PACIÊNCIA

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 5

PACIÊNCIA

“A paciência tudo alcança”, diz o dito popular. Mas, afinal, o que é essa qualidade assim
tão poderosa? Santo Agostinho comenta: “A paciência do homem, quando é reta, louvável e
digna desse nome, é aquela pela qual toleramos os males com tranquilidade, para não
abandonarmos, por nossa impaciência, bens que nos conduzem a outros ainda maiores.”1 Ou
seja, a paciência é indispensável para a conservação e conquista de todas as demais virtudes. É
o que ensina o bispo e mártir São Cipriano († 258): “É a paciência que nos recomenda e nos
conserva para Deus. É ela que modera a ira, refreia a língua, governa a mente, guarda a paz,
rege a disciplina; quebra o ímpeto das paixões, reprime a violência do orgulho, apaga o ardor da
rivalidade; restringe o poder dos ricos, alivia a indigência dos pobres; conserva nas virgens a
integridade ditosa, nas viúvas a custosa castidade, nos que estão unidos e casados o amor
indiviso.”2 Com ele concorda São Gregório Magno († 604): “A posse da alma é posta na virtude
da paciência, porque ela é a raiz e guarda de todas as virtudes. Através dela conseguimos entrar
nessa posse, porque se aprendemos a dominar a nós mesmos, começamos a possuir aquilo que
somos.”3 O grande doutor da mansidão e da paciência, São Francisco de Sales († 1622), é do
mesmo parecer: “O maior bem do homem consiste em possuir seu coração e tanto mais o
possuímos quanto mais perfeita é nossa paciência.”4

Entretanto, antes de tudo é preciso esclarecer: a paciência é, ela mesma, uma virtude?
De imediato, instintivamente, respondemos que sim, a paciência é uma virtude. A pergunta,
porém, é bastante antiga e razoável, uma vez que Deus, sendo absolutamente impassível, não
poderia possuí-la – e Deus possui todas as virtudes, em grau incomensurável. A esse respeito,
depois de lembrar que, efetivamente, o termo paciência vem de padecer, Santo Agostinho
justifica: “Quem saberá ponderar com palavras a qualidade e grandeza da paciência de Deus, de
quem dizemos que nada padece, mas que não é impaciente, mas pacientíssimo? Inegável é a sua
paciência, assim como seu zelo, sua ira e sentimentos semelhantes. Se imaginamos tais
sentimentos à nossa maneira, não estão presentes em Deus. De fato, não podemos senti-los sem
perturbação, nem podemos pensar que a natureza divina sofre perturbação alguma, já que é
impassível. Ele tem zelo sem inveja, ira sem alteração, misericórdia sem dor, arrependimento
sem corrigir maldade alguma sua. Do mesmo modo, é paciente sem padecimento.”5 É da
paciência divina que deriva a nossa, conforme São Cipriano: “Essa virtude nos é comum com
Deus, em quem se origina a paciência, em quem tem início a sua glória e dignidade. A origem
e a grandeza da paciência procedem da autoria de Deus.”6

Para exercer sua paciência, o Deus Uno e Trino precisa ser (e é) contrariado: o Pai é
ofendido pelos pecadores, e até por pessoas verdadeiramente piedosas – como diz a Escritura,
“sete vezes cai o justo” (Pr 24,16); o Filho, encarnando-se, tornou-se passível e mortal para nos
redimir: “humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte – e morte de cruz!” (Fl 2,8); o Espírito
Santo igualmente pode ser contristado, como adverte o Apóstolo Paulo: “Não entristeçais o
Espírito Santo de Deus” (Ef 4,30). Deus começou a manifestar sua paciência logo depois de
criar o mundo – nossos primeiros pais, com sua soberba e desobediência, são a prova disso.
Desde toda a eternidade Deus já possuía essa virtude, embora sem exercê-la. A paciência é um

