Banco de Questões P1 - Anki

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 66

1 - Qual o efeito do defeito na expressão genica das seguintes moléculas AIRE

O efeito é a autoimunidade. Isso acontece porque o gene AIRE codifica a proteína AIRE,
que é uma proteína transativadora presente no timo, cuja função é induzir a expressão de
peptídeos self periféricos, de forma que eles sejam apresentadas via MHC aos linfócitos T
em amadurecimento. Isso facilita a seleção negativa dos linfócitos T autorreativos. Sendo
assim, com o defeito na expressão do gene AIRE ocorre uma falha no mecanismo da
tolerância central que resulta na não apresentação de antígenos self a linfócitos T
autorreativos e no consequente escape da seleção negativa, de forma que esses linfócitos
T autorreativos amaredurecem e vão para periferia, onde iniciam uma resposta imune.

2- Qual o efeito do defeito na expressão genica das seguintes moléculas MHC II

O efeito é a não ocorrência da ontogenia de TCD4. Isso acontece porque o MHC de classe
II é responsável por apresentar antígenos self às células Th0, que se diferenciam em TCD4
no processo de seleção dos linfócitos T imaturos na medula do timo

3 - Qual o efeito do defeito na expressão genica das seguintes moléculas RAG-1

O efeito é linfopenia periférica. Isso acontece porque a RAG-1 é envolvida tanto na


formação dos receptores TCR e BCR nas fases de pré-T e pré-B, respectivamente. Essa
enzima é responsável por catalisar a escolha aleatória dos pontos de clivagem V, D e J e V
e J, quando ativada por IL-7. Sendo assim, no caso de defeito na expressão genica dessa
proteína, a ontogenia tanto de linfócitos B quanto de linfócitos T é impossibilitada,
resultando em linfopenia periférica.

4 - Qual o efeito do defeito na expressão genica das seguintes moléculas: mutação na


proteína que sintetiza esfingosina-1-fosfato

O efeito é linfopenia periférica de linfócitos T. Isso acontece porque a esfingosina-1-fosfato é


uma quimiocina presente no sangue e na linfa que interage com o receptor de
esfingosina-1-fosfato dos linfócitos T virgens, atraindo as células T virgens dos gânglios
para o sangue e para a linfa. Sendo assim, na ausência de esfingosina-1- fosfato, as T
virgens permanecem no gânglio, resultando em uma linfopenia periférica de linfócitos T.

5 - “Sabe-se que a asma tem relação com o fenótipo Th2 e que as células T primitivas
contribuem com a severidade da asma.” Explique tais relações.

As células T primitivas não passam pelo processo de seleção no timo, podendo, então, ser
autorreativas e identificar antígenos inofensivos como agressivos e formando um TCR com
baixa variabilidade. Além disso, as T primitivas são capazes de apresentar antígenos via
CD1 e de liberar citocinas que ajudam a APC na diferenciação de TCD4 em seus
respectivos fenótipos, inclusive o Th2. Assim, com o auxílio da T primitiva, a APC libera IL-4
(terceiro sinal) para diferenciação em Th2, que produz IL-3, IL-4, IL-5, IL-6 e IL-13. A IL-4 e
a IL-13 induzem a troca de classe de IgM para IgE, que desencadeia a degranulação dos
mastócitos, enquanto que a IL-5 é quimiotática para eosinófilos. Com isso, há liberação de
histamina, leucotrienos (responsável pela broncoconstrição), tromboxanos e
prostaglandinas.
6 - Qual o fenótipo responsável pela resposta imune celular?

O fenótipo Th1

7 - Como a resposta imune celular colabora com diferente células do sistema imune
na proteção contra micro-organismos intracelulares?

O fenótipo Th1 libera IFN-gama, que induz a troca de classe dos linfócitos B de IgM para
IgG1 e IgG3 e aumenta o poder microbicida dos fagócitos. Com o estímulo de IFN-gama, os
macrófagos se unem para formar uma célula gigante e, caso essa medida não seja
suficiente, a célula gigante formada vai liberar fator estimulante de fibroblastos (FEF),
recrutando fibroblastos que depositam colágeno em torno dessa célula, formando o
granuloma, que irá conter o patógeno e será mantido pelo Th1, com produção periódica de
IFN-gama. Além do IFN-gama, o fenótipo Th1 libera IL-2, que auxilia na diferenciação dos
linfócitos TCD8 em linfócitos T citotóxicos (CTL).

8 - Como se da a atuação dos anticorpos IgG na resposta imune?

A neutralização ocorre pela capacidade do IgG se ligar com alta afinidade ao antígeno,
bloqueando a interação antígeno-célula e impedindo a infecção celular. A interação dos
domínios variáveis do IgG que está aderido à superfície dos patógenos com a proteína C1
auxilia na ativação da via clássica do sistema complemento. Já a opsonização acontece
porque o Th1 libera IFN-gama, que induz a troca de classe dos linfócitos B de IgM para
IgG1 e IgG3, que opsonizam o patógeno, contribuindo com a fagocitose. Por fim, os IgGs
fixados na parede das células infectadas aproximam os receptores Fc das células Natural
Killers (NK), ativando-as.

9 - Complete com as situações que levam os linfócitos aos seguintes


destinos/diferenciação fenotípica:
A) Apoptose:
B) Treg Natural:
C) T madura:
D) T anérgica:
E) Th1:
F) Th2:
G) Th17 patogênica:
H) Th17 protetora:
I) CTL:
J) Th1:

A) Apoptose: primeiro sinal sem segundo sinal e ausência de um sinal de sobrevida


B) Treg Natural: FoxP3
C) T madura: CD4/ CD8
D) T anérgica: reconhecimento de autoantígeno sem coestimulação necessária ou ativação
de receptores inibitórios (CTLA-4, PD-1)
E) Th1: IFN-gama
F) Th2: IL-4, cortisol, catecolaminas
G) Th17 patogênica: IL-1beta, IL-6 e IL-23
H) Th17 protetora:TGF-beta, IL-1beta, IL-6 e IL-23
I) CTL: apresentação de antígeno pela APC via MHC I
J) Th1: IL-12, GH, prolactina

10 - Quais são os fatores geradores de variabilidade no processo de formação de


BCRs?

O primeiro fator é a expansão clonal das células pró-B induzidas por IL-7, que amplia as
possibilidade de recombinações na região variável. O segundo é a RAG-1, que catalisa a
escolha aleatório do local de clivagem das sequências V, D e J e V e J. O terceiro fator é a
Artemis, que abre o grampo formado após ação da RAG-1 em um sítio não dirigido. E o
último é a TdT, que é responsável por transferir até 20 nucleotídeos, formando o molde para
ação da DNA polimerase.

11 - Descreva os mecanismos de seleção de linfócitos T no timo.

Existem 4 destinos para as T imaturas no seu processo de seleção, a partir do grau de


afinidade que têm pelo MHC: Se a T imatura reconhecer com altíssima afinidade a cadeia
lateral do MHC, ela sofre seleção negativa com ativação das caspases, o que leva à morte
por apoptose. Se a T imatura reconhecer a lateral do MHC com alta afinidade, mas não o
suficiente para ativar as caspases, essa T vai se tornar Treg ou anérgica, que sofre
apoptose na periferia se não receber um sinal de sobrevivência. Se a T imatura não tiver
nenhuma afinidade com a lateral do MHC, ocorre uma tentativa de reedição do TCR. Caso
isso não seja eficaz, ocorre ativação das caspases e apoptose. Se a T imatura reconhecer
com baixa afinidade a lateral do MCH, essa T imatura receberá o sinal de sobrevivência,
sofrendo seleção positiva, e vai se tornar uma T madura que migra para a periferia.

12 - Cite duas consequências imunológicas para a retirada do baço.

As células B da zona marginal do baço são responsáveis por responder a antígenos de


natureza polissacarídica. Portanto, com a retirada do baço ocorre deficiência na geração da
resposta imune adaptativa a antígenos de natureza polissacarídica, resultando em maior
susceptibilidade a infecções por bactérias encapsuladas, como Pneumonia e Meningite.
Além disso, as hemácias possuem receptores que interagem com opsoninas, podendo
carrear vários antígenos opsonizados por proteínas do complemento para serem eliminados
no baço. Então, sem o baço, esses imunocomplexos tendem a se acumular

13 - Qual a importância da C3 na resposta imune e por que sua ausência pode causar
infecção e beneficiar Neisseria?

A proteína C3 é importante na resposta imune porque atua na formação de C3 convertase


na via alternativa do sistema complemento, que desencadea uma cascata de reações até a
formação do complexo de ataque à membrana (MAC), que causa ruptura celular e lesa à
lise da Neisseria. Sendo assim, a ausência de C3 impossibilita a formação de MAC, que
beneficia a Neisseria.

14 - “IgG de baixa afinidade indica que uma infecção ainda está em curso.” Essa
afirmativa está correta? Justifique
Sim. Na fase inicial da resposta, o primeiro anticorpo a ser produzido é o IgM, por
plasmócitos de vida curta, que também podem liberar IgG com baixa afinidade. Entretanto,
IgGs de alta afinidade só podem ser liberados por plasmócitos de vida longa, presentes no
centro germinativo, decorrentes dos processos de hipermutação somática e de maturação
de afinidade, que aumenta a afinidade do anticorpo ao antígeno sucessivamente, durante a
fase tardia da resposta. Portanto, IgG de alta afinidade é sinal de infecção passada,
vacinação ou infecção crônica, enquanto o de baixa afinidade é sinal de uma resposta ainda
em curso.

15 - Por que é baixa a probabilidade de doador de medula ideal entre irmãos?

Um doador de medula ideal é aquele com MHC idêntico, uma vez que o MHC é envolvido
no processo de rejeição de transplantes. Como cada filho recebe 2 haplótipos diferentes
entre si (um do pai e um da mãe), a probabilidade de 100% histocompatibilidade entre
irmãos é de apenas 25%.

16 - Descreva a atuação dos macrófagos na resposta imune contra patógenos.

Quando o patógeno invade o tecido, os macrófagos reconhecem padrões moleculares


associados à patógenos (PAMPs) por seus receptores de reconhecimento de patógenos
(PRRs), que irá internalizar o patógeno em um fagossoma, que irá se fundir com um
lisossomo formando o fagolisossoma, onde iniciará o processamento do patógeno,
resultando na produção de peptídeos que serão apresentados pelo MHC de classe II,
permitindo que o macrófago também aja como APC, apresentando antígenosa linfócitos T
não-virgens. Além disso, eles liberam a tríade inflamatória (IL-1beta, IL-6 e TNF-alfa), que
aumenta a expressão de moléculas de adesão (selectinas, de baixa afinidade, e integrinas,
de alta afinidade) na superfície das células endoteliais, permitindo o processo de rolamento
de leucócitos que marginam o endotélio. A tríade também aumenta a permeabilidade
vascular e a vasodilatação, possibilitando a diapedese de leucócitos que chegam por
rolamento e dos próprios macrófagos. Além disso, os macrófagos ativam a NADPH oxidase,
responsável pelo burst respiratório que forma ROS, e a NOS, que potencializa a produção
de NO (vasodilatador). Os macrófagos também produzem IL-8, que é quimiotática para
neutrófilos, os quais também vão realizar diapedese e ir ao encontro do patógeno para agir
sobre ele, e PAF, fator de agregação plaquetária, que intensifica a expressão de moléculas
de adesão endoteliais e a formação de ROS. Por fim, o macrófagos também favorece a
regeneração tecidual através da fagocitose de células apópticas, secreção de fatores
angiogênicos e liberação de TGF-beta, que estimula os fibroblastos a produzirem matriz

17 - A inflamação aguda tem duração rápida e um exsudato (edema) bastante rico em


neutrófilos. Aponte os componentes microbicidas produzidos por essas células,
explicando os mecanismos pelos quais essas células contribuem para eliminar um
micro-organismo.

Os neutrófilos reconhecem padrões moleculares associados à patógenos (PAMPs) através


de receptores de reconhecimento de padrões (PRRs). A partir disso, ocorrem mudanças no
citoesqueleto do neutrófilos, de forma a fagocitar o micro-organismo, formando o
fagossoma, que se funde ao lisossomo, formando o fagolisossoma, que possui enzimas que
digerem o micro-organismo. A partir do reconhecimento por PRRs, os neutrófilos também
podem sofrer degranulação, liberando grânulos com enzimas e peptídeos antimicrobianos,
como as defensinas, que começam a digerir o patógeno no meio extracelular, colagenase,
que pode gerar dano tecidual por digestão da matriz extracelular, formando o pus, ROS,
pela ativação da NADPH oxidase e NO, um importante vasodilatador. Além disso, por causa
da perda da integridade das membranas, ROS desencadeia a projeção de histonas e DNA
para o meio externo, formando a NET, que ajuda a conter a infecção e a capturar
patógenos, processo denominado netose.

18 - Fale sobre os superantígenos.

Superantígenos são exotoxinas secretadas por bactérias extracelulares que se ligam


inespecificamente ao domínio constante do MHC II e a determinadas regiões variáveis do
TCR, causando uma ativação policlonal das células T e uma reação inflamatória
exacerbada e generalizada, podendo causar choque séptico.

19 - Descreva a imunopatogenia do choque tóxico

O choque tóxico é uma reação inflamatória exacerbada e generalizada. A presença de


grandes quantidades de PAMPs ou DAMPs faz com que os macrófagos produzam grandes
quantidades das citocinas da tríade (IL-1beta, IL-6 e TNF-alfa), causando vasodilatação,
aumento da permeabilidade vascular e aumento da expressão de moléculas de adesão no
endotélio vascular. Em excesso, pode causar diminuição do débito cardíaco, hipovolemia e
dano ao endotélio vascular.

20 - Como os anticorpos de classe IgG específicos para determinado antígeno podem


inibir diretamente as células B envolvidas na resposta contra esse antígeno?

A célula B possui em sua membrana BCR específico para determinado antígeno, que é
idêntico aos anticorpos específicos para esse antígeno (exceto pela parte que prende o
BCR na membrana, que é ausente no anticorpo). Quando há excesso de anticorpos no
organismo, eles podem se ligar ao receptor da região Fc ao mesmo tempo que o BCR,
ocorrendo reação cruzada induzindo o silenciamento dessa célula B.

21 - Explique a susceptibilidade à tuberculose pulmonar secundária nas seguintes


situações: Uma pessoa idosa

A tuberculose pulmonar secundária vem da reativação endógena de um foco primário. Uma


pessoa idosa apresenta, devido à imunossupressão natural da idade, comprometimento de
Th1, que é importante para a manutenção do granuloma pela produção de IFN-gama.
Assim, pode haver predomínio do fenótipo Th17, que libera IL-17, que induz IL-8, que é
quimiotática para neutrófilos, que promovem necrose liquefativa, associado a uma
desregulação do fenótipo Treg. Com isso, o paciente pode apresentar a forma cavitária da
doença, com formação de cavernas.

22 - Explique a susceptibilidade à tuberculose pulmonar secundária nas seguintes


situações: Uma mulher grávida no terceiro semestre
As mulheres grávidas tem-se um ambiente tolerogênico, a fim de que não ocorra prejuízo à
gestação. Assim, há um aumento da produção de estrogênio e progesterona, que
favorecem Treg, que produz IL-10, que é antiinflamatória e favorece Tr1 em detrimento de
Th1, prejudicando a manutenção do granuloma. Além disso, o fenótipo Tr1 auxilia a B a
produzir IgG2, que devido à sua ação como opsonina pode favorecer a infecção dos
macrófagos pela micobactéria. Sendo assim, a multiplicação do bacilo vai ser favorecida e a
pessoa desenvolve tuberculose secundária.

23 - “Em casos de Hanseníase Virchowiana, sabe-se que a resposta é Th1, uma


resposta irregular portanto. Porém o paciente com hiperglobulinemia apresenta ao
menos uma reposta parcial, com diminuição da gravidade da doença.” Você concorda
ou discorda da afirmativa?

Discordo. Na hansensíase virchowiana a hipergamaglobulinemia é prejudicial porque nesse


polo maligno há ausência do fenótipo Th1 na pele, com consequente incapacidade de
neutralizar o invasor, já que não há produção de IFN-gama, que aumentaria o poder
microbicida dos fagócitos, por Th1. Além disso, os linfócitos T primitivos cutâneos secretam
grandes quantidades de IL-10, que favorece o fenótipo Tr1, que auxilia B a produzir IgG2.
Sendo assim, a atividade da imunoglobulina de opsonizar os antígenos e estimular a
fagocitose apenas facilita a multiplicação da bactéria, que acontece no interior dos
macrófagos.

24 - Descreva a resposta imune contra helmintos.

Pequenas partículas de vermes são capturadas pelas Células M e levadas a Placa de


Peyer. Lá, as T primitivas reconhecem os antígenos timo-independentes pelo CD1 e liberam
IL-4, que vai favorecer o fenótipo Th2. Por esse estímulo das T primitivas as célula
dendríticas também liberam IL-4, favorecendo ainda mais o fenótipo Th2. A Th2, por sua
vez libera IL-3, IL-4, IL-5, IL-6 e IL-13. A IL-4 e a IL-13 vão induzir a troca de classe de IgM
para IgE, além de atuar no hipotálamo estimulando a vontade de comer doce. A pessoa
então come doce, tem sede e bebe mais água. Entretanto, a reabsorção de água é
diminuída, o que leva a distinção intestinal, que gera estímulo vagal, com consequente
diarréia para tentar expulsar o verme. A IL-5 induz eosinofilia por função hematopoiética. O
IgE produzido vai se ligar ao mastócito, induzindo sua degranulação, que libera histamina,
que potencializa a inflamação. Se a IgE estiver ligado ao verme pelo Fab, o eosinófilo
reconhece a porção Fc do IgE e também degranula, liberando enzimas como a proteína
básica principal, que atua atacando o tegumento do verme.

25 - Quais são os componentes da imunidade inata?

Granulócitos são os neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Neutrófilos (65% dos leucócitos e a


função clássica é fagocitose), eosinófilos (aumentam em alergias ou por vermes), basófilos
(alergias e vermes). Há também outras células circulantes como monócitos, natural killer,
células dendriticas (fazem ligação com a imunidade adquirida pelos linfócitos T). E
residentes que são os macrófagos e mastócitos (há também células dendríticas residentes).

26 - Quais componentes do sistema imune não podem ser completamente integrados


na imunidade inata nem na adquirida?
Linfócitos T não clássicas tem marcadores que a determinam como T, mas tem um
comportamento mais para imunidade natural. Também existem linfócitos B não clássicos.

27 - Quais são os componentes da imunidade adquirida?

Linfócitos B clássicos e linfócitos T clássicos. Dentre os linfócitos T, os T CD4+ estão em


maior quantidade que T CD8+. São subordinadas as células dendríticas. Há também os
linfócitos B que produzem anticorpos, mas estão muito subordinados as células T, existe
B-1, B-2 e BZM (B da zona marginal).

28 - Quais fatores devem ser considerados para uma resposta imune bem sucedida?

O paciente tem que ter os genes funcionais de resposta imune de interesse. Temos
variações genéticas na resposta imune. Os genes são influenciados por cargas ambientais,
ações epigenéticas, modulando a expressão de genes. E precisa ser levado em conta a
história prévia de imunizações ativas (natural ou artificial), vacinação ou infecção.

29 - Uma célula do sistema imune, circulantes e residentes, precisam ser estimuladas.


E elas só podem receber esse estímulo se elas tiverem receptor. Quais tipos de
receptor as células do sistema imune podem ter? Onde chegam as vias de
sinalização?

Pode ser de membrana, dentro do citoplasma (se o estímulo for lipídico), dentro do núcleo.
Se a célula é estimulada, são ativadas vias de sinalização que chegam ao núcleo,
independente onde esteja o receptor.

30 - A célula que foi estimulada tem que responder, a menos que a célula tenha perda
de receptores e seja hipofuncional. Mas no geral, tem resposta e os efeitos são
vários. Cite 4 exemplos

Efeito intracelular, como por exemplo, aumentar as vias microbicidas (fagócito recebe um
estímulo, fagocita, cascata, transcrição de genes e aumenta enzimas dentro dos
lisossomos, por exemplo).
Aumentar a sobrevida celular (inibindo a morte por apoptose, por exemplo).
Induzir proliferação (mitoses).
Liberar substâncias em via autócrina, parácrina e/ou hormonal

31 - O que são citocinas?

As citocinas são glicoproteínas importantes, que são muito liberadas para acionar uma
resposta de curta e de longa distância.

32 - O que é HLA?

HLA são moléculas de histocompatibilidade principal. Moléculas que expressam nas células
de imunidade inata e tem como função apresentar peptídeos para os linfócitos T. O
polimorfismo desse loci pode contribuir pro bem ou pro mal no desfecho de uma doença.
33 - O que são SNPs?

SNPs - polimorfismos de nucleotídeos simples que geram variedade de HLA.

34 - O que são eventos epigenéticos?

Eventos epigenéticos - alterações nos nucleotídeos que alteram a expressão do alelo ou do


gene.

35 - O que é uma reação inflamatória?

Conjunto de eventos que envolvem a cooperação de mediadores da imunidade inata e


também da imunidade específica. Os mediadores pró inflamatórios também são oriundos
das células parenquimais do órgão afetado. Gera os sinais cardiais clássicos: calor, rubor,
tumor/edema, dor e perda do órgão (dependendo da intensidade da inflamação).

36 - Por que um trauma mecânico gera reação inflamatória mesmo sem


microrganismos?

