Ética e Responsabilidade Socioambiental

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ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL

Sinopse: Este artigo tem o intuito de demonstrar ao administrador,que ética e responsabilidade social e
ambiental, são idéias que estão no centro das tendências mais importantes da administração contemporânea,
fatos que tornaram essenciais para o sucesso do administrador do terceiro milênio. Dentro deste contexto,
demonstrando também a evolução da ética, bem como as dificuldades que as pessoas encontram em identificar
e procurar caminhos para solucionar os problemas advindo destas questões, ou seja, encontrar respostas para a
seguinte pergunta: Por que a ética e a responsabilidade social e ambiental tem aparecido como uma estratégia,
não apenas de sobrevivência, mas, sobretudo de expansão dos negócios?
Palavras-chave: Ética, Responsabilidade Social e Ambiental, desenvolvimento e Empreendedorismo.

1. Objetivos
Objetivo Geral
Analisar a importância da aplicação da ética empresarial e, da responsabilidade social e ambiental das
organizações, uma vez que estas são questões essenciais para o progresso de uma organização do terceiro
milênio.
Objetivo Especifico
São eles:
Analisar os conceitos de ética e sua abrangência na administração das organizações.
 Demonstrar a evolução da ética através de três filósofos: Aristóteles, Kant e Hegel.
 Identificar a relação e os problemas relacionados à ética empresarial e a responsabilidade social e ambiental,
com o melhoramento do desempenho das organizações.
 Buscar soluções alternativas para as questões tratadas neste artigo.
2. Introdução

Esta pesquisa irá enfatizar a questão da ética empresarial e da responsabilidade social e ambiental,
demonstrando a importância destas questões para a sobrevivência de uma organização.
De acordo com o dicionário, ética é definida como, do Grego Ethos, tem a mesma base etimológica da palavra
moral, do Latim Mores, traduzidos como hábitos e costumes, que traduzem normas e comportamentos que se
tornam habituais. A ética também compreende uma critica sobre os fundamentos do sistema moral.
Os fundamentos da ética, desde a antiguidade, têm participado da construção do sistema de valores, como serão
tratados através de três filósofos: Aristóteles, Kant e Hegel, todos em períodos distintos da história.
Atualmente a questão da ética e da responsabilidade social e ambiental, esta sendo encarada como a grande
oportunidade de crescimento e competitividade, ou seja, que a ética não deve ser entendida como ameaça ou
obstáculo, mas como alavanca para o sucesso das empresas. No entanto, não se deve esquecer dos papeis das
empresas perante a sociedade, ou seja, ficar atento as responsabilidades para com a sociedade, e não ficar
preso aos interesses dos acionistas.

3. Ética Numa Perspectiva Histórica


A ética vem sendo estudada e discutida, desde a antiguidade, com base nos valores e costumes da sociedade,
exemplo disto foi o filósofo Aristóteles (384 – 322 a. c.), que criou uma ética baseada nas virtudes e no bem-estar
das pessoas, definida com o termo “Fins do Ser Humano”, ou seja, envolve os objetivos a curto prazo e os seus
projetos de vida, tendo a razão e a virtude como meios de encontrar a felicidade. Segundo Aristóteles, “Não se
estuda ética pra saber o que é virtude, mas, para aprender a tornar-se virtuoso e bom; de outra maneira, seria um
estudo completamente inútil.” (ARISTÓTELES, apud ARRUDA, 2003 p. 43).
Na Idade Moderna o conhecimento humano se pauta pela razão em detrimento da fé, tendo como filosofo
principal Kant (1724 – 1804). Ele buscava uma ética universal baseada na igualdade entre os homens, não
podendo exigir do próximo o que não se exige de si próprio. A ética kantiana pode ser considerada como a ética
do dever, onde a moral tem a ver com a racionalidade do sujeito, e não basicamente com aspectos exteriores
como leis, costumes e tradições.
Já Hegel (1770 – 1831), vincula a ética à História e à Política, baseada nas atitudes do homem na sociedade
Política e no momento histórica. Atualmente a tendência é valorizar a posição de liberdade, enquanto o ideal da
ética privilegia o aspecto pessoal da ética, como a autenticidade e a busca de uma vida mais justa, procurando
despertar nos indivíduos uma consciência ética e crítica em prol de uma sociedade mais livre e mais humana.

