Apostila de Ajustagem

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 24

CURSO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL

APOSTILA DE AJUSTAGEM MECÂNICA


Sumário

1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 3
2. FERRAMENTAS MANUAIS..................................................................................................................... 4
2.1 Ferramentas de corte ........................................................................................................................ 4
2.2 Ferramentas com aparas.................................................................................................................. 4
2.3 Ferramentas de Corte sem Aparas ............................................................................................... 10
3. FERRAMENTAS AUXILIARES ............................................................................................................. 11
3.1 Morsa de Bancada ........................................................................................................................... 12
3.2 Morsa de Mão ou Grampo .............................................................................................................. 12
3.3 Punção ............................................................................................................................................... 13
3.4 Desandador ....................................................................................................................................... 13
3.5 Escantilhão, Verificador De Roscas, Verificador De Raios, Gabaritos ................................. 14
3.6 Alicates .............................................................................................................................................. 15
3.7 Torquímetro ...................................................................................................................................... 15
4. SERRAMENTO........................................................................................................................................ 16
4.1 Etapas do Serramento .................................................................................................................... 17
5. LIMAGEM ................................................................................................................................................. 18
5.1 Operações da limagem ................................................................................................................... 18
5.2 Procedimentos para Limagem ...................................................................................................... 19
6. ESMERILHADORA ................................................................................................................................. 20
6.1 Esmerilhadora de Pedestal ............................................................................................................ 21
6.2 Esmerilhadora de bancada ............................................................................................................ 21
6.3 Rebolos – Definição e especificação ........................................................................................... 22
Referências..................................................................................................................................................... 24
1.INTRODUÇÃO

A indústria mecânica tem evoluído muito com o desenvolvimento tecnológico.


Máquinas automatizadas controladas por computador, garantem maior
produtividade e padrões de qualidade.
Com as máquinas operatrizes, a automatização e a automação das técnicas
de usinagem trouxeram a garantia de qualidade e produtividade nos
processos de fabricação, porém, nem mesmo todo o avanço tecnológico foi
suficiente para aposentar a velha lima dos processos de usinagem.
Tanto a operação de traçar como o serramento manual, tidos como operações
de préusinagem, ou seja, antecedem processos de usinagem como a
limagem, a furação, o torneamento, fresamento, entre outros, são de suma
importância para o mecânico.
Sempre será preciso um ajuste mais especializado numa região ou detalhe da
peça, ou máquina em que não é viável a utilização de um instrumento para
realizá-lo, bem como as operações de esmerilhamento que visam ao desbaste
de superfícies por meio da abrasão, principalmente nos processos de
reafiação de ferramentas.

3
2. FERRAMENTAS MANUAIS

Nos trabalhos de ajustagem deparamos com um campo bastante vasto de


ferramentas diversas para confecção de peças, reparos, acabamentos, etc. É
necessário para facilitar o estudo, classificar as ferramentas manuais em:

✓ Ferramentas de corte (com ou sem aparas);

✓ Ferramentas de traçagem;

✓ Ferramentas auxiliares;
2.1 Ferramentas de corte

Ferramentas de corte são aquelas que pelo uso manual, apartam uma parte
do material de outra, e esse corte pode arrancar ou não arrancar pedacinhos
deste material, estes pedacinhos são chamados de cavacos ou aparas. As
ferramentas com aparas são as seguintes: limas, serras, machos, cossinetes,
bedame e alargadores. Sem aparas: alicate de corte, talhadeira, tesoura,
vazador.
2.2 Ferramentas com aparas

2.2.1 Limas

São ferramentas, feitas de aço carbono temperado, que realizam a operação


de limar através de seus dentes cortantes das faces.
Classificação: As limas são classificadas e especificadas de acordo com as
seguintes características:
Comprimento: É especificado em milímetro ou polegada, excluindo o cabo da
mesma. Apresentam-se geralmente nos comprimentos de 2” a 24”, e a largura
é proporcional ao comprimento.
Disposição do picado: Refere-se à disposição e forma dos dentes, podendo
ser:

✓ Simples: é empregado para materiais macios. (ex.: não ferrosos)

✓ Cruzado: é empregado para materiais mais duros. (ex.: aços em geral)


Quanto ao número de dentes podem ser:

✓ Bastarda: para desbaste grosso.

