Pandemia Por Covid-19 e Saude Mental de Estudantes

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REVISTA DE

PSICOLOGIA DA IMED

Pandemia por Covid-19 e Saúde Mental de Estudantes


Universitários: Uma Análise Psicossociológica

Covid-19 Pandemic and University Students Mental


Health: A Psychosociological Analysis

La Pandemia de Covid-19 y la Salud Mental de los


Estudiantes Universitarios: Un Análisis Psicosociológica

Maria da Penha de Lima Coutinho(1); Jaqueline Gomes Cavalcanti(2);


Fabrycianne Gonçalves Costa(3); Emerson Araújo Do Bú(4); Márcio de Lima Coutinho(5);
Iany Cavalcanti da Silva Barros(6)
1 Centro Universitário UNIESP, Cabedelo, PB, Brasil.
E-mail: [email protected] | ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3961-2402
2 Universidade Federal da Paraíba, PB, Brasil.
E-mail: [email protected] | ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3068-404X
3 Centro Universitário UNIESP, Cabedelo, PB, Brasil.
E-mail: [email protected] | ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2903-7555
4 Instituto de Ciências Sociais e Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa, Portugal.
E-mail: [email protected] | ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3864-3872
5 Centro Universitário UNIESP, Cabedelo, PB, Brasil.
E-mail: [email protected] | ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1092-7566
6 Centro Universitário UNIESP, Cabedelo, PB, Brasil.
E-mail: [email protected] | ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1092-7566

Revista de Psicologia da IMED, Passo Fundo, vol. 14, n. 2, p. 1-17, julho-dezembro, 2022 - ISSN 2175-5027
[Submetido: 9 ago. 2021; Revisão1: 28 set. 2022; Aceito: 10 mar. 2023; Publicado: 21 jun. 2023]
DOI: https://doi.org/10.18256/2175-5027.2022.v14i2.4589

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Revista de Psicologia da IMED, Passo Fundo, vol. 14, n. 2, p. 1-17, julho-dezembro, 2022 - ISSN 2175-5027

Resumo
O presente estudo objetivou investigar as representações que universitários possuem acerca
do novo coronavírus e de sua saúde mental em tempos pandêmicos. Para isso, contou-se com
276 participantes que foram submetidos a um questionário sociodemográfico e a Técnica
de Associação Livre de Palavras. Os dados foram processados pelo software IRaMuTeQ,
e posteriormente analisadas por dois tipos de análises: a de similitude e prototípica. Os
resultados apontaram que os participantes representaram o novo coronavírus com base no que
até então é propagado nos veículos de difusão e no conhecimento erudito, reportando-o como
uma doença de magnitude pandêmica a qual tem provocado medo e mortes na população.
Além disso, este objeto social foi ancorado em medidas profiláticas de prevenção do contágio
e na atual crise que tem sido evidenciada nas esferas psicológica, financeira e laboral. No que
tange ao estímulo coronavírus e saúde mental, as representações ancoraram-se nos impactos
psicoafetivos gerados pelo vírus e no uso de estratégias de enfrentamento. Espera-se que os
resultados desta pesquisa corroborem para a fundamentação de estratégias interventivas por
órgãos governamentais e não governamentais, bem como pela mídia frente às repercussões da
Covid-19 na saúde mental da sociedade e, em especial, na de estudantes universitários.
Palavras-chave: coronavírus; saúde mental; universitários; psicologia social.

Abstract
In this study, we aimed to investigate how university students’ representations of the new
coronavirus and their mental health are related in times of pandemic. To this end, 276
participants were asked to complete a sociodemographic questionnaire and the Free Word
Association Technique. The data were processed using IRaMuTeQ software and later analyzed
using two types of analyses: similarity and prototypicality. Results indicated that participants
portrayed the new coronavirus as a disease of pandemic proportions that caused fear which
has caused fear and death in the population. Moreover, this social object was anchored in the
prophylactic measures taken to prevent contagion and in the crisis that has manifested itself
in the psychological, financial, and labor spheres. It is expected that the findings of this study
will underpin the basis for intervention strategies by governmental and non-governmental
agencies, as well as the media in the face of the impact of Covid-19 on the mental health of
society and, particularly, that of university students.
Keywords: coronavirus; mental health; university students; social psychology.

