Livro Audiência Digital Esmape
Livro Audiência Digital Esmape
Livro Audiência Digital Esmape
1
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
RECIFE
2022
3
Copyright 2022 by Eduardo Perez Oliveira e Luiz Carlos Vieira de Figueirêdo
O42a Oliveira, Eduardo Perez de; Figueirêdo, Luiz Carlos Vieira. Audiência
digital / Eduardo Perez de Oliveira; Luiz Carlos Vieira de Figueirêdo.
- Recife: Esmape, 2022.
Produzido no Brasil
Made in Brazil
Mesa diretora do Tribunal de Justiça de Pernambuco
Luiz Carlos de Barros Figueirêdo
Presidente
OS AUTORES
[email protected] @eduardoperez80
8
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
OS AUTORES
[email protected] @luiz_carlos_vf
9
Audiência Digital
AGRADECIMENTOS
É esse ditado que Guimarães Rosa apresenta em seu conto “A Hora e a Vez
de Augusto Matraga”.
Foi por precisão que magistrados e servidores brasileiros de todos os graus
de jurisdição deram seus pulos para que o Judiciário não parasse. Agradeço a eles,
portanto.
Agradeço ao amigo Luiz Carlos o convite para ombrear essa obra,
estendendo-o à Presidência do Egrégio Tribunal de Justiça de Pernambuco e à
Escola Judicial de Pernambuco (ESMAPE).
É preciso lembrar do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, que por sua
Presidência e sua Corregedoria de tudo fizeram para lidar com essa pandemia.
Cito o desembargador aposentado Walter Carlos Lemes, que enfrentou-a na
metade de seu mandato como presidente, e os Desembargadores Carlos Alberto
França e Nicomedes Domingos Borges, respectivamente Presidente e Corregedor
Geral, cujas atuações em suas respectivas competências vêm sendo marcadas
pela coragem e dinamismo em inovar, não porque está na moda, mas porque isso
significa maior acesso a quem mais precisa.
Estendo o cumprimento à Corte Especial e demais desembargadores e
juízes que amparam essa iniciativa, especialmente a todos os juízes auxiliares
da Presidência e da Corregedoria, fazendo-o nas pessoas de Sirlei Martins da
Costa, Reinaldo de Oliveira Dutra, Altair Guerra da Costa e Gustavo Assis Garcia,
com quem tenho o prazer de trabalhar em alguns programas e projetos. E, claro,
agradeço à minha esposa, Adriane, que cede nossas parcas horas de intimidade
para que eu possa escrever. É por precisão que esse livro foi escrito, por isso carece
de boniteza. Mas ser juiz é isso: dar seus pulos quando é necessário, anonimamente,
tendo como plateia apenas a sua consciência.
AGRADECIMENTOS
11
Audiência Digital
SUMÁRIO
DO FÍSICO AO VIRTUAL:
O ACESSO À JUSTIÇA “A UM CLIQUE”
19
AS VANTAGENS DA AUDIÊNCIA VIRTUAL 33
IMPACTOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS 45
49
A GARANTIA DA HIGIDEZ, QUALIDADE E TRANQUILIDADE DA
REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA, O DEPOIMENTO DAS VÍTIMAS,
TESTEMUNHAS E NO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO
12
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
PREFÁCIO
Costumo dizer que, na vida, muita coisa “dá pra rir e dá pra chorar”.
Nesse tempo, que – quero crer – podemos chamar de “pós-pandemia”,
muito já refletimos sobre as contrariedades do isolamento social forçado, em
contraposição à necessidade de manutenção do movimento da vida.
Ao menos, tudo isso nos permitiu o mergulho na busca de soluções para os
problemas, e não só dos novos, mas, também, dos nossos velhos problemas.
Não raro, aliás, notamos que certas soluções estavam há muito bem
desenhadas na nossa frente. Mas pode nos ter faltado, quem sabe, um pouco de
coragem ou ousadia.
Neste atento “Audiência Digital”, Eduardo Perez Oliveira e Luiz Carlos Vieira
de Figueiredo, magistrados com larga experiência na prática forense, que bem
aproveitaram os acontecimentos para enxergar o novo e o além, fazem um estudo
bem fundamentado sobre as possibilidades de realização das audiências virtuais,
confirmando a certeza de que não se pode caminhar para trás e fomentando a
criatividade e a inovação como a melhor resposta.
O trabalho ora apresentado é feito com densas demonstrações de que
qualquer alegação de falta de segurança jurídica, insuficiência de previsão
normativa ou ausência de vantagens não passará de sintoma do desconhecimento
ou falta de prática no assunto.
13
Audiência Digital
Assim, para nos mostrar que a audiência digital, mais do que possível, é
necessária, os autores iniciam suas reflexões demonstrando, no Capítulo 1, o
quanto a prática do ato processual virtual dá cumprimento ao postulado da
ampliação do acesso à justiça, colacionando, em seguida, no Capítulo 2 e de modo
muito didático, muitas das vantagens das audiências virtuais.
Dando continuidade à demonstração dos benefícios promovidos
pela virtualização das oitivas, acrescem os autores, no Capítulo 3, salutares
considerações sobre os benéficos impactos econômicos, sociais e ambientais da
audiência digital, para, no Capítulo 4, registrarem uma densa e tranquilizante
demonstração de que a higidez e a qualidade dos depoimentos colhidos não ficam
comprometidas pelo formato digital.
Por fim, enquanto no Capítulo 5 os magistrados-autores traçam marcadas
linhas acerca da compatibilidade da audiência virtual com o suporte normativo
brasileiro em vigor, expressando a segurança jurídica patente na audiência virtual,
no Capítulo 6 são trazidos e comentados precedentes jurisprudenciais a respeito
do assunto, inclusive do Superior Tribunal de Justiça, a indicar que a vida real,
reverberada nos Tribunais, tem sabido não rejeitar o progresso.
De fato, outra conclusão não parece possível.
Se a audiência virtual dá guarida à almejada eficiência e se mostra
compatível com as atuais necessidades e possibilidades, sociais e normativas,
negá-la seria defender o passado, fechando os olhos para o futuro.
Por outro lado, afirmar o cabimento e a necessidade da audiência virtual,
como bem se vê neste relevante volume, é medida que merece ampla propagação
e apoio, porque, de outro modo, não seremos agentes reais das transformações
que afirmamos querer testemunhar e usufruir, na construção de um Judiciário mais
moderno, efetivo e, porque não dizer, capaz de promover a verdadeira justiça.
A pandemia de COVID-19, por tantas perdas e sofrimentos, é dessas coisas
que, como não poderia deixar de ser, “deu pra chorar”. Contudo, por nos ter
ensinando que podemos muito mais, e às vezes só com um pouco de coragem,
como com a “Audiência Digital”, é preciso reconhecer: a pandemia é coisa que , se
não faz sorrir, trouxe novas utilidades.
Faça, cada um, a sua opção.
Og Fernandes
Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
14
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
INTRODUÇÃO
15
CAPÍTULO I
DO FÍSICO AO VIRTUAL:
O ACESSO À JUSTIÇA
“A UM CLIQUE”
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
DO FÍSICO AO VIRTUAL:
O ACESSO À JUSTIÇA “A UM CLIQUE”
Falar de amplo acesso ao Judiciário é lidar com um tabu que muitos ainda
sustentam, mesmo que apenas com argumento de autoridade, que é o da justiça como
um lugar que deve ser procurado, e não um serviço a ser acessado e disponibilizado
para a população, confundindo a inamovibilidade do magistrado com a do poder que
ele representa, este sim com o dever de se tornar acessível ao jurisdicionado.
Todos sabemos, e não é preciso citar qualquer autor a respeito, que só se
pode falar em cidadania onde há estado, recordando que a ideia de cidadão surge
na Grécia Antiga, em Atenas, quando Clístenes, liderando uma revolta popular,
derruba o tirano Hípias, em 527 A.C. Nasce a participação direta do cidadão no
rumo da pólis, da cidade.
Democracia, portanto, é participação, ou, como se cunhou recentemente o
ditado, “não existe nós sem nós”, ou seja, não se pode falar por alguém sem que
esse alguém seja convidado a ser parte do debate.
O Judiciário como local só faz sentido quando inserido em um mundo
onde distâncias físicas precisam ser percorridas e não existe outra forma de se
comunicar se não pelo deslocamento de pessoas.
A humanidade viveu por muito tempo em grupos isolados, isolamento
rompido com o estabelecimento de rotas inicialmente terrestres, como no início
da Rota da Seda 1, ou, ainda, pelas estradas romanas, algumas existentes até hoje,
e pela navegação, com grandes feitos praticados pelos vikings, que chegaram às
1 As Rotas da Seda eram uma série de rotas interconectadas através do sul da Ásia e eram usadas no
comércio da seda entre o Oriente e a Europa. Os meios de transporte que rodeavam tais rotas eram as
caravanas e embarcações oceânicas que faziam a ligação do Oriente e da Europa. No início, a rota ligava
a cidade de Chang’an na China até Antioquia na Ásia menor, porém sua influência foi aumentando che-
gando até a Coreia e o Japão, formando assim a maior rede comercial do Mundo Antigo. Essas rotas não
foram importantes somente para o crescimento e desenvolvimento de regiões e de grandes civilizações
como o Egito Antigo, a Mesopotâmia, a China, a Pérsia a Índia e Roma, elas foram importantes também
para fundamentar o início do mundo moderno. AUGUSTO, Pedro. Rota da Seda. Disponível em https://
www.infoescola.com/historia/rota-da-seda. Acesso em: 22 abr 2022.
19
Audiência Digital
Américas antes de Colombo, e pelos Fenícios, mas que atingiram seu apogeu com
a era das grandes navegações europeias.
As distâncias diminuíram com a evolução da tecnologia: do cruzamento
de raças de cavalos e o uso de pombos-correio até melhores naus, a humanidade
buscou formas de encurtar o tempo de deslocamento de um lugar ao outro.
Ainda assim, a comunicação dependia desse meio físico. Telégrafo e,
posteriormente, o telefone vieram para revolucionar a forma de se comunicar: não
era mais preciso esperar que a carta saísse do ponto A até o ponto B.
O século XX viu surgir um avanço exponencial na tecnologia, para o bem e
para o mal (a bomba atômica e a internet, por exemplo), de forma que o século XXI
já começou extremamente acelerado.
Se alguém nascido em 1950 fosse congelado nos anos 70 e descongelado
hoje, se assustaria em ver como tudo mudou, e muito. E mesmo quem não
se congelou talvez tenha dificuldade em quebrar tabus antigos, tal qual o da
localização física da justiça, como dissemos logo na abertura.
