Gestores Municipais2016 1
Gestores Municipais2016 1
Gestores Municipais2016 1
Coordenação Editorial
Sandra Mager
R375
43p.
ISBN: 978-85-7403-050-0
Inclui bibliografia
CDU 352
4 | IBAM – INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
Apresentação
É inerente à missão do IBAM atuar em busca do aperfeiçoamento da gestão pública, mormente na esfera
municipal. Essa atuação se materializa por meio de assessoria técnica, capacitação, estudos e pesquisas,
elaboração de livros, manuais e periódicos que fortalecem os que trabalham na Administração Pública.
Este volume, além de enfocar o tema “planejamento e controle governamentais”, que se reveste de
especial importância e atende a uma demanda decorrente da implementação da Lei Complementar nº
101 (Lei de Responsabilidade Fiscal), inclui “providências para o encerramento de mandato”, em razão
das eleições de novos Prefeitos e Vereadores Municipais. Os princípios constitucionais, a LRF e outros
comandos preconizam o respeito a regras básicas. A par dos esforços para que as finanças municipais
sejam suficientes para o atendimento das responsabilidades da Administração, também a sua aplicação
merece ter acompanhamento minucioso e qualificado. E este é o objetivo desta publicação.
O autor, professor Heraldo da Costa Reis, coordena as ações de capacitação e de consultoria na área de
finanças públicas na Escola Nacional de Serviços Urbanos e no Centro de Estudos Interdisciplinares em
Finanças (CEIF) do IBAM. É autor de livros e artigos conhecidos nacionalmente, professor da Universidade
Federal do Rio de Janeiro e professor associado de outras instituições acadêmicas. O seu conhecimento
e experiência em consultoria ligada a finanças na área municipal e sua capacidade didática permitiram-
lhe produzir esta publicação que certamente será útil não apenas aos gestores mas também aos demais
estudiosos das finanças públicas.
O IBAM, assim, tem certeza de estar pondo à disposição dos Municípios e dos estudiosos da administração
pública mais um instrumento de consulta e de utilidade para a melhoria da gestão.
Paulo Timm
Superintendente Geral do IBAM
O QUE OS GESTORES MUNICIPAIS DEVEM SABER | 5
Índice
Introdução
6
Capítulo 1
Providências para o Encerramento do Mandato 7
1. Introdução 7
Capítulo 2
Planejamento Governamental e Gestão e Controle na Administração Municipal 14
1. Planejamento Governamental 14
Capítulo 3
Legislação aplicada à Gestão Governamental 44
Referências Bibliográficas 48
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Introdução
Capítulo 1
Providências para o Encerramento
do Mandato
1. Introdução
Neste ano de 2016 dois fatos ocuparão as nossas atenções: o encerramento dos mandatos dos atuais Prefeitos e
Vereadores, e as eleições para os novos Prefeitos e Vereadores.
Evidentemente, o encerramento do mandato é o que implica providências no sentido de preparar a casa para
receber o sucessor. São medidas relacionadas com a satisfação das necessidades de informações sobre a gestão
que ora termina. Deixa-se claro, entretanto, que o atual gestor, ainda que eventualmente seja reeleito, deverá
observar as regras que a legislação estabelece para a gestão das finanças públicas.
Implica informar, conquanto os balanços possam refletir igualdades nas somas dos valores que o compõem, fruto
da adoção da metodologia de escrituração dos fatos da administração, avaliados em moeda, que o conteúdo pode
não estar correto, daí se afirmar a necessidade de uma investigação nos centros de informações da contabilidade,
as contas componentes daquelas demonstrações.
Vale lembrar que as pessoas jurídicas em geral, quer as de direito privado, quer as de direito público, detêm certos
poderes, chamados gerais ou corporativos; e as pessoas de direito público, além desses, possuem os denominados
poderes específicos e governamentais: o de polícia, o judicante, o impositivo e o de domínio eminente, cuja análise
foge ao escopo deste trabalho.
Os poderes gerais ou corporativos também são quatro: o de sucessão perpétua, o de autoadministração, o de ter
patrimônio e o de agir e ser acionado em juízo. Na atual oportunidade, os dois primeiros são os mais importantes.
A sucessão perpétua significa que a pessoa jurídica existe indefinidamente, com vida própria e seus direitos e
obrigações, independentemente das pessoas físicas ou naturais que a representam.
Preocupados com o processo de transição de um governo para outro, organizou-se este trabalho no sentido de
orientar os gestores quanto às medidas a serem providenciadas a fim de que o encerramento do mandato e o
início de outro sejam realizados sem os tropeços que, geralmente, ocorrem em razão do desconhecimento de
certas regras estabelecidas pela legislação pertinente.
Observe que há duas situações diferentes: (1) a que reflete o encerramento do que cumpriu o mandato e na qual
se destaca a obrigação de preparar a casa para receber o novo mandatário e (2) a que reflete a recepção ao novo
Prefeito e Presidente do Poder Legislativo que, a partir da data da sua posse, dia 1º de janeiro, responderão pela
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gestão dos recursos do Município que são postos à sua disposição para o cumprimento dos respectivos objetivos.
Em realidade, as medidas a serem providenciadas para o processo de transição por parte de quem está encerrando
o mandato decorrem do mandamento contido no parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal, a seguir
transcrito:
Art.70 - ......................................................................................
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
A prestação de contas é elaborada com base em informações geradas pelos serviços de contabilidade mantidos
pela Administração do Município conforme prescreve o art. 83 da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, a
seguir transcrito:
Art. 83. A Contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública, a situação de todos quantos, de
qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela
pertencentes ou confiados.
Vale conferir os seguintes comentários:
Mostra o artigo que a missão da contabilidade é de ordem universal, isto é, abrange todos os atos (decisões) e fatos
de gestão, efeitos ou consequências, quer se trate da receita, da despesa, da administração ou guarda de bens e
valores pertencentes ou de propriedade da entidade governamental (como os prédios, os dinheiros etc.) ou a ela
confiados (como as cauções, as arrecadações por conta de terceiros etc.).
Note-se que o artigo ora comentado procura individualizar a responsabilidade de todos quantos, de qualquer
modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens pertencentes à Fazenda pública ou
a ela confiados, o que obviamente constitui política acertada porque toda responsabilidade é individual, o que
implica, por extensão, pessoas físicas e jurídicas de direito privado, com ou sem finalidade lucrativa.
Conforme se verifica, as medidas a serem providenciadas têm a conotação de uma prestação de contas, a qual se
processa:
♦♦ por encerramento do exercício financeiro, para se ter conhecimento dos resultados auferidos durante a gestão
e da situação econômica e financeira do ente federativo.;
♦♦ em qualquer momento da gestão, por substituição no cargo;
♦♦ por término do mandato governamental.
As providências a serem levadas a cabo, no sentido de facilitar o entendimento, podem ser agrupadas da seguinte
maneira:
♦♦ informações sobre a estrutura administrativa;
O QUE OS GESTORES MUNICIPAIS DEVEM SABER | 9
completo. Deve refletir o plano de governo, o qual descreverá as ações de caráter estratégico, de longo prazo, com
as suas metas e indicadores de natureza social, econômica e financeira. Discussão que vem sendo realizada já
há algum tempo entre os especialistas tem por objeto a mensuração monetária das ações que constituem o seu
conteúdo. Por não ser o objetivo deste trabalho, deixo à inteligência dos leitores a conclusão sobre o assunto.
Despesas com pessoal, que incluem o quadro do pessoal efetivo, as funções gratificadas, os cargos em comissão
e os respectivos encargos sociais. As despesas com pessoal são as realizadas em todas as áreas de atuação do
Município, cujo objetivo é o de manter em funcionamento todas as atividades da entidade governamental. As
despesas de pessoal serão demonstradas por órgão da administração central e descentralizada.
