Ceo Inesperado Meu Ex Melhor A - Aline Padua
Ceo Inesperado Meu Ex Melhor A - Aline Padua
Ceo Inesperado Meu Ex Melhor A - Aline Padua
NOTA
PLAYLIST
SINOPSE
PARTE I
PRÓLOGO
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO X
PARTE II
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVIII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XX
CAPÍTULO XXI
CONTATOS DA AUTORA
NOTA
Boa leitura,
Aline Pádua
PLAYLIST
Júlio Torres sabe que deixou uma parte de si para trás. Sua ex
melhor amiga o odeia e ele, muitas vezes, teve o mesmo sentimento por si.
Maldita sombra!
Júlio sabe que não pode mais ignorar, porque ele não quer apenas a
sua melhor amiga de volta, ele a quer como sua.
Babi foge dele como o diabo foge da cruz. Entretanto, como fugir
se depois do reencontro e finalmente os pratos limpos, ela se descobre
grávida do seu ex melhor amigo?
PARTE I
BABI
Sorri pela lembrança e passei a mão pelo balanço velho. Não sabia
dizer como foi, mas de repente, a gente se resumia ali. Eu e Júlio éramos
partes um do outro. Desde os doze anos, até ali, aos dezoito. Era estranho
pensar que nossas escolhas estavam chegando, e que poderiam nos separar.
Porém, eu duvidava que nos separariam. Por que estava tão preocupada
com aquilo?
forma que ele dizia meu nome, fazia-me derreter. Era alguma crise dos
dezoito anos?
para todas as horas. Como seria tê-lo tão longe? Eu realmente consideraria
ir para fora do Brasil apenas para não o perder? Não poderia, e ele não
poderia deixar seu sonho morrer. — Imagina seu futuro. — continuei, e ele
sorriu, como se pensasse em algo. — O que você vê daqui dez anos?
Vi-me tomando coragem, que não sabia de onde vinha, e fui até
ele, tocando sua camisa branca agarrada a cada músculo que ele
desenvolvera ao longo dos anos. Subi minha mão até o seu pescoço, e vi o
exato momento em que seus pelos se arrepiaram. Ele sentia o mesmo? Eu
tinha perdido a noção?
— Se fizer isso... — começou, ainda de olhos fechados.
mesmo que estivesse acostumada a tocá-lo, nunca fora tão certeiro como
naquele instante.
ninguém, e pensei que estava louco ao ver o desejo gritando no seu olhar...
— soltou o ar com força, e seu hálito de hortelã me atingiu. Ele poderia só
parar e me beijar até esquecermos que éramos melhores amigos? — Me
diz o que quer. — praticamente implorou, tocando meus lábios e fazendo-
me quase gemer. O que diabos era aquilo?
Lego engano.
— Júlio!
saber quanto tempo ficamos ali. A gente se olhou e eu sabia que não
precisávamos dizer nada. A gente se conhecia no olhar. Eu estava uma
bagunça, daquilo tinha certeza, e percebi que era fato quando Inácio
Torres, o irmão mais velho de Júlio se aproximou.
Por que ele parou de falar quando me encarou? Por que ele
parecia ter uma culpa nos ombros?
primeira vez, visse em seu olhar a mentira clara. — Fala alguma coisa!
estava me deixando, sem dizer nada, como se eu não fosse nada... Talvez,
BABI
lado.
feliz.
— Pensando demais...
Não sabia como minha amiga fazia tantos preparativos para uma
única noite, contudo, o seu envolvimento com o anfitrião da festa, vulgo
gostosão que ela não admitia ser gostoso, nos trouxera para a cobertura de
— Vamos falar de Reis, no dia em que você falar sobre o tal CEO
engomadinho. — rebateu, e eu engoli em seco, adentrando o elevador. —
Foi o que pensei. — ela riu, e meus pensamentos se perderam.
— Boa sorte. — falei para Lisa, antes que ela me usasse para fugir,
e praticamente corri em direção a um amontoado de pessoas à frente de um
balcão gigantesco. Surpreendendo-me, não era a única a usar uma máscara
simples para ter o traje da noite. Muitas pessoas pareciam tê-lo feito.
“Odeio acidentes
aquela noite.
tempo de deixar o copo sobre uma o balcão e mais nada. O pop acabou,
dando lugar a um funk, que explodiu por todos os lados.
O que foi?
quente.
pessoas, e de repente, faltavam apenas alguns passos para chegar até ele.
Quando notei a aproximação, e a forma como ele me encarava, como se
fosse possível me ler por inteira, acabei parando. Desviei de seu olhar,
assim como, de seu caminho. O que eu estava pensando?
Por que deveria ir até um homem que me fazia tremer apenas com
o olhar? Deveria ir, porque ele parecia bem capaz de te esquentar
também. Mente traidora.
Cheguei ao bar e pedi outra dose de uísque, e torci para que fosse
pecar.
rosto, e me fazendo imaginar como ele seria. Mesmo assim, era fácil dizer
que ele era lindo. Oh merda!
conseguia desviar dela. — Eu vou com ele... — fiz um sinal com a cabeça
na direção que o meu corpo gritava que ele estava. Como era possível
perceber a presença de alguém assim?
rosto dele. — falou, e senti o exato momento em que Igor a puxou para
perto, fazendo-me segurar a risada. — Te encontro de manhã, então? Daí
você me conta se ele é bonito mesmo.
ia... ou ia?
Antes que eu pudesse dizer algo mais, sua boca veio diretamente
para onde mais o necessitava, e eu engoli o gemido, e todo o orgulho que
BABI
— Obrigada, Babi.
Sorri tanto porque ela me chamara pelo meu real apelido, quanto
por me sentir bem em estar ali. Já tinha se passado um mês, e as coisas
simplesmente foram acontecendo. Minha mãe teve uma crise e me vi
correndo no dia seguinte daquela festa para o interior, e não saí dali mais.
ambiente com Mabi antes, ela era uma pessoa encantadora. Alguns anos
mais jovem que eu, mas ainda assim, era fácil gostar dela.
demonstrar nada, nem mesmo, raiva. Ele tinha que achar que eu era
indiferente, da mesma maneira que eu acreditei que seria. Merda!
— Precisamos conversar.
Soltei uma risada, sem conseguir me conter e neguei com a cabeça.
— Não vai escapar de mim. — sua voz soou tão certa quanto
naquela noite.
Saí com o carro e bati com força contra o painel de música, como
se o som tivesse culpa da minha frustração, ou por Júlio Torres ser o rosto
do cara que eu tinha ficado encantada e viciada em uma noite. Não poderia
ser!
— Não vai escapar de mim. — a voz dele reverberou por todo meu
corpo, fazendo-me gemer, quando suas mãos seguraram com força minhas
coxas. — Depois dessa noite, eu vou te contar o meu nome, e vai gemer
ele. — sussurrou, fazendo-me cravar as unhas em suas costas, e ansiar
Ele era o irmão Torres que eu mais mantive contato, claro, além
dos seus pais. Nunca pudera virar as costas para eles, mesmo evitando ao
máximo e eles respeitando o fato de não querer saber de Júlio. Bruno era
uma extensão da nossa amizade, quando mais novos. Onde a gente ia, o
caçula ia junto. Até mesmo Olívia entrara naquela dança, muitas vezes.
Mabi, foi que ele não consegue esquecer uma mulher que foi embora com
esse mesmo colar...
expectativa e certeza de que eu era a mulher mascarada com Júlio. Era por
aquelas e outras, que eu nunca, em hipótese alguma, estaria com Júlio, se
soubesse que era ele. Tínhamos uma fanbase muito sólida e famílias certas
de que ficaríamos juntos. Não ficaríamos. Não éramos nada. Foi o que
BABI
família é parte da minha vida, e eu nunca me afastei de vocês, mas não vou
falar sobre seu irmão.
de ser indiferente, ia por terra, quando não estava à frente dele. — Não é
um assunto que gosto de relembrar e conversar... Éramos melhores amigos,
nos afastamos, eu o odiei por um longo tempo, e agora... Não somos mais
nada.
escolha dele, e ninguém mais conseguiria lidar com toda aquela bagunça.
Sabia que Bruno tentara muito ao longo dos anos, juntar-nos. Contudo, era
impossível.
