Ralvt - Parte 1
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Ralvt - Parte 1
RAVIT
Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey
VETOR
Livro de instruções Vol. 1
EDITORA
Sumário
Picha síntese
..1l
Prefácio
13
Apresentação
1
3. Aplicação do RAVLT 2
45
6. Estudos de precisão para a população brasileira
7. Confeccão das normas brasileiras do RAVLT 49
57
8. Casos clínicos
61
Referências
65
Sobre os autores
Ficha-síntese
RAVLT -Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey
Aplicaçáo: Individual.
sobretudo
Profissionais a que se destina: Psicólogos que trabalham com saúde mental,
avaliação de transtornos neurocognitivos e psicodiagnóstico.
omas: 1.458 brasileiros oriundos des cinco macrorregiöes brasileiras (Sudeste, Sul, NOT
deste, Norte e Centro-Oeste), com jdade entre 6 e
92 anos.
Prefácio
Datu obra érealmente muito esperada pela
enlngia e suas interfaces no Brasil. O Teste decomunidade científica e clínica na área de neurop
Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey (RAVLT) é
mdos instrumentos mais usados na avaliação de processos de
pisódico-semántica, constituindo-se em um parndime tkenazagem e memória verbal
taeis o instrumento certamente dispen8a apresentações, poia foi avaliação utilizando estímulos
Aiersos idiomas en diferentes países e aplicado em muitas traduzido e adaptado para
pesquisas. Todo neuropaicólogo ou
ebudante nesta área já se deparou com alguma versão do RAVLT em seu percurso profissional e
de formação.
o RAVLT congrega a análise dos processos de codificação, armazenamento (curto e longo
prazo)
erecuperação
nein (evocaçãoíndice
à interferência, livre deereconhecimento), além de permitir invetigar capacidadede e resis
ene velocidade de esquecimento, entre outrass medidas quantitativas
e oualitativas, extremamente úteis no processo de avaliação e diagnóstico neuropsicológico. A
Bmnaracão dos resultados dos vários escores e fndices gerados permite ir alémn da análise simples
de acurácia e realizar inferências interpretativas de acordo com os modelos de memória dos sub
processos preservadoa edeficitários. Seu uso proporciona índices para planejamento da intervenção
neuropsicológica. O desempenho no instrumento caracteriza-se pelo envolvimento de proce ssos
lir perceptuais,
onhe & além dos mnemônicOs, já que os estímulos são verbais (palavras) ea
oral Como todo instrumento de avaliacão, deve, é claro, ser usado dentro de uma
bateria de avaliação neuropsicológica.
Este Livro de instruções da versão brasileira apresenta uma compilacão de mais de duas décadas
de estudos do grupo de pesquisa dos autores na área da avaliação neuropsicológica com este instru
mento. A dedicaçãoeo êxito dos autores para sistematizar conhecimentos e dados em uma obra
de qualidade devem ser salientados. O trabalho deste volume vai muito além de uma adaptação do
instrumento, pois alia uma série de capítulos iniciais que proporcionam ao leitor conhecimentos
área de memória verbal, fundamentais a quem vai utilizar o instrumento em Beu processo de
avaliação ou receber um laudo de outro profissional e interpretá-lo, com vistas a aplicar em sua
conduta clínica, de pesquisa ou na área educacional.
Oleitor encontrará uma revisão sobre os conceitos de memória, as formas de avaliá-la, incluindo
um percurso histórico sobre casos célebres de pacientes com perdas graves de memória, assim como
as bases neurais dos processos mnemônicos. Com base nisso, oleitor poderá compreender oTeste
de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey (RAVLT), suas características e aplicabilidades, assim
como um breve histórico da sua versão original e da versão brasileira. Ademais, a obra apresenta
um cuidadoso processo de investigação das evidências sobre propriedades psicométricas do instru
Bento. Eindicada a leitura dos inúmeros estudos publicados com dados da versão brasileira com
3rupos clinicos, neurológicos e neuropsiguiátricos. O estudo normativo envolve uma ampla faixa
earia, ba 92 anos, com grande número emostral. de cinco regiões brasileiras, com
diterentes gaus
t ade, sendo as tabelas normativas Apresentadas por faixa etária, na forma de percen
d a atenção a cuidadosa divisáo dos omunos etários na confeccão das tabelas normativas:
1Ede tres em
17 anos; 18 a 20 três anos, na amostra de inf§ncia/adolescência (6 a 8 anos; 9 a l} 1Z a l;
15
anos (21 a 30 anos; 31anos), e por décadas, nas amostras com idades entre os 20 e os 80
separadas
ou mais). Há a40 anos; 41 a 50 anos; 51 a 60 anos; 61 a 70 anos; 71 a79 anos e 80 anos
rência tamb¿m uma pequena Amostra de participantes analfabetos, queéaainda uma refe-
normativa
é
agradável, necessária em noSso país. Apesar de ser uma obra de conteúdo
apresentando técnico, aleitura
informações sucintase suficientes para sua compreensão.