Alunos matriculados e pacientes internados. A relação de alunos matriculados no ensino fundamental é de suma
importância para a administração municipal, posto que se trata de parâmetro para medir a receita do FUNDEB, a
que tem direito o Município como responsável pela execução da política educacional no seu âmbito. A relação de
pacientes internados, em tratamento nas unidades operacionais de saúde do Município, tem o sentido de medir
os recursos que devem ser destinados a essa área originados do SUS.
Contratos de empréstimos, financiamentos, autorizados por lei e vinculados a obras e prestação de serviços de
longo prazo. São contratos de empréstimos e financiamentos, autorizados por lei, vinculados a investimentos em
forma de obras e serviços de execução a longo prazo. As dotações para as despesas com amortizações e juros serão
incluídas nos orçamentos futuros, de acordo com as respectivas cláusulas contratuais.
Empréstimos por antecipação da receita. São aqueles realizados mediante contratos para suprir as deficiências
de caixa, autorizados por lei específica ou na lei orçamentária. Vencem-se sempre no encerramento de cada
exercício financeiro.
Disponibilidades em caixa e em bancos de movimentação livre. As disponibilidades em caixa e bancos
destinam-se aos pagamentos de obrigações resultantes das aquisições de bens e serviços empregados ou a serem
empregados nas atividades da organização governamental. Essas disponibilidades são formadas por receitas de
movimentação livre ou de movimentação vinculada, o que dependerá, exclusivamente, da legislação local sobre
o assunto. Dentre os valores de movimentação vinculada por meio da rede bancária destacam-se aqueles que
pertencem a terceiros como os depósitos judiciais, cauções, contribuições previdenciárias e consignações diversas,
cujas contrapartidas se inscreve no passivo financeiro.
Fundos especiais, convênios, e outras vinculações. São formas de gestão de receitas vinculadas por lei a
programas especiais de trabalho ou a ações específicas, nos casos dos convênios. Essas formas de gestão têm as
suas respectivas contrapartidas entre os Restos a Pagar, inscritas no Passivo Financeiro governamental.Os valores
conveniados com outras entidades quando recebidos antecipadamente devem ser contabilizados sempre como
um passivo, geralmente em conta denominada de Convênios a Aplicar. Esta conta é convertida em receitas de
transferências conveniadas a partir do momento em que as despesas com a ação conveniada sejam realizadas.
Inventários de agentes da administração, responsáveis por bens e valores, pertencentes ou confiados à
guarda e custódia administração pública. Relação dos agentes políticos e/ou administrativos responsáveis pelas
realizações de receitas e de despesas ou pela guarda de bens e valores pertencentes ou confiados à Fazenda
Pública.
Inventários de bens móveis, imóveis, veículos, equipamentos, máquinas e almoxarifados, bem como de
participações em capitais de empresas públicas e sociedades de economia mista. A entidade governamental
deve organizar e manter os seus controles sobre os bens tangíveis e/ou intangíveis, ou sobre aqueles que ainda
estão em estoques no almoxarifado, mediante inventários permanentes ou periódicos. Sobre esses valores
devem ser calculados depreciações, ajustes monetários, bem como processadas as avaliações ou reavaliações, nas
quais deverão ser considerados as datas de compras ou recebimentos desses valores em doação. Neste caso, as
contabilizações serão feitas com verificações de existência ou não de restrições impostas pelo doador.
Obras públicas e prestações de serviços em plena execução. O controle sobre os serviços e obras públicas de
uso comum ou de uso pela administração nas suas atividades deve ser organizado e mantido de tal forma que
permita a apuração de custos, prazos de execução, metas concretizadas ou a serem concretizadas. Demais disso,
as informações sobre esses valores permitirão, sem dúvida alguma, o conhecimento ou a identificação dos que
poderão ser concedidos ou, até mesmo, terceirizados.
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Ações na Justiça a favor e contra a Fazenda Pública Municipal. O conhecimento desses passivos é de fundamental
importância para uma boa gestão financeira, e tem por fim evitar intervenções de outros poderes governamentais
nas finanças da entidade. O inventário deve ser mantido e permanentemente atualizado com o sentido de verificar
o impacto dessa situação sobre o patrimônio da entidade governamental.
Créditos líquidos e certos, tributários e não tributários a serem recebidos. Lamentavelmente, não é regra o
conhecimento prévio pela Contabilidade dos créditos líquidos e certos, cujos recebimentos são garantidos por leis
e contratos. Esse conhecimento é importante, principalmente no momento de se elaborar, não apenas o balanço
patrimonial, mas o balanço financeiro, no qual verificaremos o peso desses créditos recebíveis no fluxo de caixa.
Balancetes finais da receita e da despesa, transpostos para o Balanço Financeiro ou Demonstração do Fluxo de
Caixa. São documentos de natureza contábil que devem ser elaborados com o objetivo de demonstrar as posições
atuais das receitas e das despesas, cujas informações ajudarão a compor o balanço financeiro, qualquer que seja
o regime adotado.
Quotas duodecimais para o Poder Legislativo. Questão importante é saber o valor das quotas duodecimais,
calculadas em função do total da despesa do Poder Legislativo, as quais deverão ser previstas na programação de
caixa e liberadas até o dia 20 de cada mês do exercício.
Transferências constitucionais (União e Estado), voluntárias e conveniadas. Outra questão importante é tomar
conhecimento das transferências constitucionais que a entidade tem a receber, sejam as que se originam da
União, sejam as que se originam do Estado. As voluntárias são aquelas que se originam de políticas definidas em
outras esferas governamentais, as quais são distribuídas com restrições, e as conveniadas são as que se originam
de convênios firmados com outras esferas governamentais, ou com entidades de direito privado, com ou sem fins
lucrativos.
Subvenções, Contribuições e Auxílios. As subvenções classificam-se em sociais e econômicas. As sociais destinam-
se a atender a serviços prestados ou a serem prestados por entidades de natureza social, sem fins lucrativos;
as econômicas são aquelas que se destinam a subsidiar preços de serviços públicos, produtos farmacêuticos e
alimentícios. As contribuições, correntes e de capital, se destinam a atender a entidades sem fins lucrativos e os
auxílios, de capital, geralmente acompanham as subvenções sociais e econômicas.
Relatórios e Demonstrações Contábeis. Um relatório pormenorizado das atividades governamentais da
administração que está se encerrando deverá ser preparado e entregue ao sucessor, a fim de que este possa se
orientar nas decisões que serão tomadas para dar seguimento à administração local.
O relatório deve ser acompanhado, pelo menos, de um balanço financeiro com os explicativos necessários sobre
a movimentação do caixa.
As seguintes demonstrações básicas deverão ser posteriormente elaboradas:
♦♦ Balanço Patrimonial, cujo objetivo é demonstrar a composição patrimonial, a situação econômico-financeira
e a situação líquida patrimonial.
O QUE OS GESTORES MUNICIPAIS DEVEM SABER | 13
♦♦ Balanço Financeiro, ou balanço do fluxo de caixa, tem por objetivo indicar a movimentação financeira do
período a que se refere.
♦♦ Demonstração do Fluxo de Caixa por Atividades, que tem por objetivo indicar a movimentação financeira do
caixa por atividades operacionais, investimentos e financiamentos.
♦♦ Variações Patrimoniais, que tem por objetivo indicar as variações que o patrimônio sofrera ao longo período
a que se refere.
♦♦ Balanço Orçamentário, que tem por objetivo demonstrar, resumidamente, a gestão orçamentária no exercício
a que se refere.
Estas demonstrações serão acompanhadas de demonstrações complementares, explicativas, das situações
que refletem, bem como de notas explicativas de situações peculiares que se apresentam em seus respectivos
conteúdos.