— Talvez as coisas sejam como nos velhos tempos... Ok, não tanto,
porque temos mais agregados, e agora duas crianças na família, mas...
Sabe que meus pais vão adorar te ver.
de sempre.
Foco, Bárbara!
entrelaçava ao fato de que meu passado voltara como uma erupção. Levei
uma mão até o colar, e tive que me concentrar em dobro, para não deixar
que o carro saísse da estrada, enquanto meus pensamentos eram dele.
Apenas dele.
Vibrando por cada canto de minha pele, enquanto seus lábios desciam, e
suas mãos seguravam minhas pernas bem abertas. — Mas te ter como um
banquete, o seu gosto... — sua língua me acertou em cheio e eu gemi,
mesmo voltando de um orgasmo. O que aquele homem tinha? Ele me tinha
completamente entregue em suas mãos. — O seu gosto é a melhor coisa
que já provei.
perder naquele momento. Assim como fizera após estar com ele, e não
saber quem era. Agora porque sabia exatamente onde o encontrar. Ainda,
sabia que ele fora a primeira pessoa a quebrar meu coração. A primeira e
única.
JÚLIO
Não poderia...
implorar para que fosse minha. Por que não era simples assim?
para ajudar a descobrir o que houve com Júlio... — falou, e vi-a clicando
em algo na tela, deixando o celular no viva-voz.
Era possível ouvir uma voz feminina ao fundo, cantando não muito
baixo, e eu paralisei. Aquela voz...
que eu queria poder falar abertamente com alguém sobre tudo aquilo. Eu
não conseguia. Fazia tanto tempo.
Justo no momento que acreditei ter superado o que sentia por Bárbara, era
ela. No mais inesperado, continuava sendo ela.
Por alguns segundos, eu apenas saí dali, e era como se fosse a voz
dela, comigo, anos atrás, cantando. Sorri sozinho, preso ao momento e
querendo me apegar a cada parte dele.
da questão.
— Eu...
exatamente para onde estava indo. Parei no meio do caminho, sabendo que
não tinha como ir até lá. Não naquele instante. Seria intenso demais e não
estava pronto. Como simplesmente voltar ao lugar que um dia foi nosso, e
fingir que não sentia nada depois de tudo? Toda vez que ia lá, parte de
BABI
Ele fora meu primeiro namorado e não era nada estranho estar
próxima a ele e conversar. Não como o era quando se tratava de outra
pessoa. Por que tudo sempre me levava para Júlio?
meu lado, e eu apenas apertei mais sua mão na minha. — Soube que os
Torres todos estão na cidade...
mal, existia algo nas mulheres da minha família, como se precisassem ser
uma rocha. Na maioria do tempo éramos, contudo, nem sempre era
possível.
dali no passado, apenas para fugir também. A capital fora, por um tempo, o
meu lago para não encontrar o passado. Mesmo que o risco fosse alto,
quando soubera por cima, que ele estava de volta ao Brasil, e trabalhando
com tecnologia. Por que, novamente, meus pensamentos estavam nele?
desaparecia na água.
Mal sabia ele que era fácil terminar, tanto que não fosse um
término com ele.
Olhei de Júlio para meu pai, sem entender, e então notei que ele
Era ele.
Sempre ele.
ali, ao meu lado. Bem ali, tão certo, aos dezessete. Encontrara o amor
antes mesmo de poder entender o que aquele sentimento todo
representava.
Ele deu a volta, e foi até o velho deck, sentando-se, e eu, do outro
lado do lago, que não era tão grande assim, apenas tentei imaginar o que
diabos ele fazia ali. Talvez eu tivesse um pouco de noção, porém, não
queria ter consciência alguma naquele instante.
Não ousei sair do lago e muito menos do lugar que estava. Ele era o
intruso ali. Eu não ia lhe dar gosto de ceder a minha raiva, que ele sabia
melhor do que ninguém, que poderia me dominar, e dar a primeira palavra.
Se ele queria ficar ali, em silêncio, apenas me olhando, que fosse.
Foda-se também!
Fiquei ali, olhando para o céu, enquanto o pouco de sol que restara
tocava minha pele. Minha respiração meio perdida e minha mente no
homem sentado há alguns metros dali. Eu sentia seu olhar sobre mim,
com a cabeça.
— Sei que não quer falar comigo, e não quer me ver... Mas eu
preciso falar, Bárbara.
Como no passado.
— Acho que está aqui por isso. — falei por fim, e puxei o cordão
de meu pescoço, fazendo-o arrebentar, da mesma forma que o fizera contra
a pele dele naquela noite. Não sabia ao certo o que ele ainda fazia ali,
preso a minha pele. No entanto, era errado.
vi-me nadando para longe dali. Eu queria poder ficar e reafirmar que eu
continuava uma maldita deusa, e poderia superar tudo. Mas ainda assim,
não superara ele. E era demais, tê-lo tão perto, depois de ter o gosto do
paraíso.
“E te dizer te amo
JÚLIO
porta de trás da casa. O fato era que teria que torcer para que ninguém
estivesse do lado e fora. Os Torres eram unidos, e mais do que aquilo,
sabíamos de tudo um do outro.
frente da grande casa, e andei pé por pé, buscando não ser ouvido.
Qualquer barulho e teria certeza que alguém apareceria, nem que fosse de
algum buraco do chão. Quando cheguei na porta de trás, que daria para a
cozinha, comecei a pedir as bençãos, para que ninguém me notasse.
Contudo, ouvi a risada de meu irmão mais velho, e estaquei, torcendo para
que ele estivesse perdido em qualquer coisa, e não me localizasse.
Assim que o vi, notei que estava em uma das redes que, segundo
ele, sua esposa o obrigara a comprar no final de semana passado. Sorri da
cena, e era incrível vê-lo tão solto, como o Inácio que apenas a gente
conhecia, para com ela. Há alguns anos, a gente sabia que Mabi Gonçalo
era o amor da vida dele. E ali, vendo-o olhar para a barriga dela, enquanto
ela contava algo, e sorrindo, era gratificante.
dele, que mesmo sendo perguntador, não era tão invasivo, ela me
dissecaria.
conversa depois, cunhadinha. — falei, antes que ela teorizasse, e ela sorriu
abertamente, como se já tivesse ganhado um prêmio. Por que éramos
todos tão impertinentes? — E como está o meu sobrinho? — acabei
indagando, enquanto tirava os sapatos, que estavam cheios de água.
Por que a minha boca era tão grande a ponto de fazer Mabi e
Inácio era o mais velho e mais fechado de nós. Eu, o do meio, era a
transição perfeita do observador com o fofoqueiro oficial da família,
Bruno. Olívia era a única mulher, e a mais decidida de todos nós, o que ela
queria, ela tinha. Já Bruno era o caçula, e a mistura maluca dos três mais
velhos. E era ainda mais maluco saber que além de Dani, a filha de Oli, em
alguns meses, outro Torres estaria correndo por aquele mesmo lugar que
nada.
te levo para tomar sorvete no centro. — falei, e ela levou uma mão a
bochecha, batendo ali levemente com o dedo, como se pensasse. Meu
coração se aqueceu, diante da menina dos olhos da minha família.
Encarei o espelho a frente, e era como ver o mesmo eu, de dez anos
atrás. Louco por ela. Ansioso por ela. Apaixonado por ela. Soltei o ar com
força, sabendo que por mais que tenha lutado, não conseguia mais. Não
conseguia mais fingir que não a queria, e principalmente, que não queria
tê-la. Ainda, não sabia como falaria com Bruno sobre, mas eu precisava.
cabeça se perdia no que ela dissera. Depois de dez anos, ouvir aquilo,
acertara-me de uma forma que não sabia explicar.
lidar com tudo que ela me direcionasse. A raiva, a mágoa, a dor, o ódio...
Só não poderia aceitar a sua indiferença. Um dia me doera tão forte, que
me paralisara. Ali, sabendo que de alguma forma, ela sentia algo, algo que
nos ligava ao passado, assim como, à noite em que nos entregamos por
completo, eu estava tendo esperança.
todas as outras.
nosso caçula ao lado. Bruno me olhou com um sorriso, e tentei não focar
em buscar algo diferente em seu semblante. Ainda precisava falar com ele,
mas sabia que era cedo demais para o fazer. Não o era? Ou já deveria o
fazer? Merda!
sorria abertamente.
