A Pesquisa Irdi No Brasil: Uma Revisão Integrativa
A Pesquisa Irdi No Brasil: Uma Revisão Integrativa
A Pesquisa Irdi No Brasil: Uma Revisão Integrativa
CURITIBA
2019
UNIVERSIDADE POSITIVO
CURITIBA
2019
RESUMO
O objetivo desse estudo foi realizar uma revisão integrativa afim de delinear o
desenvolvimento das pesquisas científicas relacionada ao IRDI no Brasil. A busca foi
realizada nas seguintes bases de dados: Elton B. Stephens Company (EBSCO);
Coordenação de Aperfeiçoamento de pessoal de Nível Superior (CAPES); Scientific
Eletronic Library Online (SciELO); base de dados de monografias e dissertações da
Universidade de São Paulo (USP), utilizando os descritores “IRDI” OR “PESQUISA
IRDI” OR “METODOLOGIA IRDI”. Foram considerados pesquisas em português e
inglês publicadas no período de 2009 a 2018, sendo 2009 a data de publicação da
primeira pesquisa IRDI no Brasil até a data da coleta de dados em 2018. Foram
selecionadas 26 artigos, 4 teses e 9 dissertações, as quais foram classificadas como
19 pesquisas qualitativas e 17 quantitativas. As pesquisas quantitativas foram
analisadas por 10 critérios preestabelecidos a partir da literatura internacional sobre
rastreamento de Transtorno do Espectro Autista em crianças menores de 5 anos como
apresentados pela recomendação do Ministério Público Federal acerca da inclusão
do § 5º no Art. 14 do Estatuto da Criança e do Adolescente. A partir da análise dos
resultados, foi possível avaliar a relevância de cada critério, sendo a maioria destes
considerados pertinentes para este método e as pesquisas analisadas. A discussão
sobre o uso universal de um instrumento padronizado como o IRDI mostrou que esse
uso não necessariamente deve ser visto como algo preocupante, o que seria
preocupante pode estar muito mais relacionado com o treinamento dos aplicadores
do que a padronização deste instrumento. A importância do treinamento dos
aplicadores diz respeito também à possibilidade de adaptações do instrumento
concernentes ao contexto social onde ele é aplicado. Um importante desdobramento
da Pesquisa IRDI foi a adaptação para a chamada Metodologia IRDI, desenvolvida
entre 2009 e 2010, com o foco no laço entre o bebê e o educador nas creches. Sendo
assim, a própria intervenção precoce de caráter longitudinal que o IRDI propicia pode
oferecer o desenvolvimento de habilidades de maternagem nos agentes cuidadores
que submetem os bebês à intervenção. Foram discutidas também as vantagens do
tratamento de falso-positivos em relação aos gastos posteriores que seriam muito
maiores no tratamento de falso-negativos se não houver identificação precoce de
qualquer dificuldade no seu desenvolvimento em tempo oportuno. O IRDI se
apresentou como um potencial instrumento de base para o desenvolvimento de
políticas públicas voltadas para a população infantil. Em conclusão, identificou-se a
necessidade de alinhar as metodologias de pesquisa com as estratégias já existentes
na legislação para desenvolver evidências científicas a fim de promover políticas
públicas de ações em saúde mental na primeira infância.
The objective of this study was to conduct an integrative review to outline the
development of IRDI-related scientific research in Brazil. The search was performed
on the following databases: Elton B. Stephens Company (EBSCO); Coordenação de
Aperfeiçoamento de pessoal de Nível Superior (CAPES); Scientific Electronic Library
Online (SciELO); University of São Paulo (USP) monographs and dissertations
database, using the descriptors “IRDI” OR “IRDI RESEARCH” OR “IRDI
METHODOLOGY”. Were considered Portuguese and English research published from
2009 to 2018, with 2009 being the date of publication of the first IRDI research in Brazil
until the date of data collection in 2018. 26 articles, 4 theses and 9 dissertations were
selected. 19 qualitative and 17 quantitative researches were classified. Quantitative
researches were analyzed by 10 pre-established criteria from the international
literature on ASD screening in children under 5 years as presented by the Ministério
Público Federal recommendation regarding the inclusion of § 5th in Art. 14 from the
Estatuto da Criança e do Adolescente. From the analysis of the results, it was possible
to evaluate the relevance of each criterion, most of them considered pertinent to this
method and the researchers analyzed. The discussion about the universal use of a
standardized instrument such as IRDI showed that this use should not necessarily be
seen as a concern, which would be worrying may be much more related to the training
of applicators than the standardization of this instrument. The importance of applicator
training also concerns the possibility of adaptations of the instrument concerning the
social context in which it is applied. An important development of the IRDI Survey was
the adaptation to the so-called IRDI Methodology, developed between 2009 and 2010,
with a focus on the bond between baby and educator in day care centers. Thus, the
early longitudinal intervention itself that IRDI provides can offer the development of
maternal skills in caregivers who submit babies to the intervention. The advantages of
treating false positives over later costs that would be much higher for treating false
negatives if early developmental difficulties were not early identified were also
discussed. IRDI has presented itself as a potential base instrument for the
development of public policies aimed at the child population. In conclusion, it was
identified the need to align research methodologies with existing strategies in the
legislation to develop scientific evidence to promote public policies on early childhood
mental health actions.
