Tese - Iasminy Da Cunha
Tese - Iasminy Da Cunha
Tese - Iasminy Da Cunha
Porto Alegre
2022
ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DE CONCRETOS COM
AGREGADO RECICLADO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
Porto Alegre
Junho, 2022
ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DE CONCRETOS COM
AGREGADO RECICLADO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
Porto Alegre
Junho, 2022
ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DE CONCRETOS COM
AGREGADO RECICLADO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
Dedico este trabalho a meus avôs Quina e Lenes, ao meu irmão Lucas e em
especial aos meus pais Márcia e Nino Cunha.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Márcia e Nino Cunha, que foram à base de tudo para mim,
apoiando-me nos momentos difíceis com força, confiança, amor, ensinando-me a
persistir nos meus objetivos e ajudando a alcançá-los.
Aos meus avôs Quina e Lenes, pelo amor que tem comigo. Por acreditarem e
torcerem sempre por mim, me incentivando em todos os momentos em que precisei.
Se chegar até aqui foi possível, foi devido ao apoio de todos vocês que são
únicos.
Enfim, agradeço todos que de alguma forma contribuíram para o sucesso deste
trabalho. Muito obrigado!
SUMÁRIO
Figura 1.1 - Variação entre a construção civil e o Produto Interno Bruto do Brasil entre
os anos de 2004 a 2022 ............................................................................................ 24
Figura 3.1 - Fluxograma do ciclo de vida dos produtos da construção civil .............. 34
Figura 3.2 - Fluxograma das etapas para obtenção do agregado reciclado ............. 39
Figura 3.6 – Comparação entre os bancos de dados utilizados nas avaliações do ciclo
de vida ....................................................................................................................... 48
Figura 5.13 – Contribuição dos insumos constituintes dos concretos nas categorias de
impacto global ........................................................................................................... 94
Tabela 3.1 - Quantitativo de resíduos de construção civil coletados por regiões no ano
de 2020 ..................................................................................................................... 35
Tabela 4.3 – Quantitativos de insumos para produzir 1m³ de concreto para f c= 32 MPa
.................................................................................................................................. 62
Tabela 4.4 – Inventário do ciclo de vida para a produção de 1 tonelada de brita, areia
e agregado reciclado ................................................................................................. 67
SIGLAS
SÍMBOLOS
% Porcentagem
R$ Reais
U$ Dólar americano
α Teor de argamassa
°C Graus Celsius
ABREVIATURAS
CUNHA, Iasminy Borba da. Análise dos impactos ambientais de concretos com
agregado reciclado de resíduos de construção civil. Porto Alegre 2022. Tese.
Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Materiais, PONTIFÍCIA
UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL.
INTRODUÇÃO
impostos, além de criar empregos e renda. Porém, desde os meados do fim de 2014
o país vem enfrentando uma crise econômica, que levou esse setor a encolher 20,5%.
Entretanto, em 2021 o PIB da construção civil aumentou 8%, onde acarretou a
geração de 245.939 empregos. Porém, a Câmara Brasileira da Indústria da
Construção Civil (CBIC), acredita que em 2022 ela perderá fôlego, e irá crescer
apenas 2% o que resultará na criação de 110.000 novos postos de trabalho
(COINFRA/CBIC, 2019; 2021).
Figura 1.1 - Variação entre a construção civil e o Produto Interno Bruto do Brasil entre os anos de
2004 a 2022
Fonte: Conselho de Infraestrutura da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil, 2019 e 2021
Apesar dessa recessão, a construção civil continua sendo responsável por uma
grande parcela dos impactos ambientais, pois utiliza 50% dos recursos naturais
disponíveis no planeta, emite 23% do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera,
consome 40% da energia total gerada e produz 52,32% da massa total de resíduos
sólidos dispostos em meio urbano, sendo que esse grande volume deve-se ao fato de
que praticamente todas as atividades desenvolvidas pelo setor são geradoras de
entulho (BOVEA; POWELL, 2016; CUNHA, 2016; VERDAGUER; LLATAS;
MARTÍNEZ, 2017; HUANG et al., 2018).
25
OBJETIVO GERAL
Objetivos Específicos
Delimitação do Trabalho
Estrutura do Trabalho
No quarto capítulo, está descrito o método utilizado. Nele, são ainda definidas
todas as premissas necessárias para a avaliação do custo e ciclo de vida.
Preocupado com essa situação, em abril de 1968 foi criado por Aurelio Peccei,
o Clube de Roma, que era uma organização que reunia cientistas, pedagogos,
economistas, humanistas, industriais e funcionários públicos, e tinha como objetivo
altercar sobre os problemas que desafiavam a humanidade. Essas altercações,
tiveram como resultado a publicação de um relatório em 1972, conhecido como: Os
Limites do Crescimento (The Limits to Growth), elaborado por uma equipe do
Massachusetts Institute of Technology (MIT), que argumentava sobre a necessidade
de conquistar um equilíbrio global, baseado em limites do crescimento da população,
no desenvolvimento econômico dos países subdesenvolvidos e em uma atenção aos
problemas ambientais. Esse relatório causou impacto entre a comunidade científica,
pois apresentava cenários catastróficos de como seria o planeta, caso o padrão de
desenvolvimento vigente na época permanecesse. Devido aos resultados
demonstrados, nas décadas seguintes foram realizadas pela Organização das
Nações Unidas (ONU) conferências mundiais para debater questões globais, que
visavam à busca de soluções para os problemas ambientais (CASTAÑEDA, 2014;
WILENIUS, 2014; GERMAIN, 2020).
ECO 92, e contou com a presença de 172 países representados por aproximadamente
dez mil participantes, incluindo 116 chefes de Estado. Nela foi assinada a Declaração
do Rio e a Agenda 21, além de ser criada a Convenção da Biodiversidade e das
Mudanças Climáticas, que resultou no Protocolo de Kyoto, que foi assinado em 1997
e previa que as nações reduzissem a emissão de gases causadores do efeito estufa,
em 5,2% em comparação com os níveis medidos em 1990, sendo seu principal alvo
o dióxido de carbono. O Protocolo de Kyoto entrou em vigor no dia 16 de fevereiro de
2005, e previa que suas metas fossem atingidas entre 2008 e 2012 (CASTAÑEDA,
2014; CUNHA, 2016; KURIYAMA; ABE, 2018).
