Angelo

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Ministério da Educação

Universidade Federal de Pelotas


Centro de Artes
Curso de Design Digital

Computadores de Bordo Automotivos:

Uma proposta de interface gráfica para linha popular da Volkswagen

ANGELO PIEGAS NEVES

Pelotas, 2011.
ANGELO PIEGAS NEVES

Computadores de Bordo Automotivos:

Uma proposta de interface gráfica para linha popular da Volkswagen

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Design Digital do Centro de Artes
da Universidade Federal de Pelotas com vistas
à obtenção do grau de bacharel em Design
Digital.

Orientador: Profº. Me. Pablo Fabião Lisboa.

Pelotas, 2011.
BANCA EXAMINADORA

Profº. Me. Pablo Fabião Lisboa

Profº. Me. Tobias Tessman Mülling

Profº. Drº. João Fernando Igansi Nunes


AGRADECIMENTOS

Agradeço aos colegas que durante esses quatro anos de convívio compartilharam
momentos e ensinamentos dentro e fora da universidade. A todos os professores do Centro de
Artes, que realizam o seu trabalho com muito amor e carinho transmitindo não só seus
conhecimentos na área do design, mas também ensinamentos que me fizeram evoluir como
pessoa e nunca vou esquecer. Muito obrigado!

Agradeço a todos os meus amigos, que desde criança estiveram presentes em minha
vida e que ainda seguem comigo, também aos que fui conhecendo durante todo esse percurso
acadêmico, e que nesse ambiente de convivência contribuíram para eu ser o que sou hoje, pra
mim são mais que amigos, são meus irmãos.

A minha família, que sempre me apoiou em minhas decisões. Ao meu irmão


Fernando, que está sempre presente na minha vida, e nesse trabalho não foi diferente, me
ajudando muito, não só com todo seu conhecimento sobre os automóveis, mas também sendo
incansável em me ajudar no desenvolvimento prático da pesquisa, onde participou das
análises, entrevistas e coleta de informações, a minha irmã Débora, que sempre me ajuda em
tudo, uma pessoa que sei que sempre posso contar, a minha tia querida Ada, que me criou
desde pequeno me ensinando tudo com muito amor e carinho, a minha mãe Rosangela, que
sempre me apóia em tudo que faço e esta sempre certa. Ao meu pai Pavani que também me
ajudou muito nesse trabalho, sempre me informado sobre o assunto e pronto para ir analisar
os automóveis, e a minha namorada Maristela que me deu muita força carinho e amor, me
ajudando muito em mais essa etapa. AMO MUITO TODOS VOCÊS!

Gostaria de agradecer mais uma vez a todos os professores do Centro de Artes e em


especial ao meu orientador Pablo Lisboa, que além de ter sido um ótimo orientador se tornou
um grande amigo!

UM GRANDE ABRAÇO A TODOS!


Assim a interação humano-computador
tem de ser pensada como um processo,
uma experiência em constante evolução.

Walter Cybis
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................07
RESUMO.................................................................................................................................09
ABSTRACT.............................................................................................................................10

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................11

1. O QUE É INTERFACE GRÁFICA..................................................................................18


1.1. Conceitos................................................................................................................18
1.2.Histórico da Interface Gráfica.................................................................................24

2. COMPUTADORES DE BORDO AUTOMOTIVOS......................................................32


2.1. Conceitos................................................................................................................32
2.2. Histórico sobre o computador de bordo na indústria automotiva brasileira..........33

3. PROPOSTA PARA ATUALIZAÇÃO DOS COMPUTADORES DE BORDO


AUTOMOTIVOS....................................................................................................................46
3.1. Metodologia Projetual............................................................................................46
3.2. Proposta de Computadores de Bordo Automotivos...............................................59

CONCLUSÃO.........................................................................................................................68

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................70
LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Modelo do sistema Homem-máquina.................................................................................................19

Figura 02 – Esboço da Máquina MEMEX criada por Vannevar Bush..................................................................25

Figura 03 – Fotografia do primeiro modelo de mouse da história criado por Douglas Engelbart.........................25

Figura 04 – Fotografia de conjunto interno com visão frontal do painel, onde podemos observar as maçanetas
satélite e o check control do carro Prêmio..............................................................................................................26

Figura 05 – Fotografia apresentando a linguagem de programação Smalltalk......................................................27

Figura 06 – imagem da interface do Windows de 1987.........................................................................................28

Figura 07 – imagem da interface criada pela Nextst ep em 1988..........................................................................28

Figura 08 – Interface “Aqua” lançada pela Aplle..................................................................................................29

Figura 09 – Interface do Windows 7......................................................................................................................29

Figura 10 – Fotografia da interface gráfica de uma geladeira................................................................................30

Figura 11 – Fotografia da interface gráfica de um telefone...................................................................................30

Figura 12 – Conjunto interno com visão frontal do painel do carro Prêmio da marca FIAT................................34

Figura 13 – maçanetas satélite e o check control do carro Prêmio da marca FIAT...............................................34

Figura 14 – Fotografia do painel onde está o computador de bordo. Carro Prêmio da marca FIAT....................35

Figura 15 – Fotografia do painel do Kadett com computador de bordo do carro da marca CHEVROLET........35

Figura 16 – Carro Monza da marca CHEVROLET...............................................................................................36

Figura 17 – Fotografia de conjunto interno do painel digital do Kadett GSI.........................................................37

Figura 18 – Fotografia de conjunto interno do painel digital do Monza Hi Tech e Kadett GSI............................37

Figura 19 – Fotografia de conjunto interno do carro Omega da marca CHEVROLET........................................38

Figura 20 – Fotografia do computador de bordo do carro Omega da marca CEVROLET..................................39

Figura 21 – Fotografia de conjunto interno do carro Vectra da marca CHEVROLET.........................................40

Figura 22 – Fotografia de conjunto interno do carro Tempra da marca FIAT......................................................41

Figura 23 - Fotografia de conjunto interno do carro Vectra em sua segunda geração da marca CHEVROLET..41

Figura 24 – Fotografia de conjunto interno do carro Golf da marca VOLKSWAGEN.......................................42

Figura 25 – Figura do painel mostrando localização dos botões que controlam a interface digital no item 7 ( A
seleciona função, B passa para outra função) do carro Golf...................................................................................42

Figura 26 – Fotografia do conjunto do painel do Jetta da marca VOLKSWAGEN.............................................43


Figura 27 – Fotografia do conjunto do painel do Pólo da marca VOLKSWAGEN.............................................45

Figura 28 – Painel da interface digital no item 7 do carro Golf da marca VOLKSWAGEN................................50

Figura 29 –botões que controlam a interface digital no item 7 - Golf da marca VOLKSWAGEN.....................51

Figura 30 –localização da interface digital no item 5 do carro Gol da marca VOLKSWAGEN.........................52

Figura 31 –botões que controlam a interface digital no item 7 Golf da marca VOLKSWAGEN........................52

Figura 32 – Figura do painel mostrando localização do computador de bordo do carro Palio Sporting da marca
FIAT.......................................................................................................................................................................54

Figura 33 – Figura do painel mostrando localização do computador de bordo aproximada do carro Palio
Sporting da marca FIAT.........................................................................................................................................54

Figura 34 – Figura do painel mostrando localização do computador de bordo e tela central de 4.3 polegadas da
Freemont da marca FIAT........................................................................................................................................56
Figura 35 – Figura do painel mostrando localização aproximada da tela central de 4.3 polegadas da Freemont da
marca FIAT.............................................................................................................................................................56
Figura 36 – Esboço a lápis, do painel de controle do carro. Autor: Angelo Neves...............................................60
Figura 37 – Tela principal de navegação do sistema.............................................................................................63
Figura 38 – Tela de Manutenção do veículo do protótipo. Autor: Angelo Piegas................................................65

Figura 39 – Tela ar condicionado, botões com interação por cliques ou arraste...................................................66

Figura 40 – Tela Computador de bordo, ação de zerar memória..........................................................................67


RESUMO

NEVES, Angelo Piegas. Computadores de bordo Automotivos: Uma proposta de


interface gráfica para linha popular da Volkswagen. Trabalho de conclusão do curso de
Design Digital. Orientador: Pablo Fabião Lisboa. Pelotas, UFPel / Centro de Artes, 2011.

O presente trabalho tem como objetivos realizar estudo das interfaces gráficas de
computadores de bordo de automóveis, bem como apresentar o protótipo de um computador
de bordo para os carros populares da marca Volkswagen. São estudadas as diferentes marcas e
segmentos, com a finalidade de desenvolver uma fotografia panorâmica do setor,
compreendida no espaço temporal do ano de 1985 até os dias de hoje (2011), conjuntamente,
são abordados alguns critérios ergonômicos e de usabilidade com vistas ao entendimento da
relação Humano-Computador e também aspectos oriundos do design. O intuito do trabalho é
questionar pontos específicos onde o designer pode melhorar a interação do motorista com os
computadores de bordo de seus veículos. No bojo da produção do trabalho prático, a
apresentação do protótipo, seguiu-se uma orientação na busca de uma melhor interação do
motorista com a interface gráfica do computador de bordo.

Palavras-chave: Computador de bordo Automotivo. Interface gráfica. Design e Ergonomia.


Interação Homem x Máquina.
ABSTRACT

NEVES, Angelo Piegas. Automotive on-board computers: A proposed graphical


interface for popular line of Volkswagen.Completion of Curse Work of Digital Design.
Advisor: Pablo Fabião Lisboa. Pelotas, UFPel/Centro de Artes, 2011.

This paper aims, in a study of interfaces onboard computers of cars, as well as present a
prototype computer board for the popular cars of the Volkswagen brand. Experts are studying
the different brands and segments, in order to develop a panoramic picture of the sector,
included in the timeline of the years from 1985 to the present day (2011), together, some
criteria are addressed ergonomic and usability with a view to understanding Human-computer
ratio and also aspects from the design. The aim of the work is to question specific points
where the designer can improve the driver's interaction with computers on board their
vehicles. Amid the production of practical work, the presentation of the prototype, followed a
direction in search of a better interaction with the GUI driver of the vehicle computer.

Keywords: On-board computer. Graphic interfaces. Design and Ergonomics. Human-


Machine Interaction.
11

INTRODUÇÃO

Os projetos de design inovadores, atrelados aos progressivos avanços tecnológicos,


fazem com que muitos dos objetos de uso cotidiano passem a agregar novas funções dando a
impressão de convergência a uma peça única. Tornam-se raros os objetos eletrônicos
destinados a cumprir uma única função. Vejamos na citação a seguir exemplos dessa
convergência.

A mudança mais perceptível é o modo como tantos artefatos estão convergindo.


Antes, havia uma categoria independente de objeto conhecida como telefone, que
exigia ao lado de outra, inteiramente independente, chamada câmera. E impressora
não era o mesmo que copiadora e aparelho de fax. Agora um único objeto agrupa
telefone e câmera, com tocador de MP3, rádio e comunicador de e-mail, assim como
acontece com a impressora, a copiadora e o aparelho de fax (SUDJIC, 2008, p. 31).

A finalidade dessa união de produtos e funções pode estar ligada ao consumo de uma
sociedade capitalista. Seguindo as idéias de Sudjic (2008) em seu livro A linguagem das
Coisas, o fenômeno mencionado anteriormente é denominado como sendo a maturidade do
produto: “quando todo mundo que for comprar um televisor já tiver feito isso, só resta aos
fabricantes convencer os proprietários a substituir seus aparelhos antigos inventando uma
categoria nova” (SUDJIC, 2008, p. 31). Portanto, algumas mudanças devem acontecer para
que o mesmo produto seja vendido ao consumidor novamente, seja na sua forma, tamanho,
cor ou agregação de funções, porém, não se pode dizer que essas mercadorias só estão sendo
lançadas no mercado para gerar lucro e aumentar o consumo, elas também são projetadas e
fabricadas para facilitar nossas vidas, aumentar nossa comodidade e conforto.

Em Steve Johnson (2001), podemos observar uma abordagem que concebe uma
aproximação entre tecnologia e cultura, ao diagnosticar que essa interação influencia a
linguagem que temos com os objetos, tanto no sentido lato, quanto em seu stricto sensu, como
por exemplo, os conhecimentos semânticos que os usuários – que por ocasião desta
monografia, são os motoristas - abrem mão, com vistas ao relacionamento mais amigável com
os objetos, no nosso caso, o computador de bordo automotivo.

A indústria automotiva também começa a agregar instrumentos que facilitam a


interação do motorista com o carro. Antigamente, para saber como estava o funcionamento e
o momento exato para realizar a manutenção em um veículo, era necessário um alto
12

conhecimento de mecânica. Por exemplo, para saber se o combustível que estava no tanque
seria o suficiente para percorrer uma determinada distância, ou observar o andamento do
consumo médio de combustível, era necessário efetuar cálculos matemáticos e programar o
abastecimento com base nestes cálculos. Hoje em dia, o computador de bordo e o check
control1, itens que há décadas vêm sendo utilizados em veículos importados, resolvem
problemas como os citados anteriormente.

Neste sentido, agregar computadores de bordo aos automóveis corresponde a


simplificar a vida dos condutores. John Maeda em seu livro As Leis da Simplicidade: vida,
negócios, tecnologia, design, publicado em 2007, diz que “as pessoas não só compram,
porém, o que é mais importante, amam os designs que podem tornar suas vidas mais simples”
(MAEDA, 2007, p. 6). Portanto, não se trata de agregar apenas status aos bens duráveis, mas
sim, de simplificar a vida das pessoas. Vejamos na citação a seguir mais um pouco da ideia de
Maeda (2007, p. 6)

[...] a simplicidade é uma qualidade que não apenas desperta a fidelidade apaixonada
pelo design de um produto, mas também se tornou uma ferramenta estratégica-chave
para as empresas confrontarem suas próprias complexidades intrínsecas (MAEDA,
2007, p. 6).