1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 6
2 MÉTODO ...................................................................................................... 13
2.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ................................................................ 13
2.2 ESTRATÉGIA DE BUSCA ............................................................................ 14
2.2.1 Critérios de inclusão ..................................................................................... 14
2.2.2 Critérios de exclusão .................................................................................... 15
2.3 LOCAIS DE BUSCA ..................................................................................... 15
2.4 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS .............................................. 15
2.5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................... 15
2.5.1 Análise ampla dos índices de validade que se refere à sensibilidade e à
especificidade do instrumento (1) ................................................................ 16
2.5.2 Taxas de prevalência apresentadas relacionada aos estudos epidemiológicos
(2) ................................................................................................................ 17
2.5.3 A idade em que é feito o rastreamento (3) .................................................. 17
2.5.4 Nível de funcionalidade e severidade do prejuízo (4) .................................. 18
2.5.5 Seleção e formulação dos itens de aplicação (5) ........................................ 18
2.5.6 Critérios de exclusão (6) .............................................................................. 18
2.5.7 Adesão ao protocolo (7) .............................................................................. 19
2.5.8 Informantes e treinamento dos aplicadores (8) ........................................... 19
2.5.9 Taxa de desacordo dos pais com relação ao instrumento (9) ..................... 20
2.5.10 Características do setting: organização dos serviços (10) ............................ 20
3 RESULTADOS ............................................................................................. 21
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................... 25
4.1 ANÁLISE AMPLA DOS ÍNDICES DE VALIDADE QUE SE REFERE À
SENSIBILIDADE E À ESPECIFICIDADE DO INSTRUMENTO (1) ............. 25
4.2 TAXAS DE PREVALÊNCIA APRESENTADAS RELACIONADA AOS
ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS (2) ........................................................... 26
4.3 A IDADE EM QUE É FEITO O RASTREAMENTO (3) ................................ 27
4.4 NÍVEL DE FUNCIONALIDADE E SEVERIDADE DO PREJUÍZO (4) .......... 27
4.5 SELEÇÃO E FORMULAÇÃO DOS ITENS DE APLICAÇÃO (5) ................. 28
4.6 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO (6) ................................................................. 28
4.7 ADESÃO AO PROTOCOLO (7) .................................................................. 29
5
1 INTRODUÇÃO
apontada pelo MPF (2018). A escolha do estudo de García-Primo et al. (2014) como
principal referência para a análise e discussão dos resultados desta pesquisa é
pertinente na medida em que a Recomendação do MPF, já citada, utiliza dessa
mesma referência em suas críticas sobre o uso de instrumentos de rastreamento.
Esta pesquisa se justifica também por oferecer uma análise das produções
científicas acerca do IRDI, alinhando as críticas do MPF com o seu desenvolvimento
e aprimoramento das evidências científicas, assim como com a discussão sobre a
inclusão do § 5º no Art. 14 do ECA e o desenvolvimento de políticas públicas de ações
estratégicas relacionadas à primeira infância com base na integralidade dos serviços
de Atenção Básica em Saúde.
Sendo a Pesquisa IRDI no Brasil relativamente recente, teve seu início por
volta de 2000 (MARIOTTO, 2018), um dos objetivos dessa pesquisa é integrar os
estudos relacionados ao IRDI sendo uma via de relação entre eles e os estudos que
forem realizados futuramente para que cumpram os fatores de rigor científico
recomendado pela literatura internacional ilustrado pela Recomendação do MPF.
Como objetivo desta pesquisa pretendeu-se verificar também se os estudos
da Pesquisa IRDI investigam o modo de aplicação adequado e a efetividade do
instrumento, contribuindo assim para melhor desempenho dos profissionais de saúde
e proporcionando intervenções mais adequadas para os bebês que apresentarem
algum sinal de risco para o desenvolvimento psíquico. Assim, a detecção precoce de
condições psicopatológicas pode contribuir para implementação de medidas
terapêuticas preventivas ou de início precoce que possibilitem a remissão do quadro
(quando há estabilidade dos sintomas), e que possam atenuar e minimizar os
sintomas e o sofrimento associado a eles.
