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Cristina João

Principais Ameaças da Biodiversidade no Distrito de Marrupa


(Licenciatura em Ensino de Química com Habilitação em Ensino de Química)

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2021
2
Cristina João

Principais Ameaças da Biodiversidade no Distrito de Marrupa

(Licenciatura em Ensino de Química com Habilitação em Ensino de Química)

Trabalho da cadeira de Biologia de Conservação, a ser


entregue ao Departamento de Ciências, Tecnologia,
Engenharia e Matemática, para fins avaliativos sob
orientação do MSc: Virgílio Cossa

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa
4

2021
Índic
e
1. Introdução............................................................................................................................3

1.1. Objectivos.....................................................................................................................3

1.2. Geral.............................................................................................................................3

1.3. Específicos...................................................................................................................3

2. Metodologia.....................................................................................................................3

3. Principais ameaças a biodiversidade no distrito de marrupa...............................................4

3.1. Extinsão de especies nativas em marrupa........................................................................5

3.2. Padrões e causas atuais de extinções............................................................................5

3.2.1. Poluição....................................................................................................................6

3.3. Destruição e fragmentação de paisagens naturais em marrupa.......................................6

3.4. Endogamia em espécies nativa no distrito de marrupa....................................................7

3.4.1. Degradação do habitat..............................................................................................8

3.4.2. Caças e pesca uma ameaça a biodiversidade no distrito de marrupa.......................8

3.4.3. Fragmentação de habitats.......................................................................................10

3.5. O tráfico de animais silvestres.......................................................................................11

4. Impactos das estradas sobre ameaças em marrupa............................................................12

4.1. Taxa de perda da biodiversidade................................................................................13

4.2. Ações para mitigar a perda da biodiversidade no distrito de marrupa...........................14

5. Conclusão..........................................................................................................................15

6. Bibliografia........................................................................................................................16
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1. Introdução
A questão ambiental é um tema que vem sendo abordado frequentemente em nosso dia a dia,
seja nos meios de comunicação, nas escolas, nas empresas, ou até mesmo em conversas entre
amigos. Dentre os assuntos trabalhados por este tema tem-se a biodiversidade, que envolve a
extinção das espécies, uma grave consequência da agressão ao meio ambiente.
A diversidade de espécies vivas, estas que podem ser animais, vegetais, seres humanos,
plantas, existentes no mundo é imensa, a mais variada possível. Diante dessa incomensurável
biodiversidade, esta que é inigualável, parte-se do princípio de que a biodiversidade é a
variedade tanto de espécies animais, quanto vegetais, Lévê que nos diz que esta pode ser
definida como a variabilidade dos organismos vivos de qualquer origem, compreendendo,
entre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os
complexos ecológicos dos quais eles fazem parte.
Podemos compreender com isso que a biodiversidade é um agregado de elementos, da qual a
vida se faz presente e a estudamos para averiguar os mais variados tipos de animais e plantas
que fazem parte desse meio natural, atualmente, de certa forma, modificado por um ser desse
meio natural, o homem, sendo que alguns seres vivos são protegidos e selecionados pelo
homem em detrimento dos outros.

1.1. Objectivos

1.2. Geral
 Avaliar as principais ameaças a biodiversidade no distrito de marrupa.

1.3. Específicos
 Identificar as principais ameaças a biodiversidade no distrito de marrupa;
 Descrever as principais ameaças a biodiversidade no distrito de marrupa.

2. Metodologia
O método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e
economia, permite alcançar o objetivo - conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o
caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as de cisões do cientista. Para
elaboração do presente trabalho foi necessário o uso de revisão bibliográficas.
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3. Principais ameaças a biodiversidade no distrito de marrupa


A biodiversidade refere-se tanto ao número de diferentes categorias biológicas quanto à
abundância dessas categorias. Ela inclui a totalidade dos recursos vivos, ou biológicos, e dos
recursos genéticos, e seus componentes. A espécie humana depende da biodiversidade para a
sua sobrevivência. “Os recursos naturais são os produtos da Terra que permitem a existência
da vida e a satisfação das necessidades humanas”. (RIGOLIN et al, 2003, p.21).
A biodiversidade não é estática. É um sistema em constante evolução tanto do ponto
de vista das espécies como também de um só organismo. Assim após o surgimento da espécie
humana alteraram-se algumas das estruturas, tais como: a vegetação, o clima, entre outros.
Porém os mecanismos da evolução natural ainda estão presentes no processo evolutivo das
espécies, fazendo com que muitas espécies se extinguem devido a sua evolução. Atualmente a
extinção das espécies é, sem dúvida, um dos problemas ambientais e ecológicos que mais tem
preocupado os pesquisadores e os países, porque é fato que existe um aumento constante do
número de espécies que estão extintas ou que estão ameaçadas de extinção.

