TCC - Ithalo Bruno Vilela Bueno
TCC - Ithalo Bruno Vilela Bueno
TCC - Ithalo Bruno Vilela Bueno
PASSOS
2020
Ithalo Bruno Vilela Bueno
Passos
2020
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos familiares e amigos que sempre estiveram ao meu
lado ao longo da graduação.
AGRADECIMENTOS
Nowadays there is three main structural analysis softwares, having some diferences
between them. This study has the goal to show how each software works in similar
situations, noting the general differences between them. In order to obtain the results,
was created two buildings, one single storey and one three story in each software,
solving the problems showed by each one, and them collecting the relevant information
to this study. These informations were collected in chart format to better visualization.
Given the parallel, come to the conclusion that all the structural analysis softwares
studied here are really important tools to the professionals who work with structural
projects, having them all tools and very good informations about the subject-matter, so
it is up to each professional to decide which software will be the one who fits better to
your reality.
Tabela 6 - Parâmetros para as curvas S-N (Woeller) para os aços dentro do concreto
.................................................................................................................................. 42
Tabela 9–Comparação da área total de seções dos pilaresda residência por software
.................................................................................................................................. 81
Tabela 10–Comparação da área total de seções das vigasda residência por software
.................................................................................................................................. 81
Tabela 11–Comparação da área total das seções de pilares e vigas da residência por
software ..................................................................................................................... 82
.................................................................................................................................. 83
.................................................................................................................................. 85
Tabela 15 - Cargas total – Residência ...................................................................... 86
Tabela 18 - Comparação da área total de seções dos pilares do edifício por software
.................................................................................................................................. 88
Tabela 19 - Comparação da área total de seções das vigas do edifício por software
.................................................................................................................................. 89
Tabela 20 - Comparação da área total das seções de pilares e vigas do edifício por
software ..................................................................................................................... 90
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 17
1.2 Justificativa........................................................................................................ 18
2.3.4 Fundações........................................................................................................ 29
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 46
4.3.1 Residência........................................................................................................ 80
4.3.2 Edifício.............................................................................................................. 88
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 99
1 INTRODUÇÃO
1.1 Justificativa
Após lançadas as duas edificações nos softwares, será comparada a soma das
seções dos elementos estruturais (vigas e pilares), quantitativos, o quanto essas
disparidades podem afetar economicamente, dificuldades e facilidades encontradas
no lançamento e resolução de erros de cada software, suas diferenças quanto a
interpretação de dados, podendo assim ter uma melhor noção de como cada software
trabalha.
16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Atualmente, pode ser feito por diversos sistemas, entre eles o sistema
computacional, o que é de extrema importância, visto que os cálculos se tornam mais
confiáveis, rápidos, sendo possível diversas experimentações para que se tenha a
melhor solução para um projeto.
armaduras elimina esforços de tração e que, uma parte da protensão é perdida devido
a deformação lenta e retração do concreto (PORTO e FERNANDES, 2017, p.15).
Baseado em Porto e Fernandes (2017, p.15), em 1928, o francês Freyssinet
registra várias patentes em relação as perdas de protensão, devido à deformação
lenta e retração do concreto, passando a ser considerado o pai do concreto armado
protendido e reconhecendo a importância da protensão na construção civil.
Após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, o concreto protendido começa a
ser utilizado em escala mundial.
Tratando-se do cenário nacional, consoante Porto e Fernandes (2017, p.15), a
mais antiga menção ao concreto armado foi no Rio de Janeiro, em 1904, em uma
publicação do professor Antônio de Paula Freitas, da Escola Polytechnica do Rio de
Janeiro, chamada “Construcções em cimento armado” e, a primeira utilização que se
tem datado é da Emprezade Construcções Civis, em construções habitacionais de
Copacabana, sob responsabilidade do engenheiro Carlos Poma. A patente utilizada
era uma variante do sistema Monier.
Carlos Poma viria a executar prédios, muros, fundações, reservatórios d’água
e escada após o sucesso do uso do concreto armado (PORTO e FERNANDES, 2017,
p.15).
Para Porto e Fernandes (2017, p.16), Carlos Euler e seu auxiliar Mario de
Andrade Martins Costa, através de um projeto de uma ponte sobre o rio Maracanã em
1908, foram os primeiros a realizar cálculos de estruturas em concreto armado no
país.
Em 1924, uma associação entre a empresa Wayss & Freytag e a Companhia
Construtora em Cimento Armado, possibilitou a formação de engenheiros brasileiros
e um grande desenvolvimento do concreto armado no país (PORTO e FERNANDES,
2017, p.16).