O britânico Richard Suuskind 2, em seu artigo The Future of Courts, nos anos
90 lançou a seguinte questão: o Judiciário é um serviço ou um lugar? Ou seja, em
uma sociedade amplamente conectada é possível considerar que a justiça ocorra
apenas com a presença física em um determinado local?
O que o autor propõe em seu artigo não é acelerar a velocidade da manivela
do mimeógrafo, porque isso significaria apenas fazer mais rápido o que sempre foi
feito, mas uma verdadeira mudança de paradigma, uma forma diferente de pensar a
prestação jurisdicional diante das vantagens que a tecnologia apresenta.
No Brasil, uma das primeiras sementes deste novo paradigma foi plantada
em 27 de agosto de 1996, em Campinas, Estado de São Paulo. O então juiz
Edison Aparecido Brandão (atual desembargador do TJSP), realizou o primeiro
interrogatório por videoconferência no país. Brandão registrou que enfrentou
enorme resistência da comunidade jurídica, de sorte que “reações corporativas,
a maioria delas oriunda da mais pura e simples desinformação, impediram a
implementação rápida e na devida escala de tal sistema, com enormes perdas
para o país e para a sociedade em geral” 3.
Embora possamos mencionar relevantes evoluções quanto à virtualização
do Judiciário, foi com a pandemia de COVID19 , quando as pessoas foram isoladas
20
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
4 Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/05/datafolha-pesquisa-mostra-alcance-e-opi-
niao-da-advocacia-sobre-uso-de-tecnologia-na-profissao.shtml Acesso em: 26 abr. 2022.
5 https://www.cnj.jus.br/justica-em-numeros-2021-judiciario-manteve-servicos-com-inovacao-durante-a-
-pandemia/ Acesso em 22 abr 2022.
6 Disponível em https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noti-
cias/releases/27515-pnad-continua-tic-2018-internet-chega-a-79-1-dos-domicilios-do-pais Acesso em: 22
abr. 2002.
21
Audiência Digital
22
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
para diversão.
Também a CETIC.BR possui estudo lançado em 26 de maio de 2020,
referente ao ano de 2019, no qual aponta que 20 milhões de domicílios não
possuem internet (28%) e atinge 50% das classes D/E 7.
Um a cada quatro brasileiros não usaria internet, o que geraria um número
de 47 milhões de pessoas (26%). Confirma, ainda, que o celular seria o dispositivo
mais usado (99%), e que 58% somente acessaria a internet por ele. Na área rural,
contudo, esse número saltaria para 79% e entre as classes D/E passaria para 85%,
significando que o celular seria a única via de acesso à rede.
Do total de usuários, apenas 33% utilizaria a internet para trabalhar, sendo
66% da classe A e 18% das classes D/E. Porém, 92% já a utilizaria para mandar
mensagens por whatsapp ou chat do Facebook.
Mais excludente é a questão da educação: apenas 40% teria utilizado a
internet para estudar por conta própria, 60% da classe A e 27% das classes D/E.
A juíza federal Cristiane Conde Chmatalik foi uma das palestrantes do “II
Seminário sobre Direitos Humanos – Nos tempos da pandemia”, promovido pelo
Centro Cultural Justiça Federal (CCJF), nos dias 26, 27 e 28 de agosto de 2020,
falando sobre “A dificuldade de acesso aos excluídos digitais durante a pandemia” 8.
A magistrada destacou o fato do Brasil estar na 75a colocação no IDH
segundo o PNUD, um paradoxo que aponta que existem 220 milhões de celulares
para uma população de 207 milhões de pessoas, mas apenas 63% da população
com esgoto tratado.
Ainda, que esse acesso ao celular não significa acesso irrestrito à internet
em razão do pacote de dados mínimos que essas pessoas podem pagar.
Segundo ela, há defensores, como a Organização das Nações Unidas e a
União Europeia, com a Carta dos Direitos Fundamentais Digitais, de que a internet
passe a ser Direito Humano Básico do século XXI:
23
Audiência Digital
9 DUBUGRAS, Regina Maria Vasconcelos. RDO - Resolução de disputas online - Inclusão digital e
conexão das partes como forma de acesso à justiça. Disponível em https://www.migalhas.com.br/
depeso/327794/rdo---resolucao-de-disputas-online---inclusao-digital-e-conexao-das-partes-como-forma-
-de-acesso-a-justica Acesso em: 22 abr. 2022.
24
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
25
Audiência Digital
processo digital.
O que deve ser evitado a todo custo é perpetuar a marginalização daqueles
que não possuem acesso aos meios tecnológicos, competindo ao Judiciário, naquilo
que lhe cabe, democratizar o acesso aos seus serviços incluindo digitalmente os
jurisdicionados.
Acerca do tema veja o que foi dito pelos magistrados Luciana Yuki
Sorrentino e Raimundo Silvino da Costa Neto 10:
10 COSTA NETO, Raimundo Silvino da; SORRENTINO, Luciana Yuki. O Acesso digital à Justiça - A
imagem do Judiciário Brasileiro e a prestação jurisdicional nos novos tempos. Disponível em
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/artigos-discursos-e-entrevistas/
artigos/2020/o-acesso-2013-digital-2013-a-justica-a-imagem-do-judiciario-brasileiro-e-a-prestacao-juris-
dicional-nos-novos-tempos Acesso em 22 abr. 2022.
27
Audiência Digital
11 ARAÚJO, Valter Shuenquener; GABRIEL, Anderson de Paiva. Juízo 100% digital’ e transformação
tecnológica da Justiça no século XXI . Disponível em https://www.jota.info/opiniao-e-analise/colunas/
juiz-hermes/juizo-100-digital-e-transformacao-tecnologica-da-justica-no-seculo-xxi-01112020 Acesso em:
22 abr. 2022.
28
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
Mencionam:
E continuam:
29
Audiência Digital
30
CAPÍTULO II
AS VANTAGENS DA
AUDIÊNCIA VIRTUAL
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
33
Audiência Digital
12 PACELLI. Eugênio. Comentários ao Código de Processo Penal e sua jurisprudência. 14. ed. rev.
atual. e ampl. São Paulo: JusPodivum 2002 p. 1176.
13 Disponível em https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2022/04/24/policia-desarticula-duas-grandes-
-quadrilhas-do-trafico-internacional-de-drogas-apos-megaoperacao.ghtml. Acesso em: 26 abr. 2022.
34
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
14 BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de direito processual civil.5. ed. São Paulo : Saraiva Educação,
2019. p. 69-70.
15 Disponível em: https://www.tjgo.jus.br/index.php/corregedoria-menusuperior/noticias-corregedoria/
23580-atendimentos-do-pai-presente-continuam-sendo-realizados-de-forma-continua-em-2022. Acesso
em: 23 abr. 2022.
35
Audiência Digital
36
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
37
Audiência Digital
20 Disponível em https://www.tjpe.jus.br/-/vara-criminal-de-abreu-e-lima-realiza-juri-popular-com-apoio-
-de-videoconferencia-e-ouvida-de-reu-preso-em-unidade-prisional-da-paraiba Acesso em: 26 abr. 2022.
38
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
39
Audiência Digital
40
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
41
Audiência Digital
Nada obsta, ainda, que sejam usadas as salas dos postos avançados, que
são unidades físicas, descentralizadas, integrantes da Comarca sede, instalados
em regime de parceria com os municípios ou cartórios extrajudiciais (art. 1° da
Resolução OETJGO n. 143/2021), que serão tratados mais adiante.
Com uma norma simples e prática, o Tribunal de Justiça de Goiás apresentou
uma solução célere e econômica para a questão da colheita de prova oral que antes
dependiam da expedição de carta precatória, com os benefícios já apontados.
A exemplo de Goiás, em Pernambuco as cartas precatórias para inquirição
de testemunhas, oitiva de vítimas e interrogatórios de acusados não são mais
utilizadas. Vale ainda registrar que todas as unidades prisionais do estado contam
com salas próprias para interrogatórios de réus presos por videoconferência.
A título ilustrativo, é oportuno mencionar que o Tribunal de Justiça de São
Paulo disponibilizou um estudo intitulado Audiências e Sessões de Julgamento
por Videoconferência, realizado pelo Centro de Apoio ao Direito Público – Cadip.
Trata-se de uma
compilação de informações esparsas de interesse sobre o tema,
com um panorama dos atos normativos dos diversos Tribunais e da
incipiente jurisprudência, links para acesso a artigos online e notícias
publicadas na imprensa, visando auxiliar os integrantes da Seção de
Direito Público e os operadores do Direito em geral 21.
21 Disponível em https://www.tjsp.jus.br/Download/SecaoDireitoPublico/Pdf/Cadip/InfEspCadipVideo-
conferencia.pdf Acesso em: 23 de abr 2022.
42
CAPÍTULO III
IMPACTOS ECONÔMICOS,
SOCIAIS E AMBIENTAIS
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
45
Audiência Digital
22 Disponível em https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2022/04/programa-meio-ambiente-
-19-04-2022-converted.pdf Acesso em: 26 abr. 2022.
23 RAMINELLI, Franciele Puntel; ARANTES, Carla Veintemilla. Planos de logística sustentável no Poder
Judiciário uma análise do impacto ambiental da implementação do trabalho home office nos
tribunais brasileiros. Disponível em https://www.cnj.jus.br/ojs/index.php/revista-cnj/issue/view/7 Acesso
em: 26 abr. 2022.
46
CAPÍTULO IV
A GARANTIA DA
HIGIDEZ, QUALIDADE
E TRANQUILIDADE
DAREALIZAÇÃO DA
AUDIÊNCIA, O DEPOIMENTO
DAS VÍTIMAS, TESTEMUNHAS
E NO INTERROGATÓRIO DO
ACUSADO
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
24 LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal. 8. ed. rev. ampl. e atual. Salvador: JusPodivm,
2020. p. 777.
49
Audiência Digital
25 Disponível em https://g1.globo.com/goias/noticia/2013/07/testemunha-pode-ter-sido-morta-na-saida-
-de-forum-por-engano-diz-policia.html Acesso em: 26 abr. 2022.
26 Disponível em https://veja.abril.com.br/brasil/juiz-alvo-de-bandidos-que-invadiram-o-forum-de-ban-
gu-e-transferido/ Acesso em: 26 abr. 2022.
27 Disponível em https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/tentativa-de-resgate-de-preso-
-em-forum-termina-com-um-morto-bkx647kvhemqkx5itsv2q3ccu/ Acesso em: 26 abr. 2022.
28 Disponível em https://www.band.uol.com.br/noticias/brasil-urgente/ultimas/tentativa-de-resgate-de-
-presos-termina-em-tiroteio-e-carro-em-chamas-em-santos-16505148 Acesso em: 26 abr. 2022.
