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DIREITO DO TRABALHO II - José Carlos Parpinelli Junior

1 ª Aula

Organização Sindical
Sejam todos (as) bem-vindos (as)!

Nesta aula, vamos dar início ao conteúdo Direito do Trabalho II. A aula
também trará a organização sindical! Nossa jornada será muito interessan-
te!!
Que tal iniciarmos esta aula??
Bom estudo a todos, leiam atentamente a aula, consultem, pesquisem arqui-
vos e se ainda persistir qualquer dúvida entrem em contato via quadro de
avisos na nossa plataforma UNIGRAN EaD.
Grande abraço,

Prof. José Carlos Parpinelli Junior

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

- implementar ações sobre a realidade jurídico-sociais, buscando soluções


para os problemas;
- valorizar as dimensões éticas e humanísticas, atitudes e valores orientados
para a cidadania e para a justiça.
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DIREITO DO TRABALHO II - José Carlos Parpinelli Junior

Seções de estudo

Seção 1 - Conceito
Seção 2 - Organização Sindical
Seção 2.1 - Conceito de Sindicato
Seção 2.2 - Natureza Jurídica
Seção 2.3 - Princípios da liberdade Associativa e Sindical e da Autonomia
Sindical
Seção 2.3.1 - Princípio da liberdade associativa e sindical
Seção 2.3.2 - Princípio da autonomia Sindical
Seção 2.4 - Criação e Registro de Sindicato

Seção 01 Conceito

A legislação trabalhista inclui dois segmentos: um individual e coletivo. Cada um


deles consiste em suas próprias regras, institutos e princípios.
O direito do trabalho individual consiste em achados factuais de diferenciação so-
cial, econômica e política entre os sujeitos do pacto de emprego: empregado e empregador.
A flagrante hipossuficiência do empregado é que levou ao direito do trabalho in-
dividual, ser amplamente protetor, caracterizado por princípios e regras que buscam trazer
legalmente as relações desiguais que são mantidas entre empregado e empregador.
A legislação coletiva trabalhista, por outro lado, foi construída a partir de uma re-
lação jurídica entre pessoas teoricamente equivalentes, de um lado que inclui empregadores
ou através de sindicatos patronais, e, por outro, trabalhadores, representados por sindicatos
profissionais (dos trabalhadores).
É importante ressaltar que o direito coletivo atua intensamente no direito do trabalho
individual, pois através disso, produzem várias regras jurídicas, especialmente o acordo co-
letivo, a convenção coletiva de trabalho (tanto os frutos da chamada autocomposição) quanto
à sentença normativa (heterocomposição).
Portanto, o direito coletivo do trabalho inclui as organizações sindicais, as negocia-
ções coletivas, os instrumentos normativos, acordo coletivo, a convenção coletiva de traba-
lho, a sentença normativa e a arbitragem, além do estudo do fenômeno da greve e lockout e
suas implicações sobre os vínculos.

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Seção 02 Organização Sindical

Seção 2.1 Conceito de Sindicato

O diploma consolidado não define sindicato, apenas esclarecendo, em seu art. 511,
que:

"Art. 511. É Licita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus
interesses econômicos ou profissionais, de todos os que, como empregadores, em-
pregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais Liberais, exerçam,
respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões simi-
lares ou conexas".

O sindicato é a associação para pessoas físicas ou jurídicas que lidam com atividades
profissionais ou econômicas, para a defesa dos direitos coletivos ou interesses pessoais da
categoria, inclusive em questões legais ou administrativas.

Seção 2.2 Natureza Jurídica

Até a emenda constitucional 1/1969, era possível declarar que o sindicato tinha per-
sonalidade jurídica de direito público, por estar acompanhado de uma função alocada pelo
Estado.
No entanto, com a constituição atual, a natureza jurídica do sindicato é de uma orga-
nização privada, autônoma e coletiva.
Ou seja, podemos confirmar, hoje, no Brasil, que o sindicato é considerado uma
pessoa jurídica do direito privado, uma vez que não é possível intervir, devido à proibição
imposta pela Carta Magna (art. 8).