Após dez anos de sua elaboração, o Protocolo de Kyoto foi debatido na 18°
Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima ou COP 18, realizada em
2012 na cidade de Doha, no Catar. Através do debate entre os países presentes, foi
possível perceber que as metas estabelecidas para as reduções de gases não foram
atingidas. Sendo assim, ele foi estendido até o ano de 2020, pois era uma ferramenta
que comprometia os países industrializados a reduzir os gases de efeito estufa (GEE)
(CUNHA, 2016; KURIYAMA; ABE, 2018; BEEK et al., 2020).
Por isso, é necessário torná-la uma atividade menos impactante e para isso, os
arquitetos e engenheiros devem empregar em seus projetos, materiais ecológicos e
soluções tecnológicas, para promover o bom uso e a economia de recursos finitos, a
redução da poluição e o conforto de seus moradores, pois de acordo com Cunha,
(2016) e Huang et al. (2020), esse é um setor circunspecto por um produto com longa
vida útil, que vai desde a extração, o processamento da matéria-prima, a manufatura,
o transporte, a distribuição, o uso, o reuso, a manutenção, a reciclagem e a disposição
final dos materiais de construção, conforme apresentado no fluxograma da Figura 3.1.
Por ter um longo ciclo de vida, a construção civil é responsável pela geração
de uma grande quantidade de resíduos, que de acordo com Menegaki, Damigos
(2018) e Wang et al. (2019) pode chegar a 70% da massa total de resíduos sólidos
urbanos (RSU) nos países subdesenvolvidos e 30% nos países desenvolvidos. Sendo
assim, anualmente a construção civil gera aproximadamente 3,5 bilhões de toneladas
de resíduos e seus principais países contribuintes são a China, responsável por 2,36
milhões de toneladas, os Estados Unidos que produz cerca de 534 milhões de
toneladas e a Índia que redundaram 530 milhões de toneladas de RCC por ano.
Enquanto isso, a União Europeia que é composta por 28 países foi responsável por
corporificar 871 milhões de toneladas de resíduos de construção (AKHTAR; SARMAH,
2018; RUIZ; RAMÓN; DOMINGO, 2020; CHEN et al., 2021).
Tabela 3.1 - Quantitativo de resíduos de construção civil coletados por regiões no ano de 2020
Coleta Total Coleta per capita
Região %
(t/ano) (kg/hab/ano)
Norte 1.812.955 97,09 3,86
Padovan (2013), Silva (2017) e Hoang et al. (2020) discutem que a composição
desses RCC irão variar de acordo com as tecnologias, técnicas e culturas construtivas
de cada país.
36
Classe Características
Classe Características
Segundo Zhang et al. (2019) a China, uma das maiores economias globais,
possui uma taxa de reciclagem de 5% e os Estados Unidos 70%. Enquanto isso Tam,
Soomro e Evangelista (2018) afirmam que países europeus, tais como: Dinamarca,
Alemanha, Holanda e Reino Unido possuem uma taxa de recuperação de RCC
superior a 65%. Porém na Finlândia, Portugal, Espanha e Suíça, a taxas de reciclagem
estão inferiores a 30%, longe das metas que tinham sido estabelecidas para o ano de
2020 que era de 70%.
Ge et al. (2015), Rahman et al. (2015), Arshad, Ahmed (2017), Yang, Lim (2018)
e Yu et al. (2019) realizaram estudos para empregar os agregados reciclados, como
base e sub-base de pavimentos rodoviários. De forma geral os autores concluíram
que ocorreu uma queda no desempenho mecânico, pois de acordo com Lotfy e Al-
Fayez (2015) eles apresentam menor densidade, maiores valores de absorção de
água, menor resistência ao impacto e à abrasão. Nwakaire et al. (2020) acreditam que
a natureza da fonte e a presença de microfissuras originadas durante o processo de
britagem, entre outros fatores, afetam nas propriedades dos agregados reciclados.
41
Entretanto, Echevarria et al. (2020) concluíram que pode-se substituir até 50% dos
agregados naturais pelo agregado graúdo reciclado, o que irá contribuir para
minimizar os impactos da indústria da construção de rodovias, que segundo Saberian
et al. (2020) é responsável por 25% do consumo global dos combustíveis fósseis e
por emitir cerca de 30% dos gases do efeito estufa.
Enquanto isso, Rocamora, Guzmán, Marrero (2016), Bravo et al. (2018) e Jesus
et al. (2021) reiteram que os agregados reciclados podem ser utilizados em
substituição aos agregados naturais durante a produção de argamassas e concretos,
porém eles apresentam menor densidade de partículas, maior absorção d’água e
massa específica aparente mais baixa, o que resulta na diminuição da resistência
mecânica do concreto e eleva a profundidade de carbonatação. Por isso, Tam, Tam
(2006), Xiao et al. (2012), Abd Elhakam, Mohamed, Awad (2012), Özalp et al., (2016)
e Ahmad et al. (2021) recomendam um teor de substituição de até 30% da massa total
dos agregados naturais. Porém, Yazdanbakhsh et al. (2018) afirmam que essa
substituição não irá afetar significativamente os impactos ambientais. Sendo assim,
Ghanbari, Abbasi e Ravanshadnia (2018) concluíram que um teor ótimo de
substituição seria de 50% de agregados naturais pelos reciclados, a fim de se obter a
redução das emissões de gases de efeito estufa e gerar economia no consumo de
energia.
Figura 3.3 – Principais impactos ambientais e sociais ocasionados durante a produção do cimento
Fonte: Adaptado de Carvalho, 2008
Nos anos seguintes, a ISO publicou uma nova edição das normas 14.040:
2014, 14.044: 2014, 14.049: 2014, 14.047: 2016 e 14.071: 2018 de avaliação de ciclo
de vida, cujo objetivo era melhorar a legibilidade e remover erros e outras
inconsistências. A SETAC continua formando parcerias e criando iniciativas para
colocar em prática o conceito de ciclo de vida e assim poder melhorar as ferramentas
de apoios, através da obtenção de dados de impactos ambientais mais recentes.