4. Ética Empresarial
Dentre as razoes que têm impulsionado a ética no ambiente empresarial destacam-se os altos custos de
escandalosos nas empresas, acarretando perda de confiança na reputação, multas elevadas, desmotivação dos
empregados, entre outros. Dentro deste contexto, podemos citar algumas razoes para o “surgimento” da ética
empresarial, como: urgência em recuperar a confiança na empresa; necessidade de tomar decisões à longo
prazo; responsabilidade social das empresas; necessidade de uma ética nas organizações que estabeleça o
papel do diretor e o meio para recuperar a comunidade frente ao individualismo.
Devido à necessidade de fundamentar a ética empresarial, surge a introdução dos chamados “Códigos de Ética
Empresarial”, que oferece as seguintes vantagens:
“Ajudar a difundir os elementos da cultura organizacional, melhora a reputação da empresa, oferece proteção e
defesa contra processos judiciais, melhora o desempenho da empresa, melhora o comportamento dos
subordinados (honestidade e fidelidade), cria um clima de trabalho integral e de perfeição,criar estratégias para
evitar erros em matéria de ética, assimilar as mudanças da organização, estimular comportamentos positivos,
ajudar a satisfazer a necessidade do investidor, ajudar a proteger os dirigentes de seus subordinados e vice-
versa.” (MERCIER, 2004 p. 98).
Ao analisarmos a ética no contexto empresarial precisamos inicialmente compreender sua dimensão nas
empresas e a relação com a moral da empresa e do ser humano:
“A ética dos negócios é o estudo da forma pela qual normas morais, pessoais se aplicam à atividade e aos
objetivos da empresa comercial. Não se trata de um padrão moral separado, mas do estudo de como o contexto
dos negócios cria seus problemas próprios e exclusivos a pessoa moral que atua como um gerente desse
sistema.” (NASH,1993 p. 93, apud BOWDITCH).
Outro problema relacionado à ética nas organizações é o excesso de burocracia, ocasionando insatisfação dos
clientes. Dentro do cenário brasileiro está se formulando uma nova forma de trabalho, nela a ética é considerada
como grande interesse empresarial e fator de competitividade, atraindo maior confiabilidade e consistência.
Neste contexto, os valores mais importantes são: o talento, a inteligências, o relacionamento e a marca. Onde a
responsabilidade social tem papel predominante, com relação a esses valores. O relacionamento com a
comunidade, deve seguir padrões éticos, no sentido de estimular o compromisso social das empresas.

5. Responsabilidade Social das Organizações


a responsabilidade social é uma exigência básica à atitude e ao comportamento ético, através de praticas que
demonstrem que a empresa possui uma alma, cuja preservação implica em solidariedade e compromisso social.
A preocupação das empresas com as causas sociais tem se tornado uma questão estratégica e de
sobrevivência, pois durante anos as empresas só se preocupavam com a qualidade de seus processos, hoje um
bom produto, serviço e preso competitivo deixou de ser vantagem e passou a ser obrigação, juntamente com
qualidade no relacionamento com os diversos públicos estratégicos.
Atualmente as empresas devem ficar atentas a temas como: erradicação do trabalho infantil, regularizar o
trabalho do adolescente, prorrogação do período de licença maternidade e defesa de um meio ambiental
sustentável. Ou seja, as empresas, cada vez mais, passa a assumir o papel de empresa cidadã, conforme os
interesses e necessidade da sociedade.
Mesmo porque, a busca pela consolidação de uma imagem socialmente responsável faz com que o meio
empresarial busque formas de melhorar seu relacionamento com o meio ambiente e a sociedade, de modo a
contribuir para o desenvolvimento social e econômico, do qual depende para sua sobrevivência. Por este motivo,
seja de forma espontânea, ou por pressão da sociedade, as empresas publicas e privadas tem o dever de
assumir uma postura consciente e responsável pelo bem-estar da sociedade onde exerce sua atividade.