— Iiiiii, nem vem com essa cara! — pisquei algumas vezes, e Oli
se aproximou, batendo em meu peito. — Quando tem esse olhar, você
sempre foge dela. Mesmo quando sabia que ela vinha, ou ia visitar nossos
pais, ou pior...
— Bruno...
eu só consegui pensar que foi até ela... Estava na hora de parar de cuidar de
BABI
letra de minha mãe bem ali: “Fomos chamados para jantar nos Oliveira, a
casa então... tá livre. Aproveita. Com amor, mamãe” Ri não pela intenção,
mas na letra diferente, que pertencia ao meu pai, que complementava a
mensagem com “e papai que quer ser avô”. Por Deus, eles eram péssimos
cupidos!
Sabia que eles amavam Júlio, mesmo ele tendo quebrado meu
coração. Segundo minha mãe, talvez ele pudesse ser o cara certo, e que iria
juntar pedaço por pedaço. Porém, eu o tinha feito, durante aqueles anos.
Ele não só quebrara uma parte de mim, mas várias delas, após aquele dia
fatídico.
nada. Nenhuma resposta ou tentativa. Era como se tudo o que ele desejasse
fosse me evitar.
O fez perfeitamente, por dez anos. Por aquilo, não entendia o que
ele fazia ali, na minha casa, pulando em um lago, citando a música que
costumava ser nossa, e agora, se encaixava tão perfeitamente. Merda de
mente fanfiqueira!
Igor?
— Lisa...
amigos, e na realidade, tinha vários. A questão era que todos eram amigos
pontuais. Ele se lembravam de mim em datas importantes e tudo mais.
Porém, o que construí com Lisa era diferente. A gente se aguentava nos
dias comuns. Nos dias em que nada acontece, a não ser as nossas
reclamações ou sono sem fim.
Se ele sabia...
Eu precisava entender se ele sabia que era eu. Filho de uma... mãe
incrível! Merda!
— Cara, se ele não for o seu 10 de 10, eu não digo mais nada! —
Lisa falou, e eu tive que rir, porque apenas ela era capaz de me fazer ficar
animada diante de toda aquela bagunça. — Na segunda você vem pra cá,
certo? — indagou.
depois de umas duas taças de vinho para começar a falar...E quem sabe,
uma surpresa.
não fazia sentido, já que eu amava nadar em lugares gelados. O que fazia
sentido em mim, afinal? Naquele segundo, nada.
Júlio Torres era capaz daquilo? Se tinha algo que eu conhecia dele,
e tinha certeza que não mudara, era sua determinação. Desde sempre ele
parecia certo demais sobre tudo e sobre quem ele era. Poderia eu ter sido
apenas uma parte do jogo?
Desfiz a ligação e pensei no mal que faria apenas sair e falar com
Bruno. Nenhum, certo? Suspirei e fui até meu armário, encarando as
opções. Vestidos, terninhos combinando, ou shorts com regatas. Eu não era
aquela ali, era um sonho realizado – ter algo marcando quase todo meu
torso. E combinava perfeitamente comigo, uma espada adornada por
flores, livros e música.
Pensei que não tinha como Júlio saber sobre ela, porque eu não
usava redes sociais, a não ser para assistir vídeos aleatórios. E Lisa muito
menos tinha postado uma foto minha já com a tatuagem. Mas o que eu
estava pensando? Como se Júlio estivesse interessado em saber sobre
mim. Bufei do quão patética eu soava.
certo? Já até convidei a tua sombra hoje, então... Logo nos veremos todos.
musculoso que encontrara o meu. Assim que levantei o olhar com cuidado,
paralisei ao encontrar os olhos castanhos de Júlio, olhando-me por inteira e
praticamente, me comendo viva. Oh merda!
CAPÍTULO VII
BABI
distante dali, como se algo brilhasse em seus olhos, mas não fosse nada
bom.
— Mas...
— Morango com leite condensado e calda de chocolate, não é? —
indagou, como se fosse no automático, e eu assenti. Ele ainda sabia o meu
sabor favorito... Não consegui desviar o olhar, e o segui com o mesmo, até
vê-lo desaparecer dentro do estabelecimento.
algo que não gostou. Ainda assim, eu sabia que precisava perguntar sobre
aquela noite. Nem que fosse de forma rápida e certa. O fato de Daniela
estar entre nós, ajudava e muito, porque nunca seria o foco na conversa.
limão.
de levar o sorvete até a boca, e parei de raciocinar direito. Por que ele era
malditamente bonito até comendo?
— Acho que...
— Tio, eu posso tomar mais um? — a pergunta de Dani me parou,
e eu engoli em seco. Eu estava tão perdida ali, sem saber o que diabos ele
Daniela lá dentro. Ele sorriu, e pela primeira vez, notei que era verdadeiro.
Quando me encarou, sua expressão mudou e eu fiquei sem saber o que
dizer. — Eu pensei que teria muita coisa pra te falar quando quisesse me
ouvir.
raciocinava direito.
Ele pareceu analisar cada fala minha, e pensar sobre, porém não
disse nada por alguns minutos. Terminei de tomar meu sorvete, com seu
olhar sobre mim, e com Daniela contando animada sobre como adorava os
cavalos do tio Ná. Eu estava sorrindo para ela, mas nenhum deles era
verdadeiro.
todos nós para falar. De repente, conversar com a pessoa que sempre fui eu
mesmo, era difícil. Não tão de repente assim, já que faziam dez anos.
Olhando-a dali, não parecia que o tempo fora tão esmagador assim. Porém,
lembrando-me de todas as datas que eram tão nossas, e não o foram, e eu
estava sem ela, sabia que fora devastador.
— A gente pode não ter nada, mas para mim, você ainda significa
tudo. Isso nunca mudou. Mesmo quando achou que mudou, não aconteceu.
— sussurrei, sem conseguir evitar, e ela me olhou, e era clara a mágoa.
Assim como, depois de tanto tempo, enxerguei o que sempre busquei
apenas nela – algo mais.
aquele amor, ao menos, não acreditava nele. — Teve tempo para tentar
voltar... por que agora?
— Tarde demais.
Eu faria de tudo por ela. Mesmo sabendo que não fiz nada daquilo
que gostaria.
momento mais errado, porque o sentimento dela, poderia ser outro. Poderia
ser dele. Poderia aquela noite ser algo de momento, porque ela não sabia
quem era. E de fato, poderia ser tarde demais.
Eu sabia desde o início que seria exatamente assim que você iria embora "[11]
BABI
amo. Porém, eu sequer sabia o que eu amava naquele momento. Estava tão
confusa com tudo aquilo. Por mais que a Bárbara de dezoito anos esperou
e aguardou tanto pelo momento que ele simplesmente voltaria atrás, e lhe
contaria que apenas teve medo, ali, a Bárbara de vinte e oito, sabia que o
medo não explicava dez anos longes um do outro.
Com toda certeza pensando que tinha ganhado aquela. Outra coisa que
nossa amizade se baseou: a competitividade.
já que vamos ser só nós dois hoje. — Júlio comentou, como se fosse
simples assim, e eu o encarei perplexa. — O que? — indagou, na maior
cara de pau.
— Não vai ganhar nada com isso. — falei, e soltei o ar com força.
Ele estava me desafiando, e sabia que eu não abria mão. O pior, era vê-lo
um dos braços e eu tentei não pensar que o lado cavalheiro dele ainda
existia. E o pior de tudo, que a pobre Babi jovem, não tinha chance de não
se apaixonar por ele.
mercado, eram menos de cinco minutos com o carro. A cada rua que a
começar. — É agora que te faço decorar cada letra dos meus álbuns
favoritos.
que aquela cidade mais torcia. Nunca entendera porquê, mas era claro que
a sombra de Júlio Torres, seria a futura senhora Torres para eles.
compras.
— O seu favorito.
que jurei que era para si mesmo, mas ainda assim, foi possível ouvir.
local público, e ainda, Daniela ao nosso redor. — Por isso toda essa
encenação e armadilha, e... Porque você gostou da mulher mascarada
naquela festa. Você gostou e quer mais.
— Me mostrou que eu não posso mais negar o que sinto. Nem mais
um minuto. — soltou o ar com força, e pude senti-lo em meu rosto,
— Não minta para mim. — falou, tão baixo e perigoso que era
— O seu amor.