É necessário que se preserve a natureza para que a biodiversidade continue sendo este
diversificado conjunto de elementos naturais, para que consigamos continuar a encontrar uma
inúmera quantidade de seres vivos, das mais variadas espécies, classes, filos, famílias, etc. e
diferentes ecossistemas nos quais habitam e formam a nossa vasta biodiversidade.

Apesar do uso, da exploração, da extinção e da ‘perda’ da biodiversidade, há apostas nas


quais esta é utilizada de maneira a não agredir, demasiadamente, a biodiversidade, ou seja,
são recursos dos quais utilizamos apenas o que a biodiversidade nos fornece, como a matéria-
prima de nossa alimentação, para o uso em casa, em indústrias e outros setores que necessitam
de uma variada ordem de espécies para que se mantenham em constante progresso de
desenvolvimento, a água, por exemplo, que é um dos bens mais preciosos que temos para a
sobrevivência de todas as espécies existentes, as que já deixaram de existir e as que ainda
estão por vir.
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3.1. Extinsão de especies nativas em marrupa


A IUCN é um organismo internacional com sede em Genebra, que constitui a
coordenadora internacional de coisas como o Livro Vermelho. Considera uma espécie extinta
quando passam 50 anos sem ser observada; esta é uma definição, mas podia utilizar-se outra.

Analisando um quadro que representa o número de espécies extintas para vários taxa,
em vários locais, é possível ver que as plantas e os invertebrados, como grupos grandes, não
apresentam muitos membros extintos. No oceano, os vários baixos números deverão reflectir
falta de dados. Os números para mamíferos, aves e répteis, devem ser fidedignos, pois é fácil
documentar esses estudos. No entanto, não será tão fácil conhecer a extinção de invertebrados
e plantas. Os mamíferos são muito vulneráveis, nomeadamente à destruição de habitats, pois
requerem um grande habitat. As extinções parecem ser mais comuns nas ilhas. Em áreas
tropicais, por exemplo, a extinção não está documentada, mas sabe-se que tem ocorrido.

A estimativa mais conservadora refere que o número de espécies é de 10 milhões.


Destas, 7,2 milhões ocorrem nos trópicos e 5 milhões ocorrem em florestas tropicais. Os lagos
do Vale do Rift têm 1000 espécies de peixes de água doce. Nestes meios, houve radiação
adaptativa. O Lago Vitória perdeu 200 a 300 espécies de peixes, devido à introdução de
espécies como a perca-do-Nilo. Raramente se cataloga uma nova espécie de mamíferos ou
aves, enquanto as catalogações de espécies de invertebrados são mais comuns.

3.2. Padrões e causas atuais de extinções


Atualmente, existe uma gama de fatores provocando mudança nas condições ambientais e de
relações entre as espécies, introduzida pela ação do homem na natureza. Na verdade, as
extinções causadas por atividades humanas são documentadas desde a era pré-histórica, como
na colonização da Austrália e Américas, em que várias espécies de grandes mamíferos
desapareceram pouco depois da chegada dos humanos. Porém, informações precisas sobre a
atuação humana desencadeando a perda de diversidade, incluindo a mensuração de taxas de
extinção, só apareceram a partir do século XVII.
Com os avanços científicos do século XX, foi possível descobrir que as extinções provocadas
pelo homem têm muitas causas. Abaixo, apontamos as mais importantes:
 Destruição e fragmentação de paisagens naturais;
 Degradação do habitat;
 Introdução de espécies exóticas;
 Sobre-exploração.
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Esses fatores muitas vezes atuam em conjunto, sendo comum que mais de um responda pelas
extinções em curso. A intensificação e manutenção dessas atividades estão fortemente
relacionadas com o modelo econômico de desenvolvimento adotado pela cultura ocidental,
que estimula o consumo e privilegia o acúmulo de bens e capital. Por essa razão, alguns
pesquisadores e ambientalistas acreditam que a reversão do quadro depende muito mais de
uma reorientação ética na conduta da sociedade, do que grandes avanços tecnológicos capazes
de frear o ritmo das extinções. Para melhor compreender a complexidade do problema, vale a
pena analisar mais detalhadamente as causas antrópicas da extinção.