13
Femandes Malloy-Diniz
Jonas Jardim de Paula | Leandro
neuropsicológica no Brasil tem se beneficiado, e muito, do
Aárea da avaliação
autores desta versão brasileira, que háanos contribuemtrabalho
dois grandes pesquisadores,
e
conhecimentos e ferramentas de
compartilhamento de con avaliação por
coma aproduçao
meio de suas publicações e
destes
dernostrando uma trajetória consistentee comprometida com a
cursos, formaçãoe
em Neuropsicologia no Brasil. bsta e uma obra que vem coroar a trajetória destes e a com a
atuacån
o
sintetiza anos de trabalho de qualidade na tematica da avalição neuropsicológica da momkPois
instma.
Esse campo, um dos grandes pilares da avallaçao neuropsicológica, tem agora um
nedráo internacional com estudos bem delineados e conduzidos, sob o ponto de vista n o e
ferramentas de trabalbo
lógico e psicométrico, para integrar seu rol de
Convido oleitor a desfrutar de mais um trabalho que expõe uma parte da experiência, com.
netêneia,
ética edo incansável desejo de elevar a Neuropsicologia brasileira ao maior patamar de
autores.
qualidade que caracterizao trabalho destes
do teste no contexto brasileiro, incluindo uma revisão de literatura dos estudos clínicos brasileime
que o adotaram em amostras com demências, transtorn08 mentais e doenças neurológicas,
No Capítulo 7 são apresentados os dados normativOB à populaçâo brasileira; no último capftule
três estudos de cas0.
16
1. Memória: o que ée como mensurá-la?
OBcúmulo de evidèncias sobre os diferentes domínios da memória nos leva a uma taxono
Rializada que deve considerar três eixos princinais: o temno o conteúdo e o tipo de processo
volvido (Cruzconteúdos
et al., 1996).
s
Com relação ao tempo, considerando este exato demomento como uaA
aprendizagem.
marco, temos já apreendidos e conteúdos que estâo em processo
organização temporal da memória envolve processOs que vâo do registro sensorial à consolidaçáo
A informações ime-
para evocação posterior. memória de curto Prazo consiste na manutenção de
diatas por tempo limitado (alguns segundos ou minutos), As informações que preenchem esse si8
ama temporário de armazenamento de informações podem vir do presente, via registro sensora
e atribuição SIgnincado via percepção e linguagem ou do paAsado guando resgatadas de nossa
nemória já consolidada. Esse segundo sistema consiste na memória de longo prazo.
O fracionamento da memória em termos temporais nos permite definir dois tipos de amnesla:
onterógrada e a retrógrada (Cipolotti &Bird, 2006), Oprimeiro tipo consiste em déhcits ca
onsolidaçåo de novos conteúdos a partir de um marco temporal. Osegundo consiste na pera
onteúdo previamente apreendido. Opaciente H.M., por exemplo, apresentava um prejuizo nteu
eanacidadede aprender novas informacões sobre fatos. eventos e também novas palavraß. Alen
disso, n£o conseguia se lembrar de experiencias vivenciadas cerea de dois anos antes da cirurgla.
Je menoB
Podemos dizer, então, que H.M. tinha uma amnésia anterógrada euma amnésia retrógrada t
nronunciada, com um gradiente temporal de cerca de dois anos.
Amemória também está fracionada em termos de conteúdo. Sistemas neurais distintos esa
Pelacionados adiferentes conteúdos, como sintetizado por Larry Squire (2004, 2009). Bm termas
gerais, os conteüdos podem ser agrupados em declarativos (podem ser organizados em proposl
ções verbais) e não declarativos (evocados automaticamente na forma de procedimentos, hábitos,
condicionamentos verbais ou não verbais), Amemória declarativa pode ser dividida em episódica
(relacionada a fatOs e eventos vivenciados pelo indivíduo) e semântica (que se refere a conheci
mentos gerais e rótulos usados para definir e categorizar informações).