6. As Organizações e o Ambiente
Nos últimos anos, cresceu o interesse das empresas em relação a danos provocados ao meio ambiente e, no
futuro das relações entre a sociedade e o ambiente. De modo geral o ambiente é considerada uma questão
sistêmica, envolvendo todas as noções e o comportamento de cada pessoa, pois as necessidades humanas
precisam ser atendidas por algum tipo de produto ou serviço que, por sua vez, cobra um preço da natureza. De
forma desequilibrada a produção de bens e serviços irá comprometer a capacidade de renovação dos recursos
naturais e a qualidade de vida, ou seja, se continuarmos desta forma a sobrevivência da espécie humana ficará
comprometida pelo atendimento de suas necessidades.
Em busca de soluções, muitos governos estão restringindo algumas atividades econômicas que exerça algum
pito de impacto sobre o ambiente, exigindo das organizações a inclusão do ambiente em suas praticas
administrativas, por meio do desenvolvimento sustentável e respeito da legislação ambiental.
A idéia de desenvolvimento sustentável foi estabelecida pela Comissão Mundial do Ambiente e do
Desenvolvimento como: “O desenvolvimento que atende as necessidades do presente sem comprometer a
capacidade de atendimento das necessidades das gerações futuras.”
Já o conceito de desenvolvimento sustentável vai além da simples preservação dos recursos da natureza:
“... é um processo participativo que cria e almeja uma visão de comunidade que respeita e usa com prudência
todos os recursos – naturais, humanos, feitos pelas pessoas, sociais, culturais, científicos, e assim por diante. A
sustentabilidade procura garantir, o Maximo possível, que as gerações atuais tem elevado o grau de segurança
econômica e possam ter democracia e participação popular no controle das comunidades. Paralelamente, as
gerações atuais devem manter a integridade dos sistemas ecológicos dos quais dependem toda a vida e a
produção. Devem também assumir responsabilidades em relação às gerações futuras, para deixar-lhes a mesma
visão.”. (VIEDERMAN, 1994 p.73, apud MAXIMIANO)
Segundo o Instituto dos Recursos Mundiais, uma organização só poderá alcançar seus objetivos econômicos se
respeitar os objetivos sociais e ambientais, como: educação, saúde, distribuição igualitária dos recursos e uma
base sustentável de recursos naturais.
A Lei de Proteção Ambiental Brasileira é a lei nº 6938, de 1981, a Lei da Política do Meio Ambiente. Esta lei
indica vários instrumentos ambientais, tais como:
 Licenciamento ambiental, que é “...o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente
licencia a localização, instalação, aplicação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de
recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou que possam causar degradação
ambiental”. (lei nº 6938, de 1981, apud MAXIMIANO)
 A avaliação de impacto ambiental, sempre que houver a possibilidade de significativa degradação do meio
ambiente.
 Responsabilidade civil ambiental, o agressor responde administrativa, civil e penalmente por seu ato.
Um artigo da Constituição Federal diz:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações”. (art. 225, de 1988, apud MAXIMIANO)

7. Considerações Finais
Como foi visto a ética vem sendo discutida e utilizada desde a antiguidade, com base em um sistema de valores,
cujo qual veio sofrendo mudanças, principalmente no mundo atual onde estas questões estão sendo mais
valorizadas pela sociedade e pelas empresas.
No âmbito empresarial a ética está sendo considerada não apenas como meio de sobrevivência, mas sim, como
instrumento de expansão dos negócios. Mesmo porque a ética empresarial surgiu como meio de recuperar a
confiança na empresa, tanto dos funcionários, quanto dos clientes, para isto se utilizam do chamado “Código de
Ética Empresarial” , que visa melhorar a imagem e o desempenho das empresas perante a sociedade.
No entanto, nada adianta uma empresa aparentar ser eticamente correta, dentro deste contexto, se ela não
assumir uma política de responsabilidade social e ambiental. A partir de planejamento e execução de ações
socialmente responsáveis, que consolidem projetos relacionados ao meio ambiente, à melhoria do ambiente de
trabalho, entre outros, um novo posicionamento empresarial e novas relações, fundamentadas numa atuação
ética, deverão ser estabelecidas com funcionários, consumidores, comunidade, enfim com a sociedade de um
modo geral. Percebe-se, desta forma, que os profissionais de comunicação passam a desenvolver junto às
organizações uma postura social e ética mais voltada à qualidade de vida da sociedade.
Com base no que foi exposto, pode-se dizer que ética empresarial e a responsabilidade social e ambiental não é
assunto para as horas vagas, é filosofia e prática de empresa. Significa não ao individualismo e aos seus
subprodutos: egocentrismo e corporativismo. Não ao autoritarismo e suas subdivisões: o totalitarismo político,
com centralização do poder; totalitarismo organizacional, com o comportamento burocrático; o totalitarismo
emocional, com o paternalismo. Ou seja, a ética é a alma do negócio. É o que garante o conceito público e a
perpetuidade, sem princípios éticos é inviável a organização social.

8. Referências Bibliográficas
MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Introdução à Administração. 6 ed. ver. e ampl. São Paulo: Atlas, 2004.
ARRUDA, Maria Cecília Coutinho; WHITAKER, Maria do Carmo e RAMOS, Jose Maria Ramos. Fundamentos da
Ética Empreendedora e Econômica.2 ed. São Paulo: Atlas S/A, 2003.
MERCIER, Samuel. L’Ethique Dans Lês Entreprises. Nouv Edition. Paris: La Decouverte, 2004. Tradução: Marta
Marília.
PASSOS, Elizete. Ética nas Organizações. São Paulo: Atlas, 2004.
BOWDITCH, Jaimes L.; ANTHONY, F. Buono. Elementos do Comportamento Organizacional. São

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