Fichamento Maquiavel - O Príncipe
Fichamento Maquiavel - O Príncipe
Fichamento Maquiavel - O Príncipe
Maquiavel introduz a ideia do valor (virtù) de um príncipe. Esse valor diz respeito
a como são as ações do príncipe diante da sorte do acaso. Segundo o autor, a conquista
pelo valor é difícil devido as mudanças necessárias para se manter no poder, em
contrapartida há a facilidade de se manter no poder através do valor. Sobretudo, a sorte
(fortuna) pode ajudar o príncipe na falta de boas oportunidades. Além disso, Maquiavel
ressalta que é importante ao príncipe dominar as armas e a lei, além de ser necessária a
ambição. Sobretudo, o príncipe deve usar de quaisquer meios para se manter no poder. O
autor ressalta algumas estratégias para manter um novo domínio, a saber:
“fazer amizades, conquistar pela força e pela fraude, fazer-se amado e temido
pelo povo, seguido e reverenciado pelos soldados, destruir os que podem e
querem ofendê-lo, renovar antigas leis, ser grato e severo, magnânimo e liberal,
suprir uma infiel milícia e substituí-la por outra nova, manter amizades dos reis
e dos príncipes de modo a que tenha satisfação em agradá-lo, e medo de injuriá-
lo” (MAQUIAVEL, 2007, p. 64).
Além disso, Maquiavel alega ser mais fácil satisfazer as massas do que a nobreza
diante de uma conduta justa sem causar prejuízos. A nobreza quer oprimir e as massas
querem apenas não ser oprimidos. Dessa forma, a causa das massas é mais honesta. O
príncipe pode evitar a oposição dos poderosos, contudo, a hostilidade do povo não pode
ser evitada pois são muitos. Sobretudo, a pior coisa para um governante é perder o apoio
do povo e ficar sujeito a hostilidade, além disso, o apoio dos poderosos é importante para
evitar o ataque. Diante disso, deve-se agir de modo a agradar tanto o povo como os
poderosos (MAQUIAVEL, 2007, pp. 65-82).
Outro ponto necessário para manter um governo é estabelecer bases fortes, não ter
exércitos mistos e ser capaz de treinar seu próprio exército com suas próprias armas a fim
de estabelecer uma força própria. O objetivo disso tudo é a guerra, da qual deve-se estar
sempre preparado e dela não fugir. O príncipe precisa aprender a ser mau e usar-se disso
quando necessários uma vez que nenhum homem é completamente virtuoso segundo a
moral cristã. O autor instrui o governante a usar de suas qualidades e de seus vícios de
acordo com a circunstância. Sobretudo, o bem geral como finalidade está acima de
qualquer ação, seja boa ou má (MAQUIAVEL, 2007, pp. 83-99).
Para Maquiavel ao Príncipe é melhor ser amado e temido pelo povo, no caso da
necessidade de escolha entre ser amado ou temido, segundo o autor:
“os homens têm menos escrúpulos em ofender quem se faz amar do que quem
se faz temer, pois o amor é mantido por vínculos de gratidão que se rompem
quando deixam de ser necessários, já que os homens são egoístas, mas o temor
é mantido pelo medo do castigo, que nunca falha” (MAQUIAVEL, 2007, p.
105).
Desse modo, o príncipe deve conquistar o temor dos súditos de maneira a evitar
o ódio, mesmo que não conquiste o amor. Então poderá despreocupar-se com possíveis
revoltas. Segundo Maquiavel, o governante deve desenvolver seu lado leão a fim de
aterrorizar os homens, o seu lado raposa a fim de ser astuto. (MAQUIAVEL, 2007, pp.
100-124).