Por Uma Producao Mais Limpa
Por Uma Producao Mais Limpa
Por Uma Producao Mais Limpa
Ambiental
da Indústria de Higiene Pessoal,
Perfumaria e Cosméticos
CETESB
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE
SANEAMENTO AMBIENTAL
Rubens Lara
Diretor Presidente
É com grande satisfação que, em nome da CETESB, apresento este Guia Técnico Ambiental,
documento informativo que pretende apoiar as empresas na melhoria ambiental por meio da
adoção de medidas de Produção mais Limpa (P+L) em seus processos.
Nos últimos anos, no entanto, uma outra forma de atuação tem se delineado, principalmente
como resposta a mudanças na própria sociedade. A percepção e o reconhecimento da
importância da questão ambiental por parte das indústrias têm levado à incorporação de
práticas da Produção mais Limpa como uma forma de, enfim, congregar vantagens econômicas
com benefícios ambientais. As empresas têm percebido que a Produção mais Limpa significa,
no fundo, a inclusão da variável ambiental nas ações de melhoria das operações e, atuando
desta forma sobre seus processos produtivos, muitas delas já reduziram seus resíduos na
fonte, obtendo ainda minimização de seus custos de produção. Esta vantagem das medidas
de Produção mais Limpa destaca-se ainda mais, se contrastada com o alto custo operacional
do tratamento e da gestão dos resíduos gerados pelas empresas, o que mostra claramente
que esta é uma ferramenta de interessante utilização prática.
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De modo a evoluir em seu modo de atuar junto às potenciais fontes de poluição, a CETESB
tem desenvolvido desde 1996 trabalhos de Prevenção à Poluição e Produção mais Limpa
junto a diversos setores produtivos. Estes trabalhos representam uma nova forma de interagir
com a indústria, não apenas acompanhando a mudança de paradigma em curso por parte
de algumas empresas, como também visando despertar esta consciência nas demais.
O presente Guia Técnico Ambiental tem como objetivo informar as empresas deste setor
produtivo, ainda que de modo sucinto, a importância e as alternativas preventivas no trato
de suas questões ambientais. De modo algum as possibilidades aqui levantadas pretendem
esgotar o assunto - antes de serem um ponto final estas constituem um ponto de partida,
para que cada empresa inicie sua busca por um desempenho ambiental cada vez mais
sustentável.
Por fim, deixo os votos de sucesso nesta empreitada a cada uma das empresas que já
despertaram para esta nova realidade, esperando que este Guia sirva de norte para
a evolução da gestão ambiental no Estado de São Paulo, evidenciando que, mediante a
Produção mais Limpa, é possível um desenvolvimento industrial que congregue o necessário
ganho econômico com a imprescindível adequação ambiental.
Rubens Lara
Diretor - Presidente da CETESB
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Palavra do Presidente da ABIHPEC
É difícil, mas com certeza possível, resolver a aparente dicotomia entre produzir os bens
destinados às necessidades humanas e confrontar com os malefícios da exploração dos
recursos naturais. No Brasil, segundo o IBGE, em sessenta anos, a população nas áreas
urbanas foi acrescida de 106 milhões de pessoas. Metade dessa população não dispõe de
redes coletoras de esgotos e, do que é coletado, mais de 80% são despejados com toda a
carga orgânica e outros resíduos na rede hidrográfica. Mais da metade do lixo vai para lixões
a céu aberto.
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Nesse sentido, a ABIHPEC, consciente dos enormes desafios a serem enfrentados e de suas
responsabilidades, desenvolveu em conjunto com a CETESB este Guia Técnico Ambiental,
visando estimular a participação de muitas outras empresas nesta busca por um desempenho
ambiental cada vez mais sustentável. Este Guia tem como objetivo difundir o conceito
de ecoeficiência e a metodologia de Produção mais Limpa (P+L) como instrumentos para
aumentar a competitividade, a inovação e a responsabilidade ambiental no setor e, ainda,
divulgar a prevenção como instrumento da proteção ambiental.
Muito já foi feito, muito ainda há para se fazer em relação ao meio ambiente, mas podemos,
com certeza, concluir que o meio ambiente, se bem cuidado, garante a preservação dos
recursos necessários para o futuro do nosso negócio. Usar pouca água, emitir poucos
poluentes e recuperar resíduos significa diminuir custos. É uma questão econômica, mas
também de procurarmos dar mais qualidade de vida a toda a nossa sociedade, buscando
diminuir esses índices que são tão alarmantes. Quando as empresas se conscientizam dessas
necessidades, automaticamente investem.
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índice
5
apresentação
13
introdução
17
capítulo I
Perfil do Setor
23 41
capítulo II
Descrição do Processo Produtivo
e Principais Aspectos Ambientais
capítulo III
Aspectos e Impactos Ambientais
51
capítulo IV
Medidas de P+L
Introdução
Este Guia foi desenvolvido para levar até você informações que o auxiliarão a integrar o
conceito de Produção mais Limpa (P+L) à gestão de sua empresa.
Ao longo deste documento você poderá perceber que, embora seja um conceito novo, a P+L
trata, principalmente, de um tema bem conhecido das indústrias: a melhoria na eficiência
dos processos.
