A Autenticidade de Mateus 28-19
A Autenticidade de Mateus 28-19
A Autenticidade de Mateus 28-19
Monografia
Por
Novembro de 2004
INTRODUÇÃO
No final do Evangelho segundo Mateus, Jesus Cristo dá uma ordem que é comumente
conhecida como A Grande Comissão: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-
os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que
vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mat
Porém, nem nos demais Evangelhos sinóticos nem no Evangelho segundo João e nem no
restante do Novo Testamento, se encontra uma passagem paralela onde as três pessoas da Trindade
manuscritos antigos do Novo Testamento e em outras fontes históricas e sua confirmação por parte
de Ellen G. White em seus diversos escritos. Ao analisar o uso da fórmula batismal conforme o
Evangelho de Mateus, usada desde o início da Igreja Primitiva, será oferecida a explicação para a
aparente contradição entre a Grande Comissão e o uso da ênfase batismal “no nome de Jesus” que
Os originais bíblicos e suas primeiras cópias utilizaram-se de papiro, que era o principal
escrita uncial (maiúscula) e [...] predominantemente em papiros. São catalogados até o momento 96
papiros.”2 O livro de Mateus é encontrado de forma fragmentada nos papiros P 1, P19, P21, P25, P35,
P37, P44, P45, P56, P62, P64, P65 (+67), P70, P71, P73, P77, P83, P86, P96.3 Por serem fragmentados pela ação do
tempo ou uso nesses papiros não aparece o capítulo 28, o que não fornece razão para
1
Wilson Paroschi, Critica textual do Novo Testamento (São Paulo; Editora Vida Nova,
1999), 25-26.
2
Ibidem, 44.
3
Na introdução de Bárbara Aland e Kurt Aland, The text of the New Testament (Grand
Rapids; Eerdmans, 1994), pg. 15.
desacreditar sua autenticidade visto que os capítulos 2, 13, 14, 15, 16, 27, 22, 23, 24 e 27 e
vários versículos dos demais capítulos também não se encontram nesses papiros.1
O material em couro, chamado de pergaminho foi pouco a pouco deixando de ser utilizado,
e no início do século IV vinha sendo usado apenas para a literatura clássica secular. Os manuscritos
antigos do Novo Testamento (mss.) classificados como unciais foram os que passaram a ser
confeccionados em pergaminho quando o papiro caiu em desuso, pois eram melhores e mais
duráveis. 2
O fato de o texto de Mateus 28:19 aparecer em vários dos manuscritos dos séculos IV em
diante não significa que seja uma interpolação desse período como veremos logo adiante. Afinal, o
mesmo argumento valeria para outras passagens que não aparecem nos papiros e somente constam
melhores manuscritos antigos, a única alegação que se poderia fazer em relação à integridade do
texto de Mateus 28:19 seria um pequena variação em sua composição que não altera em nada a
idéia da passagem.3 Alguns mss. (como por exemplo. B, W, D (delta), Q (Teta), f1 ) apresentam
quase no início do verso a conjunção coordenativa ou=n (oun), que é traduzida na maioria das
vezes por “portanto” (cf. Mat 28:19; Luc 11:36; Jo 20:20 e outros na tradução da Almeida Revista e
Atualizada ou ARA), outros manuscritos antigos confiáveis (por exemplo o D e outros) aparecem
em seu lugar o advérbio nu/n (nun) que é traduzido como “agora” (cf. Mat 27:43; At 10:5; Rom
1
R. N. Champlin, O Novo Testamento interpretado (NTI) (São Paulo: Editora Candeia,
2000), 1:87-90.
2
Wilson, 27, 47.
3
“A palavra ‘portanto’ provavelmente é uma glosa, pois é omitida pelos mss. Aleph,
AEFHKMSUV, Gama e outros. Todavia é porção muito antiga do texto, por causa do Códex do
Vaticano, como também dos mss. Delta e os da Família Pi. A glosa é excelente, conforme a maioria
dos intérpretes concorda prontamente, porque mostra que essa ação de fazer discípulos dentre todas
as nações, repousa na autoridade universal de Cristo”, declara Champlin ao comentar a frase: “Ide,
portanto, fazei discipulos...”, 1:654. A glosa é uma nota marginal empregada para explicação ou
ilustração. A origem de notas marginais pode ser localizado em tempos clássicos quando elas foram
empregadas para explicar para estudantes gregos o significado de palavras obsoletas, dialéticas, ou
estrangeiras, especialmente como acontece nos poemas homéricos, Bruce M. Metzger, Manuscripts
of the Greek Bible (New York; Oxford University Press, 1991), 46.