Segundo matéria publicada no Jornal do Comercio em 1999, possuir computador de


bordo nos carros existentes no Brasil sai caro e é pouco usual. Vejamos a citação a seguir para
verificar essa constatação.

Já no Brasil, possuir um computador de bordo no carro é caro e pouco usual no


trânsito. Mas enfim, para que servem o check control e o computador de bordo e
qual a diferença entre eles? Ambos funcionam por meio de sensores eletrônicos. O
check control (que significa verificar controle) acusa através de figuras e luzes que
piscam se há problemas com o sistema elétrico, portas abertas, cintos de segurança
(os pré-tensionados) mal fixados, etc. Já o computador de bordo indica o consumo
médio, instantâneo, litros consumidos, distância percorrida, temperatura externa e
autonomia do automóvel, ou seja, a distância que ainda pode ser percorrida
considerando a quantidade de combustível (JORNAL DO COMÉRCIO, 1999).

No entanto, hoje em dia o computador de bordo já está bem mais barato e também é
um sistema mais aceito pelos motoristas, sendo bem mais usual. A partir da diferenciação

1
Check Control corresponde ao controle de checagem: Observa se o funcionamento do carro, como a posição
do cinto (atado ou não), fechamento de portas e porta-malas, algum problema na parte elétrica, etc.
13

feita na citação acima, podemos diferenciar check control de computador de bordo


demarcando com precisão as suas fronteiras. A interação dos computadores de bordo, na
opinião de Primo (2008), pode ser denominada como “interação reativa”, pois as informações
passadas ao condutor são automáticas e limitadas a sua programação, ou seja, não existe a
possibilidade do agente alterar o reagente, e assim, o sistema nunca evolui.

Depois de uma introdução panorâmica sobre o assunto, temos mais clareza para
observar o objetivo do presente trabalho, que consiste no desenvolvimento prática de design
digital, imbricado com uma pesquisa acadêmica focada no tema do Computador de Bordo
Automotivo. Para atingirmos tais objetivos, desenvolvemos uma análise a respeito da
interação gráfica visual e navegabilidade dos computadores de bordo. Especificando nosso
trabalho com mais riqueza de detalhes, informamos que apresentamos no trabalho, estudo de
Interfaces e suas metáforas, baseado nos conceitos citados por Lévy (1993) onde o sistema
deve ser interativo e o mais fácil de usar possível, por isso, a utilização de metáforas agiliza a
relação entre o motorista e o carro. Essa agilização é possível pela relação com figuras de
linguagens conhecidas dos motoristas no mundo real, baseadas em suas experiências
anteriores. A interface digital dos computadores de bordo funciona como uma porta do mundo
virtual, passando as informações para o mundo real.

Após essa etapa, é observada a forma de uso dos botões e o melhor posicionamento
para a interface do computador de bordo no veículo, buscando uma melhor ergonomia, com o
objetivo de melhorar o bem-estar do motorista e o desempenho do veículo, tanto na economia
evitando gastos a mais em manutenção de peças, gastos com concertos, e redução de consumo
de combustível, quanto na segurança, evitando imprevistos ou acidentes.

O que nos leva a crer que o presente trabalho tem fundamento científico e pode servir
para uma análise de um componente que é utilizado em grande escala no país, como podemos
observar ao concluir que o Brasil finalizou o ano de 2010 com aproximadamente 64 milhões
de veículos registrados. Segundo Ardilhes (2011), “[...] o total de veículos no país mais que
dobrou nos últimos dez anos e atingiu 64,8 milhões em dezembro de 2010, segundo
levantamento do Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN” (ARDILHES, 2011)

Embora uma grande parte da população possua carros com nível de tecnologia alta, o
brasileiro não da à devida importância para itens que vão auxiliar na sua condução e bem estar
no trânsito. O computador de bordo é um dispositivo digital que fornece indicadores para o
14

motorista. É através dele que informações do tipo autonomia de álcool ou gasolina no tanque
são transmitidas ao condutor. Esta simples informação evita o abastecimento sem necessidade
ou a falta de combustível no meio do percurso. Porém a maioria dos proprietários dos
automóveis que possuem computador de bordo não sabem usar essa tecnologia a seu favor, e
acabam não dando a devida importância ao dispositivo.

Além da opção de autonomia de combustível, também é possível saber o consumo


instantâneo, consumo médio, velocidade média, tempo de viagem/cronômetro e temperatura
externa. Essas opções de informações citadas a cima são itens básicos que qualquer
computador de bordo automotivo apresenta. Portanto, observemos a citação a seguir, que
destaca cada função em específico.

Lembrando que geralmente o computador de bordo tem dois botões, localizados no


console, no painel ou no volante. Um deles é usado para se passar de uma função
para a outra, e o outro é usado para zerar o cálculo de uma função.
Consumo instantâneo. Este é o consumo que o carro está fazendo naquele exato
momento. O indicador muda uma vez por segundo, às vezes até mais rapidamente
que isso. É um bom parâmetro para ser usado quando queremos conduzir o carro de
maneira econômica. Ficando atento ás informações mostradas por essa função,
acabamos por pisar no acelerador de maneira mais suave. Mas tem momentos em
que não tem jeito. Ao entrar em uma subida bem inclinada, seu carro vai fazer 2 a 3
km/l instantâneos.
Consumo médio. Esta função dá o consumo médio do carro desde certo momento.
É interessante zerar esta função ao abastecer o carro. Assim podemos ver qual foi o
consumo médio do mesmo naquele tanque. As informações de consumo
apresentadas são bem próximas da realidade.
Velocidade média. Ao começar uma viagem, por exemplo, você pode zerar essa
função. Ao chegar a seu destino, olhe a velocidade média registrada, e então você
vai ver quantos quilômetros percorreu em média, por hora, na viagem.
Tempo de viagem / cronômetro. Este comando é um simples cronômetro, como o
de relógios.
Autonomia. Esta função mostra quantos quilômetros podemos rodar com a gasolina
ou álcool que temos no tanque. É bem útil para saber quando abastecer,
principalmente em viagens para regiões mais remotas. Você vê quantos quilômetros
ainda poderá rodar, e avalia se deve abastecer agora ou se conseguirá chegar até a
próxima cidade. Existem trechos de estrada no Brasil onde se viaja por mais de 100
quilômetros sem achar um posto de gasolina sequer.
Temperatura externa. Este sensor mostra a temperatura que está fora do carro.
(EBER, 2009)

É importante dizer que existem computadores de bordo que demonstram quase todas
as funções do carro em sua interface gráfica, na maioria das vezes, o ar condicionado digital,
15

o sistema de navegação GPS2, e o sistema de som são controlados na tela de um display LCD,
instalado no painel do automóvel. Mas, no entanto, o que temos em nosso mercado de carros
populares, no momento, são computadores de bordo com uma média de seis funções e uma
tela em cristal líquido monocromática.

Em razão dos tópicos levantados, chegou-se à seguinte questão: Como a interação


entre o computador de bordo de veículos populares e os motoristas, pode ser otimizada a
partir do design de interfaces? Está pergunta é de onde partimos para apresentar a proposta
gráfica de superação dos modelos vigentes no sentido de assegurar aos motoristas um melhor
bem estar ao fazer o uso dos seus automóveis. As telas do protótipo proposto podem ser
visualizadas no Anexo II deste trabalho.

O nosso objetivo foi o de analisar e comparar variados computadores de bordo


automotivos pertencentes a veículos de diferentes marcas, modelos e segmentos de
automóveis na intenção de projetar um computador de bordo mais ergonômico e com uma
maior facilidade na interação do motorista. Tal projeto tem a finalidade de atender um perfil
de público diverso e bastante abrangente.

O presente trabalho de pesquisa corresponde ao estudo dos computadores de bordo


automotivos, tendo como recorte temporal, os anos de 1985 e 2011. Como definição do
problema, temos três principais questões: Como a interação, a gráfica visual e a
navegabilidade, entre o computador de bordo de veículos populares e os motoristas, podem
ser otimizadas a partir do design gráfico de interfaces digitais? Essas questões definiram o
problema principal de forma que, conjuntamente, já definiu os limites dentro dos quais
trabalhamos.

Para atingir o nosso objetivo, foi desenvolvida: pesquisa bibliográfica; análise de


computadores de bordo pertencentes a carros de diferentes segmentos e marcas; identificação
de pontos positivos e negativos dos computadores de bordo analisados; projeto de uma
interface gráfica digital para um computador de bordo que entendemos que seja universal no
âmbito da linha popular da Volkswagen.

Especificando da melhor forma possível o percurso de nossa metodologia, se faz


necessária uma explicação mais detalhada dos procedimentos a serem adotados. O trabalho

2
A sigla GPS quer dizer Global Positioning System, que traduze-se: Sistema de Posicionamento Global.
16

começou a ser desenvolvido através de pesquisas bibliográficas, que acompanhou todas as


etapas do trabalho. Junto a isto foram analisadas concessionárias de diferentes marcas de
carros populares que possuem computadores de bordo como item incluso ou opcional na
versão do automóvel. Nos casos em que a concessionária não tinha como item de fábrica ou
opcional computador de bordo em seus carros populares, foram analisados os carros de outro
segmento. Após essa etapa foram realizadas duas entrevistas: uma com o responsável da
entrega técnica da Panambra, revenda Volkswagen de Pelotas/RS, de nome Fernando3; e
outra com o vendedor da revenda San Marino, revenda Fiat de Pelotas/RS, de nome Henrique.
Segundo Severino (2007, p. 124) a entrevista representa a, “técnica de coleta de informações
sobre um determinado assunto, diretamente solicitadas aos sujeitos pesquisados”.

Essas entrevistas foram feitas com a finalidade de obter conhecimento de como é feita
à interação proprietário x carro, e se existe um programa de entrega do veículo onde as
instruções são passadas de forma clara, garantindo um bom aproveitamento do produto. A
escolha pela entrevista se deu, pois é uma técnica que “permite a captação imediata e corrente
da informação desejada, praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais
variados tópicos, além de permitir “correções, esclarecimentos e adaptações” (LÜDKE, 1986,
p. 34). E o autor continua sua abordagem enfatizando que, “a entrevista é um dos
instrumentos básicos para a coleta de dados, pois, permite que se obtenham dados na própria
linguagem do sujeito, o que irá permitir inferir como ele interpreta o assunto então
pesquisado.” (LÜDKE, 1986, p. 34).

No primeiro capítulo, intitulado “O que é interface gráfica”, são apresentados dois


tópicos, sendo um sobre o conceito de interface gráfica, e o outro, sobre a história da interface
gráfica. Aqui acompanharemos as diferenças entre interface, gráfica, interativa e de
navegação. Ferramentas importantes para a construção deste capítulo foram os livros
Ergonomia Prática, de Jan Dul, Cultura da Interface, de Steven Johnson, Design Digital de
Javier Royo, Ergonomia e Usabilidade: conhecimentos métodos e aplicações, de Walter
Cybis, Link-se, Giselle Beiguelman e a tese de doutoramento do professor João Fernando
Igansi Nunes.

3
Foi mencionado apena o primeiro nome dos entrevistados por conta de direitos autorais e hipotéticos
problemas que poderão originar-se do conteúdo das entrevistas. Contudo declaro a fé das respostas.
17

No segundo capítulo, intitulado “computadores de bordo automotivos”, são abordados


o conceito acerca dos computadores de bordo automotivos e uma breve história deles na
indústria Brasileira. Partindo do ano de 1985, onde foi lançado o primeiro carro com
computador de bordo incluso, descrevendo a inventividade dos carros de diversas marcas que
experimentaram com maestria muitas aplicações dos computadores de bordo, até chegar à
apresentação do computador de bordo do carro Jeta da Volkswagen. Este breve panorama
proporcionou a segurança para projetar um protótipo que pretendemos inovador para uma
singela contribuição para o avanço da indústria Brasileira em promover inovação tecnológica
e o bem estar dos motoristas, no que diz respeito aos carros populares da Volkswagen.

No terceiro capítulo é apresentada a proposta de atualização dos computadores de


bordo automotivos da linha popular da Volkswagen, que corresponde aos carros Gol, Saveiro,
Voyage e Parati. Esse capítulo tem inicio com uma explicação da metodologia projetual
empregada no projeto de construção das telas gráficas do protótipo produzido, onde os
procedimentos utilizados são os de Bruno Munari.

A tentativa foi a de projetar uma configuração visual imbricada com aspectos


ergonômicos fundamentados por teóricos importantes da área da usabilidade e ergonomia. Por
fim, a conclusão revisa a monografia como um todo e apresenta algumas constatações que
foram aplicadas ao projeto gráfico do computador de bordo automotivo, disponível no Anexo
II do presente trabalho.
18

1. O QUE É INTERFACE GRÁFICA

Segundo Royo (2008, p. 90), o design vem trabalhando ao longo da história nos
limites da definição da interface, na superfície que divide máquina e usuário. Tradução
mediada por partes; área de comunicação entre homem e máquina; porta onde ocorre uma
comunicação e outras conceituações que Javier Royo menciona em seu livro Design Digital.
No entanto, Manovich (2001) considera que a interface está mais aproximada de uma esponja
a ser atravessada dos dois lados, de modo que o sujeito não se encontra mais como um mero
espectador, ingressando em uma perspectiva ativa podendo intervir, em determinados eventos,
diretamente no objeto como co-operador, mais que receptor (FERREIRA, 2008).