Contudo, ainda persistem dúvidas na hora de adotar a gestão de P+L no cotidiano das
empresas. De que forma ela pode ser efetivamente aplicada nos processos e na produção?
Como integrá-la ao dia-a-dia dos colaboradores? Que vantagens e benefícios traz para a
empresa? Como uma empresa de pequeno porte pode trabalhar à luz de um conceito que,
à primeira vista, parece tão sofisticado ou dependente de tecnologias caras?
Para responder a essas e outras questões, este Guia traz algumas orientações teóricas
e técnicas, com o objetivo de auxiliar você a dar o primeiro passo na integração de sua
empresa a este conceito, que tem levado diversas organizações à busca de uma produção
mais eficiente, econômica e com menor impacto ambiental.
Em linhas gerais, o conceito de P+L pode ser resumido como uma série de estratégias,
práticas e condutas econômicas, ambientais e técnicas, que evitam ou reduzem a emissão de
poluentes no meio ambiente por meio de ações preventivas, ou seja, evitando a geração de
poluentes ou criando alternativas para que estes sejam reutilizados ou reciclados.
Na prática, essas estratégias podem ser aplicadas a processos, produtos e até mesmo
serviços, e incluem alguns procedimentos fundamentais que inserem a P+L nos processos de
produção. Dentre eles, é possível citar a redução ou eliminação do uso de matérias-primas
tóxicas, aumento da eficiência no uso de matérias-primas, água ou energia, redução na
geração de resíduos e efluentes, e reuso de recursos, entre outros.
Por tudo isso, vale a pena adotar essa prática, principalmente se a sua empresa for pequena
ou média, e esteja dando os primeiros passos no mercado, pois, com a P+L, você e seus
colaboradores já começam a trabalhar certo desde o início. Ao contrário do que possa
parecer num primeiro momento, grande parte das medidas são muito simples. Algumas
já são amplamente disseminadas, mas, neste Guia, elas aparecem organizadas segundo
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um contexto global, tratando da questão ambiental por meio de suas várias interfaces: a
individual relativa ao colaborador; a coletiva referente à organização; e a global, que está
ligada às necessidades do país e do planeta.
É provável que, ao ler este documento, em diversos momentos, você pare e pense: “mas
isto eu já faço!” Tanto melhor, pois isso apenas irá demonstrar que você já adotou algumas
iniciativas para que a sua empresa se torne mais sustentável. Em geral, a P+L começa com
a aplicação do “bom senso” aos processos, que evolui com o tempo até a incorporação de
seus conceitos à gestão do próprio negócio.
É importante ressaltar que a P+L é um processo de gestão que abrange diversos níveis
da empresa, da alta diretoria aos diversos colaboradores. Trata-se não só de mudanças
organizacionais, técnicas e operacionais, mas também de uma mudança cultural que necessita
de comunicação para ser disseminada e incorporada ao dia-a-dia de cada colaborador.
É uma tarefa desafiadora, e que, por isso mesmo, consiste em uma excelente oportunidade.
Com a P+L, é possível construir uma visão de futuro para a sua empresa, aperfeiçoar as etapas
de planejamento, expandir e ampliar o negócio, e o mais importante: obter simultaneamente
benefícios ambientais e econômicos na gestão dos processos.
De modo a auxiliar as empresas nesta empreitada, este Guia foi estruturado em quatro
capítulos. Inicia-se com a descrição do perfil do setor, no qual são apresentadas suas
subdivisões e respectivos dados socioeconômicos de produção, exportação e faturamento,
entre outros. Em seguida, apresenta-se a descrição dos processos produtivos, com as etapas
genéricas e as entradas de matérias-primas e saídas de produtos, efluentes e resíduos. No
terceiro capítulo, você conhecerá os potenciais impactos ambientais gerados pela emissão
de rejeitos dessa atividade produtiva, o que pode ocorrer quando não existe o cuidado com
o meio ambiente.
O último capítulo, que consiste no “coração” deste Guia, mostrará alguns exemplos de
procedimentos de P+L aplicáveis à produção: uso racional da água com técnicas de economia
e reuso; técnicas e equipamentos para a economia de energia elétrica; utilização de matérias-
primas menos tóxicas e reciclagem de materiais, entre outros.
Esperamos que este Guia torne-se uma das bases para a construção de um projeto de
sustentabilidade na gestão da sua empresa. Nesse sentido, convidamos você a ler este
material atentamente, discuti-lo com sua equipe e colocá-lo em prática.
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Capítulo I
Perfil do Setor
A diversidade empresarial é marcante no setor cosmético, no qual se verifica a presença de
grandes empresas tanto nacionais como internacionais, diversificadas ou especializadas nas
diversas categorias de produtos do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Esta
diversidade também é confirmada com a presença de um grande número de pequenas e
médias empresas com atuação focalizada em categorias específicas de produtos do setor.
As pequenas e médias empresas atuam, principalmente, em função da simplicidade da
base técnica de alguns processos de manufatura, que se caracterizam pela manipulação de
fórmulas relativamente simples, o que torna comum encontrar exemplos de empresas de
cosméticos que se desenvolveram a partir de um negócio de farmácia de manipulação.
