passageiros para que fiscalizassem dentro do autocarro, para
evitar o excesso de velocidade, condução irresponsável, ”disse. Em relação à segurança,
Honwana frisou que o sector trabalhou com empresas de transportes, com vista a mobilizá-las
para monitorar o desempenho dos seus motoristas.

Por seu turno, o Chefe do Sector de Acidentes de Viação Geral da PRM, Agostinho Amor,
disse que a Polícia da República de Moçambique, no período da quadra festiva 2022/2023,
registou um total de 19 acidentes de viação contra 42 do período 2021/2022, dos acidentes
registados. No período em referência, 2022/2023, ocorreram, como consequência, 24 óbitos
contra 48, 22 feridos graves contra 41 e 43 feridos ligeiros contra 45.

Na ocasião, Amor mencionou que as principais causas de acidentes de viação continuam a


ser velocidade excessiva, por parte dos condutores que não observam os limites de velocidade
estabelecidos na via, frisando que “continuamos a ter problemas mecânicos e ultrapassagens
irregulares. Estes acidentes ocorreram na Cidade de Maputo, Província de Maputo,
Inhambane, Sofala, Tete e Manica, destacando-se a Província de Inhambane com 7 casos de
acidentes”.

Ainda na sua intervenção, Amor afirmou que as festividades ocorreram num ambiente
tranquilo, na medida em que se registou-se uma redução, do índice de acidentes de viação,
em 23 casos, correspondentes a 55%.

Na sua alocução, a Representante da Inspeção Nacional da Actividades Económicas, Leonor


Maguvana, avançou que durante a quadra festiva desenvolveram-se actividades que tiveram
impacto nas práticas ilícitas de natureza diversa, em particular, ao açambarcamento e
especulação de preços de produtos de primeira necessidade, à venda de produtos fora do
prazo e nas práticas de falta de cortesia no atendimento ao consumidor.
"Todavia, fazemos um balanço positivo, à medida em que as queixas do lado do consumidor
foram menores, comparativamente aos anos anteriores e, deste trabalho, resultou na
fiscalização de cerca de 4.935 unidades económicas, a destacar: 497 no ramo da indústria;
332 no ramo do comércio a grosso; 2.822 unidades económicas, no comércio a retalho; 234
nos empreendimentos turísticos e 344 em empreendimentos de restauração e bebida,” indicou
Maguvana.

A Representante da INAE acrescentou ainda que dos produtos de maior procura e mais
inspecionados durante a quadra festiva destacaram-se: a batata, o tomate, a cebola, frangos e
ovos, pelo que “houve apreensão e destruição de produtos fora da validade e resultantes da
viciação de pesos. Produtos como a farinha de milho, refrigerantes, cervejas e arroz (Cidade
de Maputo; açúcar castanho (cerca de 40 embalagens na Província da Zambézia) e batata
(400 kg de batata em Tete) foram destruídos por viciação de preços. Para além destes, foram
também destruídos por se encontrarem fora do prazo de validade, produtos como leite e água
mineral, avaliados em 24.8401 Meticais.

Por: Maria Cosme

Sangue nas estradas de Inhambane

Nove pessoas ficaram gravemente feridas, na Província Inhambane (na Vila-Sede de


Quissico, Distrito de Zavala), ao longo da EN1, em resultado de um acidente de viação, do
tipo choque, envolvendo dois carros.

A Porta-Voz do Comando Provincial da PRM em Inhambane, Nércia Bata, revelou que o


acidente teve como causas, a condução em alta velocidade, associada à ultrapassagem
irregular. Esclareceu também que os dados, ainda preliminares, indicam que a viatura, que
saía da África do Sul com destino à Inhambane, era conduzida em alta velocidade e que o
condutor tentou fazer uma ultrapassagem irregular, provocando o acidente.

Nércia Bata informou que os feridos foram logo evacuados ao hospital. Porém, aproveitou a
ocasião para reiterar o apelo, aos automobilistas, para pautarem por uma condução
responsável.

Por: Delton Chigoe

Melhora a relaçao entre Comunidades e as FDS


A relação entre as comunidades e as Forças de Defesa e Segurança (FDS), em Mocímboa da
Praia, Província de Cabo Delgado, estão melhoradas, segundo avançaram os líderes religiosos
e comunitários, na semana finda, realçando que melhoraram bastante depois da transição do
ano, pelo facto de que os residentes locais passaram a informar às autoridades locais qualquer
movimentação, que considerassem estranha.