Por fim, em termos processuais, a aprendizagem, ou recuperacão de conteúdos já apreendidos,
sáo
pode ocorrer de forma deliberada ou não deliberada. Os processos deliberados ou conscientes
referidos na literatura como processos explícitos, Os processos não deliberados ou não conscien
tes såo referidos como implícitos. De acordo com Dew e Cabeza (2011), diferenças entre menmória
explícita e implícita são bem delimitadas na literatura em diversos aspectos. A memória explícita
é associada ao sistema declarativo de memória. É consciente do esforço voluntário para
envolve tarefas de
ecuperação da informação armazenada. A testagem da memória explícita buscá-las
demanda direta, ou seja, såo solicitadas informações armazenadas ao sujeito que deve
declarativa, é não
voluntariamente. No entanto, a memória implícita se relaciona à memória não
indiretas como
consciente e sua evocação não évoluntária. A testagem geralmente envolve medidas
tarefas de priming positivo ou negativo.
Adissociação entre processos implícitos e explícitos apode ser compreendida a partir de situações
cotidianas, Por exemplo, quando estamos apendendo dirigir um automóvel, inicialmente somos
comportamento no trânsito.
apresentados a informações conceituais e sobre regras de condução e
Os processos declarativos de aprendizagem e memória são particularmente úteis para registro
em uma prova de legislacão de
de informacão e tomada de decisão deliberada. Quando estamo8 as informações relacionadas
recuperar
trânsito, por exemplo, usamos processos deliberados para
às questões. Quando estamos em nossas primeiras experiências na condução de um automóvel,
operar. NossOs errose acertos nos fazem
aprendemos sobre as partes do carro, sua função e como
malsucedidos. A exposição repetida às expe
repetir comportamentos bem-sucedidos e extinguir os
direçãoe às regras de trânsito faz tais processOS serem evocados de forma cada vez mais
riências de
processos implícitos para evocar cada esquema
automática. Com a experiência, passamos a usarconsequência desse processo de proceduralizacão
comportarmental necessário à boa direção. Uma Em contrapartida, a evocação de conheci
do conhecimento é o aumento da velocidade ea perícia.
19
Fermandes Malloy-Dinlz
Jonas Jadim de Paula | Leandro
dispendiosa em termos temporais e sujeita a menor eficiênei
mais
mento por processos explícitos eésolução de problemas é mais intensa (p. ex.: como em uma situacio
de atenção
quando a demandaade em que não se conhece as viag de trânsito).
urbano
de trânsito em um centro anteriormente, sendo a memória um sistema composto por múltinlo
Conforme mencionado portanto
diferentes paradignas. Não existe, com au
memória deve envolver
processos, a avaliação da sim de domínios específicos caracterizados de acordo
valiaçåo global da memória, mas definição e tipos de paradigmae
e do tempo. O Quadro 1 apresenta
pectos temporais, de conteúdo Figura l, por sua vez, sintetiza os principais
componentes
usados para avaliação da memória. A
sistema de memória.
processos cognitivos envolvidos no
as definições e métodos de
avaliaçáo do sistema de memória
Ouadro 1. Referência rápida para
Exemplo de sintoma
AvallaçJo (exemplos)
Componente da memórla
20
RAVLT Teste de Aprendzagem Auditivo-Verbal de Rey
Controle Fleubt
Coonite
Processamento
imploto
Memoria Operscional
CONSOLIDAÇÃO
Processamento
AGORA
PASSADO
21
armnazenamento de
Jonas Jadim de Paule
Leandro Femandes
Malioy-Diniz
relacionado àcodificação
e ao
temporal e espacial
informaçöes
entre estí.
dentado tambén
parece estar mais
em processos de segmentação projeçóes aterentes e eferent
importante várias múlin
sendo particularmente uma espécie de hub contendo assim, está envolvido enm
considerado cérebro e, exemplo .
los. Osubiculum é o hipocampo a outras regiões do Khristiansen (2015) sugerem, por par
que interconectam
aprendizagem e memória. Aggleton e ao núcleo anterior do talamo é
aspectos da subiculum aos corpo8
mamilares e
envolvem memória necessitando
conecta o problemas que
o circuito que para a resolução de
cularmente importante
te mnemônicas. mamilares e o talamo. Essas estn,
flexibilização das representações fórnix, Os corpos m diferente
estruturas desse circuito incluemo aprendido. Projeções do tálamo para
Outras consolidação do conteúdo apreendidas (Kessels &.
