Historia de Pindamonhangaba
Historia de Pindamonhangaba
Historia de Pindamonhangaba
ac
Provided by Cadernos Espinosanos (E-Journal)
EBE REALE
Professôra de Cultura Brasileira da Faculdade de Co-
municações da Fundação A. A. Penteado (S.P.) .
INTRODUÇÃO.
Localizada no Vale do Paraíba, na zona fisiográfica Médio Pa-
raíba, Pindamonhangaba dista 172 kms . de São Paulo e 230 kms .
do Rio de Janeiro . Com uma altitude de 552 ms ., apresenta um cli-
ma bastante saudável, temperatura média de 20°, pluviosidade de
1.000 mm. e inverno sêco . Sua área é de 746 kms . quadrados, com
uma população, em 1967, de 44.586 habitantes, sendo 25.000 na
zona urbana, e 19 .500 na zona rural. Município eminentemente agrí-
cola, apresenta cêrca de 990 propriedades rurais, nas quais se desen-
volve a policultura (sobretudo plantações de arroz e tomate), a pe-
cuária, com cêrca de 33.000 cabeças de gado bovino, e a extração
de madeira.
O município apresenta, pelo recenseamento de 1967, 420 esta-
belecimentos comerciais, 46 estabelecimentos industriais, sete agên-
cias bancárias e uma agência da Caixa Econômica do Estado de São
Paulo.
No campo educacional 47% da população do município é alfa-
betizada. Conta com 71 unidades de ensino primário, dois estabele-
cimentos de ensino secundário, uma Escola Normal, um estabeleci-
mento de ensino industrial e um estabelecimento de ensino comercial.
A cidade tem uma biblioteca pública, uma estação radiodifusora e
dois jornais hebdomadários . No setor da Saúde, conta com moderno
hospital-maternidade com 106 leitos, além de posto de puericultura e
posto de saúde.
A séde do município apresenta todos os melhoramentos, tais co-
mo: iluminação pública, rêde de água e esgotos, calçamento de vias
públicas, telégrafo e telefone local e interurbano.
(e) . — Tese apresentada no ano de 1965 ao Curso de Especialização em História
do Brasil (Nota da Redação).
— 138 —
O NOME DA CIDADE.
Esta mesma versão é repetida por Pedro Taques (18) e por Aze-
vedo Marques.
A carta do Governador do Rio de Janeiro, D . Alvaro da Sil-
veira e Albuquerque, aos moradores de Pindamonhangaba, censuran-
do-os por terem revolucionàriamente elevado esta povoação à catego-
ria de vila, não se refere à presença do Desembargador Saraiva no dia
da referida rebelião (19); tal presença também não é citada em outra
carta do mesmo Governador (20), na qual êle participa o fato ao
Rei de Portugal. Por êstes documentos podemos concluir que o povo
de Andamonhangaba tenha conseguido sua independência ex proprio
Marte, sem auxílio do aludido Desembargador Saraiva. Taubaté ime-
diatamente protestou junto ao Governador contra êste ato do povo de
Pindamonhangaba, que se apressou a escrever ao Rei dizendo
... "não ser isto conveniente ao serviço de V. Magestade" (20) .
A PARTICIPAÇÃO DE PINDAMONHANGABA NA
REVOLUÇÃO DE 1842.
Um dos fatos políticos mais importantes para Pindamonhangaba
foi a revolução de 1842, ocasião em que os ideais liberais de seu po-
vo se mostraram bem claros .
Como conseqüência da queda dos Andradas, Rafael Tobias de
Aguiar vai deixar a presidência da província e é nomeado para substi-
tuí-lo o Barão de Monte Alegre, homem de tendências conservadoras .
A Câmara de Pindamonhangaba manda uma representação ao govêr-
no imperial, pedindo a volta de Tobias de Aguiar e a revogação de
leis consideradas conservadoras . Em represália a esta moção, o Ba-
rão de Monte Alegre nomeou novas autoridades policiais e suspen-
deu os vereadores de Pindamonhangaba; estas ordens, porém, não fo-
ram cumpridas .
(33) . — JOÃO MARCONDES DE MOURA ROMEIRO, De D. João VI à Indepen-
dência, pág. 160.
— 148 —
ECONOMIA.