— Eu quero esses todos! — o grito de Daniela não foi o suficiente
para que nossos olhares se afastassem, e tive que usar o que restara do meu
Sorri para a garotinha, e fui até ela, tocando seus cabelos castanhos.
Notei que ela estava com no mínimo, cinco barras diferentes de chocolate,
e sorria abertamente.
— Bárbara...
Tentando achar uma parte de mim que você não tenha tomado
JÚLIO
debaixo.
aqueles anos.
— Ei! — a voz baixa de Olívia me fez virar, e notei que ela estava
sozinha, já que se a família toda tivesse voltado, eu já teria escutado.
Olívia era tão silenciosa quanto Inácio quando queria. — Ela já dormiu,
né? — perguntou, tirando a jaqueta jeans que vestia, e vindo até mim,
pegando o copo de minha mão.
um pouco da bebida. — Mas Inácio me disse algo hoje que... talvez faça
sentido.
— Não queria que Bruno ficasse mais sentido do que ele já ficou.
— confessei, e soltei o ar com força. — Ele se culpa há muito tempo e não
queria que ninguém quisesse escolher um lado, ou tentasse intervir. Eu não
ia deixá-lo sofrer.
— Já parou para pensar que ela pode sentir o mesmo por ele? —
perguntei, tomando o resto do uísque. — Quando ela fala dele, tudo nela se
ilumina e... Eu vi os dois juntos durante esses anos, e eu podia jurar que...
— Oli...
tudo se resolveria, e poderíamos ser apenas nós dois por alguns segundos.
Mudar aquela lembrança de quando a deixei. Mudar aquele momento para
apenas o qual eu dera o primeiro beijo no amor da minha vida.
gargalhada.
quando decidirmos.
congeladas que com certeza traríamos para fazer ali, e a pipoca com
manteiga que ela adorava. Do outro lado, tinha uma cama enorme, a qual
não pensei muito, apenas escolhi. Apenas uma, porque era assim que nos
imaginava... Lembrando do nosso primeiro dia, naquele fatídico dia.
sonhava ter, apenas para tomar vinho como adulta que seria, um dia. Eu
mal sabia se ela realmente gostava de vinho.
mais seguro que pensei, que um lugar mais afastado das casas principiais
seria. A senha, era tão fácil, que eu pareceria ainda mais brega – a data do
aniversário dela. Que tinha além da importância clara, fora quando a gente
se tornou melhores amigos.
Olhei para o violão, que era dela, e que ela nunca buscara, e fui até
ele, trazendo o instrumento até mim, só conseguindo pensar na nossa
música. A qual ela cantara, porque era sua favorita, e de alguma forma, se
tornou algo nosso. Fazia um bom tempo que não tocava exatamente aquela
como doía cada parte daquela música. Nunca pensei que nós dois
pudéssemos ser definidos daquela forma. Minutos depois, ouvi passos do
lado de fora e meu coração disparou, como se não acreditando que tinha
alguém ali. Deixei o violão de lado e praticamente corri para abrir a porta,
da pessoa que tanto esperei aparecer ali, meu coração errou uma batida.
Não sabia sobre “o que” ela estava perguntando, mas vendo-a dali, com os
cabelos castanhos presos no alto da cabeça, e os olhos castanho claros
iluminados, tive novamente a certeza, de que significava o mundo para
mim.
CAPÍTULO X
BABI
Eu estava cansada.
do caminho, a derrubar.
— Por que está aqui? O que fez com esse lugar? — as perguntas
saíram tão rápidas que eu não pude impedir. Nem queria mais. — Por que
tudo o que eu estou descobrindo sobre você mostra o oposto do que de fato
aconteceu?
— Bárbara...
Ele abriu a boca para falar uma e outra vez, mas nada saiu.
— Eu errei quando resolvi aceitar o estágio fora do país antes de te
avisar, e as coisas simplesmente aconteceram, e eu... Sabia que se te
não pude.
estaria ou não e fugir, porque eu não podia te ter ao redor. Porque sabia
— Então eu tenho que aceitar que você teve “um motivo”... — fiz
aspas com as mãos e deixei outra lágrima descer, mas não era tristeza, era
raiva. — Mas não pode falar sobre ele. Algo tão importante que nos
separou por anos, e você não pode confiar em mim? — minha pergunta
saiu quase como um grito e eu notei a dor clara em seu olhar.
veio para meu rosto, e sua testa encostou na minha. Por um segundo, eu
não consegui reagir. — Eu sei que é muita coisa, e que somos pessoas
diferentes agora, mas eu... sempre te amei, Bárbara. Desde os dezesseis...
— eu estava sufocada com tamanha aproximação e com a chuva de
revelações me acertando. — Desde lá, sempre foi você. Eu aceito o que
quiser me dar, qualquer coisa... Eu só quero uma segunda chance.
um novo motivo, mas que com certeza, não explica tudo isso. Você acha
que me ama, Júlio. Você está preso a um clichê de melhores amigos que se
apaixonam, sendo que na verdade, você apenas se esqueceu de mim. Se
lembrou, quando descobriu que a gente tem química... e deve estar em
meio a uma crise pessoal ou perdido. Mas você não me ama. Porque quem
— Bárbara... — notei uma lágrima descendo por seu rosto, mas por
mais que aquilo me machucasse, apenas neguei com a cabeça, e resolvi
sair dali.
Eu não sabia o que encontraria, mas no fim, nada perto da paz que
precisava. O jeito era me agarrar a verdade cega que tive, durante todos
aqueles anos, que a gente não era feito para ser. Nunca seríamos.
dizer “sim”. Queria tanto poder passar uma borracha em tudo e apenas
ficar ali, mas sabia que estar próxima a ele me confundia. A ponto de que
não me seguraria. — Não posso. — uma lágrima desceu, e vi-me tocando
o rosto dele com carinho. — Não quero te machucar ou me machucar no
caminho...
Ele então beijou minha mão direita e colocou sobre seu peito,
fazendo-me quase arfar.
carinho.
Passei a mão por seu rosto, e me afastei, sem conseguir dizer mais
nada. Andei até o carro e não olhei para trás. Assim que saí com o veículo,
Família que escolhi, agora que vejo seu irmão como meu irmão
É o suficiente?”
BABI
uma cidade aqui perto... — deu de ombros, como se fosse fácil assim. —
Uni o útil ao agradável ao aceitar a carona e jatinho dele.
agora sério, não tem ideia de quão maluca as coisas ficaram nesses últimos
dias.
ele diz que tem. — franziu o cenho, parecendo pensar sobre. — Por que
não pergunta aos irmãos dele? Pelo que sei, são muito próximos,
principalmente do tal Bruno.
mais eu sei sobre esse cara, mais confusa eu fico. — assumiu, e eu dei de
ombros. — Mas essa coisa toda de construir a cabana dos sonhos, cuidar
do lugar que era de vocês... Isso soa muito romântico e apegado demais
para alguém que te evitou por anos.
mostrem de fato.
JÚLIO
Fez um sinal com a cabeça e as mãos, para que fosse até ela, e me
sentasse ao seu lado. Sorri, porque era como se eu tivesse uma nova irmã.
Ela era o oposto completo do meu irmão, mas ainda assim, o complemento
certo.
maior do que a amizade que toda a cidade sabe, eu... Eu não quero me
intrometer se isso for machucar algum de vocês.
Sorri para ela, e para o cuidado que ela tinha para comigo.
— Está tudo bem, na verdade, não sei como as coisas estão entre
que jamais o faria. — Talvez ela decida que me quer e que me ama. Talvez
a gente só volte a ser amigo. Talvez ela nunca mais queira me ver... Não
posso pensar sobre as múltiplas escolhas que ela tem.
acontecem sem a gente saber. O fato de você ter estado com uma
desconhecida, e no fim, ser sua antiga melhor amiga, a qual, tá na sua cara,
você é completamente louco... pode ser real, Júlio.
direção a entrada dos fundos. — Eu tirei várias fotos e vou usá-las contra
Inácio sempre que ele pensar em me dizer que não posso fazer algo porque
estou grávida.
uma família enorme como a sua... ou caso eu não possa ter filhos, adotar
vários. — suspirou profundamente, parecendo pensar seriamente sobre.