Juntamente ao conceito de interface, apresentamos alguns elementos ligados a


ergonomia e usabilidade com categorias da interface. Depois de descrevermos um breve
panorama conceitual, apresentamos um sucinto histórico da interface gráfica como forma de
compreender melhor nosso objeto de estudo.

1.2 Conceitos

Para o entendimento do que é uma interface gráfica , nos utilizamos, primeiramente,


de dois elementos. O primeiro textual através de citação e o segundo imagético, através de
uma tabela. Ambas foram extraídas do livro Ergonomia Prática, de Jan Dul, publicado no ano
de 2004. Entendemos que o esquema apresentado na tabela a seguir, juntamente com o texto
são as mais eficazes para a definição que nos é fundamental no presente trabalho.

No mundo moderno, um número cada vez maior de pessoas usa produtos e sistemas
complexos. Isso exige interações que constituem em receber informações e atuar,
baseando-se nelas. Essas interações podem ser esquematicamente descritas no modelo
do sistema homem-máquina (Figura a seguir). Nesse Modelo, o homem recebe
informações da máquina e atua sobre ela, acionando algum dispositivo de controle.
(DUL, 2004, p. 41).
19

Figura 01 - Modelo do sistema Homem-máquina (DUL, 2004, p. 41)

Para Steven Johnson a interface “se refere a softwares que dão forma à interação entre
usuário e computador. A interface atua como uma espécie de tradutor, mediando entre as duas
partes, tornando uma sensível para a outra” (JOHNSON, 2001, p. 17). Quando falamos de
interface, estamos falando tanto de software quanto de hardware, tanto de interfaces digitais
quanto as interfaces físicas. Segundo o professor Javier Royo

[...] a interface é, por definição a área de comunicação entre o homem e a máquina.


Ela é criada entre o ser humano e um dispositivo virtual (no caso das ferramentas do
ciberespaço) ou entre o homem e um dispositivo real, como qualquer objeto ou
mecanismo que encontramos no espaço tridimensional que nos rodeia. (ROYO, 2008,
p 89)

Podemos definir funções através de uma interface gráfica digital de um computador de


bordo de um carro, e definir a direção do percurso do mesmo carro através de um interface
física chamada “volante”.

Como vimos na introdução, de acordo com Lévy (1993), a interface é uma espécie de
porta onde ocorre uma comunicação entre homem-máquina. As informações são passadas do
mundo virtual para o real e vice-versa, gerando assim o trabalho externo descrito na tabela
anteriormente apresentada, que no caso especifico do computador de bordo representa o bom
funcionamento do veículo com o conforto e a segurança do motorista. A comunicação
homem-máquina de que Lévy fala deve ser entendida sob uma ótica da interação que não seja
20

divorciada nem vista de forma polarizada, pois ”o conteúdo e a interface mesclam-se de tal
forma que não podem ser mais pensados como entidades separadas” (MANOVICH, 2001;
BEIGUELMAN, 2005; NUNES, 2009, p. 23). Logo, podemos perceber que a interface
gráfica e seus elementos visuais, a exemplo dos ícones do computador de bordo, devem
corresponder com efetividade aos conteúdos do mesmo, bem como respeitar os quesitos de
usabilidade considerando os limites físicos e cognitivos humanos.

No âmbito das interfaces, podemos considerar três distintos níveis ou camadas que se
inter-relacionam. A interface gráfica, a de interação e a de navegação. Vejamos uma visão
sobre essas interfaces.

O design de interface gráfica (interface de leitura ) é a terceira informação


simbólica, resultado da orientação do traço semiótico que segue a escrita numérica
em ação. Antes dela há a escrita do código pelo sujeito (interface escrita) humano e
a operação da máquina (interface operacional). O design computacional não esta
voltado somente a percepção humana, mas a “inteligência” do sistema em detectar a
ação do homem e interpretar com sensibilidade maquínica os in-puts de informação
pré programadas, gerando outras informações pelo processo e contexto
vivido/operado (NUNES, 2009, p.26)

Numa passagem do livro Design Digital, de Javier Royo, o autor comenta que "[...] o
mercado tenta forçar diferenças nos produtos e interfaces, para serem diferentes dos
concorrentes diretos. Para o mercado não basta a realização de um bom design, é necessário
apresentar uma identidade diferente e de destaque" (ROYO, 2008, p. 103). Assim, a
consideração de que a atenção deve estar voltada além da construção de um bom design, deve
ser acrescentada a singularidade do projeto. Nossa proposição destina-se a construção de um
computador de bordo que possa ser sugerido a marca Volkswagen, em especial a linha
popular (gol, parati, Voyage e saveiro). Desta forma, seguimos uma identidade visual
adequada aos parâmetros e projeto da marca em questão.

Evidente que nossa produção não esgotará o tema, pois, como nos alerta o teórico
Walter Cybis, “[...] a interação humano-computador tem de ser pensada como um processo,
uma experiência em constante evolução. (CYBIS, 2010, p. 17). Desta forma, seria muito
temerário que expuséssemos uma visão de totalidade na proposição de um computador de
bordo finalizado e sem necessidade de melhoramentos. Sabemos sim, que nossa produção
pode contribuir com algumas conclusões e inovações, mas nunca esgotar o tema. Além de
outras contribuições, a crença na capacidade dos usuários em utilizar a interface e com base
nisso passar a exigir tais ferramentas, faz com que coloquemos, o usuário ou motorista, no
21

centro de interesse da presente monografia. Vejamos a seguir uma citação que corresponde ao
assunto.

O desafio é ainda maior, pois as estratégias e situações de uso evoluem com o tempo
e com o uso do sistema. Na medida em que percebem novas possibilidades ou
funcionalidades, as pessoas passam a usar um dispositivo de forma diferente e
desenvolvem novas expectativas. (CYBIS, 2010, p. 17).

Ao longo da história, critérios ergonômicos foram elaborados. No livro Ergodesign e


arquitetura da informação: trabalhando com o usuário, Luiz Agner apresenta de forma bem-
humorada e sintética, conceitos sobre Arquitetura da Informação (AI) seja na apresentação da
regras de ouro (AGNER, 2009, p. 27), fundamentais para o desenvolvimento do nosso
protótipo, seja na ênfase que o autor dá a respeito da necessidade de trazer o usuário para
dentro do projeto de desenvolvimento de interfaces. Para fins da construção do protótipo de
um computador de bordo automotivo, que pode ser visualizado no Anexo II deste trabalho,
utilizaremos algumas das regras de ouro elaboradas por Agner (2008), são elas: 1.
Consistência Sempre!; 2. Atalhos para os mais experientes; 3. Retroalimentação; 4. Diálogos
com início, meio e fim; 5. Prevenção de Erros; 6. Meia volta, volver!; 7. Atenção: o controle é
do usuário; 8. Na cabeça: sete mais ou menos dois; 9. Conheça o usuário.

Consistência Sempre!: Como o próprio autor descreve, essa regra está diretamente
ligada a repetições de certos padrões. Trata-se de manter a mesma estrutura do layout em
todas as telas da interface, ações devem ser repetidas de modo que facilite o aprendizado.
Como por exemplo o layout de cores, que para esse projeto optou-se pela utilização do azul
que alem de manter fidelidade a cor da marca, é uma cor fria que não irá desviar a atenção do
motorista. Esse seria o objetivo da escolha da cor, passar as informações de forma clara, mas
ao contrário das cores quentes, atraírem menos atenção quando o condutor estiver dirigindo e
sua atenção precise estar no trânsito. A tipografia é outro item que esta contido na regra
número um, e em nosso caso, a tipografia utilizada no projeto foi a Helvética. Essa escolha se
deu pelo fato de ser uma fonte clara, legível, que pode ser utilizada em diferentes tipos de
suporte. É muito utilizada em trabalhos impressos, mas também pode ser utilizada em
projetos digitais.

Essa tipografia não apresenta significados culturais, fator importante para que
mantenha sua neutralidade em relação a signos e expresse muito bem suas informações
22

através de uma escrita de ótima legibilidade. Por ultimo estão contidos nessa regra, os menus
e a diagramação básica (grid), que recebem um tratamento estético simples, sua estrutura de
navegação se repete mantendo os botões sempre nos mesmos locais, assim como o menu de
informação, fazendo com que o projeto tenha uma navegação repetida mesmo em telas
diferentes, e também operações semelhantes, fazendo com que o aprendizado seja facilitado.

Atalhos para os mais experientes: Ao utilizarmos um sistema com uma certa


freqüência, o usuário se torna mais experiente, querendo diminuir o numero de cliques para
aumentar sua velocidade na ação. No capítulo 3, é apresentada uma figura onde podemos
observar a tela do ar condicionado que permite que os usuários inexperientes possam fazer o
uso de atalhos.

Retroalimentação: essa lei esta ligada a comunicação que o sistema estabelece com o
usuário, o feedback emitido a cada ação realizada. No caso do presente trabalho, toda ação
emiti uma resposta de realização da ação executada, o sistema só irá carregar durante a
navegação na internet e GPS, fora isso, todas as ações são feitas por botões que mudam de cor
quando clicados, dando o feedback para a ação, e a transição dessa ação é processada
rapidamente.

Diálogos com início, meio e fim: O fechamento para cada ação, onde perguntas
surgem evitando erros e mostrando uma seqüência de cliques da ao usuário uma sensação de
alivio, indicando que o caminho percorrido esta correto. Podemos observar no capítulo 3, na
tela correspondente a ação de zerar a memória que o diálogo com início, meio e fim foram
priorizados para uma melhor navegação por parte do usuário.

Prevenção de erros: sistema capaz de recusar erros, ações erradas devem fazer com
que o sistema permaneça inalterado, como é um sistema de navegação simples por cliques, os
erros mais graves podem ser os de clicar onde não era desejado. Caso aconteça algum erro, o
sistema deve oferecer uma forma simples e construtiva de recuperar-se. Se algum clique for
feito de forma errada basta usar o botão voltar na parte superior direita da tela. Não, o sistema
não exibe nenhuma mensagem ameaçadora do tipo “seu programa realizou uma operação
ilegal e será fechado”.

Meia-volta, volver! É a possibilidade de reversão para o estado original. Não existe


um estado original em especifico, esse estado vai depender dos gadgets instalados na hora da
entrega do veículo. No entanto, existe a possibilidade de instalar aplicativos (gadgets) e
23

desinstalá-los, porem essa operação só pode ser feita acessando o site da Volkswagen
utilizando o aplicativo para essa finalidade. Caso o motorista não queira fazer ele mesmo no
site, é possível comparecer em uma revenda Volkswagen para que um atendente realize a
operação, dessa forma evita-se que usuários menos experientes cometam erros, sem deixar
que os mais experientes possam realizar o processo sozinhos.

Atenção: o controle é do usuário! Esta regra representa a essência da usabilidade. No


projeto do nosso sistema, a usabilidade é praticamente o ponto principal, a idéia é que os
usuários tenham todo o controle do carro pela tela de interação, todos os aplicativos e funções
serão visualizados ali, mantendo contato com o motorista e oferecendo respostas em relação à
situação do veículo através das opções computador de bordo e medidas de segurança, poderá
ter acesso a informações de posicionamento global, rotas, locais mais próximos, buscas e
informações em geral, através do GPS e internet, opções de lazer e conforto, como por
exemplo, rádio, tocador de musicas e vídeos, visualizador de fotos e ar condicionado.

Na cabeça: sete mais ou menos dois: Os seres humanos tem a memória de curto
prazo ruim, por isso muitas informações em uma tela ou menus expansíveis do tipo (pull-
down) devem ser evitados. Utilizam-se opções de navegação visíveis na tela até o limite de
nove itens por página. No caso do nosso projeto, utilizamos telas com no Maximo seis itens
de navegação por tela.

Conheça o usuário! Citada como a regra de maior importância, a nossa interface


gráfica só será bem-sucedida se ela conseguir adequar sua usabilidade e funções aos objetivos
e necessidades dos usuários reais. Por isso conhecer o usuário é fundamental, no caso dos
usuários da linha popular dos automóveis da Volkswagen, esse público se torna muito
diversificado. Carros populares são usados por pessoas de todas as idades, desde o senhor
aposentado que quer um carro novo onde irá gastar menos em manutenção e consumo e
possuir um carro de pequeno porte ideal para o tráfego urbano, como o adolescente que não
tem um grande poder aquisitivo, ou muitas vezes tem condições de gastar um pouco mais em
um veículo, mas está mais focado no seu uso diário, enfim, é impossível rotular um público
especifico. Pensando dessa forma que resolvemos desenvolver um sistema que consiga
atender a necessidade de um usuário sem muito conhecimento, do tipo que se não vê uma seta
ou um botão não irá clicar, mas também não deixamos de oferecer uma navegação mais
sofisticada onde botões são arrastados na tela para usuários mais experientes. Com isso o
24

sistema consegue atender todos os usuários desse publico diversificado e ainda possibilitando
um conhecimento que irá ser adquirido por usuários de nível básico, que ao utilizar o sistema,
com o tempo ira evoluir.

