Direito Administrativo Quadro

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Direito Administrativo

Organização Administrativa

 Administração Pública: conjunto de órgãos e entes estatais que produzem


bens, serviços e utilidades para a população, auxiliando as instituições
políticas de cúpula no exercício das funções de governo
 Órgãos: unidades de atuação que integram alguma pessoa jurídica (a criação
de um órgão é considerada medida de desconcentração);
 Entes: pessoas jurídicas de direito público interno (a criação de um ente é
considerada medida de descentralização);
 Administração Pública
a) Direta: -Entes Federados (União, Estados, DF e Municípios);
b) Indireta: -Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e
Fundações Públicas.

Autarquia (ex. Empresa Pública Sociedade de Fundação Pública


INSS) (ex. Caixa) Economia Mista (ex: UFGD)
(ex. Banco do
Brasil)
-pessoa jurídica de -pessoa jurídica de -pessoa jurídica de -pode ser pessoa
direito público; direito privado; direito privado; jurídica de direito
-criada por lei; -autorizada por lei -autorizada por lei público ou privado
-patrimônio e depois registrada e depois registrada dependendo da
público em cartório; em cartório; função cumprida1;
impenhorável e -capital 100% -capital -se pública segue o
imprescritível; público; majoritariamente regime da
-regime de pessoal: -patrimônio público (o capital autarquia;
concurso público privado pode ser privado pode
com vínculo penhorado. Porém participar);
estatutário. o patrimônio -patrimônio
utilizado para privado pode ser
executar serviços penhorado. Porém
públicos é o patrimônio
considerado utilizado para
público e executar serviços
impenhorável; públicos é
--regime de considerado
pessoal: concurso público e
público com impenhorável;
vínculo CLT. --regime de
-pode assumir pessoal: concurso
qualquer forma do público com

1
O STF já afirmou que “nem toda fundação instituída pelo Poder Público é fundação de direito privado. As
fundações, instituídas pelo Poder Público, que assumem a gestão de serviço estatal e se submetem a regime
administrativo previsto, nos Estados-membros, por leis estaduais, são fundações de direito público, e,
portanto, pessoas jurídicas de direito público. Tais fundações são espécie do gênero autarquia, aplicando-se a
elas a vedação a que alude o §2.º do art. 99 da Constituição Federal” (RE 101.126/84, Rel. Min. Moreira Alves).
direito empresarial vínculo CLT.
-pode assumir
apenas a forma
empresarial de
Sociedade
Anônima (S/A)

 Para aprofundar o tema de fundações recomendamos a leitura:


https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/
15092020-Fundacoes-publicas-de-direito-privado-nao-estao-isentas-de-custas-
processuais.aspx
Bens Públicos (art. 99, Código Civil)

 De uso comum do povo: que pode ser usado por qualquer cidadão livremente
(ex: rios, mares, estradas, ruas e praças); (inalienáveis e imprescritíveis)2
 De uso especial: quando o bem tem uma afetação (destinação) específica para
o serviço público (ex: prédio de um órgão público, carro da polícia civil)
(inalienáveis e imprescritíveis);
 Dominicais: bens que não tem nenhuma afetação (destinação específica) mas
compõem a propriedade do ente federado. (ex: terreno da união que não está
sendo usado) (imprescritível, porém pode ser alienado por meio de licitação).
Poderes da Administração

