OPERAÇÕES DE PENSAMENTO - Resumo
OPERAÇÕES DE PENSAMENTO - Resumo
OPERAÇÕES DE PENSAMENTO - Resumo
AS OPERAÇÕES DE PENSAMENTO
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Na obra Ensinar a Pensar de Raths, et all, , São Paulo: EPU, 197, encontramos uma abordagem sobre as
operações de pensamento que poderiam estar sendo sistematizadas nas situações institucionalizadas de
apreandizagem e que tomamos como ponto de partida para esta análise. Como se trata de publicação da
década de setenta, as abordagens sobre metacognição e os estudos atuais sobre cognição e pensamento não se
encontram ai contemplados.
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Programa de Aprendizagem: documento onde se registra o contrato didático pretendido para uma etapa do
curso a ser construída pelos professores e alunos. Busca a superação aos antigos Planos de Ensino onde havia
toda uma centralização descritiva no conteúdo e no que o professor faria para ensinar. Diferentemente dos
Planos de Ensino, o foco fica na aprendizagem do aluno, para a qual é dirigida a análise do processo, a
definição dos objetivos, a organização dos conteúdos, a escolha metodológica para mobilizar, construir e
elaborar a síntese e avaliar as aprendizagens efetivadas. Sua questão central é: que objetivos, organização de
conteúdos e metodologia são necessárias para o aluno apreender , apropriar-se ou “ agarrar” as relações, leis
e princípios essenciais desse programa?
Os autores nos apresentam uma série de operações possíveis ao
pensar, que aqui registramos para nossa reflexão, perguntando-nos: se
o quadro teórico é complexo e exige pensamento complexo do
estudante, poderei excluir dos processos de ensinagem na sala de
aula essa mesma complexidade3? Em que medida a complexidade
própria do saber proposto no currículo está intencionalmente incluída
nos objetivos e efetivada nas estratégias vividas com os alunos?
OPERAÇÃO
DE CONCEITO/ RELAÇÕES
PENSAMENTO
Comparação Examinar dois ou mais objetos ou processos com
intenção de identificar relações mutuas, pontos de
acordo e desacordo. Supera a simples recordação,
enquanto ação de maior envolvimento do aluno.
Resumo Apresentar de forma condensada da substância do
que foi apreciado. Pode ser combinado com a
comparação.
Observação Prestar atenção em algo, anotando cuidadosamente.
Examinar minuciosamente, olhar com atenção,
estudar. Sob a idéia de observar existe o procurar,
identificar, notar e perceber. É uma forma de descobrir
informação. Compartilhada, amplia o processo
discriminativo. Exigem objetivos definidos, podendo
ser anotadas, esquematizadas, resumidas e
comparadas.
Classificação Colocar em grupos, conforme princípios dando ordem
a existência. Exige análise e síntese, por conclusões
próprias.
Interpretação Processo de atribuir ou negar sentido á experiência,
3Sobre complexidade vide Morin, Edgar, Ciência com Consciência, Barcelona, Anthropos, Editorial Del
Hombre, 1994, que conceitua o complexo como aquilo que é tecido junto.
exigindo argumentação para defender o ponto
proposto. Exige respeito aos dados e atribuição de
importância, causalidade, validade e
representatividade. Pode levar a uma descrição inicial
para depois haver uma interpretação do significado
percebido.
Crítica Efetivar julgamento, análise e avaliação, realizando o
exame crítico das qualidades, defeitos, limitações.
Segue referência a um padrão ou critério.
Busca de Supor é aceitar algo sem discussão, podendo ser
Suposições verdadeiro ou falso. Temos que supor sem
confirmação nos fatos. Após exame cuidadoso, pode-
se verificar quais as suposições decisivas, o que exige
discriminação.
Imaginação
Imaginar é ter alguma idéia sobre algo que não está
presente, percebendo mentalmente o que não foi
totalmente percebido. É uma forma de criatividade,
liberta dos fatos e da realidade. Vai além da realidade,
dos fatos e da experiência. Socializar o imaginado
introduz flexibilidade às formas de pensamento.
Obtenção e Obter e organizar dados são a base de um trabalho
organização independente; exigem objetivos claros, análise de
dos dados pistas, plano de ação, definição de tarefas chaves,
definição e seleção de respostas e de tratamento das
mesmas, organização e apresentação do material
coletado. Requer identificação, comparação, análise,
síntese, resumo, observação, classificação,
interpretação, crítica, suposições, imaginação, entre
outros.
Levantamento Propor algo apresentado como possível solução para
de um problema. Forma de fazer algo, esforço para
Hipóteses explicar como algo atua, sendo guia para tentar
solução de um problema. Proposição provisória ou
palpite com verificação intelectual e inicial da idéia. As
hipótese constituem interessante desafio ao pensar do
aluno.