✓ Bastardinha: para desbaste médio.

✓ Murça: para operação de acabamento de peças.

4
Forma geométrica (secção transversal): As formas das limas são escolhidas
de acordo com sua aplicação.

✓ Lima chata: para limar superfícies planas em geral.

✓ Lima paralela: para limar superfícies planas internas em ângulo reto ou


obtuso.

✓ Lima quadrada: para limar superfícies planas em ângulos retos, rasgos


extemos ou internos.

✓ Lima triangular: para limar superfícies em ângulo maior que 60°.

✓ Lima meia-cana e lima redonda: para limar superfícies côncavas.

✓ Lima faca: para limar superfícies em ângulos menores que 60°.

5
2.2.2 Serras

A lâmina de serra manual é ferramenta de corte, fabricada geralmente de aço


carbono ou aço rápido temperado é montada e fixada adequadamente em um
arco de serra. A serra geralmente é utilizada para cortar materiais, para abrir
fendas e iniciar ou abrir rasgos.
Classificação: são especificadas pelos seguintes fatores.
I. Comprimento: distância entre os furos indicados em polegadas
II. Largura;
III. Espessura;
IV. Tipos de trava: se os dentes tivessem uma forma absolutamente paralela,
esta ficaria presa no rasgo serrado, os dentes são travados para que se tiver
uma largura de corte maior que a espessura da lâmina permitindo um
movimento livre da serra.
Os tipos de travas são:

✓ Trava regular: formado por um dente travado para a direita e um dente


travado para a esquerda, seguidos de um dente reto que tira o cavaco e
permite a penetração da lâmina com mais facilidade no material. Eficiente para
cortar aços de alto carbono e alta liga.

✓ Trava ondulada: formado por um grupo de dentes travados em uma direção,


seguido de outro grupo de dentes na direção oposta. Utilizada para serra
materiais como chapas, canos e conduites.

6
✓ Trava alternada: esta trava é formada por um dente travado para a esquerda
e um dente travado para direita. Quando há tendências de acúmulos de
aparas no corte do material.
V. Tratamento térmico

✓ Temperada em toda largura; para ferro fundido e latão.

✓ Temperada só nos dentes (flexível): perfil leve em U, L, T, tubos etc.

✓ Número de dentes por polegada: a escolha depende da espessura e do


material a serem serradas (recomendação do fabricante STARRET), as serras
tem geralmente 14, 18, 24,32 dentes por polegada.

✓ 14-18 dentes: Metais não ferrosos e aços doces de grandes secções.

✓ 18 dentes: Aços de alto carbono e altas ligas em grandes secções. ✓ 18-24


dentes: perfis e outros materiais de formato irregular.

✓ 24-32 dentes: Canos, tubos, condutores e chapas de parede fina. A escolha


com maior número de dentes para ter dois ou mais dentes em contatos com
a parede do material;
a) Selecionar a lâmina de acordo com o material e a espessura.
b) Observar a colocação da lâmina de seria no arco (os dentes são voltados
para frente) e a tensão no aperto da mesma.
c) A pressão da serra não deve ser excessiva sobre o material e é feita durante
o avanço da sena sobre o material, no retorno a serra deve correr livremente.
d) Para evitar a quebra da serra deve-se escolher uma serra que tenha pelo
menos dois dentes em contato com a peça.
e) Utilizar todo o comprimento da serra, usando apenas o movimento dos
braços, observando a velocidade de corte que deverá ser de
aproximadamente de 40 à 60 golpes por minuto.