5:9; Fil 1:5 e outros conforme traduzido em ARA), e em outros mss. ainda (exemplo: a (álef),
O que deve ser destacado é a aparição da passagem de Mat 28:19 em vários manuscritos
confiáveis e de procedências diversas, tais como os mss. B, W, D, Q, f1, D it, 0148vid, f13 , M, bopt e
no ms. mais importante, o a ou 01 (Códice Sinaítico) o que desqualifica qualquer suposição de que
tenha sido fruto de adulteração do texto..
Ao falar da passagem de Mateus 28:19 várias vezes considerando-a como válida, Ellen G.
White demonstra que a fórmula batismal era aceita pacificamente pelos pioneiros da igreja. Ela
chama a comissão evangélica de “a Carta Magna do reino de Cristo”, e diz que os discípulos
“deviam trabalhar fervorosamente pelas almas, dando a todas o convite de misericórdia. [...]
Deviam batizar no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.3 E diz expressamente que Jesus
revestido de autoridade ilimitada, deu a Seus discípulos sua comissão: "Ide, ensinai
todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as
a guardar todas as coisas que Eu vos tenho mandado; e eis que Eu estou convosco todos os
dias, até à consumação dos séculos." Mat. 28:19 e 20.4
Não foram somente os discípulos, mas também homens escolhidos pela igreja, aprovados
por Deus e separados pela imposição de mãos, que receberam a comissão e “saíram batizando no
discípulos de João Batista, mas não conheciam o Espírito Santo, White diz que Paulo “expôs
perante eles as grandes verdades que são o fundamento da esperança do cristão” 1 e “repetiu as
palavras da comissão do Salvador aos discípulos: ‘É-Me dado todo o poder no Céu e na Terra.
Portanto ide, e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito
Santo.’ Mat. 28:18 e 19”.2 Aos doze discípulos ouvirem as palavras do apóstolo “pela fé
Embora tenham sido batizados apenas no nome de Jesus, eles sabiam das palavras de
Cristo, como bem enfatiza o livro Atos dos Apóstolos, de que todas as nações deveriam ser
batizadas “em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo”, o que demonstra não haver nenhuma
contradição entre batizar no nome de Jesus e a passagem de Mat 28:19. Para aqueles judeus e
aqueles gentios que já conheciam a verdade judaica restava apenas reconhecer Jesus como sendo o
Cristo. Ao recebe-lo estavam honrando o Pai que o enviara e o Espírito Santo por ele enviado.
O batismo trinitário, confirma outra citação da própria Ellen White, serve como “sinal de
entrada para o Seu reino espiritual, Cristo o estabeleceu como condição positiva à qual têm de
atender os que desejam ser reconhecidos como estando sob a jurisdição do Pai, do Filho e do
Espírito Santo”.4
Há três pessoas vivas pertencentes à trindade [trio] celeste; em nome destes três
grandes poderes - o Pai, o Filho e o Espírito Santo - os que recebem a Cristo por fé viva são
batizados, e esses poderes cooperarão com os súditos obedientes do Céu em seus esforços
para viver a nova vida em Cristo.” Special Testimonies, Série B, Nº 7, págs. 62 e 63.5
1
Idem, Atos dos apóstolos, 282.
2
Ibidem.
3
Ibidem, 283.
4
White, Evangelismo (Tatuí, SP; Casa Publicadora Brasileira, 1995), 307.
5
Ibidem, 615.
Cada um dos três Seres da divindade mencionados (Pai, Filho e Espírito Santo) era alvo da
adoração e crença dos cristãos primitivos. 1 A doutrina do Deus Triuno embora não apareça
plenamente desenvolvida nos escritos dos pais apostólicos é claramente vista na fórmula trinitária
empregada por eles. No Batismo, por exemplo, a fé na Trindade estava presente. 2 O que os
documentos antigos, dos quais foi traduzido o Novo Testamento, não tornavam imediatamente
óbvio era a relação existente entre os membros da Divindade pois essa não era a preocupação do
momento.3 A discussão do modo como as três Pessoas da Divindade se relacionam entre si pertence
a um período posterior.4 Algumas fontes históricas que demonstram a existência e uso da fórmula
Conhecido também como O ensino dos doze apóstolos, foi escrito na forma de uma
primeiro século de nossa era.5 “Alguns estudiosos sugerem uma data mais antiga
1
Woodrow Whidden, Jerry Moon and John W. Reeve, A trindade (Tatuí, SP; Casa
Publicadora Brasileira, 2003), 140.
2
Bengt Hängglund, História da teologia (Porto Alegre; Casa Publicadora Concórdia,
1973), 17.
3
Whidden, 140.