Deverão acompanhar a prestação de contas final demonstrações consolidadas em dois grupos:
1. aquelas que se referem às entidades jurídicas de direito público interno, ou seja, a entidade central e suas
autarquias e fundações;
2. aquelas que se referem às empresas públicas ou sociedades de economia mista, das quais a entidade
governamental faz parte.
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Capítulo 2
Planejamento Governamental e Gestão
Orçamentária, Financeira e Patrimonial
1. Planejamento Governamental
1.1. Do Patrimônio Público
O Patrimônio Público constitui-se de bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público interno, ou seja, à União, aos Estados, aos Municípios, ao Distrito Federal e as suas respectivas autarquias
e fundações, quando estas forem assim determinadas pela lei que as instituir.
Conceito de Patrimônio Público
O Patrimônio Público pode ser conceituado como o conjunto de bens que o integram e que a entidade pública
utiliza como meio para a concretização dos seus fins.
Classificação dos Bens Públicos
Os bens públicos classificam-se como:
♦♦ de uso comum do povo – aqueles que podem ser usados pela sociedade ou pelo povo, tais como os rios, mares,
estradas, ruas e praças e outros;
♦♦ de uso especial – os que são utilizados pela administração como meios materiais para a concretização dos seus
fins, tais como os edifícios, os terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal,
estadual, territorial ou municipal, inclusive de suas autarquias e outros;
♦♦ dominicais – que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito
pessoal ou real, de cada uma das entidades de direito público interno. Não dispondo a lei em contrário,
consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado
estrutura de direito privado.
Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua
qualificação na forma que a lei determinar.
Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela
entidade a cuja administração pertencerem.
O QUE OS GESTORES MUNICIPAIS DEVEM SABER | 15
O conteúdo das diretrizes orçamentárias é estabelecido no artigo 165, § 2º, da Constituição da República, o qual inclui:
♦♦ metas e prioridades da administração, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente;
♦♦ orientações para a elaboração do orçamento anual;
♦♦ disposições sobre as alterações na legislação tributária;
♦♦ disposições sobre os gastos com pessoal, conforme o disposto no art. 169, § 1o, II, da Constituição da República1.
De acordo com o que dispõe o art. 4o, §§ e incisos respectivos da Lei Complementar nº 101, de maio de 2000, a
função das Diretrizes Orçamentárias foi ampliada. Assim, como consequência da determinação mencionada, este
documento deverá ainda conter normas sobre:
♦♦ equilíbrio entre receitas e despesas;
♦♦ critérios e formas de limitação de empenho, a serem efetivados nas hipóteses em que as metas fiscais previstas
não se concretizem;
♦♦ controle de custos e avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;
♦♦ cálculo e forma de utilização da Reserva de Contingência2.
1 Ver REIS, Heraldo da Costa, parecer Efeitos de ajustes em cargos e salários nas finanças e em serviços municipais, in Revista de
Administração Municipal n. 260, outubro/dezembro 2006. Rio de Janeiro: IBAM, p. 71-73.
2 ______ Reserva de Contingência, in Contabilidade e Gestão Governamental: estudos especiais. Rio de Janeiro: IBAM, 2004, p.
175-178.
O QUE OS GESTORES MUNICIPAIS DEVEM SABER | 17
As Diretrizes Orçamentárias conterão, ainda, Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos
contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas,
caso se concretizem. Assim, também, como consequência, estabelecerá as diretrizes para a constituição da
Reserva de Contingência que constará do orçamento anual com aqueles objetivos.
O documento Diretrizes Orçamentárias deverá ser aprovado por lei municipal em sessão legislativa que não
poderá ser interrompida sem a aprovação do respectivo projeto de lei, conforme o disposto no § 2o, do art. 57 da
Constituição da República, e terá vigência anual, podendo, entretanto, durante o exercício financeiro, ser alterado
por mudanças nas prioridades governamentais.
♦♦ Entidade – fundamenta duas das suas principais características, ou seja, a personalidade jurídica e a
autonomia administrativa e financeira que lhes são conferidas pela lei que a institui. Estas características,
por exemplo, são enfatizadas na Constituição da República, na Lei 4.320 e na própria Lei de Responsabilidade
Fiscal. Isto significa afirmar que cada unidade governamental, tal como a União, o Estado-membro, o
Município, o Distrito Federal, a autarquia, a fundação, a empresa pública e a sociedade de economia mista,
tem o seu próprio orçamento e o seu próprio balanço. As consolidações desses orçamentos e dos respectivos
balanços têm por objetivo demonstrar como a entidade econômica, que é o núcleo central, se desempenhou
da sua missão global através dessas entidades.
♦♦ Equilíbrio – evidentemente, este princípio, de difícil concretização, não se limita, na sua fundamentação,
à igualdade dos totais das receitas e das despesas como conteúdos do orçamento. É preciso que o gestor,
antes da elaboração do orçamento, analise as atividades da organização para identificar aquelas que geram
receitas sem vínculos a despesas; aquelas que geram apenas despesas com vínculos a produtos e aquelas que
geram receitas, despesas e respectivos produtos. Conceitualmente, o equilíbrio pode ser identificado como
econômico, financeiro e contábil, dependendo, neste caso, exclusivamente da natureza das operações a serem
realizadas.
♦♦ Especificação – fundamenta a forma pela qual o orçamento deverá se apresentar com relação ao seu conteúdo.
As receitas deverão ser detalhadas, com indicações das respectivas fontes, e as despesas até, no mínimo, o
elemento de despesa, com indicação das respectivas aplicações por funções, subfunções, programas, ações
(projetos e/ou atividades) e ainda pelos órgãos responsáveis pelas execuções dessas ações.
♦♦ Evidenciação – fundamenta o conteúdo orçamentário conforme o disposto no artigo 2º da Lei 4.320, ou
seja, o orçamento conterá a discriminação da receita e despesa, de forma a evidenciar a política econômico-
financeira e o programa de trabalho do Governo. Em realidade, este princípio é o próprio objetivo do orçamento
governamental que deve traduzir, por meio das informações nele contidas, o seu papel de operacionalizador
dos direitos e das obrigações do Estado junto ao cidadão.
♦♦ Exclusividade – prescrito no art. 165, § 8º, da Constituição da República, este princípio fundamenta o conteúdo
do orçamento, o qual não abrangerá autorizações para institucionalizações de fatos geradores de receitas e de
despesas, bem como certas alterações que possam envolver remanejamentos, transposições ou transferências
de recursos de uma dotação para outra ou de um órgão para outro, as quais retratam repriorizações de ações
ou despesas governamentais, conforme o disposto no artigo 167, inciso VI, da Constituição da República.
♦♦ Legalidade – não está relacionado com a lei orçamentária que aprova o orçamento, como muitos pensam
equivocadamente. Relaciona-se com o seu conteúdo, que deverá estar respaldado por leis específicas, como
por exemplo: receitas de tributos de competência da entidade; despesas de pessoal, cujos cargos tenham sido
institucionalizados previamente por leis; empréstimos ou amortizações, que tenham sido autorizados por leis
anteriores à lei de orçamento; vinculações de receitas a programas especiais de trabalho e outros.
♦♦ Publicidade – fundamenta a divulgação do ato que aprova o orçamento, ou seja, a lei.
O QUE OS GESTORES MUNICIPAIS DEVEM SABER | 19
3 Ver Aspectos da gestão orçamentária e financeira, in REIS, Heraldo da Costa. Contabilidade e Gestão Governamental: estudos
especiais. Rio de Janeiro: IBAM, 2004, p. 43-55.
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A estrutura do orçamento anual está estabelecida no artigo 165, § 5º, da Constituição da República. Compõe-se de:
Orçamento Fiscal, Orçamento de Investimentos e Orçamento da Seguridade Social, este, no âmbito do Município,
compreende os orçamentos da Saúde e da Assistência Social.
