Puil 825

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 23

Superior Tribunal de Justiça

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI Nº 825 - RS


(2018/0131584-1)

RELATOR : MINISTRO SÉRGIO KUKINA


REQUERENTE : UNIÃO
REQUERIDO : JUNIOR LEITE AMARAL
ADVOGADOS : SEBASTIÃO LEITE AMARAL E OUTRO(S) - RS041849
DÉBORA CAMILA DE ALBUQUERQUE CURSINE -
MT010345
CLÁUDIO PEREIRA DE SOUZA NETO - DF034238
LUCAS CAPOULADE NOGUEIRA ARRAIS DE SOUZA -
DF045157
EMENTA

PROCESSUAL CIVIL. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE


INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL - PUIL. JUIZADO
ESPECIAL FEDERAL. ART. 14 DA LEI N. 10.259/2001.
INADEQUAÇÃO DOS FUNDAMENTOS OFERTADOS PELA
UNIÃO. CONTRARIEDADE À JURISPRUDÊNCIA
DOMINANTE DO STJ. INOCORRÊNCIA. SUPERAÇÃO DO
ENTENDIMENTO RESTRITIVO FIRMADO NO AGINT NO
PUIL 1.799/DF. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NÃO
CONHECIDO.
1. O pedido de uniformização de interpretação de lei federal encarna
meio de impugnação de decisão judicial bastante peculiar e próprio do
microssistema dos juizados especiais, cujo juízo de admissibilidade se
dá por critérios assemelhados aos que esta Corte emprega para a
admissão do recurso especial. Precedentes.
2. No caso, como seria de rigor, a União não aponta, com clareza, a
norma federal que diz violada, nem tampouco os motivos pelos quais a
tem por malferida, o que inviabiliza o conhecimento do pedido, em
virtude da apontada analogia com o juízo de admissibilidade do
recurso especial. Ademais, as razões articuladas pela requerente,
fundadas, essencialmente, em preceitos constitucionais (como se
destinadas a debate em recurso extraordinário), revelam-se
inadequadas para exame no âmbito do Pedido de Uniformização. Por
fim, não desponta presente a necessária similitude fática entre a
hipótese decidida pela TNU nestes autos e aquela vertida no acórdão
ofertado a título de paradigma.
3. Consoante prevê o art. 14 da Lei n. 10.259/2001, o pedido dirigido
a esta Corte Superior somente será cabível “quando a orientação
acolhida pela Turma de Uniformização, em questões de direito
material, contrariar súmula ou jurisprudência dominante no
Superior Tribunal de Justiça – STJ”.
Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 05/06/2023 Página 1 de 7
Superior Tribunal de Justiça
4. À falta de baliza normativo-conceitual específica, tem-se que a
locução "jurisprudência dominante", para fins do manejo de pedido de
uniformização de interpretação de lei federal (PUIL), deve abranger
não apenas as hipóteses previstas no art. 927, III, do CPC, mas
também os acórdãos do STJ proferidos em embargos de divergência e
nos próprios pedidos de uniformização de lei federal por ele decididos,
como proposto no alentado voto-vista da Ministra Regina Helena
Costa, unanimemente acatado por este Colegiado.
5. No caso sob exame, ressalte-se, o único acórdão invocado pela
parte requerente (União) não se insere em nenhuma das modalidades
decisórias acima demarcadas, em contexto que faz inviabilizar o
conhecimento de seu pedido uniformizador.
6. Estabelecidos, pois, esses novos parâmetros acerca da expressão
"jurisprudência dominante", agora com maior amplitude, dá-se por
superado o entendimento restritivo outrora firmado no AgInt no
PUIL n. 1.799/DF, relator Ministro Sérgio Kukina, Primeira Seção,
DJe de 7/10/2022.
7. Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei Federal não
conhecido, inclusive com superação de precedente.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira


Seção do Superior Tribunal de Justiça, Prosseguindo o julgamento, após o voto-vista da Sra.
Ministra Regina Helena Costa,por unanimidade, não conhecer do Pedido de Uniformização de
Interpretação de Lei Federal, nos termos da reformulação de voto do Sr. Ministro Relator. Os
Srs. Ministros Regina Helena Costa (voto-vista), Gurgel de Faria, Paulo Sérgio Domingues,
Humberto Martins, Herman Benjamin e Benedito Gonçalves votaram com o Sr. Ministro
Relator.
Impedido o Sr. Ministro Mauro Campbell Marques.
Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro Francisco Falcão.
Presidiu o julgamento a Sra. Ministra Assusete Magalhães.

Brasília (DF), 24 de maio de 2023(Data do Julgamento)

MINISTRO SÉRGIO KUKINA


Relator

Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 05/06/2023 Página 2 de 7
Superior Tribunal de Justiça
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI Nº 825 - RS
(2018/0131584-1)
RELATOR : MINISTRO SÉRGIO KUKINA
REQUERENTE : UNIÃO
REQUERIDO : JUNIOR LEITE AMARAL
ADVOGADOS : SEBASTIÃO LEITE AMARAL E OUTRO(S) - RS041849
DÉBORA CAMILA DE ALBUQUERQUE CURSINE -
MT010345
CLÁUDIO PEREIRA DE SOUZA NETO - DF034238

RELATÓRIO

MINISTRO SÉRGIO KUKINA (Relator): A União formula o presente


Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei Federal (fls. 531/544) , com lastro no art.
14, § 4º, da Lei n. 10.259/2001, contra o acórdão de fls. 514/521 (complementado às fls.
574/576), da TNU, pelo qual se negou provimento ao pedido de uniformização da União,
mantendo, com isso, decisão colegiada proferida pela 5ª Turma Recursal do Rio Grande do
Sul, no que condenou a União ao pagamento de ajuda de custo, em decorrência da remoção
do autor, a pedido (Defensor Público da União), ocorrida em outubro de 2012, confirmando,
no ponto, a sentença de primeiro grau.
Eis a ementa do aludido acórdão da TNU (fls. 520/521):