Resumen
Este estudio tuvo como objetivo investigar las representaciones que tienen los estudiantes
universitarios sobre el nuevo coronavirus y su salud mental en tiempos de pandemia. Para
ello, 276 participantes fueron sometidos a un cuestionario sociodemográfico y a la Técnica de
Asociación de Palabras Libres. Los datos fueron procesados por el software IRaMuTeQ y luego
analizados por dos tipos de análisis: similitud y prototipo. El nuevo coronavirus en base a lo
que se ha propagado hasta ahora en los medios y en el conocimiento académico, reportándolo
como una enfermedad de magnitud pandémica que ha causado miedo y muerte en la
población. Además, el término se ancló en las medidas profilácticas para prevenir el contagio y
en la crisis que se ha evidenciado en los ámbitos psicológico, financiero y laboral. En cuanto al
estímulo del coronavirus y la salud mental, las representaciones están ancladas en los impactos
psicoafectivos que genera el virus. Se espera que los resultados de esta investigación corroboren
el fundamento de las estrategias de intervención del gobierno, agencias y organizaciones no
gubernamentales, y de los medios de comunicación sobre las repercusiones del Covid-19 en la
salud mental de la sociedad y, en particular, en la de los estudiantes universitarios.
Palabras-clave: coronavirus; salud mental; estudiantes universitarios; psicología social.

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Introdução

Desde o final de 2019, o mundo tem sido afetado pela doença causada pelo vírus
SARS-COV-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2), conhecida como
Covid-19 (Brooks et al., 2020). Esta doença tem afetado pessoas de todas as etnias,
faixas etárias e classes socioeconômicas e tem sido frequentemente discutida entre as
pessoas e divulgada pelos diversos meios de comunicação (Do Bú et al., 2020; Folino et
al., 2021; Lindemann et al., 2020).
Foi identificada pela primeira vez por meio da Organização Mundial da Saúde
(OMS) na cidade de Wuhan – China e considerada como uma doença pandêmica em
janeiro de 2020, dada a sua rápida transmissão e contágio humano (Bai et al., 2020; Xu
et al., 2020). Nesse contexto, de modo a se evitar o aumento de novos casos, em março
de 2020, a OMS recomendou que instituições de educação desenvolvessem três ações
básicas: o tratamento dos casos identificados junto a instituição; a disponibilização
de testes massivos da doença para a sua população; e, finalmente, o encorajamento do
distanciamento físico entre seus estudantes, professores e funcionários (Bai et al., 2020;
Xu et al., 2020).
No Brasil, para implementação de tais diretrizes, foi autorizada a portaria de nº
343, divulgada pelo Ministério da Educação, que indica a toda comunidade acadêmica
que suas aulas presenciais sejam migradas para plataformas digitais (aulas remotas)
durante o período pandêmico (Brasil, 2020). Além disso, o Governo Federal brasileiro
também instituiu a medida provisória de nº 934, que “estabeleceu normas excepcionais
para o ano letivo da educação básica e do ensino superior decorrentes das medidas para
enfrentamento da situação de emergência de saúde pública; que trata a Lei nº 13.979, de
06 de fevereiro de 2020” (Brasil, 2020). Dessa forma, a sociedade como um todo e, em
especial, alunos e alunas das redes pública e privada de ensino passaram por mudanças
de hábitos e atitudes nos âmbitos de sua saúde física e mental, dado ao novo contexto
que lhes foi imposto.
Não obstante, após implementação destas medidas, professores do ensino superior
comumente verificam dificuldades de adaptação de seus alunos e alunas a essa nova
realidade. Tais dificuldades podem estar relacionadas às mudanças abruptas de rotina,
a ausência e/ou a diminuição de privacidade das pessoas, bem como o distanciamento
físico de estudantes que moram longe das suas famílias. Estes fatores, por sua vez,
podem potencializar desequilíbrios emocionais, com o aumento, por exemplo, de sinais
e sintomas que remetem ao estresse, a ansiedade, a depressão e a síndrome do pânico,
vinculados, principalmente, ao medo do contágio e da morte pela doença (Duan &
Zhu, 2020; Fiorillo & Gorwood, 2020).
Considerando as premissas expostas, assim como, reconhecendo a necessidade
de estudos que subsidiem estratégias interventivas para promoção da saúde mental
da sociedade e, em especial, de estudantes universitários, o presente estudo tem por

