Tese - Iasminy Da Cunha

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 142

FACULDADE DE ENGENARIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA E TECNOLOGIA DE MATERIAIS


DOUTORADO EM ENGENHARIA E TECNOLOGIA DE MATERIAIS

IASMINY BORBA DA CUNHA

ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DE CONCRETOS COM AGREGADO


RECICLADO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Porto Alegre
2022
ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DE CONCRETOS COM
AGREGADO RECICLADO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

IASMINY BORBA DA CUNHA


ENGENHEIRA CIVIL
LICENCIADA EM MATEMÁTICA
MESTRA EM ENGENHARIA E TECNOLOGIA DE MATERIAIS

TESE PARA A OBTENÇÃO DO TÍTULO DE DOUTORA EM ENGENHARIA E


TECNOLOGIA DE MATERIAIS

Porto Alegre
Junho, 2022
ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DE CONCRETOS COM
AGREGADO RECICLADO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

IASMINY BORBA DA CUNHA


ENGENHEIRA CIVIL
LICENCIADA EM MATEMÁTICA
MESTRA EM ENGENHARIA E TECNOLOGIA DE MATERIAIS

ORIENTADOR: PROF. DR. JAIRO JOSÉ DE OLIVEIRA ANDRADE

Tese realizada no Programa de Pós-


Graduação em Engenharia e Tecnologia
de Materiais (PGETEMA) da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do
Sul, como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Doutora em
Engenharia e Tecnologia de Materiais.

Porto Alegre
Junho, 2022
ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DE CONCRETOS COM
AGREGADO RECICLADO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

CANDIDATA: IASMINY BORBA DA CUNHA

Esta tese de Doutorado foi julgada para obtenção do título de DOUTORA EM


ENGENHARIA E TECNOLOGIA DE MATERIAIS e aprovada sua forma final pelo
Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Materiais da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
“Só quando a última árvore for
derrubada, o último peixe for
morto e o último rio for poluído é
que o homem perceberá que
não pode comer dinheiro.”
(Provérbio Indígena)
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a meus avôs Quina e Lenes, ao meu irmão Lucas e em
especial aos meus pais Márcia e Nino Cunha.
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Márcia e Nino Cunha, que foram à base de tudo para mim,
apoiando-me nos momentos difíceis com força, confiança, amor, ensinando-me a
persistir nos meus objetivos e ajudando a alcançá-los.

Ao meu irmão Lucas, agradeço pela companhia, carinho e momentos de


descontração vividos a cada dia.

Aos meus avôs Quina e Lenes, pelo amor que tem comigo. Por acreditarem e
torcerem sempre por mim, me incentivando em todos os momentos em que precisei.

Se chegar até aqui foi possível, foi devido ao apoio de todos vocês que são
únicos.

Agradeço aos professores da Unisinos Regina Celia Espinosa Modolo e Carlos


Alberto Mendes Moraes, por me darem o norte que eu precisava para iniciar essa
pesquisa, a empresa SIMAPRO, por cederem uma licença estudantil, para que fosse
possível realizar essa avaliação de ciclo de vida. Além disso, gostaria de lembrar que
o presente resultado foi alcançado em cooperação com a Hewlett-Packard Brasil Ltda.
e com recursos provenientes da Lei de Informática (Lei nº 8.248, de 1991).

Enfim, agradeço todos que de alguma forma contribuíram para o sucesso deste
trabalho. Muito obrigado!
SUMÁRIO

Objetivos Específicos ...................................................................................... 27


Delimitação do Trabalho .................................................................................. 27
Estrutura do Trabalho ...................................................................................... 28

Fundamentos de Construção Sustentável ..................................................... 32


Impactos Ambientais, Resíduos de Construção Civil e os Agregados
Reciclados ............................................................................................................... 33
Benefícios da Reciclagem dos Resíduos de Construção Civil ........... 40
Avaliação do Ciclo de Vida - ACV ................................................................... 43
Estrutura de uma Avaliação do Ciclo de Vida - ACV ........................... 45
Avaliação do Ciclo de Vida e os Resíduos de Construção Civil ......... 50

Método de Pesquisa ......................................................................................... 56


Método de Trabalho ......................................................................................... 57
Obtenção e Processamento dos Resíduos de Construção Civil –
RCC .......................................................................................................................... 58
Caracterização dos Insumos Empregados na Produção do
Concreto................................................................................................................... 59
Dosagem do Concreto ............................................................................ 60
Definição do Objetivo, Escopo, Fronteira do Sistema e Unidade
Funcional da Avaliação do Ciclo de Vida .............................................................. 62
Metodologia de Avaliação de Impacto Ambiental ............................ 64
Inventário do Ciclo de Vida – ICV .................................................... 65
Caracterização dos Impactos Ambientais da Avaliação do Ciclo de
Vida............................................................................................................................71
Normalização da Caracterização dos Impactos Ambientais da
Avaliação do Ciclo De Vida ....................................................................................... 76
Análise de sensibilidade do transporte do agregado reciclado ......... 77
Análise do custo de produção de 1m³ de concreto ............................. 78

Caracterização dos Impactos Ambientais da Avaliação do Ciclo de Vida .. 80


Normalização da Avaliação do Ciclo de Vida ................................................ 90
Contribuição dos Materiais Constituintes dos Concretos por Categoria de
Impacto..................................................................................................................... 93
Avaliação da Sensibilidade do Transporte e Substituição dos Agregados
Graúdos pelo Reciclado ......................................................................................... 96
Avaliação de Custo para Utilização de Agregado Reciclado ....................... 99

Sugestões para trabalhos futuros ................................................................ 103


LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Variação entre a construção civil e o Produto Interno Bruto do Brasil entre
os anos de 2004 a 2022 ............................................................................................ 24

Figura 3.1 - Fluxograma do ciclo de vida dos produtos da construção civil .............. 34

Figura 3.2 - Fluxograma das etapas para obtenção do agregado reciclado ............. 39

Figura 3.3 – Principais impactos ambientais e sociais ocasionados durante a produção


do cimento ................................................................................................................. 42

Figura 3.4 – Fases da avaliação do ciclo de vida ...................................................... 45

Figura 3.5 – Representação do ciclo de vida de um produto .................................... 46

Figura 3.6 – Comparação entre os bancos de dados utilizados nas avaliações do ciclo
de vida ....................................................................................................................... 48

Figura 4.1 - Fluxograma das etapas realizadas na pesquisa .................................... 57

Figura 4.2 - Composição gravimétrica dos resíduos de construção civil .................. 58

Figura 4.3 - Curva granulométrica dos agregados empregados no concreto ........... 60

Figura 4.4 – Fronteira empregada na realização da avaliação do ciclo de vida ........ 63

Figura 5.1 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na


categoria de potencial de acidificação ....................................................................... 81

Figura 5.2 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na


categoria de impacto toxicidade humana .................................................................. 82

Figura 5.3 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na


categoria de impacto oxidação fotoquímica .............................................................. 83

Figura 5.4 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na


categoria de impacto depleção do ozônio estratosférico ........................................... 84

Figura 5.5 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na


categoria de eutrofização .......................................................................................... 85

Figura 5.6 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na


categoria de depleção de recursos abióticos de combustíveis fósseis ..................... 86
Figura 5.7 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na
categoria de depleção de recursos abióticos ............................................................ 87

Figura 5.8 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na


categoria de toxicidade marinha................................................................................ 88

Figura 5.9 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na


categoria de toxicidade em águas doces .................................................................. 88

Figura 5.10 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na


categoria de impacto toxicidade terrestre .................................................................. 89

Figura 5.11 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na


categoria de aquecimento global............................................................................... 90

Figura 5.12 – Comparativo normalizado entre os concretos com agregados naturais e


reciclado nas categorias de aquecimento global (GWP), eutrofização (EP), depleção
de recursos abióticos (ADP), combustíveis fósseis (ADP-FF) e camada de ozônio
estratosférico (ODP), toxicidade terrestre (TETP), marinha (MAETP) e em águas
doces (FAETP) .......................................................................................................... 91

Figura 5.13 – Contribuição dos insumos constituintes dos concretos nas categorias de
impacto global ........................................................................................................... 94

Figura 5.14 – Contribuição da produção e transporte dos insumos constituintes dos


concretos CONREF00 (a), CONARM25 (b) e CONARM50 (c) ................................. 95

Figura 5.15 – Redução da contribuição do agregado natural com a incorporação do


agregado reciclado .................................................................................................... 96

Figura 5.16 – Análise de sensibilidade dos concretos com agregados naturais e


reciclado nas categorias de depleção de recursos abióticos (a), toxicidade em águas
doces (b), aquecimento global (c), depleção de recursos abióticos combustíveis
fósseis (d), depleção da camada de ozônio (e), toxicidade terrestre (f), toxicidade
marinha (g) e eutrofização (h) ................................................................................... 98

Figura 5.17 – Composição do custo do m³ do concreto em janeiro de 2022 ............ 99


LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 - Quantitativo de resíduos de construção civil coletados por regiões no ano
de 2020 ..................................................................................................................... 35

Tabela 4.1 - Ensaio de fluorescência de raio-X do cimento Portland V-ARI ............. 59

Tabela 4.2 - Caracterização física dos agregados .................................................... 59

Tabela 4.3 – Quantitativos de insumos para produzir 1m³ de concreto para f c= 32 MPa
.................................................................................................................................. 62

Tabela 4.4 – Inventário do ciclo de vida para a produção de 1 tonelada de brita, areia
e agregado reciclado ................................................................................................. 67

Tabela 4.5 – Distância entre o fornecedor e o local de fabricação do concreto ........ 68

Tabela 4.6 – Quantitativo do consumo dos insumos para 1 m³ de concreto ............. 69

Tabela 4.7 – Índice de transporte dos insumos ......................................................... 69

Tabela 4.8 – Inventário do cimento CPV-ARI e dos agregados graúdo, miúdo e


reciclado .................................................................................................................... 70

Tabela 4.9 – Distância entre o fornecedor e o local de fabricação do concreto ........ 78

Tabela 4.10 – Valores de mercado para os insumos utilizado na produção do concreto


(transporte e matéria-prima) ...................................................................................... 79

Tabela 5.1 – Contribuição da substituição do agregado graúdo natural pelo


reciclado .................................................................................................................... 91

Tabela 5.2 – Emissões ambientais por kg de insumos produzidos ........................... 94

Tabela 5.3 – Tonelada-quilômetro para o transporte do agregado reciclado ............ 97


LISTA DE QUADROS

Quadro 3.1 - Classificação dos resíduos de construção civil .................................... 36

Quadro 3.2 – Normas referentes à avaliação do ciclo de vida - ACV........................ 44

Quadro 3.3 – Principais bancos de dados para ser empregados na realização da


avaliação do ciclo de vida.......................................................................................... 47

Quadro 4.1 – Impactos ambientais da metodologia CML-2002................................. 64

Quadro 4.2 – Impactos ambientais da metodologia CML-2002................................. 64


LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


ABCV Associação Brasileira de Ciclo de Vida
ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais
AC Análise/Avaliação do Custo
ACV Avaliação do Ciclo de Vida
ADP Depleção dos recursos abióticos
ADP-ff Depleção dos recursos abióticos combustíveis fósseis
AICV Avaliação do Inventário do Ciclo de Vida
AP Acidificação
APP Área de Preservação Permanente
ARC Agregado Reciclado de Concreto
ARI Alta resistência inicial
ARM Agregado Reciclado Misto
ASTM American Society for Testing and Materials
BR Brasil
CAT. Categorias
CBI Conseil International du Bâtimen
CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil
CML Institute of Environmental Sciences
COMPL. Completude
COMPR. Abarangência
COV Composto orgânicos voláteis
CNI Confederação Nacional da Industria
CNUMAD Conferência sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONARM Concreto com agregado reciclado misto
CONREF Concreto de referência
COP Conferência das Nações Unidas sobre o Mudanças no Clima
CP Cimento Portland
ECO Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento
EP Eutrofização
EPUSP Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
EURO Padrão Europeu de emissões
FAETP Toxicidade em águas doce
FC Fator de caracterização
GANA Grupo de Apoio à Normalização Ambiental
GEE Gases de efeito estufa
GLO Global
GWP Aquecimento global
HTP Toxicidade humana
IBRAM Instituto Brasileiro de Mineração
ICV Inventário do Ciclo de Vida
IIASA International Institute for Applied System Analysis
ILCD International Reference Life Cycle Data System Handboo
IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas
ISO Internacional Organization for Standardization
MAETP Toxicidade em águas marinha
METH. Deliamento da Metodologia
MIES Mission Interministériale sur l’Effet de Serre
MIT Massachusetts Institute of Technology
MRI Midwest Research Institute
NBR Norma Brasileira
NMOVC Composto volátil não metano
ONU Organizações das Nações Unidas
PIB Produto Interno Bruto
POCP Oxidação fotoquímica
PUCRS Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos
PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
PROCONVE Programa de controle da poluição do ar por veículos automotores
RAINS Regional Air pollution Information and Simulation
RCC Resíduo de construção civil
RCD Resíduo de construção civil e demolição
REPA Resource and Enveronmental Profile and Analysis
ROW Resto do mundo
RS Rio Grande do Sul
RSU Resíduos sólidos urbanos
SETAC Society of Environmental Toxicology and Chemistry
TRAC. Rastreabilidade
TERR. Território
TETP Toxicidade terrestre
UF Unidade funcional
USEPA United States Environmental Protection Agency
USES Sistema Uniforme para Avaliação de Substâncias
WCED World Commission on Environment and Development
WMO World Meteorological Organisation

SÍMBOLOS

% Porcentagem
R$ Reais
U$ Dólar americano
α Teor de argamassa
°C Graus Celsius

ABREVIATURAS

a/c Relação água/cimento


eq. Equivalente
g/cm³ Gramas por centímetros cúbicos
hab Habitante
kg Quilograma
km Quilômetro
l Litro
mm Milímetro
m³ Metro cúbico
MJ Mega Joule
MPa Mega Pascal
Mt Mega Tonelada
n° Número
p. Página
t Tonelada
tkm Tonelada-quilômetro
µm Micrómetro
± Mais ou menos
Unid Unidade ou unidades
RESUMO

CUNHA, Iasminy Borba da. Análise dos impactos ambientais de concretos com
agregado reciclado de resíduos de construção civil. Porto Alegre 2022. Tese.
Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Materiais, PONTIFÍCIA
UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL.

A indústria da construção civil é reconhecida como uma grande consumidora


de energia e recursos naturais, o que resulta na geração de resíduos sólidos e
líquidos, que na maioria das vezes, são dispostos no ar, água ou solo. Essas
disposições provocam desequilíbrio e contribuem para o aparecimento de diversos
problemas socioambientais. Por isso, é necessário torná-la uma atividade menos
impactante e para isso, devem ser empregados materiais ecológicos e soluções
tecnológicas, para promover o conforto de seus moradores, o bom uso, a redução da
poluição e a economia de recursos finitos. Sendo assim, o presente trabalho teve
como finalidade a aplicação da metodologia de avaliação do ciclo de vida (ACV),
estabelecida pelas normas ISO 14.040 e 14.044 (ABNT, 2014), a fim de comparar os
impactos ambientais entre o concreto com agregado graúdo natural (CONREF00) e
com o agregado reciclado (CONARM25, CONARM50, CONARM75 e CONARM100).
E para o desenvolvimento da ACV utilizou-se o software SimaPro Faculty, o banco de
dados Ecoinvent, o método de cálculo CML 2002, a unidade funcional de 1 m³ de
concreto com resistência de 32 MPa e a fronteira do sistema foi de uma abordagem
berço ao portão, que considera o ciclo de vida do produto desde a extração de matéria-
prima até a porta da fábrica. Posto isto, conclui-se que o maior contribuinte dos
impactos ambientais do concreto é o cimento, seguido do agregado graúdo que ocupa
de 65 a 70% da massa desse material, o que gera anualmente um consumo de 11,2
milhões de toneladas de agregado graúdo para confecção do concreto. Portanto,
acredita-se que a utilização de resíduos de construção civil poderá diminuir os
impactos ambientais do concreto, pois ao utilizar um resíduo como agregado deixa-se
de explorar os recursos naturais. Entretanto, concluiu-se que comutar até 50% do
volume do agregado graúdo trará benefícios ambientais, desde que a distância
máxima para aquisição desse insumo não ultrapasse 120 km. Porém, o concreto para
ser considerado sustentável, ele também deve ser economicamente viável, por isso,
foi realizada uma análise de custo dessas substituições, porém percebeu-se uma
elevação (7,98%, 19,33%, 35,72% e 34,9%) no preço do m³ do concreto, devido a
utilização de uma resistência mecânica fixa como unidade funcional da avaliação do
ciclo de vida.

Palavras-chave: Avaliação; Concreto; Ciclo de Vida; Custo; Impacto ambiental;


Resíduos.
ABSTRACT

CUNHA, Iasminy Borba da. Analysis of the environmental impacts of concrete


with recycled aggregate from civil construction waste. Porto Alegre. 2022. PhD
Thesis. Graduation Program in Materials Engineering and Technology, PONTIFICAL
CATHOLIC UNIVERSITY OF RIO GRANDE DO SUL.

The civil construction industry is recognized as a major consumer of energy and


natural resources, which results in the generation of solid and liquid waste, which in
most cases are disposed of in the air, water or soil. These provisions cause imbalance
and contribute to the emergence of various socioenvironmental problems. Therefore,
it is necessary to make it a less impacting activity and for that, ecological materials and
technological solutions must be used, to promote the comfort of its residents, good
use, reduction of pollution and economy of finite resources. Therefore, the present
work aimed to apply the life cycle assessment (LCA) methodology, established by ISO
14.040 and 14.044 (ABNT, 2014), in order to compare the environmental impacts
between concrete with natural coarse aggregate (CONREF00) and with recycled
aggregate (CONARM25, CONARM50, CONARM75 and CONARM100). And for the
development of the LCA, the SimaPro Faculty software, the Ecoinvent database, the
CML 2002 calculation method, the functional unit of 1 m³ of concrete with a strength of
32 MPa were used, and the system boundary was of a cradle approach. To the gate,
which considers the product life cycle from raw material extraction to the “factory” door.
That said, it is concluded that the largest contributor to the environmental impacts of
concrete is cement, followed by coarse aggregate, which occupies 65 to 70% of the
mass of this material, which generates an annual consumption of 11,2 million tons of
aggregate. For making concrete. Therefore, it is believed that the use of civil
construction waste can reduce the environmental impacts of concrete, because when
using a waste as an aggregate, natural resources are no longer exploited. However, it
was concluded that switching up to 50% of the volume of the coarse aggregate will
bring environmental benefits, as long as the maximum distance for acquiring this input
does not exceed 120km. However, for concrete to be considered sustainable, it must
also be economically viable, so a cost analysis of these replacements was carried out,
but an increase was noticed (7.98%, 19.33%, 35.72% and 34.9%) in the price of m³ of
concrete, due to the use of a fixed mechanical strength as a functional unit of the life
cycle assessment.

Keywords: Evaluation; Concrete; Life cycle; Cost; Environmental impact; Waste.


23

INTRODUÇÃO

A construção civil é uma das atividades mais provectas que se tem


conhecimento, e desde os primórdios da humanidade foi executada de forma
artesanal, gerando como subproduto resíduos de diversas naturezas, tais como:
tijolos, concreto, argamassa, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras,
compensados, forros, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações,
fiação elétrica, blocos cerâmicos, blocos de concreto e blocos de solo-cimento (LINTZ
et al., 2012; NZGB, 2016).

Segundo Padovan (2013), Silva (2017) e Hoang et al. (2020), a variabilidade


na composição dos resíduos de construção civil ocorre devido a diversos fatores,
como a tipologia construtiva, a fase da obra, as técnicas construtivas aplicadas e os
materiais disponíveis em cada região.

Caetano, Selbach e Gomes (2016) asseveram que as etapas de superestrutura


e revestimento são as fases com maior geração de resíduos de construção,
acumulando 81% do volume total. Trindade (2017) e Souza et al. (2022) estimam que
em média 65% do material descartado é de origem mineral, 13% são madeira, 8%
são plásticos e 14% são outros tipos de materiais no Brasil. Oliveira et al. (2011)
afirmam que as construtoras são responsáveis pela geração de 20 a 25% desse
entulho, sendo que o restante, provém de reformas e de obras de autoconstrução,
dando origem ao termo popularmente conhecido como resíduos de construção e
demolição (RCD).

Além disso, a construção civil é um dos setores mais importante da economia


brasileira, apesar da crise que ela vem ultrapassando nesses últimos anos, conforme
mostrado na Figura 1.1. Pode-se observar que entre os anos de 2004 a 2010, a
construção civil chegou a representar 13,1% do Produto Interno Bruto (PIB), o que
gerou um investimento de R$ 809 bilhões e recolhimento de R$ 180 bilhões em
24

impostos, além de criar empregos e renda. Porém, desde os meados do fim de 2014
o país vem enfrentando uma crise econômica, que levou esse setor a encolher 20,5%.
Entretanto, em 2021 o PIB da construção civil aumentou 8%, onde acarretou a
geração de 245.939 empregos. Porém, a Câmara Brasileira da Indústria da
Construção Civil (CBIC), acredita que em 2022 ela perderá fôlego, e irá crescer
apenas 2% o que resultará na criação de 110.000 novos postos de trabalho
(COINFRA/CBIC, 2019; 2021).

Figura 1.1 - Variação entre a construção civil e o Produto Interno Bruto do Brasil entre os anos de
2004 a 2022
Fonte: Conselho de Infraestrutura da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil, 2019 e 2021

Apesar dessa recessão, a construção civil continua sendo responsável por uma
grande parcela dos impactos ambientais, pois utiliza 50% dos recursos naturais
disponíveis no planeta, emite 23% do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera,
consome 40% da energia total gerada e produz 52,32% da massa total de resíduos
sólidos dispostos em meio urbano, sendo que esse grande volume deve-se ao fato de
que praticamente todas as atividades desenvolvidas pelo setor são geradoras de
entulho (BOVEA; POWELL, 2016; CUNHA, 2016; VERDAGUER; LLATAS;
MARTÍNEZ, 2017; HUANG et al., 2018).
25

Sendo assim, a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e


Resíduos Especiais (ABRELPE), no ano de 2020 foi responsável por coletar
46.997.400 toneladas de resíduos de construção, que quando mal gerenciado, pode
acarretar um desequilíbrio que contribui para o aparecimento de diversos problemas
ambientais, tais como: chuva ácida, efeito estufa, aquecimento global, poluição do ar
e das águas e destruição de ecossistemas, além de poder trazer riscos à saúde das
populações (ZOMBINI, 2013; BLANKENDAAL; SCHUUR; VOORDIJK, 2014;
ABRELPE, 2021).

Por isso, no ano de 2002 o Brasil implementou no dia 05 de julho a Resolução


n° 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), a qual estabelece
diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil
(RCC), visando regulamentar a destinação e beneficiamento deles. Posto isto, ficou
definido pelo CONAMA que os RCC não poderão ser dispostos em aterros de resíduos
domiciliares, em áreas de bota fora, em encostas, terrenos desocupados e em áreas
de preservação e conservação ambiental. De acordo com Brasileiro e Matos (2015),
o principal objetivo do CONAMA é proporcionar benefícios de ordem econômica,
ambiental e social. Para tanto, umas das estratégias consiste em realizar a reciclagem
e reaproveitamento desses resíduos, através do beneficiamento do RCC.

Substituir as matérias-primas utilizadas no concreto por resíduos, pode se


tornar uma proposta sustentável. Sendo assim, diversos pesquisadores (BUENO,
2014; PAULA, 2016; DI MARIA; EYCKMANS; VAN ACKER, 2018, 2020; TONON,
2019; PRADHAN et al., 2019; FARINA et al., 2020; MERLO et al., 2020; AHMAD et
al., 2021; MANJUNATHA et al., 2021, 2021; COLANGELO; PETRILLO; FARINA,
2021; ISLAM; SHAHJALAL, 2021; OLOFINNADE; MORAWO; OKEDAIRO, 2021;
DAWOOD; AL-KHAZRAJI; FALIH, 2021) vem investigando a possibilidade da
comutação dos agregados graúdos naturais, que são definidos como pedregulhos ou
britas proveniente da fragmentação de rochas estáveis, cujos grãos passam por uma
peneira de malha quadrada com abertura nominal de 152 mm e ficam retidos na
peneira ABNT de 4,8 mm (NBR 7.211, ABNT, 2019), pelos agregados reciclados.

Isso vem sendo proposto, pois segundo o Instituto Brasileiro de Mineração


(IBRAM), os agregados minerais são as matérias-primas mais consumidas pela
construção civil, e para a sua obtenção são gerados impactos negativos a nível social,
26

econômico e ambiental, que muitas vezes são irreversíveis, tais como:


contaminação e degradação dos cursos de água, devido ao lançamento de resíduos,
transformação dos processos geológicos e do meio atmosférico, alteração dos cursos
de rios, o que acarreta no assoreamento dos mesmos, desmatamento de área de
preservação permanente (APP) e ainda pode intercorrer impactos com a fauna local,
devido ao barulho e movimentação (MECHI; SANCHES, 2010; CUNHA, 2016;
KITTIPONGVISES, 2017; AKHTAR; SARMAH, 2018; COELHO; LUCAS;
SARMENTO, 2020).

Devido a todos esses impactos, nesta pesquisa os resíduos de construção civil


foram alocados e beneficiados, para tornarem-se agregado graúdo que foram
empregados na produção de concretos, que é o segundo produto mais consumido no
mundo, porém tem um alto índice de emissão de carbono por ser um material
composto produzido, com água, agregados e cimento, que apesar de ter uma
pequena participação na massa do concreto, é o emissor majoritário do material,
representando 85% das emissões no ciclo de vida do concreto (LIMA, 2010; TEKLAY;
YIN; ROSENDAHL, 2016; KAPPEL; OTTOSEN; KIRKELUND, 2017;
GEORGIOPOULOU; LYBERATOS, 2018).
27

OBJETIVO GERAL

Esta pesquisa tem como objetivo realizar uma análise de sensibilidade de


transporte, custo e uma avaliação do ciclo de vida comparativa entre o concreto com
agregado graúdo natural e reciclado, obtido através do beneficiamento dos resíduos
de construção civil, afim de encontrar um material com a mesma resistência mecânica
(fck= 32Mpa), com um menor impacto ambiental e melhor custo.

Objetivos Específicos

Para atender ao escopo da pesquisa, entende-se que é necessário satisfazer


aos objetivos específicos descritos a seguir:

 Desenvolver uma avaliação do ciclo vida dos concretos produzidos com


agregado natural e com agregado reciclado;

 Estabelecer a porcentagem máxima de substituição entre o agregado graúdo


natural e o reciclado, nos concretos com resistência mecânica de 32 MPa;

 Avaliar a contribuição dos impactos ambientais dos insumos empregados na


produção dos concretos avaliados;

 Delimitar a distância máxima para aquisição do agregado graúdo reciclado,


quando comparado ao agregado natural;

 Analisar o custo da utilização do agregado reciclado na produção dos


concretos, para uma resistência à compressão de 32 MPa.

Delimitação do Trabalho

A pesquisa não avaliou os impactos evitados com a reutilização dos resíduos


28

de construção civil, decorrentes principalmente da não disposição destes materiais


em aterros ou outra destinação a qual possam ser encaminhados, nem o custo de
gestão desses RCC. Além disso, não foi realizada a avaliação do ciclo de vida dos
concretos considerando as etapas de operação, manutenção e demolição,
delimitando-se a análise do berço ao portão.

Estrutura do Trabalho

Este trabalho encontra-se estruturado em seis capítulos, referências


bibliográficas e anexo.

O primeiro capítulo inicia com a introdução. Em seguida, no segundo capítulo


são apresentados os objetivos, delimitações do estudo e a estrutura da apresentação
do trabalho.

No terceiro capítulo foi realizada uma revisão bibliográfica, na qual se procura


fornecer uma visão geral dos tópicos de maior relevância deste estudo.
Primeiramente, são apresentados os conceitos básicos relacionados a construção civil
e o desenvolvimento sustentável, resíduos de construção civil e reciclagem. Em um
segundo momento, são demonstradas as principais características da avaliação de
ciclo de vida (ACV).

No quarto capítulo, está descrito o método utilizado. Nele, são ainda definidas
todas as premissas necessárias para a avaliação do custo e ciclo de vida.

No capítulo cinco, são apresentados os resultados, de modo a possibilitar uma


análise comparativa entre o agregado graúdo natural e o reciclado.

O capítulo seis apresenta as conclusões deste estudo, e sugere assuntos para


serem pesquisados no futuro, que possam contribuir para o desenvolvimento
sustentável da construção civil.

Logo em seguida, estão anexadas as referências bibliográficas empregada


para a realização dessa pesquisa.
29

SUSTENTABILIDADE E A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Segundo Taques, Souza e Alencar (2017), as preocupações da comunidade


internacional com os limites do desenvolvimento do planeta iniciaram-se a partir da
década de 60, quando os países passavam por uma crise ambiental de energia,
recursos naturais e alimentos. Nessa época, ficou evidente que a humanidade
caminhava aceleradamente para o esgotamento ou a inviabilização de recursos
indispensáveis à sua própria sobrevivência.

Preocupado com essa situação, em abril de 1968 foi criado por Aurelio Peccei,
o Clube de Roma, que era uma organização que reunia cientistas, pedagogos,
economistas, humanistas, industriais e funcionários públicos, e tinha como objetivo
altercar sobre os problemas que desafiavam a humanidade. Essas altercações,
tiveram como resultado a publicação de um relatório em 1972, conhecido como: Os
Limites do Crescimento (The Limits to Growth), elaborado por uma equipe do
Massachusetts Institute of Technology (MIT), que argumentava sobre a necessidade
de conquistar um equilíbrio global, baseado em limites do crescimento da população,
no desenvolvimento econômico dos países subdesenvolvidos e em uma atenção aos
problemas ambientais. Esse relatório causou impacto entre a comunidade científica,
pois apresentava cenários catastróficos de como seria o planeta, caso o padrão de
desenvolvimento vigente na época permanecesse. Devido aos resultados
demonstrados, nas décadas seguintes foram realizadas pela Organização das
Nações Unidas (ONU) conferências mundiais para debater questões globais, que
visavam à busca de soluções para os problemas ambientais (CASTAÑEDA, 2014;
WILENIUS, 2014; GERMAIN, 2020).