Portanto, uma última questão teórico-científica da área da ergonomia, que podemos


observar de forma prática no capítulo 3, diz respeito aos Fatores Ergonômicos Básicos (FEB).
No livro Ergonomia do Objeto, de João Gomes Filho (2010), temos acesso a uma variedade
razoável de Estudos de Caso, onde o autor aborda com riqueza de detalhes, os FEB. Assim,
tivemos a oportunidade de utilizar tais determinações projetuais para a melhor construção do
protótipo em questão nesta monografia. Vejamos a seguir o que são os FEBs,

Requisitos de projeto são as diversas qualidades desejadas, a priori, para a


materialização de um produto final. Abrange sua concepção as fases do
desenvolvimento do projeto e, eventualmente, alcança até a sua fabricação ou
confecção. Tudo isso, naturalmente, consoante com a categoria, a classe, o tipo e
demais atributos e especialidades inerentes ao citado produto [...] (FILHO, 2010, p.
28)

Interfaces ergonômicas facilitam a percepção, o raciocínio, a memorização e a tomada


de decisões. Logo, nossa proposta tem a intenção de criar algo novo, mas ao mesmo tempo
eficiente e agradável. As linhas que se seguem tem a finalidade de entender o processo
histórico de evolução da interface para sabermos que o caminho foi o da simplicidade
(MAEDA, 2007) ou da complexidade.

1.2 Histórico sobre a interface gráfica.

O surgimento dos computadores revolucionou o modo como pensamos e criamos


interfaces, antes, só se pensava em interfaces físicas, mas com a era digital as interfaces
também se tornaram digitais, de modo que suprissem a necessidade de comunicar o homem e
a máquina, sempre tentando utilizar formas fáceis de serem associadas e intuitivas, associando
à vivência real com a virtual.

Começamos nosso percurso histórico no ano de 1945 com um invento chamado


“MEMEX” criado pelo engenheiro, inventor e político Vannevar Bush. Seu invento auxiliava
a memória e arquivava conhecimentos, por isso o nome Memex, Memory Extension. O
aparelho não só armazenava informações como também as relacionava, oferecendo uma
25

maneira facilitada de procurá-las. Sua criação teve origem na observação do funcionamento


da mente humana, esse invento é considerado o precursor da idéia do Hipertexto. Vejamos a
seguir na figura 02, a MEMEX em projeto.

Figura 02 – Esboço da Máquina MEMEX criada por Vannevar Bush

Vannevar Bush foi inspirador do engenheiro elétrico e cientista da computação


Douglas Engelbart. Douglas é considerado o pai do mouse e da interface gráfica, em 1968,
após conseguir financiamento para suas pesquisas, começou a trabalhar com sua equipe e
produziu alguns dispositivos de entrada, entre eles, criou uma caixa retangular com três
botões em sua superfície que era conectada ao computador por um cabo. Surge então um dos
primeiros modelos de mouse da história. Suas pesquisas resultaram não apenas no invento do
mouse, mas também resultaram no hipertexto, e na primeira videoconferência da história,
através de duas pessoas que estavam em locais diferentes, mas conectados por rede através de
uma tela. Na figura 03, a seguir, podemos ver o primeiro mouse.

Figura 03 – Fotografia do primeiro modelo de mouse da história criado por Douglas Engelbart
26

É importante ressaltar que os softwares utilizados na época não trabalhavam com o


modelo de janelas, eram apenas textos que não necessitavam de cursores. Isso fez com que o
invento de Engelbart ficasse sem uso por algum tempo. No entanto, no ano de 1974 surge à
linguagem de programação smalltalk, que inovava, principalmente, por possuir janelas,
modificando radicalmente, tanto a parte de codificação, como a estética da interface gráfica.
Vejamos na figura 04, a seguir, a linguagem de programação apresentada na interface do
computador.

Figura 04 – Fotografia apresentando a linguagem de programação Smalltalk

De fato, visualizando a figura 04, temos a verdadeira noção de como eram os


computadores com linguagem de programação da época em que foram inventados, com as
janelas sobrepostas umas as outras. Seguindo em nossa investigação histórica acerca da
interface gráfica, vejamos como Royo (2008), concebe o início da interface gráfica, na citação
a seguir:

Em 1971, a Intel lançou o microprocessador (também chamado circuito integrado ou


chip). Esse grande avanço técnico possibilitou o nascimento da informática pessoal,
com o consequente desenvolvimento da interface gráfica destinada ao usuário único,
o indivíduo. Nesse mesmo ano, Alan Kay desenvolveu a ideia de representar a mesa
de trabalho na tela para interagir com o usuário. Havia nascido a metáfora do
desktop. Ainda hoje continuamos a trabalhar com esse ambiente gráfico (com as
suas atualizações correspondentes, é claro). Em 1973, o PARC desenvolveu o
27

primeiro computador com uma interface gráfica (Alto) que reunia todos os avanços
realizados por seus pesquisadores, entre os quais, Kay. O problema da interface Alto
era o seu altíssimo curto e ela jamais saiu do laboratório: não chegou a ser
comercializada (ROYO, 2008, P. 63).

Em 1976, Steve Jobs e Steve Wozniak começam a contratar ex-funcionário da Xerox,


e em 1978 a Apple começa a trabalhar no desenvolvimento do computador pessoal Lisa que
se diferenciava por possuir sua interface baseada em ícones e cada um representava um
documento ou um aplicativo, nesse momento, foi criada a primeira barra de menu desdobrável
(pull-down), conceitos de atalho no teclado para comandos mais comuns e a possibilidade de
arrastar arquivos de um lugar para o outro, ou colocar na lixeira, por exemplo, para
posteriormente remover, usando os ícones como metáforas.

Figura 05 – imagem da interface gráfica da Apple para o computador pessoal

Os computadores “Amiga”, da empresa Commodore introduziram uma nova interface


gráfica, a Workbench, que inovou com a possibilidade de redimensionar ou mover uma janela
sem trazê-la para o foco principal. A primeira versão da interface gráfica do windows foi
anunciada em 1983, e uma das maiores mudanças ocorreu em 1987 com o fato de que cada
janela tinha sua própria barra de menu, diferenciando-se do Lisa e dos Macintosh que tinha
uma única barra no topo da área de trabalho.
28

Figura 06 – imagem da interface do Windows de 1987

Em 1988, a NeXTSTEP4 introduziu a aparência 3D em suas interfaces e usou pela


primeira vez o botão em forma de “X” para fechar as janelas.

Figura 07 – imagem da interface criada pela Nextst ep em 1988

Na década de 90 apenas duas empresas resistiram ao mercado, Apple e Microsoft, as


demais foram adquirida por outras empresas ou entraram em falência. A Apple inovou com a
interface Aqua para seu novo sistema operacional, o Mac OS X. Essa interface utilizava
efeitos de animação quando o usuário minimizava os programas e suas janelas poderiam ser
redesenhadas rapidamente quando movimentadas.

4
Empresa criada por Steve Jobs em 1985 depois de sua saída da Apple.
29

Figura 08 – Interface “Aqua” lançada pela Aplle

A Microsoft inovou com o lançamento do Windows Vista, sua interface apresentava


efeitos de sombra e transparência, já no Windows 7, a grande inovação foi o suporte a tela
Touchscreen e Multitouch alem de também ter ganhado efeitos 3D.

Figura 09 – Interface do Windows 7

Portanto, podemos observar que a maioria dos avanços desenvolvidos no percurso


histórico da interface gráfica computacional aplica-se nas interfaces gráficas da maioria dos
produtos que utilizamos hoje, como por exemplo, meios de comunicação móveis ou fixo,
eletrodomésticos e, por que não, os computadores de bordo automotivos. A seguir, na figura
10, podemos observar uma sofisticada interface de uma geladeira.
30

Figura 10 – Fotografia da interface gráfica de uma geladeira

Com a maioria dos artefatos comportando interfaces gráficas, inclusive, agora, com
tela sensíveis, as famosas Touch Screen, podemos ingressar uma imersão tecnológica jamais
imaginada. Finalizamos nossa abordagem do presente capítulo apresentando, na figura 11, a
imagem de um aparelho de telefone.

Figura 11 – Fotografia da interface gráfica de um telefone

Ao finalizar o presente capítulo, propomos uma recuperação do conceito apresentado


nas primeiras linhas desta monografia, ainda na introdução, onde enfatizamos o caráter
inovador dos projetos da área do design. Com o breve histórico da interface gráfica,
apresentado neste capítulo, podemos ter a verdadeira noção da convergência a uma peça
31

única. As inovações relatadas aqui evidenciaram com mais força a necessidade do projeto
gráfico que apresentamos no Anexo II do presente trabalho de conclusão de curso.
32

2. COMPUTADORES DE BORDO AUTOMOTIVOS

Este terceiro capítulo versa acerca dos computadores de bordo automotivos e divide-se
em duas partes. A primeira abordagem diz respeito ao conceito de computador de bordo
automotivo. Com isso pretende-se entender de forma mais precisa o objeto de estudo em que
estamos a nos debruçar na elaboração da presente monografia. Na segunda parte deste
capítulo, desenvolvemos uma breve incursão histórica para descrever o percurso histórico do
computador de bordo na indústria automotiva brasileira.

Para uma apresentação razoável deste histórico, utilizamos dados temporais e imagens
dos painéis dos carros, local onde se localizam os computadores de bordo. Este segundo
capítulo é de muita valia se considerarmos que o entendimento histórico do aumento da
importância dos computadores de bordo dos motoristas brasileiros, leva a uma dinâmica
cultural de aprovação da ferramenta em discussão. A indústria automobilística promove a
inserção de adicionais aos carros que auxiliam nossas vidas no trato com os automóveis,
igualmente, a adaptação dos motoristas a esta inserção de ferramentas, dependendo também
da facilidade e da importância delas no cotidiano do uso dos carros.

2.1 Conceitos

Antes de discorrer sobre a temática do presente capítulo, se faz necessário,


primeiramente, conceituar o que são “computadores de bordo automotivos”. Esses
computadores são sistemas que alguns veículos possuem integrados a uma interface digital
que funciona como porta para transmitir informações importantes do automóvel para o
condutor. Essas informações ajudam a evitar desgastes fora do normal, causados pela má
condução do automóvel e manutenções fora do período programado, onde realmente haja
necessidade. Os computadores de bordo automotivos aumentam a segurança em trafegar em
qualquer percurso, informando o momento certo para realizar o abastecimento e programar a
quilometragem que pretende ser percorrida no percurso. Em caso de pane ou dano em
determinado setor do veículo, o motorista é avisado para que consiga sanar o problema em
tempo hábil e com a máxima segurança.
33

Agora que entendemos um pouco mais sobre o que são os computadores de bordo
automotivos, podemos ingressar com mais segurança na abordagem histórica sobre esta
ferramenta. Lembramos que esse histórico vai enfocar apenas a indústria automotiva nacional,
recorte definido na elaboração desta monografia.

2.2 Histórico sobre o computador de bordo na indústria automotiva brasileira

Para que possamos evidenciar as transformações nos computadores de bordo automotivos


com relação a interface gráfica, a interação e a navegabilidade, faz-se necessária uma breve
incursão histórica utilizando algumas imagens como forma de ilustrar os diferentes momentos
percorridos pela indústria automobilística na produção de computadores de bordo. O
computador de bordo surge no Brasil no ano de 1985, com o carro “Fiat Prêmio”. Esse foi o
pioneiro no Brasil a vir equipado com computador de bordo, na versão CS5. O modelo
“sedan” de pequeno porte da Fiat entrava no mercado para tirar de linha o Oggi, que era o
carro que estava no mercado anteriormente. (Quatro Rodas, 2008)

Podemos observar na figura apresentada a seguir, o painel com maçanetas satélites,


que ajuda o condutor na sua utilização, sem tirar as mãos do volante, cinzeiro que desliza
sobre toda a extensão do painel, facilitando o acesso tanto do motorista como do carona, e
check control com traçados e linhas quadradas, características do design dos anos 80. Quando
equipado com computador de bordo, o Fiat Prêmio perdia o conta-giros em seu painel.
Observemos na figura 12, a seguir, os itens mencionados anteriormente.

5
O CS – Confort Super, diz respeito ao modelo automotivo do FIAT
34

Figura 12 – Conjunto interno com visão frontal do painel do carro Prêmio da marca FIAT

Por ser um enquadramento de conjunto, nos ajuda a perceber questões mais


abrangentes da percepção do condutor e suas possibilidades de interação com o carro através
do alcance de suas mãos. Entretanto, para uma análise mais pormenorizada da interface
gráfica, necessitamos precisar um enquadramento mais focalizado. Vejamos na figura 13, a
seguir, os elementos visuais presentes no conjunto do painel do Fiat Prêmio.

Figura 13 – Fotografia de conjunto interno com visão frontal do painel, onde podemos observar as maçanetas
satélite e o check control do carro Prêmio da marca FIAT

A figura 13, vista anteriormente, nos mostra o conjunto do painel do Fiat Prêmio CS,
no entanto, o sistema do computador de bordo era utilizado no veículo como item opcional do
modelo, no caso da figura anterior, o painel era equipado com conta-giros e caso o cliente
optasse, seu veículo era equipado com computador de bordo
35

Figura 14 – Fotografia do painel onde está o computador de bordo. Carro Prêmio da marca FIAT

Na figura anterior, de número 14, podemos constatar que no painel do Carro, o


computador de bordo está afixado no lugar onde normalmente se encontra o conta-giros.
Neste carro, o computador de bordo era um item opcional, que podia ser trocado pelo conta-
giros.

Em 1989 a General Motors do Brasil passa a utilizar pela primeira vez computador de
bordo em seus carros. A linha Kadett e Monza passa a utiliza-lo como item opcional. O
primeiro a utilizar foi o Kadett, seu painel poderia vir com o computador de bordo e o
verificador de controle (check-control). Meses depois, o mesmo item seria incorporado na
linha Monza. Quando não possuía computador de bordo, em seu lugar o carro era equipado
com relógio digital, o que pode ser observado nos limites da linha vermelha na figura a seguir.