O orçamento é aprovado por lei anual. Entretanto, poderá ocorrer que o orçamento, no âmbito do Legislativo,
tenha algumas de suas partes vetadas ou seja, rejeitadas parcial ou totalmente, por não atenderem às disposições
contidas na legislação, conforme estabelecido no artigo 166, parágrafos, incisos e alíneas respectivas da
Constituição da República. Neste caso, há que se observar o determinado no § 8º do artigo 166 da Constituição,
que assim dispõe:
Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem
sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou
suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
A expressão “os recursos que”, utilizada no início do dispositivo, é para qualificar as receitas que deverão ser obtidas
através das atividades da organização.
Observe que sobre as receitas não existem restrições, a não ser nos casos em que os cálculos das projeções não
estejam de acordo com as características das fontes ou que tenham sido incluídas no orçamento sem que a lei
o autorizasse. Assim, as restrições incidem muito mais nas despesas. Estas (as despesas) dependem das receitas
para serem realizadas.
A abertura de crédito suplementar ou especial, qualquer que seja a situação (veto, emenda ou rejeição) a ser
atendida, deverá indicar sempre a fonte dos recursos necessários à sua concretização. No caso de veto ou rejeição
parcial das despesas, as anulações parciais ou totais das demais despesas serão as fontes dos recursos exigidos.
Se, entretanto, a rejeição for total, a coisa se complica, pois os recursos financeiros necessários à abertura dos
créditos especiais dependerão das fontes de receitas próprias e externas.
Esclareça-se aos gestores governamentais dos Municípios (Prefeitos e Vereadores) que, conquanto haja
divergências políticas, das quais podem decorrer as situações mencionadas, serão realizadas as aplicações
compulsórias nas áreas da Educação, Saúde, Assistência Social, nas obras iniciadas e nas atividades-meio já
implantadas pela administração4.
4 Ver Thiago de Oliveira, parecer Processo Legislativo. Elaboração da Lei orçamentária e o poder de emenda parlamentar, in
Revista de Administração Municipal n. 252, março/abril 05. Rio de Janeiro: IBAM, p.48-50.
O QUE OS GESTORES MUNICIPAIS DEVEM SABER | 21
♦♦ no sentido stricto, como um conjunto de entradas que produzem acréscimos de natureza financeira no
Patrimônio líquido da entidade.
As receitas do Município originam-se das seguintes fontes:
♦♦ tributos da sua competência, tais como impostos, taxas pelo exercício do poder de polícia e taxas por prestação
de serviços e da contribuição de melhoria;
♦♦ atividades econômicas, tais como agropecuária, indústria, comércio e serviços. Estas atividades podem ser
executadas direta ou indiretamente pelo Município. Quando executadas indiretamente, o Município utiliza-se
de autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista;
♦♦ fruição do patrimônio, ou seja, da exploração econômica dos bens integrantes do patrimônio da entidade.
São receitas os aluguéis, arrendamentos, uso do solo, solo criado, participações societárias, superávit em
alienações de bens e aplicações financeiras de excesso de caixa;
♦♦ transferências constitucionais, voluntárias e conveniadas. Entre as primeiras encontram-se o FPM, o ICMS,
o imposto de renda retido na fonte e outras determinadas pela Constituição da República. As transferências
voluntárias originam-se de políticas estabelecidas por outras esferas de governo, cujas leis autorizam
essas transferências. São exemplos a merenda escolar, o dinheiro na escola, entre outras. As transferências
conveniadas originam-se de negociações feitas entre as esferas governamentais, ou entre estas e entidades
privadas. São parcerias realizadas com o propósito de executar ações específicas, na maioria das vezes da
responsabilidade da entidade receptora. Neste caso, a entidade deverá cumprir com a sua parte vinculando
parcelas de receitas especificadas para a concretização da ação. Assim, os convênios firmados com outras
entidades governamentais ou privadas produzem a entrada de recursos financeiros com destinações
específicas;
♦♦ da conversão de direitos contraídos, tais como multas, indenizações, juros de mora, cobrança da dívida ativa etc.;
♦♦ da utilização do crédito para financiamento de atividades, independentemente dos objetivos pretendidos.
São exemplos os empréstimos por antecipação de receita orçamentária, os empréstimos ou financiamentos
contratados, a emissão de títulos ou, ainda, as consolidações de dívidas ou transformações de dívida flutuante
em dívida consolidada.
As receitas municipais classificam-se em Receitas Correntes e Receitas de Capital, que assim se apresentam:
♦♦ Receitas Correntes – Receita Tributária, Receita de Contribuições, Receita de Agropecuária, Receita Industrial,
Receita Patrimonial, Receita de Serviços, Transferências Correntes e Outras Receitas Correntes.
♦♦ Receitas de Capital – Operações de Crédito, Alienações de Bens, Amortização de Empréstimos, Transferências
de Capital e Outras Receitas de Capital.
22 | IBAM – INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
Despesas Correntes, aquelas realizadas pela administração com o objetivo de dar condições de funcionamento
a toda a máquina administrativa dos órgãos da administração central e das entidades descentralizadas da
organização municipal.
Despesas de Capital, as que têm por objetivo a obtenção de ativos das mais variadas naturezas e que
contribuirão para a geração de benefícios e desenvolvimento de todas as atividades da entidade. Classificam-
se como Investimentos, Inversões Financeiras e Transferências de Capital.
Na organização da Contabilidade devem ser observadas as normas da Lei 4.320, bem como os princípios de
contabilidade5, estabelecidos pela Resolução 750, quais sejam: Princípios da Entidade, da Continuidade, da
Oportunidade, do Registro pelo Valor Original, da Atualização Monetária, da Competência e da Prudência6, bem
como das Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao setor público, que integram aquela Lei, ambos do
Conselho Federal de Contabilidade.
O papel da contabilidade na administração de uma organização é o de fornecer informações úteis e confiáveis
sobre o desempenho dos seus gestores, a fim de que se possa verificar se os resultados planejados estão se
concretizando.
No planejamento da Contabilidade, o plano geral de contas (PGC) assume papel importante, posto que nele se
visualizam as categorias de classificação e os procedimentos a serem adotados, mediante os quais serão geradas
as informações que constarão das demonstrações a serem produzidas periodicamente.
Nesse planejamento a informação contábil visará, sobretudo, demonstrar:
♦♦ os registros das operações realizadas e os respectivos efeitos sobre o Patrimônio do Município;
♦♦ a situação financeira e econômica do Município;
♦♦ o desempenho da entidade, por intermédio de cada uma das suas atividades, quer remuneradas ou não, ou
por área de atuação;
♦♦ os custos de execução dos programas governamentais, bem como os ativos alocados a cada área de atuação
do governo;
♦♦ o controle das dotações fixadas para cada espécie de despesa governamental, bem como a verificação da
necessidade da abertura dos créditos adicionais e a existência dos recursos necessários à sua concretização;
♦♦ o controle dos bens, direitos e obrigações do Município.
Além disso, complementando o sistema de informação contábil, o planejamento deverá estruturar um conjunto
de demonstrações e relatórios internos, para fins gerenciais.
5 Ver Princípios de contabilidade e a contabilidade governamental, in REIS, Heraldo da Costa. Contabilidade e Gestão
Governamental: estudos especiais, Rio de Janeiro: IBAM, 2004, p. 145-174.
6 Ver Regime de Caixa ou de Competência: eis a questão, in REIS, Heraldo da Costa, Revista de Administração Municipal n. 260,
outubro/dezembro, 2006, Rio de Janeiro: IBAM, p. 37-48.
O QUE OS GESTORES MUNICIPAIS DEVEM SABER | 25
7 Ver REIS, Heraldo da Costa, Créditos Suplementares na Lei Orçamentária, in Revista de Administração Municipal, Seção Finanças
Municipais, n. 259, julho/setembro 2006, Rio de Janeiro: IBAM, p. 46.
