Analise Sismica Sap 2000 Pag 64
Analise Sismica Sap 2000 Pag 64
Analise Sismica Sap 2000 Pag 64
Aveiro
2018
abstract
The present work concerns a curricular internship, accomplished
in the sense of fulfilling the requisites necessary to obtain the
degree of master’s in civil engineering by the University of Aveiro.
Internship done in the project office of the company Ferreira Lapa
Lda.
Índice
Índice ................................................................................................................................. i
Índice de figuras .............................................................................................................. iv
Índice de tabelas ............................................................................................................... v
Índice de gráficos............................................................................................................. vi
1. Introdução.................................................................................................................. 3
1.1. Motivação .......................................................................................................... 3
1.2. Objetivos e metodologia .................................................................................... 3
1.3. Calendarização ................................................................................................... 4
1.4. Descrição da empresa ........................................................................................ 5
2. Considerações iniciais ............................................................................................... 9
2.1. A ação sísmica e a abordagem ao Eurocódigo 8 ............................................... 9
2.2. Requisitos de desempenho e critérios de conformidade .................................... 9
2.3. Condições e tipos do terreno .............................................................................. 9
2.4. Ação sísmica .................................................................................................... 11
2.5. Tipos de análise sísmica de estruturas de edifícios .......................................... 12
3. Objetivos da Dinâmica de Estruturas ...................................................................... 17
3.1. Conceção estrutural .......................................................................................... 17
4. Métodos de análise sísmica ..................................................................................... 21
4.1. Métodos expeditos de pré-dimensionamento de estruturas sujeitas a sismos.. 21
4.1.1. Lajes ......................................................................................................... 21
i
Índices
ii
Índices
iii
Índices
Índice de figuras
Figura 1 – Localização da Empresa (Google Earth ®) .................................................... 5
Figura 2 – Ação sísmica tipo 1 ....................................................................................... 11
Figura 3 – Ação sísmica tipo 2 ....................................................................................... 11
Figura 4 – Localização edifício (Google Earth ®) ......................................................... 33
Figura 5 – Terreno de implementação ............................................................................ 33
Figura 6 – Planta de cobertura e corte ............................................................................ 34
Figura 7 – Modelo geral em AutoCAD .......................................................................... 35
Figura 8 – Modelo geral elaborado em SAP2000 .......................................................... 36
Figura 9 – Localização do edifício (Google Earth ®) .................................................... 37
Figura 10 – Alçado orientado a este ............................................................................... 37
Figura 11 – Alçado orientado a sul ................................................................................. 37
Figura 12 – Identificação dos corpos do edifício ........................................................... 38
Figura 13 – Perspetiva final do projeto .......................................................................... 38
Figura 14 – Modelo criado em AutoCAD ...................................................................... 40
Figura 15 – Modelo em SAP2000 .................................................................................. 41
Figura 16 – Lista de pilares SAP2000 (1) ...................................................................... 42
Figura 17 – Lista de pilares SAP2000 (2) ...................................................................... 42
Figura 18 – Lista de pilares SAP2000 (3) ...................................................................... 42
Figura 19 – Lista de pilares SAP2000 (4) ...................................................................... 42
Figura 20 – Lista de lajes SAP2000 ............................................................................... 42
Figura 21 - Modo de vibração 1 ..................................................................................... 55
Figura 22 - Modo de vibração 6 ..................................................................................... 55
Figura 23 - Modo de vibração 3 ..................................................................................... 69
Figura 24 - Modo de vibração 7 ..................................................................................... 69
iv
Índices
Índice de tabelas
Tabela 1 – Horário no 1º semestre.................................................................................... 4
Tabela 2 – Horário no 2º semestre.................................................................................... 4
Tabela 3 – Calendário adotado ......................................................................................... 4
Tabela 4-Tipos de terreno [EC8] .................................................................................... 10