7
2.2.3 Machos

São ferramentas de aço rápido ou aço carbono temperado, tem o formato de


um parafuso com vários canais longitudinais para permitir as saídas de aparas
no ato do corte, sua ponta é cônica para facilitar a penetração no furo a ser
aberta a rosca. Utilizase o macho para abrir roscas internas. Os machos são
em número de três, ao conjunto dos três machos chamamos de temo de
macho (para tubos são utilizados apenas 2 machos). Na abertura de roscas
iniciamos com o macho N.° 1 que tem a extremidade da ponta a conicidade
mais acentuada, em seguida passamos o N.° 2 que é o intermediário e para o
acabamento final da operação o macho de N.° 3 que praticamente não tem
conicidade na ponta.

2.2.4 Cossinetes

São ferramentas de aço rápido ou aço carbono temperado, tem a forma de


uma porca redonda com vários canais para dar saídas das aparas. Serve para
abrir roscas e tem um parafuso para pequenas regulagens de profundidade
objetivando dar a medida final e o acabamento na rosca.

8
2.2.5 Alargadores

São ferramentas de aço rápido ou aço carbono temperado, provido de vários


fios de corte ao longo de seu corpo, estes fios podem ser retos ou helicoidais,
o corpo do alargador pode ser cilíndrico ou cônico. Serve para alargar furos
de um diâmetro para outro ligeiramente superior, garantindo a circularidade e
a medida final com precisão relativa dentro de tolerância exigida em
determinadas aplicações e no caso de alargadores cônicos para pinos de
fixação.

9
2.3 Ferramentas de Corte sem Aparas

2.3.1 Alicates de corte

É uma ferramenta manual, especialmente preparada para cortar fios e arame,


existindo em variados modelos conforme a sua aplicação.

2.3.2 Bedame e Talhadeira

É uma ferramenta de aço forjado, temperado usado para o corte de materiais


a frio. A ação cortante do bedame e da talhadeira deve-se a ação da cunha
formada por suas superfícies. O ângulo da ponta dessas ferramentas varia de
35° a 70° conforme o material a ser cortado e o ângulo formado pelo eixo da
ferramenta com a superfície biselada, dá maior ou menor profundidade de
corte. O bedame é usado para abrir canais ou bisselar superfícies grandes,
por ser mais estreito que a talhadeira ou ainda como operações preparatórias
para a talhadeira. Como por exemplo, um rasgo de chaveta.

10
2.3.3 Tesoura

É uma ferramenta de aço forjado com a finalidade de cortar chapas com


espessuras variadas de acordo com o porte da tesoura, tesourão ou
guilhotina.

2.3.4 Vazador

É uma ferramenta de aço-forjado, temperado, utilizada para fazer furos em


chapas (finas e maleáveis), couro, borracha, papelão, etc. Ocorrem casos em
que o vazador possa ser classificado entre os punções.

3. FERRAMENTAS AUXILIARES

São instrumentos que por sua característica física não efetuam diretamente o
trabalho, mas quando utilizadas com outras ferramentas quer seja de corte
quer seja de traçagem proporcionam a execução do trabalho manual de
ajustagem. Os instrumentos de medida podem ser classificados como
auxiliares na ajustagem, pois com eles podemos executar o trabalho, mas não
o teremos em termos de dimensões, a precisão requerida para a ajustagem.
Algumas das ferramentas de ajustagem podem ao mesmo tempo pertencerem

11
a duas categorias, como por exemplo, um punção pode ser ferramenta tanto
de traçagem como auxiliar.

3.1 Morsa de Bancada

Acessório para fixar peças fabricadas. Geralmente são feitas de ferro fundido,
é composta de duas mandíbulas, urna fixa e outra móvel que se deslocam
guia por meio de um parafuso e urna porca acionada por um manípulo. As
mordentes são de aço carbono temperado, extraído e fixado nas mandíbulas.
E montada sobre uma bancada de madeira dai provem o seu nome.

3.2 Morsa de Mão ou Grampo

É utilizado para prender peças em geral, ou seja, para fazê-las ficarem


unidas possibilitando ao ajustador a execução do seu trabalho.