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI


FEDERAL. REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA.
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. DEFENSORIA PÚBLICA DA
UNIÃO. CARREIRA A CUJOS MEMBROS É ASSEGURADA A
GARANTIA DA INAMOVIBILIDADE (ART. 134, § 1º, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL C/C ART. 34 DA LEI COMPLEMENTAR N°
80/94). DIREITO AO PAGAMENTO DE AJUDA DE CUSTO EM CASO
DE REMOÇÃO "A PEDIDO". DISTINGUISHING EM RELAÇÃO AO
OBJETO DAS PETIÇÕES N° 8.345/SC E N° 9.867/PE. PRECEDENTES.
INCIDENTE NÃO PROVIDO.
1. A jurisprudência deste colegiado há muito se firmou no sentido de que,
nas carreiras que possuem garantia constitucional da inamovibilidade, a
remoção atende primariamente o interesse do serviço e apenas
secundariamente o interesse do agente. Neste sentido, e. g.: PEDILEF
200837007015970, rel. Juiz federal Alcides Saldanha Lima, dou em
20/07/2012; PEDILEF n° 5013078-13.2013.4.04.7003, representativo de
controvérsia, rel. Juiz federal Wilson José Witzel, dou 20/05/2016;
PEDILEF n°2012.51.51.016684-2, rel. juiz federal Gerson Luiz Rocha,
sessão de julgamento 16/06/2016, dou 28/10/2016).
2. Aos Integrantes da Defensoria Pública da União foi assegurada a
garantia da inamovibilidade, a teor do art. 134, § 1º, da Constituição
Federal, cujo teor foi reproduzido no art. 34, da Lei Complementar n.
80/94.

Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 05/06/2023 Página 3 de 7
Superior Tribunal de Justiça
3. Situação que justifica um distinguishing em relação ao entendimento
firmado pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça nos autos da
Pet n° 8.345/SC e da Pet n°9.867/PE.
4. Interpretação que vai ao encontro do entendimento esposado pela
Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça nos autos do AgRg no
Resp 1424704/PE, rel. Ministro Herman Benjamin, Dje 20/06/2014, no
sentido de que os membros da Defensoria Pública Federal também fazem
jus ao recebimento da ajuda de custo em casos de remoção, pois somente
podem obter o deslocamento se for a pedido, por promoção ou em
decorrência de pena disciplinar, haja vista possuírem a garantia
constitucional da inamovibilidade.
5. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NÃO PROVIDO. (fls. 520/521).

Nas razões do pedido dirigido a este Superior Tribunal, fls. 530 a 544, alega a
União que o acórdão recorrido diverge diametralmente do consolidado e atual entendimento
jurisprudencial do STJ, este firmado no sentido de que ,“no caso de remoção a pedido, não
há direito ao recebimento de ajuda de custo, sendo devida a indenização apenas em caso
de remoção de ofício, nos termos do art. 227, I, a, da Lei n. 75/93” (fl. 534), citando, em
endosso ao argumento, o AgRg no AResp 649.985/SC, Rel. Ministro Mauro Campbell
Marques, Segunda Turma, DJe de 23/3/2015.
Em contrarrazões, fls. 611 a 622, a parte recorrida argumenta, em preliminar,
que o conhecimento do incidente demandaria reexame de matéria de fato. No mérito, requer o
provimento do pedido, firme em que, “no versado, ao diverso do alegado pela União, a
jurisprudência dominante do E. Tribunal Superior é na mesma trilha da decisão impugnada, ou
seja, em sentido diametralmente oposto ao defendido pela Recorrente” (fl. 614).
O Ministério Público Federal, pela pena do Subprocurador-Geral da República
Nicolao Dino de Castro e Costa Neto, manifestou-se pelo não provimento do pedido, nos
termos do parecer às fls. 759/763, assim ementado:

DIREITO ADMINISTRATIVO. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE


JURISPRUDÊNCIA. ART. 14, § 4º, DA LEI 10.259/2001. REMOÇÃO A
PEDIDO. AJUDA DE CUSTO. DEFENSOR PÚBLICO.
INAMOVIBILIDADE. INTERESSE PÚBLICO. OFERTA DE VAGA.
EXCEÇÃO.
1. A inamovibilidade é garantia que somente comporta exceções
fundamentadas no estrito interesse público.
2. O estrito interesse público na remoção de Defensor Público que detém a
prerrogativa de inamovibilidade está presente no oferecimento do cargo
vago, motivo pelo qual, a partir daí, é direito do agente público obter
ajuda de custo.
3. Parecer pelo não provimento do pedido de uniformização de
interpretação de lei. (fl. 759).

Feito isento de custas, conforme prevê o art. 3º, IV, da Resolução STJ/GP n.

Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 05/06/2023 Página 4 de 7
Superior Tribunal de Justiça
2, de 1º de fevereiro de 2017.
Representação ex lege.
É o relatório.

Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 05/06/2023 Página 5 de 7
Superior Tribunal de Justiça
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI Nº 825 - RS
(2018/0131584-1)
RELATOR : MINISTRO SÉRGIO KUKINA
REQUERENTE : UNIÃO
REQUERIDO : JUNIOR LEITE AMARAL
ADVOGADOS : SEBASTIÃO LEITE AMARAL E OUTRO(S) - RS041849
DÉBORA CAMILA DE ALBUQUERQUE CURSINE -
MT010345
CLÁUDIO PEREIRA DE SOUZA NETO - DF034238
EMENTA

PROCESSUAL CIVIL. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE


INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL - PUIL. JUIZADO
ESPECIAL FEDERAL. ART. 14 DA LEI N. 10.259/2001.
INADEQUAÇÃO DOS FUNDAMENTOS OFERTADOS PELA
UNIÃO. CONTRARIEDADE À JURISPRUDÊNCIA
DOMINANTE DO STJ. INOCORRÊNCIA. SUPERAÇÃO DO
ENTENDIMENTO RESTRITIVO FIRMADO NO AGINT NO
PUIL 1.799/DF. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NÃO
CONHECIDO.
1. O pedido de uniformização de interpretação de lei federal encarna
meio de impugnação de decisão judicial bastante peculiar e próprio do
microssistema dos juizados especiais, cujo juízo de admissibilidade se
dá por critérios assemelhados aos que esta Corte emprega para a
admissão do recurso especial. Precedentes.
2. No caso, como seria de rigor, a União não aponta, com clareza, a
norma federal que diz violada, nem tampouco os motivos pelos quais a
tem por malferida, o que inviabiliza o conhecimento do pedido, em
virtude da apontada analogia com o juízo de admissibilidade do
recurso especial. Ademais, as razões articuladas pela requerente,
fundadas, essencialmente, em preceitos constitucionais (como se
destinadas a debate em recurso extraordinário), revelam-se
inadequadas para exame no âmbito do Pedido de Uniformização. Por
fim, não desponta presente a necessária similitude fática entre a
hipótese decidida pela TNU nestes autos e aquela vertida no acórdão
ofertado a título de paradigma.
3. Consoante prevê o art. 14 da Lei n. 10.259/2001, o pedido dirigido
a esta Corte Superior somente será cabível “quando a orientação
acolhida pela Turma de Uniformização, em questões de direito
material, contrariar súmula ou jurisprudência dominante no
Superior Tribunal de Justiça – STJ”.
4. À falta de baliza normativo-conceitual específica, tem-se que a
locução "jurisprudência dominante", para fins do manejo de pedido de
uniformização de interpretação de lei federal (PUIL), deve abranger
Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 05/06/2023 Página 6 de 7
Superior Tribunal de Justiça
não apenas as hipóteses previstas no art. 927, III, do CPC, mas
também os acórdãos do STJ proferidos em embargos de divergência e
nos próprios pedidos de uniformização de lei federal por ele decididos,
como proposto no alentado voto-vista da Ministra Regina Helena
Costa, unanimemente acatado por este Colegiado.
5. No caso sob exame, ressalte-se, o único acórdão invocado pela
parte requerente (União) não se insere em nenhuma das modalidades
decisórias acima demarcadas, em contexto que faz inviabilizar o
conhecimento de seu pedido uniformizador.
6. Estabelecidos, pois, esses novos parâmetros acerca da expressão
"jurisprudência dominante", agora com maior amplitude, dá-se por
superado o entendimento restritivo outrora firmado no AgInt no
PUIL n. 1.799/DF, relator Ministro Sérgio Kukina, Primeira Seção,
DJe de 7/10/2022.
7. Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei Federal não
conhecido, inclusive com superação de precedente.

Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 05/06/2023 Página 7 de 7
Superior Tribunal de Justiça

VOTO

MINISTRO SÉRGIO KUKINA (Relator): O pedido de


uniformização de interpretação de lei federal encarna meio de impugnação de decisão judicial
bastante peculiar e próprio do microssistema dos juizados especiais, cujo juízo de
admissibilidade se dá por critérios assemelhados aos que esta Corte emprega para a admissão
do recurso especial. Nesse sentido, ilustrativamente:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE


SEGURANÇA. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE
JURISPRUDÊNCIA. REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE.
SÚMULA N. 42 DA TNU. SÚMULA N. 7 DO STJ.
[...]
V - Ademais, eventual alteração do julgado representaria reexame do
conjunto fático-probatório, o que é vedado no âmbito do Incidente de
Uniformização, nos termos da Súmula n. 42 da Turma Nacional de
Uniformização ("Não se conhece de incidente de uniformização que
implique reexame de matéria de fato."), bem como da Súmula n. 7 do
Superior Tribunal de Justiça ("A pretensão de simples reexame de prova
não enseja recurso especial.") e da Súmula n. 279 do Supremo Tribunal
Federal ("Para simples reexame de prova não cabe recurso
extraordinário."), aplicáveis por analogia às Turmas de Uniformização.
Para ilustrar: AgInt no PUIL n. 929/MA, relator Ministro Benedito
Gonçalves, Primeira Seção, DJe 6/5/2019; AgInt no PUIL n. 546/AC,
relator Ministro Sérgio Kukina, Primeira Seção, DJe 1º/4/2019.
VI - Agravo interno improvido.
(AgInt no PUIL n. 2.389/SP, relator Ministro Francisco Falcão, Primeira
Seção, DJe de 5/5/2022.)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO PEDIDO DE


UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI. ACÓRDÃO
RECORRIDO PROFERIDO POR TURMA RECURSAL DO JUIZADO
ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA. REGIME PRÓPRIO DE
SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA (ARTS. 18 E 19 DA LEI 12.153/2009).
AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA E JURÍDICA. INVIABILIDADE
DA APRECIAÇÃO DO PEDIDO. NÃO CABIMENTO. AGRAVO
INTERNO DO PARTICULAR A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
[...]
3. Além disso, tal como ocorre no Recurso Especial manifestado com base
no art. 105, III, c da Constituição Federal, é necessário que haja
similitude fática entre os julgados confrontados. Contudo, no caso em
exame, não há similitude fática e jurídica.
4. Agravo Interno do Particular a que se nega provimento.
(AgInt no PUIL n. 1.709/SP, relator Ministro Napoleão Nunes Maia Filho,
Primeira Seção, julgado em 15/12/2020, DJe de 18/12/2020.)

Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 05/06/2023 Página 8 de 7
Superior Tribunal de Justiça
Na espécie, como relatado, o intento da União é o de ver reformado o acórdão
proferido pela TNU e, para isso, afirma ter ocorrido “afronta a jurisprudência pacificada do
Superior Tribunal de Justiça, responsável último pela uniformização da lei federal” (fl. 534),
indicando, nesse viés, decisão da Segunda Turma (AgRg no AResp n. 649.985/SC, Rel.
Ministro Mauro Campbell Marques, DJe de 23/3/2015). Aponta, ainda, julgados
monocráticos em que, alegadamente, outros Ministros integrantes da mesma Segunda Turma
teriam manifestado entendimento no sentido da impossibilidade de pagamento de idêntica
ajuda a integrantes do Ministério Público Federal. No mais, fls. 540/543, declina razões
adicionais e de índole essencialmente constitucional, mediante as quais conclui, in verbis:

No caso em tela, a inamovibilidade e a simetria constitucional não


justificam o pagamento de ajuda de custo em favor do membro da
Defensoria Pública da União no caso de remoção a pedido. Nesse
contexto, ao determinar o pagamento da ajuda de custo na hipótese, sem
qualquer previsão legal, a decisão recorrida, além de contrariar o art. 37,
caput, da CF/88, acabou por afrontar o enunciado n. 339, da súmula da
jurisprudência dominante do STF, que foi posteriormente convertido na
súmula vinculante n. 37, segundo a qual “Não cabe ao poder Judiciário,
que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores
públicos sob o fundamento de isonomia. (fl. 543).

Presente esse contexto, não há como dar curso ao pedido da União.


