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FUNDAMENTOS DE

CONTABILIDADE
Unidade 4 - Patrimônio

GINEAD
Unidade 4
Patrimônio

Todos os direitos reservados.

Prezado(a) aluno(a}, este material de estudo é para seu uso pessoal, sendo

vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, venda,

compartilhamento e distribuição.
Habilidades

• Conhecer e entender os conceitos da composição do Patrimônio.

Descritores de desempenho

• Identificar os bens a partir da teoria patrimonialista.

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Apresentação da Unidade
Seja bem-vindo a mais uma unidade! Nessa etapa, você terá a oportunidade de conhecer
as Teorias das Contas e os principais elementos que compõem o patrimônio: os bens,
os direitos e as obrigações.
Tais itens representam os recursos que a empresa dispõe para sobreviver e para dar
continuidade às suas atividades operacionais de forma normal e os recursos obtidos
junto a terceiros com o intuito de financiar as ações organizacionais. Além disso, você
ainda conhecerá os aspectos qualitativos e quantitativos do patrimônio da organização.
Bons estudos!

4.1 Teoria das Contas


Para iniciar nossos estudos, entendemos que a conta corresponde à identificação dos
elementos patrimoniais (bens, direitos e obrigações), bem como, dos elementos que
compõem os resultados. Ao longo dos anos, conforme a evolução da sociedade e da
própria contabilidade, foram criadas diversas teorias relativas às contas, podemos citar:
as teorias das cinco contas gerais, Matemática, Econômica, Positiva; além das teorias
Personalista, Materialista e Patrimonialista.
Das teorias apresentadas, atualmente, três delas ganharam destaque, a Teoria
personalista, a Teoria Materialista e a Teoria Patrimonialista. Na Teoria Personalista
cada conta assume um caráter pessoal. Dessa forma, contas como caixa e duplicatas
a receber simbolizam as pessoas com quem a empresa mantém relacionamento de
débito e crédito (VISCONTI; NEVES, 2017). Dessa forma, as obrigações correspondem
às pessoas credoras, enquanto, os bens e direitos correspondem às pessoas devedoras.
De acordo com esta teoria, as contas podem ser classificadas em:

Agentes Consignatários: representam os bens da empresa;

Agentes Correspondentes: representam os direitos e as obrigações da entidade perante


terceiros;
Proprietários: são as contas do Patrimônio Líquido e suas variações, inclusive as receitas
e despesas. (VISCONTI; NEVES, 2017, p. 34).

Na Teoria Materialista as contas mostram as relações materiais, elas se dividem em


dois grandes grupos. O primeiro corresponde às contas integrais, que correspondem
aos bens, direitos e ao passivo exigível, no segundo grupo, encontram-se as contas
diferenciais que são compostas pelas contas do patrimônio líquido e suas variações,
incluindo também as contas de receitas e despesas (VISCONTI; NEVES, 2017).

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Normalmente, o patrimônio da empresa é composto por contas das duas categorias,
ou seja, ele é constituído por bens, direitos e obrigações
Por fim, temos a Teoria Patrimonialista em que o patrimônio corresponde ao objeto que
deverá ser administrado. A primeira menção a essa teoria foi feita por Vicenzo Masi,
Ragioneria generale, em 1926. Consideramos que os principais estudiosos dela foram
Vicenzo Masi e Frederico Herrmann Jr. Para essa escola, a escrituração corresponde
somente a um instrumento utilizado pela contabilidade. Os patrimonialistas entendem
que a Contabilidade é mais que uma disciplina que tem por objetivo a percepção da
situação patrimonial, mas uma ciência com leis e princípios próprios, com o intuito de
estudar e interpretar os fenômenos patrimoniais (SANTOS et al., 2011).
Na Teoria Patrimonialista, as contas são divididas em duas categorias: as contas
patrimoniais (que são compostas pelo ativo, passivo e patrimônio líquido, ou seja,
classificadas no balanço patrimonial) e as contas de resultado (compostas por receitas
e despesas), aproximando-se assim da Teoria Materialista, que se opõe à personalista.
Vale ressaltar que nessa teoria as contas que representam a situação estática
(patrimônio) são separadas das contas que representam a dinâmica da situação
(receitas e despesas) (VISCONTI; NEVES, 2017).