A economia do município nesta época é baseada no café. A pro-
dução em 1854 foi de 350.000 arrôbas, cifra que só foi sobrepujada
no Vale do Paraíba por Bananal (554.000 arrôbas) e por Taubaté
(354.000 arrôbas) (40) . Em 1860, a exportação de café do muni-
cípio foi de 400.000 arrôbas, exportação esta que era feita através
do pôrto de Ubatuba (41) .
Esta produção mantém-se estável até cêrca de 1882, quando
surgem dois problemas para a produção cafeeira do Vale do Paraíba;
o desgaste das terras e a falta de mão-de-obra, provocada pelas pri-
meiras leis abolicionistas . Assim, o café, no seu habitual nomadismo,
vai aos poucos abandonando a Princesa do Norte, em busca de terras
férteis e braços livres .
Esta economia repousa tôda em braço escravo, pois Pindamo-
nhangaba recebeu um contingente muito pequeno de emigrantes: em
EDUCAÇÃO.
grau de adiantamento que Pindamonhangaba atingiu no século
passado, no campo educacional, é digno de relêvo.
Zaluar nos conta que em 1861
"... há uma escola de instrução primária frequentada por me-
ninos e outra do sexo feminino, com 60 educandas. Além destas há
uma classe de latim e francês, frequentada por doze alunos e 4
classes privadas, com um total de 97 alunos".
TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO.
Até cêrca de 1875, a ligação de Pindamonhangaba com outras
localidades era feita ànicamente através de caminhos de tropas . O
transporte fluvial não era organizado, limitando-se ao uso de canoas,
que desciam o Paraíba desde São José até Lorena .
O caminho de maior importância era aquêle que ligava Pinda-
monhangaba ao Rio de Janeiro e a São Paulo, e por onde escoavam
os produtos que se destinavam aos portos de Paratí e Ubatuba . Esta
estrada, no início do século, apresentava-se
SERVIÇOS PÚBLICOS.
Durante a segunda metade do século XIX, houve grande desen-
volvimento dos serviços públicos de Pindamonhangaba .
Em 1865 foi construído o primeiro Mercado Municipal, situado
no Largo dos Homens, em prédio bastante acanhado, onde se abri-
gavam apenas os vendedores de carne verde e toucinho, ficando os
outros vendedores com as mercadorias expostas no referido largo .
Em 1864, foi construído o Cemitério Municipal, tendo sido feita
a planta pelo arquiteto amador Francisco Pereira de Carvalho, al-
cunhado Chiquinho do Gregório, que por triste coincidência, foi a pri-
meira pessoa a ser alí enterrada .
Em 1869, foi inaugurado o serviço de iluminação pública, feito
com lampiões de querosene. Ëste serviço era executado por particula-
res, através de concorrência pública, que se renovava todos os anos .
A iluminação pública acompanhou o progresso da cidade, pois en-‘
quanto o contrato de 1874 (53) nos mostra que havia 25 lampiões
na cidade, aquêle de 1881 diz que
"... os lampiões que são em número de 112 serão acesos até as
11 horas" (54).
. — DOCUMENTO Ne 12.
. — LIVRO DE REGISTRO DE CONTRATOS, pág. 25. ARQUIVO MUNICI-
PAL DE PINDAMONHANGABA.
— 154 —
aristocracia rural, com base no ciclo do café, que vai constituir a no-
breza do Segundo Reinado . Dentre êstes nobres podemos citar:
Visconde de Pindamonhangaba: Francisco Marcondes Homem de
Mello.
Visconde de Palmeira: Antônio Salgado Silva.
Viscondessa de Paraibuna: D. Benedita Bicudo Varela Lessa.
Viscondessa de Thaíde: D. Maria da Conceição Oliveira e Costa.
Barão de Taubaté: Antônio Vieira de Oliveira Neves.
Barão de Pindamonhangaba: Manuel Marcondes de Oliveira Melo.
Barão de Itapeva: Inácio Bicudo de Siqueira Salgado.
Barão de Paraibuna: Custódio Varela Lessa.
Barão de Romeiro: Manuel Inácio aMrcondes Romeiro.
Barão de Lessa: Elói Bicudo Varela Lessa.
Barão de Santa Leocádia: José Antônio Fernandes Vilela.