O escopo, por sua vez, define o que está incluído no sistema e quais serão os
métodos de avaliação empregados, e de acordo com a norma ISO 14.044 (ABNT,
2014), nele devem ser considerados e descritos alguns aspectos. O primeiro deles
consiste na definição das funções do sistema de produto, unidade funcional (medida
que permite a quantificação da função definida) e o fluxo de referência (referência em
relação a qual os dados de entrada e saída serão normalizados), além de constar o
sistema de produto e suas fronteiras. Sendo assim, o escopo deve ser bem definido,
pois ele irá assegurar a extensão, profundidade e o grau de detalhamento necessário
ao estudo (LI; ZHU; ZHANG, 2010; INGRAO et al., 2014; VIEIRA; CALMON;
COELHO, 2016).
Todavia, Filho, Junior e Luedemann (2016) afirmam que o item mais importante
do escopo é o procedimento de alocação, pois através dele serão observados os
fluxos de materiais, de energia e de liberações ao ambiente associado, conforme
apresenta o fluxograma da Figura 3.5.
Quadro 3.3 – Principais bancos de dados para ser empregados na realização da avaliação do ciclo de
vida
Estados Unidos: USLCI Database, que foi desenvolvida pelo National Renewable Energy Laboratory
(NREL) e o Athena Sustainable Materials Institute, ela é aberta ao público e contém dados de materiais
e processos. Os inventários disponibilizados atendem à ISO/TS 14.048, sendo compatível com
diversos formatos de softwares;
Holanda: IVAM LCA Data 4.0, desenvolvido pela agência de pesquisa IVAM em parceria com
Departamento de Ciências Ambientais da Universidade de Amsterdã, ela é uma compilação de bases
de dados conhecidas de materiais e processos, tais como: APME, BUWAL e ETH 96;
União Europeia: European reference Life Cycle Database (ELCD), que é uma base de dados fornecida
e aprovada por associações empresariais da União Europeia e possui acesso livre;
Suécia: SPINE@CPM, que foi desenvolvido pelo Competence Centre for Environmenal Assessment
of Product and Material System - CPM na Chalmers University of Technology e contém informações
detalhadas de atividades de transportes, geração de energia, produção de materiais e gerenciamento
de resíduos sólidos, e possui acesso livre;
Alemanha: GaBi, é um banco de dados padrão elaborado para ser utilizado no software GaBi, cujos
dados fornecidos são de pequenas, médias e grandes empresas do país.
Suíça: Ecoinvent, que foi elaborado por um consórcio entre o governo e empresas, ela é considerada
a base de dados mais extensa e importante, para sua utilização, é necessário ter a licença para
acesso, que está disponível nos softwares: Umberto NXT LCA, IKE, GaBi, SimaPro, Team e Quantis
Suíte.
Figura 3.6 – Comparação entre os bancos de dados utilizados nas avaliações do ciclo de vida
Fonte: Rocamora, Guzmán e Marrero, 2016
Entretanto, por possuírem informações globais, muitas vezes elas diferem com
a realidade do país onde a ACV está sendo realizada, podendo levar a problemas
como contagem dupla e interpretações errôneas, o que acarreta erros de análise. Por
isso, Dong et al. (2015) comentam que alguns estudos vem sendo realizados sobre
as necessidades de nacionalizar o maior número de elementos a serem utilizados na
ACV.
Na Nova Zelândia, Nebel, Alcorn e Wittstock (2009) formularam uma ACV para
materiais de construção, integrando dados locais ao banco de dados do GaBi. Da
mesma forma, a autoridade de habitação de Hong Kong estabeleceu um inventário de
materiais de construção com base em bancos de dados no exterior, como IVAM,
BUWAL e ETH-SEU (HONG et al., 2015). Enquanto isso, Tiemi, Colodel e IBP
(2008) apresentaram uma abordagem para transferir os dados de ACV entre países,
fornecendo um conjunto de fatores de conversão, tais como: o inventário a ser
adaptado deve ser exteriorizado em termos de processos unitários, ou seja, não
apenas em termos de resultados finais do sistema de produto, que devem ser
similares, por isso, devem apresentar as mesmas propriedades e qualidade em ambos
os países. Enquanto isso, Chau et al. (2007) desenvolveram um fluxograma de
processo para ajudar a identificar os possíveis ajustes para os ACV de materiais de
49
construção. Porém, Dong et al. (2015) afirmam que as variáveis modificáveis são
predominantemente a eletricidade, o combustível e o transporte, bem como as
interações entre os mesmo. Enquanto isso, no Brasil Castro et al. (2015) realizaram
uma análise da viabilidade técnica da adaptação dos dados para o contexto nacional,
através de um estudo de caso sobre o emprego do concreto para paredes moldadas
no local. Porém, os autores concluíram que essas pequenas adaptações não foram
suficientes para obtenção de um resultado mais próximo da realidade nacional. Sendo
assim, Dong et al. (2015) acreditam que pequenas alterações podem induzir a
incertezas nas estimativas, por isso as variáveis devem ser ajustadas, conforme a
disponibilidade dos fornecedores e descritas no inventário (ABOUHAMAD; ABU-
HAMD, 2019).
Além dessas etapas, pode-se realizar uma avaliação do custo do ciclo de vida,
que de acordo com a norma ISO 15.686-5 (2017), é uma metodologia para avaliação
econômica sistemática de custos do ciclo de vida de um período de análise, conforme
definido no escopo da avaliação do ciclo de vida e tem como objetivo determinar a
opção mais econômica entre as diferentes alternativas. Em palavras simples, os
custos do ciclo de vida referem-se ao custo de um ativo ao longo de seu ciclo de vida,
50
e é composto por quatro categorias: a primeira delas é custo inicial que refere-se ao
custo da matéria-prima e transporte, na segunda o custo operacional, terceira o custo
de manutenção/reparo e por fim o custo de descarte (ABOUHAMAD; ABU-HAMD,
2019).
De acordo com Jiang et al. (2015), Cunha (2016) e Song et al. (2021), toda
atividade humana independentemente de suas características, acarreta em impactos
ao meio ambiente, pois mesmo na era paleolítica quando os homens sobreviviam da
prática da caça, da pesca e da coleta dos vegetais, o impacto ambiental já estava
presente. Os autores, afirmam que com o surgimento das civilizações, o homem
passou a extrair do meio ambiente mais do que o imprescindível para sua
subsistência, pois eles acreditavam que os bens naturais foram criados para livre
disposição, e por isso, são renováveis o que acarretou no desequilíbrio do
ecossistema e do meio ambiente. Consequentemente, em alguns locais do mundo já
surgem as implicações como falta de água, poluição urbana, aquecimento global e
esgotamento de outros recursos naturais.