1
Sobre a paciência 2,2 (cf. Obras de San Agustín XIII, Madrid, B.A.C., 1973, p. 385).
2
Sobre o bem da paciência 20, em CIPRIANO DE CARTAGO, Obras completas I, São Paulo, Paulus, 2016, p. 303.
3
Homilias sobre os Evangelhos, 2,35,4 (cf. Opere di Gregorio Magno II, Città Nuova, 1994, pp. 472-473).
4
Filoteia, ou Introdução à vida devota, Petrópolis, Vozes, 19869, pp. 180-181.
5
Sobre a paciência 1,1 (cf. op. cit., p. 384).
6
Sobre o bem da paciência 3, em op. cit., p. 287.
atributo de seu ser divino, pois “Deus é amor” (1Jo 4,16), e “o amor é paciente” (1Cor 13,4).
Todos os dias Deus é desobedecido, rejeitado e injuriado, mas permanece sempre inalterável em
sua natureza divina – inalterável, não indiferente: “O Senhor é indulgente, é favorável, é
paciente, é bondoso e compassivo” (Sl 102,8); “O Senhor é lento para a ira e grande em força”
(Na 1,3). Que essa paciência divina, no entanto, não seja pretexto para os negligentes e laxos!
“Não digas: ‘Pequei, e que de mal me aconteceu?’, pois o Altíssimo é um retribuidor paciente”
(Eclo 5,4).

Tertuliano († depois de 220), um dos mais importantes autores latinos da Igreja antiga,
foi o primeiro teólogo cristão a escrever sobre uma virtude. Entre tantas, escolheu tratar daquela
que ele considerava “a maior”: a paciência – justamente uma virtude que não possuía. Ele
próprio reconheceu essa carência já nas primeiras linhas do seu De Patientia, obra escrita por
volta do ano 203: “Confesso ao Senhor Deus que há temeridade, para não dizer descaramento,
em escrever sobre a paciência, que não tenho nenhuma, visto que sou um homem desprovido de
todo bem.”7 Não estava exagerando nem ostentando falsa modéstia. Tampouco buscava apenas
conquistar simpatia mediante o habitual recurso retórico da captatio benevolentiae (“captação
da benevolência”). Ao contrário, estava sendo sincero: tinha um temperamento violento,
impulsivo e ácido – nada paciente. Hábil polemista, Tertuliano, para defender a fé, empenhava-
se mais em arrasar seus adversários do que em tentar convencê-los e convertê-los. Seu rigorismo
quase fanático levou-o até mesmo a romper com a Igreja e a aderir à seita dos montanistas (c.
206). Apesar disso, enquanto teólogo, foi mestre de São Cipriano. Com efeito, São Jerônimo (†
419/420) – que, por sinal, também não era um modelo de paciência – conheceu um ancião que,
por sua vez, conheceu o secretário de Cipriano, que lhe assegurou: “Cipriano não deixava passar
um só dia sem ler Tertuliano, e dizia muitas vezes: ‘Dá-me o mestre’, naturalmente referindo-
se a Tertuliano.”8 O De bono patientiae, de Cipriano, e o De patientia, de Agostinho, dependem,
em parte, de Tertuliano. Para tratarem da paciência, dois autores católicos – dois santos – se
inspiraram na obra de um homem impaciente que deixou de ser católico.

De certa forma, o caso de Tertuliano nos consola em nossa dificuldade em vencer a