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desenvolveu em 1940 a
NB-1: cálculo e execução de obras de concreto armado, prevendo o dimensionamento
em serviço, baseando-se nas tensões admissíveis e no estado-limite último. Esta
norma foi atualizada ao longo dos anos, devido às várias evoluções dos materiais e
técnicas referentes ao concreto armado (PORTO e FERNANDES, 2017, p.16).
NB-1 (ABNT, 1940): Getúlio Vargas decreta obrigatório o uso desta para obras
públicas. A Norma considerava o estádio III para aço e concreto, abordava as
21
2.2.1 CypeCAD
2.2.2 Eberick
2.2.3 TQS
O software TQS tem como opção para os seus cálculos as normas: CIRSOC-
2005, NB1-78, NBR-6118:2003 e NBR-6118:2014, sendo de opção do profissional a
escolha de qual será usado. O TQS se encontra atualmente na sua versão TQS 21.
O TQS é composto por sistemas que trabalham de forma integrada e
automatizada, possibilitando a concepção estrutural, análise estrutural,
dimensionamento e detalhamento de armaduras, geração de desenhos até a emissão
de plantas, atendendo sempre os requisitos das normas técnicas ABNT e
compatibilização do modelo estrutural dentro de um ambiente BIM.
2.3.1 Lajes
2.3.2 Vigas
Segundo Almeida (2006, p. 3), são elementos lineares com duas dimensões (b
e h) bem menores que a terceira (l). Os carregamentos são perpendiculares ao maior
elemento (l) e estão submetidos a momentos fletores. Não deve estar submetida à
torção.
Tem suas dimensões de seção bem menores ao seu comprimento, podem ser
de concreto armado, ferro ou madeira. Possuem diversas nomenclaturas, fazendo
referência ao uso especifico das vigas para cada situação ou sua forma, como:
a) Viga baldrame: vigas usadas em fundações para receber as cargas
provenientes de toda a estrutura e distribuí-las diretamente ao solo ou elemento de
fundação. Podem ser de concreto simples ou armado.
b) Viga parede: vigas que possuem uma grande relação altura/vão, não sendo
mais válida a hipótese da seção plana.
c) Viga composta: vigas construídas de dois ou mais materiais distintos.
d) Viga chata: viga cuja altura é menor que a largura, ficando oculta na laje.
São elementos estruturais que recebem as cargas provenientes das lajes e
paredes, transmitindo-as para os pilares. Trabalham como barras, podendo estar
submetidas a esforções de tração, torção, cisalhamento, flexão e cisalhamento.
Podem ser bi-apoiadas ou apoiadas (engastadas ou simples), contínuas ou em
balanço.
2.3.3 Pilares
2.3.4 Fundações
Segundo Pereira (2013, n.p), fundações são elementos que têm por finalidade
transmitir as cargas de uma edificação para as camadas resistentes do solo, sem
provocar ruptura do terreno de fundação. Podem ser, também, chamadas de
alicerces.
As fundações podem ser rasas, ou seja, “elemento de fundação cuja base está
assentada em profundidade inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação(...)”
(NBR 6122, 2019, item 3.28, p. 5), sendo exemplos deste tipo de fundação:
a) Blocos: elementos de forma quadrada ou retangular, trabalham as cargas
recebidas através de compressão, não sendo necessário o uso de armadura, pois a
compressão é resistida apenas pelo concreto;
b) Vigas baldrame: vigas usadas em fundações para receber as cargas
provenientes de toda a estrutura e distribuí-las diretamente ao solo ou elemento de
fundação. Podem ser de concreto simples ou armado;
c) Sapatas: podem ser separadas em sapata isolada, a qual consiste em uma
forma piramidal, sendo interligadas pelo baldrame, e a sapata corrida, sendo uma
estrutura de concreto armado que fica abaixo da alvenaria, diferenciando-se das vigas
baldrames devido ao fato de suas dimensões de largura e altura serem maiores;
d) Radier: tipo de fundação que consiste em uma laje de concreto armado
diretamente sobre o solo, o qual geralmente tem baixa resistência.
Outro tipo de fundação são as profundas, isto é, “elementos de fundação que
transmite a carga ao terreno ou pela base (resistência de ponta) ou por sua superfície
lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação das duas, sendo sua ponta ou
base apoiada em uma profundidade superior a oito vezes a sua menor dimensão em
planta e no mínimo 3,0 m (...)” (NBR 6122, 2019, item 3.27, p. 5), sendo exemplos
deste tipo:
a) Tubulão: consiste em elementos cilíndricos com base alargada, ou seja,
diâmetro da base maior que o fuste, pois a sua capacidade de carga é suportada pelo
contato da base com o solo resistente a grande profundidade. Podem ser executados
a “céu aberto” ou “a ar comprimido”;
b) Estacas: são elementos cravados nos terrenos em grandes profundidades,
sendo responsáveis por transmitir as cargas provenientes da edificação. As cargas
30
para uma mesma edificação, cabendo ao projetista sempre observar e então decidir
qual é a melhor.