A primeira conferência foi realizada em junho de 1972 na capital da Suécia, em


Estocolmo, e ficou conhecida como a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente Humano, e contou com a participação de 113 países e mais de 250
30

instituições governamentais e não governamentais. Nela destacou-se que as ações


humanas estavam causando uma série de degradações na natureza e criando riscos
para o bem-estar e para a própria sobrevivência da humanidade. Durante a
conferência foi predominante a visão antropocêntrica do mundo, na qual o homem era
tido como o centro de toda a atividade realizada no planeta, desconsiderando o fato
da espécie humana ser parte da cadeia ecológica que rege a vida na Terra. Tal cenário
teve como desdobramento a elaboração da Declaração sobre o Meio Ambiente
Humano ou Declaração de Estocolmo, cuja mesma foi baseada em vinte e seis
princípios de comportamento e responsabilidade que deveriam governar as decisões
relativas às questões ambientais, além da criação do Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente (PNUMA), cuja premissa era de que as gerações futuras e a
população mundial teriam o direito incontornável de viverem em um ambiente com
saúde e sem degradações (CASTAÑEDA, 2014; CUNHA, 2016; HEINRICHS, 2019).

Através dessas premissas, no ano de 1987, o conceito de desenvolvimento


sustentável foi apresentado pelo World Commission on Environment and
Development (WCED), no relatório das Nações Unidas denominado Nosso Futuro
Comum ou Relatório Brundtland, que afirmava que o desenvolvimento sustentável, é
aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade
de as gerações futuras atenderem às suas necessidades. Por conseguinte, o
desenvolvimento sustentável deve buscar a conciliação harmônica entre eficiência
econômica, ecológica e justiça social, o que ficou conhecido como Tripé da
Sustentabilidade (Triple Bottom Line) (CASTAÑEDA, 2014; OLAWUMI; CHAN, 2018;
HUMMELS; ARGYROU, 2021).

Sendo assim, a sustentabilidade tem como objetivo manter a harmonia entre


os componentes, para garantir a integridade do planeta, da natureza e da sociedade
no decorrer das gerações.

Preocupada com isso, a Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1988,


aprovou uma resolução, determinando a realização de outra Conferência sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), para que fosse possível aquilatar como os
países vinham promovendo a proteção ambiental desde a Conferência de Estocolmo.
A mesma foi realizada na cidade do Rio de Janeiro em 1992, e ficou conhecida como
a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento ou
31

ECO 92, e contou com a presença de 172 países representados por aproximadamente
dez mil participantes, incluindo 116 chefes de Estado. Nela foi assinada a Declaração
do Rio e a Agenda 21, além de ser criada a Convenção da Biodiversidade e das
Mudanças Climáticas, que resultou no Protocolo de Kyoto, que foi assinado em 1997
e previa que as nações reduzissem a emissão de gases causadores do efeito estufa,
em 5,2% em comparação com os níveis medidos em 1990, sendo seu principal alvo
o dióxido de carbono. O Protocolo de Kyoto entrou em vigor no dia 16 de fevereiro de
2005, e previa que suas metas fossem atingidas entre 2008 e 2012 (CASTAÑEDA,
2014; CUNHA, 2016; KURIYAMA; ABE, 2018).

Após dez anos de sua elaboração, o Protocolo de Kyoto foi debatido na 18°
Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima ou COP 18, realizada em
2012 na cidade de Doha, no Catar. Através do debate entre os países presentes, foi
possível perceber que as metas estabelecidas para as reduções de gases não foram
atingidas. Sendo assim, ele foi estendido até o ano de 2020, pois era uma ferramenta
que comprometia os países industrializados a reduzir os gases de efeito estufa (GEE)
(CUNHA, 2016; KURIYAMA; ABE, 2018; BEEK et al., 2020).

Porém em 2020, quando o Protocolo de Kyoto perdeu sua validade, os países


começaram a colocar em ação um novo tratado, denominado Acordo de Paris, que foi
negociado e aprovado em dezembro de 2015, na COP 21, cujo objetivo é reduzir a
emissão de gases de efeito estufa, diminuindo o aquecimento global e em
consequência, limitar a elevação da temperatura global em 2°C até o ano de 2100
(MELE; PAGLIALUNGA; SFORNA, 2020).

Nesse contexto, na COP26 realizada em 2021 o Brasil comprometeu-se em


reduzir as emissões de GEE em 50% até 2030 em relação a 2005, já que ele encontra-
se na lista dos vinte maiores emissores de GEE, sendo responsável por emitir em
média 2,17 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (tCO2e) por ano, tendo
a construção civil responsabilidade por 25,6% dessas emissões, segundo o Mission
Interministérialle sur l’Effet de Serre (MIES) (SANTORO; KRIPKA, 2016;
MAHMOUDKELAYE ET AL., 2018; GENIN; FRASSON, 2021).
32

Fundamentos de Construção Sustentável

A indústria da construção civil é reconhecida como uma grande consumidora de


recursos naturais e energia, o que resulta na geração de resíduos sólidos e líquidos,
que na maioria das vezes, são dispostos no ar, água ou solo. Essas disposições
provocam desequilíbrio e contribuem para o aparecimento de diversos problemas
ambientais, tais como: chuva ácida, efeito estufa, aquecimento global, degradação
das áreas de manancial e de proteção permanente, obstrução dos sistemas de
drenagem, assoreamento de rios e córregos. Por isso, surge a necessidade de tornar
a construção civil uma atividade mais sustentável e menos impactante (ZOMBINI,
2013; BLANKENDAAL; SCHUUR; VOORDIJK, 2014; CUNHA, 2016; GEHLOT;
SHRIVASTAVA, 2021).

Sendo assim, em novembro de 1994 foi realizada a 1° Conferência Internacional


sobre Construção Sustentável, na cidade de Tampa, na Flórida onde surgiu o conceito
de construção sustentável de Charles Kilbert, que a caracterizou como a criação e o
planejamento responsável de um ambiente construído e saudável, com base na
otimização dos recursos naturais disponíveis e em princípios ecológicos (CUNHA,
2016; FATHALIZADEH et al., 2021).

Udomsap e Hallinger (2020), reiteram que a construção sustentável é um


sistema construtivo que promove intervenções no meio ambiente, de forma a atender
as necessidades de uso, produção e consumo humano, sem esgotar os recursos
naturais, preservando-os para as gerações atuais e futuras. Consequentemente, ela
tem por objetivo empregar materiais ecológicos e soluções tecnológicas, para
promover o bom uso e a economia de recursos finitos, a redução da poluição e o
conforto de seus moradores.

Posto isto, a construção civil através do conceito de sustentabilidade tenta


minimizar o impacto que gera sobre o meio ambiente, atendendo de modo equilibrado
a quatro requisitos básicos: adequação ambiental, viabilidade econômica, justiça
social e aceitação cultural. Para isso, Fathalizadeh et al. (2021) afirmam que devem
ser empregados alguns principios básicos, discutidos na conferência, tais como:
minimização do consumo de recursos naturais, a maximização da reutilização de
recursos, a utilização de recursos recicláveis ou renováveis, a proteção do ambiente
33

natural, a criação de um ambiente saudável e não tóxico e o controle da qualidade no


ambiente construído (KUCUKVAR; EGILMEZ; TATARI, 2016; AL-HAMRANI et al.,
2021).

Estes princípios tornaram-se a essência do conceito de construção sustentável,


e segundo Cunha (2016) eles seguem a conceituação do Conselho Internacional para
a Pesquisa e Inovação em Construção (CIB) (Conseil International du Bâtimen), que
define a construção sustentável como o processo holístico para restabelecer e manter
a harmonia entre os ambientes construídos e criar estabelecimentos que confirmem a
dignidade humana e estimulem a igualdade econômica (CIB; UNEP, 2002, p. 8).

Em contribuição para consolidação dessas estratégias, em 1999 o CIB publicou


pioneiramente a Agenda 21, que é um documento com 2500 recomendações para
implantar estratégias de conservação do planeta e estabelecer escopo para a
exploração sustentável do patrimônio natural, sem impedir, porém, o desenvolvimento
de nenhum país. Para a construção civil foram estabelecidas metas, tais como: reduzir
a poluição, economizar o consumo de energia e água, minimizar a liberação de
materiais perigosos no meio ambiente, diminuir o consumo de matérias-primas
renováveis e não renováveis e aprimorar as condições de segurança e saúde dos
trabalhadores e usuários, a fim de construir edificações mais seguras e saudáveis
(CUNHA, 2016; CNI, 2017).

Impactos Ambientais, Resíduos de Construção Civil e os Agregados


Reciclados

A indústria da construção civil é um dos setores mais importantes na economia


brasileira. Porém, é responsável por uma grande parcela dos impactos ambientais,
tais como: esgotamento dos recursos naturais, ruído, mudanças do uso do solo,
alteração do ecossistema, comprometimento dos corpos hídrico e manancial, poluição
do ar, descargas de resíduos tóxicos, ocupação de vias e logradouros públicos, prolife-
ração de moscas, baratas, ratos e outros vetores de importância sanitária nos centros
urbanos, que podem tornar-se prejudiciais à saúde humana (UTAMA; GHEEWALA,
2009; KLEPA et al., 2019; KONG; MA, 2020; CHEN et al., 2021; FATHOLLAHI;
COUPE, 2021).
34

Por isso, é necessário torná-la uma atividade menos impactante e para isso, os
arquitetos e engenheiros devem empregar em seus projetos, materiais ecológicos e
soluções tecnológicas, para promover o bom uso e a economia de recursos finitos, a
redução da poluição e o conforto de seus moradores, pois de acordo com Cunha,
(2016) e Huang et al. (2020), esse é um setor circunspecto por um produto com longa
vida útil, que vai desde a extração, o processamento da matéria-prima, a manufatura,
o transporte, a distribuição, o uso, o reuso, a manutenção, a reciclagem e a disposição
final dos materiais de construção, conforme apresentado no fluxograma da Figura 3.1.

Figura 3.1 - Fluxograma do ciclo de vida dos produtos da construção civil


Fonte: Adaptado de Huang et al., 2020

Por ter um longo ciclo de vida, a construção civil é responsável pela geração
de uma grande quantidade de resíduos, que de acordo com Menegaki, Damigos
(2018) e Wang et al. (2019) pode chegar a 70% da massa total de resíduos sólidos
urbanos (RSU) nos países subdesenvolvidos e 30% nos países desenvolvidos. Sendo
assim, anualmente a construção civil gera aproximadamente 3,5 bilhões de toneladas
de resíduos e seus principais países contribuintes são a China, responsável por 2,36
milhões de toneladas, os Estados Unidos que produz cerca de 534 milhões de
toneladas e a Índia que redundaram 530 milhões de toneladas de RCC por ano.
Enquanto isso, a União Europeia que é composta por 28 países foi responsável por
corporificar 871 milhões de toneladas de resíduos de construção (AKHTAR; SARMAH,
2018; RUIZ; RAMÓN; DOMINGO, 2020; CHEN et al., 2021).

Desse conglomerado de países, o maior contribuinte anual na geração de RCC


é a França, responsável por produzir 349 milhões de toneladas, seguida pela
35

Alemanha com uma geração média de 200 milhões de toneladas de RCC. Na


sequência vem o Reino Unido, com uma produção de 90 milhões de toneladas, os
Países Baixos com um volume de 81 milhões de toneladas, seguido pela Itália, com
uma geração de aproximadamente 40 milhões de toneladas de RCC. Enquanto isso,
na Áustria foram gerados cerca de 35 milhões de toneladas e na Espanha produziu-
se cerca de 30 milhões de toneladas de RCC (LOTFI et al., 2015; HUANG et al., 2018;
GHAFFAR; BURMAN; BRAIMAH, 2020).

No continente asiático, seguido da China os maiores geradores de resíduos de


construção são o Japão, responsável por produzir 77 milhões de toneladas, e a Coréia
do Sul que produz 68 milhões de toneladas de RCC e a África do Sul, que gera mais
de 21 milhões de toneladas de RCC anualmente (BRASILEIRO; MATOS, 2015;
AKHTAR; SARMAH, 2018; WANG et al., 2019).

Já o Brasil, que é considerado um país em desenvolvimento no ano de 2020,


produziu aproximadamente 46.997.400 toneladas de RCC, o equivale uma coleta per
capita de 221,19 kg por habitante, conforme apresentado na Tabela 3.1. Matias (2020)
e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil afirmam que desse montante
a construção de novas edificações, reformas, ampliações e demolições foi a maior
contribuinte na geração de RCC.

Tabela 3.1 - Quantitativo de resíduos de construção civil coletados por regiões no ano de 2020
Coleta Total Coleta per capita
Região %
(t/ano) (kg/hab/ano)
Norte 1.812.955 97,09 3,86

Nordeste 9.046.890 157,68 19,25

Centro Oeste 5.270.965 319,38 11,22

Sudeste 24.496.975 275,21 52,12

Sul 6.369.615 210,97 13,55

Fonte: Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, 2020

Padovan (2013), Silva (2017) e Hoang et al. (2020) discutem que a composição
desses RCC irão variar de acordo com as tecnologias, técnicas e culturas construtivas
de cada país.
36

No Brasil, estima-se que em média 65% do material descartado é de origem


mineral, 13% são madeira, 8% são plásticos e 14% são outros tipos de materiais
(TRINDADE, 2017; SOUZA et al., 2022). Bergsdal, Bohne e Brattebo (2007) relatam
que o resíduo de construção mais popular em Oslo é a madeira, um dos materiais
mais empregados na Noruega devido à sua capacidade de produzir calor. Entretanto,
no Vietnã 42% dos RCC são de solo escavado, seguido do concreto e tijolos com
argamassa, que de acordo com Ding e Xiao (2014) são os maiores componentes dos
RCC em Xangai. Na Flórida, nos Estados Unidos, tem-se que os maiores quantitativos
de RCC são os 11% de drywall de acordo com Cochran et al. (2007). Na cidade da
Galiza (Espanha), Lage et al. (2010) afirmam que 45% dos RCC são decorrentes da
aplicação de pisos, revestimentos de parede e coberturas de cerâmicas, e nas cidades
de Deli, Mumbai e Calcut, na Índia, Nithya e Ramasamy (2021) afirmam que 36% dos
RCC são composto por solo, areia e cascalho.

Sendo assim, os resíduos provenientes de atividades construtivas geralmente


são heterogêneos que se apresentam na forma sólida, constituídos de materiais com
características físicas variáveis, que dependem da natureza das matérias-primas e
das atividades associadas com o processo gerador. No entanto, Akhtar e Sarmah
(2018) afirmam que os RCC são classificados segundo características em função do
seu aproveitamento, uso e sua identificação quanto à saúde da população. Porém a
Resolução nº 307 de 2002 do CONAMA, divide no Brasil os resíduos de construção
civil em quatro categorias diferentes, conforme mostrado no Quadro 3.1.

Quadro 3.1 - Classificação dos resíduos de construção civil

Classe Características

São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, oriundos de


construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de
infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem, componentes
cerâmicos (tijolos, blocos e telhas), argamassa e concreto, bem como derivados de
Classe A processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concretos
(blocos, tubos e meios-fios) produzidos nos canteiros de obras. Estes resíduos
devem ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a
áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir
a sua utilização ou reciclagem.

Resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos papel/papelão,


metais, vidros, madeiras, gesso, entre outros, que devem ser reutilizados, reciclados
CLASSE B
ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo
a permitir a sua utilização ou reciclagem.
37

Quadro 3.1 - Classificação dos resíduos de construção civil (Continuação)

Classe Características

Resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações


CLASSE C
economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação.

Resíduos perigosos do processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos


CLASSE D e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de
clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.

Fonte: Resolução n° 307 de 2002

Consequentemente Salvi (2020), afirma que eles são identificados como


materiais inertes, por isso, podem ser empregados em substituição aos agregados
naturais, como vem ocorrendo desde o Império Romano, onde foram reutilizados os
resíduos minerais na construção de novas moradias. Porém, o maior
reaproveitamento ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, na reconstrução das
cidades europeias, que tiveram suas edificações totalmente demolidas e os
escombros resultantes foram britados para produção de agregados, visando atender
à demanda na época. Assim, pode-se dizer que a partir de 1946 deu-se início ao
desenvolvimento da tecnologia de reciclagem dos resíduos da construção civil, que
tinha como principais objetivos diminuir a necessidade de áreas de destino (aterros
sanitários), impedir a exploração de matérias-primas não renováveis e minimizar os
danos ambientais causados pela sua extração, incluindo o extenso desflorestamento,
poluição do ar e da água (GUO et al., 2018; ZHANG et al., 2019).

Segundo Zhang et al. (2019) a China, uma das maiores economias globais,
possui uma taxa de reciclagem de 5% e os Estados Unidos 70%. Enquanto isso Tam,
Soomro e Evangelista (2018) afirmam que países europeus, tais como: Dinamarca,
Alemanha, Holanda e Reino Unido possuem uma taxa de recuperação de RCC
superior a 65%. Porém na Finlândia, Portugal, Espanha e Suíça, a taxas de reciclagem
estão inferiores a 30%, longe das metas que tinham sido estabelecidas para o ano de
2020 que era de 70%.

Santos e Tubino (2021), afirmam que no Brasil atualmente são reciclados


6,14% dos RCC. Entretanto, esse valor deveria aumentar, pois de acordo com o
Ministério de Minas e Energia (2020) a indústria da construção civil foi responsável
por consumir 580 milhões de toneladas de agregados no ano de 2020, sendo 340
38

milhões de agregados miúdos e 240 milhões de agregados graúdos. Desse montante,


26,9 milhões de toneladas foram empregadas na confecção do concreto, já que em
seu volume eles ocupam de 65 a 70% da massa desse material (POULIKAKOS et al.,
2017; VALVERDE, 2020; ALMEIDA et al., 2020).

No Brasil a extração dos agregados miúdos ocorre através do desmonte ou


dragagem hidráulica em leitos submersos, e os agregados graúdos são obtidos pelo
desmonte de diferentes tipos de rochas e de processos de beneficiamento, o que
acarreta em impactos antrópicos positivos na economia local devido a geração de
empregos e impostos, que acabam sendo revertidos em serviço à população, e
impactos negativos na área ambiental, tais como: supressão da vegetação,
principalmente da mata ciliar que tem como função preservar o ambiente ao redor de
rios e redes de drenagem, modificação da paisagem local, alteração na calha dos
cursos d’água, instabilidade de margens e taludes, turbidez da água e lançamento de
efluentes (VEDRONI; CARVALHO, 2008; VALVERDE, 2020; VISINTIN; XIE;
BENNETT, 2020; NASIER, 2021).

Na tentativa de conter os danos ambientais ligados à extração dos agregados


naturais, vários esforços de pesquisadores têm convergido para a utilização de
agregados reciclados. Patil e Sathe (2021) realizaram um estudo que examinava a
viabilidade do uso de cinzas volantes e escória granulada em blocos de pavimentação,
e perfizeram que ao utilizar 55% da escória granulada foi possível reduzir 30% do
consumo de cimento, e ao utilizar 25% de cinzas volantes e 75% de escória, obteve-
se um material com melhores propriedades de compressão, tração e flexão. Enquanto
isso, Hossiney et al. (2020) avaliaram a possibilidade de usar na produção de blocos
de pavimentação de concreto, resíduos de pavimentos asfáltico, cujos autores
concluíram que ocorre uma redução na resistência à compressão e à abrasão,
encontrando-se assim um bloco para uso em instalações sem tráfego veicular e 25,8%
mais econômico que os encontrados no mercado. Em contrapartida, Kurad et al.
(2017) desenvolveram um estudo para analisar os efeitos da utilização de cinzas
volantes e agregados reciclados de concreto no concreto, e perceberam que as
combinações ótimas em termos de resistência e impacto ambiental foram aquelas
realizadas conjuntamente, pois a cinza volante age como um ligante pozolânico que
foi otimizado pela composição química dos resíduos de construção civil, empregados
no beneficiamento dos agregados reciclados.
39

Sendo assim, os agregados reciclados são definidos como materiais granulares


provenientes do beneficiamento, e apresentam aspectos e características técnicas
para serem aplicados em obras de edificação, infraestrutura, em aterros sanitários ou
outras obras de engenharia, e de acordo com a NBR 15.116 (ABNT, 2021), eles
podem ser agregados reciclados de concreto (ARC), que são aqueles obtidos do
beneficiamento de resíduos de construção civil da classe A composto em sua fração
graúda de no mínimo 90%, em massa de fragmentos à base de cimento Portland e
rochas ou agregados reciclados mistos (ARM), que são aqueles que possuem menos
de 90% de materiais cimentícios e rochas em sua composição.

Para sua obtenção, os resíduos de construção e demolição passam por um


processo de reciclagem que está distribuído em quatro etapas, conforme apresenta o
fluxograma da Figura 3.2 (SILVA, 2005; GRABASCK, 2016; SILVA; MAUÉS, 2021).
.

Figura 3.2 - Fluxograma das etapas para obtenção do agregado reciclado


Fonte: Barros, 2005
40

A primeira etapa consiste no depósito dos resíduos em pátios pré-


estabelecidos, conforme o teor de impurezas ou o tipo predominante. Behera et al.
(2014) reiteram que a separação é necessária para garantir um melhor desempenho
nas propriedades do material que será obtido. Em seguida vem à etapa de triagem,
na qual ocorre a retirada dos metais ferrosos por eletroímã e a remoção manual dos
materiais restantes, cuja a mesma pode ocorrer antes ou depois da britagem. Além
disso, os materiais leves podem ser separados com o uso de peneiras planas, jatos
de ar ou de água ou pela imersão dos resíduos. A terceira etapa é a britagem, que é
o procedimento mais importante da reciclagem, pois influencia na forma, na
resistência e na granulometria dos grãos dos agregados reciclados, e é comumente
realizada com o uso de britadores de mandíbula ou/e de impacto. E por último é
realizado o peneiramento, cujas as partículas são separadas por tamanho a partir de
peneiras ou classificadores, obtendo-se assim os agregados reciclados miúdos, cujos
grãos passam pela peneira com abertura de malha de 4,75 mm e ficam retidos na
peneira com abertura de malha de 150 µm e os agregados reciclados graúdos, cujos
grãos passam pela peneira com abertura de malha de 75 mm e ficam retidos na
peneira com abertura de malha de 4,75 mm (NBR 7211: 2019; NBR 15.116:2021).

Benefícios da Reciclagem dos Resíduos de Construção Civil

De acordo Tam, Soomro e Evangelista (2018) aproximadamente 90% dos RCC


poderiam ser reciclados. Por isso, inúmeras pesquisas apontam caminhos para o seu
reaproveitamento, pois acredita-se que uma política de gestão de resíduos poderia
minimizar as emissões globais de CO2 em até 15%, além de agregar valor a um
material que seria descartado (FERDOUS et al., 2021).

Ge et al. (2015), Rahman et al. (2015), Arshad, Ahmed (2017), Yang, Lim (2018)
e Yu et al. (2019) realizaram estudos para empregar os agregados reciclados, como
base e sub-base de pavimentos rodoviários. De forma geral os autores concluíram
que ocorreu uma queda no desempenho mecânico, pois de acordo com Lotfy e Al-
Fayez (2015) eles apresentam menor densidade, maiores valores de absorção de
água, menor resistência ao impacto e à abrasão. Nwakaire et al. (2020) acreditam que
a natureza da fonte e a presença de microfissuras originadas durante o processo de
britagem, entre outros fatores, afetam nas propriedades dos agregados reciclados.
41

Entretanto, Echevarria et al. (2020) concluíram que pode-se substituir até 50% dos
agregados naturais pelo agregado graúdo reciclado, o que irá contribuir para
minimizar os impactos da indústria da construção de rodovias, que segundo Saberian
et al. (2020) é responsável por 25% do consumo global dos combustíveis fósseis e
por emitir cerca de 30% dos gases do efeito estufa.

Enquanto isso, Rocamora, Guzmán, Marrero (2016), Bravo et al. (2018) e Jesus
et al. (2021) reiteram que os agregados reciclados podem ser utilizados em
substituição aos agregados naturais durante a produção de argamassas e concretos,
porém eles apresentam menor densidade de partículas, maior absorção d’água e
massa específica aparente mais baixa, o que resulta na diminuição da resistência
mecânica do concreto e eleva a profundidade de carbonatação. Por isso, Tam, Tam
(2006), Xiao et al. (2012), Abd Elhakam, Mohamed, Awad (2012), Özalp et al., (2016)
e Ahmad et al. (2021) recomendam um teor de substituição de até 30% da massa total
dos agregados naturais. Porém, Yazdanbakhsh et al. (2018) afirmam que essa
substituição não irá afetar significativamente os impactos ambientais. Sendo assim,
Ghanbari, Abbasi e Ravanshadnia (2018) concluíram que um teor ótimo de
substituição seria de 50% de agregados naturais pelos reciclados, a fim de se obter a
redução das emissões de gases de efeito estufa e gerar economia no consumo de
energia.

Wagih et al. (2013) concluíram que o material obtido através da reciclagem da


cerâmica de argila vermelha (blocos, tijolos, telhas) pode ser utilizado para substituir
o cimento, pois de acordo com Böke et al. (2006), ele possui altos teores de sílica e
alumina na sua microestrutura que reagem quimicamente com o hidróxido de cálcio,
decorrente da hidratação do cimento e da cal, formando silicatos e aluminatos de
cálcio, por isso, ele aumenta a atividade pozolânica, conforme vai reduzindo o
tamanho do material particulado. Essa substituição é necessária, pois a indústria do
cimento apresenta um elevado potencial poluidor, pois em todo processo produtivo
existem fontes de impactos ambientais e sociais, conforme apresenta a Figura 3.3
(ZONG; FEI; ZHANG, 2014; TEKLAY; YIN; ROSENDAHL, 2016; HUANG et al., 2021;
THWE; KHATIWADA; GASPARATOS, 2021).
42

Figura 3.3 – Principais impactos ambientais e sociais ocasionados durante a produção do cimento
Fonte: Adaptado de Carvalho, 2008

Além disso, Schneider (2019) e He et al. (2020) afirmam que a indústria do


cimento consome de 12 à 15% de toda energia global, e emite 0,8 toneladas de CO 2
por toneladas produzida, o que acaba contribuindo de 6 à 7% nas emissões antrópicas
globais de CO2, o que corresponde a 5% das emissões de gases de efeito estufa,
sendo o Brasil circunspecto por 2,3% dessas emissões. Benhelal, Shamsaei e Rashid
(2021) declaram que se essa indústria fosse um país, seria o terceiro maior emissor
de gases de efeito estufa do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos.

Apesar desses altos índices, a indústria brasileira de cimento é reconhecida


internacionalmente pelo excelente desempenho energético e ambiental. Além, de
serem responsável por uma das menores taxas de emissões de gases do efeito
estufa, quando comparadas a outros países, pois enquanto a média mundial é de 634
kg de CO2 equivalente por tonelada de cimento, no Brasil esse valor é de 564 kg de
CO2 eq., o que representa 11% a menos. Ademais, o consumo térmico diminuiu 17%,
o uso de combustíveis alternativos aumentou de 5% para 19% e o substitutos de
clínquer passou de 20% para 33%. Entretanto, a indústria de cimento continua
43

buscando alternativas para tentar reduzir as emissões de gases do efeito estufa e


assim poder contribuir no combate às mudanças climáticas. A eficiência ambiental
dessas alternativas, muitas vezes são mensuradas através da avaliação do ciclo de
vida (UN ENVIRONMENT, KAREN L. SCRIVENERA, VANDERLEY M. JOHNB, 2018;
COSTA; RIBEIRO, 2020).

Avaliação do Ciclo de Vida - ACV

A Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) é a compilação e ponderação das entradas


e saídas, e dos potenciais impactos ambientais de um produto através do seu ciclo de
vida. A mesma, constitui uma ferramenta estruturada, compreensiva e padronizada
em nível internacional que tem como objetivos: quantificar informações sobre as
emissões e os recursos consumidos, os impactos ambientais, os impactos sobre a
saúde humana e o nível de depleção de recursos (ISO 14040:2014; CHEN et al., 2019;
CONG et al., 2020).

Segundo Vieira, Calmon e Coelho (2016) os primeiros estudos sobre ACV


ocorreram entre os anos de 1960 e 1980, quando as grandes indústrias decidiram
detalhar o consumo de energia relacionado com a fabricação de seus produtos, a fim
de melhorar o uso de recursos naturais e procurar melhores alternativas energéticas
durante a crise do petróleo, que foi desencadeada devido ao déficit de oferta. Porém,
o grande marco da utilização dessa metodologia ocorreu em 1969, quando a
companhia de refrigerantes Coca Cola contratou o Midwest Research Institut (MRI)
nos Estados Unidos, para estabelecer os índices de emissões de gases tóxicos
gerados pelas garrafas de vidro retornáveis e as plásticas descartáveis. Este estudo
ficou conhecido como Resource and Environmental Profile Analysis (REPA).

Entretanto, em 1974 a mando da United States Environmental Protection


Agency (USEPA), houve um aprimoramento do modelo REPA servindo de base para
o estabelecimento de um procedimento de comparações dos impactos ambientais.
Posteriormente, diferentes métodos foram aplicados para executar as ACV, porém, os
resultados nem sempre eram coincidentes, o que prejudicou a confiança desta
ferramenta e acarretou na necessidade de organizar essa metodologia. Por isso, no
início da década de 1990, foi criado o primeiro guia sobre os aspectos metodológicos
de uma avaliação do ciclo de vida, e em 1993 foi elaborado um código de práticas
44

para a sua realização, pela Society of Environmental Toxicology and Chemistry –


SETAC, o que resultou na publicação das séries de normas, conforme mostrado no
Quadro 3.2 (FERRUFINO, 2012; CUNHA, 2016).

Quadro 3.2 – Normas referentes à avaliação do ciclo de vida - ACV


Environmental management – Life Cycle Assessmente – Principles and
ISO 14.040: 1997
Framework
Environmental management – Life Cycle Assessmente – Goal and scope
ISO 14.041: 1998
definition and inventory analysis
Environmental management – Life Cycle Assessmente – Life cycle impact
ISO 14.042: 2000
Assessmente
Environmental management – Life Cycle Assessmente – Life cycle
ISO 14.043: 2000
Interpretation
Environmental management – Life Cycle Assessmente – Requirements and
ISO 14.044: 2006
guidelines
Environmental management – Life Cycle Assessmente – Examples
ISO/TR 14.049: 2000 ofapplication of ISO 14.041 to goal and scope definition and inventory
analysis
Environmental management – Life Cycle Assessmente – Examples of
ISO/TR 14.047: 2003
application of ISO 14.042
Fonte: Adaptado de Cunha, 2016

Nos anos seguintes, a ISO publicou uma nova edição das normas 14.040:
2014, 14.044: 2014, 14.049: 2014, 14.047: 2016 e 14.071: 2018 de avaliação de ciclo
de vida, cujo objetivo era melhorar a legibilidade e remover erros e outras
inconsistências. A SETAC continua formando parcerias e criando iniciativas para
colocar em prática o conceito de ciclo de vida e assim poder melhorar as ferramentas
de apoios, através da obtenção de dados de impactos ambientais mais recentes.