Em primeiro lugar, porque, como seria de rigor, não se aponta, com clareza,
a norma federal que diz violada, nem tampouco os motivos pelos quais a tem por malferida, o
que inviabiliza o conhecimento do pedido, em razão da já apontada analogia com o juízo de
admissibilidade do recurso especial.
Em segundo lugar, porque, também decorrente da semelhança entre os
instrumentos de impugnação PUIL e REsp, as razões articuladas pela requerente, fundadas,
essencialmente, em preceitos constitucionais (como se destinadas a debate em recurso
extraordinário), revelam-se inadequadas para exame no âmbito do Pedido de Uniformização.
Ausente, por isso, o requisito de adequação.
Em terceiro lugar, porque o único acórdão trazido versa sobre a possibilidade
do pagamento de ajuda de custo no caso de remoção, a pedido, de membro do Ministério
Público da União (AgRg no AResp 649.985/SC), ao passo que o acórdão da TNU, ora sob
crivo, cuidou de ajuda de custo, mas em relação à remoção de integrante da Defensoria
Pública da União, a revelar, por isso, a ausência de similitude fática entre os casos cotejados.
Em quarto lugar, nos termos do art. 14 da Lei n. 10.259/2001, o pedido
dirigido a esta Corte Superior somente será cabível “quando a orientação acolhida pela
Turma de Uniformização, em questões de direito material, contrariar súmula ou

Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 05/06/2023 Página 9 de 7
Superior Tribunal de Justiça
jurisprudência dominante no Superior Tribunal de Justiça – STJ”.
Por oportuno, quanto a esse quarto aspecto, à falta de baliza
normativo-conceitual específica, tem-se que a locução "jurisprudência dominante", para fins do
manejo de pedido de uniformização de interpretação de lei federal (PUIL), deve abranger não
apenas as hipóteses previstas no art. 927, III, do CPC, mas também os acórdãos do STJ
proferidos em embargos de divergência e nos próprios pedidos de uniformização de lei federal
por ele decididos, como proposto no alentado voto-vista da Ministra Regina Helena Costa,
unanimemente acatado por este Colegiado. Vale, no ponto, reproduzir os fundamentos
declinados por Sua Excelência:
"[...] entendo pela impossibilidade de se limitar o conceito de jurisprudência
dominante, contido no art. 14, § 4º, da Lei n. 10.259/2001, ao rol dos julgados listados no
art. 927, III, do CPC/2015 (IRDR, IAC e recurso especial repetitivo) [...] a adoção de tal
fundamentação, em meu sentir, inviabilizaria, pela Turma Nacional de Uniformização, a análise
de possível violação a entendimentos firmados em Embargos de Divergência pela Corte
Especial e pela Primeira Seção, bem como às teses fixadas no julgamento dos Pedidos de
Uniformização de Lei Federal, hipóteses nas quais, induvidosamente, se pode extrair a
jurisprudência dominante ou mesmo uniforme para além do IRDR, do IAC e dos recursos
especiais repetitivos".
No caso sob exame, ressalte-se, o único acórdão invocado pela parte
requerente (União) não se insere em nenhuma das modalidades decisórias acima demarcadas,
em contexto que faz inviabilizar o conhecimento de seu pedido uniformizador.
Estabelecidos, pois, esses novos parâmetros acerca da expressão
"jurisprudência dominante", agora com maior amplitude, dá-se por superado o entendimento
restritivo outrora firmado no AgInt no PUIL n. 1.799/DF, relator Ministro Sérgio Kukina,
Primeira Seção, DJe de 7/10/2022, que recebera a seguinte ementa:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM PEDIDO DE


UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL. LEI N.
10.259/2001. PREQUESTIONAMENTO. INDISPENSABILIDADE.
JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE. INOCORRÊNCIA. JULGADO
ÚNICO. PEDIDO NÃO CONHECIDO. AGRAVO INTERNO NÃO
PROVIDO.
1. Não se conhece do pedido de uniformização de interpretação de lei
federal se a matéria apresentada ao STJ para exame não foi objeto de
deliberação pela TNU. Necessidade de prequestionamento. Precedente:
AgInt no PUIL n. 679/RS, relator Ministro Benedito Gonçalves, Primeira
Seção, DJe de 19/6/2018.
2. Nos termos do art. 14 da Lei n. 10.259/2001, o pedido dirigido a esta
Corte Superior somente é cabível "quando a orientação acolhida pela
Turma de Uniformização, em questões de direito material, contrariar

Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 05/06/2023 Página 10 de 7
Superior Tribunal de Justiça
súmula ou jurisprudência dominante no Superior Tribunal de Justiça
-STJ".
3. O conceito de "jurisprudência dominante", para efeitos do manejo do
pedido de interpretação de lei federal, deriva da dicção do art. 927 do
CPC e pressupõe, como paradigmas, decisões proferidas em IRDR
instaurado nas ações originárias do STJ, do IAC, de recursos especiais
repetitivos (inciso III); de súmulas do STJ (inciso IV); ou, ainda, de
julgamentos em plenário ou por órgão especial (inciso V).
4. Não se pode ter por "jurisprudência dominante" a compreensão
encontrada em um único julgado de órgão fracionário, não consolidada
em reiteradas decisões posteriores. Precedentes: AgInt na Pet n.
10.963/PE, relator Ministro Gurgel de Faria, Primeira Seção, DJe de
22/2/2018; e Pet n. 10.239/RS, relator Ministro Mauro Campbell Marques,
Primeira Seção, DJe de 19/5/2015.
5. Agravo interno não provido.
(AgInt no PUIL n. 1.799/DF, relator Ministro Sérgio Kukina, Primeira
Seção, DJe de 7/10/2022.)

Por essas todas considerações, não prospera o pleito da União.


ANTE O EXPOSTO, encaminho voto no sentido de não conhecer do
presente pedido de uniformização de interpretação de lei federal, assinalando-se, mais, a
superação do entendimento firmado no aludido AgInt no PUIL n. 1.799/DF.
É como voto.

Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 05/06/2023 Página 11 de 7
Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA SEÇÃO

Número Registro: 2018/0131584-1 PROCESSO ELETRÔNICO PUIL 825 / RS

Número Origem: 50005937720154047110

PAUTA: 22/03/2023 JULGADO: 22/03/2023

Relator
Exmo. Sr. Ministro SÉRGIO KUKINA

Ministro Impedido
Exmo. Sr. Ministro : MAURO CAMPBELL MARQUES

Presidente da Sessão
Exma. Sra. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. BRASILINO PEREIRA DOS SANTOS
Secretária
Bela. MARIANA COUTINHO MOLINA

AUTUAÇÃO
REQUERENTE : UNIÃO
REQUERIDO : JUNIOR LEITE AMARAL
ADVOGADOS : SEBASTIÃO LEITE AMARAL E OUTRO(S) - RS041849
DÉBORA CAMILA DE ALBUQUERQUE CURSINE - MT010345
CLÁUDIO PEREIRA DE SOUZA NETO - DF034238

ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Servidor


Público Civil - Regime Estatutário - Remoção

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
Após o voto do Sr. Ministro Relator não conhecendo do pedido de uniformização de
interpretação de lei federal, pediu vista a Sra. Ministra Regina Helena Costa. Aguardam os Srs.
Ministros Gurgel de Faria, Paulo Sérgio Domingues, Francisco Falcão, Humberto Martins, Herman
Benjamin e Benedito Gonçalves.
Impedido o Sr. Ministro Mauro Campbell Marques.
Presidiu o julgamento a Sra. Ministra Assusete Magalhães.

Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 05/06/2023 Página 12 de 7
Superior Tribunal de Justiça
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI Nº 825 -
RS (2018/0131584-1)
RELATOR : MINISTRO SÉRGIO KUKINA
REQUERENTE : UNIÃO
REQUERIDO : JUNIOR LEITE AMARAL
ADVOGADOS : SEBASTIÃO LEITE AMARAL E OUTRO(S) - RS041849
DÉBORA CAMILA DE ALBUQUERQUE CURSINE -
MT010345
CLÁUDIO PEREIRA DE SOUZA NETO - DF034238
LUCAS CAPOULADE NOGUEIRA ARRAIS DE SOUZA -
DF045157

VOTO-VISTA

A EXCELENTÍSSIMA SENHORA MINISTRA REGINA


HELENA COSTA:

Solicitei vista antecipada dos autos para examiná-los com


maior detença.
Trata-se de Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei
interposto pela UNIÃO contra acórdão prolatado pela Turma Nacional de
Uniformização dos Juizados Especiais Federais, assim ementado (fls.
520/521e):

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI


FEDERAL. REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA.
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. DEFENSORIA
PÚBLICA DA UNIÃO. CARREIRA A CUJOS MEMBROS É
ASSEGURADA A GARANTIA DA INAMOVIBILIDADE (ART.
134, §1º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL C/C ART. 34 DA LEI
COMPLEMENTAR N° 80/94). DIREITO AO PAGAMENTO DE
AJUDA DE CUSTO EM CASO DE REMOÇÃO "A PEDIDO".
DISTINGUISHING EM RELAÇÃO AO OBJETO DAS
PETIÇÕES N° 8.345/SC E N° 9.867/PE. PRECEDENTES.
INCIDENTE NÃO PROVIDO.
1. A jurisprudência deste Colegiado há muito se firmou no
sentido de que, nas carreiras que possuem garantia
constitucional da inamovibilidade, a remoção atende
primariamente o interesse do serviço e apenas secundariamente
o interesse do agente. Neste sentido: PEDILEF
200837007015970, Rel. Juiz Federal ALCIDES SALDANHA
LIMA, DOU em 20/07/2012;
PEDILEF 5013078-13.2013.4.04.7003, representativo de
controvérsia, Rel. Juiz Federal WILSON JOSÉ WITZEL, DOU

Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: Página 13 de 7


05/06/2023
Superior Tribunal de Justiça
20/05/2016; PEDILEF 2012.51.51.016684-2, Rel. Juiz Federal
Gerson Luiz Rocha, DOU 28/10/2016).
2. Aos integrantes da Defensoria Pública da União foi
assegurada a garantia da inamovibilidade, a teor do art. 134, §1º,
da Constituição Federal, cujo teor foi reproduzido no art. 34 da Lei
Complementar n. 80/94.
3. Situação que justifica um distinguishing em relação ao
entendimento firmado pela Primeira Seção do Superior Tribunal
de Justiça nos autos da PET 8.345/SC e PET 9.867/PE.
4. Interpretação que vai ao encontro do entendimento esposado
pela Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça nos autos
do AgRg no REsp. 1424704/PE, Rel. Min. Herman Benjamin,
DJe 20/06/2014, no sentido de que os membros da Defensoria
Pública Federal também fazem jus ao recebimento da ajuda de
custo em casos de remoção, pois somente podem obter o
deslocamento se for a pedido, por promoção ou em decorrência
de pena disciplinar, haja vista possuírem a garantia constitucional
da inamovibilidade.
5. Pedido de uniformização não provido.

Com amparo no art. 14, § 4º, da Lei n. 10.259/2001, a


Recorrente alega, em síntese, que a decisão da Turma Nacional de
Uniformização contraria entendimento firmado pelo Superior Tribunal de
Justiça no julgamento do AgRg no AREsp. n. 649.985/SC, segundo o qual a
ajuda de custo, devida aos membros do Ministério Público Federal somente
se estende à hipótese de remoção de ofício.
Na assentada do dia 22.3.2023, o Sr. Ministro Relator proferiu
voto não conhecendo do Pedido de Uniformização, nos seguintes termos:
PROCESSUAL CIVIL. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE
INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL. JUIZADO ESPECIAL
FEDERAL. ART. 14 DA LEI N. 10.259/2001. INADEQUAÇÃO
DO MEIO PROCESSUAL. CONTRARIEDADE À
JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE DO STJ. CASO
CONCRETO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. PEDIDO NÃO
CONHECIDO.
1. O pedido de uniformização de interpretação de lei federal é um
meio de impugnação de decisão judicial muito peculiar e próprio
do microssistema dos juizados especiais, cujo juízo de
admissibilidade se dá por critérios assemelhados aos que esta
Corte emprega para a admissão do recurso especial.
Precedentes.
2. Na hipótese, como seria de rigor, a União não aponta, com
clareza, a norma federal que diz violada nem os motivos pelos
quais a tem por malferida, o que inviabiliza o conhecimento do
Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: Página 14 de 7
05/06/2023
Superior Tribunal de Justiça
pedido, em virtude da apontada analogia com o juízo de
admissibilidade do recurso especial. Ademais, as razões
articuladas pela requerente, fundadas, essencialmente, em
preceitos constitucionais (como se destinadas ao recurso
extraordinário), revelam-se inadequadas para exame no âmbito
do Pedido de Uniformização. Ausente, por isso, o requisito da
adequação.
3. Consoante prevê o art. 14 da Lei n. 10.259/2001, o pedido
dirigido a esta Corte Superior somente será cabível “quando a
orienta ção acolhida pela Turma de Uniformização, em questões
de direito material, contrariar súmula ou jurisprudência dominante
no Superior Tribunal de Justiça – STJ”.
4. À falta de baliza normativa específica, revela-se viável que o
conceito de jurisprudência dominante, para efeito do manejo do
pedido de uniformização de interpretação de lei federal, busque
parâmetros na dicção do art. 927 do CPC, adotando-se, como
paradigmas utilizáveis pela parte requerente, decisões proferidas
pelo STJ, originariamente, no âmbito de IRDR's, de IAC's e de
seus recursos especiais repetitivos. Nesse sentido: AgInt no
PUIL n. 1.799/DF, relator Ministro Sérgio Kukina, Primeira
Seção, DJe de 7/10/2022.
5. No caso concreto, o acórdão invocado pela requerente (União)
não se insere em nenhuma dessas categorias, fato, por si só,
suficiente para não se conhecer do pedido.
6. Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei Federal não
conhecido (destaquei).