3.2.1. Poluição
• Poluição “[...] a introdução no ambiente, realizada pelo homem, de substâncias ou
energia capazes de causar riscos à saúde humana, aos recursos vivos e aos sistemas
ecológicos, danos a estruturas ou interferência com os usos legítimos do ambiente”.

• Pode-se classificar as poluições relativas à atmosfera, à litosfera, a hidrosfera e


também à biosfera.

• A matéria e a energia circulam entre essas partições e um efeito sobre uma das partes
recairá sobre o todo.

3.3. Destruição e fragmentação de paisagens naturais em marrupa


O crescimento da população humana se deu de forma assustadora nos últimos 150 anos,
passando de um bilhão de habitantes para dois bilhões entre 1850 e 1930, e para mais de seis
bilhões atualmente. Esse crescimento vertiginoso é produto direto de tecnologias que
melhoraram a condição geral do homem, como a revolução industrial, a mecanização da
agricultura, além de avanços na cura e tratamento de doenças.
A acomodação dessa superpopulação no planeta tem implicado crescente expansão da
fronteira humana, demandado cada vez mais a modificação de habitats e ecossistemas, antes
selvagens. Consequentemente, a destruição de paisagens naturais tomou proporções nunca
vistas, já que a expansão humana é inexoravelmente acompanhada pela criação de novas áreas
agricultáveis, expansão de cidades, atividades mineradoras, grande projetos de infraestrutura,
como a criação de reservatórios, geração de energia e malhas de transporte. Por essa razão, a
destruição e modificação de habitats representam a principal causa promotora de extinções no
presente.
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A intensa destruição de habitats naturais (principalmente os florestais), experimentada nos


últimos séculos, tem transformado extensas áreas selvagens em núcleos remanescentes de
menor tamanho. Tais remanescentes geralmente encontram-se isolados no espaço, rodeados
por uma matriz ocupada por atividades antrópicas (ex.: pastagem). A menor área de cobertura
nesses remanescentes, assim como seu isolamento espacial, faz com que se tornem simples
pedaços do ecossistema original, assumindo inclusive aspecto de ilha. Esse processo
desencadeia uma série de consequências negativas ao remanescente, que podem, inclusive,
comprometer sua continuidade.
A destruição das florestas tem efeitos nefastos, não existindo já muitas florestas
originais, mas secundárias. A destruição de florestas tropicais húmidas leva à perda das
florestas em países tropicais e, muitas vezes, é feita para extrair madeiras exóticas. A
destruição de centros de endemismo florestais é crítica.

3.4. Endogamia em espécies nativa no distrito de marrupa.


Vimos, então, que a perda de habitats desencadeia processos que implicam a
diminuição da população, ou até sua extinção local. Quando a espécie se restringe a pequenas
populações em poucas áreas de ocorrência, dizemos que ela é uma espécie de população rara.
Populações raras têm sua importância para a diversidade, visto que pelo menos 50% das
plantas vasculares e 42% dos vertebrados são endêmicos (ocorrem em apenas uma localidade)
a 34 áreas geográficas consideradas hotspots (algo como lugares “quentes”, importantes) da
biodiversidade.
Em caso de animais como cabrito e galinhas vem sofrendo nos últimos 5 anos doenças que
cujo as causas são desconhecidas pela comunidade de marrupa, neste contexto constitui uma
das ameaças da perda da biodiversidade de espécies mencionada acima, mesmo com cuidados
médicos dado os animais mas são poucas condições favoráveis oferecidos.
Um hotspot é um ambiente num contexto especial, já que apresenta megadiversidade,
muitas espécies endêmicas, ao mesmo tempo em que sofre elevada pressão antrópica pela
perda e/ou degradação do habitat. Nesses locais, onde a extinção é provável, a perda de
espécies acontece em nível global. Essas áreas somadas representam algo em torno de 2,3%
da área elevada acima do mar na Terra.
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3.4.1. Degradação do habitat


Na degradação, o habitat continua existindo fisicamente, mas sua qualidade ambiental é
significativamente alterada. Esse processo está sempre associado a algum evento de
perturbação antrópica que não modifica estruturalmente todas as condições para as
populações presentes no sistema, como no caso da destruição de habitats. Impacta-se, em
alguns casos, apenas uma parcela da comunidade presente, por pressão seletiva da
perturbação a certas espécies. Vale destacar que eventos de destruição do habitat são
invariavelmente acompanhados por efeitos de degradação.