Tabela 5-Acelerações em Portugal continental .............................................................. 12
Tabela 6 – Aceleração ag, coeficiente de solo máximo Smáx, e limites de período TB,
TC e TD ............................................................................................................................ 48
Tabela 7 - Valores do coeficiente de solo, S .................................................................. 49
Tabela 8 – Elementos necessários para a definição dos espectros de dimensionamento
para os dois tipos de sismo ............................................................................................. 52
Tabela 9 – Períodos, modos de vibração, massas modais e seus somatórios ................. 54
Tabela 10 – Massa, período, aceleração e participação da massa .................................. 57
Tabela 11 – Forças de inércia calculadas ....................................................................... 57
Tabela 12 – Peso total da estrutura, Ptot, Deslocamento relativo dr, força de inércia, Vtot,
e altura da estrutura, h..................................................................................................... 59
Tabela 13 – Deslocamento relativo máximo dr,máx, coeficiente de redução u, altura entre
pisos h ............................................................................................................................. 60
Tabela 14 – Aceleração ag, coeficiente de solo máximo Smáx, e limites de período TB, TC
e TD ................................................................................................................................. 63
Tabela 15 – Valores do coeficiente de solo, S ................................................................ 63
Tabela 16 – Elementos necessários para a definição dos espectros de dimensionamento
para os dois tipos de sismo ............................................................................................. 65
Tabela 17 – Períodos, modos de vibração, massas modais e seus somatórios ............... 68
Tabela 18 – Massa, período, aceleração e participação da massa .................................. 70
Tabela 19 – Força basal calculada .................................................................................. 70
Tabela 20 - Peso total da estrutura Ptot, deslocamento máxiomo dr,máx, coeficiente de
redução u, altura entre pisos h ........................................................................................ 71
Tabela 21 – Deslocamento relativo máximo dr,máx, coeficiente de redução u, altura entre
pisos h ............................................................................................................................. 72
v
Índices
Índice de gráficos
Gráfico 1 – Espectro de dimensionamento sismo 1.4 .................................................... 52
Gráfico 2 – Espectro de dimensionamento sismo 2.3 .................................................... 53
Gráfico 3 – Espectro de dimensionamento sismo 1.6 .................................................... 66
Gráfico 4 – Espectro de dimensionamento sismo 2,5 .................................................... 67
vi
Capítulo 1
Introdução
Estágio: análise sísmica no dimensionamento de estruturas de edifícios
1. Introdução
O presente relatório faz parte do desenvolvimento da unidade curricular de
Dissertação/Projeto/Estágio do plano curricular do Mestrado Integrado em Engenharia
Civil (MIEC), do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro.
O referido relatório assenta na unidade curricular de Estágio que se realizou ao longo do
presente ano letivo de 2017/2018 na empresa Ferreira Lapa, Lda. O estágio teve como
tema a “Análise sísmica no dimensionamento de estruturas de edifícios”.
1.1. Motivação
A melhor maneira de colocar em prática os conhecimentos teóricos e as competências
adquiridas ao longo do curso de Engenharia Civil é a realização de um estágio numa
empresa da respetiva área.
A opção pela realização de estágio à escolha de dissertação não se deve só à razão
acima referida, mas também ao facto de a experiência profissional ser um dos fatores
mais importantes valorizado pelas entidades empregadoras, dado o panorama atual. O
estágio confere assim uma vantagem futura aquando da inclusão no mercado de
trabalho.
1.3. Calendarização
De forma a cumprir os objetivos apresentados no presente relatório, que se realizou a
longo de dois semestres curriculares, foi cumprido o seguinte horário semanal:
2. Considerações iniciais
2.1. A ação sísmica e a abordagem ao Eurocódigo 8
A aplicação do Eurocódigo 8 ao projeto de estruturas sujeitas à ação sísmica tem como
finalidade assegurar três objetivos: salvaguardar as vidas humanas; limitar os danos
provocados no edifício; garantir a operacionalidade de estruturas importantes para a
proteção civil.
4.1.1. Lajes
Nos edifícios, os pavimentos têm um papel muito importante no comportamento
sísmico global da estrutura. Atuam como diafragmas horizontais que recebem e
transmitem as forças de inércia aos sistemas estruturais verticais e garantem a
solidariedade desses sistemas na resistência à ação sísmica horizontal. Estes deverão ser
dotados de adequadas rigidez e resistência no plano e deverão possuir ligações eficazes
ao sistema resistente às ações laterais, garantindo a integração deste sistema como um
todo.
O pré-dimensionamento de uma laje consiste em determinar o peso próprio e a
espessura necessária, para que a mesma apresente capacidade resistente e deformações
admissíveis perante as ações permanentes e variáveis a que esteja submetida. A
espessura das lajes, depende entre outras, das condições de apoio, das condições de
utilização e das cargas a que as mesmas estão sujeitas. Por questões práticas, estéticas e
até de ordem económica, é comum manter a mesma espessura de laje num mesmo piso,
e como tal efetua-se o cálculo para a laje mais desfavorável (geralmente com maior vão
e/ou submetida às maiores cargas atuantes) adotando-se assim essa espessura para todas
as outras.