Faleschini et al. (2016) realizaram na Itália uma avaliação do ciclo de vida para
quantificar os impactos ambientais para obtenção dos agregados naturais e reciclados
de RCC, e concluíram que os agregados naturais geram mais externalidades, devido
as emissões atmosféricas, remoção da camada vegetal e as detonações de rocha.
Enquanto isso, Hossain et al. (2016) afirmam que o beneficiamento dos resíduos de
construção, reduz cerca de 65% das emissões de gases de efeito estufa e
economizam 58% no consumo de energia renovável. Sendo assim, Poon, Kou e Lam
(2002) realizaram um estudo para avaliar a viabilidade da utilização dos RCC, na
fabricação de blocos de concreto, e concluíram que a substituição do agregado
natural graúdo e miúdo por agregado reciclado em níveis de 25% e 50% teve pouco
efeito na resistência do bloco, mas níveis mais elevados de substituição reduziram a
resistência à compressão.
Todavia, Tonon (2019) afirma que uma das mais relevantes pesquisas
desenvolvidas sobre a utilização de resíduos de construção e demolição, a fim de
obter-se agregado reciclado foi realizada por Marinković et al. em 2010, onde os
autores compararam o impacto ambiental da produção do concreto usinado com
agregado natural e com agregado reciclado, para isso, eles empregaram como
unidade funcional 1m³ de agregados, e o traço dos concretos foi determinado para
que ambos os tipos tivessem a mesma resistência à compressão e a mesma
trabalhabilidade. Posto isto, os autores concluíram que a produção de cimento foi a
que mais contribuiu em todas as categorias de impacto, seguida pelo transporte dos
insumos empregados na confecção do concreto. Diferentemente do ocorrido na ACV
desenvolvida por Estanqueiro et al. (2016), cujo os autores verificaram que o uso de
agregado reciclado na produção de concretos foi favorável apenas nas categorias de
uso da terra e inorgânicos inaláveis.
Tonon (2019), Yilmaz e Seyis (2021) afirmam que 66,3% das pesquisas sobre
a ACV e os resíduos de construção civil foram elaborados nos países europeus, 17,5%
nos Estados Unidos, 10% na Ásia, 3,8% na Oceania e 2,5% na África. Acredita-se que
isso ocorra, pois os países europeus estabeleceram uma meta que até o ano de 2020
deveriam ser reciclados ou reutilizados 70% dos resíduos de construção civil, pois a
partir de 2025 será proibido a disposição de RCC em aterros de resíduos recicláveis,
devido ao seu potencial de reciclagem. Na Nova Zelândia e Austrália, ficou
estabelecida uma taxa de 80% de reaproveitamento e, para isso, os países vêm
impondo uma tarifa de aterro sanitário sobre o descarte de resíduos. Anteriormente,
esse valor variava entre U$S 31,00 a U$S 76,00 porém em 2016, tal tarifa passou a
ter um aumento de U$S 10,00 ao ano com a revisão de incremento de custo (BOVEA;
POWELL, 2016).
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Método de Pesquisa
De acordo com Silva e Menezes (2005) a pesquisa sob o ponto de vista da sua
natureza pode ser classificada como aplicada, pois tem como objetivo gerar
conhecimento para a aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos,
envolvendo verdades e interesses locais, tais como: minimizar os impactos ambientais
ocasionados pela geração de resíduos de construção civil e a fabricação do concreto.
Quanto aos objetivos trata-se de uma pesquisa exploratória múltipla porque tem
como propósito a formulação de uma problemática específica por meio de um estudo
de caso, o qual exige: levantamento bibliográfico, discussão com envolvidos nos
processos e análise de exemplos que estimulem a compreensão (MENEZES; SILVA,
2005).
57
Método de Trabalho
Análise
Escolha e
gravimétrica dos Dosagem dos Definição do
caracterização dos
resíduos de concretos objetivo e escopo
insumos
construção civil
Definição das
Caracterização Normalização dos
categorias de Interpretação dos
dos impactos impactos
impactos resultados
ambientais ambientais
ambientais
Análise de
Análise das Determinação do
sensibilidade da
emissões por fator ótimo de Análise de custo
distância
materiais substituição
percorrida
Conclusões
29,01%
Argamassa
Diversos
47,99% Vidros
Agregados
Cerâmica
8,02% Concreto
12,98%
0,08% 1,92%
Sendo assim, na Figura 4.2 observa-se que a maior parte dos resíduos de
construção civil empregado no presente trabalho é composto por concreto e
argamassa, uma vez que corresponde a 77% dos materiais, cuja fração minoritária
são de materiais diversos com índice de 1,92%, inferior ao estabelecido pela NBR
15.115 (ABNT, 2019) que é de 3% (SILVA; ANDRADE, 2017).
Como agregado miúdo utilizou-se a areia siliciosa extraída das margens do Rio
Jacuí localizado na cidade de Porto Alegre (RS), e como agregados graúdos foram
empregados dois tipos diferentes de materiais: a brita basáltica oriunda da cidade de
Montenegro (RS) e o agregado reciclado de Santo Antônio da Patrulha (RS). Foram
realizados ensaios de caracterização dos mesmos, conforme apresentado na Tabela
4.2 e na Figura 4.3.
Dosagem do Concreto
uma estrutura construída for exposta ao grande risco de deterioração (NBR 6.118,
ABNT, 2014).
O objetivo deste estudo foi realizar uma avaliação do ciclo de vida entre o
concreto com agregado graúdo natural (CONREF00), que não apresenta nenhuma
substituição, com o concreto composto por agregado reciclado em diferentes teores
de substituição em massa (25%, 50%, 75% e 100%). Sendo assim, inicialmente os
agregados reciclados foram empregados na condição saturada com superfície seca.
Isso quer dizer que esses agregados reciclados foram saturados em água por 24
horas antes do início da produção do concreto a fim de evitar a absorção de água da
mistura e garantir a hidratação do cimento. Por isso, Lovato et al. (2012), determinam
que seja realizado a compensação de volume, através da Equação 4.1.