b) Laudo de sondagem: é de extrema importância que se tenha o laudo de
sondagem do solo onde será feita a edificação, visto que o mesmo será o responsável
por suportar toda a edificação. Segundo Koerich (2015, n.p), o laudo de sondagem
pode representar uma economia, reduzindo a incerteza no dimensionamento e
representando um aspecto de segurança a obra, não devendo assim ser visto como
um custo extra.
c) Características das construções vizinhas: deve-se observar para casos em
que possa haver escavações nas divisas, diferenças consideráveis de níveis entre
ambas ou quando ambas possam ter ou necessitar de estruturas, sejam elas de
sustentação ou fechamento, nas divisas. Também, deve-se observar quais os
possíveis danos, sejam eles materiais ou não, que a concepção da nova construção
possa trazer as vizinhas.
parte ou totalmente o uso para o qual foi projetada" (NBR 6118:2014, item 5.1.2.2, p.
13); e a durabilidade que “consiste na capacidade da estrutura resistir às influências
ambientais previstas e definidas em conjunto pelo autor do projeto estrutural e pelo
contratante, no início dos trabalhos de elaboração do projeto" (NBR 6118:2014, item
5.1.2.3, p. 13).
Em requisitos de qualidade do projeto, item 5.2 da NBR6118:2014, tem-se:
qualidade da solução adotada, onde esta "(...) deve atender aos requisitos de
qualidade estabelecidos nas normas técnicas, relativos à capacidade resistente, ao
desempenho em serviço e à durabilidade da estrutura. A qualidade da solução
adotada deve ainda considerar as condições arquitetônicas, funcionais, construtivas
(ver ABNT NBR 14931), estruturais e de integração com os demais projetos (elétrico,
hidráulico, ar-condicionado e outros), explicitadas pelos responsáveis técnicos de
cada especialidade, com a anuência do contratante” (NBR 6118:2014, item 5.2.1, p.
13).
Tem-se, ainda dentro do item 5.2, condições impostas ao projeto (item 5.2.2) e
a documentação da solução adotada (item 5.2.3).
Por fim, tem-se a avaliação da conformidade do projeto, item 5.3, todos da NBR
6118:2014.
Quanto às diretrizes para durabilidade das estruturas de concreto, a NBR
6118:2014 explicita que “por vida útil de projeto, entende-se o período de tempo
durante o qual se mantêm as características das estruturas de concreto, sem
intervenções significativas, desde que atendidos os requisitos de uso e manutenção
prescritos pelo projetista e pelo construtor, conforme 7.8 e 25.3, bem como de
execução dos reparos necessários decorrentes de danos acidentais" (NBR
6118:2014, item 6.2.1, p. 15).
Outro item importante é quanto a agressividade do ambiente, item 6.4, pois “a
agressividade do meio ambiente está relacionada as ações físicas e químicas que
atuam sobre as estruturas de concreto, independentemente das ações mecânicas,
das variações volumétricas de origem térmica, da retração hidráulica e outras
previstas no dimensionamento das estruturas" (NBR 6118:2014, item 6.4.1, p. 16).
É apresentada abaixo, uma tabela para que se tenha como referência qual
classe de agressividade ambiental deverá ser aplicada para cada projeto.
34
sendo:
αE = 1,2 para basalto e diabásio
αE = 1,0 para granito e gnaisse
αE = 0,9 para calcário
αE = 0,7 para arenito
O módulo de secante é obtido pelo ensaio estabelecido na ABNT NBR 8522,
ou pela expressão:
Ecs = αi . Eci
sendo:
36
Também é apresentada uma tabela com valores estimados para serem usados
em projetos estruturais.
cu = 2,6 ‰ + 35 ‰ .
g) Tração: “para o concreto não fissurado, pode ser adotado o diagrama tensão-
deformação bilinear de tração, indicado na Figura 8.3" (NBR 6118:2014, item 8.2.10.2,
p. 27).
(ABNT, 1984) fala sobre o ensaio à tração para verificação da emenda de aço soldada,
ABNT NBR 7480 (ABNT, 2007) sobre a força de ruptura mínima na barra soldada. O
alongamento sob carga não deve comprometer a dutilidade da armadura, e o
alongamento total plástico deve atender a um mínimo de 2%.