A espessura deste elemento estrutural definida pode ser determinada consoante o seu
tipo.
4.1.2. Vigas
Num pré-dimensionamento de vigas expedito é comum utilizar a seguinte expressão:
4.1.3. Pilares
O pré-dimensionamento dos pilares tem um papel de elevada importância na fase inicial
de um projeto estrutural, uma vez que estes são os elementos que mais interferem nos
ambientes arquitetónicos.
Para o pré-dimensionamento dos pilares, determinaram-se as áreas de influência. De
seguida, obteve-se o valor do esforço axial no pilar através da área de influência e das
ações verticais recorrendo à seguinte expressão:
Ned=β Ai Psd
Sendo que β depende da localização do pilar relativamente ao edifício, podendo assumir
os seguintes valores:
β = 1.5 →Se for pilar de canto
β = 1.4 →Se for pilar de bordo
β = 1.15 →Se for pilar de interior
Ao esforço axial adiciona-se, ainda, metade do peso próprio das vigas que o pilar
suporta.
Posteriormente, sabendo o valor de N, calcula-se a área de betão necessária através da
seguinte expressão:
4.1.4. Fundações
A analise das condições de fundação de um edifício requer a realização de Estudo
Geológico-Geotécnico especifico (caso não exista para inicio dos estudos, pode ser
necessário desenvolver o Plano de Prospeção). O estudo deve também procurar reunir
toda a informação geológica da zona, em particular:
existência de aterros (a consulta de levantamentos topográficos antigos e sua
comparação com os atuais pode dar informações importantes);
nível freático;
visita ao local, observando taludes e construções vizinhas (das quais se deve
procurar obter informações sobre o tipo de fundações e observar se existem
sinais de assentamentos estruturais).
A opção principal, consoante as condições geotécnicas, e a da execução de:
fundações superficiais (Sapata isolada, Sapata continua, Ensoleiramento)
fundações profundas.
Fb=Sd(T1)‧ m‧ λ
Em que:
Fb é força de corte sísmica na base;
Sd(T1) é o valor da ordenada do espectro de cálculo para o período T1;
T1 é o período de vibração fundamental na direção considerada;
m massa total do edifício, acima da fundação ou acima do nível superior de uma
cave rígida;
λ fator de correção que, traduz o facto de nos edifícios com pelo menos três
pisos e com graus de liberdade de translação em cada direção horizontal, a
massa modal efetiva ser em média 15 % inferior à massa total do edifício.
Em sistemas com mais de um grau de liberdade estes máximos são influenciados por
diversos modos de vibração. Dado que cada grandeza varia temporalmente, eleva-se a
questão de como calcular o valor máximo dessa grandeza, combinando os valores
máximos que assume em cada modo, pois, geralmente não ocorrem em simultâneo.
Quando os valores das frequências de vibração correspondentes aos diferentes modos
estão próximos, este método não apresenta bons resultados, então utiliza-se o método de
combinação denominado “Combinação Quadrática Completa” (Lopes, 2008).
5. Casos de estudo
Para aplicação dos métodos de análise a casos reais de dimensionamento de estruturas
de betão armado, foram considerados dois edifícios com finalidades completamente
distintas. Um deles trata-se de um edifício industrial para plataforma logística, e o outro
destina-se a habitação e comércio.
5.1.1. Materiais
No caso dos elementos pré-fabricados, estes são constituídos por betão de classe C25/30
(E = 31GPa; fcd = 16,7MPa) e aços de armaduras ordinárias A500NR (E = 200GPa; fyd=
435MPa).
Em relação às vigas de fundação, estas são constituídas por betão de classe C25/30 e por
aços de classe A500NR.
5.1.2. Solicitações
O edifício está sujeito às seguintes cargas:
peso próprio – (peso volúmico do betão) 25 kN/m3
sobrecarga –50 kN/m2
carga da cobertura (aplicada nas asnas) – 10 kN/m
5.1.3. Modelação
Para simular o comportamento da estrutura quando esta se encontra sujeita a ações
verticais e horizontais, foi elaborado um modelo de elementos finitos com auxílio do
programa de cálculo SAP2000 v.20.