26 | IBAM – INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
8 Ver Gestão Financeira, in REIS, Heraldo da Costa, Contabilidade e Gestão Governamental: estudos especiais, Rio de Janeiro:
IBAM, 2004, p. 119-144.
28 | IBAM – INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
9 Ver REIS, Heraldo da Costa, Regime de Caixa ou de competência: eis a questão, in Revista de Administração Municipal, nº 260,
outubro/dezembro, 2006, Rio de Janeiro: IBAM, p. 37-48.
O QUE OS GESTORES MUNICIPAIS DEVEM SABER | 29
permite conhecer também o que a Administração fez com tais recursos e conduz a um custo médio unitário que
facilitará a preparação dos orçamentos futuros.
A Constituição da República, por meio do seu artigo 74, parágrafos e incisos respectivos, dispõe que cada Poder
manterá o seu sistema de controle interno para o fim de avaliar o desempenho da organização nos conceitos da
economicidade, eficiência, eficácia e efetividade, bem como verificar a aplicação dos dinheiros públicos confiados
às entidades de direito privado e, finalmente, preservar as parcelas patrimoniais sob a sua responsabilidade e,
consequentemente, o Patrimônio total do Município10.
10 Ver Controle Gerencial na Administração Pública, in REIS, Heraldo da Costa, Contabilidade e Gestão Governamental: estudos
especiais, Rio de Janeiro: IBAM, 2004, p. 87-96.
11 Ver REIS, Heraldo da Costa, A compensação tributária nas finanças municipais, in Seção Finanças Municipais, Revista de
Administração Municipal, nº 260, outubro/dezembro, 2006, Rio de Janeiro: IBAM, p. 49.
12 Atente-se que está em tramitação no Congresso Nacional Emenda Constitucional que modificará o art. 212 da Constituição
Federal e dará nova redação aos arts. 60 e 76 do Ato das Disposições Transitórias.
30 | IBAM – INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
por parte do Poder Executivo de qualquer esfera governamental, em ato próprio, o Decreto ou outro normativo
definido em lei, para a sua abertura, quais sejam:
♦♦ caracterização do fato como calamidade pública ou situação de emergência, o que dependerá da sua extensão;
♦♦ diagnóstico dos efeitos do fenômeno identificado;
♦♦ definição das ações pertinentes à situação;
♦♦ previsão de custos para as ações que se fizerem necessárias ao atendimento da situação caracterizada;
♦♦ elaboração do programa de trabalho a ser executado;
♦♦ previsão, em dispositivo próprio no Decreto, de abertura do crédito extraordinário, de autorização para abertura
de crédito adicional suplementar, com estabelecimento de limite em percentual ou em valor absoluto, caso as
dotações provisionadas para as despesas sejam insuficientes para as respectivas realizações.
Evidentemente, por se tratar de uma situação de exceção, a realização dos gastos previstos no crédito extraordinário
independe de outras formalidades exigidas pela legislação em uma situação normal, o que não significa que a
administração se descuidará do necessário controle que deve manter sobre os gastos.
Uma vez atendida a situação, o Chefe do Poder Executivo deverá preparar a respectiva prestação de contas, cuja
composição será formada pelo ato de abertura e dos documentos comerciais comprobatórios das despesas
realizadas, e apresentar ao Poder Legislativo respectivo da unidade Federativa para submeter-se ao seu crivo e
aprovação, com a sua transformação em lei.
A vigência do crédito extraordinário vai da data da sua abertura ao dia 31 de dezembro do exercício financeiro de
origem, salvo se o ato de abertura se der em um dos últimos quatro meses desse exercício, quando, então, poderá
ter a sua vigência estendida para o exercício seguinte para o qual poderá ser transferido.
É certo que a situação excepcional produzirá efeitos negativos sobre a receita da entidade governamental, o que
implicará providências da sua administração no sentido de absorver o impacto sem prejudicar a execução de
outros gastos necessários à manutenção e funcionamento das suas atividades administrativas. Daí os gastos do
crédito extraordinário poderem ser absorvidos pela reserva de contingência, que deverá estar já autorizada no
orçamento do exercício financeiro para o qual fora elaborado, de acordo com as normas estabelecidas na Lei de
Diretrizes Orçamentárias ou em lei ordinária, conforme se recomendou.
Outras providências poderão ser adotadas no sentido de preservar o equilíbrio nas contas governamentais, tais
como redução de gastos de menor prioridade e, constatada a possibilidade, não assumir novas obrigações de
pagamento.
Para as ações classificadas no segundo item, no que respeita às situações decorrentes de alterações climáticas,
já há estudos que indicam caminhos de prevenção, o que leva a refletir sobre as justificativas da não inclusão de
programas de trabalho no orçamento para esse tipo de problema. Em realidade, defende-se aqui um planejamento
prévio e sério, que envolva todas as situações-problema que possam vir a ocorrer no Município. No que respeita
32 | IBAM – INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
à situação aqui enfocada, são necessários alguns passos para que as ações governamentais possam constar já do
orçamento governamental, como se descreve a seguir.
Primeiro, dependendo da região em que se localize, é necessário diagnosticar a natureza do problema que se quer
enfrentar – seca ou enchente – e o período em que se concretiza. Após a identificação das causas do problema,
estruturar as possíveis ações preventivas (contenção de encostas, construção de moradias ou de represas ou açudes,
e outras...) as quais serão programadas com metas de curto, médio e longo prazos, nas respectivas execuções,
incluídos os recursos destinados à mão de obra, equipamentos, materiais e outros itens que possibilitem evitar,
prevenir ou, pelo menos, minimizar os castigos que a natureza vem aplicando a parcelas cada vez maiores da
população.
É evidente que se fala de um programa de trabalho que deve ser elaborado obrigatoriamente pelas esferas
governamentais envolvidas e de forma integrada. Entretanto, sabe-se que um plano não pode ser executado
apenas porque se quer, ainda que incluídos os recursos já mencionados. Necessária se faz a previsão de recursos
financeiros que possibilitarão a execução do programa. Mas, aqui, chega-se a um dilema: de onde tirar esses
recursos? Instituir impostos? Taxas de prevenção de secas ou de enchentes? Buscar os recursos nas transferências
constitucionais ou em outras fontes? A decisão cabe à esfera governamental responsável pelo programa de
trabalho.
No que respeita à vinculação de parcelas de impostos ao programa de trabalho de prevenção de que se trata neste
texto, deve-se observar o prescrito no art. 167, IV, da Constituição Federal, o que não impede o Congresso de votar
uma Emenda no sentido de instituir a vinculação, como ocorre com as demais vinculações ali autorizadas.
Concretizada, por lei, a vinculação de certas receitas ao programa de trabalho, a gestão financeira das entidades
envolvidas cuidará de formalizar o Banco onde os recursos financeiros serão depositados para a formação do
lastro financeiro necessário aos pagamentos das obrigações surgidas com a execução do programa de trabalho.
Conclui-se, portanto, que, apesar da nobreza dos gestos de solidariedade que se constatam nas ocasiões
de sofrimento e dor de parcelas da população, estes não podem ser a ajuda principal para aqueles que forem
vitimados por qualquer imprevisto. Os poderes públicos, sim, é que possuem os mecanismos disponíveis para,
pelo menos, atenuar as consequências que possam advir de situações como as que serviram de motivação para a
elaboração deste texto.
se o implemento de condição não for cumprido integralmente, ou mesmo cumprido, se porventura não houver
recursos financeiros suficientes para serem transferidos para o exercício seguinte.
Ocorre, entretanto, a existência da possibilidade de transferências do pagamento integral ou parcelado para o
exercício financeiro posterior acompanhado da suficiência de caixa. Evidentemente, neste caso, a obrigação de
despesa será transferida para o período seguinte como Restos a Pagar Processados, na forma do art. 92, parágrafo
único, da Lei 4.320.