13
2 MÉTODO
Estudos que tiveram alguma relação explícita com o IRDI, ou seja, artigos que
citaram a palavra IRDI no corpo do texto e que utilizaram o instrumento, seja em sua
aplicação ou que sua discussão foi principal; artigos em português e inglês; artigos
publicados nos últimos nove anos no período de 2009 a 2018 (por conta da data da
publicação final da pesquisa original em 2009; Cf. Kupfer et al., 2009).
15
Estudos que não fizeram nenhuma análise do IRDI; estudos que utilizaram o
instrumento Avaliação Psicanalítica aos 3 anos (AP3; Cf. Kupfer et al., 2009);
resenhas de livros porque não atendem aos objetivos da pesquisa; pesquisas
realizadas fora do Brasil.
Como instrumento para coleta de dados foi criada uma tabela na qual as
pesquisas selecionadas e lidas foram registradas de acordo com a fonte; o resumo; o
tipo do estudo (Delineamento bibliográfico; documental; experimental; estudo ex-post
facto; estudo de coorte; levantamento; estudo de campo; estudo de caso; pesquisa
ação; pesquisa participante); via de publicação (com a classificação Qualis para os
periódicos); principais conceitos; objetivos; método e amostra; principais resultados;
seguidos dos itens de avaliação expostos no item 2.5 deste método.
Este item de avaliação é um dos itens que mais difere naquilo que o IRDI
propõe avaliar. Para García-Primo et al. (2014), no rastreamento do TEA em crianças
são especificados critérios como deficiência intelectual e quociente de inteligência (IQ)
para determinar o nível de funcionalidade, e, quando estes são mais altos, menos
severo é o prejuízo de acordo com as medidas de avaliação do TEA.
Nesse sentido, o IRDI não detecta esses sinais específicos e não determina
o nível de funcionalidade dos bebês. Porém, no decorrer da Pesquisa IRDI, foram
determinados alguns parâmetros para a presença do risco para o desenvolvimento
psíquico a partir da ausência de uma quantidade específica de indicadores. De acordo
com Kupfer et al. (2009, p.61), “quatro indicadores, isoladamente, e três grupos de
indicadores mostraram possuir essa sensibilidade de indicar uma tendência em
direção ao risco de entraves no processo de constituição do sujeito, sendo, portanto,
indicativos de risco psíquico”.
Assim, esse item de avaliação será marcado como presente se a pesquisa
avaliada apresentar a quantidade de indicadores ausentes que determina um risco
para o desenvolvimento, no caso de um rastreio para esses riscos.
Segundo García-Primo et al. (2014, p.1014, tradução nossa), “outro fator que
pode causar variação nos resultados de rastreamento é o fato que o mesmo
procedimento de rastreamento é muitas vezes implementado de maneiras diferentes”.
Assim, no uso de um instrumento, devem ser consideradas a adesão e as mudanças
nesse uso de acordo com o propósito do estudo.
Assim, este item será marcado como presente quando a pesquisa avaliada
NÃO realiza mudanças no modo de aplicação dos indicadores2, ou seja, quando a
pesquisa utiliza os indicadores do IRDI sem modificar sua proposta inicial. Mesmo que
seja usado uma parte do instrumento referente a uma faixa-etária específica, esse
item será marcado como presente.
Por isso, esse item será marcado como presente se a pesquisa avaliada
explicitar como foi feito o treinamento dos aplicadores e o esclarecimento do uso do
instrumento para os pais ou informantes.
3 RESULTADOS
A busca inicial nas bases de dados gerou um total de 172 artigos (EBSCO: 4,
CAPES: 152, SciELO: 16). Foram excluídos 14 artigos duplicados, restando um total
de 158 artigos. Destes artigos, 135 não contemplaram os critérios de inclusão e
contemplaram os de exclusão, portanto, desta busca inicial, 23 foram incluídos na
análise desta pesquisa. Foram incluídos na análise outros 3 artigos (GORETTI;
ALMEIDA; LEGNANI, 2014; MORILLO; FONSECA, 2015; FLORES et al., 2013)
coletados em pesquisa prévia oriundos de outras fontes (busca simples online) que
comtemplam os critérios de inclusão e não contemplam os de exclusão. O número
final de artigos analisados foi de 26 artigos. Estes procedimentos estão representados
na Figura 1.
Fonte: Os autores.
Aprendizagem. São 7 artigos (~27%) que foram coletados deste periódico cuja
avaliação Qualis é B1.
Fonte: Os autores.