Apesar da cobertura ser inclinada, devido à secção variável das asnas (viga I),
optou-se por modelar a cobertura como sendo horizontal;
A fendilhação das peças de betão poderá ser considerada, de acordo com o artigo
4.3.1.(7) do EC8, através de uma redução de 50% das propriedades de rigidez
elástica de flexão e de esforço transverso das peças de betão não fendilhadas.
Pilares (P)
Estes elementos foram concebidos com recurso à ferramenta “frame” do programa
SAP2000, como se trata de um tipo de construção regular os pilares têm todos as
dimensões em planta de 0,70x0,70 m2.
Vigas (V1)
As vigas de contorno têm dimensões 0,50x0,50 m2 .
Asnas (VI)
Estes elementos estruturais foram modelados com uma secção em I com 1,00 m de
altura.
Vigas de fundação (V2)
Vigas de fundação têm dimensões de 0,50x0,50 m2.
Lajes de pavimento
Este elemento estrutural foi modelado com recurso a lajes maciças de 0,30 m de
espessura.
Para a realização deste estudo foram efetuadas visitas técnicas ao edifício, para
avaliação do seu funcionamento estrutural, da geometria e vãos, do estado de
conservação estrutural, dos danos existentes e vícios construtivos, assim como para a
marcação de alguns pontos estratégicos de ensaios, essenciais para a avaliação da
capacidade resistente dos elementos de betão armado.
Para uma melhor leitura do presente relatório e para uma identificação dos elementos
em análise mais simplificada, fez-se uma divisão do edifício em dois Corpos de acordo
com a Figura 12, seguindo-se a nomenclatura para identificação dos mesmos de: Corpo
A e Corpo B.
5.2.1. Materiais
Trata de uma estrutura em betão armado, os elementos deste edifício são em betão da
classe C30/37 (E = 33GPa; fcd = 20MPa) e o aço de armaduras ordinárias A500NR (E =
200GPa; fyd= 435MPa).
5.2.2. Solicitações
Peso próprio
Sobrecarga distribuída no interior das habitações 1.5 kN/m2. Foi utilizado este
valor em detrimento do valor típico de 2.0 kN/m2 dado que a arquitetura é
composta por uma compartimentação interior bem definida assim como os
equipamentos e outros instrumentos a ocupar o interior das habitações. Além
disso as paredes interiores serão maioritariamente em pladur;
Sobrecarga distribuída na cobertura 0.4 kN/m2;
Sobrecarga distribuída nos pisos e zonas de estacionamento de 5.0 kN/m2;
Sobrecarga distribuída nas zonas comerciais de 4.0 kN/m2.
5.2.3. Modelação
Em semelhança ao edifício industrial também foi elaborado um modelo, de elementos
finitos com auxílio do programa de cálculo SAP2000 v.20.
Figura – 16 Lista de pilares SAP2000 (1) Figura 17 – Lista de pilares SAP2000 (2)
Figura – 18 Lista de pilares SAP2000 (3) Figura 19 – Lista de pilares SAP2000 (4)
As lajes foram definidas com recurso ao comando “area sections”, tal como ilustrado na
figura 20.
Tendo em conta que, com este trabalho, é pretendido analisar, corretamente, um edifício
industrial e um edifício de habitação e comércio às ações sísmicas, a combinação de
ações mais importante neste caso será a combinação sísmica. Assim, de acordo com o
artigo 6.4.3.4 do EC0, a forma geral de combinação de ações para a situação de
dimensionamento sísmico será:
onde:
Gk,j – valor característico “k” da ação permanente “j”;
P – valor de pré-esforço ou pré-tensão;
AEd – valor das ações sísmicas;
Ψ2,i – coeficiente de combinação para o valor quase permanente das ações variáveis “i”;
Qk,i – valor característico “k” da ação variável “i”.
O valor do coeficiente está disponível na tabela A1.1 do EC0 e corresponde a zero para
o caso de coberturas.
Para determinar os esforços devidos apenas à ação sísmica, AEd , as massas deverão
obedecer à combinação de ações gravíticas disposta no artigo 3.2.4.2(P) do EC8:
O valor quase-permanente das ações variáveis gravíticas, Qk,i , deverá ser calculado de
acordo com o artigo 4.2.4 do EC8, ou seja:
Este coeficiente tem em conta a possibilidade das cargas variáveis não estarem
presentes em todo o edifício ao mesmo tempo e também poderá cobrir o efeito de uma
reduzida participação das massas nos movimentos da estrutura, devida à ligação não
rígida entre elas.