12
3.3 Punção

Ferramenta auxiliar em aço tratado termicamente normalmente com


comprimento com 120 mm e possui um corpo cilíndrico, às vezes recartilhado
ou de forma prismática com uma ponta numa das extremidades, possuindo
um ângulo variável conforme sua aplicação, como por exemplo, o punção de
marcar tem o ângulo da ponta de aproximadamente 60° e o punção de centrar
tem ângulo de 90° a 120° para deixar uma calota cônica que permita a
centragem da broca por ocasião de furacão de peças e apoio de compassos.
Outros tipos de punção com pontas cilíndricas e compridas são utilizados para
sacar ou tirar pinos de alguns elementos de máquinas, como por exemplo, de
polias ou volantes. Tais punções são chamados de toca-pinos ou saca-pinos,
e punção deslocador para inicio da operação da saca-pinos.

3.4 Desandador

Instrumento utilizador para imprimir aos machos e cossínetes movimenta de


rotação para permitir ao mesmo desempenhar suas funções, ou seja, abrir
roscas. Os desandadores variam de formato, pois difere conforme a
ferramenta, macho,cossinete ou alargador manual. Os desandadores para
machos podem ser fixos (com bitolas definidas) ou ajustáveis segundo o
bitolado do macho. Os desandadores para cossinete variam de acordo com o
diâmetro externo deste e tem um ou três parafusos para ajustar o diâmetro da
rosca. Normalmente os modelos de desandadores são providos de cabos
recartilhados, para facilitar a sua manipulação.

13
3.5 Escantilhão, Verificador De Roscas, Verificador De Raios, Gabaritos

Todos estes instrumentos servem para conferir o trabalho de ajustagem, os


escantilhões são utilizados na verificação dos ângulos, pois já os trazem
definitivos. Verificador de rosca, o próprio nome já o define onde é variável
com o sistema de rosca. O verificador de raio serve para conferir as peças
côncavas e convexas, e são fabricados dentro de uma faixa de medida, como
por exemplo, verificador de raio de 15 mm a 25 mm variando de 0,5mm de
uma medida para outra. Os gabaritos são fabricados à medida que se precisa
deles e tem formato de dimensões bastante variadas. Existe outro tipo de
calibradores, como os de rosca, de eixo ou de furo do tipo passa não passa
cujas medidas vêm no sistema de tolerância internacional, etc.

14
3.6 Alicates

São ferramentas manuais de aço feitas por fundição ou forjamentos. São


constituídos de dois braços e um pino de articulação. E nas extremidades dos
braços, encontram-se as garras, que são pontas cortantes temperadas e
revenida. Os alicates são utilizados para segurar, curvar, apertar, afrouxar etc.
Como exemplos dos tipos mais comuns têm: alicate universal, alicate de bico
(redondo, fino ou curvo), alicate de pressão, alicate de eixo móvel e alicate de
presilhas.

3.7 Torquímetro

É um aparelho utilizado para medir o aperto dado em parafusos de certo


organismo de máquinas, como por exemplo, em tampões de motores a
combustão interna. É composta de um cabo, uma haste onde fica um ponteiro
que desliza sobre uma escala e espiga quadrada que se acopla a chave de
dimensão da cabeça do parafuso.

15
4. SERRAMENTO

Nem sempre na operação de corte, é possível fazê-lo com a tesoura ou a


guilhotina. Isso acontece quando é preciso cortar materiais de maior volume
em pedaços menores destinados à usinagem. A finalidade do corte também
determina a escolha da operação. Assim, se é necessário fazer cortes de
contornos internos ou externos, previamente traçados, abrir fendas e rebaixos,
a operação indicada é o serramento, operação de corte de materiais que usa
a serra como ferramenta. O serramento pode ser feito manualmente ou com
o auxílio de máquinas.
Para trabalhos em série, usam-se os seguintes tipos de máquinas de serrar:
1. Máquina de serrar alternativa, horizontal ou vertical para cortes retos, que
reproduz o movimento do serramento manual, isto é, de vaivém.

2. Máquina de serrar de fita circular, que pode ser vertical ou horizontal.

16
3. Máquina de serrar de disco circular.