 Hierárquico: Com base na hierarquia, a instância superior tem o comando e a


instância inferior tem o dever de obediência, devendo, portanto, executar as
atividades em conformidade com as determinações superiores.
 Disciplinar: o poder dever de punir as infrações funcionais dos servidores e
demais pessoas sujeitas a disciplina de órgãos públicos.
 Polícia: faculdade que dispõe a administração pública de condicionar e
restringir o uso e gozo de bens, liberdades, atividades, e direitos individuais
em benefício da coletividade ou do próprio Estado.
 Autotutela: capacidade da administração de corrigir seus próprios erros sem
depender do judiciário (por exemplo: revogação de um ato administrativo)
 Autoexecutoriedade: É poder da Administração Pública de executar as suas
próprias decisões sem haver necessidade da tutela judicial. (ex. fiscalização
sanitária)
 Regulamentar: capacidade da administração de criar regulamento ou
resoluções para preparar a execução de uma lei ou complementa-la quando
necessária.
 Normativo: faculdade da administração de emitir normas para disciplinar
matérias não privativas de lei.
Atos Administrativos
2
Imprescritível: que não pode ser adquirido por usucapião.
 Conceito: manifestação unilateral de vontade da administração pública que,
agindo nessa qualidade, tenha por fim adquirir, resguardar, transferir,
modificar, extinguir, declarar direitos ou impor obrigações aos administrados
ou a si própria.
 Ato Vinculado: é aquele cuja lei determina a forma que ele deve ser realizado
não havendo margem para a atuação do administrador;
 Ato Discricionário: é aquele em que a lei deixa uma margem para que o
administrador, com base na oportunidade e conveniência, decida o melhor
caminho. (sem desrespeitar a lei e os princípios)
 Elementos (COFOFIMOO):
a) Competência:
-É o poder que decorre da lei conferida ao agente administrativo para o
desempenho regular de suas atribuições;
-Vícios: usurpação de função e excesso de poder;
b) Forma
-Os atos devem respeitar a forma exigida para sua prática, a sua
materialização.
-Vícios: forma equivocada
c) Finalidade
-Resultado que a Administração pretende alcançar com a prática do
ato.
-Vícios: desvio de finalidade e desvio/abuso de poder
d) Motivo
-É a situação de fato e de direito que gera a necessidade da
Administração em praticar o ato administrativo
-Teoria dos Motivos Determinantes: se houve um motivo específico que
justificou o ato a administração fica vinculada a ele. Ou seja, mesmo
que seja um ato discricionário, se o motivo do ato for falso o ato será
anulado.
e) Objeto
- resultado prático causado em uma esfera de direitos, seja a criação,
modificação ou comprovação de situações concernentes a pessoas,
coisas ou atividades sujeitas à ação do Poder Público.
 Atributos (PATI)
a) Presunção De Legitimidade - é a qualidade, que reveste tais atos, de se
presumirem verdadeiros e conformes ao Direito, até prova em
contrário. Milita em favor deles uma presunção juris tantum de
legitimidade.
b) Autoexecutoriedade - é a qualidade pela qual o Poder Público pode
compelir materialmente o administrado, sem precisão de buscar
previamente as vias judiciais, ao cumprimento da obrigação que impôs
e exigiu.
c) Tipicidade: prevê que o ato administrativo deve estar definido em lei
para que se torne apto para produzir determinados resultados (o
administrador não pode criar um ato que não exista em lei)
d) Imperatividade - é a qualidade pela qual os atos administrativos se
impõem a terceiros, independente de sua concordância de outras
pessoas, constituindo-as unilateralmente em obrigações.
 Convalidação: ocorre quando existe um ato com vício sanável e a
administração o convalida para que ele volte a produzir efeitos (obs:
consideram-se vícios sanáveis os de Competência e Forma)

Revogação Anulação Caducidade


-Ato legal discricionário; -Ato ilegal; -Quando lei posterior
-Conveniência e -Ex tunc torna ilegal/invalido o
oportunidade da -Administração Pública e ato criado anteriormente.
administração; Judiciário podem anular -Pode ocorrer com todos
-Ex-nunc os atos
-Só a administração pode
revogar

Tipos de atos

Licença Autorização Permissão


-vinculada e definitiva; -discricionária e precária; -discricionária e precária
-só pode ser cassada e -pode ser revogada ou -pode ser revogada ou
anulada; anulada; anulada
-exercício de direito -Atividade de interesse -atividade de prevalência
subjetivo privado ou uso de bem do interesse público
-ex: alvará de licença para público -pode ser ato (unilateral)
construir -ex: alvará de autorização ou contrato (bilateral)
de utilização de espaço
público

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