Quanto à classificação do tipo de terreno, uma vez que este trabalho é efectuado num
âmbito académico, foi considerado um terreno com características do tipo C: “Depósitos
profundos de areia compacta ou medianamente compacta, de seixo (cascalho) ou de
argila rija com uma espessura entre várias dezenas e muitas centenas de metros”.
Assim, é possível identificar alguns valores essenciais à definição do espectro de
dimensionamento. Consultando os Quadros NA-3.2 e NA-3.3 do AN da NP EN1998-1,
é possível definir os valores de Smáx – coeficiente de solo máximo, TB – limite inferior do
período no patamar de aceleração espectral constante, Tc – limite superior do período no
patamar de aceleração espectral constante e TD – valor que define no espectro o início
do ramo de deslocamento constante. Na Tabela 5 apresentam-se os valores dos
elementos supracitados.
onde:
q0 – valor básico do coeficiente de comportamento;
kw – fator que reflete o modo de rotura predominante nos sistemas estruturais de parede.
Na determinação do valor básico do coeficiente de comportamento, q0, é necessário
definir a regularidade em altura e planta da estrutura, assim como o sistema estrutural
do edifício.
Regularidade em Altura
Regularidade em Planta
Quanto ao valor do factor kw, este é obtido a partir das expressões 5.2 do EC8. Uma vez
que não existem paredes estruturais na estrutura, o valor deste coeficiente será igual à
unidade.
Concluindo, o coeficiente de comportamento, q, a ter em conta será o resultado do
produto de q0 com kw, cujo resultado é 1,5.
Contudo, uma vez que se trata de uma estrutura pré-fabricada, é necessário ter em conta
os aspetos referidos no artigo 5.11 do EC8. Desta forma, o coeficiente de
comportamento a utilizar será calculado de acordo com a expressão 5.53:
onde:
q – valor do coeficiente de comportamento obtido a partir da expressão 5.1 do EC8;
kP – fator de redução, função da capacidade de dissipação de energia da estrutura pré-
fabricada.
3,500
3,000
2,500
Sd (T) (m/2)
1,500
1,000
0,500
0,000
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00
T [S]
6,00
4,00
Sd (T) [m/s2]
3,00
2,00
1,00
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00
T[s]
onde:
eai – excentricidade acidental da massa do piso i em relação à sua localização nominal,
aplicada na mesma direção em todos os pisos;
Li – dimensão do piso na direção perpendicular à direção da ação sísmica.
Uma vez que se optou por uma análise espacial, modal, por espectros de resposta, este
efeito de torção acidental pode ser considerado, segundo o artigo 4.3.3.3.3.(1) do EC8,
através de um momento torsor, Mai , de eixo vertical, aplicado à cobertura:
onde:
Mai – momento torsor de eixo vertical aplicado na cobertura;
eai – excentricidade acidental da massa do piso i, de acordo com a expressão 4.3 do EC8;
Fi – força horizontal atuando no piso i, determinada através do artigo 4.3.3.2.3 do EC8,
para todas as direções relevantes:
Sd(T1) – ordenada do espectro de cálculo para o período T1, para cada direção
horizontal;
T1 – Período de vibração fundamental do edifício para o movimento lateral na direção
considerada;
m – massa total do edifício, acima da fundação, calculada de acordo com o artigo
3.2.4.(2)P do EC8;
– fator de correção, cujo valor é igual a =0,85 se T1 ≤ 2Tc e o edifício tiver mais de
dois pisos, ou =1,0 nos outros casos. Este fator corresponde à percentagem de massa
que contribui para o modo de vibração em questão.
Com base nestes valores, é possível calcular o valor da força de corte sísmica, Fb,
correspondente, também, à força horizontal a que a cobertura se encontra sujeita,
Fi. A Tabela 10 apresenta os resultados finais.
Sismo Fi (kN)
1,4x 6352,94
1,4y 7669,47
Excentricidades
A expressão 4.3 do EC8 subdivide-se em 2 expressões independentes; uma para
cada direção horizontal:
Uma vez que o sismo do tipo 1 é o condicionante, e utilizando-se o valor das forças de
corte basal obtido com o auxílio do programa de cálculo automático SAP2000, o valor
do momento torsor a considerar obtém-se de acordo com a expressão seguinte.
em que:
θ – coeficiente de sensibilidade ao deslocamento relativo entre pisos;
Ptot – carga gravítica total devida a todos os pisos acima do piso considerado, incluindo
este, na situação de projeto sísmica;
dr – valor de cálculo do deslocamento relativo entre pisos, avaliado como a diferença
entre os deslocamentos laterais médios, ds, no topo e na base do piso considerado e
calculado de acordo com o artigo 4.3.4;
Vtot – força de corte sísmica total no piso considerado;
h – altura entre pisos.