4.1 Etapas do Serramento

Para executar a operação de corte seguem-se as seguintes etapas:


1. Marcação das dimensões no material a ser cortado. No caso de corte de
contornos internos ou externos, há necessidade de traçagem, observando a
seqüência já estudada.
2. Fixação da peça na morsa, se for o caso.
3. Seleção da lâmina de serra de acordo com o material e sua espessura.
4. Fixação da lâmina no arco (manual) ou na máquina, observando o sentido
dos dentes de acordo com o avanço do corte.

5. Regulagem da máquina, se for o caso.


6. Serramento. Se o serramento for manual, manter o ritmo (aproximadamente
60 golpes por minuto) e a pressão (feita apenas durante o avanço da serra).
Usar a serra em todo o seu comprimento, movimentando somente os braços.
Ao final da operação, diminuir a velocidade e a pressão sobre a serra para
evitar acidentes. Essa recomendação é válida também para as máquinas de
corte vertical.
Caso o corte seja feito com máquina, usar o fluido de corte adequado
(normalmente óleo solúvel).

17
Para obter os melhores resultados no corte com máquina, deve-se manter o
equipamento em bom estado de conservação. Além disso, algumas
recomendações devem ser seguidas, a saber:
a) Se a máquina possuir morsa, verificar se o material está firmemente preso.
b) Escolher a lâmina de serra adequada ao trabalho.
c) Verificar a tensão da lâmina de serra, que deve ser moderada. Após alguns
cortes, fazer nova verificação e reajustar se necessário.
d) Ao ligar a máquina, verificar se a lâmina está afastada do material.
e) Usar avanço e velocidade de corte adequados à espessura e ao tipo de
material a ser cortado.

5. LIMAGEM

Apesar do uso das máquinas-ferramenta garantir qualidade e produtividade


na fabricação de peças em grandes lotes, existem ainda operações manuais
que precisam ser executadas em circunstâncias nas quais a máquina não é
adequada. É o caso da limagem, realizada pelo ferramenteiro ou pelo
ajustador e usada para reparação de máquinas, ajustes diversos e trabalhos
de usinagem na ferramentaria para a confecção de gabaritos, lâminas,
matrizes, guias, chavetas. Como você já sabe, sempre que se realiza uma
operação de corte qualquer, o resultado quase inevitável é o aparecimento de
rebarbas que precisam ser retiradas. A limagem é a operação que retira essa
camada extra e indesejável de material.

5.1 Operações da limagem

A limagem manual pode ser realizada por meio de várias operações. Elas são:
• limar superfície plana: produz um plano com um grau de exatidão
determinado por meio de réguas. Aplica-se à reparação de máquinas e em
ajustes diversos;
• limar superfície plana paralela: produz um plano paralelo cujo grau de
exatidão é controlado com o auxílio de um instrumento como o paquímetro, o
micrômetro ou o relógio comparador. É empregada na confecção de matrizes,
em montagens e ajustes diversos;
• limar superfície plana em ângulo: produz uma superfície em ângulo reto,
agudo ou obtuso, cuja exatidão é verificada por meio de esquadros (ângulos
de 90º). Usa-se para a confecção de guias de diversos ângulos, “rabos de
andorinha”, gabaritos, cunhas;

18
• limar superfície côncava e convexa: produz uma superfície curva interna ou
externa verificada por verificadores de raio e gabaritos. É empregada para a
execução de gabaritos, matrizes, guias, chavetas;
• limar material fino (chapas de até 4 mm). Aplica-se à usinagem de gabaritos
e lâminas para ajuste.

5.2 Procedimentos para Limagem

1. Fixação da peça na morsa – A superfície a ser limada deve ficar na posição


horizontal, alguns milímetros acima do mordente da morsa. Para proteger
as faces já acabadas da peça, usar mordentes de proteção.

Mordentes de proteção: são chapas de material mais macio do que o da


peça que será fixada e que evitam que os mordentes da morsa façam
marcas nas faces já usinadas da peça.