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objetivo, por meio de uma análise psicossociológica, investigar as representações que


universitários possuem acerca do novo coronavírus e de sua saúde mental em tempos
pandêmicos. Para tal análise, se recorrerá ao aporte teórico das Representações Sociais
(RS), dada a sua relevância e a espessura social dos objetos sociais anteriormente
mencionados (Moscovici, 2017).
Justifica-se a utilização deste aporte teórico, uma vez que se entende que o novo
coronavírus, bem como a saúde mental de discentes universitários neste momento
histórico, podem ser apreendidos a partir da relação entre dois universos nos quais os
conhecimentos são construídos e compartilhados: o universo consensual e o reificado
(Álvaro & Garrido, 2016; Moscovici, 2017). Faz-se importante destacar que as RS
são construídas mais frequentemente na esfera consensual, embora as duas esferas
anteriormente mencionadas não sejam antagônicas. Assim, as RS são conhecimentos
do senso comum, acessíveis a todos, enquanto o universo reificado (ou científico) se
cristaliza no espaço científico, com seus cânones de linguagem e sua hierarquia interna
(Jodelet, 1985; Spink, 1993).
Ademais, Moscovici (2017) afirma que em um universo consensual, a sociedade
é vista como um grupo de pessoas que são livres e iguais, enquanto num universo
reificado a sociedade é percebida como um sistema de diferentes papéis e classes.
Dessa maneira, o autor destaca que os indivíduos, estejam onde estiverem, verificam,
analisam, constroem percepções espontâneas, não oficiais, que são geradoras de um
impacto efetivo no manuseio de suas relações sociais, constituindo, assim, processos
que alimentam o seu pensamento em face a um objeto social. Considera-se, desse
modo, que as RS estão ancoradas no campo da situação concreta orientando as ações
individuais (Doise, 2001). Além disto, por serem construídas sobre o viés simbólico,
tais representações apontam opiniões, crenças e valores incorporados nas práticas
das diversas situações vivenciadas pelas pessoas face às experiências sociais (Costa
& Coutinho, 2017). Dessa forma, apreender e analisar quais as representações que
perpassam o imaginário de estudantes universitários acerca do novo coronavírus,
bem como investigar sua saúde mental durante o momento pandêmico torna-se
imprescindível, uma vez que tais representações podem apontar para comportamentos
destes atores sociais e, assim, subsidiar estratégias que visem promover sua qualidade
de vida e saúde mental.

Método

Tipo de estudo

Trata-se de um estudo misto, quantitativo e qualitativo, de abordagem descritiva


e exploratória, ancorado no aporte teórico da Teoria das Representações Sociais
(Moscovici, 2017). Possui corte transversal, e amostra não probabilística (apreendida
por conveniência) (Amatuzzi et al., 2006).

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Participantes

Participaram deste estudo 276 universitários, com idades entre 18 e 59 anos


(M = 27,43; DP = 6,05), residentes, em sua totalidade do Nordeste brasileiro, sendo a
maioria mulheres (89,8%). Destacamos que para fazer parte no estudo, participantes
precisaram assinar digitalmente o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE), apresentado no início do questionário online, possuir mais de 18 anos, ter
nacionalidade brasileira, ser residente da região Nordeste do Brasil e estar cursando o
nível superior de ensino. O número amostral foi determinado com base nos critérios de
saturação de discurso indicados por Sá (1998).

Instrumentos

Para apreender as representações sociais dos atores sociais deste estudo, utilizou-
se a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP) em face a dois estímulos
indutores: “coronavírus” e “saúde mental na pandemia”. Convém destacar que a TALP
diz respeito a uma técnica projetiva, que se organiza sobre a evocação de respostas dos
participantes, a partir de estímulos indutores previamente definidos pelo pesquisador,
possibilitando, assim, identificar universos semânticos relacionados a um objeto ou
fenômeno social (Coutinho & Do Bú, 2017).
Finalmente, a fim de delinear as características dos participantes, os universitários
responderam a um questionário sociodemográfico, contendo questões como: idade,
sexo, nacionalidade, região de residência, bem como se estavam a cursar um curso
superior durante a pandemia. Além disso, questões como “Você já foi diagnosticado
com Covid-19?”; “Algum parente já fora diagnosticado com a afecção?”; “Conhece
alguém próximo que foi diagnosticado com Covid-19?”; “Acredita que a sua rotina se
modificou em função da Covid-19?”; e, “Está tendo dificuldades em manter sua rotina
de estudos?”, foram respondidas pelos participantes.