Regulamentação Sanitária
Segundo a legislação sanitária brasileira, os produtos de higiene pessoal, perfumaria e
cosméticos são definidos e regulados quanto à forma e finalidade de uso pela Lei 6360 de 23
de setembro de 1976 e suas atualizações, que dispõe sobre a vigilância sanitária a que estão
sujeitos estes produtos, regulamentada pelo Decreto Lei 79094 de 5 de janeiro de 1977 e
outras normas específicas vigentes.
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“Preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas
diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais
externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com objetivo exclusivo ou
principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e/ou corrigir odores corporais
e/ou protegê-los ou ainda mantê-los em bom estado”.
Indicadores Econômicos
O setor tem se revelado um dos mais vigorosos do país, com um crescimento médio de
8,2%1 no período 1999-2004, o que é tanto mais notável se forem considerados os baixos
índices de crescimento do País entre 2001 e 2003. De uma forma geral, tem havido um
considerável aumento de sua competitividade, o que também tem se refletido positivamente
em relação ao nível de emprego. Sobre este aspecto, durante o período 1994-2004 houve
um crescimento de 140% das oportunidades de trabalho em atividades ligadas a Higiene
Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, representando um crescimento médio anual de 9,1%2. O
setor cria atualmente oportunidades de trabalho para mais de 2,6 milhões de pessoas.
CRESCIMENTO
1994 2004 CRESCIMENTO
MÉDIO ANUAL
Produção e
30,1 53,7 78,4% 6,0%
Administração
Revendedoras -
510,0 1.500,0 194,1% 11,4%
Vendas Diretas
guiatécnicoambiental 19
Este crescimento pode ser atribuído a uma gama de fatores, como a crescente participação
da mulher brasileira no mercado de trabalho, o aumento de produtividade devido a melhorias
tecnológicas e uma maior expectativa de vida, que tem levado a uma preocupação crescente
com a aparência e um conseqüente aumento no consumo desses tipos de produtos. Em
2003 o Brasil ocupava a sétima posição no mercado mundial de produtos de Higiene Pessoal,
Perfumaria e Cosméticos3, estando em quarto lugar em termos de produtos infantis; em
quinto em perfumaria e desodorantes; sexto em produtos para cabelo, produtos masculinos
e absorventes higiênicos; oitavo em fraldas descartáveis; nono em produtos para o banho e
higiene oral; e décimo primeiro em maquiagem e cremes e loções para a pele.
O setor também vem tendo um peso expressivo na balança comercial do País. Entre 2000
e 2004, apresentou um crescimento acumulado de 97,5% nas exportações, ao mesmo
tempo em que suas importações diminuíram 24,1%. Se em 1997 havia um déficit comercial
de US$ 163,1 milhões, em 2004 o quadro já era de um superávit de US$ 175,1 milhões. A
América do Sul tem sido o principal mercado brasileiro para os produtos do setor, porém,
dada a conquista de mercados não tradicionais, a participação das exportações para os países
sul-americanos vem se reduzindo nos últimos anos. Vale ressaltar que até 2000 essa
participação era superior a 70% e, em 2004, chegou a 56,6%. No ano de 2000, o setor
exportou para 99 países e, em 2004, para mais de 130 países.
Canais de Distribuição
20 guiatécnicoambiental
Figura 1
guiatécnicoambiental 21
Capítulo II
Descrição do Processo Produtivo
e Principais Aspectos Ambientais
Considerada a necessidade de se conhecer o processo produtivo para a proposição de
melhorias ambientais para o setor, neste capítulo são abordadas, de maneira sucinta, as
características e etapas de fabricação de produtos, bem como identificados os principais
aspectos ambientais associados ao desenvolvimento das atividades produtivas.
Segmentos do Setor
De acordo com a definição de cosméticos, as preparações têm como finalidade: limpar,
perfumar, mudar a aparência, proteger, manter em boas condições ou corrigir odores
corporais. Dada a diversidade de utilização e de produtos, o setor pode ser subdividido em
três segmentos básicos:
• Higiene Pessoal: engloba sabonetes, produtos para higiene oral, desodorantes axilares
e corporais, talcos, produtos para higiene capilar e produtos para barbear. Também
estão contidos nesse segmento absorventes, papéis higiênicos e fraldas descartáveis.
Entretanto, tais produtos não serão contemplados no presente trabalho em função das
características diferenciadas de seus processos produtivos.
Principais Características
Apesar da diversidade, os produtos citados são obtidos por processos fabris caracterizados
por:
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• Produção por batelada: é a produção de forma descontínua (processo pelo qual as
matérias-primas adicionadas são convertidas em produto final), em uma determinada
quantidade, num prazo de tempo determinado, o que implica variáveis a serem
controladas de uma batelada para outra. É utilizada, principalmente, em função da
diversidade de produtos e das quantidades necessárias para suprir a demanda de
mercado.
Aspectos Ambientais
Segundo o definido pela norma NBR ISO 14001 da ABNT, aspecto ambiental “é o elemento
das atividades, produtos e/ou serviços de uma organização que pode interagir (alterar) com
o meio ambiente de forma adversa ou benéfica”. Os aspectos ambientais são constituídos
pelos agentes geradores das interações, como, por exemplo, emissão atmosférica, odor,
resíduos, consumo de matérias-primas, energia, água, entre outros.