4
Hängglund, 17. “É verdade que o termo Trindade não se encontra no texto hebraico nem
no grego, na Bíblia; e tampouco aparecem termos como “soteriologia” – no entanto, existe na
teologia sistemática a doutrina da salvação, também se encontra a da ‘hamartologia’, a da
‘transcendência’ e ‘imanência’, ou da ‘preexistência’ de Cristo, ou a ‘cristologia’. Poucas pessoas
que discutem os ensinos bíblicos levantam uma bandeira vermelha e objetam contra o uso de tais
termos, quando estudam a natureza das graciosas obras de Deus. Tais designações servem como
rótulos convenientes, didáticos, para conceitos ou ensinos complexos a respeito de assuntos
intimamente relacionados. É impossível discutir teologia como disciplina sistemática, filosófica,
sem se usar esses termos técnicos. Nenhum deles se encontra na Bíblia, disso temos certeza. No
entanto, todos eles formam um complexo grandioso de conceitos coerentes, organizados, que são
ensinados nas Escrituras. Portanto, devemos rejeitar como irrelevante a objeção de que a palavra
precisa, ‘Trindade’, não se encontra na Bíblia”. Gleason Archer, Enciclopédia de dificuldades
bíblicas (São Paulo: Editora Vida, 1997), 381.O importante é que a doutrina é encontrada nas
Escrituras independentemente de um termo técnico como trindade não aparecer.
5
Olson, 43.
que faria da obra o primeiro escrito cristão até hoje existente além do Novo
Testamento”.1
Este fato demonstra um uso da formula batismal, com as três pessoas da trindade, bem
próxima à época dos apóstolos, o que dificulta a afirmação de que seria uma tradição posterior,
originada no III ou IV século. Outros testemunhos confirmam o uso da expressão triforme dentro da
2. Justino Mártir escreveu vários livros, dos quais somente três obras apologéticas
Então eles são trazidos por nós onde há água, e são regenerados da mesma maneira na
qual nós fomos regenerados. Pelo, no nome de Deus, o Pai e Senhor do universo, e de
nosso Senhor Jesus Cristo, e do Espírito Santo, eles o recebem lavando com água então.5
1
Ibidem.
2
Didaquê, 7. Grifo nosso.
3
Olson, 58.
4
Ibidem.
5
Justino Mártir, First Apology, 61.
6
Ibidem, 65.
3. Ireneu, bispo de Lião, foi instruído em sua juventude por Policarpo de Esmirna,
Epideixis, este era um resumo de sua obra mais complexa Contra Heresias. Ireneu
Agora a fé ocasiona isto para nós; até mesmo como os Anciões, os discípulos dos
Apóstolos, nos passaram. Em primeiro lugar nos é licito ter em mente que nós recebemos o
batismo para a remissão de pecados, no nome de Deus o Pai, e no nome de Jesus Cristo, o
Filho de Deus que era encarnado e morreu e subiu novamente, e no Espírito Santo de
Deus.2
Dessa forma, fica evidente por esses, dentre outros exemplos que poderiam ser citados, que
uso da formula batismal com o nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo era comumente
empregado desde o início da Igreja Cristã, obedecendo assim a ordem dada por Cristo em Mateus
28:19.
Parece haver uma desigualdade na ordem dada por Cristo no Evangelho de Mateus onde os
discípulos deveriam batizar “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, ao compará-la com
outras passagens. A questão é a centralidade de Cristo para os Cristãos primitivos não apenas no
batismo, mas em todas as coisas. Isso não anula a importância do Pai e nem a do Espírito Santo. Se
a ausência do Espírito Santo na fórmula batismal desmerece sua pessoa o mesmo poderia ser dito
também do Pai ao ser excluído da fórmula. No entanto, é preciso lembrar que Pai e Espírito Santo
promovem a Cristo, pois somente em Seu nome se obtém salvação sem, no entanto, anular a ação
No final do Evangelho de Marcos, por exemplo, inicia-se uma série de sinais que
acompanhariam aqueles que cressem, esses sinais seriam feitos em nome de Cristo, “em meu nome”
(Mar 16:17), e não no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. No Evangelho segundo Lucas, é
1
Olson, 67-69.
2
Ireneu, Proof of the Apostolic Preaching, 3
dito que “em seu nome (Jesus) se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as
nações, começando de Jerusalém” (Luc 24:47), e novamente não é mencionado o nome do Pai, nem
do Espírito Santo.