4.2 Contas patrimoniais


Para saber como anda a saúde financeira da empresa, é preciso avaliar sua situação
contábil. É no patrimônio e nas contas de resultado da entidade que são encontradas
tais informações, sendo possível analisar aspectos como liquidez e endividamento.
É importante destacar o papel das contas de resultado, essas não estão no balanço
patrimonial, mas são fontes de informações à tomada de decisão por parte dos gestores,
e dividem-se em receitas e despesas. A função desses elementos é determinar se a
empresa obteve lucro ou prejuízo no período.
Vamos iniciar nossos estudos, considerando que o patrimônio da empresa se divide
bens, direitos e obrigações, conforme a representação a seguir:

Bens
Patrimônio = Direitos
Obrigações

4.2.1. Bens
Consideramos que os bens são as coisas capazes de satisfazer as necessidades
humanas e suscetíveis de avaliação econômica (RIBEIRO, 2013). No entendimento de
Marion (2009, p. 38):

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Entende-se por bens as coisas úteis, capazes de satisfazer as necessidades das pessoas
e das empresas. Se eles têm forma física, são palpáveis, denominam-se bens tangíveis:
veículos, imóveis, estoques de mercadorias, dinheiro, móveis e utensílios (móveis de escri-
tório), ferramentas etc.

Por exemplo, imagine um escritório de Contabilidade, o que existe dentro dele? Mesas,
cadeiras, computadores, impressoras, dentre outras coisas. Todos esses elementos
são os bens que o escritório possui. Sob o ponto de vista contábil pode-se entender
“[...] bens como todos os objetos que uma empresa possui, seja para uso, troca ou
consumo” (RIBEIRO, 2013, p. 16).
Para exemplificar esse conceito, Ribeiro (2013) descreveu uma sapataria. Tal entidade
possui os seguintes bens: balcão, prateleira, vitrina, equipamento emissor de cupom
fiscal, espelho, calçados para venda (mercadorias), papel para embalagem, material
para limpeza da loja, meio quilo de pó de café e uma pequena quantia.
Eles podem ser divididos da seguinte maneira:

Tabela 4.1: Classificação de bens

Bens de Uso Bens de Troca Bens de Consumo


Balcão;
Prateleira;
Papel para embalagem;
Vitrina; Calçados para venda;
Material para limpeza;
Equipamento emissor de Dinheiro.
Meio quilo de pó́ de café.
cupom fiscal;
Espelho.

Fonte: Ribeiro (2013, p. 16).

Atenção
Como vimos, os bens podem ser classificados de di-
versas maneiras, não existe um parâmetro predeter-
minado, cabe à empresa estabelecer a determinação
que atenda aos seus objetivos e necessidades.

Uma das formas de classificação dos bens é conforme a sua materialidade. Assim, os
bens se dividem em bens materiais e bens imateriais.
Os bens materiais são aqueles que possuem matéria, eles se dividem em bens móveis
e imóveis.

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• Bens móveis, como o próprio nome diz, são aqueles passíveis de mudança
de local por meio do uso de força alheia, por exemplo, computadores e pe-
riféricos, veículos, caixa, estoque etc.

• Bens imóveis são todos aqueles bens que não se movem de lugar, mesmo
com a aplicação de forças alheias, por exemplo, as instalações da empre-
sa, os edifícios, os terrenos etc.

Figura 4.1: Bens

Fonte: Plataforma Deduca (2018).

Os bens imateriais, isto é, não palpáveis, não constituídos de matéria, denominam-se


bens intangíveis. Correspondem aos investimentos feitos pela empresa e que acabam
por fazer parte do patrimônio. Eles podem ser classificados em fundos de comércio
e patentes, são exemplos de marcas e patentes McDonald’s, Honda, Coca-Cola, entre
outras e de fundo de comércio, um ponto comercial.

• Fundos de comércio: correspondem ao valor do ponto comercial, por exem-


plo, uma loja vendida por R$ 100.000,00, cerca de 70% desse valor refere-se
ao registrado na contabilidade, contendo máquinas, imóveis, disponibilida-
de, etc. Os 30% restantes correspondem ao preço da localização.

• Marcas e patentes: correspondem aos valores gastos com o registro ou


com a compra de uma marca ou patente.