impaciência. Igualmente nos ajuda, impedindo-nos de sermos rápidos demais no gatilho para
condenar qualquer pessoa impaciente. Consideremos: por que o genial cartaginês escolheu
precisamente a paciência como tema de sua reflexão? Certo, para demonstrar que, embora essa
virtude também fosse apreciada e praticada pelos pagãos, os cristãos a vivenciavam de maneira
muito superior. Certo, quis teologizar, ultrapassando os limites de uma abordagem puramente
ética: contrapôs a paciência de Deus, de Cristo e dos cristãos à impaciência do demônio, de
Adão, de Caim etc.9 Mas há uma outra razão, digamos, mais pessoal, para escrever sobre a
paciência: terrivelmente impaciente como era (e reconhecia ser), Tertuliano estava também
buscando uma cura espiritual para si mesmo, como, aliás, ele admite explicitamente: “Possamos
nós, enrubescendo, obter o remédio esperado e fazer que a vergonha de não colocar em prática
o que vamos aconselhar aos outros constitua uma lição para praticá-lo.”10 E ainda: “Para mim
será uma espécie de reconforto examinar o que não me foi dado usufruir, como os doentes que
não conseguem se calar sobre as vantagens da saúde que não têm.”11 Tertuliano nunca venceu
sua impaciência. O remédio que preparou e disponibilizou para os outros não surtiu nenhum
efeito nele próprio. Isso faz dele um hipócrita? Obviamente não, já que, sem dúvida, desejava
ardentemente ser curado. Seu remédio era bom (Cipriano e Agostinho atestam isso), mas o

7
Sobre a paciência 1,1 (cf. TERTULIEN, De la patience, Sources Chrétiennes 310, Paris, Cerf, 1984, p. 60).
8
Sobre os homens ilustres 53 (cf. S. GIROLAMO, Uomini illustri, Sena, Cantagalli, 1969, p. 84).
9
Cf. J.-C. FREDOUILLE, Sources Chrétiennes 310 (Introdução), p. 29.
10
Sobre a paciência 1,2 (cf. Sources Chrétiennes 310, p. 60).
11
Idem, 1,4 (cf. op. cit., pp. 60-62).
doente sofria de “impaciência terminal incurável”. Assim, temos razões de sobra para confiar
que, após deixar este mundo passageiro, o mestre de São Cipriano finalmente obteve no céu o
prêmio por uma virtude que jamais conquistou na terra. Tertuliano era um lutador apaixonado e
incansável. Ora, a pacientíssima misericórdia do Pai leva muito mais em conta o combate do
que a vitória – isto porque a luta perseverante nesta vida já é garantia de vitória na outra: "Quem
perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 24,13). Lembremos ainda que o Purgatório existe
precisamente para se praticar, após a morte, a paciência que faltou durante a vida, “até Cristo
ser formado em vós” (Gl 4,19).

Como ter paciência? Antes de tudo é necessário crer em Deus, porque, como ensina o
Concílio de Trento, a fé é “o fundamento e raiz de toda justificação.”12 A fé nos une a Deus e,
portanto, à sua infinita paciência: “Assim, não vos tornareis negligentes, mas sereis imitadores
daqueles que, pela fé e pela paciência, se tornam herdeiros das promessas” (Hb 6,12). Ora, ter
fé em Deus é crer naquele que Ele enviou, seu Filho Jesus Cristo, arquétipo e dispensador da
paciência: “Quem crê em mim, não é em mim que crê, mas naquele que me enviou” (Jo 12,44).
Logo, devemos pedir insistentemente ao Senhor a graça da paciência, confiando em sua
promessa: “Tudo é possível para aquele que crê” (Mc 9,23).

Em Jesus, homem e Deus, a paciência divina manifestou-se em sua plenitude e


constituiu-se em fonte e modelo da nossa. Em Cristo, a paciência humanizou-se e, por meio
dela, a humanidade foi salva. O preço pago pela paciência humano-divina de Cristo na obra da
redenção foi extremamente elevado: “De fato, fostes comprados por alto preço!” (1Cor 6,20).
Por isso o monge Santo Elredo de Rievaulx († 1167) exorta: “Considera, ó soberba do homem,
ó soberba impaciência, o que sofreu, quem sofreu, por que sofreu, com que atitude sofreu.”13 E,
bem mais tarde, São Francisco de Sales († 1622): “Pensa muitas vezes em Jesus crucificado;
considera-o coberto de feridas, saturado de opróbrios e dores, penetrado de tristeza até ao fundo
de sua alma, num desamparo e abandono completo, carregado de calúnias e maldições; verás
então que tuas dores não se podem comparar às suas, nem em quantidade, nem em qualidade, e
que jamais sofrerás por Ele alguma coisa de semelhante ao que Ele sofreu por ti.”14