Titular de Poder e de órgão
Temos aqui dois conceitos referentes aos que estão na direção da organização dos dois Poderes que constituem
o Governo Municipal, ou seja, Executivo e Legislativo, cujas responsabilidades resultam da observância de regras
da legislação orçamentária e financeira aplicável à Administração Pública, da qual destacam-se a Lei Federal nº
8.666/1993 e suas modificações, que dispõem sobre normas gerais de licitações e contratos e do disposto no art. 58
da Lei nº 4.320, que estabelece o seguinte: “O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente
que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não do implemento de condição”.
Destaque-se do mencionado dispositivo a expressão autoridade competente que, evidentemente, só pode ser
o agente da Administração Pública legalmente habilitado para assumir direitos e obrigações em nome do ente
federativo, no caso, o Município, ou da entidade jurídica descentralizada como a autarquia ou a fundação, ou
ainda a empresa pública ou a sociedade de economia mista.
Assim, no caso do Município, temos, inicialmente, o Prefeito, com o Chefe do Poder Executivo, ou aquele a quem
ele delegou competência, para assumir direitos e obrigações, incluindo os que estejam na direção de autarquia
ou fundações instituídas no âmbito da Administração Pública. No âmbito do Poder Legislativo, o seu Presidente,
eleito pelos seus pares, ou aquele a quem ele delegou competência para assumir direitos e obrigações.
Assim, titular de Poder é aquele que detém a competência legal para assumir direitos e obrigações do Município:
a) no caso do Poder Executivo, o Prefeito, eleito diretamente pelo povo, e b) no caso do Poder Legislativo, o seu
Presidente, eleito diretamente pelos seus pares. E titular de órgão e/ou entidade jurídica descentralizada, a quem
fora delegada competência, seja no âmbito do Poder Executivo, seja no âmbito do Poder Legislativo.
A obrigação de pagamento, conforme já mencionado, resulta: (a) da verificação do cumprimento do objeto
do contrato, ou seja, do cumprimento do implemento de condição, e (b) do cumprimento do mandamento da
Constituição Federal ou de lei específica.
Suficiência de caixa
Observe que no âmbito do art. 42 e seu parágrafo único da Lei nº 101/2000 são apresentadas duas situações:
1. a primeira, que diz “... contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro
dele ...”, quer dizer, cumprido o implemento de condição, há que pagar o débito dentro dos dois últimos
quadrimestres do exercício de origem em que ela foi reconhecida. Neste caso, não havendo a possibilidade
do cumprimento integral por insuficiência de caixa, a operação está proibida;
O QUE OS GESTORES MUNICIPAIS DEVEM SABER | 35
2. a segunda, “...ou que tenham parcelas a serem pagas no exercício seguinte em que haja suficiente disponibilidade
de caixa para este efeito.”, o que quer dizer, conquanto a obrigação de despesa esteja cumprida no período
de origem, ou seja, o implemento de condição ou o objeto do contrato esteja cumprido, não houve tempo
de pagá-la em razão de exigências legais, obrigando a administração a formalizar a sua inscrição em restos a
pagar, transferindo-os para o exercício seguinte, necessitando, no caso, que esteja acompanhado da suficiente
disponibilidade de caixa para efetivar o pagamento, o que não se concretizando tornará a operação proibida.
Esclareça-se, contudo, que o pagamento da obrigação pode ser feito de uma só vez ou parceladamente no exercício
de origem ou no seguinte, o que, provavelmente, estará determinado no contrato.
Observe-se também que o parágrafo único do art. 42 da Lei nº 101 vincula os acessórios da obrigação de pagamento,
juros e outros encargos, à definição da disponibilidade de caixa, o que significa que essa disponibilidade estará
comprometida.
Resta, entretanto, definir a expressão disponibilidade de caixa, o que leva a uma outra discussão, qual seja:
♦♦ ela reflete, exclusivamente, dinheiro em espécie em caixa?
♦♦ refletirá, também, os direitos líquidos e certos, garantidos por lei, como os créditos tributários ou transferências
constitucionais, ou por contratos, como os créditos não tributários?
As duas situações, conquanto possam causar polêmica, dependerão de procedimentos de gestão financeira e
contábil, quais sejam, regime misto (regime de caixa para as receitas e competência orçamentária para a despesa
orçamentária legalmente empenhada no exercício), ou regime de competência para o reconhecimento das
receitas e despesas.
Ao que tudo indica, é pelo regime misto que se processará a contabilidade das operações nos períodos referentes
ao exercício financeiro em que se encerram os mandatos do Prefeito e do Presidente do Legislativo que esteja
no comando da gestão deste Poder, bem como a gestão dos responsáveis por órgãos e entidades jurídicas
governamentais descentralizadas, como a autarquia e a fundação, o que, sem dúvida alguma, distorce totalmente
as informações sobre receitas e despesas.
No regime de caixa, os direitos líquidos e certos reconhecidos por leis e contratos, não são contabilizados; e nas
despesas, em razão da adoção do disposto no inciso II, do art. 35 da Lei 4.320, revelam-se a existência de despesas
empenhadas em processamento (as que não se concretizaram dentro do exercício) e que posteriormente
comporão o que denominam, equivocadamente, de Restos a Pagar Não Processados.
As disponibilidades de caixa são formadas pelas receitas:
♦♦ operacionais, obtidas no período em análise, oriundas das atividades próprias da organização governamental;
♦♦ da exploração econômica do patrimônio efetivo da entidade governamental;
♦♦ de transferências constitucionais, a que tem direito por força de mandamento da Constituição da República;
♦♦ de negociações, mediante transferências conveniadas;
36 | IBAM – INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
♦♦ de transferências voluntárias;
♦♦ de exceção, tais como multas, juros de mora indenizações e outras do gênero;
♦♦ de conversão de direitos líquidos e certos sobre valores de natureza tributária e não tributária;
♦♦ da utilização do crédito, mediante empréstimos e/ou financiamentos;
♦♦ de alienações por vendas de bens tangíveis e intangíveis.
Os contratos, por sua vez, sejam de vigência anual ou plurianual, são empenhados globalmente ou parcialmente,
o que dependerá da natureza da operação e da decisão a ser tomada pela administração, qual seja, a de empenhá-
los globalmente ou parcialmente.
Globalmente, é empenhar o contrato, anual ou plurianual, pela sua totalidade, o que não significa, em hipótese
alguma, que vá afetar a execução orçamentária no exercício de origem, e muito menos no exercício seguinte.
Neste caso, os Serviços de Contabilidade deverão estar preparados para a contabilização do contrato empenhado
nas chamadas Contas de Compensação.
Parcialmente, significa que o contrato anual ou plurianual será empenhado em parcelas que serão executadas
em cada fase. No que respeita ao contrato de vigência plurianual, o valor referente à fase que será executada no
exercício seguinte deverá estar previsto no orçamento daquele exercício, o que significa afirmar que não cabem
esquecimentos quanto à previsão daqueles recursos.
Vale ressaltar que, no caso dos contratos de vigência plurianual empenhados globalmente, a regra do art. 42,
parágrafo único, da Lei Complementar nº 101/2000 aplica-se normalmente apenas no que se refere à primeira
fase, cuja obrigação de despesa deverá ser cumprida integralmente nos dois últimos quadrimestres do mandato
do titular do Poder ou do órgão. Assim, a Lei não impede a assunção de obrigação de despesa, desde que as normas
que lhes dizem respeito sejam respeitadas, o que obriga o gestor a planejar os seus gastos. Cabe reiterar, portanto,
que os contratos, principalmente os de vigência plurianual, de onde também surgem as obrigações de despesas,
devem ser previstos no Plano Plurianual.
No caso dos contratos de prestação de serviços, obras, ou mesmo compras, qualquer que seja o prazo de vigência,
é preciso verificar se estão vinculados a convênios, a área específica ou a empréstimos, o que significa que deverão
ser contabilizados como fundos especiais.