No Brasil, a ACV teve início em 1994, quando um subcomitê específico para o


tema foi implantado dentro do Grupo de Apoio à Normalização Ambiental (GANA), tal
grupo se dedicou à análise do desenvolvimento da série de normas ISO 14.000, o que
foi possível em 2001 lançar a versão traduzida da norma internacional, e em novembro
de 2002 foi criada a Associação Brasileira de Ciclo de Vida (ABCV), composta por
pessoas físicas e jurídicas, interessadas no desenvolvimento e aplicação da ACV no
país, que é liderado pelo Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (SEO; KULAY, 2006; FERRUFINO, 2012; CUNHA,
2016).
45

Estrutura de uma Avaliação do Ciclo de Vida - ACV

De acordo com Ferrufino (2012) e Cunha (2016), a avaliação do ciclo de vida é


uma metodologia de ponderação de implicações ambientais associados a um produto
ou processo, compreendendo etapas que vão desde a extração das matérias-primas
elementares da natureza que entram no sistema produtivo (berço) à disposição final
do produto (túmulo).

Nessa óptica, a avaliação começa com a aquisição de matérias-primas e


termina no momento em que todos os materiais sofrem disposição final, e o seu
desenvolvimento está estruturado em quatro fases, conforme apresenta a Figura 3.4
(VIEIRA et al., 2018; FATHOLLAHI; COUPE, 2021).

Figura 3.4 – Fases da avaliação do ciclo de vida


Fonte: NBR 14.040 (ABNT, 2014)

A primeira fase da avaliação do ciclo de vida é a determinação do objetivo e


escopo. Nela deve-se estabelecer o objetivo, de forma clara e consistente para que a
aplicação da metodologia seja viável; por isso, deve-se indicar as razões para a
realização do estudo e o público-alvo a quem se destina, pois a ACV tem como
finalidade garantir informações que possam ajudar na tomada de decisões sobre a
sustentabilidade de um produto (DONG et al., 2015; VIEIRA; CALMON; COELHO,
2016).
46

O escopo, por sua vez, define o que está incluído no sistema e quais serão os
métodos de avaliação empregados, e de acordo com a norma ISO 14.044 (ABNT,
2014), nele devem ser considerados e descritos alguns aspectos. O primeiro deles
consiste na definição das funções do sistema de produto, unidade funcional (medida
que permite a quantificação da função definida) e o fluxo de referência (referência em
relação a qual os dados de entrada e saída serão normalizados), além de constar o
sistema de produto e suas fronteiras. Sendo assim, o escopo deve ser bem definido,
pois ele irá assegurar a extensão, profundidade e o grau de detalhamento necessário
ao estudo (LI; ZHU; ZHANG, 2010; INGRAO et al., 2014; VIEIRA; CALMON;
COELHO, 2016).

Todavia, Filho, Junior e Luedemann (2016) afirmam que o item mais importante
do escopo é o procedimento de alocação, pois através dele serão observados os
fluxos de materiais, de energia e de liberações ao ambiente associado, conforme
apresenta o fluxograma da Figura 3.5.

Figura 3.5 – Representação do ciclo de vida de um produto


Fonte: NBR 14.044 (ABNT, 2014)

A segunda fase da ACV é a análise de inventário de ciclo de vida (ICV), e de


acordo com a NBR 14.040 (ABNT, 2014), é nele que são realizados os levantamentos,
a compilação e a quantificação das entradas e saídas de um dado sistema em termos
47

de matéria-prima, energia, transporte, emissões para atmosfera, efluentes, resíduos


sólidos, entre outros. Porém, Moreau et al. (2012) e Tonon (2019) afirmam que muitas
vezes o ciclo de vida do produto é composto por milhares de processos unitários e a
coleta desses dados necessitaria de muito tempo e recursos, tornando alguns estudos
impraticáveis. Por isso, Dong et al. (2015) sugerem a utilização de banco de dados
(Quadro 3.3), que armazenam informações de inventário de diferentes processos de
produção, que estão inseridos em softwares que foram desenvolvidos para facilitar a
sua realização.

Quadro 3.3 – Principais bancos de dados para ser empregados na realização da avaliação do ciclo de
vida
Estados Unidos: USLCI Database, que foi desenvolvida pelo National Renewable Energy Laboratory
(NREL) e o Athena Sustainable Materials Institute, ela é aberta ao público e contém dados de materiais
e processos. Os inventários disponibilizados atendem à ISO/TS 14.048, sendo compatível com
diversos formatos de softwares;
Holanda: IVAM LCA Data 4.0, desenvolvido pela agência de pesquisa IVAM em parceria com
Departamento de Ciências Ambientais da Universidade de Amsterdã, ela é uma compilação de bases
de dados conhecidas de materiais e processos, tais como: APME, BUWAL e ETH 96;
União Europeia: European reference Life Cycle Database (ELCD), que é uma base de dados fornecida
e aprovada por associações empresariais da União Europeia e possui acesso livre;
Suécia: SPINE@CPM, que foi desenvolvido pelo Competence Centre for Environmenal Assessment
of Product and Material System - CPM na Chalmers University of Technology e contém informações
detalhadas de atividades de transportes, geração de energia, produção de materiais e gerenciamento
de resíduos sólidos, e possui acesso livre;
Alemanha: GaBi, é um banco de dados padrão elaborado para ser utilizado no software GaBi, cujos
dados fornecidos são de pequenas, médias e grandes empresas do país.
Suíça: Ecoinvent, que foi elaborado por um consórcio entre o governo e empresas, ela é considerada
a base de dados mais extensa e importante, para sua utilização, é necessário ter a licença para
acesso, que está disponível nos softwares: Umberto NXT LCA, IKE, GaBi, SimaPro, Team e Quantis
Suíte.

Fonte: Adaptado de Rocamora, Guzmán e Marrero, 2016

Takano et al. (2014), Rocamora, Guzmán e Marrero (2016) realizaram um


estudo comparativo entre os principais bancos de dados, e verificaram que o
Ecoinvent e o GaBi, possuem as maiores informações sobre o setor da construção
civil, conforme apresenta a Figura 3.6.
48

Figura 3.6 – Comparação entre os bancos de dados utilizados nas avaliações do ciclo de vida
Fonte: Rocamora, Guzmán e Marrero, 2016

Entretanto, por possuírem informações globais, muitas vezes elas diferem com
a realidade do país onde a ACV está sendo realizada, podendo levar a problemas
como contagem dupla e interpretações errôneas, o que acarreta erros de análise. Por
isso, Dong et al. (2015) comentam que alguns estudos vem sendo realizados sobre
as necessidades de nacionalizar o maior número de elementos a serem utilizados na
ACV.

Na Nova Zelândia, Nebel, Alcorn e Wittstock (2009) formularam uma ACV para
materiais de construção, integrando dados locais ao banco de dados do GaBi. Da
mesma forma, a autoridade de habitação de Hong Kong estabeleceu um inventário de
materiais de construção com base em bancos de dados no exterior, como IVAM,
BUWAL e ETH-SEU (HONG et al., 2015). Enquanto isso, Tiemi, Colodel e IBP
(2008) apresentaram uma abordagem para transferir os dados de ACV entre países,
fornecendo um conjunto de fatores de conversão, tais como: o inventário a ser
adaptado deve ser exteriorizado em termos de processos unitários, ou seja, não
apenas em termos de resultados finais do sistema de produto, que devem ser
similares, por isso, devem apresentar as mesmas propriedades e qualidade em ambos
os países. Enquanto isso, Chau et al. (2007) desenvolveram um fluxograma de
processo para ajudar a identificar os possíveis ajustes para os ACV de materiais de
49

construção. Porém, Dong et al. (2015) afirmam que as variáveis modificáveis são
predominantemente a eletricidade, o combustível e o transporte, bem como as
interações entre os mesmo. Enquanto isso, no Brasil Castro et al. (2015) realizaram
uma análise da viabilidade técnica da adaptação dos dados para o contexto nacional,
através de um estudo de caso sobre o emprego do concreto para paredes moldadas
no local. Porém, os autores concluíram que essas pequenas adaptações não foram
suficientes para obtenção de um resultado mais próximo da realidade nacional. Sendo
assim, Dong et al. (2015) acreditam que pequenas alterações podem induzir a
incertezas nas estimativas, por isso as variáveis devem ser ajustadas, conforme a
disponibilidade dos fornecedores e descritas no inventário (ABOUHAMAD; ABU-
HAMD, 2019).

A terceira fase é avaliação dos impactos ambientais, e segundo a NBR ISO


14.040 (ABNT, 2014) ela tem como objetivo compreender e avaliar a intensidade e o
significado das alterações sobre o meio ambiente, o consumo de recursos naturais,
energia e as emissões de substâncias relativas ao ciclo de vida do produto. Por isso,
é considerada a parte mais crítica e importante de uma ACV, pois as normas da série
NBR ISO 14.040 (ABNT, 2014) não estabelecem um critério de avaliação fixo, o que
leva a discrepâncias de um estudo para outro (CUNHA, 2016; VIEIRA; CALMON;
COELHO, 2016; TONON, 2019; CONG et al. 2020).

E a última etapa de uma ACV é a interpretação dos resultados, cujos valores


da avaliação serão analisados a fim de tirar conclusões, explicar limitações e fornecer
recomendações para os tomadores de decisões de forma consistente. Sendo assim,
a interpretação pode ser considerado um processo dinâmico e interativo, que permite
rever e revisar as definições iniciais, assim como a qualidade e a natureza dos dados
levantados (CUNHA, 2016; VIEIRA; CALMON; COELHO, 2016; COLANGELO et al.,
2018).

Além dessas etapas, pode-se realizar uma avaliação do custo do ciclo de vida,
que de acordo com a norma ISO 15.686-5 (2017), é uma metodologia para avaliação
econômica sistemática de custos do ciclo de vida de um período de análise, conforme
definido no escopo da avaliação do ciclo de vida e tem como objetivo determinar a
opção mais econômica entre as diferentes alternativas. Em palavras simples, os
custos do ciclo de vida referem-se ao custo de um ativo ao longo de seu ciclo de vida,
50

e é composto por quatro categorias: a primeira delas é custo inicial que refere-se ao
custo da matéria-prima e transporte, na segunda o custo operacional, terceira o custo
de manutenção/reparo e por fim o custo de descarte (ABOUHAMAD; ABU-HAMD,
2019).

Avaliação do Ciclo de Vida e os Resíduos de Construção Civil

De acordo com Jiang et al. (2015), Cunha (2016) e Song et al. (2021), toda
atividade humana independentemente de suas características, acarreta em impactos
ao meio ambiente, pois mesmo na era paleolítica quando os homens sobreviviam da
prática da caça, da pesca e da coleta dos vegetais, o impacto ambiental já estava
presente. Os autores, afirmam que com o surgimento das civilizações, o homem
passou a extrair do meio ambiente mais do que o imprescindível para sua
subsistência, pois eles acreditavam que os bens naturais foram criados para livre
disposição, e por isso, são renováveis o que acarretou no desequilíbrio do
ecossistema e do meio ambiente. Consequentemente, em alguns locais do mundo já
surgem as implicações como falta de água, poluição urbana, aquecimento global e
esgotamento de outros recursos naturais.

Com isso é possível perceber a extrema importância da realização de estudos


que visem melhorar a qualidade de vida e a minimização dos danos causados pelo
ser humano. Na construção civil Alencar, Priori e Alencar (2017) relatam que esses
estudos estão voltados na criação de novos produtos (KOWALKOWSKI; GEBAUER;
OLIVA, 2017; SECHER; COLLIN; LINNET, 2018; TSENG et al., 2019; LI et al., 2021),
na reutilização de recursos naturais (MILNER, 2009; SADINENI; MADALA; BOEHM,
2011; LUSHNIKOVA; DVORKIN, 2016), na racionalização do uso de energia
(RAMESH; PRAKASH; SHUKLA, 2010; GOLIĆ; KOSORIĆ; FURUNDŽIĆ, 2011;
HUGHES; CHAUDHRY; GHANI, 2011; PACHECO; ORDÓÑEZ; MARTÍNEZ, 2012),
na utilização de sistemas para reduzir o consumo de água (FRIEDLER; HADARI,
2006; ALBALAWNEH; CHANG, 2015; GISI et al., 2015; BODDU et al., 2016; HASIK
et al., 2016; YOONUS; AL-GHAMDI, 2020) e na reciclagem de materiais (ABUKERSH;
FAIRFIELD, 2011; ALIABDO; ABD ELMOATY; AUDA, 2014; PRADHAN et al., 2019;
TAJI et al., 2019; JAIN; GUPTA; CHAUDHARY, 2020; GAUTAM et al., 2021).
51

E para esses estudos diversas metodologias vêm sendo empregadas, dentre


elas a avaliação do ciclo de vida (ACV), pois é uma ferramenta que tem como objetivo
identificar melhorias dos aspectos ambientais, considerando as várias fases de um
sistema de produção, contribuindo para a diminuição dos impactos (RASHID;
YUSOFF, 2015; CHRISTENSEN et al., 2020; DING et al., 2021).

Ramesh, Prakash e Shukla (2010) reiteram que através da elaboração de uma


avaliação do ciclo de vida, foi possível analisar o desempenhando ambiental de
setenta e três edificações comerciais e residenciais em treze países, e conclui-se que
80 a 90% dos impactos ambientais são gerados na fase de operação. Resultados
similares foram observados na pesquisa desenvolvida por Rossi et al. (2012), cujos
autores afirmam que essa etapa é responsável por 62 a 98% do impacto do ciclo de
vida, enquanto a fase de construção corresponde entre 1 a 20% e a fase de demolição
por 0,2 a 5% dos impactos ambientais. Isso ocorre, devido ao seu longo tempo de uso
e manutenção, já que suas emissões estão relacionadas à queima de combustíveis
fósseis para geração elétrica e aquecimento de ambientes. Sendo assim, Kofoworola
e Gheewala (2009) identificaram que a fase de uso de um prédio de escritórios
de 60.000m² na Tailândia, com vida útil de 50 anos foi responsável por 81% do
consumo total de energia. Mithraratne, Vale, (2004) e Chandrakumar et al. (2020)
conduziram uma comparação de três tipos de construções residenciais na Nova
Zelândia, e sua fase de uso contribuíram com 74%, 71% e 57%, para um ciclo de vida
de vida de 100 anos.

Blengini, Di Carlo (2010), Rossi et al. (2012), Abdmouleh, Alammari e Gastli


(2015) afirmam que muitos autores negligenciam os dados da etapa de construção na
ACV, por possuírem um valor percentual pequeno. Entretanto, eles afirmam que os
resíduos gerados durante o processo, quando mal gerenciado eles maximizam os
impactos socioambientais. Além disso, Akhtar e Sarmah (2018) comentam que esses
resíduos muitas vezes são desnecessários, e surgem devido à suprimentos
excessivamente solicitados ou ao manuseio incorreto de materiais por trabalhadores
não qualificados, diferentemente dos resíduos provenientes da demolição, já que ela
é essencial para o desenvolvimento de megacidades onde a falta de espaço é o maior
obstáculo.
52

Faleschini et al. (2016) realizaram na Itália uma avaliação do ciclo de vida para
quantificar os impactos ambientais para obtenção dos agregados naturais e reciclados
de RCC, e concluíram que os agregados naturais geram mais externalidades, devido
as emissões atmosféricas, remoção da camada vegetal e as detonações de rocha.
Enquanto isso, Hossain et al. (2016) afirmam que o beneficiamento dos resíduos de
construção, reduz cerca de 65% das emissões de gases de efeito estufa e
economizam 58% no consumo de energia renovável. Sendo assim, Poon, Kou e Lam
(2002) realizaram um estudo para avaliar a viabilidade da utilização dos RCC, na
fabricação de blocos de concreto, e concluíram que a substituição do agregado
natural graúdo e miúdo por agregado reciclado em níveis de 25% e 50% teve pouco
efeito na resistência do bloco, mas níveis mais elevados de substituição reduziram a
resistência à compressão.

Todavia, Tonon (2019) afirma que uma das mais relevantes pesquisas
desenvolvidas sobre a utilização de resíduos de construção e demolição, a fim de
obter-se agregado reciclado foi realizada por Marinković et al. em 2010, onde os
autores compararam o impacto ambiental da produção do concreto usinado com
agregado natural e com agregado reciclado, para isso, eles empregaram como
unidade funcional 1m³ de agregados, e o traço dos concretos foi determinado para
que ambos os tipos tivessem a mesma resistência à compressão e a mesma
trabalhabilidade. Posto isto, os autores concluíram que a produção de cimento foi a
que mais contribuiu em todas as categorias de impacto, seguida pelo transporte dos
insumos empregados na confecção do concreto. Diferentemente do ocorrido na ACV
desenvolvida por Estanqueiro et al. (2016), cujo os autores verificaram que o uso de
agregado reciclado na produção de concretos foi favorável apenas nas categorias de
uso da terra e inorgânicos inaláveis.

Consequentemente, Knoeri et al. (2013), Tošić et al. (2015), Kurda, SIlvestre e


De Brito (2018) afirmam que os impactos ambientais dos agregados reciclados e
naturais, serão afetados significativamente caso seja necessário elevar o consumo de
cimento para obter um concreto com agregado reciclado com propriedades de
resistência, trabalhabilidade e durabilidade semelhantes ao concreto com agregado
natural. Deste modo, Weil et al. (2006) compararam o concreto com uma comutação
de 35% e 50% do agregado natural pelo reciclado e concluíram que para o mesmo
teor de cimento, o uso de energia e o potencial de aquecimento global serão
53

semelhantes. Enquanto isso, Paula (2016) realizou a substituição de cimento Portland


por resíduos de cerâmica vermelha, e demonstrou que é possível produzir uma
argamassa com melhor desempenho mecânico, ambiental e maior durabilidade.
Porém, Yazdanbakhsh et al. (2018) compararam um concreto com agregado natural
e com agregado reciclado, e perceberam que os impactos ambientais foram similares.
Contudo os autores afirmam que quando o aterro evitado foi contabilizado, a
magnitude de alguns dos indicadores de impacto ambiental do concreto com agregado
reciclado tornou-se menor do que a do concreto com agregado natural (16% e 17%
para acidificação e formação de fumaça).

Tam, Soomro e Evangelista (2018) afirmam que na Austrália, Estados Unidos,


China e Europa os agregados reciclados na maioria das vezes são empregados como
insumo em bases e sub-bases de pavimentos asfálticos, pois eles possuem alta
resistência, estabilidade adequada e módulo de resiliência superior ao da brita
graduada. No Brasil, a primeira utilização do agregado reciclado para pavimentação
ocorreu em 1984 na cidade de São Paulo, o que acarretou na redução dos impactos
socioambientais, já que ele minimizou o consumo de recursos naturais não renováveis
e deu uma destinação alternativa em relação aos aterros licenciados tradicionais.
Através desse experimento, foi elaborada em 2004 a NBR 15.115 (ABNT, 2019) a
primeira normatização que versava sobre os procedimentos para o emprego de
agregado reciclado em pavimentação asfáltica, e a NBR 15.116 (ABNT, 2021) que
estabelecia os requisitos na utilização dos agregados em camadas de pavimentação
e para a preparação de concretos sem função estrutural.

Souza e Lukiantchuki (2019) afirmam que em São Francisco, nos Estados


Unidos, é permitido o uso de agregados reciclados em obras não estruturais, pois de
acordo com Tam, Tam (2006), Xiao et al. (2012), Abd Elhakam, Mohamed, Awad
(2012), Özalp et al., (2016) e Ahmad et al. (2021) os resíduos de construção civil
afetam nas propriedades dos concretos, devido à argamassa aderida em torno do
RCC, o que impede uma ligação adequada entre o substrato e o agregado reciclado.
Entretanto, na Europa de 6 a 8% dos agregados reciclados são empregados na
produção dos concretos, e na Austrália são utilizados anualmente 0,5 milhões de
toneladas de agregados reciclados para confecção de concreto.
54

No entanto, os RCC também podem ser produzidos após um desastre natural,


tais como: tsunami, terremotos, furacões, inundações, deslizamentos de terra e
erupções vulcânicas. Por isso, Tabata et al. (2019) afirmam que as cidades devem
possuir uma gestão de resíduos para fenômenos naturais, uma vez que eles
acarretam em grandes quantidades inesperadas de entulho, entre 5 e 15 vezes a
produção anual de resíduos de uma comunidade. Sendo assim, a gestão de resíduos
tem como objetivo, dar um tratamento adequado aos entulhos recolhidos com um
impacto ambiental mínimo e a custos acessíveis. E, para isso, diversas pesquisas de
custo (BARROS, 2005; BENTO et al., 2013; SILVA, 2014; BONDRANI, 2015;
WASKOW, 2019; LI et al., 2019; BARRETO et al., 2021; ZHANG et al., 2022;) e ciclo
de vida vem sendo desenvolvidas.

Tonon (2019), Yilmaz e Seyis (2021) afirmam que 66,3% das pesquisas sobre
a ACV e os resíduos de construção civil foram elaborados nos países europeus, 17,5%
nos Estados Unidos, 10% na Ásia, 3,8% na Oceania e 2,5% na África. Acredita-se que
isso ocorra, pois os países europeus estabeleceram uma meta que até o ano de 2020
deveriam ser reciclados ou reutilizados 70% dos resíduos de construção civil, pois a
partir de 2025 será proibido a disposição de RCC em aterros de resíduos recicláveis,
devido ao seu potencial de reciclagem. Na Nova Zelândia e Austrália, ficou
estabelecida uma taxa de 80% de reaproveitamento e, para isso, os países vêm
impondo uma tarifa de aterro sanitário sobre o descarte de resíduos. Anteriormente,
esse valor variava entre U$S 31,00 a U$S 76,00 porém em 2016, tal tarifa passou a
ter um aumento de U$S 10,00 ao ano com a revisão de incremento de custo (BOVEA;
POWELL, 2016).

Enquanto isso, o Canadá possui uma geração de 9 milhões de resíduos de


construção civil anual e taxa de recuperação de 7%. Yeheyis et al. (2013) acreditam
que isso ocorra, pois seus RCC possuem elementos perigosos, tais como: amianto,
mercúrio, tinta à base de chumbo, e a sua inalação pode causar problemas
respiratórios e seu gerenciamento torna-se muito caro. Nos Estados Unidos são
beneficiados 70% dos resíduos gerados, e a energia economizada com essa
reciclagem é idêntica a 85 milhões de barris de petróleo, além de gerar um lucro de
U$ 7,4 bilhões para economia do país. Na Coréia do Sul os RCC contribuíram com
mais de 2,1 bilhões de dólares (JIN; CHEN, 2015).
55

Sendo assim, Bovea e Powell (2016) afirmam que a reciclagem de resíduos


não só ajudará na conservação de energia nos países, mas também irá melhorar a
sua economia.
56

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo são apresentados os procedimentos metodológicos, que foram


empregados para a realização da análise de sensibilidade do transporte, custo e
avaliação do ciclo de vida entre o concreto com agregado graúdo natural e com
agregado reciclado, obtido através da reciclagem dos resíduos de construção civil
(RCC).

Método de Pesquisa

De acordo com Silva e Menezes (2005) a pesquisa sob o ponto de vista da sua
natureza pode ser classificada como aplicada, pois tem como objetivo gerar
conhecimento para a aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos,
envolvendo verdades e interesses locais, tais como: minimizar os impactos ambientais
ocasionados pela geração de resíduos de construção civil e a fabricação do concreto.

Já sob o ponto de vista da abordagem do problema esse trabalho é considerado


como uma pesquisa quantitativa, pois considera que tudo pode ser quantificável, ou
seja, traduz em números as informações, para posterior classificação e análise das
mesmas, tais como: realizar uma análise de custo e uma avaliação do ciclo de vida
entre o concreto com agregado graúdo natural e com agregado reciclado, obtido
através do beneficiamento dos resíduos de construção civil (SILVA; MENEZES, 2005;
CUNHA, 2016).

Quanto aos objetivos trata-se de uma pesquisa exploratória múltipla porque tem
como propósito a formulação de uma problemática específica por meio de um estudo
de caso, o qual exige: levantamento bibliográfico, discussão com envolvidos nos
processos e análise de exemplos que estimulem a compreensão (MENEZES; SILVA,
2005).
57

Com relação aos procedimentos técnicos o trabalho caracteriza-se por ser um


estudo de caso, que segundo Gil (1996) é caracterizado pelo estudo profundo e
exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento
amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante outros tipos de
delineamentos considerados. Sendo assim, ele tem como objetivo explorar, descrever
e explicar situações reais complexas em que os limites não são devidamente
definidos.

Método de Trabalho

Na Figura 4.1 encontra-se um fluxograma, com as etapas que foram


executadas a fim de que os objetivos propostos no presente trabalho fossem
alcançados.

Análise
Escolha e
gravimétrica dos Dosagem dos Definição do
caracterização dos
resíduos de concretos objetivo e escopo
insumos
construção civil

Definição da Determinação da Elaboração do


Escolha da
fronteira do unidade funcional inventário do ciclo
metodologia
sistema (UF) de vida - ICV

Definição das
Caracterização Normalização dos
categorias de Interpretação dos
dos impactos impactos
impactos resultados
ambientais ambientais
ambientais

Análise de
Análise das Determinação do
sensibilidade da
emissões por fator ótimo de Análise de custo
distância
materiais substituição
percorrida

Conclusões

Figura 4.1 - Fluxograma das etapas realizadas na pesquisa


58

Obtenção e Processamento dos Resíduos de Construção Civil –


RCC

O agregado reciclado empregado para a substituição do agregado graúdo


natural, foi obtido através da reciclagem dos resíduos de construção civil originários
da reforma do prédio 15 da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUCRS), e para a sua utilização passaram por um estudo gravimétrico, onde foi
empregada a técnica de coleta de amostras e análise visual macroscópica, visando
determinar a composição do mesmo, uma vez que materiais indesejáveis podem
reduzir o desempenho mecânico dos agregados reciclados.

Para tanto, foi necessário praticar a separação do material e segregá-los, a fim


de realizar a pesagem para obter a sua composição, conforme apresentado na Figura
4.2. Toda a análise foi baseada na norma NBR 16.915 (ABNT, 2021), que estabelece
os procedimentos para a amostragem de agregados, desde a sua coleta e
beneficiamento até o armazenamento e transporte das amostras representativas de
agregados para concreto, destinadas a ensaios de laboratório e contraprova.

29,01%
Argamassa

Diversos
47,99% Vidros

Agregados

Cerâmica
8,02% Concreto

12,98%

0,08% 1,92%

Figura 4.2 - Composição gravimétrica dos resíduos de construção civil


Fonte: Adaptado de Silva e Andrade, 2017
59

Sendo assim, na Figura 4.2 observa-se que a maior parte dos resíduos de
construção civil empregado no presente trabalho é composto por concreto e
argamassa, uma vez que corresponde a 77% dos materiais, cuja fração minoritária
são de materiais diversos com índice de 1,92%, inferior ao estabelecido pela NBR
15.115 (ABNT, 2019) que é de 3% (SILVA; ANDRADE, 2017).

Caracterização dos Insumos Empregados na Produção do Concreto

Para a produção dos concretos empregou-se como aglomerante o cimento


Portland de alta resistência inicial (CP V-ARI), com massa unitária de 1,02 g/cm³,
densidade de 3,05 g/cm³ e resistência à compressão de 54,1 MPa aos 28 dias, cuja
composição química foi medida através do ensaio de fluorescência de raio-X e
apresentada na Tabela 4.1.

Tabela 4.1 - Ensaio de fluorescência de raio-X do cimento Portland V-ARI

Elementos Al2O3 SiO2 CaO MgO K2O SO3 Na2O LOI


% 4,86 19,45 64,44 0,62 0,7 2,94 0,20 0,78

Fonte: Adaptado de Silva e Andrade, 2017

Como agregado miúdo utilizou-se a areia siliciosa extraída das margens do Rio
Jacuí localizado na cidade de Porto Alegre (RS), e como agregados graúdos foram
empregados dois tipos diferentes de materiais: a brita basáltica oriunda da cidade de
Montenegro (RS) e o agregado reciclado de Santo Antônio da Patrulha (RS). Foram
realizados ensaios de caracterização dos mesmos, conforme apresentado na Tabela
4.2 e na Figura 4.3.

Tabela 4.2 - Caracterização física dos agregados


Agregado
Ensaios Areia Ensaios Brita Ensaios
reciclado
Massa específica (g/cm³) 2,61 NBR NM 52 2,90 2,57
NBR NM 53
Absorção de água (%) 1,20 NBR NM 30 0,83 4,54
Densidade aparente
1,50 NBR NM 45 1,47 1,25 NBR NM 45
(g/cm³)
Módulo de finura (mm) 2,75 8,59 7,17
NBR NM 248 NBR NM 248
Dimensão máxima (mm) 2,38 19 19

Fonte: Adaptado de Tonon (2019), Silva e Andrade (2017)


60

Figura 4.3 - Curva granulométrica dos agregados empregados no concreto


Fonte: Adaptado de Tonon (2019), Silva e Andrade (2017)

De acordo com Silva, Andrade (2017) e Bravo et al. (2018) os agregados


naturais possuem massa específica elevada quando comparada aos agregados
reciclados, porém esses possuem maior absorção de água, conforme apresentado na
Tabela 4.2. Isso ocorre devido à argamassa aderida em torno do RCC, que não
propiciam uma adequada aderência entre a nova pasta e o agregado reciclado,
demandando uma maior quantidade de água nas misturas de forma a garantir a
hidratação do cimento (DABHADE; CHAUDARI; GAJBHAYE, 2014; MEDINA et al.,
2014; PACHECO et al., 2019).

Dosagem do Concreto

A fim de atender às exigências associadas com a NBR 6.118 (ABNT, 2014)


foram escolhidos traços que apresentassem uma relação a/c máxima igual a 0,65 e
uma resistência à compressão mínima de 20 MPa, simultaneamente. Dessa forma,
para a realização da ACV foram produzidos concretos com resistência à compressão
aos 28 dias igual a 32 MPa, pois fica na faixa entre 30 a 40 MPa adotado por diversos
pesquisadores, tais como: Zhang et al. (2019), Domagoj (2018), Marinković et al.
(2017), Bovea, Powell (2016), Viera, Calmon, Coelho (2016), Paula (2016), Dong et
al. (2015), Marinković, Malešev, Ignjatović (2013), Limbachiya, Meddah, Ouchagour
(2012) e Marinković et al. (2010). Esses valores de resistência para concreto são muito
utilizados em obras de engenharia devido à alta resistência ao meio agressivo quando
61

uma estrutura construída for exposta ao grande risco de deterioração (NBR 6.118,
ABNT, 2014).