É o relatório. Passo a proferir o voto-vista.

I. Delimitação da controvérsia:

O voto proposto pelo Sr. Ministro Relator estampa dois


fundamentos:
(a) ausência de demonstração do dispositivo de lei federal
violado;
(b) não comprovação da divergência jurisprudencial, porquanto
o acórdão paradigma não foi formado em julgamento de IRDR, IAC ou
recurso especial repetitivo.
Nesse contexto, a controvérsia cinge-se a: determinar se é
possível limitar o conceito de "jurisprudência dominante", contido no art. 14, §
4º, da Lei n. 10.259/2001, ao rol dos julgados listados no art. 927, III, do
CPC/2015.

Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: Página 15 de 7


05/06/2023
Superior Tribunal de Justiça

II. Conhecimento do Pedido de Uniformização:

De início, vale destacar que a competência desta Corte para


apreciar pedido de uniformização de interpretação de lei federal decorre do
art. 14, § 4º, da Lei n. 10.259/2001, in verbis:

Art. 14. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei


federal quando houver divergência entre decisões sobre
questões de direito material proferidas por Turmas Recursais na
interpretação da lei.
(...)
§ 4o Quando a orientação acolhida pela Turma de
Uniformização, em questões de direito material, contrariar
súmula ou jurisprudência dominante no Superior Tribunal de
Justiça - STJ, a parte interessada poderá provocar a
manifestação deste, que dirimirá a divergência.

O recurso objetiva garantir a observância da jurisprudência


dominante do Superior Tribunal de Justiça no âmbito do sistema de recursos
dos Juizados Especiais Federais, em atenção aos princípios da isonomia e
da segurança jurídica.
De fato, não seria plausível, em razão da impossibilidade de
interposição de Recurso Especial no microssistema do Juizado Especial
Federal, admitir-se a disseminação de decisões divergentes à adequada
interpretação conferida à norma infraconstitucional pelo Superior Tribunal de
Justiça.
Embora não se extraia disciplina expressa na lei ou no RISTJ,
em razão da natureza jurídica do Pedido de Uniformização os requisitos de
admissibilidade do recurso assemelham-se àqueles exigidos no Recurso
Especial, quais sejam: (a) apontar o dispositivo de legislação federal violado
no acórdão; (b) prequestionamento; (c) comprovação de divergência com a
jurisprudência dominante desta Corte; (d) esgotamento de instância; e (e)
impossibilidade de reexame de provas.
Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE


Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: Página 16 de 7
05/06/2023
Superior Tribunal de Justiça
SEGURANÇA. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE
JURISPRUDÊNCIA. REEXAME DE PROVAS.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N. 42 DA TNU. SÚMULA N. 7
DO STJ.
I - Trata-se de mandado de segurança impetrado em desfavor de
decisão proferida pelo Presidente da TNU que inadmitiu o pedido
de uniformização suscitado pelo impetrante. Na sentença, o
pedido foi julgado indeferido. No Tribunal a quo, a sentença foi
mantida.
II - Dispõe o art. 14, § 4º, da Lei 10.259/2001 que o incidente de
uniformização dirigido ao STJ somente é cabível contra decisão
da Turma Nacional de Uniformização que, apreciando questão
de direito material, contrarie súmula ou jurisprudência dominante
no STJ. Nesse diapasão: AgRg na Pet n. 7.549/PR, Terceira
Seção, Ministro Og Fernandes, DJe de 8/4/2010.
III - No caso em comento, não houve decisão colegiada, mas tão
somente decisão do Presidente da TNU, que conheceu do
agravo e negou seguimento ao incidente, com fulcro no art. 15,
V, do RITNU, por incidir, no caso, a Súmula n. 42/TNU (Não se
conhece de incidente de uniformização que implique reexame de
matéria de fato).
IV - Considerando que o pedido de uniformização de
jurisprudência somente é cabível de decisão do colegiado da
Turma Nacional que tenha analisado o direito material, não há
como conhecer do incidente, porque se insurge contra decisão
pautada em questão de direito processual, decidida
monocraticamente.
V - Ademais, eventual alteração do julgado representaria
reexame do conjunto fático-probatório, o que é vedado no âmbito
do Incidente de Uniformização, nos termos da Súmula n. 42 da
Turma Nacional de Uniformização ("Não se conhece de incidente
de uniformização que implique reexame de matéria de fato."),
bem como da Súmula n. 7 do Superior Tribunal de Justiça ("A
pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso
especial.") e da Súmula n. 279 do Supremo Tribunal Federal
("Para simples reexame de prova não cabe recurso
extraordinário."), aplicáveis por analogia às Turmas de
Uniformização. Para ilustrar: AgInt no PUIL n. 929/MA, relator
Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Seção, DJe 6/5/2019;
AgInt no PUIL n. 546/AC, relator Ministro Sérgio Kukina, Primeira
Seção, DJe 1º/4/2019.
VI - Agravo interno improvido.
(AgInt no PUIL n. 2.389/SP, Relator Ministro Francisco Falcão,
Primeira Seção, julgado em 3.5.2022, DJe de 5.5.2022 -
destaquei).

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO PEDIDO DE


UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI. ACÓRDÃO
Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: Página 17 de 7
05/06/2023
Superior Tribunal de Justiça
RECORRIDO PROFERIDO POR TURMA RECURSAL DO
JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA. REGIME
PRÓPRIO DE SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA (ARTS. 18 E 19
DA LEI 12.153/2009). AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA E
JURÍDICA. INVIABILIDADE DA APRECIAÇÃO DO PEDIDO.
NÃO CABIMENTO. AGRAVO INTERNO DO PARTICULAR A
QUE SE NEGA PROVIMENTO.
1. Esta egrégia Corte Superior é competente para conhecer
diretamente do pedido de Uniformização em duas situações: (i)
quando o dissídio se verificar entre Turmas Recursais de
Estados diferentes; e (ii) quando uma Turma Recursal proferir
decisão contrária à Súmula do STJ. Em situação diversa, as
próprias Turmas conflitantes haverão de resolver a divergência,
nos moldes do § 1o.
do art. 18 da Lei 12.153/2009.
2. A interferência do STJ, dessa maneira, não se baseia em
divergência com sua jurisprudência dominante, mas tão somente
se dará quando a contrariedade atingir entendimento já
sumulado.
3. Além disso, tal como ocorre no Recurso Especial manifestado
com base no art. 105, III, c da Constituição Federal, é necessário
que haja similitude fática entre os julgados confrontados.
Contudo, no caso em exame, não há similitude fática e jurídica.
4. Agravo Interno do Particular a que se nega provimento.
(AgInt no PUIL n. 1.709/SP, Relator Ministro Napoleão Nunes
Maia Filho, Primeira Seção, julgado em 15.12.2020, DJe de
18.12.2020 - destaquei).