Para fins de desenvolvimento deste capítulo, a identificação dos principais aspectos ambientais
consistiu na determinação, para cada etapa do processo de produção, das diversas entradas
e saídas de matéria e/ou de energia.
Devido às diferenças verificadas nos processos industriais de cada tipo de produto, as etapas
e atividades associadas à produção propriamente dita foram individualmente descritas e
representadas em fluxogramas específicos, de forma individual ou agrupada, em função das
respectivas similaridades fabris.
Processo Produtivo
As etapas e respectivas atividades consideradas comuns à maior parte dos processos
produtivos envolvidos compõem o diagrama representado na figura 2 (pág. 28), assim como
as descrições das etapas produtivas na forma de fluxogramas (pág.30 a 39).
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Etapas Genéricas do Processo Produtivo
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• Produção: em função da diversidade de produtos e das peculiaridades verificadas
em seus processos produtivos, para essa etapa foram desenvolvidos fluxogramas
específicos por tipo ou grupo de produtos que envolvam operações similares.
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Figura 2
Fluxograma Geral do Setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
EXPEDIÇÃO
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SABONETE EM BARRA
Água desmineralizada
Glicerina
Sal
Perfume
Emotivos (extratos, MISTURADOR
vitaminas)
Conservantes (EDTA,
EHDP, BHT)
Corantes
Energia elétrica
Resíduos e/ou efluentes
oriundos da limpeza de
equipamentos e pisos
CILINDRO Odor
FOTO 1
EXTRUSORA
CORTADEIRA (FOTO 1)
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SHAMPOO
Água desmineralizada
Vapor
Restos de embalagens
Energia Elétrica
(resíduos plásticos, papelão,
Detergente (Lauril Éter
tambores e outros)
Sulfato de Sódio)
Agentes condicionantes
MISTURADOR Resíduos e efluentes líquidos
Estruturantes (Carbopol)
oriundos das limpezas de
Perfume
equipamentos e pisos
Emotivos (Ceramidas,
Hidraloe etc)
Odores
Conservantes (formol)
Salmoura
Água/ Produtos de
Limpeza (fase limpeza)
Glicerina
Sal
Perfume Resíduos e efluentes líquidos
TANQUES DE
Emotivos (extratos, oriundos das limpezas de
ARMAZENAGEM
vitaminas) equipamentos e pisos
Conservantes (EDTA,
EHDP, BHT)
Corantes
Energia elétrica
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CONDICIONADORES
Restos de embalagens
(resíduos de plásticos,
papelão, tambores etc)
Vapor MISTURA E Resíduos e efluentes
Perfume HOMOGENEIZAÇÃO líquidos graxos oriundos
Energia elétrica
das limpezas dos
equipamentos e pisos
Odores
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CREME DENTAL
Restos de embalagens
Água pasteurizada,
(resíduos plásticos, papelão,
previamente tratada por
tambores e outros)
ozonização
Resíduos e efluentes líquidos
Carbonato de cálcio
oriundos da limpeza de
Silicato de Sódio MISTURADOR equipamentos e pisos
Glicerina
Lauril
VOC´s (compostos orgânicos
Sorbitol
voláteis)
PEG (polietileno glicol)
Energia elétrica
Odores
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ESMALTE
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BATONS
MASSA BRANCA
Materiais de embalagens
Massa pronta sob alta
(resíduos de plásticos, papelão,
temperatura
tambores)
Recipientes de polietileno MOLDAGEM (FOTO 3)
Resíduos e efluentes líquidos
Mesas Frias
oleosos oriundos da limpeza
Energia elétrica
dos equipamentos e pisos
Moldes
Maçarico Resíduos e efluentes líquidos
Base da embalagem DESMOLDAGEM E oriundos da limpeza dos
Energia elétrica FLAMBAGEM DO STICK equipamentos e pisos
Insumos auxiliares (FOTO 4)
FOTO 3 FOTO 4
guiatécnicoambiental 35
CREMES CORPORAIS
Restos de embalagens
(resíduos de plásticos,
Água desmineralizada papelão, tambores etc.)
Vapor MISTURA E Resíduos e efluentes
Perfume HOMOGENEIZAÇÃO líquidos graxos oriundos
Energia elétrica das limpezas dos
equipamentos e pisos
Odores
36 guiatécnicoambiental
MAQUIAGEM E PÓS
Matérias-primas
PESAGEM
Energia elétrica
Restos de embalagens
(resíduos plásticos, papelão,
tambores etc)
Resíduos oriundos do
sistema de exaustão e
equipamentos de controle
da poluição atmosférica
Massa base
Pigmentos
Aglutinantes MISTURADOR
Outros componentes
Energia elétrica
Resíduos de material
particulado oriundos das
compactações
Pequenas formas com
Energia elétrica COMPACTAÇÃO
defeitos
Resíduos e efluentes
oriundos da limpeza de
equipamentos e pisos
Resíduos oriundos do
sistema de exaustão e
Embalagens (estojo) equipamentos de controle
Ar comprimido ENVASE da poluição atmosférica
Energia elétrica Resíduos da varrição dos
pisos
Frascos e potes com defeitos
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PERFUMES
38 guiatécnicoambiental
COLORAÇÃO
H2O
H2O
H2O N2
Preparação da Preparação da N2 Preparação
N2 Vapor
Fase Aquosa Fase Oleosa Vapor das Anilinas
Vapor Óleo
Anilinas
mineral
ENTRADAS SAÍDAS
VOC´s (compostos
orgânicos voláteis)
Água desmineralizada
Vapor
Restos de embalagens
Energia Elétrica
(resíduos plásticos,
Nitrogênio
MISTURADOR papelão, tambores e
Hidróxido de Amônio
outros)
Fenilenodiaminas
Aminofenois
Resíduos e efluentes
Resorcinol
líquidos oriundos da
Monoetanolamina
limpeza de equipamentos
e pisos
Vapor
Adição de outros Resíduos e efluentes
componentes (aditivos) RESFRIAMENTO líquidos oriundos da
Água gelada ATÉ 40ºC limpeza de equipamentos
e pisos
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Capítulo III
Aspectos e Impactos Ambientais
No capítulo anterior, foram identificados como entradas e saídas os principais aspectos
ambientais nas operações e atividades desenvolvidas pelo setor. A cada aspecto ambiental
mencionado está associado pelo menos um impacto ambiental, que pode ser definido
como qualquer alteração das propriedades físico-químicas e/ou biológicas do meio ambiente,
devida a qualquer forma de matéria ou energia gerada por atividades humanas.