Seção 2.3 Princípios da liberdade Associativa e Sindical e da Autonomia Sindi-


cal

Seção 2.3.1 Princípio da liberdade associativa e sindical

Esse princípio pode ser interpretado por outros dois, que são: o princípio da liberda-
de de associação e o da liberdade sindical.
O princípio da liberdade de associação garante a liberdade de reunião e a associação
pacífica de um grupo de pessoas, agregadas em objetivos comuns, não estando necessaria-
mente ligadas aos interesses econômicos ou profissionais.
Os direitos da reunião pacífica e da associação sem caráter paramilitar estão assegu-
rados na Carta Maior (art. 5, XVI e XVII).
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Por sua vez, o princípio da liberdade sindical é composto pelo corpo de empregado-
res e empregados, que devem se organizar livremente seus sindicatos, sem sofrer qualquer
interferência do Estado, a fim de proteger os interesses e direitos coletivos ou pessoais da
categoria, seja ela econômica (patronal), seja profissional (dos trabalhadores).

A liberdade sindical ocorre em 2 polos de atuação, a saber:

A) liberdade sindical individual: faculdade que o empregador e o trabalhador, indi-


vidual e livremente, possuem de filiar-se, manter-se filiado ou mesmo desfiliar-se do
sindicato representativo da categoria (CF/1988, arts. 5, XX, e 8, V);
B) liberdade sindical coletiva: possibilidade, que possuem os empresários e traba-
lhadores agrupados, unidos por uma atividade comum, similar ou conexa, de cons-
tituir, livremente, o sindicato representante de seus interesses (CF/1988, arts. 5,
XVIII, e 8, caput).

No entanto, ainda não podemos dizer que a CF/1988 permitiu a liberdade plena do
sindicato, uma vez que ainda manteve resquícios da antiga estrutura corporativista, como a
Seção
unicidade 02
sindical (art. 8, II), por exemplo.

Seção 2.3.2 Princípio da autonomia Sindical

O princípio da autonomia sindical consiste de que empregadores e empregados de-


vem organizar seus sindicatos internamente, com poderes de autogestão e administração, sem
a aprovação e intervenção do Estado (CF /1988, art. 8, I).
Segue-se o princípio da autonomia e a liberdade dos membros de encerrar livremen-
te as atividades sindical (autodestruição), que exige, para suspender suas atividades por ação
externa ou dissolução compulsória, decisão judicial, necessária, neste último caso, o trânsito
em julgado (CF/1988, art. 5, XIX).
O princípio da autonomia sindical só tem recebido poder com a nova constituição,
que eliminou o controle político sobre a estrutura dos sindicatos sobre sua criação e gestão,
e ampliou consideravelmente os poderes desses órgãos na defesa dos interesses coletivos ou
individuais e dos direitos da categoria, inclusive em questões jurídicas ou administrativas
(art. 8, III).

Seção 2.4 Criação e Registro de Sindicato

O art. 8, I, da CF /1988 adotou a orientação de que:

"I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para fundação do sindicato, res-
salvado o registro no órgão competente, vedadas ao poder público a interferência e
a intervenção na organização sindical".

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Por outro Lado, o art. 45 do Código Civil estabelece que:

"Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário,
de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as
alterações por que passar o ato constitutivo".

Nesse diapasão, temos que a constituição do sindicato passa por 2 registros:

1. Registro no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conferindo ao sindi-


cato a chamada personalidade jurídica;
2. registro no Ministério do Trabalho, conferindo ao sindicato a chamada persona-
lidade sindical, por intermédio do competente registro sindical.