No caso, verifico que a Recorrente não apontou o dispositivo


de lei federal que teria sido violado pelo acórdão recorrido, circunstância
suficiente a impedir o conhecimento do recurso.
Confirmando tal orientação, os seguintes julgados:

PROCESSUAL CIVIL. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE


INTERPRETAÇÃO DE LEI. SIMILITUDE FÁTICA.
INEXISTÊNCIA. INDICAÇÃO DO DISPOSITIVO VIOLADO.
AUSÊNCIA.
1. "É entendimento pacífico dessa Corte que o Pedido de
Uniformização de Interpretação de Lei não pode ser conhecido
quando não demonstrada a similitude fática e jurídica entre os
julgados confrontados" (AgInt no PUIL 302/CE, relator Ministro
BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe
03/10/2018).
2. O conhecimento do pedido encontra óbice no fato de que a
admissibilidade do incidente requer o preenchimento dos
Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: Página 18 de 7
05/06/2023
Superior Tribunal de Justiça
requisitos inerentes à comprovação da divergência
jurisprudencial e, no caso, a requerente deixou de apontar o
dispositivo de lei federal ao qual o tribunal de origem teria dado
interpretação divergente daquela firmada por outros tribunais.
3. Agravo interno desprovido.
(AgInt no PUIL n. 2.952/RS, Relator Ministro Gurgel de Faria,
Primeira Seção, j. em 14.2.2023, DJe de 8.3.2023 - destaquei).

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO PEDIDO DE


UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI, COM
FUNDAMENTO NO ART. 18, § 3º, DA LEI 12.153/2009.
AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE. ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE. DISSÍDIO NÃO COMPROVADO.
1. Trata-se de Agravo Interno contra decisão que indeferiu
liminarmente o Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei.
2. Apenas no Agravo Interno a parte esclareceu qual o
dispositivo de lei federal teria sido interpretado de modo
divergente, o que é inadmissível devido à ocorrência da
preclusão consumativa.
3. Ademais, não foi demonstrada a existência de interpretação
de lei federal, porque o aresto paradigma de autos
00744698.2019.81601-53, proferido pela 4ª Turma Recursal do
Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, decidiu o feito com
base em legislação municipal.
4. Quanto aos demais paradigmas invocados, não foi realizado o
cotejo analítico, de modo a demonstrar o dissídio, tampouco foi
indicado oportunamente o dispositivo de lei federal ao qual teria
sido dada interpretação divergente.
5. Agravo Interno não provido.
(AgInt no PUIL n. 2.672/SC, Relator Ministro Herman Benjamin,
Primeira Seção, j. em 16.8.2022, DJe de 22.8.2022.)

Ademais, não há similitude fática entre os julgados


confrontados, uma vez que o acórdão recorrido assegura o direito ao
pagamento de ajuda de custo em caso de remoção dos membros da
Defensoria Pública da União, enquanto o aresto paradigma enfrenta o
deferimento do benefício aos membros do Ministério Público da União,
constatando-se, assim, situações de fato diversas.
Sobre o tema, os seguintes precedentes:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO PEDIDO DE


UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI, COM
FUNDAMENTO NO ART. 18, § 3º, DA LEI 12.153/2009.
DISSÍDIO NÃO COMPROVADO.
Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: Página 19 de 7
05/06/2023
Superior Tribunal de Justiça
1. Tendo o recurso sido interposto contra decisão publicada na
vigência do Código de Processo Civil de 2015, devem ser
exigidos os requisitos de admissibilidade na forma nele previsto,
conforme Enunciado Administrativo n. 3/2016/STJ.
2. "Esta Corte já pacificou o entendimento de que a simples
transcrição de ementas e de trechos de julgados não é suficiente
para caracterizar o cotejo analítico, uma vez que requer a
demonstração das circunstâncias identificadoras da divergência
entre o caso confrontado e o aresto paradigma, mesmo no caso
de dissídio notório" (AgInt no AREsp n. 1.242.167/MA, Relator
Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe de
5/4/2019). Em igual sentido:
AgInt no AREsp 1.657.171/MT, Rel. Ministro Francisco Falcão,
Segunda Turma, DJe 28/10/2020; AgRg no AREsp 535.444/PR,
Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe
1º/4/2019; REsp 1.773.244/RJ, Rel. Ministra Nancy Andrighi,
Terceira Turma, DJe 5/4/2019; e AgInt no AREsp 1.358.026/RS,
Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, DJe 1º/4/2019.
3. É entendimento pacífico desta Corte que o Pedido de
Uniformização de Interpretação de Lei não pode ser conhecido
quando não demonstrada a similitude fática e jurídica entre os
julgados confrontados.
4. Agravo interno não provido.
(AgInt no PUIL n. 2.292/PR, Relator Ministro Benedito Gonçalves,
Primeira Seção, j. em 12.4.2022, DJe de 19.4.2022 - destaquei).

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO PEDIDO DE


UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI. DISSÍDIO
JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADO. AUSÊNCIA DE
SIMILITUDE FÁTICO-JURÍDICA ENTRE OS ACÓRDÃOS
CONFRONTADOS. ARGUMENTOS INSUFICIENTES PARA
DESCONSTITUIR A DECISÃO ATACADA. APLICAÇÃO DE
MULTA. ART. 1.021, § 4º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
DE 2015. DESCABIMENTO.
I - Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão
realizada em 09.03.2016, o regime recursal será determinado
pela data da publicação do provimento jurisdicional impugnado.
In casu, aplica-se o Código de Processo Civil de 2015.
(...).
IV - Caso concreto em que o acórdão recorrido não emitiu
nenhum juízo de valor acerca da regra contida no art. 257, § 7º,
do Código de Trânsito Brasileiro, e, em especial, quanto à
eventual possibilidade, ou não, de o Poder Judiciário adentrar no
exame da questão suscitada nos autos, concernente à
transferência de pontos após o fim do prazo administrativo.
Assim, é inviável o processamento do pedido de uniformização,
diante da ausência de similitude fática e jurídica entre os
acórdãos confrontados. Nesse sentido: AgInt no PUIL 1.074/RS,
Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: Página 20 de 7
05/06/2023
Superior Tribunal de Justiça
Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO,
DJe 16/09/2019; AgInt no PUIL 195/SE, Rel. Ministra
ASSUSETE MAGALHÃES, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe
20/03/2018.
V - Em regra, descabe a imposição da multa, prevista no art.
1.021, § 4º, do Código de Processo Civil de 2015, em razão do
mero improvimento do Agravo Interno em votação unânime,
sendo necessária a configuração da manifesta inadmissibilidade
ou improcedência do recurso a autorizar sua aplicação, o que
não ocorreu no caso.
V - Agravo Interno improvido.
(AgInt no PUIL n. 1.736/SP, Relatora Ministra Regina Helena
Costa, Primeira Seção, j. em 18.8.2020, DJe de 21.8.2020 -
destaquei).