A seguir, estão apontados os principais impactos que podem ser provenientes de atividades
das empresas do setor de cosméticos e são discutidas as relações de causa e efeito entre os
processos produtivos e o meio ambiente.
Uso de Insumos
Água
O uso de recursos hídricos subterrâneos tem sido a alternativa mais atraente para a
indústria. No entanto, a exploração desregrada tem levado à crescente degradação das
reservas, apontando para a urgência do desenvolvimento de uma política de exploração
racional desses recursos. A diminuição (rebaixamento) do nível dos aqüíferos subterrâneos,
pela perfuração exagerada ou exploração excessiva de poços já existentes, gradativamente
levam a um aumento dos custos de bombeamento, diminuição do rendimento da operação,
afundamento (recalque) de terrenos e, em casos extremos, à exaustão dos aqüíferos. É
necessário conscientizar os usuários quanto a formas de minimizar o consumo de água não
apenas na planta produtiva, mas também nas práticas cotidianas de cada indivíduo.
Energia
É comum o uso de caldeiras alimentadas por óleo combustível e, nesses casos, é essencial
o controle rígido da queima, de modo a minimizar as emissões de monóxido de carbono,
óxidos de enxofre (SOx) e material particulado para a atmosfera. O emprego do gás natural,
considerado mais adequado ambientalmente e de custo razoável, também demanda medidas
de controle das emissões. Por fim, é possível citar a utilização de caldeiras elétricas que podem
ser chamadas de caldeiras “limpas”, mas que necessitam de grande quantidade de energia
42 guiatécnicoambiental
a alto custo. Além do controle rígido da eficiência de queima da caldeira, é importante
atentar para os resíduos resultantes de sua operação e manutenção (borras oleosas, estopas
sujas, incrustações da parede da caldeira, embalagens de combustível, entre outros), pois sua
disposição final pode depender de autorização específica do Órgão de Controle Ambiental
competente.
Várias dessas substâncias apresentam propriedades tóxicas, irritantes e/ou corrosivas, o que
torna essencial o conhecimento de seus efeitos potenciais sobre a saúde humana e o meio
ambiente, assim como sobre os procedimentos emergenciais em caso de derramamentos
acidentais, contaminações ou intoxicações. Embora não seja objeto deste manual, é
importante chamar a atenção para os riscos ocupacionais associados ao recebimento,
transferência e manuseio de muitas destas substâncias e para a importância do uso de
equipamentos de proteção individual (EPI’s) e coletiva (EPC’s).
Efluentes Líquidos
guiatécnicoambiental 43
Em relação à composição destes efluentes, há variações significativas entre os resultados
analíticos de diferentes empresas para os mesmos parâmetros, que podem ser atribuídas
principalmente à diversidade de matérias-primas envolvidas para a obtenção dos produtos e,
também, às diferentes quantidades de água utilizada nas operações.
Embora a composição dos efluentes do setor varie em função do tipo de produto elaborado,
pode-se apontar alguns componentes normalmente presentes que, de modo geral, podem
ocorrer em concentrações acima das permitidas em legislação especifica para lançamento
sem tratamento prévio.
Dentre estes, podem ser citados os seguintes poluentes e efeitos adversos associados:
• Óleos e graxas: a pequena solubilidade dos óleos e graxas prejudica sua degradação
em estações de tratamento de efluentes por processos biológicos e, quando presentes
em mananciais utilizados para abastecimento público, podem causar problemas no
tratamento d’água, além de impedir a transferência do oxigênio da atmosfera para o
meio hídrico, trazendo problemas à vida aquática.
A legislação ambiental estabelece que os despejos industriais devam ser tratados, de modo
que as características físico-químicas dos efluentes estejam de acordo com os padrões
estabelecidos pela Resolução CONAMA 357, de 17/03/2005.
1. Enriquecimento do meio aquático com nutrientes, sobretudo compostos de nitrogênio e/ou fósforo,
que provocam o crescimento acelerado de algas e formas superiores de plantas aquáticas, pertubando
o equilíbrio biológico e a qualidade das águas.