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Curiosidade
Você conhece a Apple? Ela é uma das empresas mais
famosas no mundo e uma das mais valiosas, por
suas ações. As empresas norte-americanas Google,
Apple e Microsoft somadas valem mais que todas as
empresas da Bolsa brasileira juntas, segundo levanta-
mento da consultoria Economatica, no ano de 2016.
Fonte: <https://economia.uol.com.br/noticias/reda-
cao/2016/02/03/google-apple-e-microsoft-valem-
-mais-que-todas-as-empresas-da-bovespa.htm>.

4.2.2 Direitos
Quando vendemos algo para alguém que não efetuou o pagamento no momento da
venda, temos o direito de receber pelo referido bem que já não nos pertence e que
ainda não foi liquidado. Respeitamos o regime de Competência, princípio contábil que
consiste no reconhecimento das receitas e despesas pela empresa, no momento em
que elas ocorrerem, independentemente do recebimento ou do pagamento.
Portanto, podemos entender por direito, ou direito a receber, o poder de exigir alguma
coisa. São os valores, os títulos, as contas etc. a serem recebidos (MARION, 2009).

Tabela 4.2: Elementos e expressões que conotam direitos

Duplicatas a receber

Promissórias a receber

Aluguéis a receber

Fonte: Adaptada de Ribeiro (2013, p. 8).

Após explorarmos o conceito dos bens e direitos que compõem o ativo e,


consequentemente, o patrimônio da entidade, vamos conhecer exemplos dessas
contas.

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4.2.3 Bens e direitos no balanço patrimonial
Aprofundaremos os estudos sobre os bens e direitos que compõem o balanço
patrimonial das organizações. Reforçamos que os ativos (bens e direitos) se dividem
em ativo circulante e ativo não circulante, como veremos a seguir.

4.2.3.1 Ativo circulante


O ativo circulante corresponde aos bens e direitos numerários ou que podem facilmente
ser transformados em dinheiro. Tais como:

a. Caixa;

b. Bancos;

c. Aplicações Financeiras;

d. Duplicatas a Receber (Clientes);

e. Estoque de Mercadorias;

f. Impostos a Recuperar;

g. Despesas do Exercício Seguinte;

h. Outros valores a receber/realizar. (PADOVEZE, 2016, p. 145).

Também podem estar incluídas nesse banco de contas os direitos referentes ao


exercício seguinte, como, por exemplo, os seguros.

4.2.3.2 Ativo não circulante

• Realizável a longo prazo

Esse elemento está incluído no ativo não circulante e corresponde aos mesmos bens
e direitos do ativo circulante. A única diferença é o vencimento: no caso do realizável a
longo prazo, ele se realizará em um prazo superior a 365 dias da data do balanço.

• Investimento

Nesse grupo encontram-se os bens e direitos que a organização não pretende vender
(não circulantes) e que não são utilizados no processo operacional. Por exemplo, a
empresa compra um terreno para posteriormente construir a sede da organização. Os
casos mais comuns, são a compra de ações ou cotas de outras entidades, em caráter
de permanência (PADOVEZE, 2016).

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Também são comuns investimentos relacionados à participação em outras empresas
por meio da aquisição de ações ou cotas, sempre em caráter de permanência, ou seja,
são ações que não serão vendidas no curto prazo.

Figura 4.2: Investimentos

Fonte: Plataforma Deduca (2018).

4.2.3.3 Imobilizado
De acordo com Padoveze (2016, p. 285), “[...] bens e direitos adquiridos não são objeto
de revenda e, portanto, ficam ‘parados’ na empresa, sendo úteis para suas atividades
operacionais”. São exemplos de direitos imobilizáveis:

• adiantamentos a fornecedores de bens imobilizados;

• o valor das parcelas pagas de consórcio de bens ativáveis;

• o valor das parcelas pagas de compra a prazo de imóveis.

A visão mais comum de imobilizados volta-se realmente para os bens. São os itens
mais comuns:

a. Terrenos;

b. Edifícios;

c. Pátios e caminhos;

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d. Instalações;

e. Máquinas;

f. Móveis e utensílios;

g. Veículos;

h. Obras em andamento;

i. Jazidas. (PADOVEZE, 2016, p. 286).