Segundo Silva e Andrade (2017), para a moldagem dos concretos empregou-


se o método IPT/EPUSP (HELENE; TERZIAN, 1992), cujo teor de argamassa (α) foi
mantido constante e igual a 55% para todas as misturas, e a trabalhabilidade foi fixada
em 90 ± 10 mm com base no método de abatimento do tronco de cone. O
procedimento de moldagem e cura dos corpos de prova foi realizado de acordo com
a NBR 5.738 (ABNT, 2015). Sendo assim, foram montadas as curvas de Abrams para
cada um dos concretos (tanto os de referência quanto os com substituição pelo
agregado reciclado) com os dados de ruptura dos corpos de prova aos 28 dias. De
posse das curvas individuais fixou-se uma resistência de 32 MPa para todos os
concretos – resistência essa que se enquadra dentro das exigências da NBR 6.118
(ABNT, 2014) no que concerne à relação a/c máxima – e os traços foram desdobrados
considerando tal condição. Desta forma, foi estabelecida a composição do concreto
de referência, conforme apresentado na Tabela 4.3.

O objetivo deste estudo foi realizar uma avaliação do ciclo de vida entre o
concreto com agregado graúdo natural (CONREF00), que não apresenta nenhuma
substituição, com o concreto composto por agregado reciclado em diferentes teores
de substituição em massa (25%, 50%, 75% e 100%). Sendo assim, inicialmente os
agregados reciclados foram empregados na condição saturada com superfície seca.
Isso quer dizer que esses agregados reciclados foram saturados em água por 24
horas antes do início da produção do concreto a fim de evitar a absorção de água da
mistura e garantir a hidratação do cimento. Por isso, Lovato et al. (2012), determinam
que seja realizado a compensação de volume, através da Equação 4.1.

ρ𝐴𝐺𝑅𝐸𝐶
𝑀𝐴𝐺𝑅𝐸𝐶 = 𝑀𝐴𝐺𝑁 ∗ (4.1)
ρ𝐴𝐺𝑁

Onde: MAGREC= massa do agregado reciclado (g); MAGN= massa do agregado natural
(g); ρAGREC= massa específica do agregado reciclado (g/cm 3) e ρAGRN= massa
específica do agregado natural (g/cm3).
62

Desta forma, foi possível determinar as composições para os concretos com as


substituições de agregado graúdo natural pelos agregados reciclados, conforme
mostrado na Tabela 4.3.

Tabela 4.3 – Quantitativos de insumos para produzir 1m³ de concreto para fc= 32 MPa

Traço unitário Insumos

Concreto (Cimento: Areia: Cimento Areia Agregado Água a/c


Brita
Brita: Agregado reciclado
(kg) (kg) (kg) (kg)
reciclado) (kg)
CONREF00 1:3,28:3,80:0,00 283,02 929,04 1.074,85 0,00 180,61 0,64
CONARM25 1:2,39:2,25:0,75 346,84 827,87 781,29 260,43 182,89 0,53
CONARM50 1:1,66:1,18:1,18 427,59 710,72 504,72 504,72 187,12 0,44
CONARM75 1:1,06:0,46:1,37 534,55 567,69 244,36 733,09 194,23 0,36
CONARM100 1:0,96:0,00:1,74 547,26 526,25 0,00 951,98 192,05 0,35

Com base nesses traços (Tabela 4.3) foi desenvolvido o inventário do ciclo de
vida a fim de realizar a avaliação do ciclo de vida (ACV) dos concretos, conforme será
apresentado nos itens a seguir.

Definição do Objetivo, Escopo, Fronteira do Sistema e Unidade


Funcional da Avaliação do Ciclo de Vida

O principal objetivo deste estudo foi realizar uma análise comparativa de


desempenho ambiental entre o concreto com agregado graúdo natural e reciclado,
obtidos através da reciclagem dos resíduos de construção civil (RCC), além de avaliar
o custo de sua utilização.

Para realizar a ACV utilizou-se o software SimaPro Faculty versão 9.0.1.11


(2020), pois de acordo com Seto, Panesar e Churchill (2017) ele é a ferramenta mais
utilizada, devido a sua flexibilidade e capacidade para promover a análise detalhada
por meio de modelagem e armazenamento. Além disso, o mesmo segue as
recomendações das normas ISO 14.040 e 14.044 (ABNT, 2014).

O banco de dado utilizado foi o Ecoinvent v3.6 conforme já empregado por


diversos pesquisadores (PRADHAN ET AL., 2019; TONON, 2019; ZHANG ET AL.
2019; DOMAGOJ, 2018; MARINKOVIĆ ET AL., 2017; BOVEA, POWELL, 2016;
63

VIERA, CALMON, COELHO, 2016; PAULA, 2016, ROCAMORA, 2016; DONG et al.,
2015; INGRAO et al., 2014), pois o mesmo contém o maior volume de informações
sobre materiais de construção civil. Enquanto isso, o método de cálculo utilizado para
a caracterização e normalização dos impactos de ciclo de vida foi o CML 2002, pois
de acordo com Ingrao et al. (2014) ele é o mais empregado para pesquisas na área
de análise ambiental de concretos.

A unidade funcional (UF) adotada na pesquisa foi de 1 m³ de concreto com


resistência de 32 MPa, cuja fronteira do sistema adotada foi de uma abordagem berço
ao portão (cradle-to-gate), que considera o ciclo de vida do produto desde a extração
de matéria-prima até a porta da “fábrica”. Sendo assim, a Figura 4.4 apresenta as
fronteiras do sistema, onde foram considerados os processos de obtenção das
matérias-primas (cimento, areia, brita e água), o processamento/produção, o
beneficiamento dos resíduos de construção civil alocados.

Figura 4.4 – Fronteira empregada na realização da avaliação do ciclo de vida


64

Já as categorias de impactos caracterizadas foram: depleção de recursos


abióticos e combustíveis fósseis, oxidação fotoquímica, acidificação, eutrofização,
aquecimento global, depleção da camada de ozônio estratosférico, toxicidade em
águas doces, marinha, humana e terrestre, pois são todas que a metodologia
escolhida abrange. Definiu-se como público-alvo deste estudo a comunidade
acadêmica, os setores da indústria envolvidos direta ou indiretamente e o poder
público.

Metodologia de Avaliação de Impacto Ambiental

A metodologia de avaliação de impactos do ciclo de vida adotada nesta


pesquisa foi a CML 2002, desenvolvida pelo Centro de Ciências Ambientais (Institute
of Environmental Sciences) da Universidade de Leiden na Holanda, pois de acordo
Paula (2016) essa é uma metodologia com abordagem midpoint (orientada a
problemas) da qual o SimaPro dispõe de duas versões: a estendida com categorias
de impacto extras e a baseline, com 10 categorias de impacto (Quadro 4.1) que foi
aplicada para o desenvolvimento dessa ACV.

Quadro 4.1 – Impactos ambientais da metodologia CML-2002

Impactos Ambientais Definição Siglas Unidade Aplicação

Diz respeito a redução de


Depleção de recursos
recursos naturais devido à ADP;
abióticos e combustíveis MJ/kg Global
extração de combustíveis ADP-ff
fósseis
fósseis.

Diz respeito às emissões de


CO2
Aquecimento global gases de efeito estufa (GEE) GWP Global
equivalente/kg
para a atmosfera.

Diz respeito ao aumento da


Depleção do ozônio CFC-11
quantidade de raios ODP Global
estratosférico equivalente/kg
ultravioletas.

Diz respeito as emissões de


1,4 -
substâncias tóxicas para água,
Toxicidade em águas doces FAETP diclorobenzeno Global
solo e ar que geram impacto ao
equivalente/kg
ecossistema de água doce.

Quadro 4.2 – Impactos ambientais da metodologia CML-2002


65

Quadro 4.1 – Impactos ambientais da metodologia CML-2002 (Continuação)

Impactos Ambientais Definição Siglas Unidade Aplicação

Diz respeito as emissões


1,4 -
substâncias tóxicas
Toxicidade marinha MAETP diclorobenzeno Global
encontradas nos ambientes
equivalente/kg
marinhos.
Diz respeito ao aumento da
concentração de ozônio na
C2H4
Oxidação fotoquímica camada mais baixa da POCP Regional
equivalente/kg
atmosfera devido às reações
foto-catalisadas em poluentes.
Diz respeito ao aumento do
teor da acidez no ar, na água
SO2
Acidificação ou no solo, resultante da AP Regional
equivalente/kg
emissão de óxido de nitrogênio
e enxofre para a atmosfera.
Diz respeito ao aumento da
concentração de nutrientes no
PO4 3-
Eutrofização ambiente causando o aumento EP Global
equivalente/kq.
do número de espécies no
ecossistema
Um problema ambiental
causado por substâncias 1,4 -
Toxicidade humana tóxicas ou pela poluição HTP diclorobenzeno Regional
encontrada no ambiente equivalente/kg
humano.

Fonte: Adaptado de Paula (2016) e Tonon (2019)

As categorias de impactos normalizadas foram: eutrofização, mudanças


climáticas, depleção de recursos abióticos, depleção da camada de ozônio
estratosférico, toxicidade em águas doces, marinha e terrestre, pois de acordo com o
Quadro 4.1 elas possuem uma abrangência global.

Inventário do Ciclo de Vida – ICV

A definição do objetivo e escopo do trabalho provê as condições para o início


da segunda fase de um estudo de ACV onde realiza-se a análise do inventário do ciclo
de vida. Esta etapa envolve a coleta dos dados necessários para a pesquisa,
compilados em um conjunto de entradas e saídas de um dado sistema (NBR 14.040,
2014).

De acordo com a NBR 14.044 (ABNT, 2014), a qualidade dos dados adotados
deve contemplar a cobertura temporal, geográfica e tecnológica, a representatividade,
66

incerteza e reprodutibilidade do dado. E segundo a ISO 14.067 (ABNT, 2018), os


dados coletados podem ser classificados como primários, que são quantificados
através de medição direta ou com um cálculo baseado nessas medições, e os
secundários que são os dados obtidos por outras fontes como banco de dados ou
literatura publicada e validada por autoridades competentes.

Para a realização desta pesquisa serão empregados os dois tipos de dados, a


fim de que seja possível avaliar o ciclo de vida do concreto com agregado graúdo
natural (CONREF00) e com agregado reciclado (CONARM25, CONARM50,
CONARM75 e CONARM100).

Sendo assim, para o processo de obtenção e fabricação do cimento CPV – ARI,


foi utilizado a base de dados internacional Ecoinvent, cujo processo adotado foi a
produção de cimento Portland {BR} (Cement Portland {BR} l production l Cut-off, U),
onde contém informações desde o estoque de clínquer até o cimento pronto para ser
enviado a granel ou ensacado. Enquanto isso, para o agregado graúdo (brita) foi
adotado o processo de operação da pedreira de basalto {RoW} (Basalt {RoW}| quarry
operation | Cut-off, U), que inclui a etapa de mineração, beneficiação, britagem,
lavagem e classificação. Já, para o agregado miúdo (areia) foi utilizado infraestrutura
de pedreira de cascalho e areia {RoW} (Gravel/sand quarry infrastructure {RoW}|
gravel/sand quarry construction | Cut-off, U). Entretanto para as emissões para o ar,
solo e água foram considerados os dados primários definidos na pesquisa de
Ocharán, Lima e Lovón (2019). Os autores afirmam, que os dados foram cedidos pela
Companhia de Mineração Itabras, cujo procedimento foi adotado para o agregado
reciclado, que teve a elaboração do seu inventário a partir das informações da
Companhia de Soluções em Beneficiamento e Comércio de Resíduos Sólidos, que
estão apresentados na Tabela 4.4.

A partir dos dados disponíveis, optou-se por realizar uma adaptação na matriz
energética empregada nos processos para brasileira, pois de acordo com Reichert e
Souza (2021) 80,4% da energia gerada no Brasil é de fonte renovável. Para isso, foi
adotado o processo de eletricidade de média tensão {BR} (Electricity, medium voltage
{BR}| market for | Cut-off).
67

Tabela 4.4 – Inventário do ciclo de vida para a produção de 1 tonelada de brita, areia e agregado
reciclado

Agregado
Fluxo de Entrada Unidade Areia Brita
Reciclado
Areia natural in natura t 1,127 - -
Basalto t - 1,05 -
RCC t - - 1,25
Explosivo (tovex) kg - - -
Matérias-primas e
Eletricidade kWh - - 1,4824
insumos
Água m³ - - 0,001
Diesel l - - 0,8706
Óleo lubrificante l - - 0,0252
Transporte tkm - - 12,5000
Areia t 1,0000 - -
Brita t - 1,0000 -
Produtos; Agregado reciclado t - - 1,0000
Coprodutos;
Resíduos Fração de argila t 0,1270 - -
Rejeito – Pedreira t - 0,0500 -
Rejeito - Reciclagem t - - 0,2500
CO2 kg 3,5399 1,9445 4,7981
CO kg 0,0163 0,0124 0,0156
CH4 kg 0,0082 0,0085 0,0086
NOX kg 0,0368 0,0117 0,0428
SO2 kg 0,0045 0,0046 0,0060
Emissões para o SO4 kg 2,987E-06 9,332E-06 5,908E-06
ar SOX kg 2,969E-06 4,486E-06 2,186E-06
NMVOC kg 0,0066 0,0021 0,0081
Partículas < 10mm kg 0,0042 0,0021 0,0048
NH3 kg 0,0001 0,0005 9,766E-05
N2OX kg 0,0003 0,0014 0,0003
Etano/Metano – HFC,
kg 1,696E-05 9,254E-05 4,317E-05
HCFC, HCC, CFC
PO4 kg 9,400E-05 0,0002 0,0002
NO3 kg 0,0003 0,0006 0,0002
N kg 2,021E-05 4,179E-05 2,364E-05
Emissão para a
água Cl kg 0,0114 0,0081 0,0160
Na kg 0,0059 0,0036 0,0082
Mg kg 0,0002 0,0001 0,0002
Ca kg 0,0008 0,0008 0,0011
68

Tabela 4.4 – Inventário do ciclo de vida para a produção de 1 tonelada de brita, areia e agregado
reciclado (Continuação)

Agregado
Fluxo de Entrada Unidade Areia Brita
Reciclado
K kg 8,79E-05 4,763E-05 0,0001

Emissão para a Zn kg 2,302E-05 1,040E-05 4,279E-05


água P kg 1,066E-06 1,424E-06 1,101E-06
Fe kg 9,1066E-05 0,0002 8,563E-05
Óleos kg 0,00052 0,00026 0,0007
Zn kg 1,54E-06 2,278E-06 9,946E-06
Cu kg 1,313E-07 2,131E-07 3,169E-07
Emissões para o
Fe kg 3,093E-05 3,803E-05 3,784E-05
solo
B kg 6,623E-08 3,228E-08 9,763E-08
Cd kg 1,267E-08 1,93E-08 1,133E-08
Pb kg 8,613E-08 1,171E-07 1,953E-07

Fonte: Adaptado de Ocharán, Lima e Lovón (2019)

Como pode-se observar, na Tabela 4.4 consta o inventário para obtenção das
matérias-primas e fabricação dos agregados. Entretanto, a fronteira do sistema
adotada foi do berço ao portão; por isso, é necessário estabelecer a distância entre o
local da extração dos insumos e o local da fabricação dos concretos (Porto Alegre),
conforme apresentado na Tabela 4.5.

Tabela 4.5 – Distância entre o fornecedor e o local de fabricação do concreto

Insumos Unidade Distância Localização

Cimento CPV – ARI km 40 Esteio


Areia km 30 Porto Alegre
Brita km 85 Montenegro
Agregado reciclado km 80 Santo Antônio da Patrulha

Entretanto esse transporte não será realizado vazio. Por isso, foi necessário
estabelecer o consumo dos insumos por m³ de concreto (Tabela 4.6), através do
método IPT/EPUSP.
69

Tabela 4.6 – Quantitativo do consumo dos insumos para 1 m³ de concreto


Insumos Unid CONREF00 CONARM25 CONARM50 CONARM75 CONARM100

Cimento
kg 283,02 346,84 427,59 534,55 547,26
CPV – ARI
Brita kg 1.074,85 781,29 504,72 244,36 -
Areia kg 929,04 827,87 710,72 567,69 526,25
Agregado
kg - 260,43 504,72 733,09 951,98
reciclado
Água kg 180,61 182,89 187,12 194,23 192,05

Com o quantitativo de consumo por m³ de concreto, obtidos na Tabela 4.6, e a


distância entre o local de extração e fabricação do concreto (Tabela 4.5) foi possível
encontrar a tonelada-quilômetro que foi empregado na avaliação do ciclo de vida,
conforme mostra a Equação 4.2.

𝐼
𝑡𝑘𝑚 = ∗𝐷 (4.2)
1000

Onde: tkm= Tonelada-quilômetro (tkm); I= Quantitativo do consumo do insumo por m³


de concreto (t) (Tabela 4.6); D= Distância entre o local de extração e o local de
fabricação do concreto (km) (Tabela 4.5).

Desta forma, foi possível determinar os índices de transportes para os


concretos com agregados naturais e reciclado, conforme mostrado na Tabela 4.7.

Tabela 4.7 – Índice de transporte dos insumos

Insumos Unid CONREF00 CONARM25 CONARM50 CONARM75 CONARM100


Cimento
tkm 11,32 13,87 17,11 21,38 21,89
CPV – ARI
Brita tkm 91,36 66,41 42,91 20,77 -
Areia tkm 27,87 24,84 21,32 17,03 15,79
Agregado
tkm - 20,83 40,38 58,65 76,16
reciclado

Junior (2013) afirma que no Brasil na maioria das vezes o transporte de cargas
é realizado por via rodoviária com caminhões pesados movidos a óleo diesel. Por isso,
foi adotado para o transporte do cimento CPV- ARI: transporte de carga em caminhão
16-32 toneladas métricas, EURO5 {RoW} (Transport, freight, lorry 16-32 metric ton,
70

EURO5 {RoW}| transport, freight, lorry 16-32 metric ton, EURO5 | Cut-off, U), e para
os agregados o transporte de carga em caminhão 7,5-16 toneladas métricas, EURO5
{RoW} (Transport, freight, lorry 7.5-16 metric ton, EURO5 {RoW}| transport, freight,
lorry 7.5-16 metric ton, EURO5 | Cut-off, U) da base de dados Ecoinvent, pois segundo
Costa (2016) ele é equivalente ao PROCONVE P7 que está em vigor no Brasil desde
2012. E com base em todos os dados relativos ao transporte, foi possível montar o
inventário dos agregados e cimento CPV-ARI, conforme apresentado na Tabela 4.8.

Tabela 4.8 – Inventário do cimento CPV-ARI e dos agregados graúdo, miúdo e reciclado

Saídas conhecidas para a esfera


Quantidade Unidade Grandeza
tecnológicas.

Cimento Portland CPV-ARI 1 kg Massa

Entradas conhecidas da esfera tecnológica Quantidade Unidade

CONREF00 11,32 tkm

CONARM25 13,87 tkm


Transporte do Cimento Portland CPV-ARI
CONARM50 17,11 tkm
(Tabela 4.7)
CONARM75 21,38 tkm

CONARM100 21,89 tkm

Saídas conhecidas para a esfera


Quantidade Unidade Grandeza
tecnológicas.

Areia 1 Kg Massa

Entradas conhecidas da esfera tecnológica Quantidade Unidade

CONREF00 Transporte da areia (Tabela 4.7) 27,87 tkm

CONARM25 24,84 tkm

CONARM50 21,32 tkm


Transporte da areia (Tabela 4.7)
CONARM75 17,03 tkm

CONARM100 15,79 tkm

Saídas conhecidas para a esfera


Quantidade Unidade Grandeza
tecnológicas.
Brita 1 kg Massa

Entradas conhecidas da esfera tecnológica Quantidade Unidade

CONREF00 91,36 tkm


Transporte da brita (Tabela 4.7)
CONARM25 66,41 tkm
71

Tabela 4.8 – Inventário do cimento CPV-ARI e dos agregados graúdo, miúdo e reciclado
(Continuação)
Entradas conhecidas da esfera tecnológica Quantidade Unidade

CONARM50 42,91 tkm


Transporte da brita (Tabela 4.7)
CONARM75 20,77 tkm
Saídas conhecidas para a esfera
Quantidade Unidade Grandeza
tecnológicas.

Agregado reciclado 1 Kg Massa

Entradas conhecidas da esfera tecnológica Quantidade Unidade

CONREF00 - tkm

CONARM25 20,83 tkm

CONARM50 Transporte do agregado reciclado (Tabela 4.7) 40,38 tkm

CONARM75 58,65 tkm

CONARM100 76,16 tkm

Após a obtenção do inventário dos insumos estabelecidos na Tabela 4.8 foi


possível realizar o ICV dos concretos com agregado graúdo natural (CONREF00) e
com agregado reciclado (CONARM25, CONARM50, CONARM75 e CONARM100),
cuja resistência mecânica foi fixada em32 MPa. Para tanto, foi utilizada a produção de
concreto 30-32 MPa (Concrete, 30-32 MPa | concrete production 30-32 MPa, RNA
only | Cut-off, U), contido na base de dados Ecoinvent. E a partir das informações
disponíveis, optou-se por realizar adaptações no sistema de eletricidade e água:
eletricidade, média tensão {BR} (Electricity, medium voltage {BR}| market for | Cut-off)
e a água empregada foi a da torneira {GLO} (Tap water {GLO}| market group for | Cut-
off, U), a fim de que a avaliação do ciclo de vida fique mais próxima da realidade
brasileira (Anexo 01).

Caracterização dos Impactos Ambientais da Avaliação do Ciclo


de Vida

A etapa da avaliação de impacto de ciclo de vida consiste na valoração da


significância dos impactos ambientais advindos de um sistema ou produto, os quais
podem ser avaliados através de comparação e/ou caracterização. Em geral, são
72

escolhidas categorias específicas a fim de interpretar as grandezas dos impactos


produzidos na ACV em análise, conforme mostrado no Quadro 3.1 (ISO 14.040:2014).

Para a realização dos cálculos referentes aos impactos ambientais causados


pelo sistema em análise, foi utilizado o software SimaPro, o método de avaliação
CML2002 e os fatores de caracterização publicados no manual do sistema de dados
do ciclo de vida de referência internacional (International Reference Life Cycle Data
System Handbook) (ILCD, 2010), cujo mesmo utiliza uma abordagem orientada ao
problema (ponto intermediário do mecanismo ambiental), que de acordo com Almeida
(2012) são definidos como lineares, ou seja, os impactos causados são proporcionais
ao seu fator de caracterização, conforme a Equação 4.3.

𝑆𝑗 = ∑ 𝑄𝑗𝑖 ∗ 𝑚𝑖 (4.3)
𝐼

Onde: Sj = representa o resultado do impacto na categoria de impacto j; Qj =


representa o fator de caraterização que liga a carga ambiental (i) à categoria de
impacto (j) (ADP, ADP-ff, GWP, ODP, HTP, FAETP, MAETP, TETP, POCP, AP e EP);
mi = representa a quantidade de carga ambiental do tipo (i) que é geralmente uma
massa expressa em kg, m³ ou m² ao ano, a depender do indicador analisado (ADP,
ADP-ff, GWP, ODP, HTP, FAETP, MAETP, TETP, POCP, AP e EP).

Assim, para o cálculo do impacto ambiental em termos de substância


equivalente, basta somar a multiplicação da massa de cada substância pelo seu fator
de caracterização, que são encontrados através das equações apresentadas na
sequência (ILCD, 2010; ALMEIDA, 2012; CRENNA et al., 2019).

Em relação à categoria de depleção de recursos abióticos (ADP) e


combustíveis fósseis (ADP-ff), Almeida (2012) afirma que a melhor alternativa para a
determinação do fator de caracterização (FC), é o método baseado em depósitos
totais e taxas de extração dos recursos naturais, através da Equação 4.4, onde o
resultado é expresso em kg de Sb equivalente e MJ por kg.

𝑃𝑖 𝑅𝑟𝑒𝑓 2
𝐴𝐷𝑃𝑗 𝑜𝑢 𝐴𝐷𝑃 − 𝑓𝑓𝑗 = ∑ ∗[ ] (4.4)
𝑃𝑟𝑒𝑓 𝑅𝑖
𝑖
73

Onde: ADPj ou ADP-ffj = representa o potencial de depleção abiótico e combustíveis


fósseis do recurso (j) (kg); Ri = reserva de recurso abiótico medido na mesma unidade
de mi; Pi = produção líquida do recurso (extração menos regeneração); Pref = extração
anual global do recurso abiótico de referência (antimónio) para ADP e (elefante
africano) para ADP-ffj Rref = reserva de recurso abiótico de referência (antimónio) para
o ADPj e (elefante africano) para ADP-ff.

Para o aquecimento global (GWP), Almeida (2012) assevera que deve ser
empregada a Equação 4.5 que foi desenvolvido pelo Painel Intergovenamental de
Mudanças Climáticas (IPCC) (Intergovernmental Panel on Climate Change), sendo
expresso em kg de CO2 equivalente.

𝑇
∫0 𝑎𝑖 𝑐𝑖 (𝑡)𝑑𝑡
𝐺𝑊𝑃𝑖 = ∑ 𝑇 (4.5)
𝑖 ∫0 𝑎𝐶𝑂2 𝑐𝐶𝑂2 (𝑡)𝑑𝑡

Onde: GWPi = representa o potencial de aquecimento global do gás i pelo período de


T anos (kg de CO2 equivalente); ai = efeito de uma unidade de massa de substância
(i); ci(t) = representa a concentração do gás (i) no tempo (t); T = representa o horizonte
de tempo (20 a 500 anos), porém para o CML2002 é empregado 100 anos.

Para encontrar o fator de caracterização da categoria de depleção da camada


de ozônio estratosférico (ODP) deve ser empregada a Equação 4.6 que foi
desenvolvida pela Organização Meteorológica Mundial (WMO) (World Meteorological
Organisation) e é expressa em kg de CFC-11 equivalentes.

𝛿[𝑂3 ]𝑖
𝑂𝐷𝑃𝑖 = ∑ (4.6)
𝛿[𝑂3 ]𝐶𝐹𝐶−11
𝑖

Onde: ODPi = representa o potencial de depleção da camada de ozônio do gás (i)


(CFC-11 equivalentes); 𝛿[𝑂3 ]𝑖 = representa a alteração na coluna de ozônio no estado
equilíbrio devido à emissão anual da substância (i); 𝛿[𝑂3 ]𝐶𝐹𝐶−11= representa a
alteração na coluna de ozônio no estado de equilíbrio devido à emissão anual de CFC-
11.
74

Para determinar o fator de caracterização da categoria de formação de ozônio


fotoquímico (PCOP) deve ser empregada a Equação 4.7, desenvolvida pelo
Laboratório de Harwel e é expressa em kg de etileno equivalentes.

𝑎𝑖
⁄𝑏
𝑖
𝑃𝑂𝐶𝑃𝑖 = ∑ 𝑎 (4.7)
𝐶2 𝐻4
𝑖 ⁄𝑏
𝐶2 𝐻4

Onde: POCPi = representa o potencial de formação de ozônio fotoquímico; ai =


representa a alteração na concentração de ozônio devido a uma alteração na emissão
do COV (i); bi = emissão integrada do COV (i) até aquele tempo; 𝑎 𝑒 𝑏𝐶2 𝐻4 = parâmetros
para substância de referência (o etileno).

Beek et al. (2020) afirmam que para determinar o fator de caracterização da


categoria de acidificação (AP) o CML, recomenda o método RAINS (Regional Air
pollution Information and Simulation), desenvolvido em Viena na Áustria pelo
International Institute for Applied System Analysis (IIASA), através da Equação 4.8 e
é expresso em kg de SO2 equivalente (HEIJUNGS et al., 1992).

𝑡𝑟,𝑥,𝑗
∑𝑒 𝐴𝑒∈𝑗 ∗
𝐶𝐿𝑒∈𝑗
𝐴𝑃𝑥,𝑟 = ∑ 𝑡𝑟,𝑟𝑒𝑓,𝑗 (4.8)
𝑖 ∑𝑒 𝐴𝑒∈𝑗 ∗
𝐶𝐿𝑒∈𝑗

Onde: APx,r, = potencial de acidificação da substância (x) na região (r); A eϵj =


ecossistema (e) na célula de grelha (j); CLeϵj = carga crítica para o ecossistema (e) na
célula de grelha (j); tr,x,j = fator de transporte da fração de Er,x depositada na grelha (j);
Er,x = emissão da substância (x) na região (r); Er,ref = emissão da substância de
referência na região (r).

De acordo com Heijungs et al. (1992), para a categoria de eutrofização (EP) o


fator de caracterização deve ser definido através da Equação 4.9 e expresso em kg
de PO4 3- equivalente.

𝑉𝑖 ⁄𝑁𝑖
𝐸𝑃𝑖 = (4.9)
𝑉𝑃𝑂43− ⁄𝑀𝑃𝑂43−
75

Onde: EPi = representa o potencial de eutrofização; Vi = potencial de contribuição para


a eutrofização de um mol da substância (i); 𝑉𝑃𝑂43− = potencial de contribuição para a

eutrofização de um mol de 𝑃𝑂43− ; Ni = massa da substância (i) (kg.mol-1); Mref = massa


da substância de referência;

Entretanto Almeida (2012) sugere que a avaliação de eutrofização deve ser


realizada, através de um método que inclui destino e exposição do meio, bem como,
a variação da sensibilidade dos ecossistemas expostos.

Para determinar a toxicidade humana (HTP) foi empregado o modelo USES,


cujo mesmo é baseado no método proposto por Heijungs et al. (1992) e apresentado
na Equação 4.10, sendo expresso em kg 1,4 - diclorobenzeno equivalente.

∑𝑟 ∑𝑠 𝑃𝐷𝐼𝑖,𝑒𝑐𝑜𝑚𝑝,𝑟,𝑠 ∗ 𝐸𝑖,𝑟 ∗ 𝑁𝑠
𝐻𝑇𝑃𝑖,𝑐𝑜𝑚𝑝 = (4.10)
∑𝑟 ∑𝑠 𝑃𝐷𝐼1,4−𝐷𝐵,𝑎𝑟,𝑟,𝑠 ∗ 𝐸1,4−𝐷𝐵,𝑟 ∗ 𝑁𝑠

Onde: HTPi,ecomp = potencial de toxidade humana para a substância (i) emitida para o
compartimento de emissão ecomp; Ns = densidade populacional; PDIi,ecomp,r,s = dose
diária prevista via forma de exposição (r) à escala (s) para a substância (i) emitida
para o compartimento de emissão ecomp (dia-1); PDIi1,4-DB,ar,r,,s = dose diária prevista
para o 1,4-diclorobenzeno (dia-1) Ei,r; Ei,r = fator efeito, representando o impacto
tóxico-humano da substância (i) dose diária aceitável via forma de exposição (r)
(inalação ou ingestão) (dia); E1,4-DB,r = fator efeito, representando o impacto tóxico
humano da substância 1,4- diclorobenzeno (dose diária aceitável via forma de
exposição) (r) (dia).