A riqueza do café propiciou a êstes titulares a construção de pa-
lacetes urbanos, de um luxo e um requinte extraordinários, onde se
oferecia aos visitantes champanhe ao envés de café. Dentre êstes pa-
lacetes, podemos citar o do Barão de Pindamonhangaba (onde se hos-
pedavam os membros da Casa Real), o da Baronesa de Paraibuna, o
do Coronel Antônio de Godoy Moreira e Costa .
Podemos destacar primeiramente, o palácio dos Barões de Itape-
va, onde atualmente está instalada a Prefeitura Municipal. E' um mara-
vilhoso exemplo da arquitetura eclética e foi construido por Charles
Peyronton, o mesmo arquiteto do Palácio do Catete. Todo material pa-
ra sua construção e decoração foi trazido da França. O assoalho é de
pinho de Riga, as paredes eram cobertas de papel, as escadas protegi-
das por gradeados de ferro fundido e, no saguão, pode-se ver ainda
bancos de bronze trabalhado. A fachada nos dá uma sensação de
equilíbrio e beleza e é encimada por estátuas que representam as qua-
tro estações.
Outro testemunho da riqueza da época é a mansão que perten-
ceu primeiramente aos Viscondes de Palmeira e depois aos Barões de
Lessa. Foi construída pelo já citado Chiquinho do Gregório, sendo um
exemplo de arquitetura néo-clássica . Tem 68 janelas e no seu inte-
rior havia lambrís de jacarandá e duas paredes móveis, que, retiradas,
transformavam três salas em um imenso salão de festas . Foi nêste
solar que se realizaram as mais suntuosas festas de Pindamonhangaba.
A Baronea de Lessa recebia fidalgamente e usava nas grandes ocasiões
diadema de brilhantes e colar de pérolas negras . Nestas recepções,
podia-se admirar objetos valiosissímos: talheres de ouro, bules com
anéis de marfim, bandejas de prata tão pesadas, que necessitavam
duas pessoas para carregá-las (59) .
(59) . — CESAR SALGADO, Pindamonhangaba, Cidade Imperial, pág. 32.
— 156 —
A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA .
As fortes tendências liberais, constantes em sua gente, vão criar
em Pindamonhangaba uma situação paradoxal: sendo terra de barões
do Império, vai apresentar um forte núcleo republicano .
Em 29 de julho de 1888, foi fundado na cidade o Clube Repu-
blicano, do qual faziam parte republicanos convictos e escravocratas
inconformados . Surgiram também, nesta época, jornais de tendên-
cias republicanas, como O Binóculo e a Fôlha do Norte, que, unidos ao
sempre polêmico Tribuna do Norte, criaram na cidade um clima fa-
vorável à mudança do regime .
A notícia da Proclamação da República foi recebida na cidade
com descrença, mas logo que se positivou a notícia
,
c... os membros do diretório republicano, colocaram-se à fren-
te do povo, e, acompanhados pela banda de música, que tocava a
Marselheza e guiados por uma bandeira com as côres da revolução,
encimada por um barrete frígio, seguiram para o paço municipal,
dando vivas à República" (74) .
CONCLUSÃO.
Sendo Pindamonhangaba uma cidade cuja vida econômica esta-
va Intimamente ligada à mão-de-obra servil e à vida política ao po-
derio dos barões do Império, é natural que vá ser fortemente atingi-
da pela Abolição e pela Proclamação da República .
. — TRIBUNA DO NORTE, de 28 de novembro de 1889.
. — DOCUMENTO N9 14.
. — TRIBUNA DO NORTE, de 28 de novembro de 1889.
-163—
DOCUMENTO N9 2.
Vol. LI da PUBLICAÇÃO DOCUMENTOS INTERESSANTES DO
ARQUIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO, página 268.
CARTA DE D. ÁLVARO DA SILVEIRA DE ALBUQUERQUE,
GOVERNADOR DO RIO DE JANEIRO AO REI SOBRE A TU-
- 164 -
DOCUMENTO N 9 3.
DOCUMENTO No 4.
Vol. XI da PUBLICAÇÃO DOCUMENTOS INTERESSANTES DO
ARQUIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO, páginas 511 e 512.
Srs. OFFICIAES DA CAMARA.