44 guiatécnicoambiental
Em relação ao conteúdo destas leis, existem dois tipos de padrões: de emissão (ou lançamento)
e de qualidade2. O primeiro regulamenta a máxima concentração de cada poluente que será
permitida no efluente lançado (seja em corpos d’água ou rede coletora de esgoto), enquanto
que o segundo determina as concentrações máximas desses poluentes para cada classe de
corpo d’água.
A Figura 3 ilustra um comparativo entre as legislações nacional e do Estado de São Paulo para
lançamento de efluentes:
Figura 3
LANÇAMENTO LEGISLAÇÃO
EM REDES PÚBLICAS
- ARTIGO 19A
COLETORAS
Além dos parâmetros definidos em lei, deve ser considerada também a existência das
substancias denominadas:
2. Conforme a legislação, os padrões de qualidade são definidos para a condição mais crítica do
corpo d’água, geralmente adotando-se o conceito de Q7,10 - vazão mínima anual, média de sete dias
consecutivos, com probalidade de retorno em 10 anos.
guiatécnicoambiental 45
Um sistema de tratamento de efluentes industriais pode ser representado pela figura 4.
Considera-se que o melhor sistema é aquele mais adequado a cada situação, entretanto
qualquer que seja a opção adotada, deve-se atentar para:
Figura 4
Medidor
deVazão
Efluente Remoção
Sólidos
Homogeneização
Industrial
Tratamento
Remoção Secundário Efluente
Areia Tratado
Neutralização
Remoção Tratamento Lodos
Óleos Terciário
Graxas
Floculação
Remoção
Decantação
MetaisPesados
Derrames
Emergências
Resíduos
46 guiatécnicoambiental
De acordo com suas características e composição, os resíduos serão classificados pelos
critérios estabelecidos na Norma ABNT – NBR10004/2004 e, em função desta classificação,
serão adotados os procedimentos adequados relativos às condições de acondicionamento,
armazenamento e disposição. Esta classificação envolve a realização de análises e testes,
como os de lixiviação e solubilização.
Embalagens
Nos casos em que é possível reutilizar ou reciclar, é aconselhável que a indústria atente
para que suas embalagens sejam encaminhadas a empresas regulamentadas pela autoridade
ambiental, para que haja garantia de que as operações envolvidas sejam realizadas de forma
a garantir a integridade do meio ambiente.
A geração de resíduos, tais como lodos ou materiais grosseiros (retidos na etapa de remoção
física), é inerente a qualquer processo de tratamento de efluentes, e para esses também
deverá ser prevista destinação final adequada.
guiatécnicoambiental 47
• adensamento: redução de umidade
• estabilização: remoção de matéria orgânica
• condicionamento: preparação para desidratação
• desidratação: redução de umidade
• caracterização/ classificação
• disposição final
A disposição inadequada destes resíduos pode provocar efeitos graves no ambiente, como,
por exemplo, a contaminação do solo e das águas subterrâneas, sendo portanto necessária a
avaliação de suas características em laboratório, para posterior avaliação do órgão ambiental
competente dos tipos de alternativas de disposição do mesmo.
Solventes Orgânicos
• Álcoois: grupo funcional em que se destaca o álcool etílico (etanol), substância volátil
e inflamável. É utilizado na formulação de perfumes e para operações de limpeza.
48 guiatécnicoambiental
Uma vez que se tratam de compostos de cadeias de carbono de baixo peso molecular (até
C12), a maioria desses solventes orgânicos flutua na água. Quando lançados com os efluentes
líquidos, trazem risco de efeitos tóxicos agudos ao ambiente. Os organismos aquáticos são
os mais vulneráveis, uma vez que absorvem esses contaminantes pelos tecidos, brânquias,
por ingestão direta da água ou de organismos contaminados. Solventes aromáticos, como
o tolueno, são resistentes à degradação por via microbiológica, e bastante persistentes no
ambiente. São fortemente absorvidos pelos sedimentos, neles permanecendo por muitos
anos.
Os efeitos ocupacionais dos solventes ocorrem pela inalação de vapores e fumos, sendo
irritantes aos olhos e à mucosa. Quando em grande concentração no ar, vapores de tolueno
podem causar dores de cabeça, irritação dos olhos/nariz/garganta e fadiga. Exposições
extremas podem levar a lapsos de memória, dificuldades com a fala, problemas de visão e
de audição; também já foram registrados alguns casos de óbitos. O contato cutâneo com
o solvente sob forma líquida pode provocar dermatoses e amarelecimento da pele. Estes
fatores novamente remetem à recomendação de uso de EPC´s e EPI´s. A opção de destino
final destes solventes pós-uso (sujos) ou suas borras, deve necessariamente ser acompanhada
e aprovada pelo Órgão de Controle Ambiental competente.
Emissões Atmosféricas
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Capítulo IV
Medidas de P+L
Devido à natureza de seus produtos, a fabricação de cosméticos deve ser realizada em ambientes
assépticos, ou seja, ambientes que protejam os produtos de possíveis contaminações pela
presença de bactérias, fungos ou agentes químicos, normalmente, presentes no ar, água
e solo. Assim, a adoção da P+L e, mais especificamente, de boas práticas de fabricação -
Portaria ANVISA 348 - complementa uma vocação natural das empresas do setor e apenas
tem a contribuir à melhoria de seus processos e qualidade dos produtos.