50
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
51
CAPÍTULO V
A AUDIÊNCIA VIRTUAL E
SUA COMPATIBILIDADE
COM O SISTEMA LEGAL
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
O Código de Processo Civil, em seu o art. 236, §3°, é claro: admite-se a prática
de atos processuais por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de
transmissão de sons e imagens em tempo real.
Em outros dispositivos do aludido diploma encontramos mais referências:
Art. 385. (…)
§ 3º O depoimento pessoal da parte que residir em comarca, seção
ou subseção judiciária diversa daquela onde tramita o processo
poderá ser colhido por meio de videoconferência ou outro recurso
tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, o
que poderá ocorrer, inclusive, durante a realização da audiência de
instrução e julgamento.
Art. 453. (…)
§ 1º A oitiva de testemunha que residir em comarca, seção ou
subseção judiciária diversa daquela onde tramita o processo
poderá ser realizada por meio de videoconferência ou outro recurso
tecnológico de transmissão e recepção de sons e imagens em
tempo real, o que poderá ocorrer, inclusive, durante a audiência de
instrução e julgamento.
Art. 461. (…)
§ 2º A acareação pode ser realizada por videoconferência ou por
outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em
tempo real.
Art. 937. (…)
§ 4º É permitido ao advogado com domicílio profissional em cidade
diversa daquela onde está sediado o tribunal realizar sustentação
oral por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de
transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que o requeira
até o dia anterior ao da sessão.
55
Audiência Digital
Na seara dos juizados especiais, a Lei n. 9.099/1995 foi alterada pela Lei n.
13.994/2020, com significativas inovações no sistema ao permitir, em seu artigo
22, a realização da audiência de conciliação de forma não presencial, “mediante
o emprego dos recursos tecnológicos disponíveis de transmissão de sons e
imagens em tempo real”.
Na esfera penal, o Código de Processo Penal prevê em seu artigo 185
a possibilidade de interrogatório do réu por videoconferência, mas apenas de
forma excepcional. Nesse caso poderá o magistrado determinar de ofício ou a
requerimento das partes a realização do ato, decidindo de forma fundamentada,
desde que para atender a uma das seguintes finalidades:
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de
que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir
durante o deslocamento;
II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja
relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou
outra circunstância pessoal;
III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima,
desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos
termos do art. 217 deste Código;
IV - responder à gravíssima questão de ordem pública.
Durante a fase mais aguda da crise sanitária do COVID-19, os
interrogatórios só puderam ser realizados pelo sistema da videoconferência.
Afinal de contas, estávamos vivendo uma gravíssima questão de ordem pública.
Com o arrefecimento da pandemia, finda a situação de excepcionalidade, já se
cogita ao retorno da ineficiente, injustificável e perigosa oitiva de acusado preso
mediante escolta mesmo que as unidades prisionais sejam dotadas de sistema de
videoconferência
Por isso, urge a necessidade de alteração legislativa para deixar de tratar
o interrogatório por videoconferência como exceção e adotá-lo como regra por
todos os motivos já expostos, o que já vem sendo admitido pela jurisprudência
diante do confronto da imposição legal com a realidade. De toda sorte, enquanto
não promovida a alteração da norma, não enxergamos qualquer nulidade na
continuidade da utilização da ferramenta tecnológico, pois, não há nulidade sem
prejuízo (art. 563 do CPP).
Quanto às testemunhas, contudo, o Código de Processo Penal em seu
artigo 222 autoriza a substituição de inquirição por carta precatória pela realização
“por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de
sons e imagens em tempo real, permitida a presença do defensor e podendo ser
56
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
57
Audiência Digital
videoconferência, mas uma que mora na mesma comarca, ainda que em local
mais distante e de difícil acesso, teria que comparecer pessoalmente.
Claro que o objetivo da lei é o de evitar a burocrática tramitação da carta
precatória, como já observamos. Mas seria só isso? Se sim, o escopo da lei
processual seria exclusivamente burocrático, incapaz de vislumbrar o cenário
geral, detendo-se apenas no caso específico e sem observar a função social da
norma.
Em termos objetivos e um pouco grosseiros, o processo é meio para o
fim, que é a entrega da jurisdição. Esse “meio” possuem regras que tutelam a
forma de se estar em juízo e garantias para ambas as partes, como, por exemplo,
o contraditório e a ampla defesa e, em alguns casos, dispositivos que buscam
equilibrar a força das partes, como a inversão do ônus da prova ou a teoria da carga
dinâmica da prova.
A adesão à letra da lei pura e simples (o juiz “boca da lei”), para além de
uma obediência asinina ao positivismo, que encontra seu igual na desobediência
asinina do ativismo, prejudica a finalidade real do processo, que é a entrega da
prestação jurisdicional em prazo razoável.
O processo, seja ele civil ou penal, não é constituído de fórmulas religiosas
dogmáticas que devem ser seguidas por tabu ou fetichismo, mas desenvolvem-
se como uma sucessão de atos racionais que culminam com a aludia entrega da
prestação jurisdicional. A defesa de um dispositivo com o argumento de “porque
está escrito” torna o direito dogmático, e não racional.
Isso não significa que ao magistrado ou a qualquer operador do direito está
aberta a porta para a criação do seu próprio rito processual ou para constantes
questionamentos sobre as normas com a intenção de reinventar a roda, fazendo a
estultice passar por sagacidade.
Entre a obediência absoluta à lei e à desobediência despótica do ativismo
existe o meio termo da hermenêutica, da interpretação, como a mediania proposta
por Aristóteles entre dois extremos.
É o que propõe a muitas vezes esquecida Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro (LINDB, Lei n. 4.657/1942), ao dizer, por exemplo, em seu artigo
5°, que “na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e
às exigências do bem comum”. Não se trata de um convite ao ativismo, e sim a
uma interpretação voltada ao próprio objetivo da norma e ao desiderato final da
lei considerada abstratamente.
Como a intenção deste texto é apenas expor a relevância das audiências
por videoconferência e mostrar a existência de suporte legal, por evidente não
irá ampliar-se para abranger os diversos métodos interpretativos do direito,
58
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
limitando-se a provocar o leitor para que reflita sobre o assunto, inclusive sobre
sua própria prática forense.
Diante disso, faz sentido questionar se apenas poderia ser ouvido de modo
virtual aquele que reside em local diverso de onde tramita o processo. Ora, como
vimos, o objetivo da lei foi o de evitar a burocracia e a lentidão processual oriunda
de uma carta precatória, e ao mesmo tempo garantir que teria acesso à prova o
juiz condutor do feito, e não magistrado diverso.
Tal qual dito em linhas volvidas, é preciso considerar que na época da
edição da norma não existiam os recursos que hoje estão disponíveis, e esses
recursos viabilizam com segurança e acuidade a realização do ato, que poderá ser
armazenado na íntegra e impedir, como era comum no passado, discussões sobre
o que foi dito pela testemunha e intercorrências ao longo da audiência.
Não é a realidade que deve dobrar-se à lei, mas a lei quem deve dobrar-se à
realidade, até porque sua função é regular a vida em sociedade garantindo direitos
e impondo deveres. Se tais direitos e deveres se apresentarem apartados do real
ou de forma a causar efeitos nocivos, evidente que a realidade vingar-se-á da lei.
Se o desiderato da norma é garantir a eficiência do processo e a apuração
dos fatos e sua subsunção ao direito material e processual posto em tempo razoável
e de modo seguro, não se pode criar obstáculos para a realização de audiência
virtual determinando que ocorra apenas quando o depoente não for residente
na comarca, que, como vimos, pode abranger um número grande de municípios,
distritos e comunidades. Trata-se de discriminação injustificável a ferir a isonomia
e a própria finalidade da lei por nenhum motivo que não o fetichismo legal.
Havendo condições técnicas para a realização da audiência por
videoconferência ou de modo telepresencial, seja em equipamento próprio de
quem será ouvido, seja em sala passiva disponibilizada pelo Judiciário em locais
próximos a onde mora o depoente, inclusive na região abrangida pela comarca,
deve ela ser realizada.
Assim, parece superada a limitação prevista nos artigos 385, §3°, 453, §1°
do Código de Processo Civil e do artigo 222, §3° do Código de Processo Penal de
que somente seria ouvida por videoconferência o depoente que residir fora da
área de jurisdição de onde tramita o processo. O mesmo vale quanto ao art. 937,
§4° do Código de Processo Civil para o advogado que pretenda fazer sustentação
oral junto ao tribunal por videoconferência, não se exigindo que tenha domicílio
profissional em cidade diversa onde sediada a corte.
59
CAPÍTULO VI
A AUDIÊNCIA VIRTUAL À
LUZ DA JURISPRUDÊNCIA
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
29 AgRg no RHC 110.019/AL, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado
em 21/05/2019, DJe 03/06/2019.
30 RHC 83.006/AL, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, Quinta Turma, julgado em 18/5/2017, DJe de 26/5/2017.
63
Audiência Digital
31 HC 365.096/SP, Rel. Ministro.FELIX FISCHER, Quinta Turma, julgado em 15/12/2016, DJe dec10/2/2017.
32 HC 518.097/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 01/10/2019, DJe
07/10/2019.
33 AgRg na PET na APn 940/DF, Rel. Ministro OG FERNANDES, CORTE ESPECIAL, julgado em 01/09/2021,
DJe 09/09/2021.
64
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
65
Audiência Digital
demanda, mas não só. É também um direito coletivo de todos aqueles que possuem
demanda em andamento e precisam que o tempo da máquina do Judiciário seja
bem utilizado, e difuso da sociedade, para quem interessa a resolução rápida
dos conflitos, especialmente quando se trata da apuração de crimes, de atos de
improbidade e de ações coletivas lato sensu.
Assim, não é direito potestativo de uma ou mesmo de todas as partes agir
de forma a postergar injustificadamente a prestação jurisdicional, insistindo na
prática de atos inúteis ou que ferem a eficiência por existir via mais célere para
tingir o mesmo resultado sem a violação de direitos. Isto é, ainda que as partes,
em ação que trate de direitos disponíveis, concordem com a prática de atos inúteis
ou protelatórios, é dever do magistrado indeferir tal pretensão, uma vez que o
direito processual é de ordem pública e o bom andamento do Judiciário, que se
mede processo a processo, é de interesse difuso e tal conduta viola o direito da
coletividade.
O que se extrai de tudo quanto apresentado é que as audiências virtuais
representam relevante evolução no que tange ao acesso ao Judiciário, à segurança
dos atos judiciais e à razoável duração do processo.
Nessa linha o Conselho Nacional de Justiça tem editado diversas normativas
com o intuito de viabilizar e regularizar a virtualização do Judiciário não apenas
durante o período pandêmico, mas de forma permanente.