Diz Ignacio Vieira de Carvalho morador no termo desta Vila
que por certos requerimentos a bem de sua Justiça lhe he necessario
que V.V. M.M. lhes atestem debaixo de Juramento dos Santos
Evangelhos se o Supplicante havendo duvidas sobre a sua fazenda,
e campos que estavam além da serra denominada da Parahiba, per-
tencer ou não a Capitania de Minas ou a esta de S. Paulo por du-
vidas que suscitarão aqueles moradores da Freguezia de Itajubá, se
ficarão divididos com seu vizinho João da Costa Manso, por hu
Rio que vem da fazenda do Falecido Manuel Gaivão de França e
por aver o supplicante asignado um teimo na Secretaria do Governo
de Minas Gerais de concervar fechada huma estrada que antiga-
mente hia para o Itajubá, e se com efeito assim o concerva desde o
ano de 1774, e se avera hum anno pouco mais ou menos que seo
vezinho João da Costa Mano de poder absoluto abrio, e invadio a
referida estrada e devisa fazendo cavar o baranco do Rio, destruir
os matos com ferramentas e fogos, de sorte que dando disto parte
a Camera e Officiaes anteceçores de V.V. M.M.; estes foram pes-
soalmeente com o Capitão Mor examinarão abertura e Acharão na
realidade aberta a estrada, fizerão trancar, porem agora de novo o
mesmo tornou a abrir espoticamente sem ordem de pessoa alguma,
portanto Pede a V.V. M.M. que lhe atestem sobre o alegado tudo
quanto for verdade e lhes constar
M. R. M.
Attestamos e fazemos certo tanto pela sciencia e conhecimento que
temos do sitio de que se trata como pelas enformações que nos derão
os Camaristas do anno preterito os quaes foram no seo tempo e
anno em companhia do Capitão Mor desta Vila.... e occularmente
virão e testemunharão o que abaizo se declara havendo em outro
tempo duvida na fazenda do Supplicante e de João da Costa Manço
- 166 -
DOCUMENTO NQ 5.
Vol. XI da PUBLICAÇÃO DE DOCUMENTOS INTERESSANTES
DO ARQUIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO, páginas 488 e segs.
QUESTÃO DAS TERRAS DE IGNÁCIO CAETANO VIEIRA DE
CARVALHO JUSTIFICAÇÃO DE POSSE (1773) .
Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil e
cetecentos e setenta e tres annos aos desanove dias do mes de Ou-
tubro do dito Anno nesta Villa Real de Nossa Senhora do Bom
Sucesso de Pindamonhangaba em a casa de morada do Juiz Ordina-
rio Alferes Manoel Monteiro de Castilho, aonde eu Tabeliam ao
diante nomeado fui vindo Sendo ahy por parte de Ignácio Caetano
Vieira de Carvalho me foi apresentada uma sua petissam de Iteins
com o despacho nela posto pelo dito Juiz Requerendome em Virtude
do Dito despachoa a tomate autuace aceitace os seguintes termos de-
la a qual sendome assim apresentada em Virtude do dito despacho
a tomei aceitei autuei por quanto devo e posso e a .elle ajuntei a
mesma Petissam de Iteins que tudo he o que ao diante se Segue de
que fiz esta Autuasam, e eu, DOMINGOS VIEIRA DA SILVA es-
crivam que o escrevi.
Diz Ignácio Caetano Vieira de Carvalho morador nesta Villa de
Pindamonhangaba, que elle Supplicante para bem de sua justiça lhe
é necessario justificar os Iteins Seguintes.
(Seguem-se 11 itens, onde o suplicante faz a exposição da si-
tuação de sua propriedade e pede seja lhe confirmada o certificado
de posse das referidas terras).
P. a Vmce. seja servido admitir ao Suplicante a jus-
tificar os Referidos Iteins, e justificado o que baste, se
julgue por sentensa, e lhe mande passar seu instrumen-
to em modo, que faça fé.
E. R. M.
- 167 -
DOCUMENTO No 6.
Vol. XI da PUBLICAÇÃO DE DOCUMENTOS INTERESSANTES
DO ARQUIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO, página 440.
REPRESENTAÇÃO DA CÂMARA DE PINDAMONHANGABA,
1803.