Enquanto eu, queria levantar uma placa e dizer “ei, eu to aqui”. Porém,
Bárbara parecia não me enxergar no meio de uma multidão. Ela me via e
me amava, mas não da forma como eu fazia. Não romanticamente. Aos
quase dezoito, aquilo me acertava por inteiro. — E você?
acertando. Sequer sabia o que aconteceria, porém, sabia que mesmo que
ela não quisesse o meu amor ou não fosse capaz de me dar uma chance, eu
ainda era dela – com cada imperfeição e afeição – por completo.
CAPÍTULO XII
Mas se está tudo bem para você, está tudo bem para mim"[16]
JÚLIO
— Não é nada, eu só não sei o que esperar. Ela vir aqui com toda
nossa família, não quer dizer nada demais. — engoli em seco e Olívia
sorriu abertamente. — Para de me olhar como se estivesse me casando!
— O que?
Paralisei diante da voz, e vi-me sem conseguir virar.
suas mãos. — Oi Babi! — olhei de relance, minha irmã ir até ela, e então,
notei uma outra mulher.
— Não era para você saber, eu... Eu não queria trazer ainda mais
bagunça para essa situação. Ele se culpa pelo nosso afastamento, mesmo
que ele não pudesse controlar o que sentia, o mesmo que confessou
completamente sem saber que o fazia.
— Eu fingi que não sabia de nada no dia seguinte, e que ele não
falou nada... Mas então, eu comecei a perceber como ele ficava, toda vez
que te via, e com o tempo, soube que eu não podia interferir. Um dia, ele
me confrontou sobre, se eu não ia mais falar com você ou... Então, ele
entendeu que eu sabia dos sentimentos dele. Eu não poderia te amar se isso
significava que quebraria o coração de outra pessoa que eu amo.
— E eu, Júlio? — sua voz quase não saiu, e ela levou a mão ao
— Bárbara...
— Bárbara...
— Se eu falar sobre isso agora, não vai ser bom, para nenhum de
nós. — foi sincera e eu assenti, sabendo que não poderia pressioná-la. Ela
saiu de perto, e vi-a seguindo em direção a casa. Tomei uma larga
respiração, antes de fazer o mesmo caminho, e minha cabeça ainda mais
perdida do que antes.
Por que a vida tramava tanto assim para nós?
BABI
assim como, sua esposa, que logo estava nos braços, e passou as mãos por
meus cabelos. — E a sorte de ter casado com uma mulher dessa, em senhor
Torres.
que discutiríamos? A cada momento, ficava mais difícil estar perto, porque
tudo parecia nos levar para o mesmo caminho.
— Bruno vai se atrasar, então... Por que não vamos todos para a
mesa?
fundo e pensar. Sempre pensava melhor de barriga cheia. Fui até Lisa, que
praticamente grudou no meu braço e sussurrou no segundo seguinte.
lo.
CAPÍTULO XIII
BABI
— Elisa. — chamei sua atenção e ela fingiu que nem era consigo.
Apenas a chamava pelo nome todo quando estava a ponto de esganá-la.
ouvisse.
— Você nem sabe se a família dele vai junto. — falei, olhando para
Júlio, como se pedisse socorro. A gente ainda nem tinha conversado direito
e Lisa não tinha ideia do que estava fazendo.
aproveitar para ficar na rede com o resto das pessoas, e antes que Babi me
coma viva. Boa sorte no que for que forem conversar, já que toda vez,
parece ser um novo capítulo de novela turca.
— Olha para mim e diz que não acredita que fiz tudo isso pensando
no melhor. — pediu, e deu um passo à frente, trazendo minha mão para
seu peito, fazendo-me entender que estava tão entregue quanto eu. Ainda
no hoje.
— Por que agora? Por que não ignorou aquela noite e continuou a
decidir por mim? — rebati, sem conseguir evitar e bater contra seu peito.
— Por que?
fazia o mesmo tempo em que estive tão perto de Júlio. Ele só não sabia da
segunda parte.
— Eu fiquei tão perdido, que eu jurei que tinha estado com você...
Criei na minha cabeça um momento juntos, como se você pudesse estar lá
para me abraçar e cuidar de mim, no momento em que eu perdi o chão por
completo. — ele achava que fora um sonho? — Bêbado e perdido,
pensando em como tudo seria se eu não tivesse escolhido por você... ou
pelo meu irmão. — negou com a cabeça. — E daí, a noite em que eu te
e... eu desisti de não lutar. De apenas aceitar. De não poder amar você.
não sinto sua falta. — admiti, e levei uma mão até seu rosto. — Só peço a
verdade, Júlio.
— Que você não ia querer estar perto de mim tão cedo, confesso.
—sorri para ele, e depois de tanto tempo, era completamente honesto. —
Mas eu não estou reclamando.
não mudavam.
Foco, Babi!
assentiu, e era claro o seu desagrado sobre aquilo. — Disse a ele que
descobri isso? — negou de imediato, com os olhos confusos. — Ele não
apareceu pro almoço, então...
— Pode ter sido que Oli falou algo e ele não veio, mas... não tenho
ideia.
— Bom, eu vou falar com ele o quanto antes e espero que as coisas
não fiquem estranhas. — soltei o ar com força, sabendo que falava mais
para mim do que para ele. — Bruno é como meu irmão mais novo, e... Isso
fode a minha cabeça.
— Não vai ficar nada feliz ao saber que essa fome toda tem surgido
Não que sexo dos deuses pudesse abrir o apetite semanas depois.
E assim que chegamos perto de todos, sentei em uma das redes que
Lisa estava, e notei seu olhar sobre quem julga “eu sei o que você fez no
baile a fantasia passado”. Contudo, naquele momento, nem eu sabia. E de
repente, vi-me pensando em cada segundo, recordando se a gente não tinha
se prevenido. E que os céus me perdoassem, porque eu estava relembrando
a noite de sexo quente com Júlio, ao lado de toda a família dele.
CAPÍTULO XIV
BABI
Eu estava tremendo.
— Babi, se isso é porque convidei Júlio, juro que foi com a melhor
intenção, mas posso inventar qualquer desculpa e...
sobre o que desconfiava. — Todos esses dias tem sido uma bagunça e
eu...acho que só tem sido demais para mim.
— Júlio me contou que não voltou para mim porque descobriu que
o irmão me amava. — suspirei com pesar. — Bruno, o mais novo dos
Torres.
— Olha como você pinta seu pai, menina! — ele então apareceu,
desviando-me do assunto, assim como, fazendo-me focar em algo diferente
de toda aquela confusão. Que poderia apenas piorar. Foco, Babi! — E
como foi o almoço?
momento em que ele em vez de brigar quando ela chamou sua atenção por
derrubar algo durante um almoço entre as famílias, ele apenas sorriu.
Sorriu e pareceu encantado.
— Eles parecem bem, e eu acho que não vai demorar muito para se
agarrarem.
direção a ela e minha mãe, enquanto meu pai fazia sinal de rendição com
as dele. — Estamos apenas tentando voltar a ser amigos... passinhos de
bebê. — falei o certo e todos me encararam como quem diz: nem você
mesma acredita nisso. — E eu estou com sono! — bati uma palma e me
levantei. Fui até meus velhos, dando um beijo no rosto de cada um, e me
virei para minha amiga.
ele antes daquilo, mas sem máscara. Do fato de que eu tinha uma dúvida
permanente e que não conseguia ignorar.
Lembrava-me de aos dezoito, desejar uma família com ele. Ali, aos
vinte e oito, eu estava aterrorizada. Abri a torneira e molhei a mão direita,
levando-a até minha nuca e respirando profundamente. Minhas lembranças
me atingindo, e meu coração errando uma batida, por saber que precisava
tirar aquilo a limpo, mas que no dia seguinte, estaria frente a frente com
ele.
a ninguém. Digo, ninguém que seja como os seus namorados que não
combinam.
— Para de falar assim deles. — bati em seu peito e ele riu alto. —
Suas namoradas também não combinam em nada com você. Ou devo dizer
algo depois que Olívia pisou no pé de Sofia porque ela falou mal dos
cavalos? — ele riu ainda mais alto e o acompanhei.
Era aquilo.
Tudo parecia passar, menos nós dois. Desde os doze, era apenas a
gente, e a cada segundo, sabia que me marcava mais, porque eu não
conseguia parar de pensar, em como seria ter aqueles lábios como meus.