4.2.3.4 Intangível
Os direitos intangíveis correspondem aos valores referentes aos direitos patrimoniais
incorpóreos, mas que podem ser necessários à sua atividade operacional. De acordo
com Padoveze (2016 p. 285), “[...] pela Lei nº 11.638/07, os intangíveis são direitos
que têm por objeto bens incorpóreos destinados às operações da companhia”. Estão
incluídos: marcas, patentes, gastos com pesquisa, dentre outros (PADOVEZE, 2016).

Figura 4.3: Marcas e patentes

Fonte: Plataforma Deduca (2018).

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Reflita
Qual a importância do conhecimento do valor dos
bens que não podem ser materializados? Normal-
mente buscamos avaliar a empresa pelo que vemos,
suas máquinas, imóveis, estoques, mas você já parou
para pensar que o que muitas vezes não consegui-
mos mensurar pode possuir um valor ainda maior?
Quanto vale uma boa reputação? Quanto vale uma
gama de clientes fiéis?

De acordo com Padoveze (2016), na Lei nº 11.941/09 os intangíveis não fazem parte
do grupo de imobilizados, pertencendo a um grupo próprio. O autor explica que poderão
dar origem a ativos intangíveis os seguintes custos e aquisições:

a) Gastos com propaganda e criação de marcas e títulos comerciais ou de publicações;


b) Gastos com desenvolvimento de produtos, licenças e patentes;
c) Goodwill adquirido em aquisições de empresas;
d) Lista de clientes adquirida;
e) Patente adquirida;
f) Direitos autorais adquiridos;
g) Direitos autorais gerados internamente;
h) Licença de transmissão adquirida;
i) Marca comercial adquirida;
j) Gastos internos com desenvolvimento de softwares comercializáveis;
k) Gastos internos com desenvolvimento de websites comercializáveis;
l) Direitos sobre filmes;
m) Licenças de pesca;
n) Gastos com geração ou aquisição de franquias;
o) Gastos com direitos de comercialização etc. (PADOVEZE, 2016, p. 313).

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4.2.4 Obrigações
Ao estudarmos como tratar os direitos, veremos que as obrigações nada mais são
do que o seu inverso. Podemos entendê-las como bens de terceiros que estão em
nosso poder, mas que ainda não foram liquidados. Se tomarmos a mesma ideia como
norteadora, mesmo quando a empresa adquire um bem, sem que tenha que pagá-lo, é
necessário registrá-lo em nosso patrimônio.

Figura 4.4: Obrigações

Fonte: Plataforma Deduca (2018).

Nesse contexto, Marion (2009, p. 40) define as obrigações como:

[...] dívidas com outras pessoas. Em Contabilidade tais dividas são denominadas obriga-
ções exigíveis, isto é, compromissos que serão reclamados, exigidos: pagamento na data
do vencimento.

Em caso de um empréstimo bancário, você fica devendo ao banco (empréstimo a pagar).


Se a dívida não for liquidada na data do vencimento, o banco.

As expressões que identificarão, de forma clara, de quem são as obrigações são “a


pagar” e “a recolher”, e os elementos que melhor representam essa situação são:

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Tabela 4.3: Elementos e expressões que conotam obrigações.

Elementos Expressão
Duplicatas a pagar

Promissórias a pagar

Salários a pagar

Aluguéis a pagar

Impostos a pagar ou a recolher

Fonte: Adaptada de Ribeiro (2013, p. 8).

A seguir, trataremos das contas do balanço patrimonial que se referem às obrigações.

4.2.5 Obrigações no balanço patrimonial


As obrigações correspondem aos passivos da organização, no balanço patrimonial
fazem parte dos elementos do passivo circulante e não circulante.

4.2.5.1 Passivo circulante


De acordo com Padoveze (2016), os principais elementos patrimoniais que compõem
as obrigações do passivo circulante são:
a) Duplicatas a Pagar (Fornecedores);

b) Salários e Encargos sociais a pagar;

c) Impostos a Recolher;

d) Financiamentos e Empréstimos;

e) Provisão para Imposto de Renda;

f) (Dividendos);

g) Outras Contas a Pagar. (PADOVEZE, 2016, p. 146).

4.2.5.2 Passivo não circulante


Constituem as contas de passivo não circulante basicamente as mesmas contas que
fazem parte do passivo circulante, só que nesse caso, o vencimento das contas é
superior a 365 dias.