Cabe esclarecer que as medidas citadas são exemplos e que há outras ainda que poderão
ser adotadas pelas empresas com resultados similares ou superiores aos aqui apresentados.
Para uma efetiva implantação da P+L, cada empresa, dentro das particularidades de seus
processos, deve buscar as ações preventivas que tragam os melhores resultados técnicos,
ambientais e econômicos.
Armazenamento
Recebimento de produtos
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Sempre que possível, deve-se utilizar
embalagens retornáveis. Quando isso
não for possível, deve-se priorizar aquelas
produzidas com materiais recicláveis ou
reciclados, uma vez que tal medida também
implica redução na geração de resíduos.
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• Condições especiais de armazenamento
– ao adotar condições específicas,
pode-se evitar perdas de material (matérias-
primas ou produtos acabados) causadas por
acondicionamento inadequado e/ou ausência
de condições apropriadas para manutenção
de sua qualidade. Medidas como refrigeração,
por exemplo, devem ser adotadas sempre
que necessário.
A gestão desse recurso pode também ser feita via “balanços de massa” que permitam
comparar dados de entrada e saída de água, seja ela incorporada aos produtos, convertida em
efluentes, utilizada para consumo humano ou aproveitada para outros usos. A identificação
de diferenças entre os resultados obtidos pode revelar eventuais perdas devido a vazamentos
ou mau uso.
A seguir são apresentadas algumas alternativas para redução do consumo de água e geração
de efluentes, que podem ser adotadas pelo setor:
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Planejamento da Troca de Cores
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Os investimentos para sua instalação envolvem a aquisição de equipamento “lançador” e
adaptação de todas as tubulações, inclusive válvulas, curvas, cotovelos e outros.
Águas de Lavagem
Para evitar vazamentos e reduzir as trocas constantes de produtos, que aumentam o consumo
de água, deve-se adequar as condições operacionais e de processo, fazendo uso de sistemas
de lavagem eficientes como, por exemplo, os citados a seguir:
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• Reuso das águas de lavagem – as águas de lavagem podem ser reutilizadas em outra
parte da planta, em função de suas características, sendo as alternativas mais comuns a
limpeza de pisos, reserva para combate a incêndios, lavagem de fachadas, aspersão em
telhados para redução da temperatura interna da edificação e espelhos d’água.
• Reaproveitamento do
residual removido – para alguns
produtos, é eventualmente
possível reaproveitar o material
recuperado pela remoção física,
de modo a reincorporá-lo ao
processo produtivo ou encontrar
outros usos (produtos de segunda
linha, reciclagem externa etc),
sempre que as práticas de higiene
obrigatórias ao setor permitam
fazê-lo com grau aceitável de
segurança.
ARMAZENAGEM DE SOBRAS DE MATERIAL
RECUPERADO NAS OPERAÇÕES DE LIMPEZA, PARA
REINCORPORAÇÃO EM BATELADAS POSTERIORES
Caldeiras
São equipamentos responsáveis pelo fornecimento de vapor e água quente para vários usos
na empresa. São consideradas grandes consumidoras de energia, que pode ser fornecida por
várias fontes (óleo, gás, bagaço de cana e energia elétrica, entre outros).
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Muito se enfatiza o aspecto da necessidade de inspeções periódicas do equipamento,
considerando-se a questão de segurança. No meio industrial, há um longo histórico
de ocorrências de explosões de caldeiras, com vítimas e grandes prejuízos. Além disso,
vazamentos e incrustações em tubos diminuem o rendimento da caldeira, gerando
maior consumo de energia. Há, no mercado, várias prestadoras de serviço que realizam
o diagnóstico de caldeiras, bem como gerenciam sua manutenção. A implantação de um
sistema de manutenção preditiva e preventiva – com inspeções programadas e plano de
ação, de modo a corrigir desvios, é o passo inicial para se otimizar o uso deste e de qualquer
outro equipamento. Será aconselhável monitorar parâmetros como consumo de combustível,
eficiência, geração de resíduos e período de utilização, que podem ser indicadores da gestão
do equipamento, que é responsável direta pela maior ou menor severidade dos seus impactos
sobre o meio ambiente. Abaixo são fornecidos alguns pontos relevantes a serem observados
nas inspeções periódicas de caldeiras:
Limpeza das superfícies de troca de calor (fogo) – em nenhum processo de queima existe
combustão completa. É recomendado, mesmo em caldeiras a gás, que a superfície em
contato com o fogo seja inspecionada e limpa. A eventual presença de fuligem funciona
como isolante dos tubos, desviando o calor para os gases residuais. Consta de dados de
literatura que uma camada de fuligem de 1/32 avos de polegada diminui a eficiência da
caldeira em 2,5%. Camadas de 1/8 de polegada causam uma perda de 8,5%.
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Compressores e Linhas de Ar Comprimido
De uma maneira geral, quanto mais ar comprimido um processo utiliza, maior é o consumo
de energia e menor a eficiência. Não obstante, os equipamentos pneumáticos têm uma
excelente relação de transmissão de força, quando comparados às suas dimensões e peso,
o que lhes confere boas possibilidades de aproveitamento energético. As alternativas para
aumentar sua eficiência estão relacionadas a seguir:
Motores
Motores elétricos são utilizados em quase todas as operações industriais como, por exemplo,
no acionamento de equipamentos como bombas, secadores, transportadores, extrusores
e moinhos, entre outros. Portanto, o enfoque sobre os motores pode render muitas
oportunidades de aumento de eficiência, com efeitos diretos sobre o consumo de energia.