Procedimentos de Coleta de Dados

Os estudantes foram convidados a responderem a um questionário, via


formulário eletrônico (Google Docs). Para isso, foi utilizado o compartilhamento do
mesmo em redes sociais, como Instagram e WhatsApp. Antes de iniciar a pesquisa,
o respondente era esclarecido quanto ao objetivo do estudo e orientado sobre o seu
caráter voluntário e confidencial. Caso concordasse em responder, o instrumento era
disponibilizado ao participante. Sublinha-se que se controlou, na coleta de dados,
o número de IP dos aparelhos eletrônicos usados para responder ao questionário
(internet protocol). Nesse sentido, limitou-se uma resposta por identificador.

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Procedimentos de Análise de Dados

Os dados advindos da TALP foram analisados por meio do software Interface de


R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRaMuTeQ),
através de análises lexicográficas (prototípicas e de similitude). Destaca-se que a análise
prototípica busca identificar a estrutura representacional a partir dos critérios de
frequência e ordem de evocação das palavras provenientes de um teste de evocações
livres (Wachelke & Wolter, 2011). Por sua vez, a análise de similitude tem por
finalidade identificar as coocorrências entre as palavras, auxiliando na identificação
da estrutura do conteúdo de um corpus textual (Marchand & Ratinaud, 2012). Dados
sociodemográficos, bem como aqueles relacionados ao fato dos participantes terem
sido ou não diagnosticados com Covid-19, se suas rotinas se modificaram e se possuem
dificuldades em manter uma rotina de estudos, foram analisados por meio do software
SPSS (versão 26) através de estatísticas descritivas (frequências e porcentagens).

Procedimentos Éticos

Esta pesquisa foi aprovada ao Comitê de Ética em Pesquisa de uma instituição


privada (número de parecer: 4.132.225; CAAE: 34150820.9.0000.5184), seguindo todos
os termos éticos citados pelo Conselho Nacional de Saúde brasileiro, conforme as
Resoluções 466/2012 e 510/2016 (Brasil, 2012; 2016).

Resultados e Discussão

Os resultados das análises descritivas apontam que a maioria dos participantes


do estudo estavam no primeiro semestre do ensino superior (40,9%). Destes, a maioria
(53,4%) destacou que a pandemia mudou completamente as suas rotinas e que sentem
dificuldades em manter uma rotina de estudo (84,1%) sistematizada. Ademais, nenhum
participante reportou ter tido Covid-19. Não obstante, 2,3% reportaram terem tido
algum parente com a doença; e, 31,8% não souberam indicar se alguém próximo foi
contagiado pelo vírus. Nas próximas secções serão apresentados os resultados das
análises lexicográficas desempenhadas com o auxílio do software IRaMuTeQ.

Análises de Similitude

A partir das Análises de Similitude (AS) ou de semelhanças (Figura 1), que


possibilita localizar coocorrências existentes entre as palavras, indicando suas
conexidades (Marchand & Ratinaud, 2012), observa-se que o termo coronavírus
organiza diferentes formas de sua compreensão, estando fortemente relacionado,
por um lado, aos vocábulos “morte”, “desespero”, “medo”, “contágio”, “quarentena”,

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“falta de ar”, ao mesmo tempo em que emergem as palavras “isolamento”, “tristeza”,


“pandemia”, “gripe”, “vírus” que necessita de “cuidado”, “uso de máscara”,
caracterizando uma situação de “caos”.
A partir dessas objetivações, verifica-se que o novo coronavírus está ancorado em
esferas físicas/orgânicas (contágio, pandemia, morte e gripe) e psicológicas e afetivas
(isolamento, tristeza e medo). Além disso, ressaltam-se elementos relacionados à saúde
mental desta população que, de forma geral, parece se agravar, provavelmente, pelas
medidas de prevenção (distanciamento físico de outras pessoas), bem como o medo de
ser contagiado pelo vírus e vir a óbito. Percebe-se ainda, apesar de uma coocorrência
inferior, que os termos: “raiva”, “sofrimento”, “medo”, “depressão”, “preconceito”,
“brigas”, destacam-se dando sentido aos termos supramencionados. Ressalta-se que 420
palavras fizeram parte desta análise, considerando-se a coocorrência mínima de seis.