Aplicação de Solucionar problemas e desafios, aplicando
fatos e aprendizados anteriores, usando a capacidade de
princípios a transferências, aplicações e generalizações ao
novas problema novo.
situações
Decisão Agir a partir de valores aceitos e adotados na escolha,
possibilitando a análise e consciência dos mesmos. A
escolha é facilitada quando há comparação,
observação, imaginação e ajuizamento, por exemplo.
Planejamento Projetar é lançar idéias, intenções, utilizando-se de
de projetos esquema preliminar, plano, grupo, definição de
e pesquisas tarefas, etapas, divisão e integração de trabalho,
questão ou problema, identificação das questões
norteadoras, definição de abrangência, de fontes,
definição de instrumentos de coleta dos dados,
validação de dados e respostas, etapas e cronograma
. Requer assim, identificação, comparação, resumo,
observação, interpretação, busca de suposições,
aplicação de princípios, decisão, imaginação e crítica.
Raths, et all. Ensinar a Pensar. São Paulo: EPU, 1977.
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A esse respeito vide, entre outros, Wachowicz, L. A ., Método Dialético na Didática, Campinas, Papirus,
1989; Danilov, M.; Skatin, M. Didátictica de la escuela Média, Havana, Pueblo y Educación, 1985; Pimenta,
S.G. e Anastasiou, L.G.C. Docência no Educação Superior, V.I, Editora Cortez, 2002; Libâneo, J. C.
Fundamentos Práticos e Teóricos do Trabalho Docente: um estudo introdutório sobre pedagogia e didática.
Tese de Doutorado, PUCSP, 1990; Vasconcelos, C. J. Construção do Conhecimento em sala de aula, São
Paulo: Série Cadernos Pedagógicos do Libertad no. 2, 1994; Saviani, D. Escola e Democracia.São Paulo,
Cortez, 1982.
ou até caótica que se tenha do objeto de estudo) na direção de uma
síntese cada vez mais e melhor elaborada desse mesmo objeto pela
análise.
É essencial o processo de análise, realizado em aula com a
mediação do professor, que deliberadamente planeja, propõe e
coordena estratégias compostas por suas ações e dos alunos, visando
a superação da visão sincrética inicial, por percepções, visões e ações
cada vez mais elaboradas. Isso requer, por parte dos estudantes, um
processo de apropriação ativa e consciente dos conhecimentos, dos
fundamentos das ciências e de sua aplicação prática.
Por isso, a ação de ensinar não pode se limitar a simples
exposição dos conteúdos, incluindo necessariamente um resultado
bem sucedido daquilo que se pretende fazer, no caso, a apropriação
do objeto de estudo.
No processo de ensinagem, os conhecimentos são tomados
como parte de um quadro teórico-prático global de uma área. Contém
uma determinada lógica que leva a uma forma específica de
percepção, pensamento, assimilação e ação. Ao apreender-se um
conteúdo, apreende-se também determinada forma de pensar e de
elaborar esse conteúdo, motivo pelo qual cada área exige formas de
ensinar e de apreender específicas, que explicitem e sistematizem as
respectivas lógicas. Neste caso, as estratégias devem ser
selecionadas dentro desse contexto.
O sabor do saber está contido na forma de assimilação, e se
encontra ligado às disposições,às experiências e às identidades, que
precisam ser captadas pelo docente. Pois,o sabor, para ser obtido
durante o fazer, exige uma série de esforços: misturas e temperos
adequados, tempo de cozimento, chegar-se ao ponto, cuidados,
dosagem... Aqui, entra a escolha das estratégias, sendo tomadas
como verdadeira atividade artística e exigem, do professor,
percepção e criatividade, para despertar, no estudante, sensações ou
estados de espírito carregados de vivência pessoal renovadora e
profunda. Assim, é possível atuar sobre e com o objeto estudado,
construindo-o cada vez mais e mais, no pensamento e pelo
pensamento.
Daí a importância da competência docente na escolha de ações
a serem efetivadas sob sua supervisão, visando os objetivos
pretendidos, ou seja, estabelecendo um processo de apreensão e
construção do conhecimento.
Sugere-se,com isso, uma relação contratual, que se efetiva nos
Programas de Aprendizagem, quando professor e aluno têm
responsabilidades na conquista do conhecimento, adotando processos
de parceria e colaboração. A esse processo compartilhado de
trabalhar os conhecimentos, no qual conteúdo, forma de ensinar e
assimilar, assim como obter resultados, estão mutuamente
dependentes. Os sujeitos, em parceria, saboreiam um fazer: essa é a
essência de um processo de ensinagem.