O trauma mecânico já vai causar um dano no epitélio e esse dano local vai liberar células
necrosadas, o que já leva a um processo inflamatório e liberação de mediadores
inflamatórios, além da cascata de coagulação. O que tem no material danificado do tecido
são os DAMPs - padrões moleculares associados ao dano, mais especificamente são
proteínas e glicoproteínas liberadas pelo tecido injuriado que ativam uma reação
inflamatória. Sendo uma inflamação asséptica, isso tende a se auto limitar.

37 - No caso de um trauma mecânico acompanhado por invasão bacteriana, qual


seria a primeira frente de combate? Geralmente essa linha de defesa é suficiente?

Tentativa de fagocitose do invasor. A primeira célula é o macrófago, primeira frente de


combate. Dificilmente ela vai conseguir resolver sozinha e vai precisar acionar outras
células circulantes, um outro tipo de leucócito, para ajudá-la, em geral é o neutrófilo, que sai
do vaso sanguíneo, vai para os tecidos e colabora com os macrófagos

38 - Como os macrófagos recebem ajuda?

Para isso, o macrófago precisa ser ativado, liberar mediadores inflamatórios, causar
inflamação e, assim, recrutar neutrófilos para a área de infecção.

39 - Descreva a atuação dos macrófagos na resposta imune contra patógenos

Os macrófagos liberam a tríade inflamatória estimulados pelos PAMPs que reconheceram


pelos PRRs. A tríade aumenta a expressão de moléculas de adesão (selectinas, de baixa
afinidade, e integrinas, de alta afinidade) na superfície das cells endoteliais, permitindo o
processo de “rolamento” dos leucócitos que marginam o endotélio e também expressam
(constitutivamente) essas moléculas de adesão. A tríade também aumenta a
permeabilidade vascular e a vasodilatação, possibilitando a diapedese dos leucócitos que
chegam por rolamento e dos próprios macrófagos. Os macrófagos também ativam o
complexo enzimático de NADPH oxidase (burst respiratório), que vai formar ROS, e a NOS
induzível que potencializa a produção de NO (vasodilatador) e de radicais livres derivados
do nitrogênio. Além disso, os macrófagos produzem também IL-8, que é quimiotática para
neutrófilos, os quais também vão sofrer o processo de rolamento e realizar diapedese, indo
ao encontro do patógeno para agir sobre ele.

40 - Explique em detalhes o papel dos macrófagos

Os macrófagos são células residentes provenientes da diferenciação dos monócitos. Os


macrófagos possuem receptores PRRs que reconhecem PAMPS (padrões moleculares
associados a patógenos) que acabam por induzir sinalização celular, fatores de transcrição
e modificação da expressão gênica. O reconhecimento do PAMP induz alterações no
citoesqueleto do macrófago, que se polimeriza e engloba o microorganismo. Esse processo
é conhecido como fagocitose. Após a formação da vesícula (fagossomo) ela passa para o
meio intracelular. O pH intravesicular vai ficando cada vez mais ácido. Em determinado
momento ocorre o encontro do fagossomo com o lisossomo, formando o fagolisossomo. O
lisossomo conta com enzimas digestivas e peptídeos antimicrobianos que auxiliam na
degradação do patógeno. Para auxiliar nessa digestão, têm-se estruturas que foram
induzidas pela mudança na expressão gênica como a óxido nítrico sintaseinduzível, que
gera óxido nítrico (tóxico para o microorganismo). Também temos a NADPH oxidase
(fagócito oxidase) que gera intermediários reativos de oxigênio (radicais livres) e que
também contribuem para essa degradação. A mudança da expressão gênica induz
aparecimento de citocinas que vão provocar alterações vasculares e o recrutamento celular.
As citocinas da tríade inflamatória (IL-1, IL-6 e TNF-alfa) vão provocar afrouxamento das
junções do endotélio e aumento da expressão de proteínas de adesão. O PAF aumenta a
permeabilidade e vasodilatação. Prostaglandinas também vasodilatam. Leucotrienos
aumentam permeabilidade. O PAF também é fator quimiotático de neutrófilos. É importante
ressaltar que a inflamação também gera dano tecidual, seja por radicais livres,
degranulação, entre outros. E para regeneração tecidual o macrófago é importante, pois
fagocita as células apoptóticas geradas e também libera TGF-beta, induzindo fibroblastos a
produzirem matriz. Fatores angiogênicos também estão relacionados com a regeneração
tecidual.

41 - Como é formado o fagolisossomo?

O patógeno é fagocitado formando uma vesícula pelo macrófago. Essa vesícula é chamada
de fagossomo e imediatamente através de um rearranjo do citoesqueleto, as enzimas de
uma organela chamada lisossomo são direcionadas para dentro do fagossomo, formando o
fagolisossomo

42 - Discuta sobre receptores envolvidos na fagocitose e os eventos envolvidos na


morte dos microorganismos fagocitados.

A fagocitose é mediada por receptores de reconhecimento de padrão, tais como os


receptores do tipo Toll e os do tipo Nod. Algumas vezes o antígeno se encontra opsonizado,
e o fagócito também tem receptor para essas opsoninas (ptns b do complemento e
anticorpos). Ao reconhecer um PAMP ou DAMP, ocorre uma mudança na membrana
plasmática, que envolve o antígeno e o internaliza em uma vesícula, o fagossoma, que se
funde com o lisossoma formando o fagolisossoma. A partir daí, ocorre o estímulo para
liberação de diversas substâncias microbicidas, como enzimas proteolíticas, radicais livres
de oxigênio, NO, etc. Esses agentes são responsáveis pelo ataque intracelular ao
microorganismo invasor. Em caso de microorganismos muito grandes para serem
fagocitados, ou muito resistentes, os neutrófilos são capazes de formar redes de DNA
cromossômico (a célula se rompe) associado a histonas e enzimas granulares adsorvidas,
que funciona como uma teia que força o contato da histona e das enzimas com o patógeno.
Esse processo é conhecido como NET.

43 - Descreva os mecanismos microbicidas executados pelos fagócitos diante de


micro-organismos invasores.

Os mecanismos microbicidas executados por fagócitos ocorrem por estímulo da ligação


entre o receptor do fagócito e o PAMP/DAMP e a fusão do fagossoma com o lisossoma e
esses mecanismos são: (1) as enzimas proteolíticas do lisossoma; (2) o pH ácido do
lisossoma; (3) a conversão de oxigênio molecular em ânions de superóxido e radicais livres
de oxigênio (ROS), extremamente tóxicos; (4) a formação de NO, que também é uma
substância microbicida; e (5) a formação de compostos derivados da reação do NO com os
ROS, também tóxicos.

44 - O que faz as células produzirem citocinas?

A presença de estímulos, e no contexto de infecção - a presença de PAMP - padrão


molecular associado a patógenos.

45 - Cite 3 tipos de mediadores pró inflamatórios proteicos

Interleucinas, exemplos: IL-1B, IL-6, IL-12, IL-23. NF alfa que é o fator alfa de necrose
tumoral que é uma citocina que causa necrose de tumor. E quimiocinas, responsáveis pela
atração de células pelo local de inflamação, por exemplo a IL-8, que é a liberada pelos
macrófagos para recrutar neutrófilos.

46 - Cite 3 mediadores pró inflamatórios lipídicos

PAF (fator ativador de plaquetas), prostaglandinas e os LTs (leucotrienos - C4, D4, E4).

47 - Explique porque quando a infecção é causada por vírus temos algumas nuances
em termos de citocinas.

A imunidade inata e as células infectadas pelo vírus no local da infecção produzem grandes
quantidades dos chamados interferons do tipo 1 (IFN alfa e IFN beta), o nome interferon foi
a sua descoberta no contexto de interferir com a replicação do vírus.

48 - Exemplifique 5 tipos de PAMPs não proteicos

LPS, glicoproteínas, peptideoglicanos, DNA bacteriano, RNA bacteriano.


49 - Exemplifique 2 tipos de PAMPs proteicos.

Fimbrias e flagelos

50 - O que é que as células da imunidade inata tem que ter para reconhecer os
PAMPs?

Receptores de padrões moleculares. Exemplos de receptores são os do tipo Toll, LEctina do


tipo C, NOD, RIG e sensores de DNA

51 - Existe 5 famílias de receptor para PAMPs - a mais estudada é a família de


receptores do tipo TOLL ou TLRs. Qual tipo de PAMP o TLR-1, TLR-2 e o TLR-6
reconhecem?

O TLR-1, TLR-2, heterodímeros formam um único receptor para reconhecer peptidoglicanos


de bactérias Gram positivas, e é expressa na superfície na célula da imunidade inata.

52 - Existem 5 famílias de receptores para PAMPs - a mais estudada é a família de


receptores do tipo TOLL ou TLRs. Qual tipo de PAMP o TLR-4 reconhece?

O homodímero TLR-4 reconhece o LPS

53 - Existe 5 famílias de receptor para PAMPs - a mais estudada é a família de


receptores do tipo TOLL ou TLRs. Qual tipo de PAMP o TLR-5 reconhece?

O TLR-5 reconhece a flagelina.

54 - Existe 5 famílias de receptor para PAMPs - a mais estudada é a família de


receptores do tipo TOLL ou TLRs. Qual tipo de PAMP o TLR-3, TLR-7, TLR-8 e TLR-9
reconhecem?

O TLR-3, TLR-7, TLR-8 e TLR-9 não são encontrados na membrana citoplasmática do


fagocito, e sim dentro de vesículas. Eles reconhecem material genético dos patógenos

55 - Exemplifique 3 famílias de receptores para PAMPs fora a família dos TLRs

Família RIG são intracelulares. Outra superficial, como a vectina 1, que reconhece beta
glucana, que é de fungo. Família NOD reconhece vários peptideoglicanos

56 - Os agentes infecciosas, onde quer que eles estejam, na célula, fora dela, em
vesículas ou dispersos no citoplasma, nós temos receptores chamados PRR -
receptores de padrão, que vão reconhecer esses PAMPs e isso que vai ativar a
cascata de sinalização. Qual o objetivo das vias tratando-se de reações
inflamatórias?

Induzir a ativação de transativadores - como complexo AP1, NF-KB - proteínas do


citoplasma que vão para o núcleo se ligar aos promotores de determinados genes e permitir
a transcrição do gene. Como estamos falando de reação inflamatória, muitos dos produtos
da transcrição são substancias pró-inflamatórias como citocinas, outras proteínas são
utilizadas para aumentar a sobrevida das células do sistema imune, o que é importante para
viabilidade por tempo o suficiente para atacar o invasor.

57 - Nem sempre a citocina pro inflamatória é produto direto da transcrição de gene.


A produção de determinadas citocinas pode demandar uma resposta mais complexa.
Nesse sentido, o que são inflamassomos?

Os inflamassomos são membros da família NOD, um conjunto de proteínas, ativados por


PAMPs. É formado pelo conjunto da proteína NLRP3 com a proteína adaptadora ASC

58 - Qual o papel da ASC nos inflamassomos?

Proteínas adaptadoras são utilizadas apenas para recrutar o próximo membro que vai ser
alvo de catalise, que seria a caspase 1 inativa, pró caspase 1, gerando a forma ativa que é
caspase 1, a qual gera citocinas na sua forma ativa.

59 - Por que é importante ativarmos o inflamassomo?

Porque é apenas a partir dele que algumas citocinas produzidas a partir da transcrição
nuclear podem ser sintetizada na sua forma ativa, por exemplo, interleucina 1 beta.

60 - Quando você tem o PAMP ligado a um PRR, vai haver uma sinalização, uma das
várias vias que são acionadas vai ativar uma enzima chamada fosfolipase A2 - cPLA2
(a via é a da PKC MAPK). Caracterize o papel da fosfolipase A2.

É uma enzima que degrada fosfolipídios de membrana, gerando, a partir da degradação dos
fosfolipídeos na parte interna da bicamada de produtos como o ácido araquidônico.

61 - Caracterize a via COX e LOX.

O ácido araquidônico pode ser consumido de forma subsequente por dois diferentes
complexos enzimáticos - COX, ciclo oxigenases, que é uma família que vai gerar diferentes
prostaglandinas, que tem efeitos como vasodilatação, vasoconstrição, agregação
plaquetaria, formação do edema. Por outro lado, pode ser consumido pela LOX -
lipooxigenase, formando os leucotrienos, principalmente os leucotrienos da série 4, A4, C4,
D4, E4 que estão envolvidos em vasoconstrição, broncoespasmo e aumento da
permeabilidade

62 - A COX e LOX estão presentes em todas as células da imunidade inata em


diferentes proporções. Explicite essa diferença entre macrófagos e eosinófilos.

Macrófago tem mais COX que LOX, assim, com acido araquidônico, produz mais
prostaglandinas. O eosinófilo tem mais LOX então tem uma tendência a produzir
leucotrienos.

63- -Quais são as armas bioquímicas usadas pelos fagócitos? E por que elas não são
suficientes?
O macrófago tem as enzimas lisossomias para o processo de digestão durante a formação
do fagolisossomo. E também há a síntese de radicais livres derivados do oxigênio e do
nitrogênio. O problema é que a quantidade de radicais livres no início da resposta imune é
muito baixa, por isso que quando o macrófago pede ajuda, ele não quer novas armas, quer
apenas que aumente a quantidade das mesmas armas bioquímicas para tentar matar o
invasor.

64 - Os mediadores inflamatórios vão ter que negociar com o endotélio vascular,


causando vasodilatação em nível arteriolar, aumento de permeabilidade na vênula. O
que significa vasodilatar e aumentar a permeabilidade?

Vasodilatar significa que vai chegar mais sangue, com menor velocidade. Aumento de
permeabilidade é que vai sair mais fluxo para fora do vaso.

65 - Cite 7 substâncias que causam vasodilatação arteriolar.

Vasodilatação arteriolar: histamina, prostaglandinas, bradicinina, IL-1B, TNF-alfa,


leucotrienos, prostaglandinas

66 - Cite 4 substâncias que causam aumento da permeabilidade venular

Aumento de permeabilidade venular: histamina, leucotrienos, IL-1B, TNF-alfa

67 - O que são proteínas do sistema complemento?

Conjunto de 18 proteínas séricas produzidas pelo fígado que amplificam a função dos
anticorpos.

68 - O que é uma opsonina? Exemplifique

Opsoninas: C3b, iC3b, C3g,e - é toda e qualquer proteína que aumente a fagocitose.

69 - Como uma opsonina pode aumentar a fagocitose?

Os fagócitos tem que ter receptor para opsonina. Neutrófilos e macrófagos tem 4 tipos de
receptores (CR1 ao CR4). A opsonina é C3b, que está ligado a superfície do patógeno.
Assim quando o fagócito reconhecer o fragmento C3b, leva a fagocitose do patógeno.

70 - Como anafilatoxinas podem gerar a liberação de histamina? Qual a vantagem da


liberação de histamina?

As anafilatoxinas são as proteínas do Sistema Complemento C3a, C4a e C5a. Dentre serus
efeitos, está a ativação de mastócitos. que são a principal fonte de histamina. Histamina é
um mediador inflamatório pré-formado. Mastócitos têm grânulos, assim já tendo a histamina
pronta. Quando o mastócito é ativado, ele degranula, permitindo que a histamina já produza
seus efeitos rapidamente (diferente de proteínas que precisam de tempo para ainda serem
produzidas) – assim, logo percebemos os efeitos da histamina. A histamina acaba rápido,
no entanto, nesse tempo, já começa a produção de outros mediadores que levam aos
mesmos efeitos da histamina.

71 - O que é o MAC?

MAC - complexo de ataque de membrana: C5b-C9 (n). Molécula anfipática que atravessa a
membrana, formando verdadeiros buracos, interrompendo a bicamada de fosfolipídeos e
causando a lise osmótica.

72 - Qual a importância da proteína C3 na resposta imune e por que sua ausência


pode causar infecção e beneficiar a bactéria Neisseria?

A proteína C3 é importante na resposta imune porque atua na formação da C3 convertase


na via alternativa de ativação das proteínas do complemento e essa enzima desencadeia
um processo em cadeia, seguindo uma cascata de reações até a formação do Complexo de
Ataque à Membrana (MAC). Esse Complexo, por sua vez, participa do efeito biológico de
ruptura celular a partir da penetração desse chamado “túnel da morte” no microorganismo
(como na bactéria Neisseria, que é sensível ao MAC), levando ao extravasamento de água
da célula e à consequente lise celular. Dessa forma, a ausência da C3 resultaria em uma
não formação do MAC, prejudicando, assim, um mecanismo de proteção a infecções,
principalmente contra a Neisseria, a qual é, então, beneficiada nessa situação.

73 - Discuta como os produtos decorrentes da ativação da cascata do complemento


pela via alternativa podem amplificar tanto a inflamação quanto a eliminação dos
micro-organismos invasores.

A cascata do complemento auxilia na inflamação ao aumentar a quimiotaxia de neutrófilos e


a ação do endotélio, além de ativar mastócitos (ptns a do complemento, também
conhecidas como anafilatoxinas). Já a eliminação do microorganismo invasor ocorre tanto
pelo complexo de ataque à membrana (MAC), caracterizado pela polimerização de ptns do
complemento que termina por formar poros na membrana de bactérias capsuladas do
gênero Neisseria e levam à Lise osmótica. Além disso, as ptns b do complemento são
ótimas opsoninas, moléculas que auxiliam na fagocitose pois fazem com que ao reconhecer
a opsonina ligada ao antígeno, o processo deixa de depender do reconhecimento do
PAMP/DAMP via PRR

74 - Qual fragmento do complemento é quimioatraente para neutrófilos?

C5a

75 - Durante o processo inflamatório, os eventos vasculares devem garantir que


células circulantes do sistema imune inato possam entrar no tecido e ajudar o
macrófago em questão, para isso, as citocinas inflamatórias vão induzir a expressão
de moléculas de adesão no endotélio vascular das famílias. Quais são essas
moléculas? Especifique os papéis.
Seletinas e integrinas. Seletinas servem para reduzir a velocidade, para que os leucócitos
façam o rolamento e marginação no endotélio que está inflamado. As integrinas garantem a
firme adesão para que depois elas realizem a transmigração ou diapedese, elas tem como
contrarreceptor uma imunoglobulina.

76 - O que faz os neutrófilos migrarem após a diapedese para o foco de infecção?

Os macrófagos ativados produzem quimiocinas, importantes pra chamar neutrófilos - a IL-8.


O c5a, pequeno fragmento do sistema complemento, também é quimioatraente para
neutrófilo. O neutrófilo tem receptor pro c5a, chamado c5aR. É um gradiente de
concentração, onde é a fonte de síntese de substancias quimioatraentes.

77 - Como os neutrófilos são ativados?

Reconhecimento dos PAMPs (pela Toll, NOD...) e DAMPs. E por reconhecimentos de


citocinas inflamatórias: IL-1B, TNF-alfa e IL-12. No geral, por ambos os processos.

78 - Caracterize os neutrófilos quanto ao tempo de vida e armas bioquímicas.

Neutrófilo é uma célula extremamente alucinada. Ela vive 6 horas. Tem um arsenal
enzimático muito mais variado que o macrófago. Tem três tipos de grânulos específicos.
Produz radicais livres e formam NET

79 - -O que são NETs?

Quando os neutrófilos morrem, todo material de degradação dentro dele é eliminado e


formam NET - neutrophils extracellular traps, com citoesqueleto, material nuclear, que
aprisionam bactérias que estão fora.

80 - A inflamação aguda tem duração rápida e um exsudato (edema) bastante rico em


neutrófilos. Aponte os componentes microbicidas produzidos por essas células,
explicando os mecanismos pelos quais essas células contibuem para eliminar um
micro-organismo.

Os neutrófilos fazem parte da imunidade inata, constituindo a maior parte dos leucócitos
circulantes (60 a 65%). São células que possuem receptores de PAMPs (PRRs),
reconhecendo esses Padrões Moleculares Associados a Patógenos. São capazes de
realizar fagocitose, degranulação e formam armadilha extracelular de neutrófilo (NET),
contribuindo, com isso, para a eliminação do microorganismo. A fagocitose é um processo
que se inicia a partir do reconhecimento de PAMPs, uma vez que a partir disso ocorre
mudança na conformação do citoesqueleto do neutrófilo, o qual assim emite
prolongamentos citoplasmáticos, internalizando o microorganismo. Há formação do
fagossoma, que ao se unir ao lisossoma da cell, forma o fagolisossoma. Dessa forma, o
microorganismo entrará em contato com as enzimas lisossomiais, que vão digeri-lo. É a
partir também do reconhecimento do microorganismo que o neutrófilo pode sofrer
degranulação, liberando grânulos com enzimas e peptídeos antimicrobianos (como as
defensinas) que começam a digerir o patógeno antes mesmo desse ser fagocitado. Dessa
forma, enzimas como a colagenase são liberadas, podendo gerar dano tecidual associado
ao processo inflamatório, formando pus (que é rico em neutrófilos), e relacionado à digestão
da matriz celular da região em que está o ocorrendo a invasão. Cabe considerar ainda o
processo de netose, em que ocorre a perda da integridade das membranas dos neutrófilos
quando da ativação da NAPH oxidase, que forma ROS (Espécies Reativas de Oxigênio) e
radicais livres, desencadeando a projeção para o meio externo da NET, que é formada por
filamentos de DNA descondensado que sofreu extrusão do núcleo e que ajuda a conter a
infecção, a capturar os patógenos e a forçar o contato desses com as enzimas dos
grânulos. Por fim, os componentes microbicidas produzidos pelos neutrófilos são ROS
(espécies reativas de oxigênio), NO (cuja produção basal já ocorre no endotélio, mas é
aumentada pelos neutrófilos) e radicais livres, além de enzimas (como as colagenases) e
peptídeos antimicrobianos (como as defensinas) liberados nos grânulos.