ρ𝐴𝐺𝑅𝐸𝐶
𝑀𝐴𝐺𝑅𝐸𝐶 = 𝑀𝐴𝐺𝑁 ∗ (4.1)
ρ𝐴𝐺𝑁
Onde: MAGREC= massa do agregado reciclado (g); MAGN= massa do agregado natural
(g); ρAGREC= massa específica do agregado reciclado (g/cm 3) e ρAGRN= massa
específica do agregado natural (g/cm3).
62
Tabela 4.3 – Quantitativos de insumos para produzir 1m³ de concreto para fc= 32 MPa
Com base nesses traços (Tabela 4.3) foi desenvolvido o inventário do ciclo de
vida a fim de realizar a avaliação do ciclo de vida (ACV) dos concretos, conforme será
apresentado nos itens a seguir.
VIERA, CALMON, COELHO, 2016; PAULA, 2016, ROCAMORA, 2016; DONG et al.,
2015; INGRAO et al., 2014), pois o mesmo contém o maior volume de informações
sobre materiais de construção civil. Enquanto isso, o método de cálculo utilizado para
a caracterização e normalização dos impactos de ciclo de vida foi o CML 2002, pois
de acordo com Ingrao et al. (2014) ele é o mais empregado para pesquisas na área
de análise ambiental de concretos.
De acordo com a NBR 14.044 (ABNT, 2014), a qualidade dos dados adotados
deve contemplar a cobertura temporal, geográfica e tecnológica, a representatividade,
66
A partir dos dados disponíveis, optou-se por realizar uma adaptação na matriz
energética empregada nos processos para brasileira, pois de acordo com Reichert e
Souza (2021) 80,4% da energia gerada no Brasil é de fonte renovável. Para isso, foi
adotado o processo de eletricidade de média tensão {BR} (Electricity, medium voltage
{BR}| market for | Cut-off).
67
Tabela 4.4 – Inventário do ciclo de vida para a produção de 1 tonelada de brita, areia e agregado
reciclado
Agregado
Fluxo de Entrada Unidade Areia Brita
Reciclado
Areia natural in natura t 1,127 - -
Basalto t - 1,05 -
RCC t - - 1,25
Explosivo (tovex) kg - - -
Matérias-primas e
Eletricidade kWh - - 1,4824
insumos
Água m³ - - 0,001
Diesel l - - 0,8706
Óleo lubrificante l - - 0,0252
Transporte tkm - - 12,5000
Areia t 1,0000 - -
Brita t - 1,0000 -
Produtos; Agregado reciclado t - - 1,0000
Coprodutos;
Resíduos Fração de argila t 0,1270 - -
Rejeito – Pedreira t - 0,0500 -
Rejeito - Reciclagem t - - 0,2500
CO2 kg 3,5399 1,9445 4,7981
CO kg 0,0163 0,0124 0,0156
CH4 kg 0,0082 0,0085 0,0086
NOX kg 0,0368 0,0117 0,0428
SO2 kg 0,0045 0,0046 0,0060
Emissões para o SO4 kg 2,987E-06 9,332E-06 5,908E-06
ar SOX kg 2,969E-06 4,486E-06 2,186E-06
NMVOC kg 0,0066 0,0021 0,0081
Partículas < 10mm kg 0,0042 0,0021 0,0048
NH3 kg 0,0001 0,0005 9,766E-05
N2OX kg 0,0003 0,0014 0,0003
Etano/Metano – HFC,
kg 1,696E-05 9,254E-05 4,317E-05
HCFC, HCC, CFC
PO4 kg 9,400E-05 0,0002 0,0002
NO3 kg 0,0003 0,0006 0,0002
N kg 2,021E-05 4,179E-05 2,364E-05
Emissão para a
água Cl kg 0,0114 0,0081 0,0160
Na kg 0,0059 0,0036 0,0082
Mg kg 0,0002 0,0001 0,0002
Ca kg 0,0008 0,0008 0,0011
68
Tabela 4.4 – Inventário do ciclo de vida para a produção de 1 tonelada de brita, areia e agregado
reciclado (Continuação)
Agregado
Fluxo de Entrada Unidade Areia Brita
Reciclado
K kg 8,79E-05 4,763E-05 0,0001
Como pode-se observar, na Tabela 4.4 consta o inventário para obtenção das
matérias-primas e fabricação dos agregados. Entretanto, a fronteira do sistema
adotada foi do berço ao portão; por isso, é necessário estabelecer a distância entre o
local da extração dos insumos e o local da fabricação dos concretos (Porto Alegre),
conforme apresentado na Tabela 4.5.
Entretanto esse transporte não será realizado vazio. Por isso, foi necessário
estabelecer o consumo dos insumos por m³ de concreto (Tabela 4.6), através do
método IPT/EPUSP.
69
Cimento
kg 283,02 346,84 427,59 534,55 547,26
CPV – ARI
Brita kg 1.074,85 781,29 504,72 244,36 -
Areia kg 929,04 827,87 710,72 567,69 526,25
Agregado
kg - 260,43 504,72 733,09 951,98
reciclado
Água kg 180,61 182,89 187,12 194,23 192,05
𝐼
𝑡𝑘𝑚 = ∗𝐷 (4.2)
1000
Junior (2013) afirma que no Brasil na maioria das vezes o transporte de cargas
é realizado por via rodoviária com caminhões pesados movidos a óleo diesel. Por isso,
foi adotado para o transporte do cimento CPV- ARI: transporte de carga em caminhão
16-32 toneladas métricas, EURO5 {RoW} (Transport, freight, lorry 16-32 metric ton,
70
EURO5 {RoW}| transport, freight, lorry 16-32 metric ton, EURO5 | Cut-off, U), e para
os agregados o transporte de carga em caminhão 7,5-16 toneladas métricas, EURO5
{RoW} (Transport, freight, lorry 7.5-16 metric ton, EURO5 {RoW}| transport, freight,
lorry 7.5-16 metric ton, EURO5 | Cut-off, U) da base de dados Ecoinvent, pois segundo
Costa (2016) ele é equivalente ao PROCONVE P7 que está em vigor no Brasil desde
2012. E com base em todos os dados relativos ao transporte, foi possível montar o
inventário dos agregados e cimento CPV-ARI, conforme apresentado na Tabela 4.8.