Dentre essas normas é oportuno citar a Resolução n. 341, de 7 de outubro
de 2021, que determina aos tribunais brasileiros a disponibilização de salas para
depoimentos em audiências por sistema de videoconferência, a fim de evitar o
contágio pela Covid-19; a Resolução n. 345, de 9 de outubro de 2020, que dispõe
sobre o Juízo 100% Digital e dá outras providências; a Resolução n. 354, de 19 de
novembro de 2020, que dispõe sobre o cumprimento digital de ato processual e de
ordem judicial e dá outras providências; a Resolução n. 372, de 12 de fevereiro de
2021, que criou a plataforma de videoconferência denominada Balcão Virtual; e a
Resolução n. 385, de 6 de abril de 2021, que dispõe sobre a criação dos Núcleos de
Justiça 4.0 entre outras providências.
O escopo deste trabalho não é examinar em extensão todas as possibilidades
da virtualização do Judiciário, focando na possibilidade da realização das audiências
virtuais, motivo pelo qual das normas citadas nos limitaremos àquelas que afetam
nosso objeto de análise.
Delas, evidentemente, nos interessa de imediato as Resoluções n. 345/2020,
que trata do Juízo 100% Digital, e n. 354/2020, que versa sobre o cumprimento
digital de atos processuais.
Quanto ao Juízo 100% Digital, as audiências e sessões ocorrerão
66
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
67
Audiência Digital
68
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
69
Audiência Digital
34 http://www.tjpe.jus.br/noticias/-/asset_publisher/KJLrKuw940SO/content/tjpe-publica-instrucao-
-que-permite-conciliacao-por-meio-do-whatsapp-nos-cejuscs-do-estado?inheritRedirect=false&re-
direct=http%3A%2F%2Fwww.tjpe.jus.br%2Fnoticias%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_KJLrKuw-
940SO%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%-
3Dcolumn-2%26p_p_col_count%3D1%26_101_INSTANCE_KJLrKuw940SO_advancedSearch%-
3Dfalse%26_101_INSTANCE_KJLrKuw940SO_keywords%3D%26_101_INSTANCE_KJLrKuw-
940SO_delta%3D20%26p_r_p_564233524_resetCur%3Dfalse%26_101_INSTANCE_KJLrKuw940SO_
cur%3D3%26_101_INSTANCE_KJLrKuw940SO_andOperator%3Dtrue
70
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
35 https://www.tjpe.jus.br/comunicacao/ultimas-noticias/-/asset_publisher/9qNekcUNbSjL/content/
justica-criminal-de-abreu-e-lima-realiza-audiencias-por-whatsapp-?inheritRedirect=false&redirect=ht-
tps%3A%2F%2Fwww.tjpe.jus.br%2Fcomunicacao%2Fultimas-noticias%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_
9qNekcUNbSjL%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_
id%3Dcolumn-2%26p_p_col_count%3D1%26p_r_p_564233524_tag%3Dabreu%2Be%2Blima
71
Audiência Digital
72
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
de idade que, como conta o juiz alvo dos criminosos em palestras, teve a cabeça
esfacelada por armas de alto poder destrutivo e sua avó, em choque, buscava
colocar de volta a massa encefálica.
Além disso, os presos ficam longas horas esperando em local nem sempre
adequado, e há uma grande despesa para o erário com as escoltas, sem contar
o déficit que esses agentes de segurança representam na segurança pública ao
realizar uma atividade que, pelo princípio da eficiência, poderia ser substituída por
videoconferência.
Não existe argumento racional que justifique a necessidade de condução
do preso do estabelecimento prisional ao fórum e depois de volta àquele,
considerando que o advogado ou defensor pode a qualquer tempo falar com o
preso onde ele está detido, além de ter resguardado o direito de entrevista prévia
sigilosa por telefone ou outro meio de contato.
Em decisão proferida no dia 02/05/2022, o Ministro do Supremo
Tribunal Federal Edson Fachin, na medida cautelar no Habeas Corpus 214.916,
monocraticamente, reconheceu o direito do acusado foragido de participar da
audiência virtual de instrução e julgamento. Vale registrar que essa decisão vai de
encontro ao que já havia sido decidido pelo Superior Tribunal de Justiça, no sentido
de que é incabível a realização de interrogatório virtual de réu foragido (STJ - HC
640770).
Desse modo, reputamos que a videoconferência deve ser a regra sempre
que for necessária a participação de réu ou testemunha detida em estabelecimento
prisional, independentemente de tal estabelecimento estar ou não localizado
na jurisdição onde o processo tramite, somente se admitindo exceção mediante
justificativa fundamentada e comprovada e após análise do magistrado.
73
CAPÍTULO VII
JUSTIÇA EM TRANSIÇÃO:
DOS DESAFIOS E DAS
SOLUÇÕES PARA
EFETIVAÇÃO DE DIREITOS
NO TOCANTE ÀS AUDIÊNCIAS
VIRTUAIS
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
77
Audiência Digital
É cômodo dizer que hoje todos possuem celular e sabem usar whatsapp,
mas vimos que não é verdade, e esse clichê oriundo de uma indução de quem
vive em uma bolha encontra seu igual no clichê que apontamos no início, de que
internet é “coisa de rico”. Ambos ignoram a realidade a partir de sua ideologia e
conceito de mundo e, por se considerarem tão certos, não buscam soluções para
os problemas de pessoas que existem e dependem disso.
Por sorte o Judiciário conta com magistrados e servidores devotados à
entrega da jurisdição e sempre à procura de meios para melhor implementar esse
serviço.
A realidade do povo brasileiro apresenta desafios de acesso ao Judiciário que são
permanentes e outros que são eventuais. Dentre os permanentes podemos apontar os
contínuos e os sazonais. São exemplos de desafios contínuos (assim chamados apenas
porque perenes, não porque a realidade não possa ser mudada), o acesso à informação
e à carta de serviços do Judiciário, que depende inclusive de escolarização e cidadania
e foge da alçada desse poder; cidades, vilas, distritos e comunidades de difícil acesso
em razão da distância, precariedade de estradas, uso de outros meios de acesso, como
fluvial; ausência de transporte coletivo regular, ou apenas ausência, entre onde a parte
ou testemunha mora e o local onde se localiza o fórum; partes ou testemunhas que
se encontram em locais distantes, o que dependeria de carta precatória, ou que por
motivo de trabalho ou pessoal transitem entre o local da jurisdição e local distante,
como é o caso de caminhoneiros, trabalhadores da aviação civil, militares e outros;
condição econômica das partes e testemunhas, que dificulta o acesso ao local onde
devem depor. São exemplos de desafios sazonais, porque, embora esperados,
acontecem apenas em determinada época do ano, como o período chuvoso que
inviabiliza o trânsito em certas regiões do país.
Dentre os eventuais podemos considerar os casos fortuitos ou de força
maior, como por exemplo calamidades públicas, tais quais o rompimento da
barragem de Brumadinho-MG, ou as chuvas torrenciais no Rio de Janeiro, Bahia
e Goiás que alagaram regiões inteiras, causaram deslizamentos e mortes; e
situações de emergência, nas quais não é possível que a parte consiga ir até o
fórum fisicamente.
Para os desafios eventuais é plenamente aplicável os dispositivos já
mencionados que admitem o uso de qualquer recurso tecnológico de transmissão
de sons e imagens em tempo real, o que também já está previsto no art. 3°, I e V
da Resolução n. 354/2020 do CNJ, que admite as audiências telepresenciais. Essa
mesma previsão é aplicável para os desafios fixos sazonais.
Mas, como já apontado em alhures, a mencionada resolução não consegue
resolver os problemas dos desafios fixos permanentes. Relembramos as hipóteses
da norma:
78
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
79
Audiência Digital
80
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
81
Audiência Digital
82
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
judicial 36.
Há ainda a experiência em franco crescimento do Tribunal de Justiça de
Goiás quanto à instalação de postos avançados, regulamentados pela Resolução
n. 143, de 10 de março de 2021, do Órgão Especial.
Alguns dos “considerandos” que constam nesta Resolução e que nortearam
sua edição são a Política Nacional de Atenção Prioritária ao Primeiro Grau de
Jurisdição; o avanço tecnológico que possibilita o acesso, a qualquer tempo e
lugar, a todos os sistemas informatizados, notadamente a partir da implantação do
processo judicial eletrônico; o fato de que a pandemia demonstrou que a atividade
jurisdicional pode ser prestada à distância com a mesma eficiência, qualidade
e efetividade e que a promoção da justiça passa pela facilitação do acesso aos
órgãos do Poder Judiciário.
Com isso em mente foram criados os Postos Avançados, alcunhados de
PAVANs, com a intenção de facilitar o acesso à justiça mediante a realização de
atos processuais, por videoconferência, tais como audiências e atendimentos
eletrônicos ou presenciais (art. 1°), e que consistem em unidades físicas,
descentralizadas, integrantes da Comarca sede (art. 1°, §1°). A norma prevê
ainda que, na hipótese de agregação ou desinstalação de Comarcas, os Postos
Avançados serão instalados preferencialmente no prédio onde funcionará o fórum
(art. 1°, §5°).
Nos PAVANs também podem ser realizadas sessões do Centro Judiciário de
Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), de forma eletrônica ou presencial (art.
4°), para a oitiva especializada de depoimento especial prevista na Lei n. 13.431/17
(art. 8°), facultando-se a participação do Ministério Público, da Defensoria Pública
e de outros órgãos que tenham interesse na utilização do espaço para a entrega
dos seus serviços à população, de forma eletrônica ou presencial (art. 6°).
Os PAVANs podem ser instalados em qualquer município, vila ou
comunidade que não seja sede de comarca, e mesmo em comarcas maiores, como
na capital, nas quais há locais distantes que dificultam o acesso da população ao
Judiciário.
Tamanha a importância desse novo instrumento para o acesso à justiça que,
pouco mais de um ano depois, foi incluído no Código de Organização Judiciária do
Estado de Goiás, Lei Estadual n. 21.268, de 5 de abril de 2022, prevendo-os como
unidades judiciária de primeiro grau (art. 6°, §1°, III) e determinando sua instalação
em todas as comarcas desinstaladas e municípios e distritos que não forem sede
de comarca (art. 9°).
83
Audiência Digital
84
CAPÍTULO VIII
A INTEGRIDADE DA PROVA
ORAL NAS AUDIÊNCIAS
VIRTUAIS
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
não obstante constituir uma das formas de prova mais antigas, sendo,
muitas vezes, o único meio de provar os fatos, rememore-se antigo
adágio popular, tendo este tipo de prova como a ‘prostituta das provas’,
eis que muito sujeita a imprecisões, seja pela natural falibilidade
humana ou mesmo pela conduta dolosa da testemunha distorcendo a
verdade dos fatos a fim de favorecer uma das partes” 38.