Ilmo. e Exmo. Senhor. —
A indispensável obrigação que temos de attentar pelo bem e
sucego desta Republica, fas com que ponhamos na respeitável pre-
sença de Vossa Excelência o desassocego, em que nos vemos ha huns
poucos de annos a esta parte a respeito dos moradores do Arrayal
de Itajuba, hoje pertencente a nova Villa da Campanha do Rio
Verde, por conta das fazendas citas sobre a Serra da Parahiba, e
com especialidade, a de Ignácio Caetano Vieira de Carvalho por ser
este o morador que confina com o sobredito Itajubannos, e donde
por mandato, e determinação do Ilmo. Sr. General de Minas fes a
ultima divizão em paragem muito sufficiente e foi vista pela Cama-
ra e o nosso Capitão Mor.
No principio desta contenda, vierão os Comandantes a fazenda
do sobredito Ignácio Caetano e em sua auzencia lhe prenderão o
capataz, e lho levarão para Sam João de El Rei, este segui ao seo
capataz com documentos verdadeiros, em os quaes lhes mostrou a
idoza e antiquissima posse do districto desta Villa e extensão da ca-
pitania e lhe foi entregue o Capataz e cedido o lugar — ficando os
ditos documentos tanto na secretaria do Governo como em S. João
de El Rei de depois de socegagos estes dispoticos procedimentos dos
Comandantes temos o flagello de hum João da Costa Manço, que
por mao e vingativo nos flagella rompendo a ferro e fogo a nossa
deviza para ir como foi a inquietar tanto ao preclarissimo Senhor
General das Minas, Bernardo José de Lorena como talvez tem ido
enganar ao Dr. Ministro da Campanha dizendo-lhe não ter ataque
tendo o excelente a não cooperar a sua malevolencia.
O nosso Capitam Mor, nesta ocaziam escreveo a V. Excia. com
os documentos de Ignácio Caetano, nos quais verá V. Excia. a
antiga posse que temos naquellas fazendas, e nos mattos que tirarão
por Sismarias nessa Secretaria e se ha huns poucos de annos, em
fim Senhor o entrigante Costa tendo Rompido o ataque da divizão
de poder absoluto não menos de quatro vezes e Intentão vir por
Registro no alto da Serra distante desta Villa pouco mais de tres
legoas o que ed nenhuma sorte devemos consentir especialmente
agora que temos a honra de ter de Nossa parte, para nos dfender, o
amparo de V. Excia. e nos dar hum continuado socego para adian-
tarmos as nossas lãvoiras....
Desejamos a mais prospera Saude e iternas felicidades, e que
Deos guarda a Nobilissima Pesoa de V. Excia. por muitos anos.
Villa de Pindamonhangaba em Camara de 7 de Março de 1803. De
V. Excia. os mais humildes Suditos, MANOEL PAIS DOMINGUES,
-- 168 -
DOCUMENTO N9 7.
Vol. XI da PUBLICAÇÃO DE DOCUMENTOS INTERESSANTES
DO ARQUIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO, página 441.
AO CAPITÃO-MOR DE PINDAMONHANGABA (DO SECRE-
TARIO), 1803.
O Illmo. e Exmo. Senhor General à vista da Carta de V. M.
de 20 de Julho do prezente anno, me ordena o avize, ficar sciente
do Estabelecimento da Guarda de Capivary na Extrema desta Ca-
pitania, cuja diligencia lhe manda louvar pela vigilancia e acerto
com que se houve na sua execução. Repeito a João da Costa Manso
determina o mesmo senhor, que em elle apparecendo no districto
de sua jurisdição, o mande V. M. prender e remetta seguro para
sta Capital. Completo que seja o quartel para os soldados, inviará
V. M. a conta de sua despeza, junto com a dos mantimentos, com
que lhe tem assistido, à Junta da Real Fazenda desta Cidade para
lhe ser satisfeita.
Deos guarde a V. M. São Paulo, 15 de Julho de 1803.
LUIZ ANTONIO NEVES DE CARVALHO.
DOCUMENTO N9 8.
Vol. XI da PUBLICAÇÃO DOCUMENTO INTERESSANTES DO
ARQUIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO, página 472.2
DA CAMARA DE PINDAMONHANGABA 1809 PARA O GOVER-
NADOR ANTONIO JOSÉ DE FRANCA E HORTA.
Ilmo. e Exmo. Sr.