O gestor público, não importa se do Poder Executivo ou Legislativo, deve ser lembrado de que o ente federativo,
ou seja, o Município, possui um Patrimônio que é afetado por todas as suas decisões, inclusive pelos desperdícios
detectados como consequência das más aplicações dos recursos que lhes foram confiados.
Evitar a assunção de dívidas que possam vir a prejudicar as gestões e gerações futuras contribui para o equilíbrio
financeiro, sem dúvida alguma. Entretanto, procurar obter o máximo de receitas das atividades da organização
governamental – e evitar o crescimento da dívida ativa e a sonegação –, bem como melhorar a qualidade das
aplicações, contribuirá muito mais, tanto para evitar aquela situação, como para a geração do maior volume de
benefícios em favor da sociedade.
O QUE OS GESTORES MUNICIPAIS DEVEM SABER | 37
Volta-se aqui a invocar o art. 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que dispõe que o titular do Poder e de órgão
governamental não pode assumir obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente nos dois
últimos quadrimestres do exercício de encerramento de mandato ou de gestão patrimonial e financeira, o que
equivale a dizer, à primeira vista, que as obrigações dos exercícios anteriores e do primeiro quadrimestre desse
exercício não devem ser consideradas no cálculo da suficiência de caixa dos últimos quadrimestres ali tratados.
Entretanto, esta é uma visão equivocada da lei, pois vai de encontro ao princípio contábil da continuidade das
organizações, ou seja, os períodos ou os quadrimestres do exercício financeiro de encerramento e início dos
mandatos ou da gestão se complementam como se exemplifica a seguir.
Verificação da suficiência de caixa
Com as informações a seguir apresentadas, examinar a situação financeira do Município nos quadrimestres do
exercício de X1, conforme o determinado no art. 42 e o parágrafo único da LRF.
BALANÇO GERAL DE Xº
2º e 3º quadrimestres X1
Receita operacional arrecadada 80.000,00
Despesa Empenhada Processada 60,000,00
Despesa Empenhada em Processamento 40.000,00
Devolução de Depósitos Diversos 10.000,00
Pagtos. de RP-Proc. 97.500,00
Processamentos de despesas – 1º quadrimestre 35.500,00
Com as informações acima, levantar o fluxo de caixa e a situação do Patrimônio Financeiro do 2º e 3º quadrimestres de X1.
Como se verifica, nos quadrimestres sempre houve suficiências de caixa para dar suporte financeiro a todas as
obrigações assumidas nesses períodos, inclusive àquelas que vieram transferidas do exercício X0, o que incluía os
contratos em execução ou em processamento.
No balanço final de X1 o caixa demonstra a existência de suficiência de recursos financeiros para atender aos
restos a pagar X0 e X1 mais as despesas em processamento dos dois últimos quadrimestres deste exercício.
No âmbito do Poder Legislativo do Município B, por exemplo, o problema é de fácil solução, uma vez que não
executa atividades das quais possam resultar receitas, basta verificar as suas despesas empenhadas processadas
e não processadas e confrontá-las com o saldo de caixa, como se exemplifica a seguir:
I - Exercício de X0
Caixa (saldo para X1) 1.200,00
Restos a Pagar X0 (despesas empenhadas e processadas) 800,00
Despesas Empenhadas Não Processadas, Transfs. p/X1 300,00 1.100,00
Saldo real de Caixa de X0 p/X1 100,00
II - Exercício de X1
Soma das dotações autorizadas no orçamento deste exercício
Despesas Orçamentárias 2.400,00
a) Movimentos do 1º quadrimestre de X1
Saldo de Caixa de X0 400,00
Recursos Financeiros (Caixa) liberados pelo Executivo
no 1º quadrimestre, conforme determinado na
Constituição Federal, art. 29-A 800,00 1.200.00
Pagtos. Desp. Emp. Processada de X0 transf. p/X1 300,00
Pagtos. Desp. Emp. Processada (1º quad. X1) 500,00
Despesa Empenhada não Proc. (1º quad. X1) 300,00 1.100,00
Saldo real de Caixa para os 2º e 3º quad. X1 100,00
Saldo das dotações para os dois últimos quadrimestres de X1 1.600,00
O QUE OS GESTORES MUNICIPAIS DEVEM SABER | 41
Esclareça-se que a devolução do saldo de caixa ao Poder Executivo, no encerramento do exercício, se concretiza se
porventura a Lei Orgânica Municipal assim determinar.
Assim, fica demonstrada a observância ao mandamento do art. 42 e seu parágrafo único da Lei Complementar nº
101/2.000 pelos dois Poderes, Executivo e Legislativo, do Município.
seguros e juros de empréstimos e financiamento contratados e em Restos a Pagar, todos os demais empenhos
processados;
♦♦ à avaliação ou reavaliação dos bens patrimoniais pertencentes ou confiados à guarda e custódia da Fazenda
Pública Municipal;
♦♦ ao inventário dos bens patrimoniais pertencentes ou confiados à guarda da Fazenda Pública Municipal;
♦♦ ao relacionamento dos contratos de qualquer natureza que estejam em plena execução e daqueles que vão se
iniciar no exercício seguinte;
♦♦ à elaboração do relatório de gestão e das demonstrações contábeis, orçamentárias e financeiras, da entidade
central e dos órgãos da administração indireta, inclusive dos Fundos Especiais, exigidas pela legislação
pertinente. As demonstrações contábeis serão acompanhadas das respectivas notas explicativas;
♦♦ à consolidação dos balanços das entidades descentralizadas com o Balanço da entidade Central.
Uma vez terminados os procedimentos de encerramento do exercício, em que se apuram os resultados da gestão,
tais como o Resultado Orçamentário, o Resultado Financeiro, o Resultado Econômico, a Receita Corrente Líquida,
o Resultado Primário e o Resultado Nominal, elaboram-se os relatórios exigidos pela legislação. Também deve
ser preparado um relatório mais completo da gestão governamental, cuja composição pode ser a que se indica a
seguir:
1. INTRODUÇÃO
2. ÁREAS DE RESPONSABILIDADE
2.1 Poder Legislativo
2.2 Poder Executivo
2.2.1 Coordenação Política
2.2.2 Atividades de Assessoramento
2.2.3 Atividades-meio
2.2.4 Atividades-fim
3. DEMONSTRAÇÕES INDIVIDUALIZADAS/RELATÓRIOS FINANCEIROS/NOTAS EXPLICATIVAS
3.1 Entidades da Administração Direta
3.2 Entidades da Administração Indireta
3.2.1 Autarquias
3.2.2 Fundações
3.2.3 Empresas Públicas
O QUE OS GESTORES MUNICIPAIS DEVEM SABER | 43
Capítulo 3
Legislação Aplicada à Gestão Governamental
Este capítulo é dedicado a apresentar aos gestores municipais, Prefeitos e Vereadores, um conjunto de leis federais,
de âmbito nacional, que dispõe sobre regras de gestão de atividades das mais variadas naturezas, o que inclui a
Constituição Federal.
A legislação local, de competência municipal, que envolve as mais diversas formas de atividades locais, que
tenham relação com qualquer das leis apresentadas e que possam ter ou não relação com a gestão orçamentária,
financeira e patrimonial, evidentemente, deverá ser observada.
Segue-se, pois, o mencionado conjunto:
♦♦ Constituição da República, de outubro de 1988.
♦♦ Emenda Constitucional nº 086/2015 (Emendas Impositivas) – introduz alterações na Constituição Federal,
mais precisamente nos artigos 165, 166 e 198, no que respeita às emendas impositivas.