Artigos
TOTAL
Critérios presentes
Referência
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
BARROS, 2016 X X X X X 5
BELTRAMI; MORAES; SOUZA, 2014 X X X X X X X 7
BRONZATTO, 2013 X X X X 4
CAMPANA; LERNER; DAVID, 2015 X X X X X X X 7
CARLESSO; SOUZA; MORAES, 2014 X X X X X X 6
CRESTANI et al., 2013 X X X X 4
CRESTANI; MORAES; SOUZA, 2015 X X X X X X X 7
FLORES et al., 2013 X X X X X X X 7
HOOGSTRATEN; SOUZA; MORAES, 2018 X X X X X X X 7
KUPFER et al., 2009* X X X X X X X X 7
MACHADO et al., 2014 X X X X 4
MACHADO et al., 2016 X X X X X 5
MACHADO; PALLADINO; CUNHA, 2014 X X X X X X 6
MOTA et al.; 2015 X X X X X X 6
PERES, 2015 X X X X X X 6
RECHIA et al.; 2018 X X X X X X X 7
TOCCHIO, 2013 0
Fonte: Os autores.
Nota: *está destacado em negrito a Pesquisa Original.
25
Mental, nova concepção nova esperança, da OMS, que relata que 10 a 20% da
população infantil apresenta transtornos mentais.
Além disso, algumas pesquisas apresentam taxas de prevalência diversa não
só para os transtornos mentais da infância, mas para relacionar o sofrimento psíquico
do bebê em face de uma dificuldade emocional materna, especificamente a
depressão, com uma prevalência indicada de 10 a 15% desta população, por exemplo,
Flores et al. (2013). Por outro lado, o artigo de Beltrami, Moraes e Souza (2014),
ressalta que não encontrou dados sobre “dificuldades na constituição da experiência
materna”, sendo esta uma variável pouco específica.
Mesmo que a pesquisa original e as demais pesquisas não apontem a questão
dos dados epidemiológicos com precisão, esse critério de avaliação é relevante no
sentido de trazer mais fidedignidade aos resultados, porém, depende desses dados
epidemiológicos que extrapolam os objetivos da Pesquisa IRDI.
Três pesquisas não contemplaram esse critério. Tocchio (2013), como dito no
item 4.3, tem características diferentes com relação ao propósito do rastreamento de
risco ao desenvolvimento. No entanto, as pesquisas de Machado, Palladino e Cunha
(2014) e Barros (2016) propõem uma adaptação do IRDI para questionário
retrospectivo para pais, na mudança do tempo verbal dos indicadores além das
respostas serem em escala Likert (“nunca”, “raramente”, “às vezes”, “muitas vezes” e
“sempre”) e “não lembro”. Assim, esse critério mostrou-se relevante para manter o
padrão na aplicação do IRDI, no sentido de que os resultados da Pesquisa IRDI
apontam sua sensibilidade e validação como proposto originalmente, portanto, não
seria promissora a mudança dos itens de avaliação em futuras aplicações.
Esse critério como visto nas pesquisas avaliadas mostra que ~70% não
apresentaram um critério de exclusão especificado no texto, porém, demarcavam que
eram incluídos participantes que não apresentassem determinadas características
epidemiológicas como malformações, síndromes, infecções no período neonatal, em
geral, sem alterações biológicas, como é o caso de Beltrami, Moraes e Souza (2014),
Carlesso, Souza e Moraes (2014) e Flores et al. (2013), por exemplo. Porém, o critério
de exclusão nas pesquisas deveria ser melhor especificado, não somente por meio
da interpretação dos critérios de inclusão, levando em conta que mesmo a pesquisa
original (KUPFER et al., 2010) não explicita os critérios de exclusão dos participantes.
Este critério de avaliação é bastante importante, porque, embora o IRDI tenha
a flexibilidade de aplicação dentro das faixas etárias próprias para o instrumento, é
importante a especificação das características típicas e atípicas do desenvolvimento
dos bebês avaliados, por exemplo, nascimento prematuro.
29
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ALLABY, M.; SHARMA, M. Screening for Autism Spectrum Disorders in children below
the age of 5 years: a draft report for the UK National Screening Committee. SPH –
Solutions for Public Health, s/n, pp.1-30, 2011.
CATÃO, I. O bebê nasce pela boca: voz, sujeito e clínica do autismo. São Paulo:
Instituto Langage, 2009.
MERLETTI, C. K. I. Formação por meio dos IRDI com pais e professores: uma
parceria possível na Educação Infantil. 2017. Tese (Doutorado em Psicologia
Escolar e do Desenvolvimento Humano) - Instituto de Psicologia, Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2017.
MOTA, A. P. et al. Associação entre sinais de sofrimento psíquico até dezoito meses
e rebaixamento da qualidade de vida aos seis anos de idade. Psicologia USP, São
Paulo, v.26, n.3, pp.464-473, 2015.