81 - Como é o mecanismo de ação das células natural killer (NK)?

Tem receptores para PAMPs e DAMPs, não é fagocitica. Reconhecem alterações nas
células infectadas por vírus ou transformadas por neoplasia e libera substancias toxicas,
perforinas, que faz o poro e as granzimas entrarem e destroem o material genético das
células humanas e dos vírus. Garantindo a morte. As células NK identificam e matam
células humanas deficientes na expressão nos seres humanos do HLA de classe I - o MHC
- complexo de histocompatibilidade principal.
82 - As células NK estão associadas a produção de que citocina?

São uma fonte do interferon gama (tipo 2), citocina muito importante na resposta
inflamatória. Ao produzir interferon gama, a NK vai ajudar a aumentar o poder fagocitico dos
fagócitos - macrófagos e neutrófilos, amplificando o mecanismo microbicida.

83 - Linfócitos T não clássicas tem marcadores que a determinam como T, mas tem
um comportamento mais para imunidade natural. Também existem linfócitos B não
clássicos. Exemplifique linfócitos primitivos.

ILC1, ILC2, ILC3 (células linfoides inatas)

84 - Caracterize linfócitos primitivos

Residentes, presentes principalmente nas regiões que podem ser mais invadidas por
patógenos como mucosas. Tem origem de linfócito T, mas não tem as habilidades
funcionais de uma T! Podem reconhecer PAMPs e DAMPs, podem ser estimuladas por
várias citocinas liberas no local de inflamação. Elas não são fagocíticas clássicas, não são
citotóxicas (não liberam granzinas e perforinas). Participam da resposta imune liberando
citocinas que vão potencializar a inflamação.

85 - Quais citocinas ILC1 produz?

ILC1 produz interferon gama e TNF alfa que ativa o macrófago e a produção de radicais
livres.

86 - Quais citocinas ILC2 produz?


ILC2 produz IL-4, IL-5, IL-13 e vão ser importantes contra os vermes intestinais, porque
essas citocinas produzidas por essas células vão induzir a produção de muco, causam
vasodilatação, reparo celular, etc

87 - Quais citocinas ILC3 produz?

ILC3 libera IL-17, IL-22 que aumentam a capacidade dos macrófagos de fagocitarem, de
produzirem peptídeos microbianos e aumentam a sobrevida do epitélio.

88 - Quando há inflamação, as citocinas produzidas no local podem chegar na


corrente sanguínea e ativar o fígado. Uma das que tem predileção é a IL-6, que
aumenta a síntese das proteínas do sistema complemento e aumentar a síntese de
varias proteínas que o fígado geralmente produz em homeostase. Exemplifique essas
proteínas.

Fibrinogênio, que forma a rede de fibrina e depois é degradado formando d-dímeros, que
mostra a ativação intravascular sendo um marcado para algumas doenças como covid.
Proteína C reativa que atua como opsonina, aumenta a fagocitose. Proteína amiloide sérica
que favorece a remoção de material necrosado evitando perpetuar a inflamação. E
proteínas que vão ativar o complemento pelas vias da lectina.

89 - Centros do hipotálamo vão ser ativados por citocinas, dentre essas a IL-1. Qual é
o seu papel?

IL-1 é conhecido como pirógeno endógeno por desregular o termostato causando febre. A
febre acaba sendo um mecanismo de proteção, porque aumenta as reações imunológicas e
reduz a capacidade dos patógenos de se desenvolverem.

90 - Qual o papel do TNF nos centros hipotalâmicos?

TNF agindo nos centros hipotalâmicos causam perda do apetite, reduzindo a capacidade
nutricional e diminui a perda de disponibilidade pros patógenos, também induz sonolência -
comportamento do doente

91 - Como é possível descobrir o tipo de agente microbiano de uma infecção a partir


de um leucograma?

Se você tiver infecção bacteriana, neutrófilos ficam aumentados. Se for infecção viral você
vai ter incremento de monócitos e linfócitos. O que induz a mudança na hemotopoiese são
fatores de colônia, como GM-CSF, que favorece a formação de neutrófilos pela medula
óssea, produzidos pelas células do local de inflamação.

92 - Um exemplo de imunidade específica são os anticorpos. Quem produz


anticorpos?

Células B, os melhores anticorpos a B só consegue produzir se receber ajuda da T CD4+.


93 - A célula T CD4+, sozinha, consegue auxiliar a produção de anticorpos pela célula
B? Explique

Para que esta adquira competência para ajudar, precisa de uma célula da imunidade inata -
as células dendríticas. Na pele são chamadas de Langerhans, são residentes, ao
reconhecer PAMPs elas desaderem e migram para o órgão linfoide secundário mais
próximo (um gânglio) e para em uma sub região do gânglio - região do paracórtex, que
concentra as células T, para apresentar pedaços de antígenos.

94 - O que faz uma célula dendrítica migrar? E por que ela migra para o gânglio, na
região do paracortex?

Ativação pelos PAMPs. Passa a expressar altos níveis de receptor de quimiocina, chamado
CCR7. Na região do paracortex são produzidas muitas quantidades das quimiocinas que se
ligam ao CCR7, o CCL19 e CCL21.

95 - Por qual componente as células apresentadoras de antígeno fazem essa


apresentação?

Os peptídeos são apresentados pelo HLA e reconhecidos por receptores específicos para
os peptídeos.

96 - Explique brevemente o caminho entre o reconhecimento dos PAMPs por


receptores até ativação de células T

Reconhecimento dos PAMPs por receptores de padrões como do tipo Toll, sinaliza, induz
expressão de genes que codificam citocinas pró inflamatórias, as proteínas desses
patógenos vão ser degradadas no fagolisossomo pelas proteases gerando um conjunto de
peptídeos lá dentro, que vão competir e se ligar um por vez no MHC, que vai para
superfície, para que seja apresentado a uma célula T específica que tem o TCR, receptor
de célula T, para que ela seja ativada.

97 - Qual tipo de macrófago está envolvido no reparo da inflamação?

Quando conseguimos debelar a infecção a gente precisa resolver o dano causado - o


macrófago M2 está envolvido no reparo da inflamação.

98 - Diferencie células T com memória efetora e células T com memória central

Células T com memória efetora tem duração de semanas ou poucos meses após
eliminação do invasor. A central é de duração de anos após a eliminação do invasor

99 - O que são epítopos?

Os epítopos são as regiões que os receptores verdadeiramente reconhecem. Menor porção


do antígeno que é reconhecida por receptores, da imunidade inata ou específica. Se
repetem, a resposta é rápida e ampla. Receptores da imunidade adaptativa reconhecem
regiões que não são compartilhadas, epítopos diferentes.
100 - Como identificamos as células na hematopoiese?

Por marcadores. CDs são grupamentos de diferenciação (temos mais de 300), diz se está
madura, o tipo e outras informações.

101 - A variação temporal desde a entrada do patógeno para indução da resposta


imune específica pode durar 10 dias, 15 dias, 20 dias e as vezes 4 meses para que
seja bem induzida. Por que pode demorar tanto?

Vários patógenos, como o agente causador da tuberculose - micobacterium tuberculose,


tem várias estratégias de escape, de evitar a imunidade natural, assim, retarda também o
inicio da imunidade específica. Com o advento da vacina BCG, ganhamos tempo e
respondemos mais rápido.

102 - O que é inóculo em relação a resposta imune?

Temos um limiar de quantidade de patógeno. Inóculo é a quantidade mínima do parasita


para que se acione uma resposta imune.

103 - O objetivo da resposta imune adaptativa é debelar a infecção e a medida do


patógeno é eliminado, a resposta inflamatória também vai decair e sobra a memoria
imunológica. O que significa ter memória imunológica em termos de resposta imune,
de forma simplificada?

Torna as células reativas em um tempo muito mais curto e não tão dependentes da
imunidade inata.

104 - Existe uma célula que emite projeções em formato de dedo, as células
dendríticas, que estão em todos os lugares, mas principalmente nos locais de
invasão microbiana - sobretudo mucosas. Elas reconhecem os patógenos através de
PRR, como os da família Toll. Se descola, desadere, ganha mobilidade e vai em
direção as células T em tecidos linfoides secundários regionais (mais próximos).
Essa migração é guiada por quimiocinas que são produzidas em determinadas
regiões dos órgãos linfoides secundários como os gânglios linfáticos. Que
quimiocinas são essas?

São a CCL19 e CCL21. A célula dendrítica tem que ter receptor CCR7 para essas
quimicionas.

105 - Compare as principais características das respostas imunes inata e adaptativa

A resposta imune inata é mais rápida, mas é menos específica que a RI adaptativa. Sua
importância consiste não só em um ataque rápido e direto contra o patógeno, mas também
na ativação das células T da resposta adaptativa por meio da apresentação de antígenos
pelo MHC e na quimiotaxia de leucócitos por meio da liberação de citocinas,. A RI inata
consta com diversos tipos celulares, dentre eles os monócitos, macrófagos, mastócitos,
células dendríticas, células NK, basófilos, eosinófilos, além de proteínas como as de fase
aguda e as do complemento, diversas citocinas e mediadores lipídicos. Ela reconhece
PAMPS (padrões moleculares associados a patógenos) e DAMPS (padrões moleculares
associados ao dano), que são moléculas menos específicas que aquelas reconhecidas
pelas células da imunidade adaptativa, o que causa uma resposta menos eficiente. Não há
formação de memória ou qualquer tipo de autorregulação. É a principal resposta
relacionada ao processo inflamatório, que tem como principal objetivo a vasodilatação e o
aumento da permeabilidade vascular. A resposta imune adaptativa, por outro lado, tem ação
menos rápida, mas é muito mais eficiente, visto que os receptores expressos pelos linfócitos
são extremamente antígeno-específicos. Tem como representante os linfócitos B (B1, B2 e
B2 da zona marginal do baço), que podem ser B de memória ou se diferenciar em
plasmócitos, e linfócitos T (TCD4 e TCD8). Os linfócitos T precisam de uma APC da
resposta inata para serem ativadas, e algumas B precisam de T, que precisa da APC, logo,
a resposta adaptativa depende quase que totalmente da inata. Os linfócitos T só
reconhecem antígenos de origem proteica, e o linfócito B reconhece as diferentes origem
bioquímicas dos antígenos, não necessitando diretamente da apresentação e
processamento de um antígeno por outra célula. A resposta imune adquirida possui
capacidade de formar memória imunológica e é autorregulada.

106 - Caracterize a estrutura dos linfonodos ligada ao sistema imune.

Linfonodos tem os vasos que chegam, os aferentes, os que saem, eferentes. A dendrítica
vai para uma região que concentra célula T, que é área paracortical do gânglio linfático, os
quais tem a região de córtex, medular e paracórtex. Células T ficam 2 ou 3 dias esperando
ser ativadas no paracortex. Os folículos são as regiões das células B.

107 - O que é MHC?

MHC é um complexo de genes (loci), altamente polimórficos, que codificam glicoproteínas


de superfície celular especializadas na apresentação de moléculas antigênicas aos
linfócitos T. Tem duas classes - I e II.

108 - Temos vários genes polimórficos no mapa genético humano, o mais polimórfico
de todos é o loci que codificam o HLA. Onde as moléculas de HLA são expressas?

Todas as células do corpo humano expressam algum tipo de MHC, mas apenas algumas
são APCs (células apresentadoras de antígeno) profissionais e que portanto são capaz de
induzir resposta imune adaptativa.

109 - Quais são as principais células apresentadoras de antígenos (APCs)?

As principais células apresentadoras de antígenos (APCs) são as células dendríticas


(resposta imune primária), macrófagos e linfócitos B. Apresentam peptídeos e liberam sinais
solúveis. No primeiro encontro as principais são as dendríticas e se há uma reinfecção,
podemos contar com macrófagos e linfócitos B.

110 - Por que existem dois tipos de classe de MHC?


Existem 2 tipos de MHC porque existem 2 tipos de células T - CD8+ e CD4+. Toda e
qualquer peptídeo acoplado ao MHC de classe I só pode ser reconhecido pela T CD8+.
Todo e qualquer peptídeo que se acople a classe II terá que ter uma CD4+ específica.

111 - Caracterize a(s) cadeia(s) do MHC de classe I.

O MHC de classe I é uma única cadeia. B2 microglobulina é uma chaperona (auxiliam


cadeias polipeptídicas com função biológica), faz parte da estrutura geral. A cadeia alfa tem
3 domínios - N terminal ou alfa 1, alfa 2 e alfa 3, junto ao peptídeo conectante. É uma
proteína integral de membrana.

112 - Caracterize a(s) cadeia(s) do MHC de classe II.

O MHC de classe 2 é um heterodímero. Uma cadeia alfa com 2 domínios, alfa 1 e 2,


peptídeo conectante e a cadeia beta com o peptídeo conectante. A fenda é formada pelo
primeiro domínio da cadeia alfa com o primeiro domínio da cadeia beta.

113 - Em qual cromossomo encontramos o loci do HLA?

No meio do braço curto do cromossomo 6 encontramos o loci do HLA.

114 - Quais genes codificam MHC de classe I?

Os gene A, B e C são os principais, outros são pseudogenes ou são genes que codificam
MHC de classe I não clássico, isto é, que não apresenta peptídeos

115 - Como funciona a codificação dos genes em relação a cadeia alfa do MHC de
classe I?

Cada gene principal codifica um tipo de cadeia alfa. Gera 3 alelos: HLA-A, HLA-B e HLA-C,
em um sistema de codominância - 6 moléculas de HLAs na superfície das APCs (A da mãe,
A do pai, B da mãe, B do pai, C da mãe e C do pai).

116 - O que gera o polimorfismo do HLA?

A sequência de aminoácidos na fenda é extremamente variada, é a principal diferente entre


os alelos, que gera o grande polimorfismo.

117 - Quais são os locus principais do MHC de classe II?

O MHC de classe II é dividido em três locus principais DP, DQ e DR. O DM não tem uma
participação tão significativa.

118 - Quantas opções de alfa e beta estão disponíveis para cada alelo do MHC de
classe II?

Os alelos são HLA DP, com duas opções de alfa e duas opções de beta (4 combinações);
HLA-DQ, com duas opções de alfa e duas opções de beta (4 combinações); DR, com uma
opção de alfa e 9 opções de beta (9 combinações). Como é codominância, tem que
multiplicar por 2 (4 + 4 + 9 = 17 | 17 x 2 = 34), havendo então 34 moléculas de HLAs na
superfície das APCs.

119 - O que é haplótipo?

Haplótipo: conjunto de alelos (um materno e outro paterno) que formam um gene

120 - Todas as APCs expressam de forma constitutiva, apenas o seu nível é


amplificado por citocinas inflamatórias. Há um aumento então de quantidade, de 100
para até 200 mil moléculas. Com qual objetivo de aumentar a quantidade de
moléculas de MHC de classe 1 e 2 durante um processo inflamatório que invoca uma
infecção?

Aumentar a chance de apresentar peptídeos dos patógenos.

121 - A fenda do HLA é formada pelos domínios alfa 1 e alfa 2 onde o peptídeo deve
se encaixar. Como são organizados os aminoácidos na fenda?

Alguns aminoácidos do peptídeo são âncoras porque permitem um ancoramento, o encaixe


do peptídeo na fenda, enquanto outros aminoácidos ficam para cima porque serão
reconhecidos pela TCR. A fenda é pequena, cabe apenas 10 aminoácidos.

122 - Cite uma vantagem e uma desvantagem do polimorfismo do HLA.

Polimorfismo tem a vantagem da oferta incrível de fendas diferentes


Desvantagem que é a problemática da rejeição ao transplante.

123 - Por que é baixa a probabilidade de doador de medula ideal entre irmãos ?

Primeiramente deve-se avaliar que um doador de medula ideal é aquele com MHC idêntico,
um vez que o MHC é o complexo envolvido no processo de rejeição em transplantes. Sendo
assim, a probabilidade de histocompatibilidade entre irmãos é baixa (25%) porque cada filho
recebe 2 haplótipos (um do pai e um da mãe) diferentes entre si.

124 - Por que a mistura de raças dificulta a localização de doadores compatíveis?

Porque a miscigenação intensifica os efeitos do polimorfismo gênico do Complexo Principal


de Histocompatibilidade na população e o MHC está envolvido no processo de rejeição em
transplantes. Logo, quanto maior a variabilidade na expressão da fenda do MHC, menor a
probabilidade de se encontrar um doador

125 - O que diferencia a fenda do MHC de classe II em relação ao de classe I?

A fenda do MHC de classe II é mais aberta, tem aminoácidos âncoras mas já pode ligar
peptídeos de 30 aminoácidos. É formada pelo domínio 1 da cadeia alfa e o domínio 1 da
cadeia beta.
126 - Toda vez que você tiver um patógeno disperso no citoplasma, sobretudo vírus,
todas as proteínas desse vírus serão degradadas em uma sopa de peptídeos que vão
competir para se ligar ao MHC de classe I. Qual a consequência da ligação desses
peptídeos ao MHC de classe I?

Esses peptídeos serão apresentados para T CD8+ que se for ativada irá eliminar a célula
humana que está carregando o parasita dentro do citoplasma (efeito citotóxico).

127 - Se o patógeno estiver dentro de vesículas, como a Leishmania ou a


Mycobacterium tuberculosis, as proteínas serão degradadas pelas enzimas
lisossomais, os peptídeos irão competir e se ligarão ao MHC II. Qual a consequência
da ligação dos peptídeos com o MHC de classe II?

O MHC de classe II vai ser encaminhado para superfície para ser reconhecido pela célula T
CD4+ que organiza a morte do invasor por recrutar outras células.

128 - Bactérias extracelulares são reconhecidas por fagocitose ou se forem toxinas


são reconhecidas por endocitose. As proteínas vão sofrer ação do fagolisossomo,
que gera peptídeos que competem para se ligar ao MHC de classe II. Qual a
consequência da ligação dos peptídeos ao MHC de class

Os peptídeos serão reconhecidos pelas células T CD4, com objetivo maior de produzir
anticorpos pela ativação das células B e eliminar as bactérias ou toxinas.

129 - Qual a função das moléculas TAP 1 e TAP 2?

TAP 1 e TAP 2 transportam os peptídeos degradados pelo túnel da morte, chamado


proteosssoma, que são 25 subunidades enzimáticas, cujos sítios catalíticos estão para
dentro do túnel, que vai clivar proteínas do citoplasma, as quais são direcionadas para o
proteossomo.

130 - Em que compartimento celular é sintetizado o MHC de classe I?

Retículo endoplasmático rugoso sintetiza MHC I.

131 - Qual o papel da calnexina?

A calnexina é uma chaperona que segura a cadeia alfa. Quando a beta 2 é sintetizada ela
se encaixa e a calnexina se desgruda.

132 - O que faz uma proteína ser direcionada ao túnel da morte?

Proteína velha começa a ficar desnaturada. A ubiquitina, uma pequena proteína


citoplasmática que identifica outras proteínas que estão perdendo a sua conformação
natural, ao se ligar nas regiões hidrofóbicas da proteína alterada, direciona para dentro do
proteossoma.
133 - Por que que os peptídeos gerados pelo proteossoma encaminhados por TAP 1 e
TAP 2 para luz do retículo não se grudam a fenda do MHC II?

A cadeia polipeptidica - a cadeia invariante - é uma chaperona grande que ocupa


temporariamente a fenda. Diante da vesícula carregando MHC II, a cadeia se desprende e
vai indo para superfície, se funde com o lisossomo, que tem pH ácido, o qual vai desnaturar
a cadeia invariante. As proteases lisossomiais vão clivar a cadeia invariante em posições
estratégicas. Um dos produtos da degradação é o CLIP - parte da cadeia invariante que fica
ligada a fenda, uma ligação muito frouxa. Os peptídeos gerados pelo fagolisossomo podem
competir entre eles. O CLIP sai e um peptídeo entra.

134 - Caracterize a ligação do MHC com o TCR nos superantígenos

Superantígenos são proteínas ou glicoproteínas bacterianas ou virais que simplesmente


fazem uma ligação entre o MHC com qualquer TCR. A sinapse imunológica é inespecífica.
Podem fazer parte da estrutura do patógeno - endotoxina - ou serem liberadas pelo
patógeno - exotoxina. Ativam vários clones de células T - resposta policlonal.

135 - Peptídeos de patógenos citosólicos conseguem ser expressos em MHC-II?

Sim, pela autofagia: proteínas citoplasmáticas ficam presas dentro de vesículas derivadas
do retículo endoplasmático (autofagossomos). Essas vesículas se fundem com lisossomos.
Essa propriedade mais clássica das células dendríticas.

136 - Peptídeos de patógenos endossomais conseguem ser expressos em MHC-I?


Sim, pelo escape para o citoplasma: ruptura da membrana do fagossoma, como por
exemplo, por toxinas do parasita. Em algum momento será ubiquitinizadas, encaminhada
para o protesossoma, os peptídeos encaminhadas por TAP 1 e TAP 2 para dentro do
retículo. Essa propriedade mais clássica das células dendríticas.

137 - Qual o efeito da deficiência na expressão gênica do MHC-II?

O efeito é a não ocorrência da ontogenia de TCD4+. A criança nasce sem TCD4. Isso
porque o MHC de classe II, expresso em todas as APCs profissionais, é responsável por
apresentar Ags self às células Th que vão se diferenciar em TCD4 (CD4 interage com o
domínio 2 da cadeia beta do MHC II) no processo de seleção das células T imaturas na
medula do timo. Portanto, em uma condição em que há deficiência na expressão gênica
desse Complexo Principal de Histocompatibilidade, não vai ocorrer a formação de células
TCD4+.