Figura 1.
Resultados da Análise de Similitude (AS) acerca do novo coronavírus

No que se refere à relação entre o novo coronavírus e a saúde mental, os


participantes do estudo expressaram consensualidades quanto ao vírus estar afetando
a saúde mental da população através de sintomas de doenças psiquiátricas diversas,
fazendo-se necessário terapia (Figura 2). Acerca disto, estudos prévios evidenciam

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aumento nos índices de ansiedade, estresse, depressão, medo e angústia da população


dada a pandemia por Covid-19 (Duan & Zhu, 2020; Fiorillo & Gorwood, 2020). Além
disso, tais estudos apontam para a necessidade da criação de políticas interventivas que
considerem a oferta de suporte psicoterápico para a população, bem como a criação
de linhas de apoio, que visem (re)estabelecer o bem-estar e o equilíbrio emocional
dos indivíduos no meio social (Duan & Zhu, 2020; Fiorillo & Gorwood, 2020). Dessa
forma, os resultados deste estudo, ratificam aquilo que fora defendido por Moscovici
(2017) sobre a elaboração das RS, uma vez que, seja o conhecimento erudito, seja o
universo consensual que trata do novo coronavírus, constroem-se concomitantemente,
evidenciando que a saúde mental da população se encontra afetada em face ao atual
contexto pandêmico e que a terapia se apresenta enquanto uma das estratégias
necessárias para o seu enfrentamento.

Figura 2.
Resultados da Análise de Similitude (AS) acerca da saúde mental na pandemia

Análises Prototípicas

A partir da questão de evocação livre com o estímulo indutor “coronavírus”,


obtiveram-se 880 evocações das quais 185 palavras constituíram-se diferentes. A
frequência média das evocações foi de 10,27 e a ordem média de evocação (OME)

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foi de 2,75. A frequência mínima considerada para inclusão das palavras nos
quadrantes foi de seis. Com base nesses valores, foi gerado um diagrama com quatro
quadrantes, conforme verificado na Tabela 1. Os resultados apresentam as estruturas
representacionais do grupo de pertença estudado.

Tabela 1.
Estrutura representacional do novo coronavírus.
OME <=> 2,75 OME <=> 2,75
Frequência Núcleo Central Periferia Primária
Média Evocações f OME Evocações f OME
Morte 90 2.3 Isolamento 50 2.9
Medo 62 2.0 Tristeza 18 3.0
>10.27 Doença 52 1.9
Pandemia 45 2.0
Vírus 42 1.8
Frequência Zona de Contraste Periferia Secundária
Média Evocações f OME Evocações f OME
Mascara 8 2.2 Quarentena 10 3.8
Pânico 8 2.0 Ansiedade 10 3.9
Contágio 8 2.5 Caos 8 3.8
Crise 6 2.3 Esperança 8 3.0
<10.27 Incerteza 6 2.3 Cuidado 8 3.0
Saúde 8 3.2
Gripe 8 3.2
Desespero 6 3.5
Fé 6 4.5

Os elementos “isolamento” e “tristeza” encontram-se na periferia primária,


os quais se referem aos aspectos comportamentais e emocionais potencialmente
vivenciados diante do período de distanciamento físico. Tais aspectos evidenciados
nessa periferia pelos participantes da pesquisa são confirmados pelos autores Wang et
al. (2020) ao relatarem que pode haver maior conflito psicológico nas mulheres e em
grupos de estudantes, onde os níveis de estresse, ansiedade e depressão manifestaram-
se de forma aumentada. Corroborando com essas evidências somam-se, ainda, que a
maioria dos participantes da pesquisa foram do sexo feminino e 84% afirmaram sentir
dificuldades em manter uma rotina de estudo.
O terceiro quadrante retrata os elementos contrastados, nesse sentido, os termos
“máscara”, “pânico”, “contágio”, “crise” e “incerteza”, podem indicar complemento
à primeira periferia. Em linhas gerais, tais objetivações retratam aspectos relativos
ao contexto macrossocial dos participantes do estudo, ancorando o objeto social em
questão a medidas profiláticas de prevenção de contágio, a exemplo do uso da máscara.