A respeito do aço de armadura ativa, a NBR 6118 (ABNT, 2014) estabelece:
a) Classificação: “os valores de resistência característica à tração, diâmetro e
área dos fios e das cordoalhas, bem como a classificação quanto a relaxação, a serem
adotados em projeto, são os nominais indicados na NBR 7482 (ABNT, 2020) e na
NBR 7483 (ABNT, 2020), respectivamente" (NBR 6118:2014, item 8.4.1, p. 30).
b) Massa especifica: adota-se 7850 kg/m3.
c) Coeficiente de dilatação térmica: sendo os intervalos de temperatura entre -
20°C e 100°C, o valor considerado é 10-5/°C.
d) Módulo de elasticidade: deve ser fornecido pelo fabricante ou por meio de
ensaios, caso não, considera-se o valor de 200 GPa para fios e cordoalhas.
e) Diagrama tensão-deformação, resistência ao escoamento e à tração: deve
ser fornecido pelo fabricante ou obtido por ensaios segundo a ABNT NBR 6349.
Devem satisfazer a ABNT NBR 7483 (ABNT, 2020) quanto à resistência ao
escoamento convencional fpyk, resistência à tração fptk, alongamento após ruptura uk.
Valores fpyk, fptk e uk obedecem ao que especifica a ABNT NBR 7482 (ABNT, 2020).
Para efeito de estado-limite de serviço e último, com intervalos de temperatura
entre -20°C e 150°C, usa-se a seguinte tabela para os cálculos:
Tabela 6 - Parâmetros para as curvas S-N (Woeller) para os aços dentro do concreto
3 METODOLOGIA
Para que se tenha uma análise justa dos resultados entre os programas, foram
desenvolvidos dois projetos, sendo o primeiro de uma casa térrea com 172,00m², e
de um prédio de 3 andares com 158,00m² de área privativa e 16,00m² de área comum,
totalizando 174,00m² em cada pavimento, e um total de 522m².
Ambos os projetos passaram por um pré-dimensionamento dos elementos
estruturais para que a geometria fosse lançada igualmente nos programas, partindo
assim de um início comum a todos. A partir deste ponto, os projetos foram lançados
seguindo as particularidades de cada software e assim, adaptando e corrigindo os
erros gerados e apresentados.
O projeto arquitetônico é o principal projeto que deve ser levado em
consideração quando se faz uma concepção estrutural, pois a estrutura deve respeitar
os elementos arquitetônicos.
A estrutura também deve estar em harmonia com os projetos complementares
de instalações elétricas, hidráulicas, incêndio, entre outras. Para a concepção
estrutural, segue-se o modelo de cascata, começando outros pelos níveis superiores,
seguindo abaixo até os inferiores. Tratando-se dos elementos estruturais, começa-se
pelos pilares, seguindo para as vigas e lajes.
Tratando-se dos pilares, loca-se primeiro os pilares de cantos, seguindo para
os pilares que serão comuns para os todos os pavimentos da edificação, pilares de
extremidades e por fim os pilares internos, os quais devem sempre que possível
respeitar as imposições e particularidades do projeto de arquitetônico.
Deve-se, sempre que possível, locar pilares alinhados para que sejam
formados pórticos com as vigas, contribuindo assim para a estabilidade global do
edifício.
Não é recomendado que se tenha grandes distâncias entre pilares, tendo como
média uma distância de 4m a 6m, pois distâncias superiores fazem com que as vigas
tenham dimensões maiores, acarretando em maiores custos e dificuldades técnicas
quanto à montagem da armação e das formas.
Distâncias muito reduzidas também não são recomendadas, visto que podem
acarretar em interferência nos elementos de fundação.
As vigas devem ser lançadas de modo que interliguem os pilares previamente
locados nos diversos pavimentos, formando assim pórticos. Pode haver a
47
necessidade de lançamento de vigas extras, sendo estas para dividir um painel de laje
de grandes dimensões, fechamento de painéis de lajes, suporte de parede divisória,
evitando o apoio direto sobre a laje, ou somente para efeito arquitetônico.
Tratando-se da seção de vigas, é comum usar sua largura igual a da alvenaria
que será utilizada, tendo sua altura limitada ao espaçamento disponível entre o nível
superior e os vãos logo abaixo.
Para as lajes, o modo de lançamento já é mais simples, pois seu
posicionamento fica definido pelo arranjo das vigas.
que for necessário para que se elimine o erro apresentado. Apósa resolução de todos
os erros, executa-se o comando "Calcular a obra" (inclusive a fundação) para um
cálculo estrutural completo.
Figura 27 - Cálculo da obra
Figura 29 – Níveis
Quando se é aberto o software Eberick para que se possa calcular uma nova
edificação, a primeira tela aberta é a de entrada de pavimentos, onde o projetista deve
adicionar todos os níveis que a edificação terá, separando-as por títulos e colocando
suas alturas.
O Eberick, automaticamente, somará as alturas dos níveis, para que o projetista
tenha o conhecimento e possa conferir a altura total da edificação e seus lances.