Sheik Sahama Antumane, um dos mais destacados líderes religiosos de Mocímboa da Praia,
apontou que com o terrorismo perdeu quase tudo e viu a sua própria residência a ser
incendiada. Entretanto, conseguiu reabilitá-la em quatro meses. Os seus filhos e netos
continuam em Pemba, pelo que passou as festas com a sua esposa e alguns dos seus
trabalhadores. Neste âmbito, considera que a segurança está restabelecida na região.

“A título de exemplo, desde que a população regressou, nenhuma aldeia foi atacada, sendo
isso, o resultado da vigilância popular em conexão com as forças de defesa e segurança”,
afirmou Antumane.

Xavier, um líder comunitário também considerou que a situação estava controlada, numa
coordenação entre a comunidade e as forças de defesa e segurança. Frisou ainda que a
colaboração da comunidade e as forças de defesa e segurança era a chave do sucesso.

É de salientar que a casa de Xavier não foi incendiada, diferentemente da casa de Sheik Sham
Antumane, mas roubaram-lhe todos os seus bens, tendo regressado a Mocímboa da Praia com
a sua esposa e sogra. Os seus 10 filhos e netos ainda continuam na Cidade de Pemba.

Os dois líderes deixaram um apelo referente à reinstalação dos bancos comerciais, pois os
consideram essenciais para a rápida recuperação da actividade económica naquela parcela
dos país. Os mesmos acreditam que a Vila de Mocímboa da Praia jamais voltará a ser
ocupada pelos terroristas.

Em relação à apoios e donativos, referem que um camião, de 60 toneladas, distribuiu


sementes de milho em diferentes aldeias da zona, assim como o governo distrital tem a
expectativa de assegurar comida para as famílias.

Por seu turno, os jovens solicitam treinos militares, de modo a garantir a segurança nas sua
aldeias, tal como é o exemplo de Adelino Lucas, de 32 anos, que vive na aldeia de Njama,
arredores da Vila de Mocímboa da Praia. Antes, esteve deslocado, durante 3 anos em Mueda,
tendo regressado à sua aldeia, onde preparou um campo agrícola de milho e mandioca.
Assim, com esta produção espera não depender mais de ajuda humanitária para alimentar a
sua família.

Por: Delton Chigoe

EDUCAÇÃO

Escola Secundária de Muhalaze agrava taxas para a construção de salas de aulas

A Escola Secundária de Muhalaze, no Município da Matola, cobra taxas altas referentes ao


pagamento de matrículas e para a construção de salas de aula. As actuais taxas variam entre
1100 e 1500 Meticais, para a 10ª e 11ª classes.

A nova tabela de taxas, que foi afixada na vitrina, gerou revolta no seio dos encarregados de
educação dos alunos que frequentam aquela instituição de ensino.

“Este valor das matrículas é exorbitante. Eu, com três filhos nesta escola, como farei para
pagar essas taxas, de 1500 por cada filho? E ainda tenho uniforme escolar para comprar,
tenho material escolar e terei de sustentar as despesas de transporte. O que nós queremos é
que mantenham as taxas ou, se for para agravar, que tivessem feito um aviso prévio”,
lamentou uma encarregada de educação.

Não são apenas as taxas de matrículas que inquietam os encarregados, como também a
cobrança de 500 Meticais para construção das salas de aula. “Nós não estamos contra o facto
de os encarregados de educação contribuírem para a construção de mais salas, mas deveria
ter-se em conta que nem todo o mundo tem esse poder financeiro de tirar 500 Meticais. O que
gostaríamos é que nos dessem uma explicação plausível para o agravamento de taxas de
matrícula para o ano lectivo de 2023”, evidenciou outra encarregada de educação.

Os encarregados de educação relataram ainda o agravamento das taxas de exames, em que os


estudantes haviam pago um valor de 300 Meticais, ao invés de 50 Meticais para 10ª e 100
Meticais para 12ª classe.

Por:Delton Chigoe

DESPORTO
Clésio Baúque rescinde com o Marítimo

O Marítimo anunciou, na semana finda, a rescisão do contrato com Clésio Baúque, extremo
moçambicano, que chegou ao clube na temporada passada. Deste modo, o jogador de 28 anos
fica livre ao mercado para assinar por um outro emblema.