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Outro aspecto de magnitude macrossocial é a crise que tem sido evidenciada em


detrimento do novo coronavírus no que tange a esfera psicológica, financeira, laboral
e educacional, acarretando um olhar de incertezas e pânico da sociedade em face do
contexto atual. Acerca disto, Duan e Zhu (2020) e MacIntyre (2019) afirmam que as
implicações decorrentes do novo coronavírus têm sido consideradas prejudiciais à
saúde, à economia, à política, às relações externas entre países e ao convívio social de
todo o mundo.
O último quadrante, composto por “quarentena”, “ansiedade”, “caos”, “esperança”,
“cuidado”, “saúde”, “gripe”, “desespero” e “fé”, permitiu variações idiossincráticas, sem
alteração do núcleo central configurando como prescritor de comportamentos e sendo
a parte operacional da representação (Abric, 1998). Nesse caso, tais evocações estão
ancoradas na esfera psicossocial, quando retratam a quarentena como uma medida
necessária de cuidados para a saúde com o escopo de evitar o contágio da gripe, por
um lado tem sido vista como um caos e vivenciada com ansiedade e desespero, mas por
outro lado existe uma perspectiva positiva quando se enfatiza a esperança e a fé de que
esse período irá ter fim. Cabe destacar que esses elementos, constituintes da periferia
secundária, permitem a integração de experiências e histórias individuais, são flexíveis
e toleram contradições. Além disso, estão em constante evolução e são sensíveis ao
contexto imediato (Abric, 1998).
Em linhas gerais, a representação consensual mais fortemente arraigada acerca do
novo coronavírus identificada nesta pesquisa é que este vírus dá origem a uma doença
contagiosa, bem como gera um medo intenso da morte. Tal representação, justifica-se
pelo fato de ser uma doença recente e vários aspectos intrínsecos a ela ainda estarem
em estudo, como é o caso da descoberta e desenvolvimento de uma vacina para a
doença. Entretanto, os achados deste estudo avançam em relação àqueles demonstrados
por Bezerra et al. (2020) no início da pandemia, uma vez que, a concepção de morte,
anteriormente menos frequente na objetivação do novo coronavírus, apresenta-se, nesse
momento histórico, enquanto central.
Por sua vez, a análise prototípica referente ao estímulo indutor “saúde mental
na pandemia”, obtiveram-se 864 evocações das quais 271 palavras eram diferentes. A
frequência média das evocações foi de 10,27 e a ordem média de evocação (OME) foi de
2,75. Assim como na análise realizada com o estímulo novo coronavírus, nesta análise
consideramos uma frequência mínima de seis. Com base nesses valores, foi gerado
um diagrama com quatro quadrantes, conforme verificado na Tabela 2. Os resultados
apresentam as estruturas representacionais do grupo de pertença estudado.
Conforme observado, no núcleo central, a palavra estímulo “coronavírus e saúde
mental” foi representado por “ansiedade”, “difícil” e “meditação”. Tais elementos
apontam para o fator ansiogênico causado pela repercussão da Covid-19, a qual para
maioria tem sido uma situação difícil, sendo necessário estratégias como a meditação.

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Tabela 2.
Estrutura representacional da saúde mental na pandemia.
OME <=> 2,75 OME <=> 2,75
Frequência Núcleo Central Periferia Primária
Média Evocações f OME Evocações f OME
Ansiedade 50 2.1 Tristeza 20 2.8
>10.27 Difícil 14 1.4 Medo 18 3.3
Meditação 12 2.5 Depressão 18 3.1
Frequência Zona de Contraste Periferia Secundária
Média Evocações f OME Evocações f OME
Estresse 10 2.6 Saudade 10 4.2
Leitura 10 2.6 Calma 10 2.8
Equilíbrio 8 2.2 Terapia 8 3.2
Choro 8 2.2 Necessária 8 3.5
Angústia 6 2.7 Loucura 8 2.8
<10.27
Necessário 6 2.7 Bem-estar 8 4.8
Afetado 6 1.7 Cuidado 8 2.8
Prejudicado 6 1.7 Tédio 6 3.2
Apoio 6 3.7
Família 6 3.7
Desespero 6 3
Falta 6 3.7
Confusa 6 3.3