Somente a fé, contudo, não basta: “Assim como o corpo sem o espírito é morto, assim
também a fé, sem as obras, é morta” (Tg 2,26). Por conseguinte, importa lutar valorosamente
para alcançar a paciência, mesmo sem garantia alguma de sucesso perceptível, com a certeza de
que “dos altos céus o Senhor olha e observa” (Sl 32,13). Ele vê e acolhe nosso esforço e, segundo
sua Providência insondável, pode fecundá-lo com sua graça, sem a qual qualquer
empreendimento humano é vão: “Essa virtude da alma que chamamos paciência é um dom de
Deus.”15 Ele o concede a quem quiser e quando quiser.

Sabendo que “larga é a porta, e espaçoso o caminho que leva à perdição, e muitos são os
que entram por ele!” (Mt 7,13), o cristão fervoroso não se acomoda na mediocridade. Quem
almeja a salvação eterna não se satisfaz com nada menos do que a perfeição. É a vocação de
todos os discípulos de Jesus: “Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48), e ser
perfeito – isto é, santo – é configurar-se a Jesus Cristo, ser um com Ele, nas palavras de São
Paulo: “Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). Assim, se você quiser ser
santo, deve acolher no corpo e na alma o dom da santidade única de Jesus, incluindo, é claro, a

12
Decreto sobre a justificação, de 13 de janeiro de 1547 (cf. DENZINGER-HÜNERMANN 1532, São Paulo,
Paulinas/Loyola, 2007, p. 405).
13
O espelho da caridade 3,5,14 (cf. Lo specchio della carità, Turim, Paoline, 1999, p. 265).
14
Filoteia, ou Introdução à vida devota, p. 186.
15
SANTO AGOSTINHO, Sobre a paciência 1,1 (cf. op. cit., p. 384).
sua paciência: “Se somos filhos, somos também herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo. Se de
fato sofrermos com Ele, também com Ele seremos glorificados” (Rm 8,17).

A fim de colaborar com a graça, faça cotidianamente alguns exercícios de paciência.


Quais? Primeiramente, o mais importante: pratique a paciência esperando pacientemente
receber o dom... da paciência. Nunca desanime nem desista, supondo, equivocadamente, que
Deus não ouve suas orações porque retarda em lhe conceder a graça intensamente suplicada:
“Suporta as demoras de Deus, agarra-te a Ele e não o largues” (Eclo 2,3). Há temperamentos
que dificultam – e muito – a aquisição da paciência, e o Senhor leva isso em conta. Ademais,
lembre-se de que até mesmo um dom vindo do alto pode ser desvirtuado se não for recebido
com as necessárias disposições interiores. Sem elas, a paciência poderia voltar-se contra você,
transmudando-se em indolência, preguiça ou indiferença. Ou pior: existe uma falsa paciência,
que é somente uma manifestação refinada e pervertida de impaciência. Uma pessoa má pode ser
muitíssimo paciente na execução de suas maldades, tal como um animal selvagem – um
predador – que aguarda longamente, calmamente, de tocaia, o melhor momento para saltar sobre
sua presa. É vício de ímpios: “Suportam não por necessidade inevitável, mas por vontade
culpável, o sol, a chuva, o gelo, o mar, as procelas mais tempestuosas, as asperezas e incertezas
da guerra, golpes e feridas cruéis, feridas horríveis.”16 Não para fazer o bem, mas o mal. Talvez
por esse motivo Deus ainda não lhe tenha concedido essa dádiva.