Nesta occazião rios participa o Capitão Mor desta Vila com a
parte lhe da o Alferes Claro Monteiro do Amaral com a qual o
mesmo Capitão Mor participa a V. Excia. motivo porque nos obri-
ga a hir por esta a Respeitável presença de V. Excia. o que deve-
mos obrar na abertura daquele caminho, porque os ditos Mineiros o
seu intento he virem sobre a Capitania de Sana Paulo como V. Excia.
Tem observado, ou se he para fazerem Estrada dos Moradores de
Camanducaia ou da Villa de Campanha para a Villa de Taubaté....
Na mesma parte que da o dito Alferes, diz que trazem ordem de
S. A. mas o morador não sabe ler pois o dito Alferes fica distante
do morador pouco mais de hum quarto e não lhe aprezentarão a
- 169 -
ordem que diz trazião. E caso tragão a ordem como dizem e querem
entrarem por esta Capitania deixando aquelles moradores para den-
tro de sua divizão, e porem Registro sendo Estrada daquella para
esta os quais moradores pagão dizimos ha mais de doze annos a es-
ta Villa V. Excia. se sirva determinar nos o que devemos obrar....
A respeitosa pessoa de V. Excia. Guarde Deos por muitos annos
para amparo desta Capitania Pindamonhangaba em Camara 15 de
Julho de 1809. De V. Excias. os mais obedientes suditos MIGUEL
DE GODOI MOREIRA; JOSÉ MACHADO DA SILVA, DOMIN-
GOS VIEIRA DO PRADO, MANOEL DA COSTA PAIS, JOAQUIM
RAMOS DE OLIVEIRA.
DOCUMENTO NQ 9.
DOCUMENTO No 10.
ATA DA CÂMARA MUNICIPAL DE PINDAMONHANGABA DE
12 DE JUNHO DE 1863.
1a SESSÃO ORDINÁRIA.
A Comissão encarregada de examinar, por parte desta Câmara
os consertos feitos na estrada, que desta cidade segue para Guara-
tinguetá tendo ido observar os referidos consertos e tão bem as pon-
tes, vem hoje offerecer a consideração da Camara os seguintes pon-
tos....
A ponte do rio Pirapitingui está com o soalho velho e guarda
velha, tudo em mau estado. O soalho já foi apostado em pequena
parte, porém foi com madeira de ruim qualidade. Proximo a Capela
de Aparecida está a ponte alta, metade de cuja guarda acha-se no
chão pelo seu mau estado.
Passando a tratar do leito da estrada a comissão tem a ponde-
rar que os alterados feitos não tem conveniente abaulamento e nem
foram areados ou empedregulhades. Os lugares estragados pelas águas
que grande parte da estrada. Alguns lugares há que deviam ser
aterrados e não foram... E' quanto a Comissão tem a levar ao
conhecimento da Câmara.
Pindamonhangaba, 12 de Janeiro de 1863.
João Mariano de Oliveira Cesar.
Luiz Teixeira de Barros.
LIVRO DE ATAS DA CÂMARA MUNICIPAL DE PINDAMO-
NHANGABA. Vol n 9 9.
ARQUIVO MUNICIPAL DE PINDAMONHANGABA.
*
DOCUMENTO No .11.
ATA DA CÂMARA MUNICIPAL DE PINDAMONHANGABA DE
1Q DE MARÇO DE 1863.
LIVRO DE ATAS DA CAMARA MUNICIPAL, VOL. 9 — AR-
QUIVO MUNICIPAL DE PINDAMONHANGABA.
.
DOCUMENTO N9 12.
LIVRO DE REGISTROS E CONTRATOS (1873-1909). Vol. 47
do ARQUIVO MUNICIPAL DE PINDAMONHANGABA, páginas
8, 9, 10 e 11.
Auto do Contrato feito 'entre a Câmara Municipal, de Pinda-
monhangaba e o Sr Benedito Carlos Leite Cortez, proprietário de
emprêsa de Iluminação pública. (Do qual passamos a transcrever
os Itens mais importantes).
Art. 19 .
A iluminação pública desta cidade, será feita a kerosene.
Art. 29 .
Os lampiões que serão em número de 25 e designados pela Câ-
mara, serão acesos em todas as noites escuras, quer seja tempo de
luar ou não.
Art. 39 .
A iluminação começa ao escurecer e se estenderá até a meia noite,
salvo em noites dos dias: 5e, 6e e sábado da Semana Santa, sábado
do Espírito Santo, sete de Setembro, 2 de Dezembro, véspera de
Natal e noites de espetáculos, quando se prolongará até o amanhecer.