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Também fazem parte desse item as debêntures, que correspondem aos empréstimos
obtidos junto a terceiros, que não sejam instituições financeiras. Elas se dividem em
“[...] debêntures resgatáveis no vencimento e debêntures conversíveis em ações”
(PADOVEZE, 2016, p. 323).
Porém não esqueça que as debêntures só entram no passivo circulante se o seu
vencimento for inferior a 365 dias.

Figura 4.5: Dívidas de longo prazo

Fonte: Plataforma Deduca (2018).

4.3 Aspectos qualitativos e quantitativos do


patrimônio
Para podermos entender o funcionamento dos elementos formadores do patrimônio,
necessitamos ter conhecimento dos dois aspectos relacionados diretamente à sua
formação.

Tabela 4.4: Elementos representativos do aspecto qualitativo

PATRIMÔNIO

BENS DIREITOS OBRIGAÇÕES

Caixa Duplicatas a receber Duplicatas a pagar

Veículos Promissórias a receber Promissórias a pagar

Máquinas e equipamentos Aluguéis a receber Impostos a pagar

Fonte: Adaptada de Ribeiro (2013, p. 9).

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Em relação ao aspecto quantitativo, refere-se ao valor monetário que cada um dos
elementos representa no todo do patrimônio.

Tabela 4.5: Elementos representativos dos aspectos qualitativo e quantitativo

BENS DIREITOS OBRIGAÇÕES


Duplicatas a receber R$
Caixa.......... R$ 5.000,00 Duplicatas a pagar R$
3.000,00
Veículos .. R$ 50.000,00 8.000,00
Promissórias a receber R$
Máquinas R$ 10.000,00 Impostos a pagar R$ 500,00
2.000,00

Fonte: Adaptada de Ribeiro (2013).

Os quadros observados anteriormente são capazes de apresentar, de forma mais


clara, os dois aspectos formadores do patrimônio, em que o qualitativo é representado
somente pelos elementos e o quantitativo é demonstrado pelos elementos e os seus
correspondentes valores monetários.

4.3.1 Representação gráfica


Para melhor entendermos o Patrimônio, utilizaremos a seguinte representação gráfica:

Figura 4.6: Representação gráfica do patrimônio

Fonte: Elaborada pelas autoras (2018).

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Vamos, agora, entender o motivo de utilizar-se a forma de “T” para representarmos o
patrimônio:

Figura 4.7: Distribuição dos elementos na representação gráfica do patrimônio

Fonte: Elaborada pelas autoras (2018).

Nessa representação, posicionamos, do lado esquerdo, os elementos positivos, os bens


e os direitos, e, do lado esquerdo, os elementos negativos, as obrigações.

Tabela 4.6: Representação gráfica do patrimônio

PATRIMÔNIO

Elementos (+) Elementos (-)

Bens
Caixa (dinheiro) Obrigações
Estoque de mercadoria Duplicatas a pagar
Móveis e utensílios Aluguéis a pagar
Direitos Impostos a pagar
Duplicatas a receber Salários a pagar
Promissórias a receber

Fonte: Elaborada pelas autoras (2018).

Trabalha-se a Contabilidade por meio dos elementos positivos e negativos, para que se
consiga dar um sentido de balança para o patrimônio em estudo. Agora, veremos como
lidar com isso, na situação líquida patrimonial. Ela se juntará aos elementos negativos
para, aí sim, trazer igualdade para os dois lados representativos do patrimônio.

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4.3.1.1 Situação líquida patrimonial
A situação líquida patrimonial é encontrada usando-se os elementos formadores do
patrimônio da seguinte forma:

SLP = ATIVO (Bens + Direitos) – PASSIVO (Obrigações)

O Ativo é formado pelos bens, direitos formadores dos elementos positivos e o Passivo
é formado pelos elementos negativos, as obrigações. A situação líquida patrimonial
pode ser apresentada de três formas: positiva, negativa ou nula.

4.4 Aspectos qualitativos e estruturas


conceituais
A estrutura conceitual de Contabilidade busca, por meio do estabelecimento de
conceitos, contribuir à criação de normas e padrões que cooperem em direção ao
alcance dos objetivos contábeis. Para que isso ocorra as demonstrações devem
apresentar algumas características qualitativas.