Também é mostrado, e pode ser alterado, o nível inferior e o nível do solo.
Assim que o projetista tiver certeza de que não há mais nenhum erro ou avisos
que possam ser prejudiciais à edificação, o software oferece diversas formas para a
extração das pranchas, que serão enviadas para a obra e quantitativos.
para o edifício, como níveis para os demais pavimentos e níveis intermediários para o
lançamento das escadas.
Anteriormente definidos, cada pavimento possui 3 metros de pé-direito, com
exceção do nível "Cobertura", o qual possui 1,40 metros. O nível para assentamento
das fundações, as quais são sapatas de concreto armado, foi de 2 metros abaixo do
nível do solo.
Quanto à CAA (Classe de agressividade ambiental), foi adotada CAA II –
Moderada, sendo assim adotados os cobrimentos já pré-configurados pelo software.
Para a laje do nível "Caixa d’água" foi adicionada uma carga extra de 1941 kgf/m²,
referente à carga de água.
Demais procedimentos seguiram iguais aos anteriormente feitos para a
residência.
Quando aberto, o software TQS apresenta sua tela principal com todas as
funcionalidades e menus do programa. Para que se possa iniciar um novo projeto, o
projetista deve acessar a aba "Edifício", na parte superior da tela, e logo após, o
comando "Novo".
O programa abrirá uma janela para que o projetista possa colocar todas as
informações do projeto e parâmetros iniciais. É apresentado inicialmente também, um
projeto exemplo.
Na aba "Gerais", foi colocado o nome do arquivo (TCC – Casa), escolhido
"Concreto Armado / Protendido" como o tipo de estrutura e foi usada a versão mais
recente da NBR 6118 que o programa oferece para esse projeto, sendo ela a NBR
6118 (ABNT, 2014).
Na segunda aba, "Modelo", foi escolhido o modelo "IV – modelo de vigas e
pilares", flexibilizando conforme critérios, como modelo estrutural do edifício e, em
67
Após o lançamento dos níveis de projeto, será aberta a tela principal do TQS,
onde se pode ver todos os projetos existentes, separadamente. Ao abrir a árvore de
projeto, pode-se ver os sub-menus: "Gerais", "Plantas", "Critérios", "Desenhos",
"Listagens", "Dados", "Espacial", "Pilares", "Pavimentos" e "Fundações".
O software tem como peculiaridade o fato de ler somente arquivos DWG-TQS,
sendo assim, necessário converter o arquivo CAD previamente feito e, inserindo-o no
sub-menu "Gerais", para que seja usado como máscara para o lançamento estrutural.
70
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Visto que cada software possui seus modos de cálculo, alguns erros foram
exibidos em um software e não necessariamente nos outros, tendo assim diferenças
de soluções estruturais para cada software.
Todas as estruturas foram lançadas igualmente no início, alterando somente o
necessário para que passasse nos cálculos, não alterando também os arranjos
considerados melhores por cada software, como disposição, número, diâmetro de
barras e etc.
Essa decisão foi feita para que não tivesse a interferência do projetista no
resultado, podendo assim ter resultados mais favoráveis para algum software. Porém,
esta decisão, para uma situação real, em que a construção realmente será executada,
não pode ser mantida, visto que o software é somente uma ferramenta para ajudar o
projetista na concepção, geração de detalhes, desenhos, teste de diversas soluções,
e não uma ferramenta que substitui totalmente o papel do calculista no processo,
devendo ele conferir todos os resultados pelo programa e fazer alterações que achar
necessário, mesmo que elas não tenham sido acusadas nos erros e avisos.
4.1 Lançamento
lançamentos de cargas, específicas quanto ao seu uso, sobre cada laje, tendo o
Eberick uma vantagem por apresentar mais opções em relação aos outros softwares.
Neste trabalho foi encontrada uma maior dificuldade quanto ao lançamento da
escada no software CypeCAD, enquanto Eberick e TQS tiveram um lançamento mais
fácil, com destaque para o Eberick, que possui um sistema de cálculo de pisos e
espelhos de acordo com a diferença de altura previamente indicada.
4.3 Quantitativos
4.3.1 Residência
a) Seções: a Tabela 9, referente às seções foi feita com a soma das áreas das
seções retangulares dos elementos (pilares e vigas) em cm², para que possam ser
vistas as diferenças entre cada software quanto à seção.
81
11150
11100
11050
11000
10950
10900
10850 Total
10800
TQS Eberick CypeCAD
Total 10920 11120 11120
Tabela 9–Comparação da área total de seções dos pilaresda residência por software
Como mostra a Tabela 9 acima, Eberick e CypeCAD se igualam nas áreas das
seções dos pilares, enquanto o TQS fica com uma diferença inferior de 200cm² para
os dois. Esta diferença ocorre devido a um pilar de b=20cm e h=30cm no Eberick e
CypeCAD, enquanto no TQS foi utilizado b=20cm e h=20cm.