Para a categoria de ecotoxicidade (Equação 4.11) Heijungs et al. (1992)


desenvolveram o modelo USES-ACV para cinco subcategorias: água doce, água
marinha, sedimentos de água doce, sedimentos de água marinha e terra, em
diferentes horizontes de tempo.

𝑃𝐸𝐶𝑖,𝑒𝑐𝑜𝑚𝑝 ∗ 𝐸𝑖 (4.11)
𝐹𝐴𝐸𝑇𝑃, 𝑀𝐴𝐸𝑇𝑃, 𝑇𝐸𝑇𝑃𝑖,𝑐𝑜𝑚𝑝 =
𝑃𝐸𝐶1,4−𝐷𝐵 ∗ 𝐸1,4−𝐷𝐵

Onde: FAETPi,ecomp = potencial de toxidade aquática na água doce da substância (i)


emitida para o compartimento de emissão ecomp; MAETP i,ecomp = potencial de
76

toxidade em águas marinhas da substância (i) emitida para o compartimento de


emissão ecomp; TETPi,ecomp = potencial de toxidade terrestre da substância (i) emitida
para o compartimento de emissão ecomp; PECi,ecomp = concentração ambiental
prevista na água doce, marinha e terrestre da substância (i) devido à sua emissão
para o compartimento de emissão ecomp (kg.m -3); PEC1,4-DB,ecomp = concentração
ambiental prevista na água doce, marinha e terrestre para a substância 1,4 -
diclorobenzeno devido à sua emissão para o compartimento de emissão ecomp (kgm-
3); Ei = representa o impacto toxicológico da substância i no ecossistema água doce,
marinha e terrestre (m3.kg-1); E1,4-DB = representa o impacto toxicológico da substância
1,4 - diclorobenzeno no ecossistema água doce (m3kg-1).

Neste contexto, o objetivo da caracterização da avaliação do ciclo de vida é


analisar e comparar a viabilidade da substituição entre o agregado graúdo natural pelo
reciclado por categorias de impactos, e para isso, serão utilizados os valores gerados
automaticamente pelo software SimaPro.

Normalização da Caracterização dos Impactos Ambientais da


Avaliação do Ciclo De Vida

De acordo com Hélias, Esnouf e Finkbeiner (2019) quando os impactos


ambientais de um determinado sistema são calculados, a saída geralmente
compreende um conjunto de resultados com diversas unidades, conforme mostrado
no Quadro 4.1, o que torna difícil comparar entre si a sua significância.

Por isso, nessa pesquisa a comparação entre as categorias de impactos, foi


realizada através da normalização, que de acordo com a NBR 14.040 e NBR 14.044
(ABNT, 2014) é um elemento opcional da fase AICV, que tem como objetivo calcular
a magnitude dos resultados do indicador de categoria em relação a algumas
informações de referência, tais como: as emissões totais ou utilização de recursos
para uma dada área (global, regional, nacional ou local), as emissões totais ou
utilização dos recursos para uma dada área numa base per capita, entre outros.
Consequentemente, é nessa etapa que ocorre a conversão dos resultados do
inventário para a mesma unidade de medida, através da Equação 4.12.
77

𝑆𝑗
𝑁𝑗 = (4.12)
𝐴𝑗

Onde: Nj = representa o resultado normalizado da categoria de impacto j; S j =


representa o resultado caracterizado da categoria de impacto j (dados obtidos no
software Simapro) e Aj = representa o fator de normalização (dados obtidos no
software Simapro).

O fator de normalização Aj representa a extensão do impacto na categoria (j),


num determinado período de tempo e numa dada área, sendo calculado através da
Equação 4.13:

𝐴𝑗 = ∑ 𝑄𝑗𝑖 ∗ Φ𝑖 (4.13)
𝑖

Onde: Qji = representa o fator de caracterização para a categoria de impacto (j); Φi =


representa o fluxo atual da carga ambiental (dados obtidos no software Simapro).

Sendo assim, nesse estudo foi empregada a normalização externa com


abrangência global, pois segundo Wernet et al. (2016) esse método pode ser aplicado
nas bases de dados dos inventários utilizados na ACV, ou seja, não depende de
nenhuma outra fonte de informações.

Neste contexto, o objetivo da normalização da avaliação do ciclo de vida é


estabelecer a porcentagem máxima de substituição entre o agregado graúdo natural
e o reciclado.

Análise de sensibilidade do transporte do agregado reciclado

Nesta pesquisa foi realizada uma análise de sensibilidade do transporte do


agregado reciclado até a central de produção dos concretos (Porto Alegre), cujo
objetivo é verificar em qual distância a sua utilização não seria mais viável em termos
ambientais e para isso, foi necessário variar a quilometragem (10 km) a partir da
distância pré-estabelecida (Santo Antônio da Patrulha) para sua aquisição, conforme
mostrado na Tabela 4.9.
78

Tabela 4.9 – Distância entre o fornecedor e o local de fabricação do concreto

Cenário Unidade Distância Localização

Cenário 01 km 80 Santo Antônio da Patrulha


Cenário 02 km 90 -
Cenário 03 km 100 -
Cenário 04 km 110 -
Cenário 05 km 120 -
Cenário 06 km 130 -
Cenário 07 km 140 -
Cenário 08 km 150 -
Cenário 09 km 160 -

E através dessas distâncias (Tabela 4.9), da Tabela 4.5 e Equação 4.2 foi
possível calcular a tonelada quilômetro (tkm) que deve ser empregada na realização
das avaliações do ciclo de vida, a fim de mensurar as categorias de impactos com
abrangência global, tais como: eutrofização, mudanças climáticas, depleção de
recursos abióticos, depleção da camada de ozônio estratosférico, toxicidade em
águas doces, marinha e terrestre.

Análise do custo de produção de 1m³ de concreto

A análise de custo da utilização do agregado reciclado para confecção dos


concretos, foi realizada através da avaliação de custo, que é uma técnica empregada
para ponderar a viabilidade econômica de um produto ou serviço. Assim sendo, nesta
pesquisa foi avaliado o custo do m³ para fabricação do concreto com agregado graúdo
natural e com agregado reciclado, através da Equação 4.14.

𝐶𝑇 = ∑(𝐶𝑀𝑃 + 𝐶𝑀𝑇 ) ∗ 𝐼 (4.14)

Onde: CT= custo total (R$/km*kg); CMP = custo do insumo (R$/kg) (Tabela 4.10); CMT
= custo do transporte do insumo (R$/km*kg) (Tabela 4.10); I= quantitativo do insumo
(kg) (Tabela 4.6).

Isso ocorre, pois a fronteira adotada foi do berço ao portão, que considera o
ciclo de vida do produto desde a extração da matéria-prima até a fabricação, e para a
79

obtenção desses valores foi realizado em janeiro de 2022 um levantamento de


mercado. Para o cimento na empresa Pozosul, para brita na Dalpiaz Mineração, para
areia na jazida Gomes e agregado reciclado na Trassil (Tabela 4.10).

Tabela 4.10 – Valores de mercado para os insumos utilizado na produção do concreto (transporte e
matéria-prima)
Valor da
Valor do
Insumos Unid matéria-prima Valor total
transporte por km
por kg
Cimento CPV – ARI R$/kg*km 0,05 0,60 0,65
Brita R$/kg*km 0,01 0,06 0,07
Areia R$/kg*km 0,01 0,05 0,06
Agregado reciclado R$/kg*km 0,01 0,03 0,04
Água R$/kg*km - 0,01 0,01

Sendo assim, todos os resultados obtidos serão discutidos no capítulo a seguir,


a fim de encontrar um material de menor impacto ambiental e melhor custo, ou seja,
a melhor relação custo-benefício.
80

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Apresentam-se neste capítulo os resultados alcançados nesta pesquisa no que


se refere a análise de custo e avaliação do ciclo de vida, empregando-se os resíduos
de construção civil como agregado graúdo para a confecção de novos concretos.

Caracterização dos Impactos Ambientais da Avaliação do Ciclo de Vida

A avaliação do inventário do ciclo de vida (ICV) dos concretos com agregado


graúdo natural (CONREF00) e com agregado reciclado (CONARM25, CONARM50,
CONARM75 e CONARM100), cuja resistência mecânica é de 32 MPa foi realizada
através do método CML 2002 e teve como objetivo estudar a significância dos
impactos ambientais em diversas categorias.

A primeira delas foi a acidificação, que segundo Bueno (2014) refere-se aos
impactos derivados dos processos que elevam a acidez nos corpos hídricos e nos
solos, devido ao acúmulo de íons de hidrogênio, e de alumínio e à lixiviação de bases
de cátions como os de cálcio, magnésio, potássio e sódio.

A mesma é causada devido às emissões atmosféricas e disposições de


substâncias química acidificantes, tais como: óxidos de nitrogênio (NOx), dióxido de
enxofre (SO2) e amônia (NH3), e poderá afetar negativamente a fertilidade do solo
comprometendo a capacidade da produção agrícola. Enteretanto, ela é uma categoria
de impacto onde a maioria dos seus efeitos ocorrem em escala regional (UGAYA;
NETO; FIGUEIREDO, 2019).

Na Figura 5.1 observa-se que o potencial de acidificação para o concreto com


agregado graúdo natural (CONREF00) foi de 213 kg de SO2 equivalente.
81

300

241
kg de dióxido de enxofre equivalente

250
221
213
189 193
200

150

100

50

CONREF00 CONARM25 CONARM50 CONARM75 CONARM100

Figura 5.1 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
potencial de acidificação

Consequentemente, ele foi reduzido em 11,27% e 9,39%, após a substituição


de 25% e 50% do volume total do agregado graúdo (CONARM25 e CONARM50).
Entretanto, comutações superiores não trouxeram benefícios nessa categoria, devido
ao aumento na quantidade de cimento, que é o maior contribuinte do impacto
ambiental do concreto. Por isso, Hafez et al. (2019) acreditam que a elevação desse
insumo não deva ultrapassar 10% em comparação ao concreto com agregado natural.
Além disso, sugere-se a utilização de superplastificantes, já que ele aumenta a
trabalhabilidade e compactação do concreto devido a dispersão das partículas do
cimento, e reduz entre 15% e 40% o consumo de água.

Outra categoria com aplicação regional é a toxidade humana, que é ocasionada


pelas substâncias químicas com alto teor venenoso que atingem o ser humano através
do ambiente. De acordo com Bueno (2014), a sua exposição ocorre por meio do ar
inalado ou através de outros materiais ingeridos oralmente, como por exemplo, os
alimentos.

Segundo Tonon (2019), ela é uma categoria extremamente sensível a algumas


emissões liberadas durante a fase de clinquerização do cimento, tais como: emissão
de arsênio, cobre e cádmio. Por isso, nos concretos CONARM75 e CONARM100 a
82

comutação de 75% e 100% dos agregados graúdos pelo reciclado, acarretaram a


elevação de 6,48% e 19,43% na categoria de toxicidade humana. Entretanto, a
substituição nos concretos CONARM25 e CONARM50, diminuíram em 12,23% e
10,07% conforme mostrado na Figura 5.2.

18.000
16.242
16.000
14.481
kg de 1,4-diclobenzeno equivalente

13.600
14.000
11.937 12.230
12.000

10.000

8.000

6.000

4.000

2.000

CONREF00 CONARM25 CONARM50 CONARM75 CONARM100

Figura 5.2 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
impacto toxicidade humana

A oxidação fotoquímica também possui uma abrangência local e caracteriza-se


pela formação de uma névoa seca, rica em diversos compostos orgânicos oxigenados
e de uma grande quantidade de radicais livres (GIROTTO, 2018).

De acordo com o autor, o ozônio é o principal e mais reativo gás dessa


categoria, é incolor e inodoro nas concentrações ambientais e é considerado um
composto fotoquímico secundário, logo, não é emitido diretamente. Sendo assim, sua
formação ocorre a partir de reações fotoquímicas (radiação solar) e outros compostos
emitidos para a atmosfera por fontes difusas (veículos) e/ou pontuais (indústrias).
Quando formado na estratosfera o ozônio é um gás essencial, pois filtra os raios
ultravioletas emitidos pelo sol, que são nocivos à saúde. Porém, quando formado na
baixa troposfera é extremamente tóxico e perigoso à saúde da população e ao meio
ambiente, o que acaba contribuindo para a depleção do ozônio estratosférico, que
pode acarretar câncer de pele e catarata em humanos, redução do crescimento das
83

plantas e da produção de fitoplâncton o que implicaria com toda a cadeia alimentar


marinha.

Preocupados com os efeitos nocivos à saúde humana, Hafez et al. (2019)


realizaram uma avaliação do ciclo de vida, a fim de analisar a oxidação fotoquímica
de 1m³ de concreto com diferentes quantidades de cinza volante (0%, 30% e 60%) e
agregado reciclado graúdo (0% e 100%), cujos os autores concluíram que ela diminuiu
entre 22% e 45% quando 30% e 60% do cimento foi substituído por cinza volante, e
reduziu cerca de 16% quando o agregado graúdo foi totalmente alterado pelo
agregado reciclado.

Tendência semelhante pode ser vista na Figura 5.3, onde verificou-se uma
diminuição de 5,75%, 6,5% e 2,38% nos concretos CONARM25, CONARM50 e
CONARM75. Entretanto, para o CONARM100 verificou-se uma elevação de 15,25%.
Isso ocorreu, porque o potencial de oxidação fotoquímica deve-se à emissão de CO,
SO2 e NOx e para produção do agregado reciclado ele é significativamente menor que
em relação ao agregado natural.

10,00
9,22
9,00
8,00 7,81
8,00 7,54 7,48
kg de etileno equivalente

7,00

6,00

5,00

4,00

3,00

2,00

1,00

CONREF00 CONARM25 CONARM50 CONARM75 CONARM100

Figura 5.3 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
impacto oxidação fotoquímica
84

Evangelista e De Brito (2007) citam que ao empregar agregado reciclado miúdo


em concretos resultou em uma minimização de 6% e 23% da categoria de depleção
de ozônio estratosférico, quando 30% e 100% do agregado natural foi substituído,
respectivamente. No presente trabalho, essa comutação reduziu em 15,08% e 12,76%
quando eles foram substituídos por 25% e 50% do agregado graúdo pelo reciclado,
conforme apresenta a Figura 5.4.

0,01000
0,00903
0,00900
kg de triclorofluorometano equivalente

0,00802
0,00800 0,00776

0,00659 0,00677
0,00700

0,00600

0,00500

0,00400

0,00300

0,00200

0,00100

CONREF00 CONARM25 CONARM50 CONARM75 CONARM100

Figura 5.4 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
impacto depleção do ozônio estratosférico

A eutrofização também é responsável por influenciar nos ecossistemas


terrestres e aquáticos, acarretando em problemas de toxidade, o que contribui na
redução da biodiversidade da flora e da fauna, e da produção agrícola (MARTINS,
2017).

Posto isto, Marinković et al. (2010), Marinković, Malešev e Ignjatović (2013)


realizaram uma ACV de traços de concreto feitos com 0%, 19% e 38% de cinza
volante e com agregado graúdo totalmente alterado pelo reciclado, e concluíram que
substituir o cimento por 38% de cinza volante e 100% de agregado reciclado não
diminui a eutrofização, devido às grandes quantidades de poluentes transportados
pelo ar emitidos por usinas a carvão no processo de produção de eletricidade.
85

Todavia, De Schepper et al. (2014) avaliaram os impactos ambientais de duas


misturas com adição de resíduos de concreto e perceberam que o desempenho
ambiental foi superior (redução de 6% a 10%) às misturas de referência, semelhante
aos dados apresentados na Figura 5.5, pode-se observar que o desempenho da
eutrofização foi elevada (redução de 6,53% e 4,02%) nos concretos CONARM25 e
CONARM50.

70,00

60,00 57,34
52,35
kg de fosfato equivalente

50,00 47,00
43,93 45,11

40,00

30,00

20,00

10,00

CONREF00 CONARM25 CONARM50 CONARM75 CONARM100

Figura 5.5 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
eutrofização

Além disso, Marinković et al. (2010) compararam os impactos ambientais dos


concretos com agregado natural e com agregado reciclado, utilizando como unidade
funcional 1m³ desses agregados, e concluíram que apesar de ter uma pequena
participação na massa do concreto, o cimento é o emissor majoritário desse material,
devido ao uso de combustíveis fósseis e ao processo de calcinação durante a
produção do clínquer que de acordo com Costa et al. (2013) e Passuello et al. (2014)
é responsável por aproximadamente 52% das emissões de CO2. Entretanto, os
autores afirmam que o transporte dos insumos avaliados teve uma grande
contribuição nos impactos ambientais na categoria de depleção de recursos abióticos
e combustíveis fósseis.
86

Sendo assim, pode-se observar na Figura 5.6 uma elevação de 4,46% e


17,69% nas substituições de 75% e 100% dos agregados graúdos, devido à
necessidade de uma maior extração de combustíveis fósseis que serão empregados
na produção e transporte dos insumos utilizados, principalmente o cimento.
Conseguinte, Kurda, SIlvestre e De Brito (2018) afirmam que ao adicionar 30% e 60%
de cinza volante ao cimento a minimização passou a ser de 30% a 60% na categoria
de impacto ADP-FF.

800.000 759.115

700.000 673.777
645.000
kg de megajoules equivalente

600.000 558.669 569.585

500.000

400.000

300.000

200.000

100.000

CONREF00 CONARM25 CONARM50 CONARM75 CONARM100

Figura 5.6 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
depleção de recursos abióticos de combustíveis fósseis

Enquanto isso, na Figura 5.7 verificou-se que a substituição de 25%, 50%, 75%
do agregado graúdo (brita) pelo reciclado representou uma redução de 20%, 21,29%
e 8,39% no potencial de depleção de recursos abióticos, que representa a diminuição
da extração de recursos não vivos da natureza. Todavia, Paula (2016) afirma que a
substituição de 10%, 20%, 30% e 40% do teor de cimento por resíduos cerâmicos
reciclados, representou 8%, 14%, 20% e 28% de redução no potencial de depleção
de recursos abióticos. Acredita-se, que essa tendência ocorra porque os impactos
dessas categorias (ADP e ADP-FF) estão atribuídos ao cimento. Por isso, a alteração
do volume dos agregados não afeta significativamente os resultados.
87

0,180
0,163
0,160 0,154
0,142
0,140
kg de antimônio equivalente

0,124 0,122
0,120

0,100

0,080

0,060

0,040

0,020

CONREF00 CONARM25 CONARM50 CONARM75 CONARM100

Figura 5.7 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
depleção de recursos abióticos

O transporte dos insumos também afetou os resultados das categorias de


toxicidades marinha e em águas doces, pois ao comparar a pesquisa desenviolada
por Tonon (2019) que utilizou o mesmo objetivo, escopo, unidade funcional e fluxo de
referência propostos por essa avaliação, percebeu-se que a autora obteve um menor
desempenho nos concretos avaliados, conforme apresentado nas Figuras 5.8 e 5.9.

Isso aconteceu devido a escolha do transporte, já que ela empregou os


modelos de caminhões EURO 3. Em contrapartida, nessa pesquisa foi utilizado um
transporte mais moderno EURO V, que impõe limites mais reduzidos e exigentes de
emissões de gases de escape para atmosfera. Segundo Costa (2016), no Brasil esses
modelos são os do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores
(PROCONVE P-7), que tem como principal objetivo diminuir as emissões de óxido de
nitrogênio (NOx) em até 60%, quando comparada ao modelo EURO 3.

Observando-se as Figuras 5.8 e 5.9 foi possível concluir que o concreto sem
adição de agregado graúdo natural (CONARM100), aumenta a toxicidade marinha em
12,7% e a toxicidade de águas doces em 11,94% quando comparado ao concreto sem
agregado reciclado (CONREF00). Isso ocorre, devido à distância percorrida pelos
resíduos de construção civil até a central de reciclagem/beneficiamento e produção
88

do concreto. Por isso, Marinković et al. (2010) afirma que essas distâncias tem uma
grande influência na avaliação dos impactos ambientais.

EUROV EURO3

1,45E+07
1,42E+07
1,28E+07

1,28E+07
1,26E+07
KG DE 1,4-DICLOBENZENO EQUIVALENTE

1,25E+07
1,09E+07
1,08E+07

1,07E+07
1,06E+07

CONREF00 CONARM25 CONARM50 CONARM75 CONARM100

Figura 5.8 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
toxicidade marinha

EUROV EURO3
5,21E+03
5,05E+03
KG DE 1,4-DICLOBENZENO EQUIVALENTE

4,63E+03

4,57E+03
4,51E+03

4,46E+03
3,92E+03

3,92E+03
3,81E+03
3,80E+03

CONREF00 CONARM25 CONARM50 CONARM75 CONARM100

Figura 5.9 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
toxicidade em águas doces
89

Todavia, na categoria de toxicidade terrestre (Figura 5.10) ocorreu uma


redução de 9,66% e 8,47% nos concretos CONARM25 e CONARM50, entretanto o
CONARM75 e CONARM100 teve uma elevação de 3,31% e 12,85%.

90,00

80,00 76,74
70,25
kg de 1,4-diclobenzeno equivalente

68,00
70,00
61,43 62,24
60,00

50,00

40,00

30,00

20,00

10,00

CONREF00 CONARM25 CONARM50 CONARM75 CONARM100

Figura 5.10 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
impacto toxicidade terrestre

Porém, a categoria mais importante é a de aquecimento global, pois de acordo


com Wang, Geng e Casallas (2021) vive-se no período mais quente da história da
civilização, e isso ocorre devido à emissão de gases do efeito estufa, tais como: o
dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4) e acredita-se que as atividades humanas
são a causa dominante do aquecimento que vem impactando a saúde humana.

Sendo assim, na Figura 5.11 verificou-se que a categoria de aquecimento


global é afetada principalmente pelo teor de cimento nos concretos. Por isso, a
substituição de 25%, 50% e 75% do agregado graúdo (brita) pelo reciclado,
representou uma redução de 14%, 14,6% e 2,84%, porém quando ele foi totalmente
substituído ocorreu uma elevação de 7,51%.
90

50.000 46.980
45.000 43.700
42.459
kg de dióxido de carbono equivalente

40.000 37.584 37.318

35.000

30.000

25.000

20.000

15.000

10.000

5.000

CONREF00 CONARM25 CONARM50 CONARM75 CONARM100

Figura 5.11 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
aquecimento global

Na construção civil Schneider (2019) e He et al. (2020) afirmam que a indústria


cimenteira emite 0,8 toneladas de CO2 por toneladas de cimento produzido, o que
acaba contribuindo de 6 à 7% nas emissões antrópicas globais de CO 2, o que
corresponde a 5% das emissões de gases de efeito estufa. Sendo assim,
Georgiopoulou e Lyberatos (2018) afirmam que ele é o responsável pela maioria dos
impactos ambientais do concreto. Por isso, pesquisadores vem estudando a
substituição de materiais virgens e cimento por subprodutos ou resíduos, com ou
sem ativação alcalina (TOŠIĆ et al., 2015; MARINKOVIĆ, 2017; KURDA;
SILVESTRE; DE BRITO, 2018).

Normalização da Avaliação do Ciclo de Vida

Segundo Bortolin (2009), o efeito dos impactos são mensurados em uma escala
local, regional e global e podem ser observados no Quadro 4.1. Os impactos de efeito
local são aqueles que apresentam influência num raio de poucos quilômetros de sua
fonte geradora. Os impactos regionais causam efeitos num raio de 100 a 1000
quilômetros, dependendo da natureza do impacto e da sensibilidade do ambiente. Já
os impactos de escala global têm influência em todo planeta, pois essas substâncias
91

são emitidas em grandes quantidades e geralmente apresentam alta mobilidade e vida


longa no ambiente.

Sendo assim, essa pesquisa avaliou os impactos com efeito global, tais como:
eutrofização, mudanças climáticas, depleção de recursos abióticos e combustíveis
fósseis, depleção da camada de ozônio estratosférico, toxicidade em águas doces,
marinha e terrestre. E para isso, foi realizada a normalização (Figura 5.12) da
avaliação do ciclo de vida através das Equações 4.12 e 4.13.

MAETP (10°)
8E-08
7E-08
TETP (10^-3) 6E-08 FAETP (10^-1)

5E-08
4E-08
3E-08
2E-08
ODP (10^-3) 1E-08 GWP (10^-1)

ADP-FF (10^-
ADP (10^-2)
1)

EP (10^-2)
CONREF00 CONARM25 CONARM50

Figura 5.12 – Comparativo normalizado entre os concretos com agregados naturais e reciclado nas
categorias de aquecimento global (GWP), eutrofização (EP), depleção de recursos abióticos (ADP),
combustíveis fósseis (ADP-FF) e camada de ozônio estratosférico (ODP), toxicidade terrestre (TETP),
marinha (MAETP) e em águas doces (FAETP)

Tabela 5.1 – Contribuição da substituição do agregado graúdo natural pelo reciclado

Categorias CONARM25 CONARM50 CONREF75 CONARM100

MAETP -15,95% -15.64% +0,26% +13,73%

FAETP -15,26% -14,74% -0,53% +12,11%

GWP -14,67% -14,76% -2,86% +7,62%


92

Tabela 5.1 – Contribuição da substituição do agregado graúdo natural pelo reciclado (Continuação)

Categorias CONARM25 CONARM50 CONREF75 CONARM100

ADP-FF -13,53% -11,76% +4,71% +17,06%

EP -6,40% -3,71% +7,30% +17,46%

ADP -19,05% -20,68% -7,35% +6,26%

ODP -14,91% -12,87% +5,88% +20,59%

TETP -9,71% -8,53% +4,00% +14,33%

Pode-se verificar na Figura 5.12 e Tabela 5.1 que a substituição de 25%, 50%
e 75% do agregado graúdo pelo reciclado, representou uma redução de 19,05%,
20,68% e 7,35% no potencial de depleção de recursos abióticos. Porém, quando ele
foi totalmente substituído ocorreu uma elevação de 6,26% na categoria de ADP, o
mesmo aconteceu para a categoria combustíveis fósseis nas substituições de 75% e
100% dos agregados graúdos (4,71% e 17,06%), devido ao consumo de cimento
Portland que é o emissor majoritário, representando 85% das emissões no ciclo de
vida do concreto (LIMA, 2010; TEKLAY; YIN; ROSENDAHL, 2016; KAPPEL;
OTTOSEN; KIRKELUND, 2017; GEORGIOPOULOU; LYBERATOS, 2018).

Por isso, pesquisadores vem realizando estudos que visem a comutação dos
recursos naturais, por materiais com propriedades cimentícias, tais como: cinzas
volantes, sílica ativa, cal, produtos residuais de diferentes processos, resíduos de óleo
de palma, borracha de pneus, argilas e resíduos de construção civil, a fim de evitar o
esgotamento das matérias-primas do cimento, areia e brita (LEMOUGNA;
MACKENZIE; MELO, 2011; FEIZ et al., 2015; KUMAR et al., 2016; LEUNG et al.,
2016; MANJUNATHA et al., 2021).

Além disso, percebeu-se que para a categoria de toxicidade em águas doces,


ocorreu uma redução de 15,26%, 14,74% e 0,53% quando foi substituído 25%, 50%
e 75% do volume do agregado natural, o que fez Brondani e Lamberti (2015),
desenvolverem uma pesquisa a fim de comparar a utilização de diferentes tipos de
cimento e concluíram que utilizar o CPIV reduz o impacto nessa categoria devido a
relação água/cimento e a composição desse insumo, que possui menos clínquer
quando comparado ao CPV-ARI.
93

A mesma tendência pode ser vista para o aquecimento global, com percentuais
de redução de 14,67%, 14,76% e 2,86%. Hossain et al. (2016) comentam que isso
ocorreu, pois para produzir 1 tonelada de agregado graúdo natural de pedra basáltica
são emitidos 32 kg de CO2, enquanto para produzir agregados reciclados a partir de
resíduos de construção civil são emitidos 11 kg de CO2, o que equivale a 65,63% a
menos. Entretanto a comutação total não foi viável, devido ao elevado consumo de
cimento CPV-ARI, que de acordo com Celik et al. (2015) é um insumo responsável
por emitir 0,78 kg de CO2 por kg de cimento produzido, o que acarretou numa emissão
de 206,11 kg de CO2 comparando-se o CONREF00 e o CONARM100.

Para as categorias de depleção da camada de ozônio estratosférica,


eutrofização, toxicidade terrestre e marinha verificou-se que ocorreu o mesmo
comportamento que a de depleção de recursos e combustíveis fósseis, ou seja, uma
inviabilidade para teores de substituições superiores a 75% do volume do agregado
graúdo natural. Ocorreu uma elevação de 4% e 14,33% na categoria de toxicidade
terrestre, e uma adição de 0,26% e 13,73% na toxidade marinha e um crescimento de
7,3% e 17,46% na categoria de eutrofização, além de um aumento de 5,88% e 20,59%
na categoria depleção da camada de ozônio estratosférica, devido ao alto consumo
de combustível, resultante da movimentação de veículos e maquinários e do
transporte dos agregados naturais e reciclados.

Posto isto, ao observar a Figura 5.12 e a Tabela 5.1 percebe-se que a categoria
com melhor desempenho ambiental foi a ADP, pois ao substituir o agregado natural
pelo reciclado deixa-se de extrair matérias-primas da natureza. Entretanto, delimita-
se que 50% é a viabilidade máxima de substituição do agregado graúdo natural pelo
agregado reciclado.

Contribuição dos Materiais Constituintes dos Concretos por Categoria de


Impacto

Ao elaborar o inventário do ciclo de vida (ICV) foi possível realizar uma


avaliação dos impactos ocasionados para a obtenção de 1kg de insumos a serem
empregados nos concretos, conforme apresentado na Tabela 5.2.
94

Tabela 5.2 – Emissões ambientais por kg de insumos produzidos


Cimento Agregado
Categorias Unidade Brita Areia
CPV – ARI reciclado
ADP Sb equivalente 5,45E-07 3,30E-07 4,69E-08 2,87E-08

ADP-ff MJ 4,41E+00 2,23E-01 1,89E-01 1,69E-01

FAETP 1,4-DB equivalente 2,80E-02 3,30E-03 1,19E-03 1,60E-03

GWP CO2 equivalente 9,27E-01 1,63E-02 1,29E-02 1,15E-02

HTP 1,4-DB equivalente 5,51E-02 5,72E-03 3,69E-03 4,95E-03

AP SO2 equivalente 5,76E-03 8,35E-05 6,43E-05 4,48E-05

MAETP 1,4-DB equivalente 1,20E+02 9,99E+00 5,42E+00 3,55E+00

EP PO43- equivalente 4,80E-04 2,46E-05 1,34E-05 1,10E-05

TETP 1,4-DB equivalente 6,74E-04 2,77E-05 1,42E-05 2,05E-05

POCP C2H4 equivalente 7,84E-05 3,90E-06 3,08E-06 2,14E-06

ODP CFC-11 equivalente 2,50E-08 1,96E-09 1,39E-09 1,91E-09

Na Figura 5.13 pode-se observar que o maior contribuinte dos impactos


ambientais do concreto é o cimento, pois de acordo com Cunha (2016) as altas
emissões de carbono desse material, devem-se ao uso de combustíveis fósseis e ao
processo de calcinação durante a produção do clínquer.