Tabela 12 – Peso total da estrutura, Ptot, Deslocamento relativo dr, força de inércia,
Vtot, e altura da estrutura, h.
Vtot
Sismo Ptot (kN) dr (m) h (m)
(kN)
1,4x 62531,36 0,0672 6352,94 13
1,4y 62531,36 0,0668 7669,47 13
onde:
dr – valor de cálculo do deslocamento entre pisos
υ – coeficiente de redução que tem em conta o mais baixo período de retorno da acção
sísmica associada ao requisito de limitação de danos;
h – altura entre pisos.
José Luis Alves 59
Estágio: análise sísmica no dimensionamento de estruturas de edifícios
Uma vez que esta expressão é a mais conservativa, pode concluir-se que a condição de
limitação de danos se encontra verificada.
onde:
EEdx – representa os esforços devidos à aplicação da acção sísmica segundo o eixo
horizontal x escolhido para a estrutura;
EEdy – representa os esforços devidos à aplicação da mesma acção sísmica segundo o
eixo horizontal ortogonal y da estrutura;
Quanto à classificação do tipo de terreno, uma vez que este trabalho é efetuado num
âmbito académico, foi considerado um terreno com características do tipo A: “Rocha ou
outra formação geológica de tipo rochoso, que inclua, no máximo, 5 m de material mais
fraco à superfície”.
Assim, é possível identificar alguns valores essenciais à definição do espectro de
dimensionamento. Consultando os Quadros NA-3.2 e NA-3.3 do AN da NP EN1998-1,
é possível definir os valores de Smáx – coeficiente de solo máximo, TB – limite inferior do
período no patamar de aceleração espectral constante, Tc – limite superior do período no
patamar de aceleração espectral constante e TD – valor que define no espectro o início
do ramo de deslocamento constante. Na Tabela 14 apresentam-se os valores dos
elementos supracitados.
Tabela 14 – Aceleração ag, coeficiente de solo máximo Smáx, e limites de período TB,
TC e TD
Sismo ag (m/s2) Smáx Tb (s) Tc (s) Td (s)
1,6 0,35 1,0 0,1 0,6 2,0
2,5 0,8 1,0 0,1 0,25 2,0
Regularidade em Altura
Regularidade em Planta
Quanto ao valor do fator kw, este é obtido a partir das expressões 5.2 do EC8. Uma vez
que existem paredes estruturais na estrutura, o valor deste coeficiente será igual a:
12,5
= 0,8
0,700
0,600
0,500
Sd (T) (m/2)
0,300
0,200
0,100
0,000
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00
T [S]
1,40
1,00
Sd (T) [m/s2]
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00
T[s]
Como parte do edifício se encontra enterrado e sem influência na ação sísmica, apenas
se considera para as forças de corte basal as forças gravíticas acima do piso da cota de
soleira e apenas estas entram para o cálculo.
Estas forças gravíticas são constituídas pelo peso próprio da estrutura, restantes cargas
permanentes e apenas uma percentagem das sobrecargas, pois considera-se que estará a
atuar na estrutura na ocorrência de um sismo só uma pequena parcela das sobrecargas.
Verifica-se que a ação sísmica condicionante do EC 8 corresponde à ação sísmica tipo 1
(sismo afastado) para as duas direções e que apesar da diferença dos espectros de
resposta correspondente à mesma ação sísmica entre o RSA e o EC 8, não são muito
relevantes pois o coeficiente de comportamento adotado no EC 8 é superior.
Neste caso o método adotado foi o método das forças laterais indicado no EC8 no ponto
4.3.3.2. neste trabalho quis-se mostrar a forma de calcular a força de corte de uma forma
segura e expedita. Para isso foi utilizada mais uma vez a expressão (4.5) do EC8:
Logo,
Onde:
X – distância do elemento considerado ao centro de gravidade do edifício em planta,
medida perpendicularmente à direção da ação sísmica considerada.
distância entre dois elementos de contraventamento mais afastados, medida
perpendicularmente à direção da ação sísmica considerada.
onde:
EEdx – representa os esforços devidos à aplicação da ação sísmica segundo o eixo
horizontal x escolhido para a estrutura;
EEdy – representa os esforços devidos à aplicação da mesma ação sísmica segundo o eixo
horizontal ortogonal y da estrutura;
EEdz – representa os esforços devidos à aplicação da componente vertical da acção
sísmica de cálculo.