A próxima, Tabela 10, se refere às seções somadas das vigas em cm²,
separado por colunas, referentes a cada nível da residência, para ver onde se tem as
diferenças entre softwares, e ao final uma soma totalizando as áreas.
30000
25000
20000 CypeCAD
15000
10000 Eberick
5000 TQS
0
Térreo Cobertura Caixa Total
d'água
TQS 12800 9220 1480 23500
Eberick 12800 10780 1480 25060
CypeCAD 12800 12740 1480 27020
Tabela 10–Comparação da área total de seções das vigasda residência por software
Visto que foi lançado para todos os softwares as vigas baldrames de b=20cm
por h=40cm e não foi apresentado nenhum erro referente a estas seções, não se vê
disparidades entre os softwares referentes às vigas do pavimento térreo, o que
também ocorre nas vigas do nível caixa d’água, tendo todas as vigas iguais em ambos
os softwares.
A diferença acontece quando é colocado em questão o nível cobertura, onde
se chega à conclusão que o CypeCAD, necessitou de uma área maior, em cm² de
vigas, seguido por Eberick e por último o TQS, o qual apresenta a menor soma total
de área de vigas.
Esta diferença, reflete-se também, no resultado final, ficando assim o CypeCAD
com a maior área de centímetro quadrada de seções de vigas, seguido por Eberick e
por fim, o TQS.
Somada as áreas de seções de pilares e vigas dos 3 softwares, vê-se que o
TQS continua como o software que menos usou área de centímetro quadrado no total
da edificação, sendo seguido pelo Eberick com uma diferença de 1.760cm² e por
último o CypeCAD, como o software que mais utilizou área, com um total de
38.140cm², usando 1.960cm² a mais que o Eberick e, 3.720cm² a mais que o TQS.
40000
30000
20000 CypeCAD
10000 Eberick
TQS
0
Pilares Vigas Total
TQS 10920 23500 34420
Eberick 11120 25060 36180
CypeCAD 11120 27020 38140
Tabela 11–Comparação da área total das seções de pilares e vigas da residência por software
b) Volume de Concreto:
Concreto m³ - Casa
50
40
30
20 CypeCAD
10 Eberick
TQS
0
Laje Viga Pilar Fundação Total
Maciça
TQS 18,6 13,9 4,7 6,3 43,5
Eberick 23,2 15,2 4,6 4,9 47,9
CypeCAD 18,52 16,85 3,83 6,38 45,58
47,9m³, seguido por CypeCAD, com uma diferença de 2,32m³ e logo após, o TQS,
com uma diferença de 4,4m³.
c) Quilos de Aço: na Tabela 13, a seguir, é exibido a quantidade de aço, já
contendo um acréscimo de 10% referente à possível perdas, contendo nas somas aço
CA-50 e CA-60 juntos, sem a distinção de quanto foi usado para cada elemento ou
por cada software. Assim como no gráfico de uso de concreto, este também foi
separado por colunas referentes aos elementos estruturais e, uma com o total somado
ao fim.
Aço kg - Casa
4000
3000
2000 CypeCAD
1000 Eberick
TQS
0
Laje Viga Pilar Fundação Total
Maciça
TQS 1186,9 1138,5 580,8 305,8 3212,00
Eberick 1541,4 1195 718,9 150,6 3605,90
CypeCAD 1404 1000 707 302 3413,00
CypeCAD, o qual se mostrou o segundo com mais consumo de aço nas fundações, e
155,2kg a menos que o TQS, que apresenta o maior consumo.
Somado o consumo em todos os elementos estruturais, Eberick se sai como o
software que mais consumiu aço em geral, seguido por CypeCAD e TQS, com
diferenças totais de 192,9kg e 393,9kg, respectivamente.
d) Metros quadrados de Formas: por último, é exibido, na Tabela 14, de
quantitativos referentes às formas, e assim, como nas outras anteriores, ela também
é separada de acordo com os elementos estruturais, tendo a soma total no final.
Formas m² - Casa
500
400
300
200 CypeCAD
100 Eberick
TQS
0
Laje Viga Pilar Fundação Total
Maciça
TQS 155 167 96 19 437,00
Eberick 155,5 206,7 94,3 18,8 475,30
CypeCAD 155,25 135,66 77,39 32,38 400,68
Cargas na Fundação - tf
35
30
25
20
15
10
4.3.2 Edifício
a) Seções: assim como foi feito com a residência, para o projeto do edifício,
também foi feita a Tabela 18 referente as seções dos pilares e vigas em
cm², para que seja fácil ver as diferenças entre cada software nesse quesito.