138 - Onde as células T são formadas e diferenciadas?

Nos órgãos linfoides centrais/primários - medula óssea e timo. A célula T tem apenas seu
primeiro momento de formação na medula óssea. As células em processo de diferenciação
caem no sangue periférico e são direcionadas ao timo - glândula atrás do externo, acima do
coração. As células que migram para formar-se dentro do timo e saem são chamadas de
linfócitos T maduros, porém virgens, já que não tiveram contato com o peptídeo para que
são específicos.
139 - Onde as células B são formadas?

A célula B começa a sua formação e termina na própria medula óssea

140 - Em quais locais ficam as células B e T formadas?

Uma vez a célula B ou T sejam formadas, ambas serão células maduras e vão recircular
entre sangue e a linfa, passando pelos órgãos linfoides periféricos/secundários que não
estão comprometidos com gerar essas células. No trajeto dos vasos linfáticos temos os
gânglios linfáticos e no sangue periférico nós temos o baço. Temos tecidos linfoides
cutâneos e das mucosas que também recebem células T

141 - Como a CCR9 está relacionada com a formação de células T?

O único fenômeno dentro das pró T é a proliferação que elas sofrem antes de serem
lançadas na circulação sanguínea. São lançadas mantendo a expressão da CD2 (só é
expressa em células com origem de linfócito T), mantendo receptor para IL-7 e ganhando
agora, indo para periferia, a expressão de CCR9 que é de grande importância para
direcionar a migração dentro do timo.

142 - Como é a estrutura do timo?

É uma glândula capsulada que emite trabéculas, que divide cada lobo em lóbulos. A parte
mais externa de cada lóbulo é o córtex e a parte mais interna, que tem menos células
(palcicelular) é a região medular, que tem os corpúsculos de Hassal onde as células velhas
são direcionadas para morte.

143 - A célula pró T se prolifera, expressa o CCR9, sai da medula óssea, cai na
circulação periférica, entra na região córtico-medular do timo. O que ocorrem com
essas células no timo?

São chamadas pela CCL25 para encontrar com as células enfermeiras, as quais produzem
IL-7 e hormônios tímicos (HT) - timosina, timolina e timopoetina. Permitem que as pró T que
chegaram iniciem o próximo estágio, o pré-T, dividido em pré-T inicial e pré-T tardio. Ambas
as fases vão acontecer enquanto as T estão agarrados nas células enfermeiras.

144 - Caracterize a estrutura do TCR.

TCR é uma glicoproteína que atravessa a membrana com um peptídeo conectante. É um


heterodímero formado cada cadeia de dois domínios, alfa1-beta 1 e o domínio alfa 2-beta 2.
Ambas as cadeias estão ligadas de forma covalente por pontes dissulfeto, devido a
presença em posições conservadas do aminoácido cisteína. Nos primeiros domínios (alfa 1
beta 1) tem as regiões variáveis, é onde temos a grande variabilidade gerada por uma
sequencia de eventos genéticos que recebe o nome de recombinação gênica. O domínio
alfa 2 beta 2 é uma região constante, em contraposição a outra região. O par mais usado é
o alfa-beta, em mais de 70% das células humanas, mas existe gama-delta.
145 - Qual cadeia do TCR é sintetizada primeiro?

A primeira cadeia sintetizada é a beta e depois a cadeia alfa

146 - Os domínios variáveis vão reconhecer o peptídeo pelo qual o TCR é específico,
e esse reconhecimento, dependendo da afinidade, vai ativar as cadeias associadas
que são sintetizadas em conjunto com o TCR. Quais são as cadeias associadas e que
função apresentam?

As cadeias associadas são as moléculas CD3 e o homodímero cadeia zeta, que tem uma
pequena porção extracelular e a maior parte está submersa no citosol, já que está envolvido
na sinalização. Essas cadeias associadas são também proteínas integrais de membrana. O
TCR é uma molécula que tem uma pequena calda citoplasmática, o que incapacita ser uma
molécula sinalizadora. Portanto quando o TCR é encaminhado para superfície, há
necessidade dele ir junto com essas cadeias associadas, sem elas, não iria para superfície.

147 - Como ocorre a ativação das moléculas CD3 e da cadeia zeta associadas ao
TCR?

A ativação das moléculas CD3 e da cadeia zeta ocorre mediante reconhecimento do


peptídeo pelas regiões variáveis dos dois domínios alfa 1 e beta 1 da TCR, as cadeias
associadas são ativadas por ativação alostérica - essas cadeias sofreram alterações
conformacionais mediante reconhecimento do peptídeo. Essas alterações expõem sítios
escondidos para iniciar a sinalização, são chamados ITAMs - motivos de ativação do
imunorreceptor que possui o aminoácido tirosina.

148 - Para formar o domínio variável da cadeia beta do TCR contaremos com um
complexo de enzimas que realizará a recombinação. Que enzimas são essas e quais
genes estão envolvidos na formação desse domínio?

São as enzimas recombinases - recombinase a1 e a2. As recombinases vão escolher 1 dos


genes da família V, 1 dos segmentos D e 1 dos J. As sequências estão em uma posição tal
em que seja sempre VDJ. As RAGs são endonucleases, elas escolhem, aproximam e
cortam a fita dupla de DNA.

149 - O que acontece com os genes que não são escolhidos na formação da cadeia
beta do domínio variável do TCR?

Toda a sequência de genes não usada vai ser cortada e vai formar uma estrutura circular,
como se fosse um plasmídeo, que depois é destruído pela célula. O que sobrar vai ficar em
um estado de heterocromatina, ou seja, vai ser silenciado.

150 - É uma grande vantagem da RAG escolher, aproximar, cortar, mas não unir, é que
isso vai formar um grampo, devido a proximidade física e uma hidroxila no terminal 3'
e do fosfato na 5, que vai ser aberto por um enzima, a qual não é sítio dirigido,
mudando completamente a sequência de aminoácidos que vão formar o TCR. Qual
enzima abre o grampo e qual enzima completa o molde formado?
Artemis pode abrir até 5 nucleotídeos, a cada 3 nucleotídeos forma-se o códon. A enzima
que completa o molde é a DNA polimerase.

151 - Qual o papel enzima TdT?

TdT - desoxirribonucleotidil terminal transferase transfere nucleotídeos sem molde a um


terminal cego, chamados nucleotídeos N. Já que a DNA polimerase completa, mas não
fecha, mantendo um sítio de adição de nucleotídeos, onde a TdT vai atuar, pode transferir
até 20 nucleotídeos sem molde.

152 - Quais enzimas terminam o processo de formação da cadeia beta do domínio


variável do TCR?

A DNA polimerase atua novamente após a adição de nucleotídeos sem molde pela TdT e,
por fim, a ligase IV adiciona o ultimo par de nucleotídeos. A ligase IV não atua antes para
que haja mais variabilidade (10^18 TCRs).

153 - Após a formação da cadeia beta, o TCR é ainda um pré-TCR inicial. Qual a
próxima etapa na formação de célula T?

Antes de fazer a cadeia alfa, ocorre novamente a expansão clonal. Sob a influência de IL-7
e HT, há mitoses sucessivas. Cada uma vai formar a sua cadeia alfa.

154 - Quais as diferenças entre a formação da cadeia beta e da cadeia alfa?

A formação da cadeia alfa é simplesmente idêntico, só tem um porém, não tem a


possibilidade de D. O lócus que codifica essa região é V J e não V D J.

155 - Após a formação da cadeia beta e da cadeia alfa do TCR, o último fenômeno
para que a célula enfermeira libere as células é a co-expressão. Explique esse
fenômeno.

Temporariamente durante a formação no timo, as células T expressam os 2 marcadores


CD4 e CD8. TCR beta-alfa que expressa esses dois marcadores é chamado de linfócito T
imaturo.

156 - O que é a seleção de células T?

As células vão ser submetidas a uma criteriosa seleção para serem liberadas no sangue
periférico. As que sobreviverem a seleção serão linfócitos T maduros.

157 - Qual é o fenótipo (marcadores que determinam a célula) de uma T imatura?

CD4+CD8+CD2+TCR+CCR7+, não exibe mais o CCR9+.

158 - As células pró T chegam seguindo o trajeto dos vasos sanguíneos, adentram a
corticomedular, são chamadas para conectar com as células enfermeiras, as quais
liberam IL-7 e HT que vão induzir que tenham seu TCR e CD4 e CD8 - formando célula
T imatura. Por que as células T imaturas são liberadas e descem em direção a medula
do timo?

Porque na medula do timo são produzidas duas quimiocinas - CCL19 e CCL21 cujo
receptor é o CCR7+ expressado nas células T imaturas, capacitando-as de migrarem para
medula.

159 - O que são as regiões hipervariáveis?

Dentro da região variável temos as regiões hipervariáveis, pela atuação da artemis e da


TdT. Essas regiões são chamadas de regiões que determinam complementariedade,
referem-se as regiões que vão determinar o conhecimento dos peptídeos, a sua
complementaridade em termos de reconhecimento.

160 - As células T que sobreviverem a seleção se tornaram maduras e serão lançadas


no sangue. Como essas células T saem dos tecidos?

O lipídeo chamado esfingosina 1-P presente no sangue periférico humano é a quimiocina


que irá recrutar as células T que sobreviveram a seleção e agora estão maduras para irem
para o sangue periférico e se distribuírem para os órgãos e tecidos linfoides secundários. A
célula T madura passa a expressar o receptor para esfingosina 1-P se sobreviver a seleção.

161 - Explique quais as consequências para a resposta imune de uma criança com
mutação na proteína que sintetiza a esfingosina-1-fosfato.

Uma mutação na proteína que sintetiza a esfingosina-1-fosfato (S-1P) resultaria em uma


linfopenia periférica de células T. Isso porque as células T virgens expressam o receptor
para a S-1P e dependem dessa para recircularem. A ação quimiotática da S-1P sobre as T
virgens atrai essas células para a linfa/o sangue e permite a otimização do encontro das Ts
com seus Ags específicos (maior vigilância imune). Sob uma condição em que há mutação
na proteína que sintetiza a S-1P, as T virgens permanecem nos gânglios e a criança nasce,
portanto, com uma linfopenia periférica de células T e um consequente quadro de
imunodepressão

162 - Descreva os mecanismos de seleção de T no timo.

Existem 4 destinos para as T imaturas no seu processo de seleção a partir do grau de


afinidade dessas pelo MHC. Se a T imatura reconhecer com altíssima afinidade a cadeia
lateral do MHC, ela sofre seleção negativa e consequente ativação de caspases, o que leva
à morte por apoptose. Caso a T imatura reconheça com alta afinidade a lateral do MHC,
mas não suficiente para a ativação de caspases, essa T vai se tornar anérgica ou Treg. Se
não receber sinal de sobrevivência, essa T anérgica, por ter menor sobrevida, vai
posteriormente morrer por apoptose. Já a Treg vai para a periferia para evitar doenças
autoimunes. Em uma terceira situação, se não houver nenhuma afinidade com a lateral do
MHC é porque o TCR é anômalo, então ocorre reedição da cadeia alfa do TCR na tentativa
de modificação da especificidade. Caso esse rearranjo não seja eficaz, a T imatura terá
ativação de suas caspases e sofrerá apoptose. E, no último caso, se a cell reconhecer com
baixa afinidade a lateral do MHC, essa T imatura receberá o sinal de sobrevivência,
sofrendo seleção positiva, e vai se tornar T madura, a qual migra para a periferia.

163 - A escolha de VDJ ou VJ pode dar errado. Acima de 90% das T formadas pelo
rearranjo não são permitidas sair do timo, são selecionadas negativamente, porque
podem chegar códons de parada (pela atuação da artemis e TdT) e porque é um
evento aleatório e ao acaso, podendo gerar um auto peptídeo. Como podemos
identificar uma célula T que foi sintetizada um TCR auto reativo?

Temos que ter peptídeo sendo apresentado. Todas as células tanto do epitélio tímico do
córtex, quanto as células epiteliais da medula, como os macrófagos e monócitos que para lá
vão, como as células dendríticas, corpúsculo de Hassal, todas elas vão participar da
seleção, porque todas elas expressam MHC de classe I e de classe II, capacitando-as de
apresentar peptídeos.

164 - Que efeitos sobre a Resposta Imune e o Tecido Linfoide se observariam após a
timectomia em um recém-nascido e em um indivíduo adulto ?

Em um indivíduo adulto, não se observaria nenhum efeito uma vez que a timopoiese ocorre
durante a vida embrionária e o processo de seleção termina durante a primeira infância. Os
linfócitos T produzidos vão ser estocados nos linfonodos ou circular no sangue e na linfa,
então a retirada do timo em um indivíduo adulto não acarretaria nenhuma modificação. Já
em um recém nascido, a seleção de linfócitos T ainda não acabou, uma vez que a
ontogenia de T ocorre no terceiro trimestre de gravidez e a seleção só termina durante a
primeira infância. Dessa forma, uma timectomia realizada em um recém nascido acarretaria
uma deficiência na seleção de linfócitos T e a consequente existência de linfócitos T
autorreativos, o que aumentaria drasticamente as chances de ocorrência de doenças
autoimunes.
165 - Como há a diferenciação entre T CD4 e T CD8?

A célula T imatura tem TCR e CD4 e CD8. Suponhamos que a imatura se ligou ao peptídeo
na fenda de MHC I, a CD8 sobreviveu a seleção, isso vai mexer no seu genoma e essa
célula vai parar de expressar a molécula CD4 e se tornar T CD8 madura. Se por acaso uma
célula T imatura for ligar o peptídeo e sobreviver e o MHC for de classe II, essa célula que
sobreviveu perde a expressão do CD8 e vira uma célula T CD4 e pode ir para periferia.

166 - O destino de uma T depende da força de atividade do TCR como complexo MHC.
O TCR não tem só regiões que só reconhecem peptídeos, tem regiões que vão ver as
laterais do MHC, tanto classe I quanto classe II. O que acontece quando a afinidade
da T imatura for muito alta?

Se a afinidade da T imatura for muito alta, quer seja para o peptídeo quer seja pro MHC, ou
pelos dois, ao ponto da afinidade ser tão alta que vai ativar as caspases, envolvidas na
apoptose, essa célula morre.

167 - O destino de uma T depende da força de atividade do TCR como complexo MHC.
O TCR não tem só regiões que só reconhecem peptídeos, tem regiões que vão ver as
laterais do MHC, tanto classe I quanto classe II. O que acontece quando a afinidade
da T imatura for alta, mas não o suficiente para ativar as caspases?

Se a célula T imatura se ligar com alta afinidade ao complexo, mas não o suficiente para
ativar as caspases, não irá morrer, irá para o sangue periférico, mas executará uma função
nobre, de evitar as doenças auto imunes, são chamadas células T reg.

168 - O destino de uma T depende da força de atividade do TCR como complexo MHC.
O TCR não tem só regiões que só reconhecem peptídeos, tem regiões que vão ver as
laterais do MHC, tanto classe I quanto classe II. Como é caracterizada a afinidade das
células T efetivamente protetoras?

Células T através do TCR que reconheceram com baixa afinidade as laterais do MHC, mas
não reconheceu o peptídeo. A célula que sobrevive vai para o sangue periférico.

169 - O destino de uma T depende da força de atividade do TCR como complexo MHC.
O TCR não tem só regiões que só reconhecem peptídeos, tem regiões que vão ver as
laterais do MHC, tanto classe I quanto classe II. O que acontece com a célula T que
não apresenta afinidade para o complexo ou para as laterais do MHC?

Se a célula T não tiver afinidade para o complexo, nem para laterais, significa que o TCR é
anômalo, a célula é considerada defeituosa e sofre apoptose.

170 - As células dendríticas tímicas são induzidas a expressar um gene que codifica
uma proteína cuja sigla é AIRE - regulador de autoimunidade. Qual o papel dessa
proteína?

Proteína AIRE é um transativador que vai fazer com a que as dendríticas que estão no timo
passem a expressar proteínas de tecidos fora do timo - das glândulas e do trato digestório.
Possui objetivo de aumentar a oferta de proteínas que serão degradadas pelo
fagolisossomo e pelo proteossomo, gerando peptídeos que vão otimizar a seleção,
chamada de tolerância central.

171 - Qual o efeito da deficiência na expressão gênica da molécula AIRE?

O efeito é um quadro caracterizado por uma Síndrome de autoimunidade. Isso porque a


AIRE é uma ptn nuclear transativadora reguladora da autoimunidade produzida pelas cells
epiteliais tímicas responsável por controlar nessas cells a expressão de Ags de tecidos
periféricos (especialmente glandulares), disponibilizando, assim, peptídeos self para
apresentação via MHC às cells T em desenvolvimento. Isso facilita a seleção negativa das T
imaturas autorreativas. Dessa forma, em uma condição em que há deficiência na expressão
gênica dessa ptn, ocorre uma falha da tolerância central que resulta na não apresentação
de Ags self no timo e no consequente escape da seleção negativa das Ts específicas para
esses Ags. Essas Ts amadurecem e vão para a periferia, onde iniciam uma resposta imune
a órgãos endócrinos (Síndrome Poliendócrina Autoimune).

172 - Células T ficam circulando entre os gânglios, permanecem neles por cerca de 2,
3 dias. Nos gânglios linfáticos as T são encontradas no paracórtex. Nos folículos do
paracórtex encontramos as células B. Em todas as regiões há macrófagos e células
dendríticas. Como os leucócitos entram nos gânglios?

Endotélio entre o córtex e paracórtex, na região pericortical, encontramos vênulas que


apresentam fenômeno semelhante ao processo inflamatório. Células que expressam
moléculas para rolagem, diapedese, para entrada de leucócitos para dentro do gânglio.

173 - Linfócito entra pelas vênulas de endotélio alto fica em torno de 2 dias, se dirige
para outro gânglio e fica recirculando, volta sempre para o sangue periférico já que
segue o gradiente de concentração circulante de esfingosina 1-P. Quando a célula T
para de circular?

Quando célula dendrítica sai de um local de infecção e apresenta peptídeo para célula T
que tem o TCR específico, a célula T não vai mais ficar circulando, realizará uma sinapse
imunológica importante para ser ativada.

174 - Como é a estrutura do baço?

O baço tem a polpa vermelha - onde há estoque de hemácias. A polpa branca é a região
comprometida como órgão linfoide secundário. Zona marginal divide as polpas e é uma
zona de trânsito.

175 - Cite 2 consequências imunológicas da retirada do baço.

A deficiência na geração de resposta imune adaptativa a Ags de natureza polissacarídica e


o consequente aumento da suscetibilidade a infecções por bactérias capsuladas, como a
Pneumonia e a Meningite. Outra consequência da esplenectomia é a deficiência na
eliminação de imunocomplexos associados a patógenos, uma vez que as hemácias, por
possuírem receptores que interagem com as opsoninas, podem carrear vários Ags
opsonizados por proteínas do sistema complemento para dentro do baço, onde esses
imunocomplexos são eliminados

176 - Como são organizadas as placas de Peyer?

Na submucosa intestinal encontramos as placas de Peyer. Temos o folículo que concentra


os linfócitos B e temos como se fosse uma bainha que concentra os linfócitos T. Os
enterócitos da região não emitem longas nem microvilosidades, são as células M que são
alterações do epitélio de mucosa, para facilitar a entrada de patógenos e antígenos,
mantendo a nossa memória imunológica. O que tem subjacente as células M é uma coleção
organizada de linfócitos B e T para fornecer uma resposta imune e fortalecer a memória
imunológica.

177 - Como são organizadas as amígdalas palatinas?

Amígdalas palatinas são tecidos linfoides associados a mucosa. Com folículo de linfócito B
e bainha de linfócito T. Entre folículo e região de T temos macrófagos e dendríticas de forma
abundante
178 - Algumas células dendríticas são derivadas de monócitos, outras tem origem da
linhagem linfoide, independente da origem, pertencem a imunidade inata ou natural,
são células principalmente residentes, estão na linha de frente e migram em direção a
um tecido linfoide secundário. Que quimiocinas participam desse processo?

A migração é direcionada por quimiciocinas como a CCL19 e CCL21 produzida dentro de


uma região de órgão linfoide secundário, e as dendríticas tem o receptor para elas, o CCR7.
É o processo inflamatório que induz altos níveis de CCR7, permitindo que elas possam ir ao
encontro de Ts

179 - Existem gânglios linfáticos distribuídos pelo corpo humano. A quantidade de


rede ganglionar é maior onde existe maior risco de infecção - pele, mucosa.
Exemplifique gânglios linfáticos.

Mesentéricos, inguinais, paravertebrais, paracervicais, axilares

180 - As células dendríticas emitem longos processos digitiformes, citoplasmáticos,


isso faz com que aumente a sua superfície de contato e podendo fazer sinapse
imunológica com dezenas de células T por conta disso. As sinapses entre a célula
dendrítica migrante com células T estão relacionadas a moléculas de adesão, como
as integrinas ICAM-3, LFA-1 e imunoglobulinas como ICAM-1 e ICAM-2. Qual a
importância dessas moléculas de adesão?

Quanto maior for a quantidade de moléculas de adesão, mais tempo essa dendrítica fica
presa a célula T. Essa aproximação física é muito importante para que a célula T, através do
TCR, possa verificar o peptídeo, que está sendo apresentado pela célula dendrítica
acoplado a fenda de MHC. No caso do MHC classe I - células T CD8 e MHC de classe II -
células T CD4.

181 - O que é o primeiro sinal para a resposta das células T?