Nos últimos meses o distrito de marrupa vem resgistando um numero elevado de


novas comunidade emigrante das outras província do pais assim como povos dos outros
distritos da província de Niassa. Nesse contexto os emigrantes quando chegam em marrupa
tendem a comprar espaço para construção das suas casas, destruindo assim uma parte da
grande floresta de marrupa e alterando o ecossistema.

3.4.2. Caças e pesca uma ameaça a biodiversidade no distrito de marrupa


A caça e a pesca compreende o exercício em excesso de atividades pesqueiras, de caça e
extrativistas, tendo registros de casos de extinção derivados dessas atividades. Estudos
indicam, por exemplo, que a pesca oceânica demonstra sinais claros de esgotamento. O
mesmo aconteceu com diversas populações de aves e mamíferos ao redor do mundo. Outro
fator verificado em marrupa é sobre a caça, agricultura e pesca vem sendo principais ameaças
da biodiversidade para o distrito, essas atividades são prática.
Em outros casos, eliminaram-se intencionalmente certas populações pelos problemas
que causam à sociedade, como espécies nocivas a agricultura ou vetores/causadores de
doenças. Espécies predadoras, que causam prejuízos a rebanhos, também foram alvo de
programas de controle ou erradicação. Importante citar o comércio ilegal de animais
silvestres, para domesticação, recreação, uso em pesquisas e na prospecção e manufatura de
produtos, como confecção de casacos de pele ou produção de remédios, que contribui na
diminuição populacional e extinção local de várias espécies.
9

Fonte: Autora (2021).


O comércio ilegal de animais silvestres acaba incentivando a caça ilegal desses animais. Os
caçadores motivados pela procura de determinadas espécies da fauna silvestre, inclusive
algumas ameaçadas de extinção, e munidos pela ganância, ignoram a função ecológica que
esses animais desempenham, e os capturam de seu habitat gerando o desequilíbrio do meio
ambiente e a conseqüente extinção da espécie capturada, bem como de outras que dela
dependem.
O caçador não tem a menor preocupação com a função ecológica que os espécimes
capturados cumprem no ecossistema e com o desequilíbrio ambiental que a retirada dessa
engrenagem pode causar. Não respeita os ciclos de reprodução dos animais nem mesmo as
etapas de desenvolvimento. Essa irracionalidade, misturada à ganância, é que impede a
renovação do estoque de exemplares de uma espécie e provoca, por fim, a sua extinção.

O homem interfere pela caça de controle para reequilibrar as relações plantações ou


florestas/animais em casos específicos. A permissão para esse tipo de atividade deverá ser
expressamente motivada pela autoridade pública, indicando quais os perigos concretos ou
iminentes, qual a área de abrangência, as espécies nocivas e a duração da atividade
destruidora.
10

A conservação da natureza obriga, também, a rever a noção de espécie nociva. São muito
poucas as espécies que, realmente, são nocivas. É o caso particularmente das aves de rapina,
cujas populações em nosso país, como em todo Moçambique, sofrem reduções
catastróficas. A causa desse fato encontra-se na caçada desenfreada feita a esse animais
(justificada por preconceitos ridículos devidos à ignorância e cuidadosamente mantidos
por aqueles que tiram lucros dessas ideias, como, por exemplo, os negociantes de
munições) e além disso no envenenamento de numerosas espécies por efeito da
acumulação em seu organismo de resíduos de pesticidas.

3.4.3. Fragmentação de habitats


Outra ameaça é a fragmentação de habitats, que restringe os habitats, que podem deixar de ter
as condições necessárias à sobrevivência das espécies.

No Reino Unido houve ursos, mas já se extinguiram, e a diminuição da floresta está


bastante documentada. A fragmentação do habitat é responsável por extinções de mamíferos
de grande porte. Em Portugal também já houve ursos. A floresta original do nosso país era
constituída por carvalhos, mas, actualmente, eles estão restritos a apenas alguns locais. Nas
zonas onde existiam, ocorriam ursos e cabras-do-Gerês, que já não existem (desapareceram há
séculos).