25000
20000
15000
10000
5000 Total
0
TQS Eberick CypeCAD
Total 18600 17600 21255
Tabela 18 - Comparação da área total de seções dos pilares do edifício por software
120000
100000
80000 CypeCAD
60000
40000 Eberick
20000 TQS
0
Térreo Pavimentos Cobertura Caixa Total
d'água
TQS 25600 54000 24000 4800 108400
Eberick 25600 57200 26600 4800 114200
CypeCAD 25600 50400 23600 4800 104400
Tabela 19 - Comparação da área total de seções das vigas do edifício por software
140000
120000
100000
80000 CypeCAD
60000
40000 Eberick
20000 TQS
0
Pilares Vigas Total
TQS 18600 108400 127000
Eberick 17600 114200 131800
CypeCAD 21255 104400 125655
Tabela 20 - Comparação da área total das seções de pilares e vigas do edifício por software
b) Volume de Concreto:
Concreto m³ - Prédio
200
150
100 CypeCAD
50 Eberick
TQS
0
Laje Viga Pilar Fundaçã Escada Total
Maciça o
TQS 70,8 40 20,9 21,5 6 153,2
Eberick 72 47,7 19,8 22,2 6 161,7
CypeCAD 79,47 44,28 20,34 14,21 3,45 158,3
Aço kg - Prédio
12000
10000
8000
6000 CypeCAD
4000 Eberick
2000 TQS
0
Laje Viga Pilar Fundação Escada Total
Maciça
TQS 4138,2 2986,5 2094,4 885,5 320,1 10104,6
Eberick 3774,6 2711,2 2479,3 1031,9 402,6 9997
CypeCAD 4056 1851 2408 646 423 8961
Para lajes maciças, TQS se sai como o software que mais utiliza quilos de aço
entre os três, sendo seguido por CypeCAD, com uma diferença de 82,2kg, e
posteriormente, Eberick com 363,6kg de aço a menos.
Tratando-se de vigas, vê-se que a única mudança é que Eberick fica como o
segundo com maior consumo, tendo uma diferença para TQS, que tem maior
consumo, 275,3kg de aço, e 860,2kg a mais que CypeCAD, o qual apresenta o menor
valor.
Nos próximos dois elementos, pilares e fundações, vê-se que Eberick se mostra
como o que mais consome aço, sendo em pilares, uma diferença de 71,3kg e 384,9kg
para CypeCAD e TQS, respectivamente. Em fundações, há uma diferença de 146,4kg
para TQS e 385,9kg para CypeCAD. Referente às escadas, é o único elemento
estrutural em que o CypeCAD apresenta maior consumo de aço, com 423kg, sendo
seguido por Eberick e TQS.
Somando-se todo o consumo de aço, CypeCAD se sai como o software com
menor consumo, diferente do TQS, o qual se mostra como o maior consumidor de aço
nessa situação.
d) Metros Quadrados de Formas:
Formas m² - Prédio
2000
1500
1000 CypeCAD
Eberick
500
TQS
0
Laje Maciça Viga Pilar Fundação Escada Total
TQS 441 426 365 37 24 1269,00
Eberick 442,2 614,5 354,2 49,2 47,7 1507,80
CypeCAD 441,6 306,78 316,06 55,58 35,85 1155,87
Quando se trata de vigas, Eberick exibe uma quantidade bem superior aos
outros, tendo uma diferença de 188,5m² e 307,72m² para TQS e CypeCAD,
respectivamente.
O TQS se sai como maior consumidor de formas, quando o elemento estrutural
em questão são os pilares, tendo uma diferença de 10,8m² para Eberick, segundo
maior consumidor, e 48,94m² para CypeCAD.
O único elemento estrutural em que CypeCAD se sai como maior consumidor,
são nas fundações, sendo seguido por Eberick e TQS, com diferenças de 6,38m² e
18,58m², respectivamente. Quanto a escadas, Eberick volta a se mostrar como maior
consumidor, sendo seguido por CypeCAD e TQS.
Quando somado todos os metros quadrados de formas dos elementos
estruturais, Eberick se mostra como o maior consumidor geral, com um total de
1507,80m², com 238,8m² a mais que TQS, segundo maior consumidor, e 351,93m² a
mais que CypeCAD, que se mostrou como menor consumidor de formas.
e) Cargas nas Fundações:
Cargas na Fundação - tf
70
60
50
40
30
20
10
Através dos resultados obtidos, pode-se ver que, estruturas similares em sua
concepção, através de erros e avisos emitidos pelos softwares e suas devidas
resoluções, levaram a diferenças entre si no coeficiente Gama Z, assim como na
residência.