Como alternativa e opção adotada no presente trabalho, a EN 1998-1 prevê que os
esforços devidos à combinação das componentes horizontais da ação sísmica possam
ser calculados considerando a ação sísmica a atuar a cem por cento numa direção e
trinta por cento na outra e vice-versa, dimensionando-se para a combinação mais
desfavorável:
Em que:
“+” – significa “a combinar”;
EEdx – representa os esforços devidos à aplicação da ação sísmica segundo o eixo
horizontal x escolhido para a estrutura;
EEdy – representa os esforços devidos à aplicação da ação sísmica segundo o eixo
horizontal y escolhido para a estrutura;
7. Considerações finais
7.1. Conclusões
Em Portugal ocorrem sismos praticamente todos os dias. Felizmente são de baixa
magnitude e a maioria não são sentidos. Aquando da ocorrência de um sismo, as
acelerações do terreno são transmitidas à estrutura, gerando acelerações (e
consequentemente forças-chamadas forças de inercia), nas três direções. Em regiões
sísmicas estas forças poderão ser extremamente gravosas. De facto, em estruturas de
betão armado (que são estruturas relativamente pesadas e, portanto, mais penalizadas
pelos sismos), a ação sísmica é em geral a ação condicionante dos elementos verticais
(pilares e paredes).
Devido a estes factos considera-se de extrema importância ter este tipo de ação em
conta, bem como a sua análise e o dimensionamento de estruturas capazes de lhe
oferecerem resposta.
A realização deste relatório permitiu abordar os aspetos fundamentais de conceitos
necessários para a realização de um estágio na empresa Ferreira Lapa, Lda, tais como os
aspetos a ter em consideração no dimensionamento de estruturas de edifícios, e os
diferentes métodos a considerar na análise das mesmas.
Para que fosse possível a realização deste projeto foi necessário recorrer a ferramentas
de software de cálculo e dimensionamento de estruturas, tais como o “Autodesk
AutoCAD”, ao “CSI SAP2000”, bem como a folhas de cálculo EXCEL.
O segundo caso prático foi um edifício destinado a habitação e comércio. Este edifício
também apresenta uma estrutura em betão armado, e com lajes maciças. A descrição,
localização e materiais considerados também foram descritos para este caso de estudo.
Quanto mais alto o edifício for mais longo tende a ser o seu período natural. No entanto,
a altura do edifício está também relacionada com outra importante característica
estrutural: a flexibilidade do edifício. Edifícios altos tendem a ser mais flexíveis do que
edifícios pequenos. A flexibilidade afeta a forma como o edifício reage ao sismo. Há
que encontrar o equilíbrio perfeito de modo a projetar um edifício com o grau de
flexibilidade/rigidez adequado ao meio onde este se encontra.
Após tal informação podemos concluir então que, apesar de ser cada vez mais frequente
a ocorrência de um sismo, e por mais que sejam avassaladores e imprevisíveis ao ponto
de deixarem países desertos devido às suas elevadas magnitudes, existem edifícios que
não caem e saem ilesos à catástrofe. E a resposta a tal acontecimento está nas novas
conceções adotadas na engenharia civil, em que implementam novas tecnologias, das
quais: o uso de novos materiais resistentes e flexíveis; uma arquitetura minuciosa, em
que os edifícios têm de ser desenhados detalhe a detalhe; e o uso de contrapesos
inerciais, como a esfera de Taipei.
Referências bibliográficas
Eurocódigo 1, 2009, “Ações em estruturas Parte 1-1: Ações gerais”, Norma Europeia
EN1991-1-1, Instituto Português da Qualidade
Eurocódigo 2, 2010, “Projeto de estruturas de betão – Parte 1-1: Regras gerais e regras
para edifícios”, Norma Europeia EN1992-1-1, Instituto Português da Qualidade
Eurocódigo 8, 2010, “Projeto de estruturas para resistência aos sismos – Parte 1: Regras
gerais, ações sísmicas e regras para edifícios”, Norma Europeia EN1998-1, Instituto
Português da Qualidade
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