2. Escolha da lima de acordo com a operação e tamanho da peça.

3. Execução da limagem observando as seguintes orientações:

a) Segure a lima conforme a ilustração e verifique se o cabo está bem


fixado.

b) Apoie a lima sobre a peça, observando a posição dos pés

19
c) Lime por passes sucessivos, cobrindo toda a superfície a ser limada e
usando todo o comprimento da ferramenta. A lima pode correr transversal
ou obliquamente em relação à superfície da peça.

d) Lime a um ritmo entre 30 e 60 golpes por minuto.

e) Controle frequentemente a planeza com o auxílio da régua de controle.

Para evitar riscos na superfície limada, limpe os cavacos que se prendem


ao picado da lima com o auxílio de uma escova ou raspador de latão ou
cobre.

6. ESMERILHADORA

Essas máquinas, também chamadas de moto esmeril ou esmerilhadeiras, são


utilizadas para esmerilhar materiais, geralmente na afiação de ferramentas.
Suas partes são: um motor elétrico com um eixo, em cujas extremidades são
fixados dois rebolos: um para desbaste e o outro para acabamento das
ferramentas. Normalmente, as esmerilhadoras se apresentam em dois
modelos: de pedestal e de bancada.

20
6.1 Esmerilhadora de Pedestal

Utilizada em desbaste comum, normalmente em peças de maior porte, na


preparação de gumes de ferramentas. A potência do motor elétrico varia de
735,5W ou 1cv (cavalo-vapor) até 2.942W ou 4cv. Sua rotação vai de 1.450
rpm a 1.750 rpm. É composta por: pedestal, motor elétrico, proteção do rebolo,
protetor visual e caixa para resfriamento. O pedestal é de ferro fundido
cinzento e serve de apoio para o motor elétrico que faz girar os dois rebolos,
que são montados em cada uma das extremidades de seu eixo. A proteção
do rebolo, também de ferro fundido, recolhe as fagulhas e pedaços do rebolo
no caso de quebra. Há também um apoio para o material a ser esmerilhado.
Possui regulagem linear e angular.

6.2 Esmerilhadora de bancada

Fabricada para ser fixada na bancada, tem seu motor variando entre 183,87W
ou 1/4cv até 367,75W ou 1/2cv de potência. A rotação também pode variar
entre 1.450 a 2.800 rpm. Por ser menos robusta, é utilizada para dar
acabamento e afiar a área de corte de ferramentas.

21
6.3 Rebolos – Definição e especificação

Rebolo é uma ferramenta abrasiva, formada por grãos abrasivos e ligados por
um aglutinante ou liga. Possui formas e dimensões definidas e trabalha
montado ao eixo da máquina.
É utilizado em máquinas retificadoras e esmerilhadoras, em trabalhos de corte,
desbaste, retificação, acabamento e afiação. Uma de suas principais
vantagens é a característica de ser auto-afiável.
6.3.1 Especificação do rebolo
As especificações dos rebolos são descritas abaixo:
Abrasivos – Codificação dos tipos usados nos rebolos
A Óxido de alumínio comum
AA Óxido de alumínio branco
DA Óxido de alumínio combinado
GA Óxido de alumínio intermediário
C Carboneto de silício cinza
GC Carboneto de silício verde
RC Carboneto de silício combinado
D Diamante
Granulação – Classe e código numérico para a granulação dos rebolos

Dureza – Classe e código para a dureza dos rebolos

22
Estrutura – Classe e código numérico da estrutura dos rebolos

Aglomerante – Código e tipos de aglomerantes dos rebolos

Exemplo de especificação de rebolo conforme dados acima para aço ao


carbono: Rebolo A36 K6V
A – Abrasivo óxido de alumínio
36 – Granulação média
K – Dureza média
6 – Estrutura média
V – Aglomerante vitrificado

23
Referências

Ajustagem e Produção Mecânica I: Projeto Formare / Hamilton César Lúcia;


Paulo Rogério Borges – São Paulo: Veris Educacional, 2007.
Chaves, Francisco Aquiles de Paula, APOSTILA DE TECNOLOGIA MECÂNICA
– AJUSTAGEM, CE, 2019
NECKEL, Gleison Moysés, APOSTILA DE AJUSTAGEM, Sem data

24

Você também pode gostar