O primeiro sinal é o reconhecimento, determina o repertório de células T que serão
ativadas.

182 - O que acontece com as células T que recebem o primeiro sinal mas não
recebem o segundo sinal?

A ausência de co-estimulação (2º sinal) essa célula T entra em um estado chamado de


anergia - implica que a célula recebeu um estímulo sub-ótimo, reconheceu o peptídeo mas
não foi dado o segundo sinal. Por isso a diferença entre APC e APC profissional. A
profissional oferece o peptídeo e o segundo sinal.

183 - O que é o segundo sinal?

Segundo sinal é a interação da molécula CD28 da célula T virgem com algum dos 2
membros da família B7.
184 - Por que o segundo sinal é um dos grandes mecanismos que opera para
silenciar as células T auto reativas que não foram selecionadas negativamente no
timo?

As células T que recebem o primeiro sinal, na ausência de segundo sinal, entram em estado
de anergia periférica, é um dos grandes mecanismos que opera para silenciar as células T
auto reativas que não foram selecionadas negativamente no timo, mas que são silenciadas
na periferia - obedecendo a regra - toda célula que escapou do timo, vai para o sangue
periférico, reconhece o peptídeo para qual é específica e é subestimulada.

185 - As APCs expressam constitutivamente (o tempo inteiro) baixos níveis de B7-2,


não sendo capazes de fornecer o segundo sinal mesmo que se liguem a CD28.
Explique porque esse cenário se altera na presença de processo inflamatório.

Na presença de processo inflamatório, a APC aumenta a expressão de B7-2 e aparece a


expressão na superfície do B7-1, que não é expresso constitutivamente, é expresso por
indução pela inflamação, com afinidade de 100x maior com o C28 do que o B7-2.

186 - Explique o que ocorre quando a célula T faz sinapse com a APC profissional que
apresenta um peptídeo acoplado a um MHC e com segundo sinal

As células T são obrigadas a ficar presas durante muito tempo, porque as células que
representam o primeiro e segundo sinal, células T ativadas, passam a expressar CD69 que
inibe o receptor S1PR1 para um lipídeo quimioatraente presente no sangue periférico -
receptor 1 da esfingosina 1-P.

187 - Quais são os ligantes do CD28 (constitutivo)?

B7-2 e B7-1 (com sinônimos CD86 e CD80).

188 - Depois que a célula T perde a virgindade, deixa de ser "naive", torna-se uma
célula T ativada. Qual molécula passa a ser expressada na célula T?

CD154 (induzido), ligante do CD40 (constitutivo). Pode-se colocar CD40L para nomear a
CD154, já que significa ligante do CD40.

189 - Por que a presença do CD40 na APC com a ligante CD154 na célula T ativada
amplifica a ativação das APCs?

Por elevar a expressão de B7.

190 - O que significa dizer que células dendríticas tem baixo limiar de ativação?

Pouco sinal garante uma expressão rápida de moléculas co-estimuladoras (B7, CD40),
secreção de citocinas inflamatórias e aumentam a maquinaria molecular, envolvida no
processamento (aumenta a quantidade de proteossoma, de TAP 1 e TAP 2, de MHC de
classe I e II, enzimas lisossomiais) e apresentação de antígenos para os linfócitos T.
191 - Explique a capacidade das células dendríticas de realizarem apresentação
cruzada

Capacidade de uma dendrítica não obedecer as vias de processamento - quando por


exemplo proteínas citoplasmáticas podem ser processadas e apresentadas via MHC II e
assim como proteínas do fagolissossoma serem transportadas para o citoplasma e serem
degradadas pelo túnel da morte chamado proteossoma).

192 - Por que células dendríticas são as APCs mais envolvidas na indução de uma
resposta imune primária?

As células dendríticas são as APCs mais envolvidas na indução de uma resposta imune
primária (que precisa de muito sinal), mas as células B são excelentes APCs secundárias.

193 - Descreva as propriedades funcionais das células dendrídicas que as


caracterizam como as melhores células apresentadoras de antígenos durante uma
infecção primária.

As dendríticas podem ser caracterizadas como as melhores APCs profissionais pelos


seguintes motivos: (1) sua morfologia com grandes prolongamentos citoplasmáticos
aumenta a área de contato com os linfócitos e permite a apresentação simultânea para
diferentes células T; (2) ela, quando ativada, expressa CCR7, receptpr para CCL19 e
CCL21, quimiocinas atraentes para o linfonodo. Logo, ela é capaz de migrar do tecido
lesionado para apresentar o antígeno no timo, onde ocorre a ativação das células T; (3)
possui um baixo limiar de ativação, o que significa que um baixo contato com o
PAMP/DAMP já é suficiente para induzir a expressão de MHC, B7 e de citocinas
pró-inflamatórias; (4) possui muitas moléculas de adesão e (5) é capaz de realizar a
apresentação cruzada, na qual ela fagocita e processa o antígeno e então o transporta para
o citosol, para que seja apresentado via MHC de classe I.

194 - Quais as principais funções dos macrófagos na resposta adaptativa?

O macrófago, apesar de não ser capaz de ativar uma T virgem, também é considerado uma
APC profissional. Ele expressa B7 e CD40, moléculas que servem de segundo sinal para
ativação de T (não virgem), além do MHC de classe I (apresenta antígenos para TCD8) e
de classe II (apresenta antígenos para TCD4). Ao apresentar o antígeno para um linfócito T,
ele pode induzir a produção de anticorpos, neutralizar o antígeno, ativar o sistema
complemento, aumentar a atividade fagocítica do próprio macrófago, dentre outras
respostas da resposta adquirida.

195 - O que são ITAMs?

A cauda citoplasmática do co-receptor participa do processo de sinalização. O


reconhecimento do peptídeo pelo TCR induz ativação das cadeias associadas, como o
complexo CD3, sofrem mudança conformacional e expõem os ITAMs - motivos de ativação
baseado em imunoreceptor com tirosina - sequências presentes na cauda citoplasmáticas
que tem resíduos de tirosina e serão fosforilados por cinases. Ao serem fosforilados, os
ITAMs iniciam o processo de sinalização intracelular que culmina com a ativação de vários
transativadores - NFAT, NF-kB e o AP-1.

196 - O que são transativadores?

Transativadores são proteínas que vão induzir a transcrição de determinados genes,


durante o processo de ativação de T, NFAT, NF-kB e o AP-1 são transativadores são
fundamentais, induzidos a partir da sinalização oriunda da cauda citoplasmática das
proteínas associadas ao TCR - moléculas CD3 e cadeia zeta.

197 - Quais os objetivos das vias de sinalização ativadas pela cauda citoplasmática
do CD28?

Tem o objetivo de estabilizar a ativação do NFAT, NF-kB e o AP-1. Na ausência do segundo


sinal, o primeiro sinal induz a ativação dos transativadores de forma passageira e aborta o
processo de manutenção. Já na presença de B7 ligada ao CD28 a cascata de sinalização
acionada pela cauda citoplasmática do CD28 vai garantir uma expressão estável dos
transativadores. A cascata de sinalização vai estabilizar a produção de citocinas pela célula
T que está ativada.

198 - Como as vias associadas pela cauda citoplasmática do CD28 estabilizam a


ativação dos transativadores?

Essas vias associadas pela cauda citoplasmática do CD28 inibem proteínas envolvidas na
morte celular programada (ex: CBL-B), já que a célula ativada tem que ficar viva pelo maior
tempo possível. Enquanto induzem proteínas anti-apoptóticas (ex: BL-2 e BCL-XL), assim
como estabilizam os mRNA para diferentes citocinas. Quando dizemos que a cauda
citoplasmática a CD28, ligada a B7, estabiliza RNAm. Estamos dizendo que aumenta a sua
meia vida e, portanto, pode ser traduzido centenas de vezes, produzindo uma quantidade
absurda de citocinas pré-inflamatórias e transativadores.

199 - NF-kB, AP-1 e NF-AT vão para o núcleo induzir a expressão do gene que vai
codificar uma citocina e uma cadeia. Denomine essa citocina e a cadeia.

IL-2 e o receptor de alta afinidade - a cadeia CD25. Para T proliferar ela tem que liberar IL-2
e consumir
200 - Caracterize o receptor de IL-2

O receptor completo é um heterotrímero - cadeias alfa (induzida), beta e gama. A cadeia


alfa é o CD25. Toda T tem a dupla gama beta e responde muito pobre a IL-2, para
responder sem a cadeia alfa, teria que ser uma quantidade absurda de IL-2. Como a célula
T é ativada pelo primeiro sinal e segundo sinal, com a ativação sustentada dos
transativadores, a célula T passa a expressar a CD25 (cadeia alfa). A presença da cadeia
alfa aumenta de maneira absurda a afinidade do trímero com a IL-2.

201 - Célula T que recebeu os 2 sinais, vai ativar os 3 transativadores, ativa o CD25,
produz e consome IL-2. Qual a consequência desse consumo?
Permite a proliferação das células T, já que as célula T terão que ir para o local de infecção,
melhor que chegue milhões delas e prontas para atacar.

202 - O que é o terceiro sinal?

O terceiro sinal é a produção de um conjunto polarizado de citocinas pelas células


dendríticas. O perfil de citocina produzido pelas dendríticas vai determinar que funções
efetoras uma T vai exercer, ou seja, determina a diferenciação das células T.

203 - Quais são os fatores que interferem no pool de citocinas?

Diferentes PAMPs induzem diferentes citocinas que induzem diferentes terceiros sinais que
vão favorecer diferentes células T efetoras. Células da imunidade inata - natural killer,
linfoides inatas, células T primitivas e células parenquimais - colaboram com a célula
dendrítica. Quando ela sair para o local de infecção e forem ao encontro de T, gera-se uma
programação para produzir um conjunto de citocinas que são o terceiro sinal para
diferenciação da T. Além disso, catecolaminas, serotonina, GH, leptina, prolactina,
estrogênio e progesterona são capazes de modular o status funcional da dendrítica e ajudar
na determinação do 3º sinal - citocinas.

204 - Quais são as principais citocinas presentes na diferenciação da T CD4 para


Th1?

Principalmente IL-12, mas com auxílio de IL-18, IL-15 e interferons

205 - Quais são as principais citocinas presentes na diferenciação da T CD4 para


Th2?

Principalmente IL-4, mas com auxílio de IL-5 e IL-6

206 - Quais são as principais citocinas presentes na diferenciação da T CD4 para


Th9?

TGF-beta e IL-4

207 - Quais são as principais citocinas presentes na diferenciação da T CD4 para


Th17?

IL-6, IL-1B, IL-23 e TGF-beta

208 - Quais são as citocinas de assinatura do Th1? O que elas promovem como
finalidade?

Interleucina 2 e interferon gama (IL-2 e IFN-gama). Ajudam a célula B a produzir anticorpos


e vão ser responsáveis por induzir a resposta RIC - resposta imunocelular - para quase
todos os parasitas (menos helmintos), como vírus, bactérias, fungos.
209 - Quais são os transativadores que mantém a expressão a longo tempo de IL-2 e
IFN-gama, as citocinas de assinatura de Th1?

O STAT 1, o STAT 4 e o T-bet, o mais importante sendo T-bet, que são marcadores de
linhagem - marca a linhagem Th1.

211 - Quais são as citocinas de assinatura do Th2? O que elas promovem como
finalidade?

IL-4, IL-5, IL-13. Também ajudam a célula B a produzir anticorpos, como IgE e IgG4 e são
responsáveis pela RIH - resposta imune humoral - muito importante na resposta contra
helmintos e reações atópicas - rinite, urticária, dermatite atópica

212 - Quais são os transativadores que mantém a expressão a longo tempo de IL-4,
IL-5, IL-13, as citocinas de assinatura de Th2?

STAT-6 e GATA-3

213 - Qual é a citocina de assinatura do Th9? O que promove como finalidade?

IL-9. Está envolvida só em reação alérgica, colaborando com Th2.

214 - Qual é o transativador que mantém a expressão a longo tempo de IL-9, a


citocina de assinatura de Th9?

PU-1

215 - Quais são as citocinas de assinatura do Th17? O que promovem como


finalidade?

IL-17, IL-21 e IL-22. Promovem a melhor resposta contra bactérias extracelulares e fungos.

216 - Quais são os transativadores que mantém a expressão a longo tempo de IL-17,
IL-21 e IL-22, as citocinas de assinatura de Th17?

STAT-3 e ROR-C.

217 - Pessoas com reações atópicas tem maior resistência aos helmintos.
Dependendo do grau de reação alérgica, há também uma resposta de Th1 mais fraca,
então com crise alérgica, o domínio do fenótipo do Th2 inibe Th1. Qual a
consequência disso?

O paciente com alergia pode evoluir para infecção secundária por oportunismo.

218 - Quais são as células da imunidade inata que podem colaborar com a
determinação do 3º sinal?
NK e ILC1 são ótimas fontes de interferon gama (IFN-gama) e favorecem o fenótipo Th1, já
que o interferon gama aumenta a capacidade célula dendrítica de produzir IL-12. ILC2 -
célula linfoide inata 2 - é fonte de IL-4 IL-5 e IL-13, corroborando para Th2. ILC3 é fonte de
IL-17, IL-22 corroborando para Th17.

219 - Caracterize os linfócitos T primitivos.

Formação dos linfócitos primitivos ocorre fora dos órgãos linfoides primários e secundários.
São majoritariamente residentes (enquanto as clássicas ficam recirculando pelo sangue e
linfa). Apesar de expressarem TCR, estes têm menor variabilidade genética - falta a enzima
TdT (maioria é CD8 e usa TCR gama delta). Não passam por seleção negativa. Algumas
expressam moléculas características das células natural killer: NKT.

220 - O que linfócitos T primitivos reconhecem?

Podem reconhecer diretamente os PAMPs (antígenos timo independentes) ou moléculas


próprias expressas em situações de stress - DAMPs (ex: proteínas de choque térmico -
proteínas expressas durante a febre). Podem reconhecer, via moléculas CD1, antígenos
glicolipídeos dos patógenos. Podem reconhecer diretamente moléculas de MHC I não
polimórficas ou pouco polimórficas, tais como HLA-G e HLA-E (expressas pela placenta) -
não apresentam peptídeos, são expressas para evitar rejeição do feto (inibem as células T
maternas que poderiam danificar o desenvolvimento fetal)

221 - Quais tipos de moléculas CD1 existem?

5 tipos de CD1: CD1a, CD1b, CD1c, CD1d, CD1e. Não é polimórfico, com fenda destinada
a reconhecer PAMPs processados ou moléculas não proteicas

222 - “Sabe-se que a asma tem relação com o fenótipo Th2 e que as células T
primitivas contribuem para a severidade da asma.” Explique tais associações.

As células T primitivas não passam pelo processo de seleção das T clássicas no timo,
formando um TCR com baixa variabilidade e sendo originárias de órgãos que não são os
linfoides primários. Por não sofrerem processo de seleção, as T primitivas podem ser
autorreativas e identificarem, portanto, Ags inofensivos como agressivos. Além disso, essas
células são capazes de apresentar Ags por uma molécula semelhante ao MHC (CD1),
porém primitiva, e de liberar citocinas de modo a ajudar a APC na diferenciação de TCD4
em seus diferentes fenótipos, incluindo o Th2. Assim, com o auxílio da T primitiva, a APC
libera o terceiro sinal (IL-4) para a diferenciação em Th2, que é um fenótipo responsável
pela produção de IL-4, IL-5 e IL-13, envolvidas em processos de reação alérgica. A IL-5 é
quimiotática para eosinófilos, enquanto a IL-4 e a IL-13 induzem a troca de classe de IgM
por IgE, que é uma imunoglobulina que desencadeia a degranulação dos mastócitos. Com
isso, há liberação de histamina e mediadores lipídicos, que criam um ambiente
próinflamatório no pulmão com efeitos como a broncoconstrição (por ação, principalmente,
dos leucotrienos). Dessa forma, as cells T primitivas contribuem para a severidade da asma.

223 - Caracterize o papel das NKTs


Possuem capacidade de reconhecer PAMPs processados e colabora com macrófagos e
dendríticas, são ativadas pela IL-12 , liberam interferon gama assim: aumentam atividade
das células NK, aumenta atividade microbicida dos fagócitos, aumenta a função APCs das
células dendríticas, aumenta a inflamação e aumenta a diferenciação das células T
clássicas formando o fenótipo da Th1

224 - Caracterize a resposta imune celular (RIC).

A indução depende da presença de um APC profissional que forneça um primeiro, um


segundo sinal e um terceiro sinal. Terceiro sinal, liberado na sinapse imunológica da CD
com linfócito T, depende da IL-12, a citocina capital na diferenciação de uma T CD4 do tipo
Th1. Produção da interleucina-12 da dendrítica migrante é potencializada pelo interferon
gama , o qual é sintetizado por várias células da imunidade inata que estão no local da
infecção, como por exemplo as ILC-1, NK e células T primitivas. A RIC é a resposta
envolvida na proteção contra todo e qualquer patógeno intracelular, como micobactérias, os
protozoários, vírus e fungos.

225 - Qual o papel do IFN-ɣ e do TNF alfa na RIC?

Aumenta o poder microbicida dos fagócitos no local de infecção, aumentando a produção


de radicais livres derivados do oxigênio, do nitrogênio e aumentando a produção de
enzimas lisossomiais (catepisinas). O TNF alfa pode potencializar o papel do IFN-ɣ, ambos
agindo de forma sinérgica, não apenas aumentando a produção de radicais livres e enzimas
lisossomiais, mas também aumentar a capacidade desse macrófago de manter sinapse
com a célula T ativada.

226 - Depois que a célula T é ativada e diferenciada ela precisa ir para o local de
infecção e colaborar com os macrófagos, os quais precisam manter contato intimo
com a Th1. Qual é o papel dos macrófagos na RIC?

O macrófago precisa continuar sendo um APC, para que as Th1 mantenham-se capazes de
manter a produção de interferon gama. Os macrófagos aumentam ainda mais a expressão
de MHC I e II e moléculas co-estimuladoras, como família B7 e CD40, além de citocinas que
potencializam o interferon gama, como TNF alfa.

227 - Por que pode ser necessário a formação de células gigantes polinucleadas
durante a RIC?

Alguns patógenos são muito difíceis de serem eliminados apenas aumentando o potencial
de Th1. Em algumas situações, precisa de uma ativação cronificada dos macrófagos pela
Th1, produzindo muito interferon gama. Essas células T mantendo esses macrófagos
ativados tem uma saída - induzir a fusão de pelo menos 20 macrófagos, com objetivo de
unir toda a maquinaria microbicida. Em alguns cenários, a formação de células gigantes
polinucleadas pode ser suficiente para eliminar

228 - O que ocorre quando a formação de células gigantes polinucleadas não é


suficiente para debelar a infecção?
Em alguns casos, como tuberculose, não é suficiente, necessitando que as células gigantes
produzam FCF = fatores estimuladores de fibroblastos - que induzem os fibroblastos a
proliferarem e sintetizarem colágeno ao redor do local de infecção, formando um granuloma.
A formação do granuloma pode ser uma saída para confinar invasores difíceis.

229 - Como a resposta imune celular colabora com diferentes células do sistema
imune na proteção contra os microorganismos intracelulares?

A RIC colabora com diferentes células do sistema imune para nos proteger contra
microorganismos intracelulares por meio de 3 ações biológicas. A primeira se dá pelo
aumento do potencial microbicida dos fagócitos a partir da liberação de IFN-gama pelo
fenótipo Th1. Os macrófagos se unem para formar uma célula gigante com o objetivo de
aumentar a chance de combate ao patógeno. Caso essa medida não seja suficiente, a cell
gigante formada vai liberar FEF (Fator Estimulante de Fibroblasto) para recrutar
fibroblastos, os quais depositam colágeno em torno dessa cell, formando uma estrutura de
aspecto endurecido que caracteriza o granuloma, o qual vai conter o patógeno e será
mantido pela Th1 de memória com a produção periódica de IFN-gama. A segunda ação
biológica se caracteriza pelo estímulo, também por ação do IFN-gama liberado pelas Th1, à
produção de IgG1 e IgG3 pelos linfócitos B. E, por fim, a terceira ação corresponde ao
auxílio na diferenciação de linfócitos TCD8 em CTLs a partir do estímulo à expansão clonal
pela liberação de IL-2 por Th1.

230 - Fenótipo Th1 ajuda as células B a produzirem anticorpos. Temos IgA, IgM, IgD,
IgG e IgE. Quais são as classes produzidas diante de Th1?

As suas subclasses IgG1 e IgG3 são produzidas pelas células B diante de Th1.

231 - Existem dois tipos de célula dendrítica. As células dendríticas mielóides que
são oriundas de monócitos e células dendríticas plasmacitóide as quais são oriundas
da hematopoeise de uma origem primitiva de linfócito. Quais subtipos de células
dendríticas ativam células T CD4 e T CD8?

A célula T CD4 é majoritariamente ativada pelo subtipo mielóide e as células T CD8


majoritariamente pelas dendríticas plasmacitóides.

232 - Por que células T CD8 ativadass são chamadas de citotóxicas?

CLTs tem grânulos que contém perforina - proteína da mesma família do C9 do


complemento, moléculas anfipáticas liberadas pela CTL que, quando em presença de
cálcio, formam túneis onde passam as granzimas, que entram e induzem a morte e a
degradação do material genético da célula alvo e do parasita no citoplasma. O que
direciona as células a morte é o encaixe do TCR da célula T citotóxica com o peptídeo
acoplado ao MHC de classe I. As CTLS também amplificam a resposta inflamatória por
secretar grandes quantidades de IFN-ɣ e TNF-alfa.