87
Audiência Digital
88
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
No modelo de prova tarifada era a lei que fixava como seria a valoração,
inclusive criando uma hierarquia formal dentro da própria prova. Por exemplo,
o testemunho de um nobre teria mais valor do que o de vários camponeses. A
legislação brasileira, em alguns casos, estabelece como algo pode ser provado,
mas trata-se de uma exceção à regra da valoração da prova.
Como não vamos ampliar nosso objeto para tratar da prova oral como um
todo, este capítulo tem apenas a finalidade de demonstrar que tal modalidade
de prova é frágil em qualquer ambiente, seja ele presencial ou virtual, por
videoconferência ou por telepresença, cada um trazendo seus riscos e cuidados
próprios.
A testemunha, ou o depoente ou acusado, no caso de depoimento pessoal
ou interrogatório, falarão ao julgador e às partes na audiência de instrução. Antes
disso, tiveram todo o tempo para dialogar entre si e para receberem instruções. É
fato notório que existem casos nos quais a testemunha foi orientada a mentir para
reforçar a versão do autor ou do réu 41. Tais situações não constituem a regra do
processo civil e penal, pois assim fosse teríamos de há muito abolido a prova oral, ou
as unidades criminais estariam entupidas de processos por falso testemunho.
Além da mentira, que é um ato intencional e consciente de falsear a
realidade com o desiderato de induzir o julgador a erro em favor de determinada
tese na demanda, existem os vieses cognitivos e as subjetividades, que são
inconscientes. Aquele que depõe acredita que é fiel aos fatos, mas, na verdade,
está repassando aquilo que acredita que viu.
Também Malatesta a respeito da credibilidade da prova oral:
89
Audiência Digital
90
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
45 RHC 150.203/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 14/09/2021, DJe
21/09/2021.
91
Audiência Digital
E ainda:
92
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
93
Audiência Digital
94
CAPÍTULO IX
DO PROTOCOLO DE
AUDIÊNCIA POR
VIDEOCONFERÊNCIA
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
97
Audiência Digital
98
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
silencioso e iluminado;
(…)
vi) deve ser permitido o fechamento do vídeo e do áudio sempre
que a parte deseje consultar seu advogado, a fim de fazê-lo
reservadamente;
vii) o juiz deve advertir quanto ao compromisso ético de se preservar a
lisura da prova testemunhal, inclusive quanto à incomunicabilidade;
(…)
x) o juiz deve colher o compromisso de todos quanto à observância
dessas regras de etiqueta, assumindo uma postura mais formativa
do que punitiva, ressalvados eventuais casos de abuso do direito;
xi) sugere-se ainda que se verifiquem os aparelhos celulares ou
notebooks quanto à carga suficiente, de modo a não se interromper
o ato por falta ou ausência de bateria nessas estações;
99
Audiência Digital
REFERÊNCIAS
100
Eduardo Perez Oliveira - Luiz Carlos Vieira de Figueiredo
101
ANEXOS
Nº Processo PROAD: 202011000247495
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência
DECRETA:
Art. 10. O “Juízo 100% Digital” será avaliado após 1 (um) ano de
sua implementação, podendo o Tribunal de Justiça optar pela manutenção, pela
descontinuidade ou por sua ampliação.
Gabinete da Presidência
DECRETA:
Art. 2º O “Juízo 100% Digital” será adotado como projeto piloto nas
seguintes Unidades Judiciais:
I – Juizados Especiais Cíveis da Comarca de Goiânia;
II – Juizados Especiais de Fazenda Pública da Comarca de Goiânia.
Gabinete da Presidência
Gabinete da Presidência
Gabinete da Presidência
Gabinete da Presidência
RESOLUÇÃO No 345, DE 9 DE OUTUBRO DE 2020.
Assinado eletronicamente por: LUIZ FUX - 09/10/2020 15:46:49 Num. 4140373 - Pág. 1
https://www.cnj.jus.br:443/pjecnj/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20100915464883200000003743087
Número do documento: 20100915464883200000003743087
CONSIDERANDO as diretrizes contidas na Resolução CNJ n o
185/2013, que instituiu o Processo Judicial Eletrônico (PJe) como sistema
informatizado de processo judicial no Poder Judiciário;
RESOLVE:
Assinado eletronicamente por: LUIZ FUX - 09/10/2020 15:46:49 Num. 4140373 - Pág. 2
https://www.cnj.jus.br:443/pjecnj/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20100915464883200000003743087
Número do documento: 20100915464883200000003743087
Art. 3o A escolha pelo “Juízo 100% Digital” é facultativa e será exercida
pela parte demandante no momento da distribuição da ação, podendo a parte demandada
opor-se a essa opção até o momento da contestação.
§ 1o Após a contestação e até a prolação da sentença, as partes poderão
retratar-se, por uma única vez, da escolha pelo “Juízo 100% Digital”.
§ 2o Em hipótese alguma, a retração poderá ensejar a mudança do juízo
natural do feito, devendo o “Juízo 100% Digital” abranger todas as unidades
jurisdicionais de uma mesma competência territorial e material.
Art. 4o Os tribunais fornecerão a infraestrutura de informática e
telecomunicação necessárias ao funcionamento das unidades jurisdicionais incluídas no
“Juízo 100% Digital” e regulamentarão os critérios de utilização desses equipamentos e
instalações.
Parágrafo único. O “Juízo 100% Digital” deverá prestar atendimento
remoto durante o horário de expediente forense por telefone, por e-mail, por
videochamadas, por aplicativos digitais ou por outros meios de comunicação que
venham a ser definidos pelo tribunal.
Art. 5o As audiências e sessões no “Juízo 100% Digital” ocorrerão
exclusivamente por videoconferência.
Parágrafo único. As partes poderão requerer ao juízo a participação na
audiência por videoconferência em sala disponibilizada pelo Poder Judiciário.
Art. 6o O atendimento exclusivo de advogados pelos magistrados e
servidores lotados no “Juízo 100% Digital” ocorrerá durante o horário fixado para o
atendimento ao público de forma eletrônica, nos termos do parágrafo único do artigo 4 o,
observando-se a ordem de solicitação, os casos urgentes e as preferências legais.
§ 1o A demonstração de interesse do advogado de ser atendido pelo
magistrado será devidamente registrada, com dia e hora, por meio eletrônico indicado
pelo tribunal.
§ 2o A resposta sobre o atendimento deverá ocorrer no prazo de até 48
horas, ressalvadas as situações de urgência.
Assinado eletronicamente por: LUIZ FUX - 09/10/2020 15:46:49 Num. 4140373 - Pág. 3
https://www.cnj.jus.br:443/pjecnj/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20100915464883200000003743087
Número do documento: 20100915464883200000003743087
Art. 7o Os tribunais deverão acompanhar os resultados do “Juízo 100%
Digital” mediante indicadores de produtividade e celeridade informados pelo Conselho
Nacional de Justiça.
Art. 8o Os tribunais que implementarem o “Juízo 100% Digital” deverão,
no prazo de trinta dias, comunicar ao Conselho Nacional de Justiça, enviando o
detalhamento da implantação.
Parágrafo único. O “Juízo 100% Digital” será avaliado após um ano de
sua implementação, podendo o tribunal optar pela manutenção, pela descontinuidade ou
por sua ampliação, comunicando a sua deliberação ao Conselho Nacional de Justiça.
Art. 9o Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Assinado eletronicamente por: LUIZ FUX - 09/10/2020 15:46:49 Num. 4140373 - Pág. 4
https://www.cnj.jus.br:443/pjecnj/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20100915464883200000003743087
Número do documento: 20100915464883200000003743087
ESTADO DE GOIÁS
LIVRO I
DA ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 5º Os Juízes exercerão a sua jurisdição nos limites territoriais definidos por
esta Lei.
TÍTULO II
DA DIVISÃO JUDICIÁRIA
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Seção I
Da criação e reestruturação de Comarcas e/ou Unidades Judiciárias
IV – a receita tributária;
V – a extensão territorial.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, os dados sobre a população e o número
de eleitores serão, respectivamente, obtidos pelas fontes do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) e Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO).
§ 2º Atendidos os requisitos estabelecidos neste artigo, o Presidente do Tribunal
de Justiça, após deliberação do Órgão Especial, providenciará o envio de Projeto de Lei à
Assembleia Legislativa, no qual deverá constar, também, a proposta de criação dos cargos
necessários para prover o Juízo e os respectivos serviços extrajudiciais.
Art. 8º A instalação da Comarca e/ou Unidade Judiciária será feita por Decreto
Judiciário e a solenidade de instalação presidida pelo Presidente do Tribunal de Justiça ou por
Magistrado por ele designado.
Parágrafo único. Dar-se-á conhecimento às autoridades locais, ao Procurador-
Geral de Justiça do Estado de Goiás, ao Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil –
Seccional Goiás e ao Defensor Público-Geral do Estado de Goiás.
Seção II
Da criação de Postos Avançados
Seção III
Seção IV
CAPÍTULO III
DOS DISTRITOS JUDICIÁRIOS
LIVRO II
DOS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
TÍTULO II
DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
I – Presidência;
II – Vice– Presidência;
III – Corregedoria– Geral da Justiça;
IV – Ouvidoria do Poder Judiciário;
V – Conselho Superior da Magistratura;
VI – Tribunal Pleno;
VII – Órgão Especial;
CAPÍTULO I
Art. 18. O Tribunal de Justiça, com sede na Capital, exercerá a sua jurisdição em
todo o território do Estado de Goiás e a sua composição será definida em lei.
Art. 20. Um quinto dos lugares do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás será
composto de membros do Ministério Público com mais de 10 (dez) anos de carreira e de
advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de 10 (dez) anos de efetiva
atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas
classes.
§ 1º Recebidas as indicações referidas no caput, o Tribunal de Justiça do Estado de
Goiás formará lista tríplice, enviando-a ao Governador do Estado que, nos 20 (vinte) dias
subsequentes, nomeará um dos integrantes para o cargo.
§ 2º Quando for ímpar o número de vagas destinadas ao quinto constitucional,
uma delas será, alternada e sucessivamente, preenchida por advogado e por membro do
Ministério Público, de tal forma que, também sucessiva e alternadamente, os representantes de
uma das classes superem os da outra em uma unidade.
CAPÍTULO II
DA ELEIÇÃO
CAPÍTULO III
DA VACÂNCIA
Art. 24. Ocorrendo a vacância de cargo eletivo antes de iniciado o último semestre
do mandato, haverá eleição do sucessor, no prazo de 10 (dez) dias, para o tempo restante,
empossando-se o eleito na mesma data.
Parágrafo único. Se a vacância ocorrer no decurso do último semestre, assumirá o
cargo, até o término do mandato, o substituto, se houver, ou o Desembargador seguinte na
ordem de antiguidade relativamente ao anterior ocupante, com posse na mesma data.