Tabela 4.8 – Inventário do cimento CPV-ARI e dos agregados graúdo, miúdo e reciclado
Areia 1 Kg Massa
Tabela 4.8 – Inventário do cimento CPV-ARI e dos agregados graúdo, miúdo e reciclado
(Continuação)
Entradas conhecidas da esfera tecnológica Quantidade Unidade
CONREF00 - tkm
𝑆𝑗 = ∑ 𝑄𝑗𝑖 ∗ 𝑚𝑖 (4.3)
𝐼
𝑃𝑖 𝑅𝑟𝑒𝑓 2
𝐴𝐷𝑃𝑗 𝑜𝑢 𝐴𝐷𝑃 − 𝑓𝑓𝑗 = ∑ ∗[ ] (4.4)
𝑃𝑟𝑒𝑓 𝑅𝑖
𝑖
73
Para o aquecimento global (GWP), Almeida (2012) assevera que deve ser
empregada a Equação 4.5 que foi desenvolvido pelo Painel Intergovenamental de
Mudanças Climáticas (IPCC) (Intergovernmental Panel on Climate Change), sendo
expresso em kg de CO2 equivalente.
𝑇
∫0 𝑎𝑖 𝑐𝑖 (𝑡)𝑑𝑡
𝐺𝑊𝑃𝑖 = ∑ 𝑇 (4.5)
𝑖 ∫0 𝑎𝐶𝑂2 𝑐𝐶𝑂2 (𝑡)𝑑𝑡
𝛿[𝑂3 ]𝑖
𝑂𝐷𝑃𝑖 = ∑ (4.6)
𝛿[𝑂3 ]𝐶𝐹𝐶−11
𝑖
𝑎𝑖
⁄𝑏
𝑖
𝑃𝑂𝐶𝑃𝑖 = ∑ 𝑎 (4.7)
𝐶2 𝐻4
𝑖 ⁄𝑏
𝐶2 𝐻4
𝑡𝑟,𝑥,𝑗
∑𝑒 𝐴𝑒∈𝑗 ∗
𝐶𝐿𝑒∈𝑗
𝐴𝑃𝑥,𝑟 = ∑ 𝑡𝑟,𝑟𝑒𝑓,𝑗 (4.8)
𝑖 ∑𝑒 𝐴𝑒∈𝑗 ∗
𝐶𝐿𝑒∈𝑗
𝑉𝑖 ⁄𝑁𝑖
𝐸𝑃𝑖 = (4.9)
𝑉𝑃𝑂43− ⁄𝑀𝑃𝑂43−
75
∑𝑟 ∑𝑠 𝑃𝐷𝐼𝑖,𝑒𝑐𝑜𝑚𝑝,𝑟,𝑠 ∗ 𝐸𝑖,𝑟 ∗ 𝑁𝑠
𝐻𝑇𝑃𝑖,𝑐𝑜𝑚𝑝 = (4.10)
∑𝑟 ∑𝑠 𝑃𝐷𝐼1,4−𝐷𝐵,𝑎𝑟,𝑟,𝑠 ∗ 𝐸1,4−𝐷𝐵,𝑟 ∗ 𝑁𝑠
Onde: HTPi,ecomp = potencial de toxidade humana para a substância (i) emitida para o
compartimento de emissão ecomp; Ns = densidade populacional; PDIi,ecomp,r,s = dose
diária prevista via forma de exposição (r) à escala (s) para a substância (i) emitida
para o compartimento de emissão ecomp (dia-1); PDIi1,4-DB,ar,r,,s = dose diária prevista
para o 1,4-diclorobenzeno (dia-1) Ei,r; Ei,r = fator efeito, representando o impacto
tóxico-humano da substância (i) dose diária aceitável via forma de exposição (r)
(inalação ou ingestão) (dia); E1,4-DB,r = fator efeito, representando o impacto tóxico
humano da substância 1,4- diclorobenzeno (dose diária aceitável via forma de
exposição) (r) (dia).
𝑃𝐸𝐶𝑖,𝑒𝑐𝑜𝑚𝑝 ∗ 𝐸𝑖 (4.11)
𝐹𝐴𝐸𝑇𝑃, 𝑀𝐴𝐸𝑇𝑃, 𝑇𝐸𝑇𝑃𝑖,𝑐𝑜𝑚𝑝 =
𝑃𝐸𝐶1,4−𝐷𝐵 ∗ 𝐸1,4−𝐷𝐵
𝑆𝑗
𝑁𝑗 = (4.12)
𝐴𝑗
𝐴𝑗 = ∑ 𝑄𝑗𝑖 ∗ Φ𝑖 (4.13)
𝑖
E através dessas distâncias (Tabela 4.9), da Tabela 4.5 e Equação 4.2 foi
possível calcular a tonelada quilômetro (tkm) que deve ser empregada na realização
das avaliações do ciclo de vida, a fim de mensurar as categorias de impactos com
abrangência global, tais como: eutrofização, mudanças climáticas, depleção de
recursos abióticos, depleção da camada de ozônio estratosférico, toxicidade em
águas doces, marinha e terrestre.
Onde: CT= custo total (R$/km*kg); CMP = custo do insumo (R$/kg) (Tabela 4.10); CMT
= custo do transporte do insumo (R$/km*kg) (Tabela 4.10); I= quantitativo do insumo
(kg) (Tabela 4.6).
Isso ocorre, pois a fronteira adotada foi do berço ao portão, que considera o
ciclo de vida do produto desde a extração da matéria-prima até a fabricação, e para a
79
Tabela 4.10 – Valores de mercado para os insumos utilizado na produção do concreto (transporte e
matéria-prima)
Valor da
Valor do
Insumos Unid matéria-prima Valor total
transporte por km
por kg
Cimento CPV – ARI R$/kg*km 0,05 0,60 0,65
Brita R$/kg*km 0,01 0,06 0,07
Areia R$/kg*km 0,01 0,05 0,06
Agregado reciclado R$/kg*km 0,01 0,03 0,04
Água R$/kg*km - 0,01 0,01
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A primeira delas foi a acidificação, que segundo Bueno (2014) refere-se aos
impactos derivados dos processos que elevam a acidez nos corpos hídricos e nos
solos, devido ao acúmulo de íons de hidrogênio, e de alumínio e à lixiviação de bases
de cátions como os de cálcio, magnésio, potássio e sódio.