233 - Enquanto a Th1 medeia a resposta RIC. A TH2 medeia a RIH - resposta imune
humoral. Caracterize a RIH.
Caracterizada pela grande quantidade de anticorpo IgE e células da imunidade que são
degranuladoras - eosinófilos e mastócitos

234 - Th2 diferenciada pela IL-4 induz a transcrição de 2 transativadores - STAT 6 e


GATA-3 - programando a Th2 a manter a expressão estável de 5 citocinas. O que
essas citocinas promovem?

IL-4 + IL-13 suscita a troca de cadeia pesada de Ig para IgE. IL-5 gera eosinofilia na medula
óssea . IL-3 promove mastocitose nos tecidos. IL-6 estabelece o aumento da produção de
Acs pelos plasmócitos. A circuitaria com as 5 citocinas estimulando as células B a produzir
anticorpos e a presença de eosinófilos e mastócitos está envolvido nas reações atópicas
clássicas e na resposta contra helmintos

235 - O que faz os mastócitos e os eosinófilos degranularem?

O reconhecimento na superfície dessas células de uma parte chamada FC. O anticorpo


ligado a essas células não provoca a degranulação e sim o reconhecimento do antígeno
pelas porções variáveis dos anticorpos

236 - O que a degranulação provoca?

Degranulação libera histamina - amina vasoativa que potencializa a inflamação e induz a


liberação de produtos helmintostaticos e helmintocidas nos grânulos dos eosinófilos.

237 - Qual a função biológica das citocinas liberadas por Th17?

A IL-17 tem como função induzir macrófagos e células epiteliais no local de inflamação a
produzir IL-8, que recruta os neutrófilos. A IL-22 tem um efeito trópico nas células epiteliais,
com o objetivo de aumentar a renovação celular, produção de muco e peptídeos
antimicrobianos - Reg 3, Lipocalin-2 e Ocludin. A IL-21 é produzida como fator de
crescimento e sobrevida e também auxilia a célula B a produzir alguns anticorpos - IgG e
IgA. E também ativa fibroblastos a produzir metaloproteinases (MMP), geralmente
envolvidas com reparo

238 - Qual o papel da CCL20?

Th17 libera CCL20 para fazer uma quimioatração de mais Th17.

239 - Alguns subtipos de T CD4 pode perder a expressão de IL-17 e produzir só IL-22,
são as TH22. Qual a sua participação na resposta imune?

A participação na resposta imune é mais indireta, é um subtipo de célula T helper que


realmente contribui com a mucosa a torna-la resistente a toxinas de microrganismos. O
terceiro sinal não é conhecido

240 - Outro tipo de TCD4 pode produzir só IL-1, sendo o T helper folicular - TfH Bcl-6.
Qual a função de T helper foliculares?
Função de T helper foliculares é de fato colaborar com célula B nos folículos. Migração pela
quimiocina CXCL13, tem receptor CXCR5. Elas colaboram pela troca de cadeia pesada,
hipermutação somática e geração de células B de memória.

241 - Em algum momento a célula T pode parar de expressar o CD28, sendo


fisiológico, mas passa a expressar outra molécula que se liga aos membros da família
B7 - a CTLA-4. Por que isso ocorre?

A cauda da CTLA-4 tem uma região chamada ITIM - motivo de inibição do imunoreceptor
com tirosina. Quando a tirosina é fosforilada, há o recrutamento de uma proteína fosfatase
SHP-2, que remove os fosfatos das cadeias CD3 e da cadeia zeta. Assim, o CTLA-4
desativa temporariamente a célula T para que ela não atinja um estado de hiper
estimulação. Mesmo que tivesse o CD28, o CTLA-4 ligaria preferencialmente porque tem
mais afinidade pelo B7. É normal que durante o processo de ativação da T, a célula T faça
paradas estratégicas para evitar uma exaustão e depois pode voltar a expressar o CD28

242 - Entretanto existe alguns subtipos de células T que mantém a expressão do


CTLA-4 de forma mais estável. Quais células são essas?

São chamadas de células T reguladoras - um dos mecanismo que elas usam para regular a
resposta imune é expressar de forma estável a CTLA-4.

243 - As células dendríticas que induzem os fenótipos helper são imunogênicas.


Como são chamadas as dendríticas que induzem regulação?

Quando a célula dendrítica induz regulação são chamadas de tolerogênicas.

244 - Quais são os outros tipos de terceiro sinal para Treg, fora CTLA-4?

Um outro tipo de CD4 que se torna Treg é o com o terceiro sinal citocina TGF-B - fator de
crescimento transformante - produzido por células transformadas que inibem as respostas
inflamatórias e possivelmente respostas anti-tumor contra células cancerígenas. Outro
subtipo - T reguladora do tipo 1 - Tr1 - tem um transativador o Maf que programa essa
célula quando estimulada a produzir grandes quantidades de uma citocina anti-inflamatória,
a IL-10, que vai inibir ou controlar respostas do tipo Th1, Th2 e Th17.

245 - Compare a Treg natural e a induzida (nTreg e iTreg).

Tanto quanto a Treg natural, formadas em autogenia, quanto a induzida na periferia são
idênticas, a Treg natural tem um marcador intracelular Fox P3. A Treg induzida tem o fator
de transcrição Fox P3 que mantem a expressão de alguns genes reprimidos, outros
ativados. E ambas na superfície expressam o CD25 - aquela cadeia alfa que dá o receptor
para IL-2. As Treg induzidas podem controlar respostas auto imune e respostas contra
patógenos.

246 - Qual a relação do ácido retinóico e a vitamina D com as células T reguladoras?


O ácido retinóico e a forma ativa da vitamina D potencializam a formação de células
reguladoras Tr-1 e T reguladoras induzidas

247 - Quais são as citocinas usadas na regulação das T efetoras pelas T reguladoras?

As induzidas e naturais produzem IL-10 e muito TGF-beta e pode regular pela expressão
estável de moléculas que desativam a célula T efetora (Th1, Th2, Th17) ou que desativam
APC imunogenicas.

248 - CTLA-4 é expressa de forma estável e é reguladora. Como pode controlar


respostas pró inflamatórias?

Desativando dendríticas imunogênicas (inibindo APC imunogênicas). Porque a CTLA-4 se


liga a família B7. Se inibe a APC imunogênica, pode se estar reduzindo a capacidade das
células T efetoras que deixam de ser imunogênicas.

249 - Exemplifique diferentes formas utilizadas pelas células T reguladoras para


tentar induzir parada das células T

A molécula PD-1 tem os ligantes PD-L1 e PD-L2. O PD-L1 pode estar nas APC ou nas
células efetoras ativadas. As células T reguladoras farão uma indução ativa de anergia, ou
seja, parar de proliferar, produzir citocinas, colaborar com macrófago, entre outras ações. A
molécula Tim 3 na superfície da T reg tem o ligante galectina-9, ela pode estar na célula T
efetora ativada ou nas APCs, ao usar Tim 3 para liga a galactina-9, inibe-se a dendrítica ou
a célula T. A molécula LAG-3 pode interferir na ativação da T por bloquear o MHC de classe
II, impedindo o CD4 e TCR de se aproximar. A expressão do Tim-3, PD-1, CTLA-4 são
estáveis na superfície das células T reguladoras.

250 - Aumento da concentração de microrganismos aumenta a expressão de


complexos peptídeo:HLA (processamento antigênico aumenta) e moléculas B7-2 e
induz B7-1, isso aumenta a produção de IL-2 (célula T efetora também consegue
consumir) e aumento na expressão de CD25 na superfície das células T ativadas
efetoras (pelo aumento da inflamação). Em relação aos pacientes que debelam a
infecção, no final da resposta imune, como haverá atuação das T reguladoras?

Diante a redução da carga antigênica, reduz a inflamação e a produção de IL-2. Nesse


sentido as células T reguladoras FoxP3 positivas voltam a dominar e ajudam a desligar a
resposta imune adaptativa. As células T efetoras desativadas vão compor o conjunto de
células T de memória.

251 - Células T cronicamente estimuladas expressam uma molécula chamada Fas


(CD95), o que ocorre dianta da ligação com o FasL/CD95L?
Ativa a cauda citoplasmática que recruta a Caspase, que é ativada iniciando uma cascata. A
Caspase 3 ativada que inicia o processo de apoptose com a degradação do DNA da célula
T e dos patógenos internos caso existam.

252 - Exemplifique 4 fatores que interferem na saúde das células T reguladoras.


Doenças autoimunes, alimentação, falta de vitamina D, transtornos psquiátricos.

253 - Diferencie células T de memória efetora e de memória central quanto a


capacidade de produzir e de responder a IL-2.

Célula T de memória efetora tem capacidade reduzida de produzir IL-2, de responder a IL-2
(tem pouco CD25) e maior suscetibilidade à apoptose (AICD - morte celular induzida por
ativação).

254 - Como as células T de memória fazem a manutenção de sobrevida e proliferação


basal?

Manutenção de sobrevida e proliferação basal pela IL-7 (TCD4+ e TCD8+) e IL-15 (TCD8+).

255 - Qual a função dos linfócitos B?

Produção de anticorpos/imunoglobulinas mediante reconhecimento de antígeno através de


seu receptor de alta especificidade.

256 - O que é BCR?

BCR é o receptor de antígeno expresso sobre as células B - um anticorpo preso a


superfície.

257 - Qual a estrutura bioquímica do BCR?

BCR é formado por duas cadeias polipeptídicas duplicadas. Uma cadeia grande, chamada
de pesada e outra leve. A cadeia pesada duplicada é mantida junta por ligações dissulfeto
devido as posições conservadas do aminoácido cisteína e a porção da cadeia pesada é
ligada de forma covalente por ponte dissulfeto e posição conservada da cisteína as cadeias
leves. A região que intercala é uma região em dobradiça em alfa hélice, uma fita mais
frouxa com alta mobilidade e onde está mais suscetível ao ataque de proteases.

258 - O que é a região variada do BCR?

Primeiro domínio da cadeia leve mais o primeiro domínio da cadeia pesada gera a região
variada que é o sítio de reconhecimento do antígeno.

259 - Cadeia leve tem uma região variada e uma região constante. A cadeia pesada
tem vários domínios constantes e vão receber diferentes números ordenando os
domínios. Como é denominado o primeiro domínio e os domínios da cadeia pesada?

Primeiro domínio é VL e VH, V de constante, L de leve e H de heavy (pesado). Os outros


domínios da cadeia pesada serão CH1, CH2, CH3 e assim por diante.

260 - A cadeia pesada varia conforme a classe de anticorpo. Quando o anticorpo está
presente na superfície da célula B chamamos de BCR, quando é secretado
chamamos de anticorpo. Quais são as classes de anticorpos?
Existem 5 classes de anticorpos: IgA, IgD, IgE, IgG e IgM

261 - Como é formado o domínio variável do BCR?

Formado por RAG 1, RAG 2, artemis, TdT, gerado por recombinação genético.

262 - BCR não tem condições de sinalizar devido a pequena cauda citoplasmática,
precisa de cadeias associadas. Quais são essas cadeias?

IgAlfa e IgBeta. Essas cadeias serão importantes na sinalização após o reconhecimento


pelo domínio variável, ativando de forma alostérica e iniciando o processo de sinalização.

263 - Apesar de termos 5 classes de anticorpos, a célula B quando é formada escolhe


uma para apresentar na superfície. Qual é esse anticorpo?

mIgM (IgM de membrana).

264 - Quais tipos de células B temos

Célula B-1, B-2 e B da zona marginal.

265 - Caracterize as células B-1 quanto ao local de produção, de concentração, região


constante do BCR (anticorpo presente) e tipo de antígeno reconhecido

Formadas no fígado fetal e no peritônio em adultos. Se concentram em mucosas. São IgM+


e reconhecem antígenos T-independentes não proteicos (polissacarídeos, glicolipídeos,
DNA e RNA).

266 - Caracterize o tecido linfoide associado às mucosas , explicando o tipo de


resposta envolvido e a função que desempenham na Resposta Imune .

O tecido linfoide associado à mucosa (MALT) é o maior tecido linfoide do corpo e está
presente nas mucosas respiratória, gástrica, genito-urinária, etc. Possui células B do tipo B1
e T primária, cuja produção ocorre fora dos tecidos linfoides primários normais e
variabilidade de receptpres é bem menor. É importante no controle da microbiota intestinal,
controlando seu crescimento excessivo mas aceitando o que é benéfico, ao mesmo tempo
que combate o que é invasivo. O MALT da mucosa gastrointestinal (GALT) possui algumas
ferramentas para exercer esse controle, tais como a presença (1) das células de Paneth,
que produzem defensinas ativadas por PRRs; (2) das placas de Peyer, que são agregados
linfoides, além (3) das células M, capazes de realizar a macropinocitose e apresentar
antígenos da mucosa em uma vesícula para as placas de Peyer. O linfócito B1 está
envolvido principalmente na resposta imune adquirida timo-independente, reconhecendo
antígenos polissacarídicos, lipídicos, etc, tendo esse grande contato com a microbiota
intestinal. Já s linfócitos T primitivos (ou T da RI inata), são linfócitos T com características
bastantes diferentes do T clássico: possuem menor variabilidade de receptores, podem ou
não necessitar de APC, podem reconhecer PAMPs e DAMPs, não passam pela seleção, etc
267 - Caracterize as células B-2 quanto ao local de produção, de concentração, região
constante do BCR (anticorpo presente) e tipo de antígeno reconhecido.

Formadas na medula óssea, são foliculares, ficam nos órgãos linfoides secundários, são
IgM+IgD+ e respondem a antígenos proteicos.

268 - Caracterize as células B da zona marginal quanto ao local de produção, de


concentração, região constante do BCR (anticorpo presente) e tipo de antígeno
reconhecido

Formadas na medula óssea, ficam na zona marginal do baço. São IgM+ e reconhecem
antígenos polissacarídeos e lipídeos (antígenos não proteicos, T independentes - não
dependem da T CD4). Possuem menor eficiência.

269 - Onde ocorre a formação das células B-2 e B da zona marginal?

Começa no estágio Pró B e termina no estágio B madura dentro da medula óssea, somente
depois irá para circulação.

270 - São formadas as células B foliculares e da zona marginal preparadas para


formar uma resposta imune primária - fase inicial aguda - onde as células só
produzem um tipo de anticorpo. Qual é esse anticorpo?

IgM

271 - Na fase tardia da infecção o IgM tende a ser trocado. Em geral, essa troca ocorre
para qual classe de anticorpo?

O IgM tende a ser trocado em geral por IgG e IgA (IgE é eleito para reações alérgicas e
helmintos).

272 - Onde estão presentes células B-2?

Células B folicular (B-2) estão presentes nos folículos dos linfonodos que quando não estão
ativados são primários. Nas mucosas e nos tecidos linfoides associados a mucosa também
temos regiões que concentram célula B-2.

273 - Onde estão presentes células B da zona marginal?

Célula B da zona marginal fica no limite entre a polpa branca e a polpa vermelha do baço.

274 - O primeiro passo importante é a interação da pró B inicial com as células


estromais da medula óssea, que emitem longas projeções citoplasmáticas e
fornecem importantes sinais. Qual é o principal sinal solúvel liberado pela célula da
medula óssea?

É a IL-7.
275 - Qual o primeiro marcador expresso na célula B, determinando que é uma B?

É uma molécula chamada CD19, que nunca mais é perdida

276 - Qual a consequência da liberação de IL-7 e a atuação na pró B inicial?

Proliferação. Fase pró B é a grande proliferação das células B em desenvolvimento Sob


atuação ainda da IL-7 começa a se formar o BCR.

277 - Qual é a primeira parte do BCR que é formada?

Se forma primeiro domínio variável da cadeia pesada.

278 - O domínio variável da cadeia pesada do BCR é codificada a partir do fenômeno


de recombinação gênica e envolve 3 segmentos - um dos V, D, J. Explique todo o
processo.

A escolha é feita pelas endonucleases chamadas recombinases - RAG 1 e 2, que escolhem


ao acaso um dos V, D, J, aproxima, corta, forma-se um grampo, a enzima Artemis abre o
grampo com ajuda de um complexo proteico, forma o molde, a DNA polimerase completa o
molde, a TdT adiciona nucleotídeos N (até 21 nucleotídeos) sem molde, a DNA polimerase
cria o molde e por fim a ligase IV fecha.

279 - Na formação do domínio variável da cadeia pesada que é iniciado pelas RAGs,
terminado pela TdT, temos a escolha de um V, um D, um J (por exemplo V1D1J1).
Como essa reunião se une a uma classe de anticorpo?

A região variável terá que se unir a IgM a nível de RNAm, durante o splicing. A classe de
anticorpo na formação é obrigatoriamente IgM, independente se é B1, B2 ou da zona
marginal.

280 - Enquanto não é feita a cadeia leve, é o BCR em formação é expresso na forma
de pré-BCR com uma chaperona temporária, até que a cadeia leve verdadeira seja
feita. Qual fenômeno é necessário antes da formação da cadeia leve?

Cada cadeia pesada com o tipo IgM e seus tipos variados ao acaso vai se proliferar para
depois formar a cadeia leve. Nesse momento passa a expressar o marcador CD20,
expressa de forma abundante.

281 - Quais são os tipos existentes de cadeia leve do BCR?

Temos dois tipos de cadeia leve, não há estudos dizendo uma é melhor que a outra.
Usamos mais a cadeia κ (kappa) e λ (lambda).
282 - Como é formada a cadeia leve do BCR?

Necessitamos de RAG1, RAG2, artemis e TdT para formar kappa e lambda. Mas terá
apenas V J (semelhante a formação da cadeia alfa do TCR).
283 - Qual o efeito da deficiência na expressão gênica nas enzimas RAG-1?

O efeito é a linfopenia periférica por não ter nem T nem B circulantes, uma vez que eles
pararam nas fases pró-T e pró-B, respectivamente. Isso porque a RAG-1, assim como a
RAG-2 (que ativa a RAG-1), é uma recombinase envolvida na formação tanto do receptor
TCR quanto do receptor BCR nas fases de pré-T e pré-B, respectivamente. Quando ativada
(por ação da IL-7), essa enzima é responsável por catalisar a escolha aleatória do ponto de
clivagem dos genes V, D e J (quando da edição da cadeia beta em T e da pesada em B) ou
dos genes V e J (quando da edição da cadeia alfa em T e da leve em B), processo que é
essencial na formação do TCR/BCR. Sendo assim, em uma condição em que há deficiência
na expressão gênica dessa enzima, o processo de maturação de T e B não se completará e
essas células permanecerão dentro dos órgãos linfoides primários (no timo no caso das Ts
e na medula óssea no caso das Bs) sob a forma de pró-T/pró-B, acarretando uma linfopenia
periférica.

284 - Quais os fatores geradores de variabilidade no processo de formação de BCRs?

São 4 os fatores geradores de variabilidade no processo de formação de BCRs. O primeiro


é a expansão clonal das células pró-B induzida por IL-7. Essa proliferação possibilita o
ampliamento do escopo de recombinações da região variável, aumentando, assim, a
variabilidade do BCR. O segundo fator são as RAGs, especialmente a RAG-1 (uma vez que
a o papel da RAG-2 é ativar a RAG-1). A RAG-1 é uma recombinase responsável por
catalisar a escolha aleatória do sítio de clivagem das sequências gênicas V, D e J na cadeia
pesada e V e J na cadeia leve, aumentando, dessa forma, a variabilidade no BCR que está
sendo formado. O terceiro fator é a Artemis, que é uma endonuclease responsável pela
abertura do grampo formado após a ação da RAG-1 e, um sítio não dirigido, o que também
amplia a variabilidade na formação do BCR. E, por fim, o quarto fator é a TdT, que é uma
transferase responsável por transferir 20 nucleotídeos, formando o molde da outra fita para
a ação da DNA polimerase preencher. Esse processo de adição de nucleotídeos também
aumenta a variabilidade na formação do BCR.

285 - BCR é formado diante da cadeia pesada com a união de VDJ e a cadeia leve VJ.
A cadeia pesada é do tipo constante IgM e a cadeia leve ou é kappa ou é lambda
(geralmente kappa). Como é chamada a célula B com BCR formado?

É chamado de linfócito B imaturo e é IgMm+ (IgM positivo na membrana).

286 - Onde ocorre o processo de seleção das células B imaturas?

Dentro da medula óssea ocorre a maior parte da seleção.

287 - A seleção é um processo que ocorre tanto na formação de células T, quanto na


formação de células B. Qual seleção ocorre de forma mais criteriosa?
A seleção para evitar que células autoreativas escapem é menos criteriosa do que a
seleção das células T no timo.

288 - Em que situação a célula B é programada para morte durante a seleção?


A morte ocorre quando a célula B imatura expressa BCR que reconhece o antígeno self
multivalente (com alta avidez - número de sítios repetidos reconhecidos pelos receptores) e
ativam as caspases - morrendo por apoptose.

289 - É possível que a célula B reconheça o antígeno self multivalente com alta avidez
e não ative as enzimas caspases? Explique.

Sim, pode não ativar as caspases e, em vez disso, fazer uma nova edição de BCR,
necessitando um novo rearranjo VJ na cadeia leve, se resultar em um BCR ainda com alta
afinidade pode ser que essa célula passe por apoptose e não vá para periferia. Ou pode ser
que ela diminua de forma significativa sua afinidade e vá para periferia.

290 - O que acontece quando células B reconhecem antígenos self mas estão
presentes em quantidades mínimas?