CAPÍTULO IV
DOS ÓRGÃOS DE DIREÇÃO
I – Presidência;
II – Vice– Presidência;
III – Corregedoria– Geral da Justiça.
Seção I
Da Presidência
Seção II
Da Vice-Presidência
Seção III
Da Corregedoria-Geral da Justiça
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
TÍTULO III
DOS JUÍZES DE DIREITO E JUÍZES SUBSTITUTOS
CAPÍTULO I
DO INGRESSO NA MAGISTRATURA
Art. 36. A jurisdição na primeira instância será exercida por Juízes de Direito e
Juízes Substitutos.
Parágrafo único. Os Juízes suspeitos, impedidos, afastados e em usufruto de
licenças e férias serão substituídos nos termos do que dispuser ato normativo editado pelo
Tribunal de Justiça.
Art. 37. O ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de Juiz Substituto, far-se-á
mediante concurso público de provas e títulos, de acordo com os arts. 93, inciso I, e 96, inciso I,
“c”, da Constituição Federal.
Art. 38. O concurso público para ingresso na magistratura será realizado mediante
dotação orçamentária, existência de vagas e observará as normas previstas na legislação vigente
e em atos normativos do Conselho Nacional de Justiça e do Tribunal de Justiça.
CAPÍTULO II
DO COMPROMISSO, POSSE E EXERCÍCIO
§ 2º O termo de posse será assinado pela autoridade que presidir o ato e pelo
empossado ou seu procurador.
Art. 40. A posse no cargo de Juiz Substituto dar-se-á no prazo de 30 (trinta) dias,
contados da publicação do ato de nomeação no Diário da Justiça Eletrônico.
Art. 41. O Juiz Substituto deverá entrar em exercício dentro de 30 (trinta) dias,
contados da data da posse.
DO VITALICIAMENTO
Art. 44. O processo de vitaliciamento dos Juízes Substitutos será instaurado pelo
Órgão Especial, cujo procedimento observará as normas editadas pelo Tribunal de Justiça, pelo
Conselho Nacional da Justiça e pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
Magistrados.
CAPÍTULO IV
DO ACESSO, PROMOÇÃO, REMOÇÃO E PERMUTA
Art. 45. O acesso, a promoção, a remoção e a permuta dar-se-ão nos termos das
Constituições Federal e Estadual, da Lei Orgânica da Magistratura Nacional, dos atos normativos
do Conselho Nacional de Justiça e daqueles editados pelo Tribunal de Justiça sobre a matéria.
CAPÍTULO V
DA APOSENTADORIA
Art. 48. A aposentadoria dos magistrados observará as disposições da
Constituição Federal, da Constituição Estadual e da Lei Orgânica da Magistratura Nacional.
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
DO SUBSÍDIO
Art. 51. Os subsídios dos Juízes de Direito do Poder Judiciário do Estado de Goiás
são escalonados em ordem decrescente, com a diferença de 5% (cinco por cento) entre as
entrâncias.
Parágrafo único. O subsídio do cargo de Juiz Substituto será 5% (cinco por cento)
menor que o do Juiz de Direito de entrância inicial.
CAPÍTULO VIII
DOS DIREITOS
CAPÍTULO IX
DAS COMPETÊNCIAS DOS JUÍZOS
Seção I
Seção II
Dos Juízos Cíveis
Art. 57. Os Juízos das Varas Cíveis Comuns e Especializadas têm competência
genérica e plena na matéria de sua denominação, ressalvada a privativa de outros juízos,
competindo-lhes:
I – processar e julgar as ações para extinção de condomínio de bem móvel ou
imóvel e liquidação de empresas resultante de partilhas realizadas nas Varas de Família e
Sucessões;
II – cumprir cartas precatórias pertinentes à jurisdição cível.
Seção III
Art. 58. Os Juízos das Varas de Família Comuns e Especializadas têm competência
genérica e plena na matéria de sua denominação, ressalvada a privativa de outros juízes,
competindo-lhes processar e julgar:
I – ações de nulidade e anulação de casamento;
Seção IV
Art. 59. Compete aos Juizados e Varas da Infância e Juventude, além de cumprir
cartas precatórias pertinentes à matéria de sua competência:
I – em matéria infracional:
Seção V
Dos Juízos de Sucessões
Seção VI
Dos Juízos das Fazendas Públicas, de Registros Públicos e de Execução Fiscal
Art. 61. Compete aos Juízos das Fazendas Públicas, além do cumprimento de
cartas precatórias de sua competência:
I – processar e julgar as causas em que o Estado de Goiás, suas autarquias,
empresas públicas e fundações por ele mantidas forem autores, réus, assistentes, intervenientes
ou oponentes e as que lhes forem conexas ou acessórias;
II – processar e julgar as causas em que o Município, suas autarquias, empresas
públicas e fundações por ele mantidas forem autores, réus, assistentes, intervenientes ou
oponentes e as que lhes forem conexas ou acessórias;
III – processar e julgar mandados de segurança quando a autoridade coatora for
estadual ou municipal, inclusive os administradores e representantes de autarquias, empresas
públicas, fundações e pessoas naturais ou jurídicas com função delegada do poder público
estadual ou municipal, nas hipóteses em que o ato atacado decorrer da delegação recebida,
excetuadas as hipóteses de competência originária do Tribunal de Justiça;
IV – processar e julgar habeas data, quando o órgão ou entidade depositária da
informação for estadual ou municipal, excetuadas as hipóteses de competência originária do
Tribunal de Justiça;
Art. 63. Compete aos Juízos das Varas de Execução Fiscal processar e julgar as
execuções fiscais e os incidentes que lhe são correlatos.
Seção VII
Dos Juízos Criminais
Art. 64. Compete ao Juízo da Vara Criminal, ressalvada a competência dos juízos
especializados, onde houver:
I – processar e julgar os feitos criminais da competência do juiz singular;
II – praticar atos anteriores à instauração do processo de competência dos juízes
de primeira instância, de acordo com as leis processuais penais;
III – expedir a guia de execução ou recolhimento provisória de condenados ao
juízo da execução penal competente;
IV – cumprir cartas precatórias na sua área de competência.
Seção VIII
Dos Juízos da Execução Penal
V – determinar:
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua execução;
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de liberdade;
c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos;
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena por
medida de segurança;
Da Justiça Militar
Art. 66. A Justiça Militar do Estado de Goiás em primeira instância, com jurisdição
em todo o Estado e com sede na Capital, é composta por um Juiz de Direito de entrância final e
pelo Conselho de Justiça Militar.
Art. 67. Em segunda instância, as funções afetas à Justiça Militar serão exercidas
pelo Tribunal de Justiça.
Parágrafo único. Compete aos Juízes de Direito do Juízo Militar processar e julgar,
singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos
disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência do Juiz de Direito,
processar e julgar os demais crimes militares.
TÍTULO IV
DOS JUIZADOS ESPECIAIS, TURMAS RECURSAIS E TURMA DE UNIFORMIZAÇÃO
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 70. O Sistema dos Juizados Especiais é formado pelos Juizados Especiais
Cíveis, Juizados Especiais Criminais, Juizados Especiais da Fazenda Pública, pelas Turmas
Recursais e pela Turma de Uniformização.
CAPÍTULO III
Art. 73. O Poder Judiciário do Estado de Goiás contará, no mínimo, com 4 (quatro)
Turmas Recursais de Juizados Especiais, com sede na Capital e com competência para julgar:
CAPÍTULO IV
DA TURMA DE UNIFORMIZAÇÃO
Art. 74. A Turma de Uniformização compõe-se dos membros das Turmas Recursais
e será presidida pelo Desembargador Coordenador do Sistema dos Juizados Especiais.
TÍTULO V
DA JUSTIÇA DE PAZ
Art. 76. A Justiça de Paz é composta de cidadãos escolhidos na forma da lei, tendo
competência para celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação
apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter
jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
TÍTULO VI
DOS TRIBUNAIS DO JÚRI
Art. 77. Compete ao juízo do Tribunal do Júri processar e julgar as ações penais
envolvendo os crimes dolosos contra a vida.
LIVRO III
DOS SERVIÇOS AUXILIARES DA JUSTIÇA
Art. 82. O concurso será realizado para provimento e remoção das Serventias
Extrajudiciais que se encontrarem vagas no momento da publicação do Edital.
LIVRO IV
DOS SERVIDORES DA JUSTIÇA
Art. 85. Os direitos, deveres e vantagens dos servidores de carreira do Poder
Judiciário do Estado de Goiás serão disciplinados em Estatuto próprio e em leis específicas.
Art. 87. Para a criação de cargos efetivos, em comissão e funções por encargo de
confiança, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás deverá apresentar estudos técnicos
fundamentados e a previsão dos impactos orçamentários e financeiros das despesas a serem
criadas.
Parágrafo único. A proposta de lei de criação de cargos em comissão e funções
por encargo de confiança deverá pautar-se nos seguintes critérios objetivos:
Art. 88. Os cargos em comissão e funções por encargo de confiança deverão ser
exercidos por servidores com formação de nível superior, compatível com as atribuições dos
respectivos cargos.
LIVRO COMPLEMENTAR
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 93. No prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados da sua publicação, o
Órgão Especial regulamentará as alterações decorrentes deste Código, que se fizerem
necessárias.
RONALDO CAIADO
Governador do Estado
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência
Assinado digitalmente por: CARLOS ALBERTO FRANÇA, PRESIDENTE; e outros, em 24/03/2022 às 18:07.
Para validar este documento informe o código 508839789826 no endereço https://proad-v2.tjgo.jus.br/proad/publico/validacaoDocumento
Nº 0
Nº Processo PROAD: 202202000320489
RESOLVEM:
Assinado digitalmente por: CARLOS ALBERTO FRANÇA, PRESIDENTE; e outros, em 24/03/2022 às 18:07.
Para validar este documento informe o código 508839789826 no endereço https://proad-v2.tjgo.jus.br/proad/publico/validacaoDocumento
Nº Processo PROAD: 202202000320489
Assinado digitalmente por: CARLOS ALBERTO FRANÇA, PRESIDENTE; e outros, em 24/03/2022 às 18:07.
Para validar este documento informe o código 508839789826 no endereço https://proad-v2.tjgo.jus.br/proad/publico/validacaoDocumento
Nº Processo PROAD: 202202000320489
Assinado digitalmente por: CARLOS ALBERTO FRANÇA, PRESIDENTE; e outros, em 24/03/2022 às 18:07.