Por fim, o voto proposto pelo Sr. Ministro Relator consigna a não
comprovação da divergência jurisprudencial, ao seguinte fundamento:

À falta de baliza normativa específica, revela-se viável que o


conceito de jurisprudência dominante, para efeito do manejo do
pedido de uniformização de interpretação de lei federal, busque
parâmetros na dicção do art. 927 do CPC, adotando-se, como
paradigmas utilizáveis pela parte requerente, decisões proferidas
pelo STJ, originariamente, no âmbito de IRDR's, de IAC's e de
seus recursos especiais repetitivos.

Todavia, entendo pela impossibilidade de se limitar o conceito


de jurisprudência dominante, contido no art. 14, § 4º, da Lei n. 10.259/2001,
ao rol dos julgados listados no art. 927, III, do CPC/2015 (IRDR, IAC e
recurso especial repetitivo).
Não desconheço o precedente formado pela Primeira Seção,
em plenário virtual, no julgamento do Agint no PUIL n. 1.799/DF, assim
ementado:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM PEDIDO DE


UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL.
LEI N. 10.259/2001. PREQUESTIONAMENTO.
INDISPENSABILIDADE. JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE.
INOCORRÊNCIA. JULGADO ÚNICO. PEDIDO NÃO
CONHECIDO. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO.
1. Não se conhece do pedido de uniformização de interpretação
de lei federal se a matéria apresentada ao STJ para exame não
foi objeto de deliberação pela TNU. Necessidade de
prequestionamento. Precedente:
AgInt no PUIL n. 679/RS, relator Ministro Benedito Gonçalves,
Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: Página 21 de 7
05/06/2023
Superior Tribunal de Justiça
Primeira Seção, DJe de 19/6/2018.
2. Nos termos do art. 14 da Lei n. 10.259/2001, o pedido dirigido
a esta Corte Superior somente é cabível "quando a orientação
acolhida pela Turma de Uniformização, em questões de direito
material, contrariar súmula ou jurisprudência dominante no
Superior Tribunal de Justiça -STJ".
3. O conceito de "jurisprudência dominante", para efeitos do
manejo do pedido de interpretação de lei federal, deriva da dicção
do art. 927 do CPC e pressupõe, como paradigmas, decisões
proferidas em IRDR instaurado nas ações originárias do STJ, do
IAC, de recursos especiais repetitivos (inciso III); de súmulas do
STJ (inciso IV);
ou, ainda, de julgamentos em plenário ou por órgão especial
(inciso V).
4. Não se pode ter por "jurisprudência dominante" a
compreensão encontrada em um único julgado de órgão
fracionário, não consolidada em reiteradas decisões posteriores.
Precedentes: AgInt na Pet n. 10.963/PE, relator Ministro Gurgel
de Faria, Primeira Seção, DJe de 22/2/2018; e Pet n. 10.239/RS,
relator Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, DJe
de 19/5/2015.
5. Agravo interno não provido.
(AgInt no PUIL n. 1.799/DF, Relator Ministro Sérgio Kukina,
Primeira Seção, julgado em 4.10.2022, DJe de 7.10.2022 -
destaquei).

Não obstante, a adoção de tal fundamentação, em meu sentir,


inviabilizaria, pela Turma Nacional de Uniformização, a análise de possível
violação a entendimentos firmados em Embargos de Divergência pela Corte
Especial e pela Primeira Seção, bem como às teses fixadas no julgamento
dos Pedidos de Uniformização de Lei Federal, hipóteses nas quais,
induvidosamente, se pode extrair a jurisprudência dominante ou mesmo
uniforme para além do IRDR, do IAC e dos recursos especiais repetitivos.
Posto isso, com a licença do Sr. Ministro Relator, NÃO
CONHEÇO do Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei Federal, por
fundamentação diversa.

Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: Página 22 de 7


05/06/2023
Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA SEÇÃO

Número Registro: 2018/0131584-1 PROCESSO ELETRÔNICO PUIL 825 / RS

Número Origem: 50005937720154047110

PAUTA: 24/05/2023 JULGADO: 24/05/2023

Relator
Exmo. Sr. Ministro SÉRGIO KUKINA

Ministro Impedido
Exmo. Sr. Ministro : MAURO CAMPBELL MARQUES

Presidente da Sessão
Exma. Sra. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. DARCY SANTANA VITOBELLO
Secretária
Bela. MARIANA COUTINHO MOLINA

AUTUAÇÃO
REQUERENTE : UNIÃO
REQUERIDO : JUNIOR LEITE AMARAL
ADVOGADOS : SEBASTIÃO LEITE AMARAL E OUTRO(S) - RS041849
DÉBORA CAMILA DE ALBUQUERQUE CURSINE - MT010345
CLÁUDIO PEREIRA DE SOUZA NETO - DF034238
LUCAS CAPOULADE NOGUEIRA ARRAIS DE SOUZA - DF045157

ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Servidor


Público Civil - Regime Estatutário - Remoção

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
Prosseguindo o julgamento, após o voto-vista da Sra. Ministra Regina Helena Costa, a
Primeira Seção, por unanimidade, não conheceu do Pedido de Uniformização de Interpretação de
Lei Federal, nos termos da reformulação de voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Regina Helena Costa (voto-vista), Gurgel de Faria, Paulo Sérgio
Domingues, Humberto Martins, Herman Benjamin e Benedito Gonçalves votaram com o Sr.
Ministro Relator.
Impedido o Sr. Ministro Mauro Campbell Marques.
Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro Francisco Falcão.
Presidiu o julgamento a Sra. Ministra Assusete Magalhães.

Documento: 2276596 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 05/06/2023 Página 23 de 7

Você também pode gostar