A ansiedade enquanto elemento de maior frequência, presente no núcleo mais


rígido da representação dos respondentes, pode ser justificável pelas condições
impostas no aparecimento deste vírus. Um primeiro aspecto que pode ser citado é a
ênfase midiática na propagação de informações que associam o vírus a mortalidade
e contagiosidade. Além disso, nota-se um compartilhamento da sensação de falta
de controle pelos indivíduos em virtude da mudança de rotina, da ausência de um
tratamento eficaz e comum para aqueles que precisam de cuidados intensivos ou de
previsão no que tange ao retorno total das atividades sociais, educacionais e laborais
provocando nas pessoas pensamentos de alerta e perigo iminente. Essas características
podem ser gatilhos propícios para o desencadeamento de sintomas ansiosos, tendo em
vista que ansiedade diz respeito a um sentimento de medo vago e desagradável que se
manifesta como um desconforto ou tensão decorrente de uma antecipação do perigo,
de algo desconhecido (American Psychiatric Association, 2014).
Esses dados corroboram aos achados de distintos estudos recentes, os quais
sinalizam que o surgimento do Covid-19 e suas consequências têm levado os
indivíduos a medos, preocupações e ansiedade em todo o mundo (Ahorsu et al., 2020;
Cao et al., 2020). Nomeadamente, o estudo proposto por Ahorsu et al. (2020) com

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717 participantes iranianos apontou que quanto mais os participantes reportaram


medo frente ao Covid-19, mais sintomas de ansiedade apresentavam. Com uma
amostra ainda mais ampla, realizada na China, 7.143 respondentes, Cao et al. (2020)
encontraram que 0,9% dos entrevistados estavam experimentando ansiedade grave,
2,7% ansiedade moderada e 21,3% ansiedade leve. Além disso, a mesma pesquisa
sugeriu que morar em áreas urbanas, ter estabilidade familiar financeira, bem como
morar com os pais foram fatores de proteção contra a ansiedade
Esses dados alertam para o fato de que efeitos negativos de reações psicológicas,
como a hipocondria e a ansiedade podem afetar a saúde e o bem-estar dos indivíduos
durante períodos de crise epidêmica infecciosa, carecendo de estratégias de
enfrentamento. A despeito disso, chama atenção para a palavra meditação descrita
pelos respondentes, o qual pode sinalizá-la como forma de lidar com a crise atual. A
meditação tem sido indicada por profissionais e pela literatura como uma importante
técnica para o enfrentamento de sintomas ansiosos, evitando por vezes o uso de
medicamentos (Butterfield et al., 2017).
Quanto ao segundo quadrante temos o sistema periférico próximo cujo os
elementos objetivados pelos universitários foram “tristeza”, “medo” e “depressão”.
Esses elementos apontam para o transtorno de humor da depressão e afetos negativos
atrelados a esse transtorno como: tristeza e medo. Essas objetivações vão ao encontro
do estudo realizado por Huang e Zhao (2020) com 603 chineses. Do total da amostra
analisada, a prevalência geral de depressão foi de 18,1%. Para esses autores a associação
com os sintomas depressivos podem estar relacionados e a dificuldade de controlar a
doença.
No quadrante inferior esquerdo, chamado de zona de contraste, encontram-se as
palavras com uma menor frequência (abaixo da média) com baixa ordem de evocação,
ou seja, prontamente evocados. Aqui os elementos objetivados de maior frequência
foram “estresse”; “leitura”; “equilíbrio”; “choro”; “angústia”. Essas objetivações
apontam para uma percepção de estado psicológico que perturba o equilíbrio mental,
necessitando de adaptação às mudanças. Acerca disso, entende-se que a pandemia
de Covid-19 forneceu várias fontes de estresse, incluindo preocupações com a saúde,
mental, como ansiedade, estresse de isolamento, atrito no relacionamento, estresse
financeiro e econômico, conforme elenca o estudo de Anderson (2020).
Por fim, no quarto e último quadrante (inferior direito) indicam os elementos de
menor frequência (abaixo da média) e maior ordem de evocação, a saber: “saudade”,
“calma”, “terapia”, “loucura”, “bem-estar”, “cuidado”, “tédio”, “apoio”, “família”,
“desespero”, “falta”, “confusa”. Tais objetivações apontam aspectos ambivalentes, por
um lado encontrando-se a saudade, calma, cuidado, apoio; por outro, a falta, o tédio,
loucura, desespero. Neste aspecto, essas dimensões podem indicar que em tempos de
pandemia, para superar as dificuldades atrelada a essa situação, a família, terapia, e
apoio podem ser elementos fundamentais para o enfrentamento dessa crise.