Para validar este documento informe o código 508839789826 no endereço https://proad-v2.tjgo.jus.br/proad/publico/validacaoDocumento
Nº Processo PROAD: 202202000320489
Assinado digitalmente por: CARLOS ALBERTO FRANÇA, PRESIDENTE; e outros, em 24/03/2022 às 18:07.
Para validar este documento informe o código 508839789826 no endereço https://proad-v2.tjgo.jus.br/proad/publico/validacaoDocumento
Nº Processo PROAD: 202202000320489
Assinado digitalmente por: CARLOS ALBERTO FRANÇA, PRESIDENTE; e outros, em 24/03/2022 às 18:07.
Para validar este documento informe o código 508839789826 no endereço https://proad-v2.tjgo.jus.br/proad/publico/validacaoDocumento
Nº Processo PROAD: 202202000320489
ANEXO
Assinado digitalmente por: CARLOS ALBERTO FRANÇA, PRESIDENTE; e outros, em 24/03/2022 às 18:07.
Para validar este documento informe o código 508839789826 no endereço https://proad-v2.tjgo.jus.br/proad/publico/validacaoDocumento
PRESIDENTE
PRESIDENCIA
Nº Processo PROAD: 202105000275428
ESTADO DE GOIÁS
PODER JUDICIÁRIO
Resolução nº 181, de 9 de fevereiro de 2022 – Proad n° 202105000275428
RESOLVE:
ESTADO DE GOIÁS
PODER JUDICIÁRIO
Resolução nº 181, de 9 de fevereiro de 2022 – Proad n° 202105000275428
Estiveram presentes à sessão os Excelentíssimos Senhores Desembargadores Beatriz Figueiredo Franco, Leobino Valente Chaves,
Gilberto Marques Filho, João Waldeck Feliz de Sousa, Nelma Branco Ferreira Perilo, Walter Carlos Lemes, Carlos Escher, Kisleu Dias
Maciel Filho, Zacarias Neves Coelho, Luiz Eduardo de Sousa, José Paganucci Jr., Gerson Santana Cintra, Carmecy Rosa Maria
Alves de Oliveira, Nicomedes Domingos Borges, Sandra Regina Teodoro Reis, Guilherme Gutemberg Isac Pinto, José Carlos de
Oliveira, Jairo Ferreira Júnior, Marcus da Costa Ferreira, Anderson Máximo de Holanda.
Assinado eletronicamente por: LUIZ FUX - 06/04/2021 18:06:29 Num. 4314479 - Pág. 1
https://www.cnj.jus.br:443/pjecnj/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21040618062929300000003902574
Número do documento: 21040618062929300000003902574
CONSIDERANDO que a tramitação de processos em meio eletrônico
promove o aumento da celeridade e da eficiência da prestação jurisdicional;
RESOLVE:
Assinado eletronicamente por: LUIZ FUX - 06/04/2021 18:06:29 Num. 4314479 - Pág. 2
https://www.cnj.jus.br:443/pjecnj/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21040618062929300000003902574
Número do documento: 21040618062929300000003902574
com o “Juízo 100% Digital”, disciplinado na Resolução CNJ nº 345/2020, notadamente
o que previsto no seu art. 6º, no sentido de que o interesse do advogado de ser atendido
pelo magistrado será devidamente registrado, com dia e hora, por meio eletrônico
indicado pelo tribunal e de que a resposta sobre o atendimento deverá, ressalvadas as
situações de urgência, ocorrer no prazo de até 48 horas.
Assinado eletronicamente por: LUIZ FUX - 06/04/2021 18:06:29 Num. 4314479 - Pág. 3
https://www.cnj.jus.br:443/pjecnj/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21040618062929300000003902574
Número do documento: 21040618062929300000003902574
Art. 3o Ato do Tribunal definirá a estrutura de funcionamento dos
“Núcleos de Justiça 4.0”, de acordo com seu volume processual, bem como
providenciará a designação de servidores para atuarem na unidade, o que poderá ocorrer
cumulativamente às atividades desenvolvidas na sua lotação de origem ou com
exclusividade no núcleo, observado, neste caso, o disposto na Resolução CNJ nº
227/2016, do Conselho Nacional de Justiça.
Assinado eletronicamente por: LUIZ FUX - 06/04/2021 18:06:29 Num. 4314479 - Pág. 4
https://www.cnj.jus.br:443/pjecnj/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21040618062929300000003902574
Número do documento: 21040618062929300000003902574
de audiências, a prestação da jurisdição e nem a administração da unidade de lotação
original.
Assinado eletronicamente por: LUIZ FUX - 06/04/2021 18:06:29 Num. 4314479 - Pág. 5
https://www.cnj.jus.br:443/pjecnj/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21040618062929300000003902574
Número do documento: 21040618062929300000003902574
“§ 1º Para os fins do caput, o tribunal pode transferir a jurisdição da
unidade judiciária ou Comarca para outra, ou convertê-la em Núcleo de Justiça 4.0, de
modo a propiciar aumento da movimentação processual para patamar superior”.
Assinado eletronicamente por: LUIZ FUX - 06/04/2021 18:06:29 Num. 4314479 - Pág. 6
https://www.cnj.jus.br:443/pjecnj/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21040618062929300000003902574
Número do documento: 21040618062929300000003902574
Poder Judiciário
Conselho Nacional de Justiça
RESOLVE:
Assinado eletronicamente por: LUIZ FUX - 17/02/2021 20:45:29 Num. 4256920 - Pág. 1
https://www.cnj.jus.br:443/pjecnj/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21021720452898800000003850337
Número do documento: 21021720452898800000003850337
CONSIDERANDO que os tribunais devem manter soluções de
videoconferência para atender ao disposto nas Resoluções CNJ no 341/2020 e no
354/2020;
Assinado eletronicamente por: LUIZ FUX - 17/02/2021 20:45:29 Num. 4256920 - Pág. 2
https://www.cnj.jus.br:443/pjecnj/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21021720452898800000003850337
Número do documento: 21021720452898800000003850337
CONSIDERANDO a exitosa experiência do Tribunal Regional do
Trabalho da 14ª Região;
RESOLVE:
Assinado eletronicamente por: LUIZ FUX - 17/02/2021 20:45:29 Num. 4256920 - Pág. 3
https://www.cnj.jus.br:443/pjecnj/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21021720452898800000003850337
Número do documento: 21021720452898800000003850337
§ 2o O CNJ, por meio do Departamento de Tecnologia da Informação e
Comunicação, poderá indicar, mediante requerimento dos tribunais interessados,
solução de uso público e gratuito disponível, bem como manual de instalação e de
utilização.
Art. 3o O Balcão Virtual deverá funcionar durante todo o horário de
atendimento ao público, de forma similar à do balcão de atendimento presencial.
Art. 4o O servidor designado para atuar no Balcão Virtual prestará o
primeiro atendimento aos advogados e às partes, podendo convocar outros servidores da
unidade ou realizar agendamento, pelos meios eletrônicos disponíveis, para
complementação do atendimento solicitado.
Parágrafo único. O Balcão Virtual não substitui o sistema de
peticionamento dos sistemas de processo eletrônico adotados pelos tribunais, sendo
vedado o seu uso para o protocolo de petições, assim como não é aplicável aos
gabinetes dos magistrados.
Art. 5o O link de acesso ao Balcão Virtual da unidade deverá ser
publicado no sítio eletrônico dos tribunais, preferencialmente junto aos telefones e
endereços eletrônicos de cada unidade judiciária, com a expressa menção de que o
atendimento por aquela via se dará apenas durante o horário de atendimento ao público
estipulado por cada tribunal.
Art. 6o Os Balcões Virtuais deverão ser regulamentados e instalados no
prazo de trinta dias a contar da entrada em vigor desta Resolução, com a devida
disponibilização dos links de acesso no sítio do tribunal e comunicação ao Conselho
Nacional de Justiça.
Art. 7o Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Assinado eletronicamente por: LUIZ FUX - 17/02/2021 20:45:29 Num. 4256920 - Pág. 4
https://www.cnj.jus.br:443/pjecnj/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21021720452898800000003850337
Número do documento: 21021720452898800000003850337
Nº Processo PROAD: 202012000252565
JUNTADA Nº 0
ESTADO DE GOIÁS
PODER JUDICIÁRIO
ÓRGÃO ESPECIAL
Resolução nº 143, de 10 de março de 2021 – Proad n° 202012000252565
ESTADO DE GOIÁS
PODER JUDICIÁRIO
ÓRGÃO ESPECIAL
Resolução nº 143, de 10 de março de 2021 – Proad n° 202012000252565
CONSIDERANDO a autonomia do Poder Judiciário em disciplinar matéria
que diz respeito exclusivamente à estrutura administrativa interna do Tribunal de Justiça do
Estado de Goiás;
RESOLVE:
ESTADO DE GOIÁS
PODER JUDICIÁRIO
ÓRGÃO ESPECIAL
Resolução nº 143, de 10 de março de 2021 – Proad n° 202012000252565
§ 2º No prazo de 5 (cinco) dias da assinatura do Termo de Adesão, o juiz
diretor do foro deverá oficiar a Presidência do Tribunal, com cópia do ato, comunicando a
instrumentalização da parceria.
ESTADO DE GOIÁS
PODER JUDICIÁRIO
ÓRGÃO ESPECIAL
Resolução nº 143, de 10 de março de 2021 – Proad n° 202012000252565
Art. 8° Os Postos Avançados serão considerados como ambiente seguro
para oitiva de partes, testemunhas e outros colaboradores da justiça, servindo inclusive para a
oitiva especializada de depoimento especial, prevista na Lei 13.431/17.
Art. 13. Esta Resolução entra em vigor após 15 (quinze) dias da data de
sua publicação.
ESTADO DE GOIÁS
PODER JUDICIÁRIO
ÓRGÃO ESPECIAL
Resolução nº 143, de 10 de março de 2021 – Proad n° 202012000252565
ESTADO DE GOIÁS
PODER JUDICIÁRIO
ÓRGÃO ESPECIAL
Resolução nº 143, de 10 de março de 2021 – Proad n° 202012000252565
1.1. O presente instrumento tem por objeto a instalação de Posto Avançado do Poder Judiciário do
Estado de Goiás, no Município de ______, conforme previsto na Resolução nº 143/2021, do TJGO, para uso do
Poder Judiciário Estadual, com vistas à realização de atos processuais, por videoconferência, no âmbito do
respectivo município, tais como audiências e atendimento eletrônicos, inclusive relacionadas ao Centro Judiciário de
Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC).
1.3. No local onde se encontra instalado o Posto Avançado do Tribunal de Justiça, é facultado o
funcionamento do Ministério Público, da Defensoria Pública e de outros órgãos, através de parceria a ser firmada
entre estes e o Juiz Diretor do Foro, que fará parte integrante do presente instrumento.