100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
CONREF00

CONREF00

CONREF00

CONREF00

CONREF00

CONREF00

CONREF00

CONREF00
CONARM50

CONMAR25
CONARM50

CONARM50

CONARM50

CONARM50

CONARM50

CONARM50

CONARM50
CONMAR25

CONMAR25

CONMAR25

CONMAR25

CONMAR25

CONMAR25

CONMAR25

ADP ADP-FF GWP EP FAETP MAETP ODP TETP

Areia Agregado reciclado Brita Cimento Água

Figura 5.13 – Contribuição dos insumos constituintes dos concretos nas categorias de impacto global
95

Além disso, nas pesquisas desenvolvidas por Paula (2016) e Gehrke (2021)
também foi possível observar que em todas as misturas avaliadas, o cimento Portland
é o material que mais contribuiu para todas as categorias de impacto. Entretanto, os
autores afirmam que essa contribuição é mais significativa na categoria potencial de
aquecimento global, pois de acordo com Wang, Geng e Casallas (2021) vive-se no
período mais quente da história da civilização, e isso ocorre devido às emissões de
gases do efeito estufa. O mesmo ocorreu na pesquisa realizada, onde a contribuição
nessa categoria chegou a 97%, conforme mostra as Figuras 5.13 e 5.14.

Figura 5.14 – Contribuição da produção e transporte dos insumos constituintes dos concretos
CONREF00 (a), CONARM25 (b) e CONARM50 (c)
96

Na Figura 5.14 a extração e transporte da brita foi o segundo maior contribuinte


na geração dos impactos. Entretanto, Gehrke (2021) assevera que a utilização de
agregados reciclados poderá diminuir a contribuição desse insumo nas categorias
avaliadas, pois ao utilizar um resíduo como agregado deixa-se de explorar os recursos
naturais. O mesmo ocorreu nessa pesquisa, conforme demonstra a Figura 5.15.

70%
63,82% 62,45%
60% 54,58%
50,00% 49,77% 51,47%
48,66%
50%

40%
33,33%32,38%
31,27%
30% 25,89% 25,71% 27,25%
24,36%

20% 15,00% 16,67%

10%

0%

CONMAR25
CONARM50

CONARM50

CONARM50

CONARM50

CONARM50

CONARM50

CONARM50

CONARM50
CONMAR25

CONMAR25

CONMAR25

CONMAR25

CONMAR25

CONMAR25

CONMAR25
ADP ADP-FF GWP EP FAETP MAETP ODP TETP

Figura 5.15 – Redução da contribuição do agregado natural com a incorporação do agregado


reciclado

Sendo assim, ao adicionar agregado reciclado, se está despenalizando os


impactos referentes ao agregado graúdo natural, o que acarretará no aumento da
participação do cimento e irá auxiliar nas variações das contribuições dos materiais
constituintes do concreto. Acredita-se que essas elevações e reduções ocorram,
devido às alterações dos volumes dos insumos constituintes nos concretos estudados,
visando manter a mesma resistência à compressão (32 MPa).

Avaliação da Sensibilidade do Transporte e Substituição dos Agregados


Graúdos pelo Reciclado

Ao determinar a viabilidade máxima de substituição do agregado graúdo natural


foi possível, empregando-se a Equação 4.2 encontrar a tonelada-quilômetro a ser
97

utilizada na avalição da sensibilidade do transporte do agregado reciclado, conforme


mostrado na Tabela 5.3.

Tabela 5.3 – Tonelada-quilômetro para o transporte do agregado reciclado


Unid: tkm CONARM25 CONARM50

Cenário 01 20,834 40,378

Cenário 02 23,439 45,425

Cenário 03 26,043 50,472

Cenário 04 28,647 55,519

Cenário 05 31,252 60,566

Cenário 06 33,856 65,614

Cenário 07 36,460 70,661

Cenário 08 39,065 75,708

Cenário 09 41,669 80,755

Com esses valores foi possível desenvolver os inventários dos concretos


CONREF00, CONARM25 e CONARM50, a fim de mensurar e normalizar os impactos
ambientais das categorias que possuem abrangência global por cenários.

Percebe-se na Figura 5.16, que nas categorias de aquecimento global,


depleção de recursos abióticos e camada de ozônio, toxicidade em águas doces,
marinha e terrestre as distâncias delimitadas entre os cenários 01 ao 09 não atingiu o
impacto gerado pelo concreto CONREF00. Entretanto nas categorias de eutrofização
a distância de 160km estabelecida no cenário 09, ultrapassou o valor encontrado no
concreto sem substituição (CONREF00). O mesmo ocorreu na depleção de recursos
abióticos combustíveis fósseis aos 130km, pois de acordo com Yazdanbakhsh et al.
(2018) essas categorias são influenciadas pela queima do diesel empregado no
transporte dos insumos utilizados na fabricação dos concretos.

E os gases provenientes da exaustão de motores a diesel são constituídos por


uma mistura de compostos gasosos (tais como monóxido de carbono e dióxido de
nitrogênio) e material particulado (carbono, enxofre, nitrogênio, entre outros) que pode
98

acarretar danos ao meio ambiente e à saúde da população (INCA, 2012; IARC,


2014; INCA, 2021).

Figura 5.16 – Análise de sensibilidade dos concretos com agregados naturais e reciclado nas
categorias de depleção de recursos abióticos (a), toxicidade em águas doces (b), aquecimento global
(c), depleção de recursos abióticos combustíveis fósseis (d), depleção da camada de ozônio (e),
toxicidade terrestre (f), toxicidade marinha (g) e eutrofização (h)
99

Sendo assim, abaliza-se que é viável buscar o agregado reciclado a uma


distância máxima de 120 km, caso o mesmo seja utilizado para substituir até 50% do
volume total do agregado graúdo natural.

Avaliação de Custo para Utilização de Agregado Reciclado

Alqahtani, Abotaleb e Elmenshawy (2021) asseguram que a introdução de


agregados reciclados na mistura de concreto afeta no custo que, por sua vez, refletirá
no valor de construção. Sendo assim, através da Equação 4.14 foi analisado o valor
inicial dos insumos (Tabela 4.10) do berço ao portão, conforme apresenta a Figura
5.17, onde observou-se que ocorre um aumento de 7,98%, 19,33%, 35,72% e 34,9%
nos valores do m³ do concreto quando comparado ao CONREF00.

Figura 5.17 – Composição do custo do m³ do concreto em janeiro de 2022

Alqahtani, Abotaleb e Elmenshawy (2021) acreditam que isso ocorra porque ao


substituir o agregado natural pelo reciclado a forma microscópica do concreto altera,
pois ele apresenta uma porosidade, que tende a diminuir a resistência mecânica do
concreto. Dabhade, Chaudar e Gajbhaye (2014) sugerem que este comportamento se
deve à argamassa aderida em torno do resíduo de construção civil, que impede uma
ligação adequada entre o substrato e o agregado reciclado. Entretanto Medina et al.
100

(2014), Cantero et al. (2019) e Rodríguez et al. (2020) asseveram que o efeito na
diminuição da resistência à compressão axial está intimamente ligado aos materiais
cerâmicos contidos nos resíduos de construção civil.

Sendo assim, para manter constante a resistência mecânica em 32 MPa


(CONARM25, CONARM50, CONARM75 e CONARM100), foi necessário a elevação
de 22,55%, 51,17%, 88,87% e 93,36% no consumo de cimento, o que contribuiu no
aumento do custo do m³ do concreto, já que ele representa o insumo de maior valor.
Porém, ao compararmos o custo unitário dos agregados graúdos percebesse na
Figura 5.18 que o menor valor é o do concreto CONARM100, pois em sua composição
contém somente agregado reciclado que de acordo com a Tabela 4.10, custa 50% a
menos que o agregado graúdo natural.

Entretanto, no presente trabalhou delimitou-se que a viabilidade máxima de


substituição do agregado graúdo natural (brita) pelo agregado reciclado deve ser de
50%, ocorrendo uma redução de 26,21% no valor de composição dos agregados
graúdos (natural + reciclado) e 84,99% nos impactos ambientais, mesmo com a
elevação do consumo de cimento.
101

CONCLUSÕES

O presente trabalho aplicou a metodologia de avaliação do ciclo de vida,


estabelecida pelas normas ISO 14.040 e 14.044 (ABNT, 2014), de forma a comparar
o desempenho ambiental, dos concretos produzidos com agregados naturais e
reciclado. E para a realização desse comparativo foi desenvolvida a caracterização e
normalização do desempenho ambiental dos concretos que é um elemento opcional,
que consiste em um processo pelo qual todos os valores em estudo são relacionados
a um valor de referência estabelecido, e convertidos em novos números dentro de
uma mesma escala conhecida como ponto único (pt), ela é elaborada
automaticamente pelo SimaPro, o que permiti agrupamentos e comparações, afim de
determinar o volume de substituição dos agregados naturais em relação aos
reciclados.

Sendo assim, através da avaliação do ciclo de vida foi realizada primeiramente


a caracterização do desempenho ambiental dos concretos com agregado graúdo
natural (CONREF00) e com agregado reciclado (CONARM25, CONARM50,
CONARM75 e CONARM100), e conclui-se que para as categorias de acidificação,
toxicidade humana, depleção de ozônio estratosférico, eutrofização, toxicidade
marinha, toxicidade em águas doces, depleção dos recurso abióticos a substituição
máxima dos agregados deve ser de 50%. Enquanto, para as categorias de oxidação
fotoquímica, aquecimento global, depleção de recurso abióticos e combustíveis
fósseis, podem ser substituído até 75% do volume do agregado natural.

Porém, com os resultados da caracterização dos impactos ambientais não foi


possível determinar o fator ótimo de substituição, pois cada categoria é dimensionada
com uma unidade. Em vista disso, a avaliação do ciclo de vida passou por uma
normalização, o que acabou demonstrando que o agregado natural pode ser
substituído em até 50% do seu volume, o que acarreta numa redução de 84,99% dos
102

impactos ambientais, mesmo com a elevação do consumo de cimento. Sendo que


a categoria de depleção de recursos abióticos foi a mais beneficiada, pois ao utilizar
um resíduo deixa-se de explorar os recursos naturais, além de reduzir a área de
descarte.

Em seguida foi analisada a contribuição da produção e transporte dos insumos


empregados na confecção dos concretos, e percebeu-se que os maiores impactos
ambientais ocorreram durante o processo de manufatura dos insumos. Sendo o
cimento o maior contribuinte dos impactos ambientais dos concretos, e a categoria
mais afetada foi a de aquecimento global.

Todavia, o segundo insumo de maior aporte foi a brita, por isso, realizou-se a
substituição do agregado natural pelo reciclado (CONARM25 e CONARM50) e
conclui-se uma redução dos impactos ambientais para todas as categorias: ADP (15
e 50%), ADP-FF (25,89 e 49,77%), GWP (16,67 e 33,33%), EP (32,38 e 63,82%),
FAETP (24,36 e 48,66%), MAETP (25,71 e 51,47%), ODP (27,25 e 54,58%) e TETP
(31,27 e 62,45%). Sendo a categoria de eutrofização a maior beneficiada pela
comutação do agregado natural (brita + areia) pelo reciclado, pois a extração dos
agregados naturais (brita e areia) muitas vezes geram contaminação e degradação
dos cursos de água.

Após verificar-se que a etapa de manufatura gera os maiores impactos, foi


realizada uma análise de sensibilidade do transporte e percebeu-se, que é viável
buscar o agregado reciclado a uma distância máxima de 120 km, o que representa 40
km adicionais ao proposto para a realização da avaliação do ciclo de vida.

Consequentemente, conclui-se que ao utilizar um resíduo como agregado deixa-


se de explorar os recursos naturais, tornado o concreto um material mais sustentável.
Porém, ele também deve ser economicamente viável, por isso, foi analisado o custo
dessas comutações, e percebeu-se uma elevação de 19,33% no preço do m³ do
concreto, pois a avaliação do ciclo de vida utilizou como unidade funcional a
resistência de 32 MPa e para isso, foi necessário aumentar 51,17% o consumo de
cimento.

No entanto, quando comparado os valores do agregado reciclado e natural


separadamente, percebeu-se que seu valor é 50% menor, o que o torna um material
103

sustentável. Entretanto, foi possível reduzir 26,21% no valor de composição dos


agregados graúdos (natural + reciclado).

Distintivamente de outros autores (BRONDANI, 2015; KUHN et al., 2017;


COPETTI, 2019; WASKOW, 2019) que avaliaram a gestão de resíduos de construção
civil, neste trabalho foi analisado o dispêndio de sua utilização, através da elaboração
de uma avaliação de custo (AC). Tal metodologia, foi empregada para calcular o custo
inicial do m³ do concreto com o agregado natural e com o reciclado, pois segundo
Alqahtani, Abotaleb e Elmenshawy (2021) a introdução de agregados reciclados na
mistura de concreto poderá afetar no desempenho de custo que, por sua vez, refletirá
no valor de construção.

Sendo assim, pode-se concluir que a pesquisa atingiu seu objetivo que era
contribuir para uma avaliação de custo e ciclo de vida entre o concreto com agregado
graúdo natural e com agregado, considerando um nível de resistência específico (32
MPa), diferentemente da grande maioria dos trabalhos publicados (SJUNNESSON,
2005; MARCEAU et al., 2007; KNOERI; MENGUAL; ALTHAUS, 2013; DONG et al,
2015; SILVA, 2015; BEREZUK, 2015; GRABASCK, 2016; BRAGA et al., 2017;
FERRO, 2017; INGRAO et al., 2019; HAFEZ et al., 2019), que consideram a análise
para uma unidade funcional referente a 1 m3 de material.

Sugestões para trabalhos futuros

No sentido de prosseguir com as investigações sobre as avaliações do ciclo de


vida, colocam-se as seguintes sugestões:

 Nacionalizar o máximo de dados a serem empregados no inventário do ciclo


de vida;

 Expandir o sistema do produto, incluindo as etapas de uso e descarte “berço


ao túmulo”;

 Avaliar os benefícios e aspectos críticos relacionados ao sistema de


gerenciamento dos resíduos de construção civil;
104

 Investigar o potencial de reaproveitamento dos resíduos de construção


civil, através de uma ACV consequencial;

 Estender as aplicações da metodologia para outros tipos de resíduos de


construção civil, tais como: vidro, rejeitos de mineração de pó de mármore e granito;

 Realizar as análises de incertezas relacionadas à etapa de manutenção em


ACV;

 Avaliar os impactos evitados através da reciclagem dos resíduos de


construção civil.
105

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABD ELHAKAM, A.; MOHAMED, A. E.; AWAD, E. Influence of self-healing, mixing


method and adding silica fume on mechanical properties of recycled aggregates
concrete. Construction and Building Materials, v. 35, p. 421–427, 2012.

ABDMOULEH, Z.; ALAMMARI, R. A. M.; GASTLI, A. Review of policies encouraging


renewable energy integration & best practices. Renewable and Sustainable Energy
Reviews, v. 45, p. 249–262, 2015.

ABOUHAMAD, M.; ABU-HAMD, M. Framework for construction system selection


based on life cycle cost and sustainability assessment. Journal of Cleaner
Production, v. 241, p. 118397, 2019.

ABRAHAM, J. J.; SARAVANAKUMAR, R.; EBENANJAR, P. E.; ELANGO, K. S.;


VIVEK, D.; ANANDARAJ, S. An experimental study on concrete block using
construction demolition waste and life cycle cost analysis. Materials Today:
Proceedings, 2021.

ABUKERSH, S. A.; FAIRFIELD, C. A. Recycled aggregate concrete produced with red


granite dust as a partial cement replacement. Construction and Building Materials,
v. 25, n. 10, p. 4088–4094, 2011.

AHMAD, W.; AHMAD, A.; OSTROWSKI, K. A.; ASLAM, F.; JOYKLAD, P. A


scientometric review of waste material utilization in concrete for sustainable
construction. Case Studies in Construction Materials, v. 15, p. e00683, 2021.

AKHTAR, A.; SARMAH, A. K. Construction and demolition waste generation and


properties of recycled aggregate concrete: A global perspective. Journal of Cleaner
Production, v. 186, p. 262–281, 2018.
106

AL-HAMRANI, A.; KIM, D.; KUCUKVAR, M.; ONAT, N. C. Circular economy


application for a Green Stadium construction towards sustainable FIFA world cup
Qatar 2022TM. Environmental Impact Assessment Review, v. 87, n. 2021, p.
106543, 2021.

ALBALAWNEH, A.; CHANG, T.-K. Review of the greywater and proposed greywater
recycling scheme for agricultural irrigation reuses. International Journal of Research
- GRANTHAALAYAH, v. 3, p. 16–35, 2015.

ALENCAR, M. H.; PRIORI, L.; ALENCAR, L. H. Structuring objectives based on value-


focused thinking methodology: Creating alternatives for sustainability in the built
environment. Journal of Cleaner Production, v. 156, p. 62–73, 2017.

ALIABDO, A. A.; ABD ELMOATY, A. E. M.; AUDA, E. M. Re-use of waste marble dust
in the production of cement and concrete. Construction and Building Materials, v.
50, p. 28–41, 2014.

ALMEIDA, F. M. de. Fluxo de emissões em atividades do poder executivo federal:


o caso do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 2012.
121 p. Dissertação (Mestrado em Ciênciais Mecânica). Departamento de Engenharia
Mecânica, Universidade de Brasília, Brasil.

ALMEIDA, J.; RIBEIRO, A. B.; SILVA, A. S.; FARIA, P. Overview of mining residues
incorporation in construction materials and barriers for full-scale application. Journal
of Building Engineering, v. 29, 2020.

ALQAHTANI, F. K.; ABOTALEB, I. S.; ELMENSHAWY, M. Life cycle cost analysis of


lightweight green concrete utilizing recycled plastic aggregates. Journal of Building
Engineering, v. 40, 2021.

ARSHAD, M.; AHMED, M. F. Potential use of reclaimed asphalt pavement and


recycled concrete aggregate in base/subbase layers of flexible pavements.
Construction and Building Materials, v. 151, p. 83–97, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS


ESPECIAIS - ABRELPE. Panorama dos Resíduos no Brasil 2020. Disponível em:
<https://abrelpe.org.br/panorama-2021/>. Acesso em: 19 de janeiro de 2022.
107

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 5.738:


Concreto - Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova. Rio de Janeiro,
2016. 46 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6.118: Projeto


de estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, 2014. 238 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 7.211:


Agregados para Concreto - Especificação. Rio de Janeiro, 2019. 9 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR ISO 14.040 -


Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Princípios e estrutura. Rio de Janeiro,
2014. 22 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 14.044: Gestão


ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Requisitos e orientações. Rio de Janeiro, 2014.
46 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 14.067:


Greenhouse gases — Carbon footprint of products — Requirements and guidelines
for quantification. Rio de Janeiro, 2018. 9 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR ISO 15.115 -


Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Execução de camadas
de pavimentação - Procedimentos Rio de Janeiro, 2019. 10 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR ISO 15.116 -


Agregados reciclados para uso em argamassa e concretos de cimento Portland -
Resquisitos e métodos de ensaios. Rio de Janeiro, 2021. 16 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 16.915:


Agregados - Amostragens. Rio de Janeiro, 2021. 8 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NM 30: Agregado


miúdo - Determinação da absorção de água. Rio de Janeiro, 2000. 3 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NM 45: Agregados -


Determinação da massa unitária e do volume de vazios. Rio de Janeiro, 2006. 8 p.
108

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NM 52: Agregado


miúdo - Determinação de massa específica e massa específica aparente. Rio de
Janeiro, 2009. 6 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NM 53: Agregado


graúdo - Determinação de massa específica, massa específica aparente e absorção
de água. Rio de Janeiro, 2009. 8 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NM 248: Agregados


- Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro, 2001. 6 p.

BARRETO, M. F. F. M.; TIMM, J. F. G.; PASSUELLO, A.; DAL MOLIN, D. C. C.;


MASUERO, J. R. Life cycle costs and impacts of massive slabs with varying concrete
cover. Cleaner Engineering and Technology, v. 5, 2021.

BARROS, M. C. de. Avaliação de um resíduo da construção civil beneficiado


como material alternativo para sistema decobertura. Rio de Janeiro. 2005. 146.
Dissertação (Mestrado em Ciência em Engenharia Civil). Universidade Federal do Rio
de Janeiro, Brasil.

BEEK, L. Van; HAJER, M.; PELZER, P.; VUUREN, D. Van; CASSEN, C. Anticipating
futures through models: the rise of Integrated Assessment Modelling in the climate
science-policy interface since 1970. Global Environmental Change, v. 65, p. 102191,
2020.

BEGUM, R. A.; SIWAR, C.; PEREIRA, J. J.; HAMID JAAFAR, A. A benefit-cost


analysis on the economic feasibility of construction waste minimisation: The case of
Malaysia. Resources Conservation e Recycling, v. 48, p. 86–98, 2006.

BEHERA, M.; BHATTACHARYYA, S. K.; MINOCHA, A. K.; DEOLIYA, R.; MAITI, S.


Recycled aggregate from C&D waste & its use in concrete - A breakthrough towards
sustainability in construction sector: A review. Construction and Building Materials,
v. 68, p. 501–516, 2014.

BENHELAL, E.; SHAMSAEI, E.; RASHID, M. I. Challenges against CO2 abatement


strategies in cement industry: a review. Journal of Environmental Sciences, v. 104,
p. 84–101, 2021.
109

BENTO, R. C.; CARDOSO, P. F.; KOMESU, A.; OMETTO, A.R.; ROSSI, E.;
ROSSIGNOLO, J .A. Análise do desempenho ambiental de estruturas de
concreto armado: uso da avaliação do ciclo de vida (ACV). Anais do 55°
Congresso Barsileiro de Concreto, 2013.

BENTO, R. C. Análise do desempenho ambiental de estruturas de concreto


armado : uso da avaliação do ciclo de vida (ACV) no processo decisório do
dimensionamento. São Carlos. 2016. 216 p. Tese (Doutorado em Ciências da
Arquitetura e Urbanismo). Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São
Paulo, Brasil.

BEREZUK, F. D. Avaliação do ciclo de vida do concreto convencional com cinza


do bagaço de cana-de-açúcar em substituição parcial da areia. Maringá. 2015.
133 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Urbana). Universidade Estadual de
Maringá, Brasil.

BERGSDAL, H.; BOHNE, R. A.; BRATTEBO, H. Projection of Construction and


Demolition Waste in Norway. Journal of Industrial Ecology, v. 11, p. 27–39, 2007.

BLANKENDAAL, T.; SCHUUR, P.; VOORDIJK, H. Reducing the environmental impact


of concrete and asphalt: A scenario approach. Journal of Cleaner Production, v. 66,
p. 27–36, 2014.

BLENGINI, G. A.; DI CARLO, T. The changing role of life cycle phases, subsystems
and materials in the LCA of low energy buildings. Energy and Buildings, v. 42, n. 6,
p. 869–880, 2010.

BODDU, V. M.; PAUL, T.; PAGE, M. A.; BYL, C.; WARD, L.; RUAN, J. Gray water
recycle: Effect of pretreatment technologies on low pressure reverse osmosis
treatment. Journal of Environmental Chemical Engineering, v. 4, n. 4, Part A, p.
4435–4443, 2016.

BÖKE, H.; AKKURT, S.; IPEKOǦLU, B.; UǦURLU, E. Characteristics of brick used as
aggregate in historic brick-lime mortars and plasters. Cement and Concrete
Research, v. 36, n. 6, p. 1115–1122, 2006.
110

BORTOLIN, A. R. Avaliação do ciclo de vida: principais métodos e estudo


comparativo entre o cesto de plástico e de inox de uma lavadora de roupa. São
Carlos. 2009. 148 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, Brasil.

BOVEA, M. D.; POWELL, J. C. Avaliação do ciclo de vida de argamassas e concretos


produzidos com resíduos de construção e demolição (RCD). Waste Management, v.
50, p. 151–172, 2016.

BRAGA, A. M.; SILVESTRE, J. D.; BRITO, J. Compared environmental and economic


impact from cradle to gate of concrete with natural and recycled coarse aggregates. .
Journal of Cleaner Production, v. 162, p. 529-543, 2017.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 357, de 15 de junho


de 2005.

BRASIL. Lei n. 12.305 de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de


Resíduos Sólidos; altera a lei nº . 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras
providencias. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo,
Brasília - DF.

BRASILEIRO, L. L.; MATOS, J. M. E. Revisão bibliográfica: reutilização de resíduos


da construção e demolição na indústria da construção civil. Ceramica, v. 61, n. 358,
p. 178–189, 2015.

BRAVO, M. et al. Durability performance of concrete with recycled aggregates from


construction and demolition waste plants. Construction and Building Materials, v.
77, p. 357–369, 2015.

BRAVO, M.; BRITO, J. de; EVANGELISTA, L.; PACHECO, J. Durability and shrinkage
of concrete with CDW as recycled aggregates: Benefits from superplasticizer’s
incorporation and influence of CDW composition. Construction and Building
Materials, v. 168, p. 818–830, 2018.

BRITISH STANDARD - BS. ISO 15.686-5: Buildings and constructed assets — Service life
planning — Part 5: Life-cycle costing. Genève, 2017. 54 p.
111

BRONDANI, R. P. Avaliação do ciclo de vida e do custo de uma edificação de


concreto estrutural com diferentes traços: estudo do berço ao portão. Santa
Maria. 2015. 226 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). Centro de
Tecnologia, Universidade Federal de Santa Maria, Brasil.

BUENO, C. Avaliação de ciclo de vida na construção civil : análise de


sensibilidade. São Carlos. 2014. 266 p. Tese (Doutorado em Ciências da Arquitetra
e Urbanismo). Instituto de Arquitetura, Urbanismo da Universidade de São Paulo,
Brasil.

BUSARI, Yobami. The use of construction and demolition waste as a recycled


aggregate in sustainable concrete production: workability, strength and durability
properties. Handbook of Sustainable Concrete and Industrial Waste Management,
p. 63-84, 2022.

CAETANO, M. O.; SELBACH, J. B. O.; GOMES, L. P. Composição gravimétrica dos


RCD para a etapa de acabamento em obras residenciais horizontais. Ambiente
Construído, v. 16, n. 2, p. 51–67, 2016.

CAMPOS, F. H. A. Análise do ciclo de vida na construção civil: um estudo


comparativo entre vedações estruturais em painéis pré-moldados e alvenaria
em blocos de concreto. Belo Horizonte. 2012. 123 p. Dissertação (Mestrado em
Construção Civil). Escola de Engenharia, Universidade Federal de Minas Gerais,
Brasil.

CANTERO, B.; SÁEZ DEL BOSQUE, I. F.; MATÍAS, A.; SÁNCHEZ DE ROJAS, M. I.;
MEDINA, C. Inclusion of construction and demolition waste as a coarse aggregate and
a cement addition in structural concrete design. Archives of Civil and Mechanical
Engineering, v. 19, n. 4, p. 1338–1352, 2019.

CARVALHO, M. B. M. de. Impactos e conflitos da produção de cimento no Distrito


Federal. Brasília. 2008. 162 p. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento
Sustentável). Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília,
Brasil.
112

CASTAÑEDA, J. S. Contextualización y enfoques en el estudio de


comportamientos proambientales o ecológicos con miras a la perfilación del
consumidor verde. Suma de Negocios, v. 5, n. 10, p. 34–39, 2014.

CASTRO, A. L.; SILVA, F. B.; ARDUIN, R. H.; OLIVEIRA, L. A.; BECERE, O. H.


Análise da viabilidade técnica da adaptação de dados internacionais de inventário de
ciclo de vida para o contexto brasileiro : um estudo de caso do concreto para paredes
moldadas no local. In: 57o Congresso Brasileiro do Concreto, Bonito. Anais... Bonito:
2015.

CELIK, K.; MERAL, C.; PETEK GURSEL, A.; MEHTA, P. K.; HORVATH, A.;
MONTEIRO, P. J. M. Mechanical properties, durability, and life-cycle assessment of
self-consolidating concrete mixtures made with blended portland cements containing
fly ash and limestone powder. Cement and Concrete Composites, v. 56, p. 59–72,
2015.

CHANDRAKUMAR, C.; MCLAREN, S. J.; DOWDELL, D.; JAQUES, R. A science-


based approach to setting climate targets for buildings: The case of a New Zealand
detached house. Building and Environment, v. 169, p. 106560, 2020.

CHAU, C. K.; YIK, F. W. H.; HUI, W. K.; LIU, H. C.; YU, H. K. Environmental impacts
of building materials and building services components for commercial buildings in
Hong Kong. Journal of Cleaner Production, v. 15, n. 18, p. 1840–1851, 2007.

CHEN, G.; WANG, X.; LI, J.; YAN, B.; WANG, Y.; WU, X.; VELICHKOVA, R.; CHENG,
Z.; MA, W. Environmental, energy, and economic analysis of integrated treatment of
municipal solid waste and sewage sludge: A case study in China. Science of the Total
Environment, v. 647, p. 1433–1443, 2019.

CHEN, K.; WANG, J.; YU, B.; WU, H.; ZHANG, J. Critical evaluation of construction
and demolition waste and associated environmental impacts: A scientometric analysis.
Journal of Cleaner Production, v. 287, p. 125071, 2021.

CHRISTENSEN, T. H.; DAMGAARD, A.; LEVIS, J.; ZHAO, Y.; BJÖRKLUND, A.;
ARENA, U.; BARLAZ, M. A.; STAROSTINA, V.; BOLDRIN, A.; ASTRUP, T. F.;
BISINELLA, V. Application of LCA modelling in integrated waste management. Waste
Management, v. 118, p. 313–322, 2020.
113

COCHRAN, K.; TOWNSEND, T.; REINHART, D.; HECK, H. Estimation of regional


building-related C&D debris generation and composition: Case study for Florida, US.
Waste Management, v. 27, n. 7, p. 921–931, 2007.