Figura: Destruição de floresta para construção de EPC de N´gombe-Marrupa.

Fonte: Autora (2021).


11

Fonte: Autora (2021).

A sobre-exploração de recursos também é um problema. Nas sociedades primitivas era


importante retirar o que era preciso da Natureza, e, mesmo actualmente, tudo o que os
humanos usam vem, ulteriormente, da Natureza. Os recursos pesqueiros têm diminuído
devido à pesca abusiva.

3.5. O tráfico de animais silvestres


O comércio ilegal de animais silvestres e de seus subprodutos ameaça aproximadamente um
terço dos mamíferos e aves em todo o mundo (BAILLIE et al., 2004). No entanto, apesar da
forte pressão que exerce sobre a biodiversidade, existem poucos dados confiáveis sobre o
tráfico de animais no planeta, principalmente porque o comércio clandestino de fauna
silvestre, por sua própria natureza, é obscuro.
Fortes evidências sugerem que a maioria dos animais silvestres comercializados
ilegalmente em Moçambique é destinada ao mercado interno, para atender a demanda da
sociedade em manter animais silvestres em residências, como animais de estimação, ou para
ornamentação de residências. O perfil das espécies mais apreendidas, geralmente de baixo
valor comercial, e o pequeno percentual de animais confiscados nas fronteiras, portos e
aeroportos, corroboram essa informação. Acredita-se que o tráfico internacional priorize
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poucas espécies raras ou ameaçadas de extinção, que provavelmente alcancem altos valores e
justifiquem o maior risco (RENCTAS, 2002; GODOY, 2006).

Existem muitas investigações abrangentes e recentes sobre o comércio ilegal de animais


silvestres em Niassa. no entanto, pelos relatos mais recentes de apreensões locais ou
regionais, pode-se estimar que dezenas ou centenas de milhares de animais são retirados por
ano ilegalmente do ambiente natural para atender ao mercado nacional.

4. Impactos das estradas sobre ameaças em marrupa


O que se observa, de fato, é que a construção de estradas, rodovias e o fluxo de veículos são
responsáveis por diversos impactos diretos e indiretos sobre a fauna silvestre mundial, sendo
os principais os relacionados à perda de habitat, já apresentados neste artigo, ao efeito de
barreira e à morte por atropelamento (TEIXEIRA, et al, 2012).
Para tentar reduzir os impactos das estradas e rodovias sobre a fauna silvestre, vários
autores recomendam que medidas mitigadoras podem e devem ser implantadas pelo poder
público ou pelas concessionárias. Essas medidas preventivas devem ser adotadas somente
mediante a realização de estudos técnicos sobre as principais espécies-alvo, a metodologia, os
períodos e locais prioritários para implantação. A colocação de um túnel sob uma rodovia não
implica necessariamente a redução dos riscos para os animais.
Além de estudos de melhor qualidade, que abordem a distribuição espaço-temporal da
comunidade faunística no entorno das rodovias, é necessária a tomada de decisão sobre quais
espécies devem ser protegidas, pois seria equivocada a pretensão de proteger todas as espécies
de um local, tornando as diversas medidas mitigadoras ineficazes. Os responsáveis pelos
sistemas de proteção da fauna contra atropelamentos devem considerar que o uso de tela e a
construção de túnel nem sempre constituem uma solução. Por exemplo, em um local cujas
espécies mais afetadas são répteis, a colocação de barreiras físicas como parapeitos de
concreto não vazado surtiria mais efeito do que o telamento (BAGER et al., 2007).

A ecologia de estradas é uma ciência recente, em franco crescimento, que vai proporcionar
grandes avanços no conhecimento e na proposição de soluções técnicas para esse grave
problema ambiental. no entanto, a educação ambiental é ação fundamental para a redução das
mortes de animais, e por isso campanhas educativas deveriam ser realizadas no ensino formal,
nas rodovias, nas estradas e nos centros de formação de condutores de todo país.
13

4.1. Taxa de perda da biodiversidade


A extinção de espécies é um processo natural, e pode ocorrer sem ações humanas. No entanto,
a perda da biodiversidade no Antropoceno tem acelerado maciçamente. Espécies estão se
tornando extintas numa taxa que não é vista desde o último evento de extinção em massa
global.
O registro fóssil mostra que a taxa de extinção de fundo para a vida marinha é de 0,1-1
extinção por milhão de espécies por ano; para mamíferos ela é de 0,2-0,5 extinção por milhão
de espécie por ano. Hoje, a taxa de extinção de espécies é estimada em ser 100 a 1.000 vezes
o que se poderia considerar natural. Junto com a mudança climática, as atividades humanas
são as principais causas da aceleração.