Art. 49 .
Os lampiões serão de bocal n 0 1 e darão luz correspondente a 6
velas e serão limpos diariamente, ou quando seja preciso.
Art. 59 .
A conservação dos lampiões será por conta do contratante.
Art. 109 .
O contratante se encarrega da iluminação mediante a quantia de
2$450 por espaço de um ano, a contar desta data, sendo porem os
pagamentos mensais. .
Pindamonhangaba, 25 de novembro de 1874.
RENOVADO POR DOIS ANOS.
DOCUMENTO N9 13.
LIVRO DE REGISTROS DE CONTRATO. Vol. 47 DO ARQUI-
VO MUNICIPAL DE PINDAMONHANGABA, página 28.
TERMO DE CONTRATO QUE FAZ O PRESIDENTE DA CÂ-
MARA, JOSÉ DOS SANTOS MOREIRA COM CÉSAR AUGUS-
TO DA COSTA PARA O CONTRATO DE ORGANIZAÇÃO DE
UMA EMPRESA FUNERÁRIA.
Art. 19 .
A Empreza será obrigada a conduzir gratuítamente nos veículos
da terceira classe aos que provarem indigência, com atestado do pa-
rocho ou do Presidente da Câmara.
172 -
Art. 29 .
A Empreza será obrigada a respeitar, os seguintes preços:
Tabela n9 1.
Carro de 6 colunas, todo pintado de preto, com sarrafas de ve-
ludo, franjas de ouro, puchado por 2 animais, cocheiro fardado
40$000.
Caixão com tampo de veludo, com galão e vendas finas, cruzeiro
de seda, alças de metal, com fechadura de metal 200$000.
Entêrro de 2 3 .
carro — 20$000.
caixão 95$000.
Entêrro de 3 3 .
carroça fechada, puchada por um animal 15$000.
caixão, simples, sem enfeites 40$000.
Tabela n9 2 (para infantes).
Carro de 4 colunas, todo pintado de encarnado ( ?), com sarafos
de damasco de seda.
FONTES E BIBLIOGRAFIA.
I. — FONTES MANUSCRITAS.
Arquivo do Estado de São Paulo.
Tempos coloniais — Maços de População de Pindamonhangaba -- (1773-1820).
Latas 136, 137, 138, 139 e 140.
Arquivo da Câmara Municipal de Pindamonhangaba.
Livro de Registros de Contratos — Vol. 47 — 1873-1909.
Atas da Câmara Municipal de Pindamonhangaba — Vol. 8, 9, 10, 11 e 12 —
1862-1886.
III. — FONTES IMPRESSAS•
DOCUMENTOS INTERESSANTES para a História e Costumes de São Paulo —
publicação oficial do Arquivo do Estado de São Paulo — Volumes I a
LXXXIII — (1894-1956).
III — LIVROS.
ABREU (Waldomiro de). — Notas para a História de Pindamonhangaba. Gráfi-
ca Tupy. Rio de Janeiro, 1957.
ALMEIDA (João Martins de). — Vultos de Pindamonhangaba. 2 3 série. Grá-
fica Tupy. Rio de Janeiro, 1958.
AYROSA (Plínio). — Primeiras Noções de Tupi. São Paulo, 1933.
GUIZARD (Filho Féliz). — Jacques Félix. Atenia Editôra. São Paulo, 1938.
LEME (Pedro Taques de Almeida Paes). — Nobiliarchia Paulistana Histórica e
Genealógica. 3 volumes cem estudo crítico, por Afonso de E. Taunay.
Livraria Martins Editôra, São Paulo, 1953, 3 3 edição.
MARCONDES (Athaide). — Pindamonhangaba. 1 3 edição. Tipografia Espindo-
la. São Paulo, 1907. 2 3 edição, 1922.
MARQUES (Manuel Eufrásio de Azevedo). — Apontamentos Históricos, Geo-
gráficos, Estatísticos e noticiosos da Província de São Paulo. 2 volumes.
Livraria Martins Editôra. São Paulo, 1952.
MENDES DE ALMEIDA (João). — Dicionário Geográfico da Província de São
Paulo. São Paulo, 1902.
-- 174 -