Através de um comunicado, o emblema insular desejou as melhores felicidades ao


profissional exemplar, sendo que o Marítimo da Madeira, Futebol SAD anunciou a rescisão,
por mútuo acordo, com o jogador Clésio Baúque. O internacional moçambicano chegou ao
Marítimo no início da temporada passada e sempre honrou o Leão do Almirante Reis. Deste
modo, o Marítimo agradeceu-lhe pela dedicação ao ideal verde-rubro.

Tendo passado pelo Ferroviário de Maputo (Moçambique), Benfica (Portugal), Harrisburg


City Islanders (Estados Unidos), Panetolikos (Grécia), Istanbulspor (Turquia), FK Qabala e
Zira FK (Azerbeijião), Clésio Baúque torna-se no segundo jogador a abandonar o plantel no
mercado de inverno.

Por: Delton Chigoe

Pepa pretende apadrinhar estreia de CR7

A estreia de Cristiano Ronaldo com a camisola do Al Nassr pode acontecer, a qualquer


momento, frente ao Al Tai, de Pepa, treinador português que comentou essa hipótese.

“Para nós que estamos aqui [na Arábia Saudita], a vinda do Cristiano é um motivo de orgulho
tremendo e espero bem que possa constar na ficha de jogos contra nós. Fala-se, aqui, na
questão dos dois jogos de castigo [aplicados pela Federação Inglesa, após o incidente com um
adepto do Everton], mas espero bem que não e que possamos ser nós a apadrinhar a estreia do
Cristiano,” referiu em declarações ao Canal 11.

O técnico revelou ainda uma situação curiosa relacionada com o capitão do Al Tai, dizendo
que “o nosso capitão, que é médio, pois quando soube da notícia e, na altura estávamos a
jantar, em estágio, disse-me para o colocar na central, de modo a estar ao pé do Cristiano. Foi
em jeito de brincadeira, mas dá para ver a dimensão desta vinda do Cristiano para a Arábia
Saudita”.
Pepa, de 42 anos, está no Al Tai desde Julho, estando a viver a primeira experiência fora de
Portugal. Até ao momento soma seis vitórias, em 12 partidas ao serviço dos sauditas, que
ocupam a sétima posição do campeonato local, com 18 pontos. A competição é liderada, à
condição, pelo Al Nassr, que conta agora com Cristiano Ronaldo.

Por: Delton Chigoe

Mundo do futebol em luto

Morreu na quinta-feira, 29 de Dezembro, o jogador brasileiro, Edson Arantes do Nascimento,


mais conhecido por Pelé. Considerado um dos maiores jogadores de todos os tempos, ele
morreu na capital paulista, após ficar hospitalizado por um mês devido a um cancro de cólon
e uma infecção pulmonar.

Pelé, de 82 anos, lutou recentemente contra problemas de saúde e passou por uma cirurgia
para remover um tumor no cólon no início de Setembro. Ele sofria de problemas no quadril,
há anos e não conseguia andar sem ajuda. As suas aparições públicas já vinham sendo
cortadas, antes da pandemia de COVID-19 e, desde então, ele vinha fazendo algumas
incursões desnecessárias fora da sua casa, perto de Santos.

Nascido a 23 de Outubro de 1940, na pequena cidade mineira de Três Corações, Pelé


conquistou o mundo com o seu talento no futebol. Ele foi o único jogador do mundo a vencer
três mundiais.

A estrela brasileira saiu da pobreza para se tornar um dos atletas mais importantes e famosos
da história moderna. Com habilidades sublimes e um sorriso cativante, ele ajudou a tornar o
futebol um desporto mais popular do mundo e encantou papas, presidentes e estrelas de
Hollywood ao longo de sete décadas.

Edson Arantes do Nascimento aprendeu a jogar futebol com o pai, um jogador semi-
profissional cuja promissora carreira foi prejudicada por uma lesão no joelho. Deste modo,
Pelé ingressou no Santos com apenas 15 anos e transformou o clube em um dos mais famosos
do mundo na década de 1960.
Durante uma passagem brilhante pelo clube, ele ganhou todas as honras possíveis do futebol
brasileiro, além de duas Copas Libertadores e dois Mundiais de Clubes, em 1962 e 1963. Seu
talento logo foi reconhecido pela Selecção Nacional e, foi escolhido para a Seleção Brasileira
rumo à Copa do Mundo de 1958, na Suécia.