1.4.O Juiz Diretor do Foro comunicará ao Município parceiro a extensão do termo de adesão ao
Ministério Público, à Defensoria Pública e a outros órgãos.
ESTADO DE GOIÁS
PODER JUDICIÁRIO
ÓRGÃO ESPECIAL
Resolução nº 143, de 10 de março de 2021 – Proad n° 202012000252565
2.1.1. Instalar o Posto Avançado do Poder Judiciário, para fins de realização de atos processuais,
por videoconferência, no âmbito do município parceiro, tais como audiências e atendimento eletrônicos.
2.2. DO MUNICÍPIO
2.2.1. Disponibilizar estrutura física compatível com o exercício pleno da atividade jurisdicional,
para a realização de atos processuais, devidamente adaptada e mobiliada para recepcionar partes, testemunhas e
advogados, dotada de dispositivo eletrônico com câmera de vídeo, conectado à rede de internet e com plataforma
de videoconferência instalada.
2.2.2. Zelar pelo efetivo funcionamento e manutenção dos equipamentos eletrônicos, pela limpeza
e boa conservação do Posto Avançado do Tribunal de Justiça.
2.2.3. Indicar servidor ou estagiário da Administração Pública local, com anuência do Juiz Diretor
do Foro, para funcionar como colaborador, ficando responsável por manusear o equipamento eletrônico, para fins da
prática do ato processual, e permitir o acesso de partes, testemunhas e advogados ao local.
4.1. O regular funcionamento do Posto Avançado do Tribunal de Justiça será fiscalizado pelo Juiz
Diretor do Foro da Comarca.
5.1. O presente instrumento poderá ser alterado, havendo interesse das partes, através de Termos
Aditivos, respeitada a legislação aplicável.
6.1. O presente instrumento deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as
cláusulas pactuadas.
ESTADO DE GOIÁS
PODER JUDICIÁRIO
ÓRGÃO ESPECIAL
Resolução nº 143, de 10 de março de 2021 – Proad n° 202012000252565
CLÁUSULA OITAVA– DA PUBLICAÇÃO
8.1. Compete ao Juiz Diretor do Foro, no prazo de 5 (cinco) dias da assinatura do termo de
adesão, oficiar a Presidência do Tribunal de Justiça, com cópia do ato, comunicando a instrumentalização da
parceria.
9.2. A rescisão consensual ocorrerá quando as partes resolverem pôr fim à relação de parceria,
devido à falta de interesse, através de decisão aceita por ambos, e sua materialização deverá ser formalizada por
meio de termo de rescisão.
10.1. As reclamações, notificações e petições sobre o presente termo de parceira serão feitas por
escrito e remetidos aos endereços constantes do preâmbulo deste instrumento.
10.2. Os casos omissos e as dúvidas que se originarem durante a execução desta parceria serão
dirimidos pelas partes, mediante aditivos, caso seja necessário.
11.1. Fica eleito o Foro da Comarca de (localidade), para dirimir dúvidas ou litígios decorrentes da
interpretação ou execução deste instrumento.
E, para a firmeza e validade do que ficou pactuado, foi lavrado o presente instrumento, em 02
(duas) vias, de igual teor e forma, que lido e achado conforme, é assinado pelas partes e por 02 (duas)
testemunhas.
Cidade, ____/____/____.
PREFEITO
Testemunhas:
1. _____________________________________________ CPF Nº.
2. _____________________________________________ CPF Nº.
ESTADO DE GOIÁS
PODER JUDICIÁRIO
ÓRGÃO ESPECIAL
Resolução nº 143, de 10 de março de 2021 – Proad n° 202012000252565
1.1. O presente instrumento tem por objeto a instalação de Posto Avançado do Poder Judiciário do
Estado de Goiás, no Município de ______, conforme previsto na Resolução nº 143/2021, do TJGO, para uso do
Poder Judiciário Estadual, com vistas à realização de atos processuais, por videoconferência, no âmbito do
respectivo município, tais como audiências e atendimento eletrônicos, inclusive relacionadas ao Centro Judiciário de
Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC).
1.3. No local onde se encontra instalado o Posto Avançado do Tribunal de Justiça, é facultado o
funcionamento do Ministério Público, da Defensoria Pública e de outros órgãos, através de parceria a ser firmada
entre estes e o Juiz Diretor do Foro, que fará parte integrante do presente instrumento.
1.4.O Juiz Diretor do Foro comunicará ao Cartório Extrajudicial parceiro a extensão do termo de
adesão ao Ministério Público, à Defensoria Pública e a outros órgãos.
2.1.1. Instalar o Posto Avançado do Poder Judiciário, para fins de realização de atos processuais,
por videoconferência, no âmbito do município parceiro, tais como audiências e atendimento eletrônicos.
ESTADO DE GOIÁS
PODER JUDICIÁRIO
ÓRGÃO ESPECIAL
Resolução nº 143, de 10 de março de 2021 – Proad n° 202012000252565
2.2.1. Disponibilizar estrutura física compatível com o exercício pleno da atividade jurisdicional,
para a realização de atos processuais, devidamente adaptada e mobiliada para recepcionar partes, testemunhas e
advogados, dotada de dispositivo eletrônico com câmera de vídeo, conectado à rede de internet e com plataforma
de videoconferência instalada.
2.2.2. Zelar pelo efetivo funcionamento e manutenção dos equipamentos eletrônicos, pela limpeza
e boa conservação do Posto Avançado do Tribunal de Justiça.
2.2.3. Indicar servidor ou estagiário do Cartório Extrajudicial local, com anuência do Juiz Diretor do
Foro, para funcionar como colaborador, ficando responsável por manusear o equipamento eletrônico, para fins da
prática do ato processual, e permitir o acesso de partes, testemunhas e advogados ao local.
4.1. O regular funcionamento do Posto Avançado do Tribunal de Justiça será fiscalizado pelo Juiz
Diretor do Foro da Comarca.
5.1. O presente instrumento poderá ser alterado, havendo interesse das partes, através de Termos
Aditivos, respeitada a legislação aplicável.
6.1. O presente instrumento deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as
cláusulas pactuadas.
ESTADO DE GOIÁS
PODER JUDICIÁRIO
ÓRGÃO ESPECIAL
Resolução nº 143, de 10 de março de 2021 – Proad n° 202012000252565
8.1. Compete ao Juiz Diretor do Foro, no prazo de 5 (cinco) dias da assinatura do termo de
adesão, oficiar a Presidência do Tribunal de Justiça, com cópia do ato, comunicando a instrumentalização da
parceria.
9.2. A rescisão consensual ocorrerá quando as partes resolverem pôr fim à relação de parceria,
devido à falta de interesse, através de decisão aceita por ambos, e sua materialização deverá ser formalizada por
meio de termo de rescisão.
10.1. As reclamações, notificações e petições sobre o presente termo de parceira serão feitas por
escrito e remetidos aos endereços constantes do preâmbulo deste instrumento.
10.2. Os casos omissos e as dúvidas que se originarem durante a execução desta parceria serão
dirimidos pelas partes, mediante aditivos, caso seja necessário.
11.1. Fica eleito o Foro da Comarca de (localidade), para dirimir dúvidas ou litígios decorrentes da
interpretação ou execução deste instrumento.
E, para a firmeza e validade do que ficou pactuado, foi lavrado o presente instrumento, em 02
(duas) vias, de igual teor e forma, que lido e achado conforme, é assinado pelas partes e por 02 (duas)
testemunhas.
Cidade, ____/____/____.
Testemunhas:
1. _____________________________________________ CPF Nº.
2. _____________________________________________ CPF Nº.
ESTADO DE GOIÁS
PODER JUDICIÁRIO
ÓRGÃO ESPECIAL
Resolução nº 143, de 10 de março de 2021 – Proad n° 202012000252565
1.1. O presente instrumento tem por objeto a disponibilização de Assistentes Sociais, Psicólogos,
Pedagogo e outros profissionais necessários para a realização de perícias, estudos, depoimento especial, e outros
atos em processos que tratem de interesses de crianças e adolescentes, em especial na área da infância e
juventude, no âmbito do Posto Avançado do Poder Judiciário no Município de ______, conforme previsto na
Resolução nº 143/2021, do TJGO, com vistas à atuação em procedimentos que tratem de interesses de crianças e
adolescentes.
2.1.1. Solicitar ao Chefe do Poder Executivo Municipal autorização para que os profissionais
multidisciplinares que atuam junto ao Município possam ser capacitados pelo Tribunal de Justiça para realizarem
estudos de casos, relatórios e demais atos necessários nos processos que tratam de interesses de crianças e
adolescentes, em especial na área da infância e juventude.
ESTADO DE GOIÁS
PODER JUDICIÁRIO
ÓRGÃO ESPECIAL
Resolução nº 143, de 10 de março de 2021 – Proad n° 202012000252565
2.2. DO MUNICÍPIO
3.1. As despesas referentes à cessão dos psicólogos e assistentes serão suportadas pelo
Município.
4.1. O regular funcionamento da cessão será fiscalizado pelo Juiz Diretor do Foro da Comarca.
5.1. O presente instrumento poderá ser alterado, havendo interesse das partes, através de Termos
Aditivos, respeitada a legislação aplicável.
6.1. O presente instrumento deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as
cláusulas pactuadas.
8.1. Compete ao Juiz Diretor do Foro, no prazo de 5 (cinco) dias da assinatura do termo de
adesão, oficiar a Presidência do Tribunal de Justiça, com cópia do ato, comunicando a instrumentalização da
parceria.
ESTADO DE GOIÁS
PODER JUDICIÁRIO
ÓRGÃO ESPECIAL
Resolução nº 143, de 10 de março de 2021 – Proad n° 202012000252565
9.2. A rescisão consensual ocorrerá quando as partes resolverem pôr fim à relação de parceria,
devido à falta de interesse, através de decisão aceita por ambos, e sua materialização deverá ser formalizada por
meio de termo de rescisão.
10.1. As reclamações, notificações e petições sobre o presente termo de parceira serão feitas por
escrito e remetidos aos endereços constantes do preâmbulo deste instrumento.
10.2. Os casos omissos e as dúvidas que se originarem durante a execução desta parceria serão
dirimidos pelas partes, mediante aditivos, caso seja necessário.
11.1. Fica eleito o Foro da Comarca de (localidade), para dirimir dúvidas ou litígios decorrentes da
interpretação ou execução deste instrumento.
E, para a firmeza e validade do que ficou pactuado, foi lavrado o presente instrumento, em 02
(duas) vias, de igual teor e forma, que lido e achado conforme, é assinado pelas partes e por 02 (duas)
testemunhas.
Cidade, ____/____/____.
PREFEITO
Testemunhas:
1. _____________________________________________ CPF Nº.
2. _____________________________________________ CPF Nº.