COELHO, Y. C. D. M.; LUCAS, F. C. A.; SARMENTO, P. S. de M. Environmental


perception and mining of aggregates: The view of the urban-rural population of Ourém,
Pará, Brazil. Desenvolvimento e Meio Ambiente, v. 53, p. 38–60, 2020.

COINFRA/CBIC. Construção é responsável por mais de 50% dos investimentos


no país. Disponível em: <https://cbic.org.br/infraestrutura/2019/02/20/construcao-e-
responsavel-por-mais-de-50-dos-investimentos-no-pais-4/>. Acesso em: 15 abril de
2021.

COINFRA/CBIC. Brazil's construction sector growth to slow in 2022. Disponível


em: <https://cbic.org.br/veja-a-repercussao-do-estudo-construcao-civil-desempenho-
2021-e-cenario-para-2022/>. Acesso em: 19 de janeiro de 2022.

COLANGELO, F.; PETRILLO, A.; CIOFFI, R.; BORRELLI, C.; FORCINA, A. Life cycle
assessment of recycled concretes: A case study in southern Italy. Science of the Total
Environment, v. 615, p. 1506–1517, 2018.

COLANGELO, F.; PETRILLO, A.; FARINA, I. Comparative environmental evaluation


of recycled aggregates from construction and demolition wastes in Italy. Science of
The Total Environment, v. 798, p. 149250, 1 dez. 2021.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNI. Construção sustentável: a


mudança em curso. Brasília: CNI, 2017.

CONG, L.; GUO, G.; YU, M.; YANG, F.; TAN, L. The energy consumption and emission
of polyurethane pavement construction based on life cycle assessment. Journal of
Cleaner Production, v. 256, p. 120395, 2020.

COPETTI, M. M. Estudo de viabilidade de concreto estrutural com areia de


descarte de fundição e adições minerais: propriedades mecânicas e análise de
ciclo de vida. Santa Maria. 2019. 209 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil).
Centro de Tecnologia, Universidade Federal de Santa Maria, Brasil.
114

COSTA, Ronaldo Silvestre da. Quantificação das Emissões de Gases de Efeito


Estufa para Veículos de Coleta de Resíduos Domiciliares Abastecidos com GNV
e Diesel-B5 Utilizando Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). Porto Alegre, RS. 2016.
Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de
Materiais, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande Do Sul.

COSTA, E. B. da; NOBRE, T. R. S.; GUERREIRO, A. Q.; MANCIO, M.; KIRCHHEIM,


A. P. Clínquer Portland com reduzido impacto ambiental. Ambiente Construído, v.
13, n. 2, p. 75–86, 2013.

COSTA, F. N.; RIBEIRO, D. V. Reduction in CO2 emissions during production of


cement, with partial replacement of traditional raw materials by civil construction waste
(CCW). Journal of Cleaner Production, v. 276, p. 123302, 2020.

CRENNA, E.; SECCHI, M.; BENINI, L.; SALA, S. Global environmental impacts: data
sources and methodological choices for calculating normalization factors for LCA.
International Journal of Life Cycle Assessment, v. 24, n. 10, p. 1851–1877, 2019.

CUENCA-MOYANO, G. M.; MARTÍN-MORALES, M.; BONOLI, A.; VALVERDE-


PALACIOS, I. Environmental assessment of masonry mortars made with natural and
recycled aggregates. The International Journal of Life Cycle Assessment, v. 24, p.
191-210, 2018.

CUNHA, I. B. da. Quantificação das emissões de CO2 na construção de unidades


residenciais unifamiliares com diferentes materiais. Porto Alegre. 2016. 136 p.
Dissertação (Mestrado em Engenharia e Tecnologia de Materiais) Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Brasil.

DABHADE, A. N.; CHAUDARI, S. R.; GAJBHAYE, A. R. Effect of Flyash on Recycle


Coarse Aggregate Concrete. International Journal of Civil Engineering Research,
v. 5, n. 1, p. 35–42, 2014.

DAWOOD, A. O.; AL-KHAZRAJI, H.; FALIH, R. Physical and mechanical properties of


concrete containing PET wastes as a partial replacement for fine aggregates. Case
Studies in Construction Materials, v.14, p. e00482, 2021.
115

DE SCHEPPER, M.; HEEDE, P. Van den; DRIESSCHE, I. Van; DE BELIE, N. Life


Cycle Assessment of Completely Recyclable Concrete. Materials, v. 7, p. 6010–6027,
2014.

DI MARIA, A.; EYCKMANS, J.; VAN ACKER, K. Downcycling versus recycling of


construction and demolition waste: Combining LCA and LCC to support sustainable
policy making q. Waste Management and Research, v. 75, p. 3–21, 2018.

DI MARIA, A.; EYCKMANS, J.; VAN ACKER, K. Use of LCA and LCC to help decision-
making between downcycling versus recycling of construction and demolition waste.
Advances in Construction and Demolition Waste Recycling, p. 537–558, 2020.

DING, A.; ZHANG, R.; NGO, H. H.; HE, X.; MA, J.; NAN, J.; LI, G. Life cycle
assessment of sewage sludge treatment and disposal based on nutrient and energy
recovery: A review. Science of the Total Environment, v. 769, p. 144451, 2021.

DING, T.; XIAO, J. Estimation of building-related construction and demolition waste in


Shanghai. Waste Management, v. 34, p. 2327–2334, 2014.

DOMAGOJ, N. Environmental evaluation of concrete with sewage sludge ash based


on LCA. Sustainable Production and Consumption, v. 16, p. 193–201, 2018.

DONG, Y. H.; THOMAS NG, S.; KWAN, A. H.; WU, S. K. Substituting local data for
overseas life cycle inventories e a case study of concrete products in Hong Kong.
Journal of Cleaner Production, v. 87, p. 414–422, 2015.

EC-JCR. International Reference Life Cycle Data System (ILCD) Handbook - General
guide for Life Cycle Assessment - Detailed guidance. EUR 24378 EM. Luxembourg:
Publications Office of the European Union, 2010. Disponível em:
<https://ec.europa.eu/jrc/en/publication/eur-scientific-and-technical-research-
reports/international-reference-life-cycle-data-system-ilcd-handbook-general-guide-
life-cycle>. Acesso em: 15 de abril 2021.

ECHEVARRIA, M. J. M.; ALONSO, M. L.; GARACH, L.; ALEGRE, J.; POON, C. S.;
AGRELA, F.; CABRERA, M. Crushing treatment on recycled aggregates to improve
their mechanical behaviour for use in unbound road layers. Construction and
Building Materials, v. 263, p. 120517, 2020.
116

ESTANQUEIRO, B.; SILVESTRE, J. DINIS; BRITO, J.; PINHEIRO, M. D.


Environmental life cycle assessment of coarse natural and recycled aggregates for
concrete. European Journal Environmental Civil Engineering, v. 22, n. 4, p. 429–
449, 2016.

EVANGELISTA, L.; DE BRITO, J. Mechanical behaviour of concrete made with fine


recycled concrete aggregates. Cement and Concrete Composites, v. 29, p. 397–
401, 2007.

FALESCHINI, F.; ZANINI, M. A.; PELLEGRINO, C.; PASINATO, S. Sustainable


Management and Supply of Natural and Recycled Aggregates in a Medium-Size
Integrated Plant. Waste Management, v. 49, p. 146–155, 2016.

FARINA, I.; COLANGELO, F.; PETRILLO, A.; FERRARO, A.; MOCCIA, I.; CIOFFI, R.
LCA of concrete with construction and demolition waste. Advances in Construction
and Demolition Waste Recycling, p. 501–513, 2020.

FATHALIZADEH, A.; HOSSEINI, M. R.; SILVIUS, A. J. G.; RAHIMIAN, A.; MARTEK,


I.; EDWARDS, D. J. Barriers impeding sustainable project management: A Social
Network Analysis of the Iranian construction sector. Journal of Cleaner Production,
v. 318, p. 128405, 2021.

FATHOLLAHI, A.; COUPE, S. J. Life cycle assessment (LCA) and life cycle costing
(LCC) of road drainage systems for sustainability evaluation: Quantifying the
contribution of different life cycle phases. Science of the Total Environment, v. 776,
p. 145937, 2021.

FEIZ, R.; AMMENBERG, J.; BAAS, L.; EKLUND, M.; HELGSTRAND, A.; MARSHALL,
R. Improving the CO2 performance of cement, part I: Utilizing life-cycle assessment
and key performance indicators to assess development within the cement industry.
Journal of Cleaner Production, v. 98, p. 272–281, 2015.

FERDOUS, W.; MANALO, A.; SIDDIQUE, R.; MENDIS, P.; ZHUGE, Y.; WONG, H. S.;
LOKUGE, W.; ARAVINTHAN, T.; SCHUBEL, P. Recycling of landfill wastes (tyres,
plastics and glass) in construction-A review on global waste generation, performance,
application and future opportunities. Resources, Conservation & Recycling journal,
v. 173, p. 105745, 2021.
117

FERNANDO, S.; GUNASEKARA, C.; LAW, D. W.; NASVI, M. C. M.; SETUNGE,


S.; DISSANAYAKE, R. Life cycle assessment and cost analysis of fly ash–rice husk
ash blended alkali-activated concrete. Journal of Environmental Management, v.
295, p. 113140, 2021.

FERRUFINO, G. L. A. A. Análise de propostas se sequestro mineral de carbono


para usinas termolétricas no Brasil. Guaratinguetá. 2012. 161 p. Tese (Doutorado
em Engenharia Mecância). Faculdade de Engenharia. Universidade Estadual
Paulista, Brasil.

FERRO, F. S. Painéis de partículas orientadas (OSB) com insumos alternativos:


viabilidade técnica e proposta de melhoria de desempenho ambiental. 2017. 178
p. Tese (Doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais). Escola de Engenharia de
São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2017.

FILHO, O. C.; JUNIOR, N. L. S.; LUEDEMANN, G. A avaliação de ciclo de vida


como ferramenta para a formulação de políticas públicas no Brasil. Brasília:
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2016. 60 p.

FRIEDLER, E.; HADARI, M. Economic feasibility of on-site greywater reuse in multi-


storey buildings. Desalination, v. 190, p. 221–234, 2006.

GAUTAM, L.; JAIN, J. K.; KALLA, P.; DANISH, M. Sustainable utilization of granite
waste in the production of green construction products: A review. Materials Today:
Proceedings, v. 44, p. 4196–4203, 2021.

GE, Z.; LI, H.; HAN, Z.; ZHANG, Q. Properties of cold mix asphalt mixtures with
reclaimed granular aggregate from crushed PCC pavement. Construction and
Building Materials, v. 77, p. 404–408, 2015.

GEHLOT, M.; SHRIVASTAVA, S. S. construction P. A. perspective view of I.


construction industry professionals. Sustainable construction Practices: A perspective
view of Indian construction industry professionals. Materials Today: Proceedings,
2021.

GEHRKE, Daniele Büttenbender Borba. Avaliação do ciclo de vida de concreto


produzido com substituição parcial do cimento Portland por resíduos cerâmicos
118

da construção civil. Blumenau. 2021 116 p. Dissertação (Mestrado em


Engenharia Ambiental). Universidade Regional de Blumenau, Brasil.

GENIN, C.; FRASSON, C. M. R. O saldo da COP26: o que a Conferência do Clima


significou para o Brasil e o mundo. Disponível em:
<https://wribrasil.org.br/pt/blog/clima/o-saldo-da-cop26-o-que-conferencia-do-clima-
significou-para-o-brasil-e-o-mundo>. Acesso em: 12 de abril de 2022.

GEORGIOPOULOU, M.; LYBERATOS, G. Life cycle assessment of the use of


alternative fuels in cement kilns: A case study. Journal of Environmental
Management, v. 216, p. 224–234, 2018.

GERMAIN, M. Limits to growth and structural change. Structural Change and


Economic Dynamics, v. 55, p. 204–221, 2020.

GHAFFAR, S. H.; BURMAN, M.; BRAIMAH, N. Pathways to circular construction: An


integrated management of construction and demolition waste for resource recovery.
Journal of Cleaner Production, v. 244, p. 118710, 2020.

GHANBARI, M.; ABBASI, A. M.; RAVANSHADNIA, M. Production of natural and


recycled aggregates: the environmental impacts of energy consumption and CO2
emissions. Journal of Material Cycles and Waste Management, v. 20, p. 810–822,
2018.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3a ed. São Paulo: Atlas, 1996

GIROTTO, S. B. F. T. Avaliação de modelos de caracterização de AICV para a


categoria SMOG fotoquímico considerando o contexto brasileiro. 2018. 128 p.
Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais). Centro de Ciências Agroveterinária,
Universidade do Estado de Santa Catarina, Brasil.

GISI, S. De; CASELLA, P.; NOTARNICOLA, M.; FARINA, R. Grey water in buildings:
a mini-review of guidelines, technologies and case studies. Civil Engineering and
Environmental Systems, v. 33, p. 35–53, 2015.

GOEDKOOP, M.; HEIJUNGS, R.; HUIJBREGTS, M.; SCHRYVER, A. D.; STRUIJS,


J.; VAN ZELM, R. ReCiPe 2008: A life cycle impact assessment method which
comprises harmonised category indicators at the midpoint and the endpoint
119

level. Ruimte em Milieu, Ministerie van Volkshuisvesting, Ruimtelijke Ordening em


Milieubeheer. Report I: Characterisation, first edition (version 1.08), 2013, 126 p.

GOLIĆ, K.; KOSORIĆ, V.; FURUNDŽIĆ, A. K. General model of solar water heating
system integration in residential building refurbishment—Potential energy savings and
environmental impact. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 15, p. 1533–
1544, 2011.

GRABASCK, J. R. Aspectos e impactos ambientais decorrentes da extração de


agregado natural e produção de agregado reciclado: estudo de caso no RS. São
Leopoldo, 2016. 164 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). Universidade do
Vale do Rio dos Sinos, Brasil.

GUO, Z.; TU, A.; CHEN, C.; LEHMAN, D. E. Mechanical properties, durability, and life-
cycle assessment of concrete building blocks incorporating recycled concrete
aggregates. Journal of Cleaner Production, v. 199, p. 136–149, 2018.

HAFEZ, H.; KURDA, R.; CHEUNG, W. M.; NAGARATNAM, B. A systematic review of


the discrepancies in life cycle assessments of green concrete. Applied Sciences
(Switzerland), v. 9, p. 4803, 2019.

HASIK, V.; ANDERSON, N.; COLLINGE, W.; THIEL, C.; KHANNA, V.; WIRICK, J.;
PIACENTINI, R.; LANDIS, A.; BILEC, M. Evaluating the Life Cycle Environmental
Benefits and Trade-Offs of Water Reuse Systems for Net-Zero Buildings.
Environmental science & technology, v. 51, p. 10, 2016.

HE, Z.; SHEN, A.; LYU, Z.; LI, Y.; WU, H.; WANG, W. Effect of wollastonite microfibers
as cement replacement on the properties of cementitious composites: A review.
Construction and Building Materials, v. 261, p. 119920, 2020.

HEEDE, P. Van Den; BELIE, N. De. Environmental impact and life cycle assessment
(LCA) of traditional and “green” concretes: Literature review and theoretical
calculations. Cement & Concrete Composites journal, v. 34, p. 431–442, 2012.

HEIJUNGS, R.; GUINÉE, J.; HUPPES, G.; LANKREIJER, R. M.; HAES, H. A.;
WEGENER SLEESWIJK, A.; ANSEMS, A. M. M.; EGGELS, P. G.; VAN DUIN, R.;
GOEDE, H. P. Environmental Life Cycle Assessment of Products: Guide and
120

Backgrounds (Part 1). Centre of environmental Science, Leiden, Netherlands.

HEINRICHS, H. Strengthening sensory sustainability science-theoretical and


methodological considerations. Sustainability (Switzerland), v. 11, p. 12, 2019.

HELENE, P.R.L; TERZIAN, P. Manual de dosagem e controle do concreto. São Paulo:


Pini; Brasília: SENAI, 1992.

HÉLIAS, A.; ESNOUF, A.; FINKBEINER, M. Consistent normalization approach for


Life Cycle Assessment based on inventory databases. Science of The Total
Environment, v. 703, p. 134583, 2020.

HOANG, N. H.; ISHIGAKI, T.; KUBOTA, R.; TONG, T. K.; NGUYEN, T. T.; NGUYEN,
H. G.; YAMADA, M.; KAWAMOTO, K. Waste generation, composition, and handling in
building-related construction and demolition in Hanoi, Vietnam. Waste Management,
v. 117, p. 32–41, 2020.

HONG, T.; JI, C.; JANG, M.; PARK, H. S. Conversion Method for Obtaining CO2
Emission Data from the Life Cycle Inventory Database of Foreign Countries. Journal
of Management in Engineering, v. 31, n. 4, p. 04014059, 2015.

HONMA, S.; HU, J. L. Cost efficiency of recycling and waste disposal in Japan.
Journal of Cleaner Production, v. 284, p. 125274, 2021.

HOSSAIN, M. U.; POON, C. S.; LO, I. M. C.; CHENG, J. C. P. Comparative


environmental evaluation of aggregate production from recycled waste materials and
virgin sources by LCA. Resources, Conservation and Recycling, v. 109, p. 67–77,
2016.

HOSSINEY, N.; SEPURI, H. K.; MOHAN, M. K.; ARJUN, H. R.; GOVINDARAJU, S.;
CHYNE, J. Alkali-activated concrete paver blocks made with recycled asphalt
pavement (RAP) aggregates. Case Studies in Construction Materials, v. 12, 2020.

HUANG, B.; GAO, X.; XU, X.; SONG, J.; GENG, Y.; SARKIS, J.; FISHMAN, T.; KUA,
H.; NAKATANI, J. A Life Cycle Thinking Framework to Mitigate the Environmental
Impact of Building Materials. One Earth, v. 3, p. 564–573, 2020.
121

HUANG, B.; WANG, X.; KUA, H.; GENG, Y.; BLEISCHWITZ, R.; REN, J.
Construction and demolition waste management in China through the 3R principle.
Resources, Conservation and Recycling, v. 129, p. 36–44, 2018.

HUANG, L.; KRIGSVOLL, G.; JOHANSEN, F.; LIU, Y.; ZHANG, X. Carbon emission
of global construction sector. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 81,
p. 1906–1916, 2018.

HUANG, Q.; ZHU, X.; XIONG, G.; WANG, C.; LIU, D.; ZHAO, L. Recycling of crushed
waste clay brick as aggregates in cement mortars: An approach from macro- and
micro-scale investigation. Construction and Building Materials, v. 274, p. 122068,
2021.

HUGHES, B. R.; CHAUDHRY, H. N.; GHANI, S. A. A review of sustainable cooling


technologies in buildings. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 15, p.
3112–3120, 2011.

HUMMELS, H.; ARGYROU, A. Planetary demands: Redefining sustainable


development and sustainable entrepreneurship. Journal of Cleaner Production, v.
278, p. 123804, 2021.

INCE, C.; HAMZA, A.; DEROGAR, S.; BALL, R. J. Utilisation of waste marble dust for
improved durability and cost efficiency of pozzolanic concrete. Journal of Cleaner
Production, v. 270, p. 122213, 2020.

INGRAO, C.; LO GIUDICE, A.; MBOHWA, C.; CLASADONTE, M. T. Life cycle


inventory analysis of a precast reinforced concrete shed for goods storage. Journal of
Cleaner Production, v. 79, p. 152–167, 2014.

INGRAO, C.; LO GIUDICE, A.; TRICASE, C.; MBOHWA, C.; RANA, R. The use of
basalt aggregates in the production of concrete for the prefabrication industry:
Environmental impact assessment, interpretation and improvement. Journal of
Cleaner Production, v. 75, p. 195–204, 2014.

INGRAO, C.; SELVAGGI, R.; VALENTI, F.; MATARAZZO, A.; PECORINO, B.;
ARCIDIACONO, C. Life cycle assessment of expanded clay granulate production
122

using different fuels. Resources, Conservation and Recycling, v. 141, p. 398–


409, 2019.

INTERNATIONAL COUNCIL FOR RESEARCH AND INNOVATION IN BUILDING


AND CONSTRUCTION – CIB United Nations Environment Programme International
Environmental Technology Centre UNEP-IETC Agenda 21 for Sustainable
Construction in Developing Countries: A discussion document Boutek Report No
Bou/E0204, Pretória, CIB/UNEP-IETC. 2002.

INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER. Diesel and gasoline


engine exhausts and some nitroarenes. Lyon, France: IARC, 2014. (IARC
Monographs on the evaluation of the carcinogenic risk to humans, v. 105).

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA


SILVA. Diretrizes para a vigilância do câncer relacionado ao trabalho. Rio de
Janeiro: INCA; 2012.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA


SILVA. Ambiente, trabalho e câncer: aspectos epidemiológicos, toxicológicos e
regulatórios / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. – Rio de
Janeiro: INCA, 2021.

ISLAM, Md Jahidul., SHAHJALAL, Md. Effect of polypropylene plastic on concrete


properties as a partial replacement of stone and brick aggregate Case Studies in
Construction Materials, v.15, p. e00627, 2021.

JAIN, A.; GUPTA, R.; CHAUDHARY, S. Sustainable development of self-compacting


concrete by using granite waste and fly ash. Construction and Building Materials,
v. 262, p. 120516, 2020.

JESUS, S.; PEDERNEIRAS, C. M.; FARINHA, C. B.; DE BRITO, J.; VEIGA, R.


Reduction of the cement content by incorporation of fine recycled aggregates from
construction and demolition waste in rendering mortars. Infrastructures, v. 6, 2021.

JIANG, C.; XIONG, L.; WANG, D.; LIU, P.; GUO, S.; XU, C. Y. Separating the impacts
of climate change and human activities on runoff using the Budyko-type equations with
time-varying parameters. Journal of Hydrology, v. 522, p. 326–338, 2015.
123

JIN, R.; CHEN, Q. Investigation of Concrete Recycling in the U.S. Construction


Industry. Procedia Engineering, v. 118, p. 894–901, 2015.

JUNIOR, A. C. de A. G. Diretrizes com base em avaliação do ciclo de vida para


redução de emissão de dióxido de carbono em revestimento de argamassa.
Goiânia. 2013. 124 p. Dissertação (Mestrado em Geotecnia, Estruturas e Construção
Civil). Escola de Engenharia Civil, Universidade Federal de Goiás, Brasil.

KAPPEL, A.; OTTOSEN, L. M.; KIRKELUND, G. M. Colour, compressive strength and


workability of mortars with an iron rich sewage sludge ash. Construction and
Building Materials, v. 157, p. 1199–1205, 2017.

KITTIPONGVISES, S. Assessment of environmental impacts of limestone quarrying


operations in Thailand. Environmental and Climate Technologies, v. 20, n. 1, p. 67–
83, 2017.

KLEPA, R. B.; MEDEIROS, M. F.; FRANCO, M. A. C.; TAMBERG, E. T.; FARIAS, T.


M. de B.; PASCHOALIN FILHO, J. A.; BERSSANETI, F. T.; SANTANA, J. C. C. Reuse
of construction waste to produce thermoluminescent sensor for use in highway traffic
control. Journal of Cleaner Production, v. 209, p. 250–258, 2019.

KLEIJER, A. L.; LASVAUX, S.; CITHERLET, S. VIVIANI, M. Product-specific Life Cycle


Assessment of ready mix concrete: Comparison between a recycled and an ordinary
concrete. Resources, Conservation and Recycling, v. 122, p. 210-218, 2017.

KNOERI, C.; SANYÉ-MENGUAL, E.; ALTHAUS, H. J. Comparative LCA of recycled


and conventional concrete for structural applications. The International Journal of
Life Cycle Assessment. v.18, p. 909–918, 2013.

KONG, L.; MA, B. Evaluation of environmental impact of construction waste disposal


based on fuzzy set analysis. Environmental Technology and Innovation, v. 19, p.
100877, 2020.

KOWALKOWSKI, C.; GEBAUER, H.; OLIVA, R. Service growth in product firms: Past,
present, and future. Industrial Marketing Management, v. 60, p. 82–88, 2017.
124

KUCUKVAR, M.; EGILMEZ, G.; TATARI, O. Life cycle assessment and


optimization-based decision analysis of construction waste recycling for a LEED-
certified university building. Sustainability (Switzerland), v. 8, p. 1–13, 2016.

KUMAR, S.; MEHRA, P.; GUPTA, R.; JOSEPH, M.; CSETENYI, L. Abrasion
resistance of sustainable green concrete containing waste tire rubber particles.
Construction and Building Materials, v. 124, p. 906–909, 2016.

KUHN, C., BRUM, E.M., BERTICELLI, R., PANDOLFO, A., PASQUALI, P.B. Análise
de Viabilidade Econômica de uma Usina de Reciclagem de Resíduos da Construção
Civil. Revista Gestão e Sustentabilidade Ambiental. v. 6 . Ed. 2. p. 478-494. 2017.

KURAD, R.; SILVESTRE, J. D.; BRITO, J.; AHMED, H. Effect of incorporation of high
volume of recycled concrete aggregates and fly ash on the strength and global
warming potential of concrete. Journal of Cleaner Production, v. 166, 2017.

KURDA, R.; SILVESTRE, J. D.; DE BRITO, J. Life cycle assessment of concrete made
with high volume of recycled concrete aggregates and fly ash. Resources,
Conservation and Recycling, v. 139, p. 407–417, 2018.

KURIYAMA, A.; ABE, N. Ex-post assessment of the Kyoto Protocol – quantification of


CO2 mitigation impact in both Annex B and non-Annex B countries-. Applied Energy,
v. 220, p. 286–295, 2018.

LAGE, I. M.; ABELLA, F. M.; HERRERO, C. V.; ORDÓÑEZ, J. L. P. Estimation of the


annual production and composition of C&D Debris in Galicia (Spain). Waste
Management, v. 30, n. 4, p. 636–645, 2010.

LAMBERTI, L. A. Pilar com diferentes traços de concreto frente a carbonatação :


do berço ao túmulo. Santa Maria. 2015. 188 p. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil). Centro de Tecnologia, Universidade Federal de Santa Maria, Brasil.

LEMOUGNA, P. N.; MACKENZIE, K. J. D.; MELO, U. F. C. Synthesis and thermal


properties of inorganic polymers (geopolymers) for structural and refractory
applications from volcanic ash. Ceramics International, v. 37, p. 3011–3018, 2011.
125

LEUNG, H. Y.; KIM, J.; NADEEM, A.; JAGANATHAN, J.; ANWAR, M. P. Sorptivity
of self-compacting concrete containing fly ash and silica fume. Construction and
Building Materials, v. 113, p. 369–375, 2016.

LI, C. Z.; CHEN, Z.; XUE, F.; KONG, X. T. R.; XIAO, B.; LAI, X.; ZHAO, Y. A blockchain-
and IoT-based smart product-service system for the sustainability of prefabricated
housing construction. Journal of Cleaner Production, v. 286, p. 125391, 2021.

LI, X.; ZHU, Y.; ZHANG, Z. An LCA-based environmental impact assessment model
for construction processes. Building and Environment, v. 45, p. 766–775, 2010.

LI, J.; XIAO, F.; ZHANG, L.; AMIRKHANIAN, S. N. Life cycle assessment and life cycle
cost analysis of recycled solid waste materials in highway pavement: A review. Journal
of Cleaner Production, Volume 233, p. 1182-1206, 2019.

LIMA, J. A. R. Avaliação das conseqüências da produção de concreto no Brasil


para as mudanças climáticas. São Paulo. 2010. 151 p. Tese (Doutorado em
Engenharia). Universidade de São Paulo, Brasil.

LIMBACHIYA, M.; MEDDAH, M. S.; OUCHAGOUR, Y. Use of recycled concrete


aggregate in fly-ash concrete. Construction and Building Materials, v. 27, p. 439–
449, 2012.

LINTZ, R. C. C.; JACINTHO, A. E. P. G. A.; PIMENTEL, L. L.; GACHET-BARBOSA,


L. A. Study of the reuse of construction residues in concrete employed by blocks
manufacture. Revista IBRACON de Estruturas e Materiais, v. 5, n. 2, p. 166–181,
2012.

LLATAS, C.; BIZCOCHO, N.; VERDAGUER, B.; MONTES, M. V.; QUIÑONES, R. An


LCA-based model for assessing prevention versus non-prevention of construction
waste in buildings. Waste Management, v. 126, p. 608–622, 2021.

LOTFI, S.; EGGIMANN, M.; WAGNER, E.; MRÓZ, R.; DEJA, J. Performance of
recycled aggregate concrete based on a new concrete recycling technology.
Construction and Building Materials, v. 95, p. 243–256, 2015.
126

LOTFY, A.; AL-FAYEZ, M. Performance evaluation of structural concrete using


controlled quality coarse and fine recycled concrete aggregate. Cement and Concrete
Composites, v. 61, p. 36–43, 2015.

LOVATO, P. S., POSSAN, E.; MOLIN, D. C. C. D.; MASUERO, A. B., RIBEIRO, J. L.


D. Modeling of mechanical properties and durability of recycled aggregate concretes.
Construction and Building Materials, v. 26, p. 437-447, 2012.

LUSHNIKOVA, N.; DVORKIN, L. Sustainability of gypsum products as a construction


material. In: Woodhead Publishing Series in Civil and Structural Engineering. [s.l:
s.n.]p. 643–681.

LUZ, L. M. DA. Integração da avaliação do ciclo de vida ao processo de


desenvolvimento de produto: uma proposta metodológica. Ponta Grossa. 2017.
147 p. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção). Departamento de Engenharia
de Produção, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa, Brasil.

MAGALHÃES, M. R. DE. Aplicação integrada de BIM e ACV como ferramenta para


prevenção de resíduo sólido de construção civil. Campinas. 2018. 179 p.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). Faculdade de Engenharia Civil,
Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, Brasil.

MAHMOUDKELAYE, S.; TAGHIZADE AZARI, K.; POURVAZIRI, M.; ASADIAN, E.


Sustainable material selection for building enclosure through ANP method. Case
Studies in Construction Materials, v. 9, p. e00200, 2018.

MANJUNATHA, M.; PREETHI, S.; MALINGARAYA; MOUNIKA, H. G.; NIVEDITHA, K.


N.; RAVI. Life cycle assessment (LCA) of concrete prepared with sustainable cement-
based materials. Materials Today: Proceedings, v. 47, p. 3637–3644, 2021.

MANJUNATHA, M.; RESHMA, T. V.; BALAJI, K. V. G. D.; BHARATH, A.;


TANGADAGI, R. B. The sustainable use of waste copper slag in concrete: An
experimental research. Materials Today: Proceedings, v. 47, p. 3645–3653, 2021.

MARCEAU, M. L.; NISBET, M. A.; VANGEEM, M. G. Life Cycle Inventory of


Portland Cement Concrete. Portland Cement Association, 2007.
127

MARINKOVIĆ, S. On the selection of the functional unit in LCA of structural


concrete. International Journal of Life Cycle Assessment, v. 22, 2017.