Figura 15 – Fotografia do painel do Kadett com computador de bordo do carro da marca CHEVROLET
36

Na figura 15, observamos que o computador de bordo está entre as duas entradas de ar
localizadas no painel central, que podem ser do ar condicionado ou ar normal. A figura a
seguir, corresponde ao painel de controle do carro Monza da marca Chevrolet. Destaque para
os limites da linha vermelha, local onde se encontra o computador de bordo.

Figura 16 – Fotografia do painel onde podemos observar o computador de bordo no cento. Carro Monza da
marca CHEVROLET

Assim como na figura 15, a figura 16, vista anteriormente, apresenta o computador de
bordo no centro do painel frontal do carro e que se diferencia do computador de bordo do
“Prêmio”. Segundo os critérios ergonômicos, o “Prêmio” tinha uma melhor localização.
Mesmo assim, a constatação de que qualquer computador de bordo está ou não bem
localizado diz respeito a uma questão de projeto, o que veremos mais conclusivamente no
capítulo 3, ao apresentar nossas considerações sobre localização do computador de bordo.
Mas voltemos ao nosso percurso histórico sobre nosso objeto de estudo.

Em 1993 era lançado o Monza Hi-tech, Versão limitada desse carro de grande sucesso
da Chevrolet. Essa versão possuía painel digital de cristal líquido e computador de bordo
digital. Assim como o Monza, o Kadett também possuía sua versão com um ar futurista para a
37

época. O modelo esportivo contava com painel digital de série, mas sua leitura não era melhor
que do analógico. A seguir, na figura 17 podemos visualizar o painel do Kadett GSI6.

Figura 17 – Fotografia de conjunto interno do painel digital do Kadett GSI.

Na figura anterior, de número 17, destacamos que o contador de giro ou velocímetro,


apresentado com 124 km/h, dificulta a visualização, pois, o motorista não sente o aumento da
velocidade, ao ponto que no painel analógico, com ponteiro, o motorista observa com mais
precisão o aumento ou diminuição da velocidade. A seguir, na figura 18, podemos observar
com riqueza de detalhes o contador digital de velocidade do Kadett GSI e do Monza Hi Tech.

Figura 18 – Fotografia de conjunto interno do painel digital do Monza Hi Tech e Kadett GSI.

6
Grand Sport Injection.
38

A principal constatação que podemos evidenciar perante a visualização das figuras


anteriores, é o fato de uma imensa diferenciação da visualização por parte do motorista, em
um painel com ponteiros, analógico, e o digital, sem ponteiro. Segundo Dul (2004)

[...] a escolha de um mostrador adequado está relacionada com o seu objetivo.


Ponteiros são melhores para a indicação de uma situação global e percepção de
variações e mudanças rápidas. O mostrador completamente visível e com ponteiro
móvel (velocímetro do carro) é melhor para isso. (DUL, 2004, p. 48).

Mesmo sua leitura não sendo melhor que em um painel analógico, seu visual encanta e
contribui muito para o comportamento esportivo da versão.

Em agosto de 1992 é lançado no mercado brasileiro o Omega, sedan de grande porte


criado pra substituir e honrar o legado do Chevrolet Opala, que desde 1968 era o carro chefe
da Chevrolet no Brasil, sinônimo de status, conforto, potência e até esportividade. O Omega
foi um dos carros mais desejados pelos Brasileiros na época, pois apresentava luxo, espaço,
equipamentos e desempenho em níveis únicos. Seu modelo de lançamento já vinha equipado
com computador de bordo, já em 1996, assim como o Monza e Kadett, também teve sua
versão com painel digital.

Figura 19 – Fotografia de conjunto interno do carro Omega da marca CHEVROLET

De acordo com a figura 19, vista anteriormente, podemos observar o posicionamento


do computador de bordo do Omega, que aparece no canto superior esquerdo do painel central,
39

logo ao lado do painel de instrumentos do veículo, essa localização fazia com que a Chevrolet
posicionasse sua interface do computador de bordo de forma que facilitasse a sua
visualização, sem que fosse preciso modificar seu painel de instrumentos, que no caso da
imagem, aparece na versão digital, que mesmo não sendo muito aceita nos padrões
ergonômicos recebia uma grande aceitação do público que admirava o visual moderno do
novo carro da Chevrolet.

Na figura 20, disponível a seguir, podemos ver detalhadamente as informações


fornecidas pela interface da Chevrolet que também iria equipar o Vectra,

Figura 20 – Fotografia do computador de bordo do carro Omega da marca CHEVROLET

Nm5y

Em 1993 o mesmo sistema de interface digital aparece no Vectra, modelo da General


motors do Brasil que surge para substituir o Monza. Como foi dito anteriormente, na imagem
acima observamos as funções, consumo instantâneo, que informa ao condutor o consumo de
combustível no momento da consulta em quilômetros por litro. Consumo médio, que é a
média de consumo de combustível consumido pelo veículo a partir do momento em que o
computador de bordo foi zerado, normalmente se faz na hora do abastecimento. Velocidade
média, é a média da velocidade feita durante o período que o computador de bordo foi zerado,
até o momento da consulta. Autonomia, é a análise que o computador de bordo faz de quantos
40

litros de combustível existe no tanque e exibe a autonomia em quilômetros que podem ser
rodados. O cronômetro marca o tempo de um percurso do momento que foi zerado até a
consulta. A temperatura externa mostra a temperatura externa medida em graus Celsius. Essas
seis marcações são mostradas da seguinte forma: na parte superior da interface: o primeiro
mostrador informa o resultado da marcação selecionada, através da seta que pode ser passada
de marcação em marcação. Situada logo abaixo do lado das marcações. Na parte inferior da
interface é apresentado um relógio digital.

O Vectra Quando não possuía computador de bordo, em seu lugar era equipado com
relógio analógico.

Figura 21 – Fotografia de conjunto interno do carro Vectra da marca CHEVROLET

Em 1995 o Fiat Tempra passa por modificações, fica mais moderno por dentro com
uma completa e moderna instrumentação. Computador de bordo de sete funções substituindo
o hodômetro parcial.

Quando não possuía computador de bordo, era equipado, em seu lugar, um relógio
digital, ou poderia vir um emblema escrito “Tempra”. Quanto com relógio digital. A cor da
iluminação do computador de bordo variava conforme a motorização: verde no motor 2.0 16V
e laranja no motor Turbo.
41

Figura 22 – Fotografia de conjunto interno do carro Tempra da marca FIAT

Em 1997, já com seu visual modificado em 1996, o Vectra, na sua segunda geração,
também recebe modificações no seu computador de bordo.

Figura 23 – Fotografia de conjunto interno do carro Vectra em sua segunda geração da marca CHEVROLET

A Volkswagen passa a utilizar computador de bordo somente em 1999 no Golf. Carro


sucesso de vendas da Volks que chegou a superar o mítico VolksWagen Fusca ou Carocha -
carro que substituiu na Europa na década de 70. No mercado brasileiro foi lançado em 1995,
mas só ganhou nacionalidade em 1999.
42

O Golf se diferenciava dos demais modelos até então dotados deste equipamento, por
possuir o computador de bordo no quadro de instrumentos. Quando não equipado com o
opcional, havia um relógio digital em seu lugar.

Figura 24 – Fotografia de conjunto interno do carro Golf da marca VOLKSWAGEN

A década seguinte foi marcada pelo lançamento do “Fiat Stilo Abarth” no ano de
2002, com computador de bordo com visor colorido. O visual estético com o tratamento
colorido do computador de bordo encantava os motoristas, porém suas funções continuavam
basicamente as mesmas dos outros computadores de bordo utilizados anteriormente.

Figura 25 – Fotografia do conjunto do painel do Stilo da marca FIAT


43

A utilização de sistemas de computadores de bordo automotivos nos anos 2000


apresentou um aumento significativo, comparado com a década anterior. No entanto, em
quase toda sua totalidade os computadores de bordo apresentavam quase o mesmo projeto em
seus sistemas. O que modificava nos projetos, eram pouquíssimas funções e, na maioria das
vezes, as modificações básicas estavam na parte estética e no acesso do motorista na parte da
interface de interação física, quase sempre sua diferenciação estava na denominação da
função, ou seja, em algumas marcas para setar a função se utilizava o botão “enter” e em
outros se utilizaca o botão “trip”

Assim faremos nossas duas ultimas referências históricas de dois carros, o Jetta e o
Pólo. O primeiro é tido como símbolo de potência e esportividade sem deixar de ressaltar seus
traços de requinte e conforto. O segundo, está num meio termo, não se encaixando nem num
carro popular, nem num carro de luxo.

O Jetta 2011 apresenta todos os adjetivos citados acima e por isso é um dos carros “top
de linha” da Volkswagen. Está entre os carros mais cobiçados pelos admiradores de
automóveis no Brasil, mas, no entanto, ao tratarmos do nosso tema de pesquisa, que no caso é
o computador de bordo, o Jetta continua com uma interface monocromática com navegação
por texto, mantendo praticamente as mesmas funções que se tinha em computadores de bordo
dos carros da década de 1990. Também tem um acabamento estético que deixa muito a
desejar se comparados com todos os outros acabamentos estéticos dos outros itens do carro.
Vejamos na figura 26, as constatações realizadas neste parágrafo.

Figura 26 – Fotografia do conjunto do painel do Jetta da marca VOLKSWAGEN


44

Na figura anterior, de número 26, podemos observar no painel central, uma tela de
LCD que funciona como rádio digital e apresenta algumas interações do ar condicionado, que
aparece logo abaixo da tela do rádio com seus botões muito bem acabados. Desta forma,
mostra uma boa apresentação estética com essa interface gráfica física. É importante ressaltar
que a tela de LCD central tem algumas interações, mas consiste basicamente em um rádio
digital, fazendo com que o projeto do Jetta necessite de duas interfaces gráficas digitais
distintas. Se, por um lado, podemos dizer que, para alguns, a quantidade de informação
gráfica e interfaces digitais podem parecer um atrativo, para muitos outros usuários, pode
causar confusão e fazer com que o computador de bordo passe a ser apenas um ornamento no
painel, sem que haja interação do motorista em questão.

Em muitos casos, em conversas com proprietários, constatamos que a maioria não


utilizava o Computador de Bordo, por não entender as funções, que em alguns casos
apresentavam dificuldade pelo não entendimento das funções abreviadas. No primeiro
capitulo do livro de Steve krug, “não me faça pensar” é descrito um fato que se destaca aos
olhos da presente pesquisa. Da mesma forma que Krug (2006) descreve que a lei número um
da usabilidade para web, deve ser a seguinte: a informação deve falar a língua do usuário e
não estar a mais de dois cliques. Essa lei se aplica em diversas áreas e nos projetos
automotivos não é diferente. Abreviações causam incertezas nos motoristas, ainda mais
quando existem duas ou mais interfaces gráficas digitais, onde haja interação entre as funções.
Isso causa dificuldade de entender o que corresponde ao que. Ao cabo, essa confusão faz com
que o motorista desista de usar a interface, pois, a ele, parece não estar comunicando ou
transmitindo as informações de forma correta, logo, podemos constatar que existe falha no
projeto.

Ao consultar um amigo que havia comprado um Volkswagen Pólo 2011, foi


perguntado se havia computador de bordo no veículo, e sua resposta foi à seguinte: “o
vendedor me disse que tinha, mas não tem nada, que tem é uma telinha no painel com
algumas opções”. Ou seja, o comprador do carro zero nem acreditava que aquela interface
monocromática onde apresenta apenas texto é um computador de bordo de um carro 2011,
para ele o vendedor ainda passou por mentiroso. Vejamos na figura 27, a seguir, o painel de
controle do Pólo.
45

Figura 27 – Fotografia do conjunto do painel do Pólo da marca VOLKSWAGEN

Podemos observar que o painel não possui o rádio digital assim como o Jetta, seu
computador de bordo continua no centro do painel de instrumentos com a mesma interface
gráfica digital de antes, porem na cor vermelha, em contraponto, o Pólo recebeu uma
renovação no projeto interno o deixando mais confortável, usável e ergonômico.

Portanto, nessa passagem histórica da interface gráfica digital dos automóveis desde
1985, podemos observar que as funções do computador de bordo continuam as mesmas, e
nada foi acrescentado, o que ocorreu foi uma mudança na parte estética que melhorou
bastante, porem foi deixada de lado a parte usual do projeto, os fatores de usabilidade como,
por exemplo, uma interface de interação simples, informações que falem a língua do usuário.
Esse levantamento histórico foi feito e será usado com extrema importância para o nosso
projeto de forma que seja criado uma interface totalmente usual, sem complicações, tentando
agregar valores estéticos mas que não comprometam a parte funcional.
46

3. PROPOSTA PARA A ATUALIZAÇÃO DOS COMPUTADORES DE BORDO


AUTOMOTIVOS

Nesse terceiro capítulo apresentamos a nossa proposta de computador de bordo para os


automóveis populares. Como orientação metodológica, abrimos mão da metodologia projetual
elaborada pelo italiano Bruno Munari, na obra Das Coisas Nascem Coisas (1981), onde o
autor pormenorizou as etapas do processo de criação para o design gráfico. Este capítulo será
a base de sustentação da prática gráfica desenvolvida no presente TCC, que pode ser
visualizada no cd que está no Anexo II. Corresponde a diversas telas digitais que simulam um
protótipo do computador de bordo automotivo.

3.1. Metodologia Projetual

Seguindo as etapas de criação de Bruno Munari, como primeiro passo foi definido o
problema principal da monografia, de onde emerge o presente trabalho de pesquisa.
Corresponde aos computadores de bordo automotivos, tendo como recorte temporal, os anos
de 1985 e 2011. Como definição do problema, segundo passo, temos três principais questões:
Como a interação, a gráfica visual e a navegabilidade, entre o computador de bordo de
veículos populares e os motoristas, podem ser otimizadas a partir do design gráfico de
interfaces digitais? Essas questões definiram o problema principal de forma que,
conjuntamente, já definiram os limites dentro dos quais trabalhamos.