Manutenção preventiva
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a geração desnecessária de resíduos (sucatas, óleo e graxa, entre outros), aumenta a
vida útil do equipamento e melhora a eficiência do processo, contribuindo para sua
limpeza.
• Correto alinhamento dos eixos - assegura uma transmissão de potência segura e suave.
Um alinhamento incorreto causa tensões nos eixos e mancais, diminuindo sua vida útil
e a eficiência do sistema, assim aumentando o consumo de eletricidade.
Outras Medidas
Substituição de Matérias-primas
Além dos cuidados já citados (relativos a caldeiras), também é possível citar os seguintes:
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• Na manipulação de pós – caso não seja possível o seu total enclausuramento, colocar
captores para recolher os particulados do ambiente. Ao manipular pós, tanto para
alimentar o processo como no envase, fazê-lo de forma lenta e gradual. Nessas áreas,
recomenda-se que a limpeza seja feita por aspiração. Os operadores deverão utilizar
EPI’s adequados a essas operações.
Uso de Solventes
Figura 5
PEÇAS
PEÇAS
UTENSÍLIOS
UTENSÍLIOS SOLVENTE SOLVENTE SOLVENTE PARTES DE
PARTES DE SUJO LIMPO EQUIPAMENTOS
EQUIPAMENTOS
SUJOS LIMPOS
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Tanques Pulmão de
Fundo Móvel
A operação de envase é uma
das mais críticas da produção
de cosméticos, dados os
riscos de contaminação ou de
perdas de produto, com os
correspondentes impactos
ambientais. No envase de
produtos delicados (altamente
perecíveis), utilizam-se tanques-
pulmão de fundo móvel para
TANQUE PULMÃO E CILINDRO DE PRESSURIZAÇÃO, armazenamento e transferência
COM AR COMPRIMIDO OU NITROGÊNIO de produtos. O fundo é
acionado por gás (nitrogênio ou
ar comprimido) e funciona como um êmbolo. Ocorre então o escoamento total do produto,
o que proporciona o esgotamento do conteúdo do tanque e a eliminação da etapa de
limpeza.
Embalagens “Ecológicas”
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Reuso e Reciclagem Interna de Subprodutos
Muitos dos subprodutos do setor possuem um alto valor agregado e podem ser imediatamente
reincorporados ao mesmo processo, uma vez que se encontrem limpos. Isso ressalta a
importância da manutenção das áreas de processo em ótimas condições sanitárias. Um
exemplo típico desses subprodutos são as aparas de extrusão de sabonete em barra.
Um grande avanço é conseguido quando uma organização planeja seus produtos, processos
ou serviços de modo que estes não causem impactos ambientais. Na atualidade, isso pode
parecer um ideal inatingível, mas é preciso sempre perseguir a redução de todas as perdas
materiais e energéticas, uma vez que essas se revestem de um significado econômico,
ambiental e social. Uma vez cessadas essas perdas passíveis de redução, o próximo passo é
buscar a redução daquelas perdas que não foi possível eliminar em primeira instância, tendo
em mente que a ação mais nobre sempre consiste em possibilitar, via medidas de segregação
e identificação, o reuso e a reciclagem de bens e insumos.
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Equipe de Produção
CETESB
Coordenação Técnica
Engº Flávio de Miranda Ribeiro
Elaboração
Engº André Heli Coimbra Botto e Souza
Engª Martha Faria Bernils Maganha
Estagiário Lucas Moreira Grisolia
Participação
Alfredo Carlos C. Rocca, Dorothy Carmen P. Casarini, Hélio Tadashi Yamanaka,
José Eduardo Bevilacqua, Liliana Ines Werner, Maria Cristina Poli, Maria Helena R.
Humaytá, Marta Condé Lamparelli, Mateus Sales dos Santos, Pedro Penteado de C.
Neto, Regis Nieto, Rubia Kuno, Samira Issa, Sonia Navarro
Ag. Ambiental do Ipiranga, Ag. Ambiental de Osasco, Ag. Ambiental de Guarulhos
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ABIHPEC
Coordenação Técnica
Rose Hernandes
Participação
Ana Claudia Prinholato - Colgate Palmolive
Artur Gradim - Avisa
Carlos Barbeiro - Avon
Cesar Rumbawa - Johnson & Johnson
Cláudio Barros - Niasi
Cristiani Vieira - Natura
Edgar Baptista - Beirsdorf-Nivea
Eliane Anjos - Natura
Juliana Nunes - Unilever
Marcelo S Pinto - Niasi
Marcos V. Baptistucci - 0 Boticário
Renato Mazzotini - Unilever
Ricardo Castro - Beirsdorf-Nivea
Valdelis Andrade - Emsar
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Expediente
Direção de Arte
Paula Lyn Carvalho
Fotos
Marcos Suguio
André Veloso
Imagens cedidas pelas empresas associadas à ABIHPEC
Impressão
Margraf