MARINKOVIĆ, S. B.; MALEŠEV, M.; IGNJATOVIĆ, I. Life cycle assessment (LCA) of


concrete made using recycled concrete or natural aggregates. Eco-efficient
Construction and Building Materials, p. 239–266, 2013.

MARINKOVIĆ, S.; DRAGAŠ, J.; IGNJATOVIĆ, I.; TOŠIĆ, N. Environmental


assessment of green concretes for structural use. Journal of Cleaner Production, v.
154, p. 633–649, 2017.

MARINKOVIĆ, S.; RADONJANIN, V.; MALEŠEV, M.; IGNJATOVIĆ, I. Comparative


environmental assessment of natural and recycled aggregate concrete. Waste
Management, v. 30, p. 2255–2264, 2010.

MARTINEZ-SANCHEZ, V., KROMANN, M. A., ASTRUP, T. F. Life cycle costing of


waste management systems: Overview, calculation principles and case studies.
Waste Management. v. 36, p. 343-355, 2015.

MARTINS, W. A. Avaliação do ciclo de vida do programa de coleta seletiva do


município de João Pessoa-PB, Brasil. João Pessoa. 2017. 113 p. Dissertação
(Mestrado em em Engenharia Civil e Ambienta). Centro de Tecnologia, Universidade
FederaL da Paraíba, 2017.

MATIAS, A. N. Resíduos de construção e demolição à luz da política nacional de


resíduos sólidos. Foz do Iguaçú. 2020. 205 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Civil). Instituto Latino-Americano de Tecnologia, Infraestrutura e Território, Brasil.

MECHI, A.; SANCHES, D. L. The Environmental Impact of Mining in the State of São
Paulo. Estudos Avançados, v. 24, p. 209–220, 2010.

MEDINA, C.; ZHU, W.; HOWIND, T.; SÁNCHEZ DE ROJAS, M. I.; FRÍAS, M. Influence
of mixed recycled aggregate on the physical-mechanical properties of recycled
concrete. Journal of Cleaner Production, v. 68, p. 216–225, 2014.

MELE, A.; PAGLIALUNGA, E.; SFORNA, G. Climate cooperation from Kyoto to Paris:
What can be learnt from the CDM experience?. Socio-Economic Planning Sciences,
p. 100942, 2020.
128

MENDES, N. C. Métodos e modelos de caracterização para a avaliação de


impacto do ciclo de vida: análise e subsídios para a aplicação no Brasil. São
Carlos. 2013. 149 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, 2013.

MENDES, N. C.; BUENO, C.; OMETTO, A. R. Avaliação de Impacto do Ciclo de Vida:


revisão dos principais métodos. Production, 2013.

MENEGAKI, M.; DAMIGOS, D. A review on current situation and challenges of


construction and demolition waste management. Current Opinion in Green and
Sustainable Chemistry, v. 13, p. 8–15, 2018.

MERLO, A., LAVAGNA, L., Suarez-Riera, D., PAVESE, Matteo. Mechanical properties
of mortar containing waste plastic (PVC) as aggregate partial replacement. Case
Studies in Construction Materials, v. 13, p. e00467, 2020.

MILLER, K. B. Modelo parametrizado de ACV: aplicação em sistemas


construtivos com estudo de caso em vedações verticais. Brasília. 2015. 273 p.
Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo). Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo, Universidade de Brasília Faculdade, Brasil.

MILNER, H. R. Sustainability of engineered wood products in construction. Woodhead


Publishing Series in Civil and Structural Engineering. 2009. p. 184–212.

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Boletim do Setor Mineral 2020 (Julho). In:


SECRETARIA DE GEOLOGIA, M. E T. M. (Ed.). Secretaria de Geologia, Mineração
e Transformação Mineral. 4. ed. Brasília: Secretaria de Geologia, Mineração e
Transformação Mineral, 2020. p. 36.

MITHRARATNE, N.; VALE, B. Life cycle analysis model for New Zealand houses.
Building and Environment, v. 39, n. 4, p. 483–492, 2004.

MORAGA, G. L. Avaliação do ciclo de vida em unidade habitacional unifamiliar


do programa minha casa minha vida. Porto Alegre. 2017. 161 p. Dissertação
(Mestrado em Engenharia). Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Brasil.
129

MOREAU, V.; BAGE, G.; MARCOTTE, D.; SAMSON, R. Statistical estimation of


missing data in life cycle inventory: An application to hydroelectric power plants.
Journal of Cleaner Production, v. 37, p. 335–341, 2012.

NAKIC, D. Environmental evaluation of concrete with sewage sludge ash based on


LCA. Sustainable Production and Consumption, v. 16, p. 193–201, 2018.

NASIER, S. Utilization of recycled form of concrete, E-wastes, glass, quarry rock dust
and waste marble powder as reliable construction materials. Materials Today:
Proceedings, 2021.

NEBEL, B.; ALCORN, A.; WITTSTOCK, B. Life Cycle Assessment : Adopting and
adapting overseas LCA data and methodologies for building materials in New Zealand.
Scion Next generation biomaterials, p. 56, 2009.

NEW ZEALAND GREEN BUILDING COUNCIL. Green Star Technical Manual v3.1.
NZGB, p. 542, 2016.

NITHYA, M.; RAMASAMY, M. Sustainability in construction industry through zero


waste technology in India. Materials Today: Proceedings, v. 46, p. 849–851, 2021.

NWAKAIRE, C. M.; YAP, S. P.; ONN, C. C.; YUEN, C. W.; IBRAHIM, H. A. Utilisation
of recycled concrete aggregates for sustainable highway pavement applications; a
review. Construction and Building Materials, v. 235, p. 117444, 2020.

OCHARÁN, J. S.; LIMA, F. M. S.; LOVÓN, G. C. Avaliação comparativa ambiental da


produção de agregados naturais e reciclados para a construção civil. In: XXVIII
Encontro Nacional de Tratamento de Minerios e Metalurgia Extrativa, Anais...2019.

OLAWUMI, T. O.; CHAN, D. W. M. A scientometric review of global research on


sustainability and sustainable development. Journal of Cleaner Production, v. 183,
p. 231–250, 2018.

OLIVEIRA, M. E. D. de; SALES, R. J. de M.; OLIVEIRA, L. A. S. de; CABRAL, A. E.


B. Diagnóstico da geração e da composição dos RCD de Fortaleza/CE. Engenharia
Sanitaria e Ambiental, v. 16, n. 3, p. 219–224, 2011.
130

OLOFINNADE, Oluwarotimi., MORAWO, Ayoyinka., OKEDAIRO, Oluwatomisin.,


KIM, Boksun. Solid waste management in developing countries: Reusing of steel slag
aggregate in eco-friendly interlocking concrete paving blocks production. Case
Studies in Construction Materials, v. 14, p. e00532, 2021.

ÖZALP, F.; YILMAZ, H. D.; KARA, M.; KAYA, Ö.; ŞAHIN, A. Effects of recycled
aggregates from construction and demolition wastes on mechanical and permeability
properties of paving stone, kerb and concrete pipes. Construction and Building
Materials, v. 110, p. 17–23, 2016.

PACHECO, J.; DE BRITO, J.; CHASTRE, C.; EVANGELISTA, L. Experimental


investigation on the variability of the main mechanical properties of concrete produced
with coarse recycled concrete aggregates. Construction and Building Materials, v.
201, p. 110–120, 2019.

PACHECO, R.; ORDÓÑEZ, J.; MARTÍNEZ, G. Energy efficient design of building: A


review. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 16, p. 3559–3573, 2012.

PADOVAN, R. G. Influência da pré-molhagem nas propriedades de concretos


produzidos com agregado reciclado de concreto. São Leopoldo, 2013. 155 p.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). Universidade do Vale do Rio dos Sinos,
Brasil.

PASSUELLO, A. C. B.; OLIVEIRA, A. F. de; COSTA, E. B. da; KIRCHHEIM, A. P.


Aplicação da Avaliação do Ciclo de Vida na análise de impactos ambientais de
materiais de construção inovadores: estudo de caso da pegada de carbono de
clínqueres alternativos. Ambiente Construído, p. 7–20, 2014.

PASSUELLO, A.; BARRETO, M. F. F.; TIMM, J. F. G.; DAL MOLIN, D. C. C.;


MASUERO, J. R. Life cycle costs and impacts of massive slabs with varying concrete
cover. Cleaner Engineering and Technology, v. 5, p. 100256, 2021.

PATIL, A. R.; SATHE, S.B. Feasibility of sustainable construction materials for


concrete paving blocks: A review on waste foundry sand and other materials. Materials
Today: Proceedings, v. 43, p. 1552-1561, 2021.
131

PAULA, R. R. de. Avaliação do ciclo de vida (ACV) de argamassas e concretos


produzidos com resíduos de construção e demolição (RCD). Rio de Janeiro. 2016.
141 p. Dissertação (Mestrado em Ciências em Engenharia Civil). Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Brasil.

POON, C. S.; KOU, S. C.; LAM, L. Use of recycled aggregates in molded concrete
bricks and blocks. Construction and Building Materials, v. 16, n. 5, p. 281–289,
2002.

POULIKAKOS, L. D.; PAPADASKALOPOULOU, C.; HOFKO, B.; GSCHÖSSER, F.;


CANNONE FALCHETTO, A.; BUENO, M.; ARRAIGADA, M.; SOUSA, J.; RUIZ, R.;
PETIT, C.; LOIZIDOU, M.; PARTL, M. N. Harvesting the unexplored potential of
European waste materials for road construction. Resources, Conservation and
Recycling, v. 116, p. 32–44, 2017.

PRADHAN, S.; TIWARI, B. R.; KUMAR, S.; BARAI, S. V. Comparative LCA of recycled
and natural aggregate concrete using Particle Packing Method and conventional
method of design mix. Journal of Cleaner Production, v. 228, p. 679–691, 2019.

QUAGLIO, R. S. Resíduos da construção e demolição (RCD): estudo dos


impactos ambientais provocados pelo descarte inadequado no municipio de
Presidente Bernardes - SP. Presidente Prudente. 2017. 120 p. Dissertação
(Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional). Univerisidade do Oeste
Paulista, Brasil.

RAHMAN, M. A.; IMTEAZ, M. A.; ARULRAJAH, A.; PIRATHEEPAN, J.; DISFANI, M.


M. Recycled construction and demolition materials in permeable pavement systems:
geotechnical and hydraulic characteristics. Journal of Cleaner Production, v. 90, p.
183–194, 2015.

RAMESH, T.; PRAKASH, R.; SHUKLA, K. K. Life cycle energy analysis of buildings:
An overview. Energy and Buildings, v. 42, n. 10, p. 1592–1600, 2010.

RASHID, A. F. A.; YUSOFF, S. A review of life cycle assessment method for building
industry. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 45, p. 244–248, 2015.
132

REICHERT, B.; SOUZA, A. M. Interrelationship simulations among Brazilian


electric matrix sources. Electric Power Systems Research, v.193, 2021.

ROCAMORA, A. M.; GUZMÁN, J. S.; MARRERO, M. LCA databases focused on


construction materials: A review. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v.
58, p. 565–573, 2016.

ROCHA, D. P. B. DA. Avaliação do ciclo de vida de agregados leves artificiais


produzidos com resíduo industrial e argila vermelha local (Nordeste/Brasil).
Natal. 2020. 151 p. Disssertação (Mestrado em Engenharia Civil). Centro de
Tecnologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil.

RODRÍGUEZ, G.; BOSQUE, I. F. S. del; ASENSIO, E.; ROJAS, M. I. S. de; MEDINA,


C. Construction and demolition waste applications and maximum daily output in
Spanish recycling plants. G. Waste Management & Research, v. 38, n. 4, p. 423–
432, 2020.

ROSADO, L. P.; VITALE, P.; PENTEADO, C. S. G.; ARENA, U. Life cycle assessment
of natural and mixed recycled aggregate production in Brazil. Journal of Cleaner
Production, v. 151, p. 634–642, 2017.

ROSSI, B.; MARIQUE, A. F.; GLAUMANN, M.; REITER, S. Life-cycle assessment of


residential buildings in three different European locations, basic tool. Building and
Environment, v. 51, p. 395–401, 2012.

RUIZ, L. A. L.; RAMÓN, X. R.; DOMINGO, S. G. The circular economy in the


construction and demolition waste sector – A review and an integrative model
approach. Journal of Cleaner Production, v. 248, p. 119238, 2020.

SABERIAN, M.; LI, J.; BOROUJENI, M.; LAW, D.; LI, C. Q. Application of demolition
wastes mixed with crushed glass and crumb rubber in pavement base/subbase.
Resources, Conservation and Recycling, v. 156, p. 104722, 2020.

SABERIAN, Mohammad.; ZHANG, Jingxuan.; GAJANAYAKE, Akvan.; LI, Jie.;


ZHANG, Guomin.; BOROUJENI, Mahdi. Life cycle assessment (LCA) of concrete
containing waste materials: comparative studies. Handbook of Sustainable
Concrete and Industrial Waste Management, p. 637-659, 2022.
133

SADINENI, S. B.; MADALA, S.; BOEHM, R. F. Passive building energy savings: A


review of building envelope components. Renewable and Sustainable Energy
Reviews, v. 15, n. 8, p. 3617–3631, 2011.

SALVI, C. R. Estudo da viabilidade da utilização de agregados reciclados


provenientes de rcd em estradas rurais e florestais. Porto. 2020. 151 p.
Dissertação (Mestrado em Estruturas de Engenharia Civil). Universidade do Porto,
Portugal.

SANTORO, J. F.; KRIPKA, M. Determinação das emissões de dióxido de carbono das


matérias-primas do concreto produzido na região norte do Rio Grande do Sul.
Ambiente Construído, p. 35–49, 2016.

SANTOS, R. P.; TUBINO, R. Potencial evaluation of the use of construction and


demolition waste (CDW) in the recovery of degraded soils by mining in Brazil.
Resoucers, Conservation & Recycling Advance. v. 12, p. 20060, 2021.

SCHNEIDER, M. The cement industry on the way to a low-carbon future. Cement and
Concrete Research, v. 124, p. 105792, 2019.

SECHER, A. Q.; COLLIN, C.; LINNET, A. Construction Product Declarations and


Sustainable Development Goals for Small and Medium Construction Enterprises.
Procedia CIRP, v. 69, p. 54–58, 2018.

SEO, E. S. M.; KULAY;, L. A. Avaliação do ciclo de vida: Ferramenta gerencial para


tomada de decisão. InterfacEHS - Revista de Saúde, Meio Ambiente e
Sustentabilidade, v. 1, n. 1, p. 1–23, 2006.

SETO, K.; PANESAR, D.; CHURCHILL, C. Criteria for the evaluation of life cycle
assessment software packages and life cycle inventory data with application to
concrete. The International Journal of Life Cycle Assessment, v. 22, 2017.

SILVA, E. L. da; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de


dissertação. 4a. ed. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2005.

SILVA, I. N. da; MAUÉS, L. M. F. Inventory of sand and pebble production for use in
hot mix asphalt: A case study in Brazil. Journal of Cleaner Production, v. 294, p.
126271, 2021.
134

SILVA, S. R. DA. Contribuição ao estudo dos concretos compostos com


agregados graúdos de construção e demolição e cinza volante, em diferentes
teores de substituição. Porto Alegre. 2017. 71 p. Dissertação (Mestrado em
Engenharia e Tecnologia de Materiais) Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul, Brasil.

SILVA, S. R. da; ANDRADE, J. J. de O. Investigation of mechanical properties and


carbonation of concretes with construction and demolition waste and fly ash.
Construction and Building Materials, v. 153, p. 704–715, 2017.

SILVA, J. A. P. A mineração de brita na regiao metropolitana do Rio de Janeiro.


Ouro Preto. 2005. 146 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mineral.). Escola de
Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Brasil.

SILVA, A. O. Avaliação de ciclo de vida de concretos com substituição parcial de


cimento por cinzas do bagaço de cana-de-açúcar e da casca de arroz. 2015. 1311
p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil), Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Brasil.

SONG, J.; YANG, Z.; XIA, J.; CHENG, D. The impact of mining-related human
activities on runoff in northern Shaanxi, China. Journal of Hydrology, v. 598, p.
126235, 2021.

SOUZA, J. M. de; LUKIANTCHUKI, J. A. Resíduos de construção civil: geração,


gestão e uso para fins de pavimentação. (XI EPCC, Ed.) In: XI Econctro Nacional de
Produção Cientifica, Maringá. Anais... Maringá: 2019.

SOUZA, F. S.; MENDES, J. C.; MORAIS, L. J. B.; SILVA, J. S.; PEIXOTO, R. A. F.


Mapping and recycling proposal for the construction and demolition waste generated
in the Brazilian Amazon. Resources, Conservation and Recycling, v. 176, 2022.

SJUNNESSON, J. Life Cycle Assessment of Concrete. 2005. 61 p. Master Thesis


(Environmental and Energy Systems Studies, Department of Technology and Society)
– Lund University, Lund, Sweden, 2005.
135

TABATA, Tomohiro., ONISHI, Akio., SAEKI, Takashi., TSAI, Peii. Earthquake


disaster waste management reviews: Prediction, treatment, recycling, and prevention,
International Journal of Disaster Risk Reduction, v. 36, p. 101119, 2019.

TAKANO, A.; WINTER, S.; HUGHES, M.; LINKOSALMI, L. Comparison of life cycle
assessment databases: A case study on building assessment. Building and
Environment, v. 79, p. 20–30, 2014.

TAM, V. W. Y.; SOOMRO, M.; EVANGELISTA, A. C. J. A review of recycled aggregate


in concrete applications (2000–2017). Construction and Building Materials, v. 172,
p. 272–292, 2018.

TAM, V. W. Y.; LU, K.; JIANG, X.; YU, J.; SKITMORE, M. Integration of life cycle
assessment and life cycle cost using building information modeling: A critical review.
Journal of Cleaner Production, v. 285, p. 125438. 2021 .

TAM, V. W. Y.; TAJI, I.; GHORBANI, S.; DE BRITO, J.; SHARIFI, S.; DAVOODI, A.;
TAVAKKOLIZADEH, M. Application of statistical analysis to evaluate the corrosion
resistance of steel rebars embedded in concrete with marble and granite waste dust.
Journal of Cleaner Production, v. 210, p. 837–846, 2019.

TAM, V. W. Y.; TAM, C. M. A review on the viable technology for construction waste
recycling. Resources, Conservation and Recycling, v. 47, n. 3, p. 209–221, 2006.

TAQUES, F. H.; SOUZA, H. P. B. de; ALENCAR, D. A. The 2007-08 Financial Crisis


from a Marxist View. Modern Economy, v. 08, n. 09, p. 1069–1081, 2017.

TEKLAY, A.; YIN, C.; ROSENDAHL, L. Flash calcination of kaolinite rich clay and
impact of process conditions on the quality of the calcines: A way to reduce CO2
footprint from cement industry. Applied Energy, v. 162, p. 1218–1224, 2016.

THWE, E.; KHATIWADA, D.; GASPARATOS, A. Life cycle assessment of a cement


plant in Naypyitaw, Myanmar. Cleaner Environmental Systems, v. 2, p. 100007,
2021.

TIEMI, C.; COLODEL, M.; IBP, F. Systematic approach for the transferability of life
cycle inventory data between countries. In: 8th International Conference on
EcoBalance, Tokyo. Anais... Tokyo: 2008.
136

TONON, D. C. D. S. Avaliação do ciclo de vida (ACV) dos concretos


compostos com agregados graúdos de construção e demolição em diferentes
teores de substituição. Porto Alegre. 2019. 93 p. Dissertação (Mestrado em
Engenharia e Tecnologia de Materiais). Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul, Brasil.

TOŠIĆ, N.; MARINKOVIĆ, S.; DAŠIĆ, T.; STANIĆ, M. Multicriteria optimization of


natural and recycled aggregate concrete for structural use. Journal of Cleaner
Production, v. 87, n. 1, p. 766–776, 2015.

TRINDADE, J. C. A influência do teor de agregados reciclados provenientes de


concretos simples com diferentes resistências no comportamento anti-
cisalhamento. Campos dos Goytacazes. 2017. 140 p. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil). Universidade Estadual do Norte Fluminense, Brasil.

TSENG, M.-L.; LIN, S.; CHEN, C.-C.; SARMIENTO, L. S. C.; TAN, C. L. A causal
sustainable product-service system using hierarchical structure with linguistic
preferences in the Ecuadorian construction industry. Journal of Cleaner Production,
v. 230, p. 477–487, 2019.

UDOMSAP, A. D.; HALLINGER, P. A bibliometric review of research on sustainable


construction, 1994–2018. Journal of Cleaner Production, v. 254, p. 120073, 2020.

UGAYA, C. M. L.; NETO, J. A. de A.; FIGUEIREDO, M. C. B. de. Recomendação de


modelos de avaliação de impacto do ciclo de vida para o contexto brasileiro.
IBICT: 2019, 161 p.

UN ENVIRONMENT, KAREN L. SCRIVENERA, VANDERLEY M. JOHNB, E. M. G.


Eco-efficient cements: Potential economically viable solutions for a low-CO2 cement-
based materials industry. Cement and Concrete Composites and Concrete
Research, p. 2–26, 2018.

UTAMA, A.; GHEEWALA, S. H. Indonesian residential high rise buildings: A life cycle
energy assessment. Energy and Buildings, v. 41, n. 4, p. 1263–1268, 2009.

VALVERDE, F. M. O novo normal na indústria de agregados. Associação nacional


das entidades de produtores de agregados para construção - ANEPAC, 2020.
137

VEDRONI, W. J.; CARVALHO, D. de. Case study: use of construction and


demolition residues in road repair work in Piracicaba-SP. HOLOS Environment, v. 8,
n. 2, p. 149–165, 2008.

VERDAGUER, B.; LLATAS, C.; MARTÍNEZ, A. Critical review of bim-based LCA


method to buildings. Energy and Buildings, v. 136, p. 110–120, 2017.

VIEIRA, D. R.; CALMON, J. L.; COELHO, F. Z. Life cycle assessment (LCA) applied
to the manufacturing of common and ecological concrete: A review. Construction and
Building Materials, v. 124, p. 656–666, 2016.

VIEIRA, D. R.; CALMON, J. L.; ZULCÃO, R.; COELHO, F. Z. Consideration of strength


and service life in cradle-to-gate life cycle assessment of self-compacting concrete in
a maritime area: a study in the Brazilian context. Environment, Development and
Sustainability, v. 20, n. 4, 2018.

VISINTIN, P.; XIE, T.; BENNETT, B. A large-scale life-cycle assessment of recycled


aggregate concrete: The influence of functional unit, emissions allocation and carbon
dioxide uptake. Journal of Cleaner Production, v. 248, p. 119243, 2020.

WAGIH, A. M.; EL-KARMOTY, H. Z.; EBID, M.; OKBA, S. H. Recycled construction


and demolition concrete waste as aggregate for structural concrete. HBRC Journal,
v. 9, p. 193–200, 2013.

WANG, C.; GENG, L.; CASALLAS, J. D. R. How and when higher climate change risk
perception promotes less climate change inaction. Journal of Cleaner Production, v.
321, p. 128952, 2021.

WANG, J.; WU, H.; TAM, V. W. Y.; ZUO, J. Considering life-cycle environmental
impacts and society’s willingness for optimizing construction and demolition waste
management fee: An empirical study of China. Journal of Cleaner Production, v.
206, p. 1004–1014, 2019.

WASKOW, R. P.; SANTOS, V. L. G.; KANNO, R.; TUBINO, R. M. C. Cost Assessment


of the Brazilian Construction and Demolition Waste Recycling Plant: A Case Study of
Porto Alegre. Revista Asociación Interamericana de Ingeniería Sanitaria y
Ambiental (AIDIS). 2019.
138

WEIL, M.; JESKE, U.; SCHEBEK, L. Closed-loop recycling of construction and


demolition waste in Germany in view of stricter environmental threshold values. Waste
Management, v. 24, p. 197-206, 2006.

WERNET, G.; BAUER, C.; STEUBING, B.; REINHARD, J.; MORENO RUIZ, E.;
WEIDEMA, B. The ecoinvent database version 3 (Part I): Overview and methodology.
The International Journal of Life Cycle Assessment, v. 21, p. 1–13, 2016.

WILENIUS, M. Society , consciousness and change — An inquiry into Pentti Malaska’s


futures thinking. Futures, v. 61, p. 58–67, 2014.

WASKOW, R. P. Avaliação técnica, ambiental e econômica do uso do jigue a ar na


reciclagem do resíduo da construção e demolição (RCD) brasileiro. Porto Alegre.
2019. 147 p. Tese (Doutorado em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais).
Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil.

XIAO, J.; LI, W.; FAN, Y.; HUANG, X. An overview of study on recycled aggregate
concrete in China (1996–2011). Construction and Building Materials, v. 31, p. 364–
383, 2012.

YANG, S.; LIM, Y. Mechanical strength and drying shrinkage properties of RCA
concretes produced from old railway concrete sleepers using by a modified EMV
method. Construction and Building Materials, v. 185, p. 499–507, 2018.

YAZDANBAKHSH, A.; BANK, L. C.; BAEZ, T.; WERNICK, I. Comparative LCA of


concrete with natural and recycled coarse aggregate in the New York City area.
International Journal of Life Cycle Assessment, v. 23, n. 6, p. 1163–1173, 2018.

YEHEYIS, M.; HEWAGE, K.; ALAM, M. S.; ESKICIOGLU, C.; SADIQ, R. An overview
of construction and demolition waste management in Canada: A lifecycle analysis
approach to sustainability. Clean Technologies and Environmental Policy, v. 15, p.
81–91, 2013.

YILMAZ, Y.; SEYIS, S. Mapping the scientific research of the life cycle assessment in
the construction industry: A scientometric analysis. Building and Environment, v.
204, p. 108086, 2021.
139

YOONUS, H.; AL-GHAMDI, S. G. Environmental performance of building integrated


grey water reuse systems based on Life-Cycle Assessment: A systematic and
bibliographic analysis. Science of The Total Environment, v. 712, p. 136535, 2020.

YU, H.; ZHU, Z.; ZHANG, Z.; YU, J.; OESER, M.; WANG, D. Recycling waste
packaging tape into bituminous mixtures towards enhanced mechanical properties and
environmental benefits. Journal of Cleaner Production, v. 229, p. 22–31, 2019.

ZENG, Q.; LI, L.; LIU, J.; LU, T.; XU, J.; AL-MANSOUR, A.; WANG, J.; XIA, J.
Microstructure and properties of concrete with ceramic wastes. Handbook of
Sustainable Concrete and Industrial Waste Management, p. 229-253, 2022.

ZHANG, L. W.; SOJOBI, A. O.; KODUR, V. K. R.; LIEW, K. M. Effective utilization and
recycling of mixed recycled aggregates for a greener environment. Journal of Cleaner
Production, v. 236, p. 117600, 2019.

ZHANG, Y.; LUO, W.; WANG, J.; WANG, Y.; XU, Y.; XIAO, J. A review of life cycle
assessment of recycled aggregate concrete. Construction and Building Materials,
v. 209, p. 115–125, 2019.

ZHANG, R. QURESHI.; T. S.; PANESAR, D.K. Use of industrial waste in construction


and a cost analysis. Handbook of Sustainable Concrete and Industrial Waste
Management, p. 615-635, 2022.

ZOMBINI, E. V. Educação Ambiental e Saneamento Básico para a Promoção da


Saúde da Criança. p. 146, 2013.

ZONG, L.; FEI, Z.; ZHANG, S. Permeability of recycled aggregate concrete containing
fly ash and clay brick waste. Journal of Cleaner Production, v. 70, p. 175–182, 2014.
140

ANEXO

DADOS DE ENTRADA DO SIMAPRO – INVENTÁRIO PARA FABRICAÇÃO DE 1M³


DE CONCRETO COM 32 MPA

INSUMO QUANTIDADE UNIDADE

Ácido acético, sem água, no estado de solução a 98% {GLO}* 0,054 kg

Químico, orgânico {GLO}* 0,037798 kg

Mistura do concreto {GLO}* 4,57E-7 p

Diesel, queimado na máquina de construção {GLO}* 15,64272 MJ

Eletricidade, média tensão {BR}* 770,83 KWh

Óxido de etileno {ROW}* 0,216 kg

Álcool gorduroso {GLO}* 2,7 kg

Calor, distrital ou industrial, gás natural {GLO}* 3,697541 MJ

Calor, distrital ou industrial, gás natural {RoW} | aquecimento* 6,934729 MJ

Óleo lubrificante {RoW}* 0,0119 kg

Aço de baixa liga, laminado a quente {GLO}* 0,0238 kg

Borracha sintética {GLO}* 0,00713 kg


CONREF00

Cimento Portland V ARI (Tabela 4.7) 283,02 kg

Brita 19 mm (Tabela 4.7) 1.074,85 kg

Areia (Tabela 4.7) 929,04 kg

Água da torneira {GLO} (Tabela 4.7) 180,61 kg


CONARM25

Cimento Portland V ARI (Tabela 4.7) 346,84 kg

Brita 19 mm (Tabela 4.7) 781,29 kg

Areia (Tabela 4.7) 827,87 kg


141

INSUMO QUANTIDADE UNIDADE

CONARM25

Agregado reciclado (Tabela 4.7) 260,43 kg

Água da torneira {GLO} (Tabela 4.7) 182,89 kg


CONARM50

Cimento Portland V ARI (Tabela 4.7) 427,59 kg

Brita 19 mm (Tabela 4.7) 504,72 kg

Areia (Tabela 4.7) 710,72 kg

Agregado reciclado (Tabela 4.7) 504,72 kg

Água da torneira {GLO} (Tabela 4.7) 187,12 kg


CONARM75

Cimento Portland V ARI (Tabela 4.7) 534,55 kg

Brita 19 mm (Tabela 4.7) 244,36 kg

Areia (Tabela 4.7) 567,69 kg

Água da torneira {GLO} (Tabela 4.7) 194,23 kg

Agregado reciclado (Tabela 4.7) 733,09 kg


CONARM100

Cimento Portland V ARI (Tabela 4.7) 547,26 kg

Areia (Tabela 4.7) 526,25 kg

Água da torneira {GLO} (Tabela 4.7) 192,05 kg

Agregado reciclado (Tabela 4.7) 951,05 kg

EMISSÕES PARA O AR

Água* 0,006141 m³

EMISSÕES PARA A ÁGUA

Cloretos* 3,09E-9 kg

Cobre* 1,55E-8 kg

Ferro* 1,55E-8 kg

Óleos* 2,32E-7 kg

Sólidos em suspensão* 4,64E-7 kg

Fonte: Ecoinvent 3.6*

Você também pode gostar