Depois, definimos a solução, que nesse caso mesmo parecendo algo contraditório
deverá ser técnica e satisfatória, mas que ao mesmo tempo seja simples e econômica. Ao
chegar ao terceiro passo, onde devemos analisar os componentes do problema de modo que
colocamos em evidência pequenos problemas que ao isolá-los podemos resolver com mais
tranqüilidade e clareza. Nesse caso podemos isolar Três problemas: o fato do computador de
bordo não ser um item conhecido por muitos motoristas convencionais. Alguns que conhecem
não dão o devido valor ao sistema. Não acompanhar o avanço tecnológico de outros tipos de
interface, como por exemplo, os celulares, que por ser um item de muita procura recebe muito
mais incentivo ao estudo, pesquisa e desenvolvimento de suas interfaces.
47

Portanto, para se resolver esses subproblemas analisados em primeiro momento deve-


se popularizar o sistema em carros de fácil acesso de compra, no caso os carros populares. Em
segundo momento deve ser feito um trabalho de conscientização e aprendizado dos
condutores na hora da compra destes veículos. E como ponto principal a utilização deve ser
fácil, intuitiva e proporcionar uma ótima experiência do motorista com a interface.

No quarto passo, fizemos a coleta de dados em quatro concessionárias autorizadas,


são elas: Panambra, concessionária Volkswagen, San Marino, concessionária Fiat, Marvel,
concessionária Ford e Uvel concessionária Chevrolet. Alem dessas quatro revendas mais
tradicionais da cidade de Pelotas/RS, também buscamos analisar carros de marcas importadas
e revendas que estão surgindo no mercado Brasileiro, tais com: Toyota, Peugeot e Cherry, a
última chega no mercado brasileiro a pouco tempo oferecendo carros completos com um
preço em conta. Uma das ressalvas que fizemos aqui é que a falta de profissionais treinados
para receber o cliente e explicar de forma correta e satisfatória o funcionamento dos veículos,
apresentou-se como uma das dificuldades em ter acesso às informações necessárias. A
impressão passada pelos profissionais de algumas revendas da cidade de Pelotas, é que são
ótimos vendedores, entendem tudo sobre financiamento, aprovação de crédito e como deve-se
parcelar um automóvel, mas ao depararem-se com perguntas mais específicas sobre o
produto, os problemas começam a aparecer.

Ao começar as entrevistas foi definido um questionário básico onde perguntas


deveriam ser respondidas, são elas: Os carros da marca em questão possuem computador de
bordo? Existem carros do segmento popular que utilizam computador de bordo? Qual o custo
para agregar um computador de bordo em um veículo? Existe diferença nos modelos de
computadores de bordo utilizados na linha 2011? Como funciona o computador de bordo?
Existe procura por carro com computador de bordo?

Ao iniciar as entrevistas começamos a perceber que o fato de realizar entrevistas,


deixava os atendentes envergonhados, sem interesse por participar. Por esse motivo,
começamos a realizar as entrevistas da forma mais descontraída. Ao chegar às concessionárias
eram feitas as perguntas do questionário através de conversas com os atendentes, dessa forma
a coleta de dados se tornou muito mais produtiva, gerando muitas vezes mais dados do que os
pré-estabelecidos no questionário básico.
48

A primeira empresa analisada foi a Panambra, revenda Volkswagen de Pelotas onde,


ao chegar, fomos atendidos pelo atendente de nome Fernando, responsável pela entrega
técnica, que nos auxiliou na análise dos computadores de bordo. O profissional responsável
pela entrega técnica realiza seu trabalho explicando o funcionamento básico dos carros na
hora da entrega para o cliente. Esse profissional deve ter um alto conhecimento sobre o todo o
funcionamento do carro, perguntas básicas de como funcionam o ar condicionado,
computador de bordo, ou perguntas mais complexas como o funcionamento do motor são
esclarecidas por esse profissional.

Começamos nossa entrevista/conversa perguntando sobre os carros que utilizavam


computador de bordo, e pudemos notar que tanto carros luxuosos quanto os populares
possuíam computadores de bordo, também observamos que existiam diferenças nos sistemas
utilizados por carros luxuosos que se destacavam dos populares. Os modelos mais caros
possuíam uma tela de sete polegadas no lugar do rádio. Esse rádio digital estabelecia interação
com algumas funções do ar condicionado e computador de bordo. Já os modelos mais
acessíveis, em relação ao preço, ao possuir o computador de bordo, se localizava no painel
central do veículo. Em relação ao custo, foi informado pelo vendedor que é possível agregar
qualquer item utilizado em um carro top de linha em um carro popular, desde que esse tenha a
possibilidade de receber o item em seu projeto, ou seja, é possível equipar um carro da linha
popular (gol, saveiro, parati, Voyage) com quase todos os itens de conforto oferecidos pela
Volkswagen, como por exemplo, computador de bordo, rádio digital, câmbio automático com
trocador de marchas no volante, etc., mas não é possível, por exemplo, equipar uma Kombi
com esses itens, pois não é compatível com o projeto do carro.

O custo para agregar computador de bordo em um gol sai por um acréscimo de R$


680,00 sobre o valor do carro, e o rádio digital com tela de sete polegadas: R$ 2190,00 a mais
no valor do veículo. Começamos então a analisar dois computadores de bordo que estavam
disponíveis no dia da entrevista, nessa entrevista optamos por analisar somente carros com
computadores de bordo no painel central, sem a tela de sete polegadas do rádio. Os carros
analisado foram o Golf, representando um carro de um segmento mais elevado, ou seja, mais
top de linha, ou carro esportivo e uma Saveiro que representava a linha popular da
Volkswagen. O computador de bordo do automóvel golf foi constatado que se diferenciava
dos demais por possuir configuração do alerta de velocidade, que funciona selecionando uma
determinada velocidade acima de 30km/h que é graduada na interface de 10 em 10 km/h, e
49

quando o condutor ultrapassar essa velocidade o computador de bordo emite um bip sonoro
informando na tela que o limite de velocidade foi excedido, estas opção estão dentro do menu
configurar, que só pode ser aberto com o veículo parado, motor desligado e ignição ligada.
Outro item informativo desse sistema é o comunicador de portas abertas, que através de uma
metáfora do carro visualizada na interface demonstra qual a porta esta aberta. Também é
informado a necessidade de revisão e abastecimento, estas opções estão dentro do menu
estado do veículo. Através do menu principal podemos acessar alem da opção estado do
veículo e configurar, mais duas opções, desligar, que desliga o sistema interativo de
informações do display, e computador de bordo que acessa as seguintes funções: Consumo
instantâneo, Consumo médio, Velocidade média, tempo de percurso, Distância percorrida. O
computador de bordo do Golf possui dois quadros de funções, quadro 1 e 2. O quadro 1 zera
as funções toda vez que o computador de bordo entende que é um novo percurso, ou seja a
cada vez que o veículo passar de duas horas desligado o quadro 1 será zerado. Já no quadro 2
as funções só serão zeradas pelo condutor. Alem disso, o computador de bordo do Golf nos
informa sobre o volume do rádio e algumas funções como troca das estações do radio,
equalizações e conectividade com sistema de Bluetooth e temperatura externa. Essas
informações auxiliam para que o motorista não desvie a atenção do painel.

Ao analisar o computador de bordo, da linha Gol, Parati e Saveiro, nota-se uma


mínima diferença em relação ao sistema do Golf. Alem das funções do computador de bordo
no quadro 1 e 2 serem iguais as do sistema do Golf, acrescenta funções, do tipo, troca de
idiomas e outras não tão importantes, porém este sistema não apresenta a informação de que a
porta está aberta que, para o público Brasileiro, interessa muito mais como item de segurança
do que a função troca de idioma. Vejamos na figura a seguir, seis distintos itens.
50

Figura 28 – Figura do painel mostrando localização da interface digital no item 7 do carro Golf da marca
VOLKSWAGEN

Na figura anterior podemos perceber que o item 1, corresponde ao relógio digital que
se localiza no display do tacômetro no painel de instrumentos. Para realizar os ajustes do
relógio devemos girar um botão localizado logo abaixo do tacômetro para o sentido anti-
horário. Com um giro único e rápido para a esquerda avançamos uma hora. Com um giro
único e rápido para a direita avançamos um minuto. O item 2 corresponde ao tacômetro
(contagiros) que indica o número de rotações do motor por minuto. O item 3 corresponde ao
indicador de temperatura do liquido de arrefecimento.

O mostrador mostra a temperatura do líquido de arrefecimento do motor (água do


radiador). O item 4 mostra o indicador de nível de combustível. O reservatório de combustível
do golf tem a capacidade aproximada de 55 litros. Quando o ponteiro do indicador entrar na
região de reserva a luz com a figura em forma de bomba de combustível irá acender e ao
mesmo tempo um bipe sonoro será emitido para lembrar o motorista da necessidade de
abastecer.

O reservatório do Golf é de aproximadamente 8 litros. No item 5 observamos o


velocímetro que é o marcador da velocidade em que o carro está se movimentando, informa
suas medições em quilômetros por hora. Item 7 nos apresenta o computador de bordo onde
suas funções já foram comentadas anteriormente, o que podemos concluir é que seu
posicionamento segue fiel em seu lugar de origem, como podemos observar no histórico sobre
as interfaces automotivas, embora seja um bom posicionamento para o computador de bordo
o golf continua basicamente com a mesma interface gráfica digital de 1999.
51

Uma questão rica para o nosso estudo de controle de checagem, mesmo não sendo o
tema principal da nossa pesquisa mas foi um item que analisados bastante, é o fato de que em
todos os carros analisados, a metáfora da bomba de gasolina, que indica que o carro entrou na
reserva e precisamos abastecer sempre é acompanhada pela mangueira da bomba em sua
figura ilustrativa. No entanto, o lado em que a mangueira é desenhada no painel de controle,
no carro representa o lado onde é posicionado o bocal de abastecimento do veículo.

Na figura a seguir, observamos a localização dos botões que controlam a interface


digital juntos a alavanca do limpador de pára-brisa. Como observamos na figura abaixo esse
comando e composto por dois botões, o botão “A” e utilizado par confirmar os itens do menu
da interface gráfica do computador de bordo, e o item “B” é um botão basculante é utilizado
para mudar de menu, no entanto, tanto na interface de comando física do Volkswagen gol
quanto do Golf, por estar acoplada na alavanca do pára-brisa, durante nossa análise foi
observado que muitas vezes ocorre de acionar o limpador sem querer, causando um
desconforto e insegurança na interação por essa interface.

Figura 29 – Figura do painel mostrando localização dos botões que controlam a interface digital no item 7 ( A
seleciona função, B passa para outra função) do carro Golf da marca VOLKSWAGEN
52

Figura 30 – Figura do painel mostrando localização da interface digital no item 5 do carro Gol da marca
VOLKSWAGEN

Figura 31 – Figura do painel mostrando localização dos botões que controlam a interface digital no item 7 ( A
seleciona função, B passa para outra função) do carro Golf da marca VOLKSWAGEN

Ao questionarmos se existe procura por automóveis equipados com computador de


bordo, a resposta foi positiva, porem não em sua totalidade, pois o público que busca um
veículo popular é muito diversificado, mas conforme fomos discutindo sobre o assunto
chegamos a seguinte conclusão: existem aqueles que estão interessados no preço baixo dos
veículos populares, e nesses casos não exigem muito do produto. E carros mais caros, o
53

consumidor já esta vendo o computador de bordo como item de série, ou seja, é praticamente
impossível uma montadora vender um carro top de linha sem computador de bordo. Porem
existem consumidores que optam por carros populares por serem veículos que visam
economia, tanto de combustível como também de manutenção. Nesses casos o consumidor se
torna mais exigente, e na maioria das vezes optam por itens de segurança e conforto optando
pela instalação de computadores de bordo em seu veículo.

A segunda concessionária onde realizamos entrevista foi a San Marino, revenda Fiat
da cidade de Pelotas, onde fomos atendidos pelo vendedor Henrique, que nos ajudou a
realizar as análise dos computadores de bordo e nas respostas para o questionário. A primeira
pergunta do questionário, quais os carros da Fiat que possuem computador de bordo?
Obtivemos como resposta o modelo Linea, novo Palio e também a nova Freemont. No caso,
esses eram os que estavam na concessionária no momento da nossa visita, e disponíveis para a
análise.

O línea é um sedan de médio porte bem equipado, porem seu computador de bordo
também se encontra localizado no meio do painel central, e aparentemente apresenta as
mesmas funções do computador de bordo analisado nos carros da Volkswagen, é claro que
com algumas mudanças no projeto, mas muito parecido.

No entanto, por ser um carro top de linha, e não apresentar inovações em relação ao
computador de bordo optamos por seguir as análises, e fomos ao computador de bordo do
novo palio, que no entanto era um carro popular, mas já estava subindo de nível. A versão
mais barata, Attractive 1.0 era encontrada por R$ 32.990 e já vinha com computador de bordo
de série. O computador de bordo já estava incluso no preço, como era um item de série, os
vendedores não sabiam quanto agregava no valor do veículo, porem fomos informados que
não havia diferença em relação a funções nos projetos dos computadores de bordo da linha
2011, o que mudava era a versão, no exemplo do Palio existiam 6 versões diferentes, abaixo
mostraremos a figura do painel na versão Sporting, que se diferenciava pelo dizer “Sporting”
no painel junto ao computador de bordo, sem contar mudanças na cor do painel e motor 1.6.
54

Figura 32 – Figura do painel mostrando localização do computador de bordo do carro Palio Sporting da marca
FIAT
Na figura 32, podemos perceber a localização do computador de bordo, pois na
imagem tem um quadrado em vermelho que ilustra o objeto de estudo. A seguir, observamos
na figura 33, o computador de bordo em um enquadramento focado apenas no painel digital
do carro.