Sim, pode não ativar as caspases e, em vez disso, fazer uma nova edição de BCR,
necessitando um novo rearranjo VJ na cadeia leve, se resultar em um BCR ainda com alta
afinidade pode ser que essa célula passe por apoptose e não vá para periferia. Ou pode ser
que ela diminua de forma significativa sua afinidade e vá para periferia.

291 - O que acontece quando células B reconhecem antígenos self mas estão
presentes em quantidades mínimas ?

Não ativam caspases ou fazem reedição, se tornam maduras e migram para periferia, mas
ficam no estado de anergia, ou seja, vivem menos.

292 - O que ocorre se a força de interação durante a seleção das células B for nula ou
extremamente baixa?

As células B se tornam maduras, migram para periferia e vão nos proteger.

293 - Qual anticorpo a célula B folicular passa a expressar ao sobreviver a seleção?

Passa a co-expressar tanto IgM quanto IgD.

294 - Qual anticorpo a célula B da zona marginal passa a expressar ao sobreviver a


seleção?

IgM

295 - Que fenômeno ocorre após a seleção das células B?

Migração.
296 - Para onde migram as células B após o processo de seleção?

As células B da zona marginal vão para o baço e se mantém IgM+. As células B-2 vão para
os folículos dos órgão linfoides secundários, para tecidos linfoides associados a mucosa ou
para polpa branca do baço e tem o BCR com IgM+ e IgD+ (com a mesma especificidade
antigênica, mesmo domínio variável), característica das B virgens foliculares que
reconhecem proteínas.

297 - O que são CDRs? Exemplifique.

CDR são regiões determinantes da complementaridade, ou seja, regiões hipervariáveis.


CDR1 e CDR2 estão dentro do gene V original. A mais hipervariável é a CDR3, que tem sua
diversidade pela união entre V e J (cadeia leve) e VDJ (cadeia pesada), muito utilizado em
estudos clínicos para verificar se a resposta a antígenos é diversificada ou não, conforme a
variabilidade.

298 - Qual anticorpo serve apenas para sinalização da célula B?

A IgD é um anticorpo especifico para sinalização da B, é BCR, mas não se encontra como
anticorpo secretado.

299 - Qual fator determina o anticorpo a ser secretado?

A IgD é um anticorpo especifico para sinalização da B, é BCR, mas não se encontra como
anticorpo secretado.

300 - Qual fator determina o anticorpo a ser secretado ?

Dependendo da contribuição de citocinas pela célula T helper, a célula B vai ser induzida a
secretar IgG, IgA ou IgE.

301 - O fenótipo Th2 estimula a secreção de qual classe de anticorpo? Qual o


mecanismo utilizado?

Fenótipo TH2 faz a célula B produzir IgE através da IL-4. Regiões switching são ativadas
por proteínas intracelulares, as quais são estimuladas por citocinas liberadas pelo linfócito T

302 - Quais são as diferenças das células B-1 para outras células B?

Maturação das células B1 no fígado do feto e no peritônio de adultos, encontra-se


principalmente nas mucosas, tem repertório VDJ e VJ limitado e TdT negativas (não tem
TdT), são CD19+, mIgM+ e mIgD- (não co-expressa IgD), reconhecem antígenos tipo
independentes (não proteicos sem participação da T CD4), produzem os anticorpos naturais
IgM e IgA em mucosa e são plasmócitos (para de expressar BCR e só secreta anticorpos)
de vida curta. Troca de IgM para IgA com eficiência menor.

303 - O sistema ABO apresenta anticorpos naturais circulantes no plasma que


reconhecem antígenos ABO. Como são chamados esses anticorpos?
Esses são chamados de iso-hemaglutininas do tipo IgM

304 - A célula B folicular reconhece proteínas, mas só produz anticorpos se a T CD4


ajudar, é uma resposta T dependente. Por que essa é considerada a melhor resposta
de todas?
Por haver ampla troca de cadeia - troca de isotipo ou troca de classe para IgG, IgA ou IgE -
anticorpos com alta afinidade para o antígeno e produzidos por plasmócitos de longa vida.

305 - Célula B da zona marginal ou B-1 só temos praticamente IgM. Em que situação
pode haver troca de cadeia?

Nas mucosas em algumas situações em que haverá a troca por IgA sem ajuda da T CD4
(anticorpos com baixa afinidade e plasmócitos de curta vida)

306 - Linfonodo tem vasos linfáticos que chegam - aferentes - drenando uma área
inflamada, um edema, chegando dendríticas para ativar T com antígenos. Quanto
menor o antígeno proteico, mais rápido atinge os folículos, onde concentra célula B.
Além das células B, quais outras células encontram-se nos folículos?

Dentro do folículo tem as células dendríticas foliculares que não ativam linfócitos, chamadas
assim pelas projeções citoplasmáticas. O folículo é dividido em folículo primário, onde há
abundantes células B e células dentríticas foliculares. A medida que vem produtos da
inflamação, também vem antígenos solúveis pequenos e B com BCR específico

307 - Necessitamos do reconhecimento do antígeno proteico pelo BCR. Cada BCR


tem 2 sítios para reconhecer o mesmo epítopo. A célula B virgem tem dois tipos de
classes de BCR - IgM e IgD, mas com região variável igual nas duas. O epítopo -
menor porção do antígeno reconhecido pelo receptor de antígeno - é reconhecido,
induzindo um processo de sinalização. Qual a consequência dessa sinalização?

A sinalização ocorre, há uma ativação alostérica das cadeias associadas, IgAlfa e IgBeta e
a sinalização culmina na ativação de 3 transativadores - NFAT, NF-kB e complexo AP-1.

308 - Por que a ativação de B vai ser muito mais intensa se vier junto partículas
opsonizadas por complemento com fragmento C3 e suas variantes, como C3d?

A célula B tem 3 proteínas CD19, CD21 - receptor CR2 para o complemento e CD81
(TAPA-1). Quando C3d é reconhecido potencializa a fagocitose e a sinalização. Essa
sinalização pelo co-receptor irá manter a expressão estável dos 3 transativadores e
aumentar a sobrevida, induzir proliferação, aumentar a expressão de B7-1 e B7-2 e
aumentar a expressão de receptores para IL-4 e BAFF-R (aumentam a sobrevida de B). E,
ainda, ocorre um aumento da expressão do CCR7 permitindo a elas migrarem do folículo e
irem em direção a área que concentra célula T.

309 - Na resposta contra proteínas, a célula dendrítica sai do local de infecção,


reconhece antígenos, processa proteínas em pequenos fragmentos, que serão
encaminhados acoplados ao MHC e serão reconhecidos pela célula T. O peptídeo
será apresentado com o primeiro e segundo sinal, necessários para que a célula T
adquira o ligante de CD40. O que faz a dendrítica migrar ao encontro da T é a
capacidade de aumentar a expressão de CCR7 na reação inflamatória, havendo
quimiocionas na zona T associadas a esse receptor. Algumas células T CD4 ativadas
por dendriticas fazem uma mudança na expressão do receptor e migram em direção
ao folículo. Explique essa mudança.

Algumas células T CD4 ativadas reduzem a expressão do CCR7 e aumentam a expressão


do receptor de quimiocina que direciona qualquer célula para entrar no folículo - CXCR5+.
Células presentes no folículo precisam produzir a quimiocina CXCL13

310 - Após a célula B reconhecer o antígeno aumenta a expressão do CCR7 e migra


em direção a célula T. Onde a célula B e a célula T se encontram?

Na saída do folículo, na borda da região folicular.

311 - Como é o processo de apresentação do antígeno pela célula B?

A célula B reconhece o antígeno vai endocita-lo, processa-lo em peptídeos e vai


apresenta-lo ao MHC de classe II a T é obrigatoriamente T CD4. O segundo sinal mais
usado a principio é o CD40 e o ligante de CD40. B7-1 e B7-2 estarão na sinapse ligadas ao
CD28 da célula T

312 - Qual dos fenótipos de célula T CD4 é o que mais contribui para formação de
plasmócitos e células B de memória?

TfH - T helper folicular.

313 - A diferenciação de uma T virgem no fenótipo TfH obedece 2 etapas. Quais são
essas etapas?

A primeira etapa é no paracórtex ainda quando a dendrítica faz sinapse com a T - pré T
helper folicular. A segunda etapa é a estabilização do fenótipo, quando a T helper folicular
faz sinapse com B - formando a TfH

314 - Qual é a sinal da primeira etapa para formar TfH?

Interação da ICOS da T CD4 com ICOSL da dendrítica e a secreção de IL-6, IL-12 e IL-21
pela dendrítica.

315 - Quais interações que sofrem as células T CD4 diante da primeira etapa da
formação das células Tfh?

Passam a expressar o CXCR5 que a torna capaz de migrar em direção ao folículo


obedecendo uma quimiocina a CXCL13. Ela também aumenta a expressão de ICOS. Essas
alterações genéticas são coordenadas por transativadores de linhagem, cada fenótipo
possui seu transativador que mantém a expressão de alguns genes ligados e outros genes
inibidos. O transativador aqui é o Bcl-6.

316 - Descreva a segunda etapa na formação de Tfh e caracterize os componentes


diferenciais expressos na Tfh.
A célula por ter CXCR5 e diminuir CCR7 migra em direção ao folículo para colaborar com a
célula B que está saindo do folículo, esse encontro é muito importante para estabilizar as T
helper foliculares. As T helper foliculares estáveis expressam altos níveis de CXCR5, ICOS
e Bcl-6.

317 - Qual citocina é necessária para o estabelecimento de um fenótipo T helper a


longo prazo?

Após sinapse com a célula B, o excesso de IL-21 atua de forma autócrina na T helper
folicular, estabilizando o seu fenótipo. É sua citocina de assinatura, induzindo sob a célula B
a formação de plasmócitos, troca de cadeia pesada constante, maturação de afinidade e
geração de memória.

318 - A T helper manda diversos sinais alguns na forma de citocinas para que a célula
B possa passar por variados fenômenos. Quais são os efeitos da citocina de
assinatura da Tfh na célula B?

A célula B prolifera, troca IgM para outro tipo de cadeia pesada constante mais eficiente
para eliminar os patógenos, aumenta a afinidade dos anticorpos para com seus antígenos
(mesma especificidade e maior afinidade), gera memória e promove a formação do centro
germinativo

319 - Cite quatro diferentes interações da superfície das células T com as células B
durante a sinapse.

CD28-CD86; CD40L-CD40; ICOS-ICOSL; CD84-CD84.

320 - Quais as consequências da interação CD40L:CD40 na sinapse da célula T com a


célula B?

Inibe a apoptose de B, aumentando a expressão de uma proteína anti-apoptótica a Bcl-X,


que inibe as caspases.

321 - Quais as consequências da interação ICOS:ICOSL na sinapse da célula T com a


célula B?

ICOS:ICOSL: co-estimula Tfh, aumentando IL-21 e a expressão de CXCR5, promovendo a


estabilização do fenótipo.

322 - Quais as consequências da interação SLAM:SLAM (CD84/CD84) na sinapse da


célula T com a célula B?

Prolonga o contato entre Tfh e B, porque diminui a expressão de receptor para esfingosina
1-P (S1P1).

323 - Toda vez que o folículo não tem célula B ativada, dizemos que é folículo
primário. Em quais subregiões o folículo secundário, ou seja, folículo em que há
células B ativadas, é dividido?
Zona do manto, zona escura e zona clara.

324 - Caracterize o estado proliferativo das células B na zona do manto dos folículos
secundários

Concentra B não ativadas e sem comprometimento na ativação por haver uma hipertrofia do
folículo em decorrência da intensa proliferação das células B que fizeram contato físico com
a T CD4 na borda do folículo.

325 - Caracterize o estado proliferativo das células B na zona escura dos folículos
secundários.

A zona escura concentra células B que acabaram de colaborar com TfH e que estão
proliferando de forma intensa.

326 - Que fenômeno relacionado as células B ocorre na zona clara dos folículos
secundários? Como se caracterizam as células B nessa região?

Na zona clara não há intensa proliferação da B, ocorre nesse região o fenômeno da


seleção.

327 - Como ocorre a formação do centro germinativo?

Centro germinativo ocorre quando a maior parte das células B que fizeram sinapse com
células T migra para dentro do folículo e começa a proliferar de forma intensa na zona
escura. Param de proliferar e são submetidas a um processo de seleção diante das células
dendríticas foliculares na zona clara.

328 - O que ocorre com as células B estimuladas pelo reconhecimento do antígeno


que não conseguem interagir com uma célula T CD4 que reconheça o
peptídeo:MHC-II?

Morre em 24 horas. É emergencial que uma B virgem que encontre proteínas entre em
contato o mais rápido possível com T CD4 e por isso expressa CCR7 para migrar ao
paracórtex e algumas T CD4 expressam o CXCR5 para ajudar a célula B no folículo

329 - Descreva os eventos envolvidos na maturação e seleção dos linfócitos B

O processo de ontogenia de B começa na medula óssea, onde células com marcador


CD19, por estímulo do IL7, se diferenciam em pró-B. O IL7então induz a proliferação das
pró-B e sua diferenciação em pré-B, seguida de uma nova proliferação mediada por IL7. A
IL7 então ativa as enzimas RAG, TdT, Artemis, DNApol e DNA ligase, participantes do
processo de formação do domínio variável do BCR. A primeira cadeia a ser formada é a
pesada. O domínio constante é formado da mesma forma em todas as células e vai gerar
anticorpos do tipo IgM. O domínio variável, por sua vez, começa a ser produzido quando a
enzima RAG escolhe aleatoriamente uma região codificante V, uma D, e uma J, aproxima
essas regiões e corta o DNA intercalante. Isso deixa livres as extremidades 5’e 3', que se
juntam formando um grampo. A artemis então corta esse grampo, mas ela não é
sitio-dirigida, o que significa que ela corta esse grampo em uma região próxima mas não
exatamente onde ele foi formado. Com isso, há movimentação de alguns nucleotídeos e a
DNApol completa o novo molde formado por eles. Depois disso, a TdT insere até 20 novos
nucleotídeos em uma fita molde e a DNApol volta e completa a fita para que a ligase venha
e finalmente ligue os fragmentos de DNA. A cadeia pesada está finalmente formada. Ocorre
uma nova proliferação estimulada pela IL7 antes que a cadeia leve seja formada. O domínio
variável da cadeia leve é formado da mesma forma, com a excessão de que não existe
região D, a RAG só escolhe um V e um J. Uma vez formada a cadeia leve, temse uma B
imatura e ela irá passar pelo processo de seleção, que ocorre no baço e na medula óssea.
Se o BCR formado reconhece um antígeno self com afinidade suficiente para ativar as
caspases, a célula entra em apoptose. Se esse reconhecimento tem afinidade moderada,
as enzimas do domínio variável são novamente ativadas e há uma tentativa de reedição do
domínio variável da cadeia leve. Se a afinidade do reconhecimento do antígeno pelo BCR
for baixa, a célula B é anergizada. Caso o BCR não reconheça nenhum antígeno próprio, a
B se torna uma B madura (pode existir BCR auto-reativo para antígeno que não foi
apresentado).

330 - Graças a intensa interação entre a T helper folicular e célula B que se forma o
centro germinativo. Existem subtipos de TfH que induzem a troca da IgM por outras
classes. Quais classes são estabelecidas diante do fenótipo Tfh1? Quais citocinas
estimulam essa mudança de classe?

IgG1 e IgG3. IL-21 e IFN-gama.

331 - Graças a intensa interação entre a T helper folicular e célula B que se forma o
centro germinativo. Existem subtipos de TfH que induzem a troca da IgM por outras
classes. Quais classes são estabelecidas diante do fenótipo Tfh2? Quais citocinas
estimulam essa mudança de classe?

IgE e IgG4. IL-21 e IL-4.

332 - Graças a intensa interação entre a T helper folicular e célula B que se forma o
centro germinativo. Existem subtipos de TfH que induzem a troca da IgM por outras
classes. Quais classes são estabelecidas diante do fenótipo Tfh17? Quais citocinas
estimulam essa mudança de classe?

IgG e IgA. IL-21 e IL-17.

333 - Graças a intensa interação entre a T helper folicular e célula B que se forma o
centro germinativo. Existem subtipos de TfH que induzem a troca da IgM por outras
classes. Quais classes são estabelecidas diante do fenótipo Tfh13? Quais citocinas
estimulam essa mudança de classe?

IgE. IL-21, IL-13, IL-4 e IL-5

334 - O que é a hipermutação somática de células B?


Hipermutação somática é um evento genético decorrente de mutações pontuais nas células
B da zona escura, as quais acumulam mutações na região hipervariável. Posteriormente
elas param de proliferar - alguns linfócitos B diminuem a taxa de divisão celular. E aumenta
a expressão de BCR, de centenas para milhares. Por pararem de proliferar, passam a
compor a zona clara.

335 - A hipermutação somática de células B é vantajoso?

São mutações pontuais nas regiões hipervariáveis, as quais são ao acaso, portanto, pode
ser uma coisa ruim, mas em geral é bom - aumenta a afinidade de interação do domínio
variável com o epítopo.

336 - Explique o que é hipermutação somática dos linfócitos B2 e qual a


conseqüência desse evento na seleção dos linfócitos B que deixam o linfonodo

A hipermutação somática é uma mutação aleatória do domínio variável do BCR mediada


pela ação da enzima AID que promove uma maturação da afinidade do BCR. A AID é
ativada pela ligação CD40-CD40L entre as células B e T e promove mutações nos
nucleotídeos que codificam o BCR. Essas mutações são aleatórias e podem alterar essa
afinidade do BCR pelo antígeno de forma positiva ou negativa. O que acontece é que o
centro germinativo, onde a hipermutação somática ocorre, têm tendências pré-apoptóticas e
os únicos mecanismos de escape dessa apoptose são o reconhecimento do antígeno na
DC folicular ou a apresentação do antígeno para a ThF. Logo, os BCRs que tiverem menor
afinidade pelo antígeno, não escaparão da apoptose, e quanto mais a resposta imune
progride, menos antígenos estão disponíveis e mais seletivo fica esse processo. Como
consequência, temos que com o passar do tempo, a resposta imune humoral fica cada vez
mais específica e os anticorpos têm afinidade cada vez maior (o que ocorre no caso de
infecções secundárias, terciárias, etc).

337 - Como é dado o processo de seleção das células B?

Processo de seleção dentro do centro germinativo ocorre na zona clara. Quem impõe a
seleção é o antígeno preso na superfície das células dendríticas foliculares que "apresenta
de forma indireta" o antígeno proteico. Elas seguram moléculas da resposta imune, tem um
receptor chamado CR1 que reconhece a opsonina C3b, o reconhecimento não leva a
fagocitose. O antígeno fica por semanas de forma estável. Outra forma de ligar o antígeno é
que as células dendríticas foliculares tem receptor para porção FC de anticorpos, o FcR. Em
uma resposta imune sem anticorpos, conta-se com receptor de complemento. Portanto, as
células dendríticas foliculares servem para aprisionar antígenos que vão servir para a
seleção das células B que sofreram maturação de afinidade.

338 - Sabendo-se que o linfócito B possui marcadores de superfície com funções de


receptor , responda: que marcadores da célula B são responsáveis pelo
reconhecimento do Ag na célula B naive? Explique como a célula B funciona como
célula apresentadora de Ag e que marcadores de superfície a capacita para tal função

A célula B, além de expressar MHC de classe II, apresenta B7 e CD40, moléculas capazes
de liberar o segundo sinal para ativação de linfócitos T (não virgens). A célula B vai ter
papel de APC principalmente para processar e combater antígenos timo-dependentes
(proteicos). Ela reconhece o Ag via BCR, internaliza, processa e apresenta o epítopo via
MHC II para o linfócito T. A partir daí a T ativa a célula B (por meio da ligação entre CD40 e
CD40L), que é capaz de se proliferar, diferenciar em plasmócito de vida longa, promover a
troca da classe de Ig e induzir a hipermutação somática e maturação da afinidade do
anticorpo.

339 - As células dendríticas foliculares influenciam a ida de outras células para o


folículo?

As células dendríticas foliculares são uma das principais fontes de CXCL13+ quimioatraente
para as células que tem CXCR5.

340 - O que ocorre com as células B que sobrevivem a seleção?

As células B na zona clara que sobreviveram a seleção, reconheceram o antígeno, mantém


seu estado viável. Algumas saem como células de memória do centro germinativo
dependentes (de longa duração)

341 - Caracterize as células B de memória quanto aos anticorpos de membrana,


tempo de vida, capacidade de apresentação de antígeno e localização

Expressam anticorpos de membrana de alta afinidade (IgA/IgG/IgE), mas não secretam.


Apresentam vida longa. Excelente APC para T, aumenta muito primeiro e segundos sinais.
Parte permanece nos tecidos linfoides secundários e parte recircula.

342 - Que diferença é promovida na resposta imune com a presença de células B de


memória?

Um novo contato com o antígeno leva a rápida diferenciação de plasmócitos e grande


produção de anticorpos de alta afinidade (novo processo de hipermutação somática e
maturação de afinidade).

343 - Como são gerados os plasmócitos de vida curta (2 a 4 dias)?

Geradas no inicio do contato da pré T helper folicular com B.

344 - Onde se concentram os plasmócitos de vida curta?

Cordões medulares (linfonodo) ou polpa vermelha (baço)

345 - Onde se concentram os plasmócitos de vida longa (meses a anos)?

Encontram-se na medula óssea.

346 - Onde ficam os plasmócitos que foram gerados em tecidos linfoides associados
à mucosa?
São endereçados para as referidas mucosas (mais IgA local).
347 - Como células T reguladoras foliculares (TFR) podem regular a resposta imune?