300
241
kg de dióxido de enxofre equivalente
250
221
213
189 193
200
150
100
50
Figura 5.1 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
potencial de acidificação
18.000
16.242
16.000
14.481
kg de 1,4-diclobenzeno equivalente
13.600
14.000
11.937 12.230
12.000
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
Figura 5.2 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
impacto toxicidade humana
Tendência semelhante pode ser vista na Figura 5.3, onde verificou-se uma
diminuição de 5,75%, 6,5% e 2,38% nos concretos CONARM25, CONARM50 e
CONARM75. Entretanto, para o CONARM100 verificou-se uma elevação de 15,25%.
Isso ocorreu, porque o potencial de oxidação fotoquímica deve-se à emissão de CO,
SO2 e NOx e para produção do agregado reciclado ele é significativamente menor que
em relação ao agregado natural.
10,00
9,22
9,00
8,00 7,81
8,00 7,54 7,48
kg de etileno equivalente
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
Figura 5.3 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
impacto oxidação fotoquímica
84
0,01000
0,00903
0,00900
kg de triclorofluorometano equivalente
0,00802
0,00800 0,00776
0,00659 0,00677
0,00700
0,00600
0,00500
0,00400
0,00300
0,00200
0,00100
Figura 5.4 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
impacto depleção do ozônio estratosférico
70,00
60,00 57,34
52,35
kg de fosfato equivalente
50,00 47,00
43,93 45,11
40,00
30,00
20,00
10,00
Figura 5.5 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
eutrofização
800.000 759.115
700.000 673.777
645.000
kg de megajoules equivalente
500.000
400.000
300.000
200.000
100.000
Figura 5.6 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
depleção de recursos abióticos de combustíveis fósseis
Enquanto isso, na Figura 5.7 verificou-se que a substituição de 25%, 50%, 75%
do agregado graúdo (brita) pelo reciclado representou uma redução de 20%, 21,29%
e 8,39% no potencial de depleção de recursos abióticos, que representa a diminuição
da extração de recursos não vivos da natureza. Todavia, Paula (2016) afirma que a
substituição de 10%, 20%, 30% e 40% do teor de cimento por resíduos cerâmicos
reciclados, representou 8%, 14%, 20% e 28% de redução no potencial de depleção
de recursos abióticos. Acredita-se, que essa tendência ocorra porque os impactos
dessas categorias (ADP e ADP-FF) estão atribuídos ao cimento. Por isso, a alteração
do volume dos agregados não afeta significativamente os resultados.
87
0,180
0,163
0,160 0,154
0,142
0,140
kg de antimônio equivalente
0,124 0,122
0,120
0,100
0,080
0,060
0,040
0,020
Figura 5.7 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
depleção de recursos abióticos
Observando-se as Figuras 5.8 e 5.9 foi possível concluir que o concreto sem
adição de agregado graúdo natural (CONARM100), aumenta a toxicidade marinha em
12,7% e a toxicidade de águas doces em 11,94% quando comparado ao concreto sem
agregado reciclado (CONREF00). Isso ocorre, devido à distância percorrida pelos
resíduos de construção civil até a central de reciclagem/beneficiamento e produção
88
do concreto. Por isso, Marinković et al. (2010) afirma que essas distâncias tem uma
grande influência na avaliação dos impactos ambientais.
EUROV EURO3
1,45E+07
1,42E+07
1,28E+07
1,28E+07
1,26E+07
KG DE 1,4-DICLOBENZENO EQUIVALENTE
1,25E+07
1,09E+07
1,08E+07
1,07E+07
1,06E+07
Figura 5.8 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
toxicidade marinha
EUROV EURO3
5,21E+03
5,05E+03
KG DE 1,4-DICLOBENZENO EQUIVALENTE
4,63E+03
4,57E+03
4,51E+03
4,46E+03
3,92E+03
3,92E+03
3,81E+03
3,80E+03
Figura 5.9 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
toxicidade em águas doces
89
90,00
80,00 76,74
70,25
kg de 1,4-diclobenzeno equivalente
68,00
70,00
61,43 62,24
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
Figura 5.10 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
impacto toxicidade terrestre
50.000 46.980
45.000 43.700
42.459
kg de dióxido de carbono equivalente
35.000
30.000
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
Figura 5.11 – Comparativo entre os concretos com agregados naturais e reciclado na categoria de
aquecimento global
Segundo Bortolin (2009), o efeito dos impactos são mensurados em uma escala
local, regional e global e podem ser observados no Quadro 4.1. Os impactos de efeito
local são aqueles que apresentam influência num raio de poucos quilômetros de sua
fonte geradora. Os impactos regionais causam efeitos num raio de 100 a 1000
quilômetros, dependendo da natureza do impacto e da sensibilidade do ambiente. Já
os impactos de escala global têm influência em todo planeta, pois essas substâncias
91
Sendo assim, essa pesquisa avaliou os impactos com efeito global, tais como:
eutrofização, mudanças climáticas, depleção de recursos abióticos e combustíveis
fósseis, depleção da camada de ozônio estratosférico, toxicidade em águas doces,
marinha e terrestre. E para isso, foi realizada a normalização (Figura 5.12) da
avaliação do ciclo de vida através das Equações 4.12 e 4.13.
MAETP (10°)
8E-08
7E-08
TETP (10^-3) 6E-08 FAETP (10^-1)
5E-08
4E-08
3E-08
2E-08
ODP (10^-3) 1E-08 GWP (10^-1)
ADP-FF (10^-
ADP (10^-2)
1)
EP (10^-2)
CONREF00 CONARM25 CONARM50
Figura 5.12 – Comparativo normalizado entre os concretos com agregados naturais e reciclado nas
categorias de aquecimento global (GWP), eutrofização (EP), depleção de recursos abióticos (ADP),
combustíveis fósseis (ADP-FF) e camada de ozônio estratosférico (ODP), toxicidade terrestre (TETP),
marinha (MAETP) e em águas doces (FAETP)
Tabela 5.1 – Contribuição da substituição do agregado graúdo natural pelo reciclado (Continuação)
Pode-se verificar na Figura 5.12 e Tabela 5.1 que a substituição de 25%, 50%
e 75% do agregado graúdo pelo reciclado, representou uma redução de 19,05%,
20,68% e 7,35% no potencial de depleção de recursos abióticos. Porém, quando ele
foi totalmente substituído ocorreu uma elevação de 6,26% na categoria de ADP, o
mesmo aconteceu para a categoria combustíveis fósseis nas substituições de 75% e
100% dos agregados graúdos (4,71% e 17,06%), devido ao consumo de cimento
Portland que é o emissor majoritário, representando 85% das emissões no ciclo de
vida do concreto (LIMA, 2010; TEKLAY; YIN; ROSENDAHL, 2016; KAPPEL;
OTTOSEN; KIRKELUND, 2017; GEORGIOPOULOU; LYBERATOS, 2018).