Figura 33 – Figura do painel mostrando localização do computador de bordo aproximada do carro Palio
Sporting da marca FIAT

Ao perguntar sobre o funcionamento do computador de bordo podemos observar que


suas funções e modo de utilização eram extremamente parecidos com o funcionamento
55

analisado nos computadores de bordo da Volkswagen, tanto que sabíamos utilizar melhor que
os funcionários da concessionária, que estavam auxiliando na explicação. Diante disso,
optamos por não analisar as funções e fomos ao ultimo carro analisado na concessionária San
Marino, A Freemont. Após a Fiat comprar uma parte da Chrysler, surge o primeiro carro
montado através dessa parceria, a Freemont. É uma SUV, segmento definido pela sigla
inglesa Sport utility vehicle que mantém os padrões de luxo e conforto dos carros da Chrysler.
A Freemont é a mesma Dodge Journey comercializada nos Estados Unidos, a diferença está
principalmente no motor, que na Journey é utilizado Pentastar 3.6 V6, com 280 cv e câmbio
automático de seis velocidades com trocas seqüenciais, enquanto na Freemont é utilizado
motor 2.4 de 174 cv e câmbio automático de apenas quatro marchas.

No entanto, fomos à parte que interessava para a pesquisa, a análise do funcionamento


do computador de bordo. Ao entrar no carro já se observa todo o requinte e conforto deixado
pelo projeto da Chrysler, o posicionamento do computador de bordo também se mantém no
centro do painel de instrumentos, e no centro do painel é utilizada uma tela de 4.3 polegadas
sensível ao toque e colorida. Como a Freemont era lançamento da Fiat no Brasil, ela estava
recém chegando a Pelotas, e os vendedores nos informaram que não saberiam explicar o
funcionamento do computador de bordo, pois sempre que um carro chega na concessionária é
feito um treinamento para que os vendedores possam aprender e explicar para o público, mas
nos informaram que poderíamos olhar o carro. Ao ligar o carro observamos que o
funcionamento era muito parecido com alguns carros da Volkswagen, como a Tiguan e o
Jetta. Portanto, conseguimos analisar seu funcionamento, e conseguimos observar seu sistema
denominado Uconnect que através da tela central de 4.3 polegadas consegue fazer interação
dos controles de áudio, telefonia e algumas configurações de conforto e segurança.

Após ser feita a análise conseguimos comprovar que sua interação possui as mesmas
limitações feitas na análise do Volkswagen Jetta, porém o que mais surpreendeu foi o
acabamento estético, tanto do painel quanto das interfaces gráficas do computador de bordo e
tela multimídia sensível ao toque. Abaixo podemos observar na figura 00 mostrando o painel
da Freemont.
56

Figura 34 – Figura do painel mostrando localização do computador de bordo e tela central de 4.3 polegadas da
Freemont da marca FIAT

Figura 35 – Figura do painel mostrando localização aproximada da tela central de 4.3 polegadas da Freemont da
marca FIAT

Por último perguntamos aos vendedores da San Marino se existia procura por carros
com computador de bordo, e as respostas foram parecidas com as obtidas na Panambra. Foi
comentado que existe procura pelo item, a não ser o comprador que está adquirindo um carro
57

para trabalho ou funções desse tipo. Portanto, ao observar as demais análises feitas nas
concessionárias Marvel, Uvel, Lagoasul e Daisul, foi constatado que as respostas iam de
encontro as obtidas já nas primeiras aplicações dos questionários e os computadores de bordo
não acrescentavam informações ao nosso trabalho, pelo contrário, os projetos se mantinham-
se os mesmos.

O quinto passo proposto por Munari consiste em uma análise dos dados já coletados,
e é nesse momento que iremos pegar as boas idéias, e jogar fora o que não funciona ou da
algum tipo de problema como, por exemplo, os botões da interface física que controlam os
computadores de bordo dos carros da Volkswagen citados logo acima. Suas interfaces são
posicionadas na alavanca do limpador de pára-brisas. Isso não ocorre somente nos carros da
Volkswagen, tembém acontece nos carros da Fiat e Ford, porem não fazia sentido citar na
análise anterior. Após observar que os sistemas eram praticamente idênticos, ou seja a única
mudança notada foi os nomes dados para as interfaces físicas de acesso ao computador de
bordo, enquando os carros da Volkswagem apresentam o botão “enter”, na Fiat o botão
aparece com o definição “Trip” fora isso haviam diferenças mínimas, o sistema era o mesmo
e funcionavam com a função de duas memórias, o que é um fato positivo nos computadores
de bordo usados hoje em dia. O processo de interação dos carros mais luxuosos funcionam
através de uma inteface gráfica digital localizada no painel central, logo acima do ar
condicionado do veículo. Essa interface nada mais é que um rádio digital onde algumas
opções são comunicadas a ela, como, por exemplo, ao aumentar o ar condicionado aparece
uma ilustração mostrando que a ação foi realizada, mas essas são interações limitadas que por
serem limitadas confundem quem não conhece o carro. Muitos acham que aquela tela é o
computador de bordo, sendo que a interface gráfica digital do computador de bordo
continuam no painel de instrumentos e ainda é monocromática. Ao aparecer opções do ar
condicionado na interface do painel central, muitos acreditam que ali é a tela do ar
condicionado. Ou seja, essa interação acaba atrapalhando a usabilidade do sistema.

Chegamos ao sexto passo mencionado por Bruno Munari, ou seja, a hora da


criatividade, vamos juntar os pontos positivos para elaborar o nosso projeto.

Ao constatar que as pessoas se encantariam por uma interface onde o ar condicionado


central teria sua manipulação através de controles como os utilizados pelo rádio, ou seja,
projetados com botões virtuais através de uma interface gráfica digital, pensamos em unir o
58

sistema de rádio digital e acrescentar um sistema da ar condicionado digital, diferente deste


que todos estão acostumados a utilizar com botões físicos e um visor digital. Ao tocar no
ponto de que todos estão acostumados a usar, é importante que o produto seja o mais usável
possível, que não faça o motorista perder tempo tentando aprender a usar, ou seja, sua
interação tem que resolver o problema que esses sistemas de interação não resolvem, fazendo
o contrário: acrescentar dúvidas dificultando a interação.

No sétimo passo de criação vamos analisar materiais e técnicas, recapitulando, então a


idéia gerada no passo anterior de transformar a tela central do rádio utilizado por alguns
veículos analisados em uma central multimídia que resolva os processos de interação dos
sistemas internos que constituem o painel de um carro. Deve resolver o problema do
computador de bordo, principal item de nossa pesquisa e que sofre por não ser entendido pela
maioria dos motoristas. No entanto o material usado será uma tela de LCD de 7 polegadas e
nossa técnica será criar um sistema de interface gráfica digital que resolva a interação interna
dos sistemas.

O oitavo passo consiste na experimentação, ou seja, criar amostras, conclusões e


esboços levando em conta os passos anteriores que nos levaram até aqui, e que possam nos
levar a construção de um modelo. Para isso foi desenvolvido um esboço que pode ser
analisado no anexo I.

Após definir os posicionamentos e localidade no painel do veículo, o tamanho da tela


e sua resolução, chegamos ao nono passo onde foi criado um modelo inicial denominado
sistema interativo central APN-1, esse modelo possui, algumas telas de interação, e uma tela
inicial, onde todos os sistemas do veículo serão acessados por essa única interface gráfica
digital, que pode ser observada no anexo II.

Portanto, estamos chegando aos últimos passos, e como cita Munari (1981), o
processo não e fixo nem completo, cabe ao designer estabelecer passos que resultam aos seus
melhores resultados, e, no entanto a verificação de entendimento da interface não gerou
dúvidas em sua tela inicial, o que nos leva a construção final das telas do protótipo.
59

3.2. Proposta de Computadores de Bordo Automotivos

O objetivo final desse trabalho foi produzir um protótipo de computador de bordo


automotivo, ou seja, uma proposta será destinada ao Volkswagen Gol, por ser um carro que
esta a tantos anos no mercado e atende ao segmento de carros populares, de forma que esse
deve atender as necessidades do público desse segmento. Portanto a idéia principal é
simplificar, tanto na parte estética quanto na lógica da interação entre interface e Humano.

Em relação à estética do painel, esta foi desenvolvida para ser a mais simples possível,
retirando botões e luzes desnecessárias, atrelando sistemas (radio, ar condicionado e
computador de bordo) deixando com um visual mais agradável, de forma que a atenção do
motorista não será atraída para locais sem funções. Com um painel mais simples pode-se
reduzir gastos, que poupados com recursos que não teriam importância, podem ser destinados
a tecnologia da interface, que nesse caso será acessada por toque na tela. Na opinião de Dul
(2004) Touch-screens são recomendáveis para usuários inexperientes, eles “são vantajosos
para usuários inexperientes devido ao relacionamento direto entre aquilo que os olhos vêem e
as mãos fazem.” (DUL, 2004, p. 56).

A parte lógica do funcionamento do computador, recebeu maior atenção na


usabilidade e acessibilidade do motorista com o objetivo de facilitar a interação com o
automóvel. Assim como o painel, a interface deve ser simples, intuitiva e fácil de usar, e foi o
que esteve presente ao longo da construção do protótipo. Vejamos a seguir um esboço inicial
da proposta de computador de bordo.
60

Figura 36 – Esboço a lápis, do painel de controle do carro. Autor: Angelo Neves.

Na figura acima, apresentamos um esboço simples, produzido com lápis, acerca do


projeto em fase de elaboração. Neste momento já estava estabelecido previamente o local
onde seria aplicada a interface gráfica do computador de bordo, ou seja, no centro do painel
do carro. Acima, no esboço referido, podemos observar um botão de luzes de advertência
(alerta). Abaixo da tela do computador de bordo, está um espaço para guardar objetos e um
conector para tomadas 12v. A luz de advertência é muito importante em caso de necessidade
de alertar acerca de freadas bruscas ou para sinalizar hipotéticas panes no veículo.

Dessa forma, com a elaboração de um esboço, o painel de instrumentos foi


simplificado para melhor ser compreendido, até por motoristas leigos que estarão adquirindo
seu primeiro carro. Ao deixar o painel mais limpo sobram mais espaços para itens de
segurança ou conforto, no caso podemos ter maiores difusores de ar (entrada de ar), porta-
luvas mais amplo, porta-copo, e outros ítens.

Com base na pesquisa histórica da localização dos computadores de bordo nos


automóveis apresentados ainda no capítulo 2, podemos concluir que para uma melhor
visualização do computador de bordo, sem que o motorista perca a atenção no trânsito durante
o seu percurso, a parte central do painel seria a melhor opção. Localizado entre o motorista e
o carona frontal, considera-se a melhor localização para a afixação do computador de bordo.
Tais afirmações emergem fundamentalmente dos princípios de usabilidade que corresponde a
entender o ambiente do entorno como importante. “A essência da usabilidade é o acordo entre
61

interface, usuário, tarefa e ambiente” (CYBIS, 2010, p. 16), assim, o computador de bordo
está rodeado de equipamentos que estão ao alcance do motorista e isso deve ser considerado
em um projeto. É uma questão de projeto, o computador de bordo estar ou não no centro do
painel.

Ao longo da história vimos que o computador de bordo foi afixado no painel defronte
ao motorista e isso, de forma alguma, correspondeu a uma deficiência, porque entendemos
que a visualização do computador de bordo não é contínua, logo, insistimos que é uma
questão de projeto.

Nas linhas que se seguem, apresentamos uma descrição das 34 telas produzidas, que
correspondem ao protótipo do computador de bordo automotivo, que consiste em um dos
objetivos do presente trabalho. Estas telas podem ser visualizadas no CD que vai juntamente
com a monografia textual. Na tela 1, tela de abertura do sistema central de interação
denominado APN-17, que aparece quando o sistema é inicializado, após o motorista girar a
chave até o segundo estágio da ignição, podemos visualizar o logotipo da Volkswagen com as
palavras de apresentação ao motorista. A tela 2 mostra duas engrenagens através de
simbologia com o complemento tipográfico com o dizer ao condutor “por favor, verifique se
o câmbio esta em neutro!”, essa tela demonstra um aviso que o sistema envia onde o carro não
pode ser ligado quando estiver engatado, com a finalidade da evitar batidas ou imprevistos.
Esse elemento funciona do seguinte modo: o motorista, que já está com a chave no segundo
estágio, mesmo girando para o estágio 3 não liga o carro, a mensagem aparece dando um
retorno sobre o motivo do carro não ligar, dessa forma o motorista não fica sem saber o que
esta acontecendo com o seu carro. O veículo pode ser ligado normalmente quando o motorista
ligar o carro pressionando a embreagem. A tela 3 Mostra uma figura de um gol com as portas,
capô e porta-malas aberto, com o seguinte dizer, “por favor, para sua segurança feche a
porta!”. É mais uma das telas de avisos, que nesse caso esta com todas as portas, capô e porta-
malas abertas, caso esteja uma só das partes abertas o sistema central de interação do veículo
irá exibir a tela com a figura mostrando apenas a parte que esta aberta, como podemos
visualizar na segunda tela 3, onde só a porta do motorista aparece aberta. Já na terceira figura
3 observamos o carro com a mesma imagem anterior, mas escuro, essa tela nos mostra quando

7
APN-1 corresponde às iniciais do nome do autor, Angelo Piegas Neves. O número 1 é alusivo ao primeiro
computador de bordo designado a linha popular.
62

o motorista toca na figura, informando ao sistema que entendeu e ignorou o recado, isso pode
acontecer quando o motorista esta manobrando ou andando em um pequeno percurso com a
porta aberta mas não quer fechar, e, assim, prefere deixar ela entre-aberta e seguir usando as
outras funções do sistema central.