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Considerações Finais

O presente estudo buscou investigar as representações que universitários


possuem acerca do coronavírus e de sua saúde mental em tempos pandêmicos. Os
resultados do estudo apontam que a pandemia por Covid-19 tem sido um desafio para
os participantes, especialmente no que diz respeito à manutenção de uma rotina de
estudo sistematizada. Além disso, embora nenhum participante tenha relatado ter
sido infectado pelo vírus, alguns relataram ter parentes que contraíram a doença, o
que pode ter impactado a saúde mental desses indivíduos. Em linhas gerais, o presente
estudo revela que o coronavírus é representado enquanto um vírus que provoca uma
doença contagiosa de difícil combate. Análises dos dados coletados demonstraram
ainda que o coronavírus está fortemente relacionado a termos como morte, desespero e
medo, sugerindo que a pandemia tem gerado sentimentos de incerteza e preocupação.
O isolamento e a tristeza também aparecem como sendo importantes na
compreensão do coronavírus, refletindo a forma como a pandemia está afetando a vida
dos estudantes e a maneira como elas estão lidando com essa situação. Além disso, a
raiva, sofrimento e preconceito estão relacionados ao coronavírus na perspectiva dos
participantes do estudo, o que pode refletir o impacto da pandemia em questões sociais
e políticas.
Embora o presente estudo tenha sido realizado com uma amostra de
universitários residentes no Nordeste do Brasil, os resultados podem ser úteis para
identificar os principais termos associados ao coronavírus e compreender como ele é
representado por esta população. No entanto, é importante levar em consideração que
os resultados podem não ser generalizáveis para outras populações ou regiões do país.
Além disso, o uso da Técnica de Associação Livre de Palavras como único instrumento
de coleta de dados pode ter limitado a profundidade das representações sociais do
coronavírus.
Além das limitações mencionadas, é importante levar em consideração que este
estudo foi realizado em meio à pandemia, o que pode ter influenciado as respostas dos
participantes. Por isso, seria importante realizar futuras pesquisas em um período
diferente, para avaliar se as representações sociais do coronavírus mudam ao longo
do tempo. Outra limitação a ser considerada é o fato de que o estudo foi realizado de
forma online, o que pode ter afetado a participação e a qualidade das respostas. Por
exemplo, é possível que alguns indivíduos tenham se sentido mais à vontade para
responder ao questionário online, enquanto outros poderiam ter se sentido mais
desconfortáveis ou inseguros para fazê-lo.
Para futuras pesquisas, sugere-se ampliar a amostra incluindo indivíduos de
diferentes faixas etárias e regiões do país, assim como utilizar outras técnicas de coleta
de dados, como entrevistas ou grupos focais, para obter uma visão mais completa

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das representações sociais do coronavírus. Também seria interessante realizar


pesquisas comparativas entre diferentes grupos sociais, a fim de avaliar se há variações
nas representações do coronavírus de acordo com fatores como idade, gênero ou
classe social dos estudantes. Além disso, seria importante investigar o impacto das
representações sociais do coronavírus em comportamentos de prevenção e atitudes em
relação à pandemia.
Apesar das limitações descritas, este estudo é importante porque fornece
uma visão inicial das representações sociais do coronavírus em uma amostra de
universitários residentes no Nordeste do Brasil. Os resultados obtidos podem ser úteis
para identificar os principais termos associados ao coronavírus e entender como ele é
representado pela população estudada. Além disso, as informações obtidas neste estudo
podem ser úteis para orientar ações, bem como a elaboração de políticas públicas
de prevenção e promoção da saúde mental de estudantes universitários durante a
pandemia.

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