Por isso, pesquisadores vem realizando estudos que visem a comutação dos
recursos naturais, por materiais com propriedades cimentícias, tais como: cinzas
volantes, sílica ativa, cal, produtos residuais de diferentes processos, resíduos de óleo
de palma, borracha de pneus, argilas e resíduos de construção civil, a fim de evitar o
esgotamento das matérias-primas do cimento, areia e brita (LEMOUGNA;
MACKENZIE; MELO, 2011; FEIZ et al., 2015; KUMAR et al., 2016; LEUNG et al.,
2016; MANJUNATHA et al., 2021).
A mesma tendência pode ser vista para o aquecimento global, com percentuais
de redução de 14,67%, 14,76% e 2,86%. Hossain et al. (2016) comentam que isso
ocorreu, pois para produzir 1 tonelada de agregado graúdo natural de pedra basáltica
são emitidos 32 kg de CO2, enquanto para produzir agregados reciclados a partir de
resíduos de construção civil são emitidos 11 kg de CO2, o que equivale a 65,63% a
menos. Entretanto a comutação total não foi viável, devido ao elevado consumo de
cimento CPV-ARI, que de acordo com Celik et al. (2015) é um insumo responsável
por emitir 0,78 kg de CO2 por kg de cimento produzido, o que acarretou numa emissão
de 206,11 kg de CO2 comparando-se o CONREF00 e o CONARM100.
Posto isto, ao observar a Figura 5.12 e a Tabela 5.1 percebe-se que a categoria
com melhor desempenho ambiental foi a ADP, pois ao substituir o agregado natural
pelo reciclado deixa-se de extrair matérias-primas da natureza. Entretanto, delimita-
se que 50% é a viabilidade máxima de substituição do agregado graúdo natural pelo
agregado reciclado.
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
CONREF00
CONREF00
CONREF00
CONREF00
CONREF00
CONREF00
CONREF00
CONREF00
CONARM50
CONMAR25
CONARM50
CONARM50
CONARM50
CONARM50
CONARM50
CONARM50
CONARM50
CONMAR25
CONMAR25
CONMAR25
CONMAR25
CONMAR25
CONMAR25
CONMAR25
Figura 5.13 – Contribuição dos insumos constituintes dos concretos nas categorias de impacto global
95
Além disso, nas pesquisas desenvolvidas por Paula (2016) e Gehrke (2021)
também foi possível observar que em todas as misturas avaliadas, o cimento Portland
é o material que mais contribuiu para todas as categorias de impacto. Entretanto, os
autores afirmam que essa contribuição é mais significativa na categoria potencial de
aquecimento global, pois de acordo com Wang, Geng e Casallas (2021) vive-se no
período mais quente da história da civilização, e isso ocorre devido às emissões de
gases do efeito estufa. O mesmo ocorreu na pesquisa realizada, onde a contribuição
nessa categoria chegou a 97%, conforme mostra as Figuras 5.13 e 5.14.
Figura 5.14 – Contribuição da produção e transporte dos insumos constituintes dos concretos
CONREF00 (a), CONARM25 (b) e CONARM50 (c)
96
70%
63,82% 62,45%
60% 54,58%
50,00% 49,77% 51,47%
48,66%
50%
40%
33,33%32,38%
31,27%
30% 25,89% 25,71% 27,25%
24,36%
10%
0%
CONMAR25
CONARM50
CONARM50
CONARM50
CONARM50
CONARM50
CONARM50
CONARM50
CONARM50
CONMAR25
CONMAR25
CONMAR25
CONMAR25
CONMAR25
CONMAR25
CONMAR25
ADP ADP-FF GWP EP FAETP MAETP ODP TETP
Figura 5.16 – Análise de sensibilidade dos concretos com agregados naturais e reciclado nas
categorias de depleção de recursos abióticos (a), toxicidade em águas doces (b), aquecimento global
(c), depleção de recursos abióticos combustíveis fósseis (d), depleção da camada de ozônio (e),
toxicidade terrestre (f), toxicidade marinha (g) e eutrofização (h)
99
(2014), Cantero et al. (2019) e Rodríguez et al. (2020) asseveram que o efeito na
diminuição da resistência à compressão axial está intimamente ligado aos materiais
cerâmicos contidos nos resíduos de construção civil.
CONCLUSÕES
Todavia, o segundo insumo de maior aporte foi a brita, por isso, realizou-se a
substituição do agregado natural pelo reciclado (CONARM25 e CONARM50) e
conclui-se uma redução dos impactos ambientais para todas as categorias: ADP (15
e 50%), ADP-FF (25,89 e 49,77%), GWP (16,67 e 33,33%), EP (32,38 e 63,82%),
FAETP (24,36 e 48,66%), MAETP (25,71 e 51,47%), ODP (27,25 e 54,58%) e TETP
(31,27 e 62,45%). Sendo a categoria de eutrofização a maior beneficiada pela
comutação do agregado natural (brita + areia) pelo reciclado, pois a extração dos
agregados naturais (brita e areia) muitas vezes geram contaminação e degradação
dos cursos de água.
Sendo assim, pode-se concluir que a pesquisa atingiu seu objetivo que era
contribuir para uma avaliação de custo e ciclo de vida entre o concreto com agregado
graúdo natural e com agregado, considerando um nível de resistência específico (32
MPa), diferentemente da grande maioria dos trabalhos publicados (SJUNNESSON,
2005; MARCEAU et al., 2007; KNOERI; MENGUAL; ALTHAUS, 2013; DONG et al,
2015; SILVA, 2015; BEREZUK, 2015; GRABASCK, 2016; BRAGA et al., 2017;
FERRO, 2017; INGRAO et al., 2019; HAFEZ et al., 2019), que consideram a análise
para uma unidade funcional referente a 1 m3 de material.
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140
ANEXO
CONARM25
EMISSÕES PARA O AR
Água* 0,006141 m³
Cloretos* 3,09E-9 kg
Cobre* 1,55E-8 kg
Ferro* 1,55E-8 kg
Óleos* 2,32E-7 kg