FoxP3 podem regular a resposta imune por bloquear a B, por PD1, CTLA4, IL-10, etc. Para
regular a própria resposta imune e não perder o controle produzindo anticorpos
patogênicos.

348 - Como é caracterizada a ativação de células B via antígenos


timo-independentes?

Antígenos timo independentes são moléculas que possuem estruturas altamente repetitivas,
como por exemplo polissacarídeos e flagelina. A quantidade de epítopos se repete aos
milhares, então, centenas e milhares de BCRs são agrupadas, com alta avidez. A célula B
prolifera e produz IgM sem ajuda da T CD4.

349 - Por que crianças de até 5 anos de idade não realizam uma resposta humoral
completamente efetiva contra antígenos polissacarídicos?

Há uma imaturidade imunológica no compartimento das células B da zona marginal, ou


seja, células B da zona marginal do baço são raras ao nascimento e acumulam com a idade

350 - O que pode ser feito para acelerar o amadurecimento das células B em
crianças?

Uma forma de acelerar o amadurecimento das células é a vacinação com antígenos


polissacaridicos.

351 - Quais são as diferenças entre antígenos timo-dependentes e


timo-independentes?

Antígenos timo dependentes são aqueles que necessitam da atividade do linfócito TCD4
(produzido no timo) sobre a célula B para que está exerça sua função. Quando as células B
e T se ligam por meio do CD40-CD40L, torna-se possível que parte das B ativadas
retornem para o folículo, onde está sendo formado o centro germinativo, se diferenciem em
plasmócito de vida longa secretor de IgG, proliferem e troquem a classe de IgM para IgG. É
no centro germinativo que ocorre o processo de hipermutação somática do domínio variável
da cadeia alfa, seguido da maturação da afinidade dos anticorpos. Por esses motivos, o
reconhecimento e antígenos timo-dependentes é muito eficiente. Os antígenos
timo-independentes são aqueles que possuem natureza química não proteica
(polissacarídeos, lipídios, etc) e por isso não necessitam desse auxílio da TCD4. Esses
antígenos costumam ter epítopos repetidos e isso possibilita o reconhecimento simultâneo
do mesmo antígeno por vários BCRs. Como a membrana plasmática é fluida, isso aproxima
os BCRs que estão ligando no antígeno e por consequência possibilita a fosforilação dos
domínios ITAM das cadeias Ig alfa e Ig beta, que ativam a cascata de sinalização
necessária para internalização e combate ao antígeno. Uma vez que não há contato da
célula B com a T nessa via, não ocorre diferenciação em plasmócitos de vida longa, troca
de classe, hipermutação somática ou maturação da afinidade. Só são secretados anticorpos
do tipo IgM; eles possuem menor especificidade e são característicos de fase aguda.
Células B1 e B da zona marginal do baço costumam ter boa resposta a antígenos
timo-independentes
352 - Quais são as diferenças entre a ativação dos linfócitos B-2 e a ativação de
linfócitos B-1 e B da zona marginal do baço?

Diferenciação em plasmócitos de vida curta. Não há formação de centro germinativo. Não


ocorre maturação de afinidade. Normalmente, não ocorre troca de classe da Ig (IgM)
(exceto: IgA nas mucosas e IgG2 contra capsula bacteriana). Não há desenvolvimento de
células de memória (ou pouca). São vias de produção de anticorpos naturais. Importância
na defesa contra bactérias com parede celular composta por polissacarídeos e por bactérias
encapsuladas (ex: Streptococcus pneumoniae - pneumococo; Neisseria meningitidis -
meningococo - e Haemophilus).

353 - Como uma resposta imune T independente pode se tornar T dependente?

É só conjugar antígenos T-independente a proteínas. Polissacarídeo se liga a uma proteína


em laboratório. A porção que o BCR reconhece é a porção do polissacarídeo, mas o
antígeno é internalizado e processado. Peptídeos são apresentados a T. A célula B produz
anticorpos, com formação de centro germinativo e hipermutações somáticas.

354 - O que realizam as células B reguladoras e quais citocinas utilizam?

Bregs regulam a resposta fora do folículo evitando autoimunidade e reações alérgicas.


Funcionam principalmente através de citocinas anti-inflamatórias - IL-10, TGFbeta e IL-35.

355 - Diferencie os anticorpos presentes na membrana dos anticorpos secretados.

Quando presentes na membrana funcionam como BCR. É uma molécula integral de


membrana com parte transmembrana e uma pequena cauda citoplasmática, utilizando
cadeias associadas - IgAlfa e IgBeta - para sinalização alostérica em relação a célula T.
Forma secretada do BCR, o anticorpo propriamente dito, tem a região carboxiterminal mais
curtinha, com aminoácidos hidrofílicos para facilitar a solubilização dos anticorpos.

356 - Quais tipos de IgG existem?

IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4.

357 - Quais tipos de IgA existem?

IgA1 e IgA2.

358 - Qual é o formato dos anticorpos quando se apresentam na membrana?

Formato de monômeros. Quando as células B se tornam plasmócitos isso é alterado.

359 - Qual classe de anticorpo não é encontrada na forma solúvel?


IgM é sempre produzido por toda célula B, quando BCR é sempre monômero, quando é
secretada está em formato de pentâmero ou hexâmero, unidas dentro do plasmócito pela
cadeia J
360 - Diferencie o formato da IgA de mucosa e do soro.

IgA de mucosa, secretado na forma de dímeros, podendo ser trímeros, unidas pela cadeia
J. No soro a IgA é um monômero.

361 - Qual é o primeiro anticorpo a ser produzido (resposta aguda)?

IgM

362 - Por que IgM migra para os tecidos apenas em presença de reação inflamatória?

Por ser muito grande fica confinada aos vasos sanguíneos, se houver aumento de
permeabilidade vai para os tecidos inflamados.

363 - Qual a função dos anticorpos IgM? Qual o mecanismo de execução dessa
função?

Ativar sistema complemento. IgM identifica, através dos domínios variáveis da cadeia leve e
pesada, os antígenos específicos na superfície do patógeno, como a parede bacteriana,
assim, inicia-se a ativação do complemento.

364 - Como a ativação do complemento por IgM pode levar a lise osmótica do alvo?

O complexo C1 é formada de 3 subunidades - C1q, C1r e C1s. A porção C1q se liga a


porção FC da IgM que está opsonizando o patógeno e ativa em sequência C1r e o
zimógeno C1s, o qual continua a cascata e cliva o próximo componente - o C4, clivado pela
enzima C1s que foi ativada. O fragmento pequeno C4a fica na fase fluida e o maior C4b que
fica preso patógeno. O C4b recebe a próxima proteína - C2. A C1s cliva a C2, gerando C2a
na fase fluida e C2b que fica ligado a C4b, gerando C4b2b. A enzima C2b vai clivar a C3,
em C3a e C3b, e também o C5, C5a fica na fase fluida e C5b se junta ao complexo
formado. Por atração hidrofóbica C5b se junta a C6, C7, C8 e homopolimerização de C9
formam o túnel da morte podendo levar a lise osmótica do alvo

365 - Quais são as principais imunoglobulinas presentes no soro humano?

IgG, principalmente, e também IgA.

366 - Qual a função dos anticorpos IgG e IgA?

Possuem capacidade de neutralização de patógenos e toxinas, impedindo que atinjam


tecidos alvos

367 - Por que anticorpos como os da classe IgA e principalmente IgG realizam
neutralização muito melhor do que IgM?
Para ser neutralizante deve haver alta afinidade com os epítopos presentes na toxina ou na
superfície de bactérias, vírus, fungos e protozoários. A região variável precisa possuir a
maior afinidade possível. A maturação de afinidade não é característica da IgM, já que não
passa pela formação de centro germinativo nos folículos
368 - Por que a IgM é mais eficiente em ativar complemento?

Pelo formato permitir uma ampla ocupação da proteína C1q e assim favorecer e estabilizar
o inicio da cascata. A IgG precisa estar no mínimo em par. O ideal é que estejam 5 IgGs
para serem eficientes como uma IgM em ativar complemento

369 - Opsonização é comum para várias classes de IgG, sobretudo para IgG1 e IgG3,
porque os fagócitos possuem receptor para porção FC da IgG - como CD64, CD32 -
que são expressos na superfície desses fagócitos. Qual outra classe de anticorpo é
também uma opsonina direta?

A IgA sérica também é uma opsonina direta (fagócitos possuem FcalfaR+ - para IgA), mas
em menor quantidade.

370 - Explique a função de citotoxidade celular dependente de anticorpo (ADCC) da


classe IgG

Mediada pela célula natural killer, que é da imunidade inata, citóxica, com grânulos ricos em
granzimas e perforinas. Possuem FCgamaR3 (CD16) que capacita a porção FC de uma IgG
que esteja ligada ao alvo. A NK não reconhece IgG solúvel, quando a IgG se liga ao
antígeno altera a conformação da FC, expondo o sítio, que é então reconhecida pela NK.
Isso aciona a degranulação da NK que mata o alvo pelo efeito citotóxico.

371 - Um evento de proteção importante mediado pela IgG é a solubilização de


imunocomplexos circulantes. Importante para pacientes com hipersensibilidade que
possuem muitos imunocomplexos (antígenos + anticorpos) circulantes que podem
ficar em locais de alta pressão hidrostática de filtragem do sangue. Como funciona
esse fenômeno proporcionado pela IgG?

O IgG inicia a ativação da cascata do complemento, gera opsonina C3b. As hemácias


expressam de forma estável o receptor CR1, que reconhecem C3b presentes nos
complexos, então levam esses complexos para o fígado e o baço, para os macrófagos
locais destruírem os imunocomplexos. Para evitar depósito de imunocomplexos e
consequente lesão vascular

372 - “IgG de baixa afinidade indica uma infecção ainda em curso.” Essa afirmativa
está correta?

Justifique. Afirmação correta. O primeiro AC a ser produzido na resposta imune humoral é o


IgM, por plasmócitos de vida curta, caracterizando o foco primário da fase inicial da
resposta. Alguns deles podem liberar IgG com baixa afinidade, no entanto, os de alta
afinidade só são liberados pelos plasmócitos de vida longa, no centro germinativo, na fase
tardia da resposta. Portanto, IgG de alta afinidade é sinal de infecção passada, vacinação
ou infecção crônica, enquanto o de baixa afinidade é sinal de resposta ainda em curso.
373 - Como se dá a atuação dos anticorpos IgG na resposta imune?

A atuação dos anticorpos IgG se dá tanto por neutralização, quanto por ativação do sistema
complemento, opsonização e ADCC (Citotoxidade Celular Dependente de Anticorpo). A
neutralização ocorre pela capacidade do IgG em se ligar com alta afinidade ao Ag,
bloqueando a interação Ag-célula e impedindo assim, a infecção celular. A ativação do
sistema complemento, por sua vez, ocorre a partir da interação da proteína C1, que inicia a
via clássica, com os domínios variáveis de IgG que está aderido à superfície do patógeno e
que precisa da ligação ao Ag para expor seus domínios variáveis. Apesar de IgG não ser
um ativador do complemento tão eficaz quanto o IgM (que é pentamérico), ele também
auxilia nesse processo. Já quanto a atuação do IgG pela opsonização, em uma resposta
Th1, há liberação de IFNgama, o qual induz a troca de classe em B de IgM por IgG1 e IgG3,
além de aumentar a expressão de CD64 em fagócitos, que é um receptor para Fc que
reconhece IgG1 e IgG3. Dessa forma, o IgG, ao opsonizar o patógeno, contribui para que a
fagocitose ocorra. Por fim, temos a ADCC, em que os IgGs fixados na parede das células
infectadas aproximam os receptores de Fc das NKs (CD16), ativando-as e possibilitando,
assim, a realização da sua atividade celular citotóxica pela liberação de granzimas e
perforinas sobre as células infectadas

374 - Quais anticorpos podem ser encontrados no leite materno?

Leite materno possui bons níveis de IgG e IgA

375 - Onde e por quais células são produzidos o IgA de mucosa? Onde é liberado?

Produzidas por plasmócitos na submucosa e liberadas na mucosa. A produção da IgA é um


evento local e comum a todo e qualquer patógeno e suas toxinas

376 - Qual é a estrutura do IgA de mucosa?

Dimérica/trimérica: secreções exócrinas/mucosa (possui cadeias J e o componente


secretor)

377 - Por que na região de dobradiça do IgA de mucosa, com alto conteúdo de
enzimas, há um encurtamento de 13 aminoácidos?

Para reduzir a sensibilidade as proteases locais, já que é uma região em alfa hélice, mais
suscetível a clivagem enzimática.

378 - A IgA de mucosa possui uma estrutura em formato de serpente, o componente


secretor. Explique o que é esse componente e sua função.

O receptor poli Ig captura a IgA dimérica e a transporta de forma intacta para a luz. Parte do
receptor poli Ig é liberada junto a IgA, esse componente é o componente secretor, com
função de aumento a sobrevida da IgA na luz das mucosas

379 - Qual a função do IgA de mucosa?


Função clássica da IgA: neutralizar

380 - Qual anticorpo está presente em nível de mucosa?

Em nível de mucosa, independente do patógeno, o anticorpo é IgA

381 - Descreva o mecanismo de produção da mólecula de IgA secretora , indicando


seu papel na resposta imune.

A IgA é produzida nos tecidos linfoides mucosos e é ativamente transportada através dos
epitélios, ligando-se a e neutralizando microorganismos que entram nos lúmens dos órgãos
mucosos, que estão em constante contato por meio da respiração, da ingestão de
alimentos, etc. Elas são produzidas na submucosa pelos tecidos linfoides da mucosa e
pelas células B1 e são transportadas através do epitélio por meio da poli-Ig. Parte dessa
molécula se liga à IgA e permite esse transporte (porção secretora), além de impedir que
existam sítios disponíveis para a ação de proteases presentes no lúmen das mucosas

382 - Qual é a classe de anticorpo menos abundante no soro?

IgE

383 - Em que tipo de resposta imune estão envolvidos os anticorpos IgE?

Envolvidos nas reações alérgicas e na resistência de helmintos.

384 - Qual o mecanismo de ação dos anticorpos IgE?

Liga-se a mastócitos, basófilos e eosinófilos. Mastócitos e basófilos, ao reconhecerem IgE


que reconhece o antígeno, liberam histamina potencializando a inflamação. Eosinófilos não
estocam histaminas, mas estocam proteínas altamente tóxicas, como a proteína básica
principal. O reconhecimento por parte do eosinófilo da IgE degranula essas substâncias.

385 - Qual tipo de IgG é melhor na ativação do complemento pela via clássica?

IgG3, IgG1 e, por último, IgG2. A IgG4 não ativa complemento.

386 - Qual anticorpo é capaz de ativar complemento pela via alternativa?

IgA1.

387 - Quais anticorpos são capazes de serem transferidos pela placenta?

O principal é IgG1, mas também há transferência de IgG3, IgG2 e IgG4.

388 - Quais anticorpos se ligam a células fagocitárias?

IgG1, IgG3, IgG4, IgA1, IgA2 e IgE.


389 - Quais anticorpos se ligam a mastócitos e basófilos?

Somente IgE.

390 - Tendo em vista que algumas imunoglobulinas tem a capacidade de se ligarem a


membrana das células através da sua porção Fc , responda : Quais as classes e
subclasses de imunoglobulinas que desempenham função de opsoninas e qual a
importância desta função ?

IgG do tipo IgG1 e IgG3. A opsonização é importante mecanismo de auxílio à fagocitose


pois, além de aumentar a ação microbicida dos fagócitos, eles não dependem do
reconhecimento do PAMP ou DAMP pelo PRR. O fagócito tem receptor para as opsoninas,
que são capazes de se ligar ao antígeno e auxiliar essa fagocitose, além de ativar vias
bioquímicas que potencializam o burst oxidativo, a produção de NO e de enzimas
lisossomiais.

391 - Tendo em vista que algumas imunoglobulinas tem a capacidade de se ligarem a


membrana das células através da sua porção Fc , responda: Qual a classe de Ig capaz
de se ligar a mastócitos e basófilos e qual a consequência desta ligação?

IgE. A importância dessa ligação é a degranulação dessas células e liberação de histamina,


importante mediador da resposta inflamatória e alérgica. A histamina provoca dilatação
arteriolar, aumento da permeabilidade dos capilares venosos e a contração da musculatura
lisa dos brônquios e intestinos.

392 - Por que deve-se avaliar a afinidade de anticorpos IgG para se discriminar
infecções agudas de infecções pregressas?

Por causa da alteração da afinidade do IgG durante o processo infeccioso. Em decorrência


do edema causado pela inflamação, o Ag timo-dependente chega ao linfonodo satélite
através dos vasos linfáticos. Esse Ag vai ser reconhecido pelo B2 folicular específico, o qual
vai internalizar, processar e apresentar o peptídeo via MHC II. Enquanto isso, a dendrítica
que também reconheceu o Ag na periferia vai ativar e induzir a diferenciação de uma T
virgem no santuário que lhe é mais próximo, tornando essa T efetora. Essa T então migra
para o folículo, enquanto a B específica migra para a medula, ocorrendo o encontro na
borda do folículo. A sinapse entre essas células vai induzir a proliferação de B e a
diferenciação dessa em plasmócitos de vida curta, que ficam alguns dias produzindo IgM,
caracterizando o foco primário da fase inicial de resposta, e depois morrem. Já na fase
tardia, algumas Bs que não se diferenciaram nesses plasmócitos retornam ao folículo e se
proliferam intensamente, formando o centro germinativo, onde ocorre a diferenciação em
plasmócitos de vida longa. Dentro do centro germinativo ocorrem os processos de
hipermutação somática e de maturação da afinidade. Esses processos relacionam-se à
ativação da enzima AID (Deaminase Induzida por Ativação) após a interação de B com T,
uma vez que essa enzima é a responsável pela mutação na região hipervariável da
sequência VDJ do BCR durante a intensa proliferação de B no centro germinativo. Com o
progresso da infecção (infecção pregressa), a quantidade de Ags vai diminuindo, ao passo
que o número de cells B específicas aumenta. Com isso, haverá uma competição desses
linfócitos para se ligarem aos Ags, se estabelecendo, assim, uma pressão seletiva sobre os
que tiverem maior afinidade. Ou seja, serão selecionadas as Bs que, no processo de
hipermutação, tiveram maturação da sua afinidade ao Ag. Como resultado da seleção
dessas Bs específicas, serão formados plasmócitos que produzirão IgGs com maior
afinidade em comparação àqueles que foram produzidos na fase aguda da infecção,
quando a quantidade de Ags era maior e o repertório de Bs no centro germinativo era
menor.

393 - Por que não seria cabível realizar esse tipo de avaliação da avidez com
anticorpos de classe M?

Porque são anticorpos de baixa afinidade, produzidos apenas na fase inicial da resposta
imune humoral. Os plasmócitos responsáveis pela produção de IgM são os de vida curta, os
quais morrem após alguns dias produzindo anticorpos.

394 - De que forma o anticorpo IgM fornece proteção contra infecções?

Por meio da ativação do sistema complemento pela via clássica, que é a dependente de
anticorpo. Essa via é iniciada com a proteína plasmática C1. Ela interage com os domínios
constantes do anticorpo, no caso o IgM, que está aderido à superfície do patógeno,
sofrendo uma torção em seu arranjo que ativa subunidades, dando início a uma cascata de
reações. Porém, os domínios constantes precisam estar próximos para que ocorra essa
torção. Por essa razão, o IgM se mostra tão eficaz na proteção contra infecções por
ativação do sistema complemento, uma vez que sua estrutura é pentamérica e, portanto,
oferece domínios constantes próximos para a C1 se ligar

395 - “A elaboração de uma vacina preventiva para o HIV deve levar em consideração
as variáveis de localização geográfica e de etnia na tentativa de minimizar os efeitos
do polimorfismo existente nas populações. Ainda assim, é praticamente certo não
haver imunização 100% eficaz para os grupos vacinados.” Tendo em vista tais
observações, responda: O que justifica a dificuldade de se elaborar uma vacina
preventiva para o HIV?

O que justifica tal dificuldade é o fato do MHC ser altamente polimórfico. O polimorfismo
decorre de alterações em alelos dos genes que codificam o MHC (polimorfismo gênico), o
que gera alterações nos códons e, consequentemente, nas proteínas que compõem o
complexo. Com isso, há um aumento na variabilidade das sequências de aminoácidos da
fenda, o que implica em um aumento do contingente de Ags que podem ser ligados a essa
fenda e, conseguintemente, apresentados aos linfócitos T. Além disso, cabe considerar que,
em se tratando de um antígeno viral, como no caso do HIV, o MHC envolvido é o MHC de
classe I, o que torna o problema enfrentado ainda maior, tendo em vista que esse MHC é
mais polimórfico. Diante disso, compreende-se porque é necessário levar em consideração
as variáveis de localização geográfica e de etnia na tentativa de minimizar os efeitos do
polimorfismo na população.

396 - “A elaboração de uma vacina preventiva para o HIV deve levar em consideração
as variáveis de localização geográfica e de etnia na tentativa de minimizar os efeitos
do polimorfismo existente nas populações. Ainda assim, é praticamente certo não
haver imunização 100% eficaz para os grupos vacinados.” Tendo em vista tais
observações, responda: Por que é praticamente certo não haver imunização 100%
eficaz para os grupos vacinados?

Porque podem existir indivíduos, dentre o grupo vacinado, sem MHC para apresentar os
epítopos imunodominantes do HIV presentes na vacina, uma vez que é o MHC que
determina a imunogenicidade do Ag

Você também pode gostar