♦♦ Lei nº 13.204/2015 (Parcerias OSCIP) – Altera a Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014, “que estabelece o
regime jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferências de recursos financeiros, entre
a administração pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a
consecução de finalidades de interesse público; define diretrizes para a política de fomento e de colaboração
com organizações da sociedade civil; institui o termo de colaboração e o termo de fomento; e altera as Leis nº
8.429, de 2 de junho de 1992, e 9.790, de 23 de março de 1999”; altera as Leis nº 8.429, de 2 de junho de 1992,
9.790, de 23 de março de 1999, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 9.532, de 10 de dezembro de 1997, 12.101, de
27 de novembro de 2009, e 8.666, de 21 de junho de 1993; e revoga a Lei nº 91, de 28 de agosto de 1935.
♦♦ Lei nº12.651/2012 (Código Florestal) – Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nº 6.938, de
31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis
nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de
agosto de 2001; e dá outras providências.
♦♦ Lei nº 12.608/2012 (Defesa Civil) – Institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDEC; dispõe
sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa
Civil - CONPDEC; autoriza a criação de sistema de informações e monitoramento de desastres; altera as Leis no
12.340, de 1o de dezembro de 2010, 10.257, de 10 de julho de 2001, 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.239, de
4 de outubro de 1991, e 9.394, de 20 de dezembro de 1996; e dá outras providências.
O QUE OS GESTORES MUNICIPAIS DEVEM SABER | 45
♦♦ Lei nº 12.587/2012 (Mobilidade Urbana) – Institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana;
revoga dispositivos dos Decretos-leis nº 3.326, de 3 de junho de 1941, e 5.405, de 13 de abril de 1943, da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e das Leis nº
5.917, de 10 de setembro de 1973, e 6.261, de 14 de novembro de 1975; e dá outras providências.
♦♦ Lei nº 12.305/2010 (Resíduos Sólidos) – Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, altera a Lei nº 9605, de
12 de fevereiro de 1998, e dá outras providências.
♦♦ Lei nº 12.187/2009 (Mudanças Climáticas) – Institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima – PNMC e dá
outras providências.
♦♦ Lei nº 12.114/2009 (Fundo Nacional Mudança Clima) – Cria o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima; altera
os arts. 6º e 50 da Lei nº 9478, de 6 de agosto de 1997, e dá outras providências.
♦♦ Lei nº 131/2009 – Introduz algumas mudanças na Lei Federal Complementar nº 101/ 2000, Lei de
Responsabilidade Fiscal, que aprimoram a qualidade de controles e de informações contábeis relativos à
execução orçamentária e financeira na Administração Pública. As mudanças dizem respeito à participação da
população ou do cidadão em decisões que devem se refletir nas peças integrantes do sistema de planejamento
governamental; na divulgação dos gastos governamentais; e nos procedimentos de reconhecimentos de
receitas governamentais a serem adotados em definitivo pela administração e pela Contabilidade a fim de
que sejam refletidas nas demonstrações contábeis das entidades governamentais.
♦♦ Lei nº 11.494/2007 (FUNDEB) – Regulamenta o fundo de manutenção e desenvolvimento da educação básica e de
valorização dos profissionais da educação – FUNDEB, de que trata o art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias; altera a Lei n° 10.195, de 14 de fevereiro de 2001; revoga dispositivos das Leis nº 9.424, de 24 de
dezembro de 1996, 10.880, de 9 de junho de 2004, e 10.845, de 5 de março de 2004; e dá outras providências.
♦♦ Lei nº 11445/2007 (Saneamento Básico) – Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as
Leis nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de
13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências.
♦♦ Lei Complementar nº 123/2006 – Esta Lei Complementar estabelece normas gerais relativas ao tratamento
diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, especialmente no que se refere.
♦♦ Lei nº 11.124/2005 (Habitação de Interesse Social) – Dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de
Interesse Social – SNHIS, cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS e institui o Conselho
Gestor do FNHIS.
♦♦ Lei nº 11.107/2005 (Consórcios Públicos) – Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos
e dá outras providências.
♦♦ Lei Complementar nº 116/2003 (ISS) e suas modificações – Dispõe sobre normas de direito tributário,
especificamente sobre lançamento e cobrança do ISSQN, de competência constitucional do Município.
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♦♦ Lei nº 10.257/2001(Plano Diretor) – Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece
diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.
♦♦ Resolução nº 43/2001 e suas modificações (Controle sobre Operações de Crédito Senado Federal) – Dispõe
sobre as operações de crédito interno e externo dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive
concessão de garantias, seus limites e condições de autorização, e dá outras providências. (Ver Capítulo VII –
Da Dívida e do Endividamento, Lei Complementar nº 101/2000).
♦♦ Lei nº 10.028/2000 (Crimes contra as Finanças Públicas) – Altera o Decreto-Lei nº 2.848/1940 (Código Penal),
a Lei Federal nº 1079/1950 e o Decreto-Lei nº 201/1967, e dispõe de normas sobre crimes contra as Finanças
Públicas.
♦♦ Lei nº 9985/2000 (Unidades de Conservação da Natureza) – Regulamenta o art. 125, § 1º, incisos I, II, III e VII,
da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras
providências.
♦♦ Lei Complementar nº 101/2000 (LRF) – Dispõe sobre normas de finanças públicas, voltadas para a
responsabilidade gestão fiscal aplicáveis aos gestores dos entes federativos União, Estados, Municípios,
Distrito Federal e respectivas entidades jurídicas descentralizadas, bem como às entidades jurídicas de direito
privado eu transacionem com os entes federativos e suas entidades jurídicas descentralizadas. ((Ver at. 70 e
seus parágrafo único e art. 74 e respectivos incisos, ambos da Constituição Federal de 1988).
♦♦ Lei nº 9605/1998 (Crimes Ambientais) – Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
♦♦ Lei nº 9433/1997 (Recursos Hídricos) – Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional
de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o
art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989.
♦♦ Lei nº 9.394/1996 (Educação Nacional) – Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
♦♦ Lei nº 8.742/1993 e suas modificações (Assistência Social) – Dispõe sobre a organização da Assistência Social
e dá outras providências.
♦♦ Lei nº 8.666/1993 (Licitação e Contratos) e suas modificações – Dispõe sobre normas gerais de licitação pública
aplicáveis aos entes federativos e suas entidades jurídicas descentralizadas tais como autarquias, fundações,
empresas públicas e sociedades de economia mista
♦♦ Lei nº 8.429/1992 – Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito
no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional
e dá outras providências.
♦♦ Lei nº 8313/1991 – Restabelece princípios da Lei nº 7.505, de 2 de julho de 1986, institui o Programa Nacional de
Apoio à Cultura (Pronac) e dá outras providências.
O QUE OS GESTORES MUNICIPAIS DEVEM SABER | 47
♦♦ Lei nº 8080/1990 (Ações e Serviços de Saúde) – Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
♦♦ Lei nº 7797/1989 – Cria o Fundo Nacional de Meio Ambiente e dá outras providências.
♦♦ Lei nº 6938/1981 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação
e aplicação, e dá outras providências.
♦♦ Lei nº 5172/1966 (CTN) e suas modificações – Dispõe sobre normas gerais direito tributário aplicáveis aos
entes federativos União, Estados, Municípios e Distrito Federal.
♦♦ Lei nº 4.320/1964 – Dispõe sobre normas gerais de direito financeiro para a elaboração dos orçamentos e
balanços gerais da União, Estados, Distrito Federal e respectivas Autarquias, Fundações e entidades de direito
privado com ou sem finalidades lucrativas que recebam recursos financeiros ou se relacionem juridicamente
com os entes federativos e suas entidades descentralizadas de direito público interno. (Ver art. 70 e seu
parágrafo único e art. 74 e respectivos incisos, ambos da Constituição Federal de 1988). Esta lei abrange as
Normas Brasileiras de Contabilidade Pública aplicadas ao Setor Público, NBCASPs, de números 1 a 11, do
Conselho Federal de Contabilidade, por se tratarem de normas específicas.
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Referências Bibliográficas
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