A tela 4 é mais uma das telas de aviso, possui figura de uma pessoa com o cinto de
segurança, e o dizer “por favor, para sua segurança coloque o cinto!”. Da mesma forma que a
tela de portas abertas essa também pode ser ignorada, como podemos observar na figura 4-2,
pois o motorista pode estar estacionando em sua garagem, ou em local onde não é preciso o
uso obrigatório de cinto. A tela 5 mostra a figura de duas ferramentas cruzadas com o dizer
“por favor, compareça em uma concessionária para realizar sua revisão programada!”, essa
tela refere-se a revisão dos 10 mil quilometro, colocada na tela 24, onde é feita a revisão
programada. A tela 5 mostra o momento onde o motorista fez o toque na tela ignorando a
informação, essa opção e feita para poder acessar o sistema de interação, mas a revisão deve
ser feita da mesma forma, caso o motorista não se dirija a concessionária e realize a sua
revisão, a tela volta a aparecer, toda vez que o veículo for ligado.

A tela 6 é a tela principal de navegação do sistema, é nela que estão os botões:


computador de bordo, rádio, ar condicionado, manutenção, internet e GPS. O sistema, quando
original, possui apenas os 4 primeiros itens, o ícone internet e GPS podem ser vendidos na
concessionária, caso o cliente solicite ou, em alguns casos, pode ser baixado com aplicativos
no site da Volkswagen. Obs: alguns aplicativos necessitam de partes físicas, ou seja, não basta
ter o sistema de interação central, um item físico deve ser adquirido em concessionária. A
seguir, podemos observar a tela 6 do protótipo.
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Figura 37: Tela principal de navegação do sistema

A tela 6.2 nos mostra a tela inicial quando alguma função esta ligada, mas estamos
interagindo nessa tela inicial, indo usar outra função. Nesse caso, observamos que o rádio esta
ligado. A tela 7 mostra a função computador de bordo, onde podemos observar as cinco
funções, que são elas: consumo instantâneo, consumo médio, velocidade média,
hodômetro/cronômetro e autonomia. No canto superior esquerdo temos a opção de
informação, onde, quando clicada, como podemos observar na tela 8, apresenta uma caixa de
texto que pode ser lida ou/e ouvida quando clicado no botão ouvir, a leitura sonora é feita pelo
sistema de som do veículo. Na tela 9 podemos observar a opção consumo instantâneo, que
apresenta a informação de consumo instantâneo de combustível do veículo. Da mesma forma,
na tela 10 apresenta a opção: informação clicada. Na tela 11 informa o consumo médio, que
mostra o consume médio de combustível que o caro esta fazendo desde a ultima vez em q o
sistema foi zerado. Essa medida pode ser realizada por duas memórias conforme observamos
no canto superior direito. A memória 1 é zerada automaticamente a cada duas horas em que o
carro fica desligado, já a memória 2 é continua, informando o seu consumo em cima de uma
média maior. A tela 13, apresenta a marcação da velocidade média, que também possui duas
memórias e é feita durante o tempo em que o sistema não foi zerado. Na tela 14 observamos a
opção: informação clicada. A tela 15 informa medidas do hodômetro e cronômetro, fazendo
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relações entre quilometragem e tempo. Também possui duas memórias e a opção informação
é observada na tela 16. A tela 17 informa a autonomia do veículo, ou seja, quantos
quilômetros o carro pode rodar com a quantidade de combustível existente no tanque, a opção
informação é mostrada na tela 18. Já a tela 19 apresenta a opção rádio, que tem em suas
funcionalidade, sistema de busca por estações automáticas, na parte superior central existe
uma memória para quatro estações que o motorista pode escolher suas preferências e, quando
quiser ir para suas estações preferidas é só clicar um botão. Na parte central da tela
observamos a estação que esta tocando já nomeada automaticamente. Nos cantos da parte
central existem dois botões caso o motorista queira fazer uma busca por estações. No lado
esquerdo, temos os botões de volume, que também podem ser acessados por controles de
volume no volante, se assim equipado, já no canto superior direito temos os botões de
freqüência, onde podemos selecionar entre AM e FM, e logo abaixo, temos o controles da
saída de áudio por zonas, onde na opção 1, o som sai por todo o sistema do carro, já na opção
2 o som fica somente na parte da frente do habitat e, na parte inferior esta um sistema de
ajuste de equalização manual, que na maioria dos sistemas de sons vendidos hoje em dia são
automáticos ou pré-definidos. Caso o condutor preferir, pode selecionar a equalização
automática situada no canto inferior direito da tela. Tela 20 apresenta a interface gráfica do ar
condicionado do carro, que possui sistema de recirculação do ar, onde o sistema de ar é
fechado, impossibilitando a entrada de ar de fora do veículo, é muito usado quando se esta
passando por locais onde o ar é poluído eu tem cheiro forte, ou seja, possui acesso ao
desembaçador. Regulagem automática e manual, botões para direcionamento do ar e saída de
ar por zonas, onde podem ser definidas temperaturas diferentes. Na parte central é mostrado
as opções que estão sendo usadas. N tela 21 é apresentada a tela da opção de manutenção do
veículo onde observamos duas opções: revisão programada e medidas de segurança, alem do
botão: informação, que é exibido como clicado na tela 22. A tela 23 mostra a tela de revisão
programada onde é colocada a revisão dos dez mil quilometro na concessionária, também
possui a opção informação que é observada como clicada na tela 24, a tela 25 apresenta as
opções de medidas de segurança, onde temos três opções, são elas: Pressão dos pneus, nível
do óleo do motor e nível da água do reservatório.

A opção informação é vista na tela 26. A tela 27 mostra a opção Pressão dos pneus,
onde podemos observar como está à calibragem dos pneus no devido momento, isso é
possível pela interface gráfica digital que apresenta uma imagem de um carro com os pneus e
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em seus lados as quantidades de ar em psi. Do lado esquerdo podemos ter referencias de qual
a calibragem certa para o veículo. A tecla informação clicada é observada na tela 28.

A tela 29 nos mostra o nível de água no reservatório, através de medidas ,onde quando
está abaixo do nível completar devemos dar a manutenção completando o nível de água. Na
tela 30 observamos a opção informação clicada. Tela 31, demonstra a opção nível do óleo do
motor que da mesma forma que o da água deve ser completado quando chega no nível
completar que aparece em azul na tela, porem essa manutenção deve ser feita na
concessionária. A seguir podemos observar a tela de manutenção do veículo, parte do
protótipo do computador de bordo proposto nesta monografia.

Figura 38: Tela de Manutenção do veículo do protótipo. Autor: Angelo Piegas.

A tela 32 mostra a opção informação clicada. A tela 33 apresenta o navegador


utilizado para conexão com a internet. Essa conexão é feita por Wi-fi. E por último, na tela 34
observamos a tela de navegação por GPS. É necessário baixar um navegador que possa ser
usado em tela de sete polegadas.

Como forma de explicitar a necessidade de uma das regras de ouro de Agner (2003),
apresentamos a seguir, na figura 39, a tela do ar condicionado.
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Figura 39 – Tela ar condicionado, botões com interação por cliques ou arraste

No caso do protótipo desenvolvido para o presente trabalho, foram estabelecidos oito


botões físicos que ficam distribuídos como quatro de cada lado da tela do sistema de interação
central, esses botões servem como atalhos para se acessar algum item do menu instalado no
sistema, como, por exemplo, o rádio. O motorista pode, tanto clicar no botão físico para
acessar o rádio, e depois controlar pelos comandos do volante, quanto acessar pelo menu da
tela de LCD do sistema. O botão físico também serve para desligar o rádio. Se o radio estiver
ligado, basta clicar no botão físico que será desligado. Os botões são programáveis, e saem de
fábrica com uma programação já definida de acordo com o pacote de gadgets escolhido na
hora da compra, essa programação pode ser alterada a qualquer momento.

Para alterar a memória de um botão basta ir para alguma opção de tela existente no
sistema e segurar um dos botões que deseja memorizar por cinco segundo, quando essa
operação for feita, por um botão que estava com outra memória armazenada anteriormente,
essa passa a não existir em nenhum outro botão do painel, sendo necessário que seja
armazenada na memória de outro botão.

Durante a utilização dos botões digitais, também existem funções de atalho, como, por
exemplo, na utilização do ar condicionado, o menu de controle de temperatura pode ser
clicado por setas laterais, ou arrastado pelo botão do meio, dessa forma o sistema é entendível
e usável por todos os usuário, seja ele experiente ou básico.
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No projeto de navegação das telas do presente trabalho, optamos por um sistema de


navegação mais simplificado possível, onde os diálogos são extremante curtos, porem no
menu do computador de bordo existe a opção de memórias um e dois, onde são armazenadas
medidas de algumas funções, como, por exemplo, a opção consumo médio, que mostra o
consumo de combustível do veículo desde o momento onde a memória foi zerada. Para zerar
essa memória seguramos o botão da memória, no caso da figura 40, o botão um é segurado, e
após 5 segundos aparece à informação perguntando se o motorista tem certeza que deseja
zerar a memória do seu computador de bordo, caso tenha certeza basta clicar no botão “sim”,
caso tenha dúvida é só clicar em “não”.

Figura 40 – Tela Computador de bordo, ação de zerar memória

Com isso, finalizamos este terceiro capítulo que teve, dentre outras finalidades
apresentar algumas telas do protótipo do computador de bordo automotivo.
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CONCLUSÃO

Sem dúvida as tecnologias empregadas nos computadores de bordo vão seguir sua
trajetória de inovação e inventividade. Nossa proposta, tanto de análise histórica e técnica do
percurso dos computadores de bordo automotivos, quanto do projeto gráfico, tem a finalidade
de, através das reflexões efetuadas ao longo desta monografia, proporcionar melhoramentos
dos mais diversos, estes melhoramentos vão desde a afixação geográfica do computador de
bordo até questões que dizem respeito a identidade visual e aplicação de elementos visuais do
design gráfico e digital.

Podemos observar, após todo o acompanhamento histórico, que a própria interface


gráfica digital dos computadores de bordo automotivos, pelo fato de serem peças digitais,
proporcionam atração, sedução e interesse nos motoristas. No início dos anos 2000, quando
passaram a possuir interfaces mais elaboradas com um maior cuidado na parte estética, foram
desejados ainda mais o público em geral. Tanto pelos apaixonados por carros, que se
diferenciam do público comum por gostarem de aprender mesmo não tendo um entendimento
imediato de como funciona o sistema, quanto os condutores normais, que se encantaram com
o elemento. A prova disso é a quantidade significativa de carros com o sistema integrado aos
seus projetos. O ponto mais crítico apontado até aqui, como podemos observar do início ao
fim deste trabalho, está localizado na complexidade dos projetos e na falta de usabilidade.
Metáfora e simbologias que dificultavam o entendimento ou palavras abreviadas fazem com
que usuários desistam dos projetos de interfaces gráficas dos computadores de bordo.
Portanto essa foi a idéia principal desse projeto, em primeiro momento desejamos que a
interface gráfica projetada comunique, havendo essa comunicação já será um grande caminho
traçado, pois ao se comunicar com o motorista de forma simples e entendível o retorno dessa
comunicação será imediato, fazendo com que o projeto cumpra o único objetivo que ainda
não foi cumprido, o de ser um sistema de interação realmente usável.

A conceituação de Interface gráfica tentou contemplar mais de uma ideia sobre a


questão. Javier Royo (2008) e sua conceituação de que a interface é uma superfície foi
apresentada justaposta com a conceituação de Manovich através da pesquisadora Ana Paula
Ferrreira, que indica a interface como sendo uma esponja onde o usuário interage com mais
intensidade.
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Como forma de compreender a evolução dos computadores de bordo automotivos, foi


estabelecido o recorte temporal da produção de carros no Brasil entre 1985 e os dias atuais
(2011). No decorrer do texto apresentamos uma série de imagens e informações a respeitos
dos computadores de bordo e os carros que os comportavam. Nesta etapa duas principais
questões foram o foco da nossa narrativa. Primeiro, a configuração dos computadores de
bordo automotivos em si, e por outro lado o entorno e posição do computador de bordo de
acordo com cada projeto. Ao observar o avanço das interfaces, um fato marcante foi a criação
do mouse e da interface gráfica por Douglas Engelbart em 1968. Na época, sua invenção não
foi muito festejada, mas depois, a tecnologia foi aplicada em diversas plataforma.

Entender e aplicar a usabilidade, as regras de ouro de Luiz Agner (2006) foi


fundamental, uma vez que, optei nessa monografia utilizar essas regras como instrumento
teórico para a contemplação de uma maior eficiência no que diz respeito a ergonomia.
Igualmente, a metodologia projetual de Bruno Munari, concedeu excelência no processo de
criação do protótipo do computador de bordo automotivo.

Por fim cabe ressaltar que o processo de produção das telas, do protótipo, tiveram a
intenção de proporcionar simplicidade no layout, na utilização de poucos elementos estéticos
e mais elementos informativos. Com isso, acreditamos que a presente monografia possa
auxiliar de forma a contribuir com a indústria automobilista em efetivar uma usabilidade mais
intensa com relação aos computadores de bordo, promovendo a qualidade no ato de dirigir.
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