A Constituição do sindicato deve necessariamente passar os dois registros, uma vez


que a transição apenas para o cartório não fornecerá à entidade da personalidade sindical,
diante da necessidade de registro no Ministério do Trabalho, especialmente para a verificação
da base territorial.
A CF/1988 consagrou o princípio da unidade sindical, ou seja, o estabelecimento de
sindicato único representando uma determinada categoria em base territorial que não poderá
ser menor do que a área de um município (CF/1988, art. 8, II).
Portanto, somente o Ministério do Trabalho ou aqueles que forem transferidos para
o Cadastro Nacional das entidades sindicais poderão examinar os pedidos de registro, a fim
de respeitar a unicidade sindical imposta pela Carta Maior.
No entanto, a atuação do Ministério do Trabalho na concessão do registro não será
discricionária. Aqui, o STF firmou um entendimento no sentido de que o Ministério do Tra-
balho apenas analisa o registro do sindicato, que é um ato vinculado, estando sujeito apenas
à verificação dos pressupostos legais.
O pedido de registro do sindicato junto ao Ministério do Trabalho será transferido
através da entidade ao Secretário das Relações de Trabalho que publicará no Diário Oficial
sobre esta reivindicação, podendo ser contestada por outro sindicato no prazo de 30 dias. Se
não houver contestação, o registro será concedido à entidade.
No entanto, se houver uma impugnação para outro sindicato registrar a nova entida-
de, o Ministério do Trabalho e Emprego não procederá o registro, esperando uma solução ou
mesmo uma decisão judicial.
Vale ressaltar que devido à nova redação do art. 114, III, da CF/1988, da Emenda
Constitucional 45/2004, as ações entre sindicatos envolvidos em base territorial (devido à
unidade sindical) são processadas e julgadas pela Justiça do Trabalho.

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RETOMANDO A AULA

Chegamos, assim, ao final da primeira aula. Espera-se que


agora tenha ficado mais claro o entendimento de vocês. Va-
mos, então, recordar:

Seções 1 e 2 – Conceito e Organização Sindical

O objetivo do direito coletivo do trabalho é investigar as organizações sindicais, as


negociações coletivas, os instrumentos normativos relacionados, em especial, o acordo cole-
tivo, a convenção coletiva de trabalho, sentença normativa e a arbitragem, além do estudo do
fenômeno da greve e do lockout e suas implicações sobre os vínculos.

Seções 2.1 e 2.2 Conceito de Sindicato e Natureza Jurídica

Sindicato é a associação para pessoas físicas ou jurídicas que lidam com atividades
profissionais ou econômicas, para a defesa dos direitos coletivos ou interesses pessoais da
categoria, inclusive em questões legais ou administrativas.

Seção 2.3 Princípios da liberdade Associativa e Sindical e


da Autonomia Sindical

O princípio da liberdade da associação é composto por duas perspectivas: do ponto


de vista individual, que consiste na liberdade de cada empregado e empregador aderir, perma-
necer filiado ou mesmo desfiliar-se do sindicato que representa a categoria; e coletivamente,
de acordo com a liberdade que os empregados e empreendedores estão agrupados, unidos por
uma atividade comum, semelhante ou relacionada, para formar livremente o sindicato que
representa seus interesses.
O princípio da autonomia do sindicato é constituído pelos empregadores e empre-
gados, que precisam organizar seus sindicatos internamente, com poderes de autogestão e
administração, sem a aprovação, intervenção, interferência ou controle do Estado.

Seção 2.4 Criação e Registro de Sindicato

A Constituição do sindicato passa necessariamente entre dois registros: no registro


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civil dos órgãos jurídicos, concedendo à vinculação a chamada personalidade jurídica; e o


Ministério do Trabalho, concedendo ao sindicato a chamada personalidade sindical, através
da vinculação do registro sindical, a fim de garantir a unicidade sindical.

SUGESTÕES DE LEITURAS, SITES E FILMES:

Vale a pena assistir no Youtube a memória e contexto: História dos Sindicatos.

Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=TBtvGHxtjrI&t=361s

Minhas anotações:

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