Nota-se que, no primeiro caso, software TQS, a edificação se manteve como
uma estrutura de nós fixos, com valores de 1,10 (para a direção x) e 1,03 (na direção
y), não superando os 10% a mais da 1º ordem. Quanto ao Eberick, a edificação
superou os 10%, tendo resultados de 1,12 (para a direção x) e 1,13 (para a direção
y), sendo assim obrigatório os cálculos referentes a efeitos globais e locais de 2º
ordem e processo P delta, passando a considerar a estrutura como de nós móveis.
95
CypeCAD por sua vez, foi o software com menores valores de Gama Z para ambas
direções, sendo 1,04 para a direção x e 1,02 para a direção y.
Visto os resultados, TQS e CypeCAD consideraram o edifício lançado como
uma estrutura de nós fixos, ao contrário do Eberick, que superou os 10% em ambas
as direções, considerando assim o edifício como de nós móveis.
g) Deslocamento Horizontal: diferente da residência, o edifício possui uma
estatura maior, tendo assim um índice de esbeltez maior, e consequentemente,
também sofrendo mais a ação do vento, o que resulta em deslocamentos horizontais
maiores em relação a construções de menor estatura.
Para este edifício, com uma altura total de 16,10m, o deslocamento horizontal
limite é de 0,95cm, valor que não foi ultrapassado por nenhum dos softwares.
Observa-se que os programas exibiram valores diferentes para os
deslocamentos horizontais, porém, valores aceitáveis para um edifício deste porte.
Dentre os softwares, Eberick é o que exibiu os menores valores de
deslocamento horizontal, não ultrapassando 28% do valor limite estabelecido pela
norma, diferente do TQS que chegou a apresentar no seu maior valor (direção x) 48%
do valor limite da norma. CypeCAD se sai como o software com deslocamentos
grandes para as duas direções, porém não superando TQS na direção x.
4.4 Discussão
um comportamento bem parecido, tendo o maior valor para vigas, total de seções e
cargas, demonstra um resultado de deslocamento superior ao de todos. O TQS fica
como um software de valores majoritariamente menores e deslocamento mediano
comparado aos outros.
Analisando todos os resultados exibidos para o edifício, percebe-se três
comportamentos dos softwares. Começando por CypeCAD que, majoritariamente, fica
como o software com menores valores gerais, com exceção das seções de pilares e
deslocamento horizontal, tendo este último, o maior valor entre os comparados.
Já o Eberick, segue por um caminho totalmente oposto, sendo o software que
na maioria dos comparativos exibe os maiores valores, com exceção das seções de
pilares e deslocamento horizontal, valor este, o menor dentre os softwares, sendo
também, o único a considerar o edifício como de nós móveis.
O TQS se sai como um software com resultados mais medianos, tendo alguns
resultados menores, como na quantidade de metros cúbicos de concreto, e maiores
em uso de aço e soma de cargas.
Essas comparações são importantes para que se saiba as diferenças quanto a
concepções estruturais de cada software, seções de elementos estruturais,
quantitativos e valores básicos em decorrência das soluções apresentadas por cada
programa.
Quando se fala de custos, as diferenças entre cada software é um fator
importante se tratando de edificações de grande porte, onde pequenas diferenças têm
um impacto financeiro muito grande ao final.
Algo que deve ser analisado também, são as seções dos elementos estruturais,
pois alguns softwares exibiram resultados sem erros, apenas com seções mais
robustas, fato que deve ser considerado, visto que algumas edificações possuem
restrições arquitetônicas, não sendo possível o uso de seções mais robustas nessas
situações.
Quanto aos valores de Gama Z e deslocamentos horizontais, é extremamente
importante seus resultados, pois isso influencia muito em como cada software
considera que será o comportamento da estrutura quando finalizada, podendo o
projetista prever com mais exatidão situações críticas, como observado a pouco
tempo em diversos locais do mundo, com eventos naturais ou não, que podem vir a
danificar seriamente a estrutura e até mesmo causar o colapso da mesma.
97
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Luiza. As Termas de Caracalla em Roma: por que você não sabia
desse passeio?. 360 Meridianos, 2017. Disponível em:
<https://www.360meridianos.com/dica/as-termas-de-caracalla-em-roma>. Acesso em
8 fevereiro 2020.
CALIXTO, Rafael. História da TQS: de 1984 a 2012, por Abram Belk. Fórmula
Projetos e Engenharia, 2012. Disponível em: <http://formula-pe.com/blog/historia-da-
tqs-de-1984-a-2012-por-abram-belk/> Acesso em: 10 de fevereiro de 2020.
TQS. Versão 22. [S.1]: TQS Informática LTDA, 2020. Disponível em:
<https://www.tqs.com.br/Produtos/TQS/Pacotes/TQS/#p=42> Acesso em: 7 de
fevereiro de 2020.