No livro de Atos sempre que se menciona batismo se diz “em nome de Jesus” (Atos 2:38;
8:12, 16; 10:48; 19:5). Todas aplicadas a Judeus e gentios já convertidos ao judaísmo. Paulo dá essa
ênfase cristológica em sua carta aos Romanos; “ignorais que todos quantos fomos batizados em
Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?” (Rom 6:3), o que indica que ele próprio se incluía no
batismo em Cristo Jesus, não fazendo menção e também não excluindo a possibilidade de ter sido
batizado em nome do Pai e nem do Espírito Santo. Em Gálatas 3:27 ele afirma: “ Porque todos
outras passagens sobre o batismo no “nome de Jesus”? Sendo a passagem autêntica no Evangelho
de Mateus 28:19, como vimos pelos manuscritos originais usados para a tradução e por outras
fontes históricas, o que teria levado os discípulos a fazerem diferente da orientação do Mestre?
destes eventos e a transcrição deles no Novo Testamento. Parece não haver tempo
não fossem autênticas, haveria grande objeção. 2 Portanto, tanto Mateus 28:19
então não haveria conflito entre elas. Se a declaração feita por Jesus é uma fórmula,
1
Grifo nosso.
2
Millar Erickson, God in the Three Person.
uma prescrição do modo exato no qual a ordenança será administrada, e as
batismo, então não haverá dificuldade em conciliá-las. 1 Uma diz como deveria ser
renasce por causa de sua aceitação do sacrifício de Jesus. Nesse sentido ele foi
em Mateus 28:19 se diz para batizar “em nome” (singular) do Pai, do Filho e do
Espírito Santo, e não “nos nomes” (plural), o que era de se esperar, visto que são
três os nomes citados. Isso demonstra claramente a unidade do nome das três
pessoas da trindade em um nome divino, um nome que revela poder (Êxo. 3:13-15;
Pro 18:10; João 17:11; Fil 2:9), esse nome foi compartilhado pelo Pai com Jesus e o
batizando “em nome” das três pessoas da Trindade. Ainda mais quando tal fórmula
conheciam o judaísmo com seus ensinos e lhes restava apenas aceitar a Jesus
como, por exemplo: circuncisão, justificação por obras, comer carnes sacrificadas
aos ídolos e outros assuntos sobre os quais os apóstolos tiveram que interferir para
que houvesse harmonia mesmo entre líderes como Pedro e Paulo. É natural que
1
Ibidem.
2
C. Davies and D. C. Allison Jr., A Critical and Exegetical Commentary on the Gospel
According Saint Matthew, J. A. Emerton, C. E. B. Cranfield and G. N. Staton eds. (Edinburgh, T &
T Clark, 1993) 3: 685-686.
Conclusão
Após toda esta explanação, fica evidente a real autenticidade da passagem de Mateus 28:19
onde é dada a ordem de batizar “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”:
1) Essa autenticidade de Mateus 28:19 é devido a sua aparição nos manuscritos mais
confiáveis de onde foi traduzido o Novo Testamento que temos hoje em nossas mãos.
G. White que faz uso da passagem tomando-a como válida desde os primórdios da história da Igreja
Adventista do sétimo Dia e, ainda, apoiando o uso da expressão “em nome do Pai, e do Filho, e do
3) O uso dos nomes das três pessoas da Trindade nos registros cristão do primeiro e
segundo século confirma que a ordem dada por Cristo era amplamente obedecida e empregada na
sua totalidade sem alteração por parte da igreja na sua forma como está em Mateus 28:19 e muito
antes do IV século.
E, por fim, não existe nenhum dificuldade na harmonização da passagem com os demais
1) ao se batizar em nome de Jesus (ou Cristo) se está batizando em nome da Trindade e que
o contrário também é verdade, pois somente se vai ao Pai em Cristo e somente se chega a Cristo
pelo Espírito. Assim Cristo é o Centro de nossa Salvação. Um nome para três pessoas da divindade.
salvação, b) pela harmonia progressiva no uso da fórmula batismal de Mateus 28:19 como ocorreu
com outras práticas prescritas por Jesus, c) como uma descrição da aceitação de Cristo mesmo
sendo feito o batismo na fórmula trinitária ou c) como uma fórmula preferencial para judeus e
gentios convertidos não nega e nem conflita em nenhum dos casos com a doutrina bíblica da
trindade. Esta doutrina, apresentada em Mateus 28:19 é reafirmada em muitas outras passagens da
além do desconhecimento dos fatos históricos e documentais aqui apresentados abre espaço para o
argumento reverso de que os apóstolos é que não foram sempre, ao menos a princípio, leais às
ordens do Mestre, por isso devemos obedecer é a Jesus e não ao exemplo às vezes inconstantes dos
apóstolos, uma vez que Mateus 28:19 é tão autêntica como as outras passagens da Escritura.