De acordo com o Comitê de Pronunciamento Contábil (2011, p. 14), informação


contábil útil “precisa ser relevante e representar com fidedignidade o que se propõe
a representar. A utilidade da informação contábil é melhorada se ela for comparável,
verificável, tempestiva e compreensível”. Observe a tabela a seguir:

Tabela 4.7: Características da Informação Contábil

Característica Descrição
A informação contábil é considerada relevante
quando é capaz de fazer diferença nas
decisões que possam ser tomadas pelos
usuários, mesmo quando alguns usuários
decidirem não a levar em consideração, ou
Relevância
já tiver tomado ciência de sua existência por
outras fontes. Quando a informação tiver valor
preditivo ou valor confirmatório (ou ambos
os casos) a informação é capaz de fazer a
diferença.

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A materialidade está ligada à relevância, uma
informação é material se a sua omissão ou
Materialidade
divulgação puder influenciar as decisões de
caráter econômico no usuário.

Para que uma informação possa ser


Representação fidedigna considerada fidedigna, ela precisa conter três
atributos: ser completa, livre de erro e neutra.

As informações devem permitir aos usuários a


comparação com períodos anteriores, a fim de
Comparabilidade
identificar a situação econômico-financeira que
a organização se encontra.

A verificabilidade refere-se ao fato de


que diferentes observadores, cônscios e
independentes podem chegar a um consenso
em relação a uma mesma informação,
Verificabilidade
embora não cheguem necessariamente a um
completo acordo, quanto ao retrato de uma
realidade econômica em particular ser uma
representação fidedigna.

A tempestividade é o fato de ter informação


disponível aos responsáveis a tempopara
Tempestividade
que eles mesmos possam utilizá-las em suas
decisões.

Uma informação compreensível é


Compreensibilidade caracterizada pela apresentação da
informação com clareza e concisão.

Fonte: Comitê de Pronunciamento Contábil (2011, p. 16).

É importante destacar que não existe uma “ordem” de aplicação das características
qualitativas, em alguns casos é comum a diminuição de uma das características e à
maximização de outras. Tais características das informações referentes as contas
patrimoniais, juntamente com as informações obtidas nas contas de resultado
representam os pilares das informação contábil e atuam como ferramenta para a
tomada de decisão de todos os seus usuários.

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Síntese

Nesta unidade, estudamos o que está diretamente relacionado ao patrimônio das


pessoas e das empresas. Assim:

• Identificamos as principais Teorias das Contas: Teoria Personalista, Teoria Ma-


terialista e Teoria Patrimonialista.

• Identificamos os principais componentes: os bens, os direitos e as obrigações.

• Conceituamos:

• os bens como coisas capazes de satisfazer às necessidades humanas e


que podem ser avaliados economicamente;

• os direitos que correspondem aos elementos pertencentes a empresa que


estão em poder de terceiros;

• as obrigações como o inverso dos direitos, ou seja, algo que não pertence
à empresa, mas que está em seu poder.

• Conhecemos as contas do balanço patrimonial que se referem aos bens, direi-


tos e obrigações.

• Identificamos os aspectos qualitativos e quantitativos do patrimônio.

• Identificamos os aspectos qualitativos das estruturas conceituais.

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Síntese

Saiba mais
Você já se perguntou como a saúde financeira da ad-
ministração é mensurada? Você acertou se respon-
deu que é por meio do seu patrimônio. A análise do
patrimônio da empresa funciona como uma espécie
de raio X, visando determinar quais as áreas que es-
tão bem e quais são as áreas que precisam de re-
paros. Saiba mais em: <https://endeavor.org.br/patri-
monio/>.

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Referências

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTO CONTÁBIL. CPC 00 (R1): Estrutura Conceitual para


Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. 2011. Disponível em:
<http://www.cpc. org.br/>. Acesso em: 5 mar. 2018.

MARION, J.C. Contabilidade Básica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

PADOVEZE, C. L. Manual de Contabilidade Básica: contabilidade introdutória e


intermediária. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade Geral Fácil. 29. ed. ampl. e atual. São Paulo: Saraiva,
2013.

SANTOS, J.; SCHMIDT, P; MACHADO, N. P. Fundamentos da teoria da contabilidade. 6


ed. São Paulo: Atlas, 2011.

VISCONTI, P. E. V.; NEVES, S. Contabilidade Básica. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.

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