Fonte: IUNM (2021).


A perda da biodiversidade ocorre a nível local/regional, mas pode ter efeitos que
penetram no funcionamento dos sistemas da Terra, e interage com vários outros limites
planetários. Por exemplo, a perda da biodiversidade pode aumentar a vulnerabilidade de
ecossistemas terrestres e aquáticos a mudanças no clima e na acidificação do oceano, e
portanto reduzindo os níveis dos limites seguros para esses processos.

Isto significa que uma redundância aparente é necessária para manter a resiliência de um
ecossistema. De uma perspectiva dos sistemas da Terra, estabelecer um limite para a
biodiversidade é difícil. Apesar de que agora seja aceito que uma mistura rica de espécies
mantém a resiliência dos ecossistemas, pouco se sabe quantitativamente sobre quanto da
biodiversidade pode ser perdida antes da resiliência ser erodida nosso limite planetário para a
14

biodiversidade de dez vezes a taxa de extinção de fundo (10 extinções por milhão de espécies
por ano, N. T.) é apenas uma estimativa preliminar. No entanto, nós podemos dizer com
alguma confiança que a Terra não pode manter a taxa atual de perda da biodiversidade sem
uma erosão significativa da resiliência do ecossistema.

4.2. Ações para mitigar a perda da biodiversidade no distrito de marrupa


Apesar dos limites planetários serem descritos em termos de quantidades individuais e
processos separados, os limites são unidos com força. Nós não temos o luxo de concentrar
nossos esforços em qualquer um deles em isolamentos dos outros. Se um limite é
transgredido, então os outros limites estão sob sério risco.

Fonte: Autora (2021).


Os limites que nós propomos representam uma nova abordagem para definir pré-
condições biofísicas para o desenvolvimento humano. Pela primeira vez, nós estamos
tentando quantificar os limites seguros fora dos quais os sistemas da Terra não podem
continuar a funcionar em um estado estável. “As evidências até agora sugerem que, enquanto
os limiares não sejam ultrapassados, a humanidade tem a liberdade de perseguir o
desenvolvimento social e econômico em longo prazo.”
15

5. Conclusão
A atividade humana sempre teve um impacto na natureza, e existem registros de extinções
causadas por humanos desde períodos pré-históricos. Porém, a atividade humana atual tem
levado a uma perda da biodiversidade que é considerada insustentável e que pode ter, em
conjunto com outros processos que estão sendo alterados, consequências drásticas. Os limites
que nós propomos representam uma nova abordagem para definir pré-condições biofísicas
para o desenvolvimento humano. Pela primeira vez, nós estamos tentando quantificar os
limites seguros fora dos quais os sistemas da Terra não podem continuar a funcionar em um
estado estável. “As evidências até agora sugerem que, enquanto os limiares não sejam
ultrapassados, a humanidade tem a liberdade de perseguir o desenvolvimento social e
econômico em longo prazo.”
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6. Bibliografia
1. BEGON, M.; TOWNSEND, C. R.; HARPER, J. L. Ecologia: de indivíduos a
ecossistemas. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
2. JABLONSKI, D. Extinction: past and present. Nature, v. 427, p. 589, 2004.
3. MACHADO, A. B. M.; DRUMMOND, G. M.; PAGLIA A. P. (Ed). Livro vermelho
da fauna brasileira ameaçada de extinção. 1 ed. 2015.
4. PRIMACK, R. B.; RODRIGUES, E. Biologia da conservação. 1. ed. Londrina:
Editora Planta, 2001.
5. RAUP, D. M. The role of extinction in evolution. Proceedings of the National
Academy of Sciences, v. 91, p. 6758-6763, 1994.
6. RICKLEFS, R. E. A economia da natureza. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2003.
7. SIMBERLOFF, D. The ecology of extinction. Acta Paleontologica Polonica, v. 38, n.
3/4, p. 159-174, 1994.

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