Em como seria de fato, ter uma vida com ele.
Parecia cedo para pensar aquilo. Pelo menos, aos dezessete, não
deveria estar tão apaixonada certo? Ou não, não sabia o que pensar ou
como controlar. Apenas aceitava o que ele poderia me dar, enquanto
guardava aquele sentimento e fingia que não entendia os olhares diferentes
que ele me destinava. Não poderia acreditar que um sonho adolescente
com meu melhor amigo, que gostaria que fosse meu amor, poderia ser real.
pedi... E agora, a gente voltava a tentar ser amigo... Quando me dei conta,
JÚLIO
família.
— Isso é algo que você tem que perguntar a ela, não acha? —
rebateu e eu me vi assentindo.
— Se tem uma coisa que sei sobre Bárbara, é que ela não faz nada
que não queira... ela te ignorou por dez anos, filho. Se ela não quisesse te
ouvir ou falar, ela ficaria mais dez.
Meu pai estava ali, encostado contra o batente e mais forte do que
nunca. Era por aquilo, que a doença dele, mesmo tendo aterrorizado a
todos nós no primeiro instante, no outro, nos uniu ainda mais. Todos
juntos, e aquilo não parecia o real monstro que era.
— Estou feliz por você, meu filho. — ele deu passos calmos até
nós, e me segurei para não ir até ele e o ajudar. — Bárbara é parte da nossa
família, e nunca deixou de o fazer. Mas ver vocês dois juntos... é algo que
esse velho homem sempre desejou.
— Obrigado, papai.
— Bruno. — falei, indo para perto dele, e por mais que seu tom
fosse leve e calmo, sabia que meu irmão ainda tinha algo o preocupando.
Eu não tinha ideia do quanto o sentimento que ele nutria por Bárbara,
JÚLIO
— Quase tive que jogar água nela, para que acordasse. — Lisa
olhar com Igor, que cantava baixinho com a canção que soava ainda mais
baixo por todo o carro.
Quem via Igor Reis ali, daquela forma, não tinha ideia de que
meses atrás, ele estava cada noite com alguém diferente. A prova de que
quando o amor nos acertava, nos derrubava na lona.
— Você não acordou por nada e não quis te assustar. — falei, e ela
assentiu, como se pensando em algo, e notei a mão sobre a barriga, como
se estivesse com fome, ou algo assim. — Precisa de algo? — indaguei,
sentando-me ao seu lado, e ela encostou a cabeça contra o assento.
— Ok.
desejo, era ela, minha melhor amiga, ali, ao meu lado. E eu torcia, para que
pudesse também voltar a ser o melhor amigo dela, assim como, queria
mais. Sempre mais.
CAPÍTULO XVI
“Odeio acidentes
Uhum, é isso aí
BABI
chamávamos de pontinho...
— Mas eu nem disse para onde iria ou quem. — falei, e ele pareceu
olhar algo em seu tablet.
que consta, desde a data da abertura. — abri a boca, sem saber como ainda
me surpreendia com aquilo.
olhar para mim. Ok, então! — Bárbara! — meu nome foi dito com clara
surpresa e eu quase me derreti, porque me vi tão atraída, que era
impossível não querer pular sobre ele.
Ele agiu como meu melhor amigo naquela manhã, mas ali, eu não
conseguia enxergar só aquilo. Ele era bonito demais. A gente tinha história
demais. E aquilo me deixava à beira de explodir.
— Preciso falar com você. — soltei de uma vez, e ele assentiu para
o rapaz que me trouxe até ali, fazendo um sinal com o braço, para que o
acompanhasse.
levara até ali. Porém, a cada segundo em que seguia seus passos, eu me
perdia das palavras. O que eu poderia dizer?
Nós dois poderia apenas ser errado... e talvez não fosse para
acontecer.
foi meu escape perfeito. — Sabe que pode confiar qualquer coisa a mim,
certo?
ligou... Ela me contou tudo e me disse que você tinha sumido para algum
lugar e... — suspirei profundamente. — Eu apenas não pensei, fui até o
endereço que tinha do seu apartamento, sem ter ideia se morava lá ou não,
e... te esperei lá. Na época, não entendi porque meu nome estava liberado
para subir no seu prédio, mas agora, sei que parece que sempre deixou as
coisas ali para mim, como se me esperasse.
anos todos... — ele então me olhou e sua mão veio para a minha, com o
cuidado de sempre. — Obrigado por estar lá por mim. — eu sorri, sem
saber o que fazer, e uma lágrima desceu. — O que foi?
Levei uma mão até seu rosto e apenas assenti. Não podia mais lutar
contra o que sentia. Só poderia entender o que sentia, sentindo. Era aquilo.
Fazer o que podia no agora, e entender o que ainda viria.
— Se for o CEO dos livros que você lê. Quer dizer, pelo menos
lia... — olhei-o incrédula, o qual trouxe sua cadeira para mais perto,
fazendo-me sentar na mesa, e meus saltos pararam em sua calça
perfeitamente delineada no corpo. Não estávamos fazendo aquele
joguinho, estávamos? — Não quer tirar? — indagou, e antes que
respondesse, vi-o tirando meus sapatos com cuidado, e depositando meus
pés sobre as coxas, que me recordava bem daquela noite, eram torneadas e
na medida que me faziam babar. Literalmente.
O toque da sua mão contra meus pés era o oposto do salto, mesmo
que ele fosse confortável. O toque de Júlio acalmava meu corpo todo, ao
tirar. — E eu sei que não vamos transar de novo... aliás, a gente nunca
transou. — revirei os olhos, e ele segurou meu rosto com cuidado,
olhando-me profundamente. — Gosto de me lembrar daquela noite, mas
nada se compararia a te ter, sabendo que é você. — de repente, a conversa
mudava por completo, e notei a forma intensa como me encarava. —
Desculpe, não quero que pense que...
— Pode ser sincero comigo. — falei, e tentei não pensar muito nas
suas palavras. — Afinal, somos eu e você, né?
Precisava tomar coragem para fazer o teste, mas não ali. E não
tinha ideia do que esperar do homem à minha frente, que me olhava como
se fosse sua deusa particular e seu mundo todo. E por um segundo, apenas
não questionei, aceitei que talvez, eu fosse realmente amada por ele.
CAPÍTULO XVII
BABI
Mas é sério, parece que você tá mais com medo de estar próxima dele e
estava exposto. A questão era: a gente não poderia realmente só ser amigo
e tudo ficar bem?
— Mas quer dizer que você quer. Admita que o ama, e que isso não
— Sabe que eu sinto sua falta todo dia, não é? — indaguei, e notei
o carinho em seu olhar, e a forma como a gente se completava.
tão fácil, que a gente dividiu a vida. Era estranho não chamar mais ali de
lar, assim como, não a ver todos os dias.
“Está tudo bem se não puder vir, mas... comprei o seu tipo de
lasanha favorito. Só no caso de precisar de algum incentivo.”
conheci adolescente.
exposta, dos pés até o último fio de cabelo, porque não era qualquer cara.
Era Júlio.
Eu ainda o amava.
Eu ainda o queria.
e temer estar comigo. Não a julgava, porque sabia o quanto aquele tempo
tinha nos afastado e nos machucado.
Abri a boca para dizer “boa noite” enquanto não conseguia tirar o
sorriso do rosto. Porém, como nada com Bárbara era como o esperado, o
meu sorriso sumiu no segundo seguinte. Isso porque, os lábios dela se
Descalços na cozinha
BABI
Antes que pudesse evitar ou correr, vi-me indo para seus braços, e
meus lábios encontraram os seus. Diferente do nosso primeiro beijo.
Diferente daquela noite. Éramos nós dois, cientes do que cada um sentia,
cada mínima parte. Porque mesmo que eu não tivesse dito em voz alta,
um do outro.
Ele se calou, enquanto uma de minhas mãos foi para o seu pescoço,
Poderia até ser uma sentença bonita, se não fosse o peso o qual ela
carregava. As palavras dele, suplicantes para que eu lhe desse o mínimo.