Paciência e penitência andam juntas. Por isso, em segundo lugar, todos os dias faça
pequenos e discretos atos voluntários de paciência, mortificando seus sentidos, impulsos e
desejos. Destarte estará fortificando sua vontade e fazendo com que a paciência se torne um
hábito. “Na realidade, todos os exercícios de paciência consistem em exercícios de amor”, diz o
Padre Francisco Faus.17 Por isso, os melhores atos de penitência e paciência são aqueles que não
foram escolhidos por você, mas dispostos pela divina Providência e exigidos pela fidelidade ao
Evangelho. É uma luta árdua, como explica o monge João Cassiano († 435): “A paciência não
merece admiração nem louvores por manter-se tranquila, se não tem um inimigo que lhe atire
dardos. Perseverar imóvel, quando desaba sobre ela a procela da tentação, é que a torna ilustre
e gloriosa. Quando se pensa que a adversidade vai enfraquecê-la e desconcertá-la, daí mesmo é
que ela extrai a sua força: seu gume se torna mais agudo com o que iria aparentemente embotá-
lo. Ninguém ignora que paciência vem de padecer e suster. Claro está, por conseguinte, que só
merece ser dito paciente quem suporta sem revolta todos os maus tratos que lhe são infligidos.”18
O combate mais difícil, sem dúvida, é contra os pensamentos opostos à lei de Deus, pois os
inimigos estão em nossa própria mente. O remédio é a paciência, conforme o Abade Poimém,
antigo Padre do Deserto egípcio: “Se alguém lança uma cobra e um escorpião no mesmo
recipiente e fecha a esse, não resta dúvida de que morrerão com o tempo; assim também os maus
pensamentos: suscitados pelos demônios, desaparecem pela paciência.”19 E a Imitação de
Cristo: “Andas entre inimigos, que, à direita e à esquerda, te assaltam. Se, pois, de todos os
lados, não usares o escudo da paciência, não poderás, por muito tempo, ficar incólume.”20

A paciência cristã não é uma mera resignação a um destino penoso e inevitável, como
queriam certos filósofos pagãos, mas, à imitação dos mártires, um luminoso testemunho de fé
em Cristo e na vida eterna. São Gregório Magno explica: “Se, de fato, com a ajuda de Deus,
procuramos exercitar a virtude da paciência, podemos conquistar a palma do martírio, embora

16
SANTO AGOSTINHO, Sobre a paciência 3,3 (cf. op. cit., p. 386).
17
A Paciência, São Paulo, Quadrante, 1995, p. 24.
18
Conferências 18,13, Juiz de Fora, Subiaco, 2008, pp. 100-109.
19
Poimém 21, em Apoftegmas: a sabedoria dos antigos monges, Rio de Janeiro, Lumen Christi, 1979, p. 231.
20
Imitação de Cristo 3,35,1, São Paulo, Paulinas, 19749, p. 299.
vivendo em um tempo em que a Igreja goza de paz.”21 As oportunidades desse martírio incruento
se apresentam no dia a dia, nas situações corriqueiras, segundo o ensinamento de um notável
mestre espiritual do século VI, o monge São Doroteu de Gaza: “Se, portanto, alguém tem
necessidade de um ovo e recebe apenas um legume, que pense: ‘Se o ovo me fosse útil, Deus,
com toda certeza, tê-lo-ia me enviado. Além disso, é possível que este legume seja para mim
como um ovo’. E confio em Deus que isso lhe será contado como martírio.”22

Enfim, se apesar de suas orações e empenho, você ainda não recebeu o precioso dom da
paciência, continue orando e combatendo com fé e perseverança. E humildemente repita com
São Paulo: “Foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me esbofetear,
a fim de que eu não me torne orgulhoso” (2Cor 12,7). E você será contado entre os herdeiros do
Reino, salvos pela infinita paciência de Jesus.

21
Homilias sobre os Evangelhos 2,35,7 (cf. Opere di Gregorio Magno II, pp. 474-475).
22
Ensinamentos espirituais 7,84, Juiz de Fora, Subiaco, 2003, p. 114.

Você também pode gostar