Um psicólogo da equipa chamou Pelé, de 17 anos, de "obviamente infantil" e desaconselhou


a sua convocação. Mas o atacante marcou três golos na semifinal contra a França e outros
dois golos na final contra a anfitriã Suécia, ajudando o Brasil a erguer o Mundial pela
primeira vez.

Depois de ter poucas participações nas Copas do Mundo de 1962 e 1966 devido a várias
lesões, Pelé chegou à Copa do México de 1970 aos 29 anos e levou a equipa à conquista do
tricampeonato. A equipa incluiu outras estrelas como Carlos Alberto Torres e Tostão, naquela
que é considerada, por muitos, a melhor formação da história do futebol. Pelé se aposentou da
selecção logo depois e deixou o Santos, em 1974.

Mas, ao descobrir que investimentos imprudentes o deixaram falido, ele aceitou uma oferta
no ano seguinte para sair da aposentadoria e jogar pelo New York Cosmos, pela então
impressionante quantia de cerca de um milhão de dólares por ano.

O carisma de Pelé deslumbrou, até, os nova-iorquinos mais experientes. Ele conviveu com
celebridades e uma vez dividiu uma mesa na famosa boate Studio 54 com Mick Jagger, Rod
Stewart e Andy Warhol, que disseram que o brasileiro era a excepção ao ditado de que todo
mundo só consegue "15 minutos de fama".

INTERNACIONAL

Decretado Luto Nacional por Bento XVI

O Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, decretou, na quarta-feira


(04), um dia de luto nacional pela morte do Papa Emérito Bento XVI. O PR assinou o decreto
do governo que declarava o luto nacional, no dia 5 de Janeiro de 2023, pelo falecimento do
Papa Emérito Bento XVI, anunciou a página da Presidência da República, em comunicado.
O funeral de Bento XVI realizou-se na quinta-feira, 05 de Janeiro, na Praça de São Pedro, no
Vaticano. Participaram das exéquias fúnebres apenas o Presidente da República, Marcelo
Rebelo de Sousa e as delegações do governo, da Presidência da Itália e da Alemanha. O
funeral do Papa Emérito Bento XVI foi semelhante às tradições usadas nas cerimônias dos
seus antecessores, mas, com adaptações, por não ser um pontífice em exercício do cargo,
anunciou o Vaticano.

Bento XVI morreu no dia 31 de Dezembro aos 95 anos, tendo abdicado em 2013, tornando-se
no primeiro a fazê-lo em seis séculos. Assumiu o papel de Papa emérito desde a escolha de
Francisco para o substituir na liderança da Igreja Católica.

A liturgia, de grosso modo, seguiu o modelo de exéquias de um Sumo Pontífice, com alguns
elementos particulares, que dão originalidade ao rito, segundo indicou o Porta-Voz de Santa
Sé, Matteo Bruni, precisando, porém, que outros elementos estarão ausentes por serem
próprios de um pontífice reinante.

Na cerimónia, presidida pelo Papa Francisco, foram alteradas as súplicas finais da Igreja de
Roma e das Igrejas Orientais, bem como as leituras, uma passagem do Profeta Isaías e a I
Carta de São Pedro. Bento XVI foi sepultado, à semelhança dos seus antecessores, num triplo
féretro no interior do templo: primeiro num caixão de cipreste forrado de veludo carmesim,
por sua vez colocado num caixão de zinco lacrado e, por fim, num terceiro feito em olmo.

No interior, junto ao corpo, foi introduzido um cilindro metálico contendo um texto que relata
a história do papado do pontífice alemão, além de outros objectos, incluindo medalhas e
moedas por ele cunhadas.

Após o funeral, o triplo féretro de Bento XVI foi trasladado para a Cripta da Basílica de São
Pedro e, por seu desejo, sepultado no túmulo que pertenceu a João Paulo II, que foi erguido
para a superfície do templo em 2011. O Papa emérito Bento XVI abalou a Igreja ao resignar
do pontificado por motivos de saúde, a 11 de fevereiro de 2013, dois meses antes de
comemorar oito anos no cargo.
Joseph Ratzinger, que foi Papa entre 2005 e 2013, nasceu em 1927 em Marktl am Inn, na
Diocese alemã de Passau, tornando-se no primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em
muitos séculos e um representante da linha mais dogmática da Igreja.

Os abusos sexuais a menores por padres e o "Vatileaks", caso em que se revelaram


documentos confidenciais do Papa, foram temas que agitaram o seu pontificado. Bento XVI
classificou os abusos como um "crime hediondo" e pediu desculpa às vítimas.

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