Contudo, eu nunca seria uma pessoa que amaria o mínimo, ou retribuiria
aquilo. E falava por nós, quando sabíamos que o amor se igualava, ao
mãos, no entanto.
vinho. Não com a dúvida ainda em mente. Não com a pergunta que eu
necessitava de resposta.
marejados. — Queria dizer que vamos fazer isso devagar, e que vamos
apenas ser amigos até estragarmos tudo, mas... Eu não quero que estrague.
Eu não quero ser só sua melhor amiga.
também. — fui franca, e fora como se meu coração relaxasse, mesmo que
batesse freneticamente, pelo fato de que estava à frente do real dono dele.
Sempre ele.
— Tive alguns sonhos e não sei o que dizer. — assumi. — Não sei
se estou mais com medo de dar positivo ou negativo. — coloquei para
fora, e senti sua mão em meu rosto, enquanto sentia-me tremer.
tão facilmente.
— Ok.
Júlio tinha finalizado o teste, e o deixado sobre a pia, e cada segundo, meu
coração parecia que pararia.
— Carinho...
Tudo está bem quando termina bem se o final for com você
JÚLIO
ela me contou e o que descobrimos, saber que ela ainda confiava seu amor
em mim, abertamente, me tomou por completo. Ainda mais, por saber que
aquele amor, mesmo que a gente não pretendesse, se multiplicara.
tudo de mim, desde os nossos doze anos. Pela maneira como ela me fazia
rir tão facilmente, e parecia ser tão fácil deixá-la fora de si apenas com um
olhar.
mochila, fora uma ainda maior, que sabia que acomodava seu violão, eu
Assenti, e ela veio até mim, deixando-me dar um beijo em sua testa,
como era de praxe. Sorriu lindamente, e nem parecia a mesma de
segundos antes, que estava soltando ordens ao redor.
— Nossos pais nos deram essa parte das terras, o que achei meio
bizarro, mas... Quer dizer que pertence a nós. — falou, dando uma
voltinha, e colocando as mochilas no chão. Primeiro, ela abriu a menor,
tirando um manto, o qual jogou sobre a grama, e assim que se sentou
sobre, bateu no lugar, como se para me convidar, e eu fui.
No meio da noite
Seu olhar parou no meu por um segundo, e eu sabia que ela estava
orgulhosa de si mesma, mas o brilho nela não era apenas por aquilo, por
ter acertado cada parte da música... Por um segundo, deixei-me acreditar
que era porque ela desejava dizer aquelas mesmas palavras. Antes que eu
pudesse bater palmas ou dizer algo, ela continuou.
“Você não pode ver
Que te entende
A voz dela soou baixa, o que era raro, e um leve beijo no meu
pescoço, fez meu corpo todo acordar, e reagir ao seu toque. Saí das minhas
lembranças, enroscadas ao pertencimento que sentia sobre aquela mulher,
e adorando ainda mais o momento atual, porque ela estava ali, nos meus
braços, e era óbvio que nunca deixei de pertencer a ela. Nenhuma parte de
mim.
— Adoro o fato de ser tão sensível ao meu toque. — sua voz soou
perigosa, e sua boca subiu para minha orelha, puxando o lóbulo, e me
apenas deixei minhas mãos fazerem seu caminho, trilhando por debaixo da
barra do vestido que subira, deixando suas pernas mais expostas, assim
como, poderia manejar livremente por seu torso. A cada arrastar de minhas
unhas por sua pele, conseguia ouvir a mudança em sua respiração, assim
como, o leve tremor do seu corpo.
— Acho que dois podem jogar esse jogo... — falei, minha voz mais
rouca do que o usual, e abri os olhos, encontrando os dela já dilatados, e no
exato momento que ela lambeu os lábios, fazendo-me quase gemer sobre
poderia mentir que mal lembrava meu próprio nome após gozar querendo
descobrir o dela naquela noite. E que só conseguia desejar que ela gritasse
o meu.
seus pontos secretos de prazer e te entregar todos os meus. Vou fazer amor
com você, Bárbara.
BABI
Sua voz não era um pedido e meu corpo estremeceu. Tão calmo e
sereno fora dali. Tão direto e dominador na hora do sexo. Ele era o que eu
sobre meus olhos, e senti a pele nua de seu torso contra as minhas costas.
Merda! Como ele podia fazer aquilo tão bem?
Mordi o lábio, incapaz de fazer algo diferente, ao ver seu torso todo
exposto, a boca inchada, os olhos castanhos dilatados, a forma como ele
me encarava como se fosse uma maldita deusa. Não duvidava que poderia
gozar apenas olhando-o.
Minha mão foi diretamente para a cueca, única peça sobre seu
corpo, e antes que ele pudesse impedir, retirei a peça, encarando-o no
processo, e vendo-o me olhar furioso, porque não o toquei em nenhuma
outra parte que não fosse o tecido. Nem cheguei perto.
— Sabe que temos dez anos para compensar... — sua boca desceu
para bem próxima da minha, e eu quase implorei por um beijo. — E eu
preciso dessa boca esperta tão suja... — falou, traçando um dedo no meu
lábio inferior, e o suguei para dentro, vendo-o aprovar o movimento com
um quase gemido. — Me diz o que você quer. — pediu, olhando-me
profundamente, e seus lábios desceram para minha garganta, e sua língua
lambeu cada parte de meu corpo, até chegar nos seios, e me fazer arfar. —
Palavras, Bárbara.
Sabia o que ele queria fazer. Venerar o meu corpo e tomar seu
tempo, e eu não estava reclamando, nem um pouco, porém, tudo o que eu
queria, naquele exato momento, era que ele me tomasse. Era me sentir
dele. Era que pudesse fazê-lo perder o controle.
— Quero você dentro de mim. — minha voz soou baixa, mas sabia
que ele ouviu, quando sua língua parou, e refez todo caminho até minha
boca, torturando-me. — Júlio, se você não estiver em mim, em alguns
Tão certo. Tão bom. Tão perfeito. — Porra! — falei, ao mesmo tempo em
que ele amaldiçoou alguma coisa.
o jeito como você me receberia tão bem... — uma mão nos meus seios, a
outra em minha bunda, ajudando-me a cavalgá-lo com mais força e
fazendo-nos gemer alto. — Mas principalmente, como seria poder te
amar... te foder enquanto te amo, tão loucamente.
Sua boca veio para a minha e gemi em sua língua, sentindo minha
mente viajar, enquanto me agarrava a seu pescoço, quase enterrando
minhas unhas, e querendo tudo, mas menos que aquele momento acabasse.
Quando busquei o ar, e soube que iria perder a linha de raciocínio
nos próximos segundos, segurei seu rosto com as mãos, e olhei-o
— E eu te amo, carinho.
Corda invisível
BABI
mesmo tempo que, sinto muito por eles serem tão infelizes. — falei, e ela
já parecia melhor, apenas por desabafar.
Eu sabia que ela estava magoada com toda a situação que passara
com Igor, mas também, conhecia-a o suficiente para saber que não
sentiam que podiam. Era claro que minha amiga queria apenas distância
dos Reis, mesmo que ainda tivesse sentimentos por Igor. No entanto, não
era minha história para contar.
— Eu espero que nossos pais não esperem que vamos fazer disso
um casamento. — ri sozinha, e Lisa me encarou com uma careta. — O
que?
mais bagunçados do que o usual, mas que lhe caíam perfeitamente, e com
o peito todo exposto.
Senti o exato segundo em que ele passou algo por minha pele, e
abri os olhos, vendo o colar em meu pescoço – que era dele, e pelo jeito,
agora era meu.
— provoquei, e ele sorriu, beijando meus cabelos. Esperei que ele fechasse
o colar, mas não o fez, olhando-me ainda pelo reflexo, como se esperasse
algo. — O que?
silenciosa de que somos nós, de novo, e vamos ser, ainda mais. — sorri,
assentindo, e segurando o colar contra o meu peito. — Palavras, carinho.
— Estou aqui!
dois...
gente não sabia era que seria literalmente passinhos de bebê,. — provocou
e mesmo querendo rebatê-la, acabei sorrindo.
— Mas eu quero saber, quem vai fazer a pergunta que não quer
calar... — Heloísa se pronunciou, após me abraçar, e trocou um olhar
significativo com Mabi.
cresceu até duas vezes, enquanto parecia saber bem mais do que eu. No
caso, ela poderia saber daquela noite.
— Eu não vou dizer nada sobre isso. — respondi, antes que eles
começassem a cochichar, e senti o braço de Júlio ao meu redor.
— Não ouse...
— Eu só posso dizer que sou a madrinha e... vai nascer daqui oito
meses.
impossível.
CAPÍTULO XXI
JÚLIO
estar ali, e ter a certeza de que permanecia apenas nosso. De que ela estaria
ali comigo, por um bom tempo, se assim desejasse. No caso, ela poderia
querer passar a noite ali comigo.
assim que abri a porta para ela, descendo do carro, e puxei-a novamente
para mim, sem conseguir conter minhas mãos. — O que está aprontando,
Júlio?
uma outra, passando a mão ligeiramente. — Para a mãe dos meus filhos.
Vi-me apenas escrevendo, sem conseguir evitar, e guardei-a ali, para o que
imaginei, ser o próprio mural dos meus sentimentos.
— E isso inclui o fato de o meu velho violão estar ali, e ter cartas
românticas, e a casa que eu te falei que teríamos um dia? — assenti, e ela
se levantou com cuidado, e passou a mão pela carta, parecendo ainda
pensar sobre lê-la. — Acho que terei um bom tempo lendo cada uma...
BABI
beira da cama. Senti seu corpo logo atrás do meu, e era tão bom ter aquilo
de novo. Nós dois, um violão e o nosso lugar. Do jeito que eu imaginei, e
como ele fez. — Continuei aprendendo a tocar e bom... a primeira vez que
ouvi essa música, apensa lembrei de você. No caso, te amaldiçoei um
pouco, porque ainda era tudo nosso. Até mesmo, as minhas músicas
favoritas.
Vi-o me encarando como quem diria: talvez muito mais que três
meses, certo? Sorri, e continuei, e enquanto o olhava, notei a forma como
respirou fundo e não pude acreditar quando a voz dele, encontrou a minha,
cantando perfeitamente a letra. Júlio Torres não cansava de me
surpreender.
“Me beije uma vez
(1, 2, 1, 2, 3, 4)...”
Uhum, é isso aí
Odeio acidentes
Uhum, é isso aí
Te beijo uma vez, pois sei que você teve uma noite longa (Oh)
Te bejo duas vezes, pois sei que vai ficar tudo bem (Uh)
Ah
Odeio acidentes
Uhum, é isso aí
Uhum, é isso aí
Odeio acidentes
Exceto quando nós fomos de ''amigos'' pra isso
Era como se ele não pudesse acreditar que era real, e eu queria
mostrar que o era. Nos afastei apenas o suficiente para o olhar com todo o
amor que sentia, agora livre, e tão claro que ele sabia que estava em mim.
Sempre esteve.
— Mas pelo que entendi, ainda tenho que realizar os seus sonhos
impróprios, carinho. — sorri, assentindo. — E quero todos eles, todos os
sonhos que quiser compartilhar.
ouvir e aceitar cada palavra. Talvez ele já não soubesse todas as minhas
músicas favoritas. Talvez ele não tivesse ideia de como foi a minha
faculdade. Talvez ele ainda estivesse caminhando para entender de fato
cada parte nova minha que encontraria.
fazia tudo aquilo. Poderia ter mudado e se transformado, mas nada sobre o
nosso amor. Não ele.
Aos vinte e oito, eu sabia que aquela promessa nunca teve chance
de ser quebrada, já que ele nunca de fato saiu.
NOVOS COMEÇOS SAGRADOS
Descalços na cozinha
Meses depois...
dos Ferraz, Júlio sorriu e não conseguia acreditar, mesmo pele contra pele,
enquanto subia o zíper, que ela estava de volta em sua vida. Todos os dias,
tanto longe, quanto perto, era sempre uma surpresa, porque ele podia
escutá-la, podia vê-la, podia tocá-la... Suspirou fundo, mandando um leve
Mabi até mesmo já fizera uma aposta que era uma menina. Bárbara
não poderia negar, porque ela sonhava constantemente com uma garotinha
afastando-se.
Júlio viu-a colocando mais um colar, mas nunca tirando o qual ele
lhe entregara naquela manhã. Ele, toda vez, ficava incrédulo de que aquela
mulher, pudesse querê-lo.
Ela já estava com a barriga bem maior do que Bárbara, mas era
clara a troca que as duas acabaram tendo após o exato momento em que
anunciaram a gravidez. E ali estavam eles todos, indo a um reencontro
geral de classes na antiga escola. Júlio poderia jurar que Inácio sequer se
mexeria durante todo o encontro.
revirar os olhos, sem dizer mais nada, enquanto puxava Bárbara para mais
perto, e ela se acomodava melhor ao seu lado. — Aliás, eu acho que
deveríamos...
sempre sonhou com um amor tranquilo, que tocasse seu coração e lhe
desse a paz misturada as borboletas no estômago. E ele o era,
perfeitamente. A cada dia, aqueles dez anos se dissipavam, e eles se
importavam com o agora.
família, mas... Assim que fiz esse cartão, estou quase tendo um treco por
não contar. — Bárbara foi honesta, e suspirou profundamente, entregando-
lhe o pequeno envelope.
— Como...
— Surpresa! — Bárbara gritou, e foi possível ouvir o barulho de
Mabi e Inácio do lado de fora, olhando pelo vidro.
Ele puxou-a para si e sabia que aquele abraço significava tudo para
eles. Como na carta que ele escrevera para ela, meses antes, destinada a
mãe dos seus filhos. No meio do que ele escrevia, dissera claramente que
sentia que eles teriam uma menina, não saberia explicar porquê. E ele
Foi na resposta ácida dela que Júlio sorriu e soube que adorava a
filha dos seus vizinhos, e mais tarde, se apaixonara por cada lacuna dela.
Foi na paciência dele que Bárbara perdeu a pose e soube que o amor
poderia ser exatamente como ela sonhava – calmo e bom.
mais dos Torres. Um casal que traz consigo vários clichês, mas que no fim,
são apenas pessoas reais, com medos, inseguranças, amores e desejos.
Eu já estou com saudade, mas posso dizer, que parte dela, será
sanada quando conhecermos as histórias dos outros dois Torres. Isso
mesmo! Teremos mais para contar deles, em clichês únicos. O que acha
disso? Bruno terá seu final feliz? Olívia contará sobre sua paixão pelo
pai de Dani?
Com amor,
Aline
O melhor amigo do meu irmão (A REJEIÇÃO)
clique aqui
Sinopse: Gabriela Moraes era apaixonada pelo melhor amigo do irmão mais
velho desde os quinze anos. Antônio era mais do que o seu sonho de consumo, ele
também era a pessoa com quem ela sempre pode contar. O que ela não imaginava, era
que no seu aniversário de dezoito anos, ela seria rejeitada da forma mais fria por ele.
Ela queria não sentir nada, e não sabia o que ele fazia ali. Porém, sabia que,
clique aqui
Sinopse: Ane Sousa nunca quis se apaixonar por ninguém, muito menos, pelo
irmão mais velho da sua melhor amiga. Fábio Moraes era um amigo, no fim, mesmo que
a cada sorriso ela se visse sorrindo também. Era inevitável desejá-lo. Quando aqueles
lábios se tornam seus, por alguns segundos, Ane pensa que talvez estivesse errada.
Porém, a forma como ele reage, lhe mostra, que o certo, sempre foi correr do
sentimento.
SINOPSE
No meio das voltas que a vida dá, uma noite de prazer os marca. E a
consequência será muito maior que o arrependimento: UMA GRAVIDEZ
INESPERADA.
CONTATOS DA AUTORA
Instagram: @alineapadua
Wattpad: @AlinePadua
[8] Trecho da canção intitulada melhor sozinha :-)-: da artista brasileira Luísa
Sonza – álbum: DOCE 22, data de lançamento: 2021.
[13]
Trecho da canção intitulada Back To December da artista norte-americana Taylor Swift
– álbum: Speak Now, data de lançamento: 2010.
[14] Trecho da canção intitulada penhasco. da artista brasileira Luísa Sonza –
álbum: DOCE 22, data de lançamento: 2021.
[16] Trecho da canção intitulada 'tis the damn season da artista norte-americana
Taylor Swift – álbum: Evermore, data de lançamento: 2020.
[17] Trecho da canção intitulada 'tis the damn season da artista norte-americana