turas são cruciais para a armazenamento das informações
fundamentais paraao o
envolve a construçáo de assemblei
regiões corticais sÃo cortical de nossa8 memórias
Kopelman, 2012). Arepresentação interconectadas que, quando ativadas, facilitar
consistem em redes sinápticas córtico-subcorticais envolvendo 0 Cke
de neurônios, que determinado conteúdo. Outros circuitos 2008)
recuperação de um
estão relacionados à memória episódica (Bird & Burgess,
também process2.
tex pré-frontal e parietal semântica tem sido relacionada a um sistema complexo de
A memória declarativa de convergència
ser integradas a partir da atividade de zonas
mento de informações que devemzonas de convergência são redes de neurônios situadas em áreas
neural (Binder & Desai 2011). As combinatório que ativa di
que carregam o código
multimodal
do córtex ASSOciativo unimodal e envolvidas na representação de um determinado conceito
ferentes regiöes sensoriaise motoras
sensoriais (relacionadas às regiöes sensoriais
Inicialmente, informações subsidiadas por sistemas
(envolvendo regiões motoras do lobo frontal) e de pro
primárias do cérebro), de controle da ação
pré-frontal medial e polo temporal) alimentariam zonas
cessos emocionais (envolvendo o córtex giro fusiforme e no lobo parietal inferior. A
de convergência situadas no córtex temporal medial, das regiöes sensoriais e
evocação futura de informações semânticas está relacionada à reativação de convergencia seriam,
motoras envolvidas com um determninado item a ser recordado. As zonas
item quando ele
dessa forma, responsáveis pela integração de características de um determinado
recuperado da memória. Essa integração ocorre dentro de uma mesma modalidade sensorial
(p. ex.: cor e formna de um objeto) ou mais de uma modalidade (p. ex.: cor, forma e cheiro). Dessa
forma, conforme proposto por McNorgan e colaboradores (2011), as zonas de convergência s£o
organtzaats net a gu ecom zonas de convergência unimodais (que integram, por exemplo,
caracteristicas de um mesmo neorial) e as multimodais (que integram caracteristicas aas
zonas de convergência mais simples), permitindo a evocação mais detalhada de um determinado
item aprendido.
Amemória não declarativa envolve a atividade de diferentes sistemas. Squire e Dede (2015)
apontam que hábitos e habilidades motoras dependem da atividade striatal. Desse modo, respostas
condicionadas envolvendo a musculatura esquelética estariam relacionadas à atividade cerebelar, e
condicionamento envolvendo respostas emocionais estaria relacionado àatividade de uma cireuitaria
protagonizada pela amígdala. Já opriming e a aprendizagem perceptiva estariam dependentes de
diferentes regiões neocorticais.
Embora as associaçôes supracitadas sejam bem sustentadas pela literatura, Cabeza e
(2013) apontam para diversas evidências atuais que sugerem que estas Moscovitch
não devam ser consideradas
de modo estanque e cabal. Aneurobiologia da memória parece ser mais
entre circuitos neurais faz os mesmos circuitos neurais estarem complexa e a inter-relação
envolvidos com diferentes tip0s
de memória. Os autores citam, por exemplo,
evidências de ativação dos núcleos da base tanto na
aquisiço e evocação de hábitos quanto em tarefas de memória
vidade do córtex pré-frontal ventrolateral do hemisfério esquerdoepisódica. Do mesmo modo, a ati
do cérebro é ativada tanto em
tarefas relacionadas à memória declarativa quanto de
Cabeza (2011) ressaltam que os limites priming conceitual. Nesse sentido, Dew e
neurobiológicos entre a memória implícitae explícita não
22
Auditivo-Verbal de Rey
RAVLT Teste de Aprendizagem
são radicais. Por exemplo, olobo temporal mesial tem sido anplamente associado aos processo8
explícitos. No entanto, pacientes amnésicos com lesões Snessa região do c¿rebro também podem
apresentar comprometimentoo na evocação implícita para relação entre itens e não para alernbranga
de itens em
Dow e Cabeza (2011) sugerem que a classifcacão tradicional dos sistemas de memora Pue
ria envolver novass associações anátomo-funcionais úteis para compreensão de como a memória
éorganizada. Essasclassificações envolveriam novos eixos como as dicotomias entre processos
rolados-automáticos, itens. Por
perceptivos-conceituais, para relaçoesmenmo aparaonvolvendo
conta
memória
Remnlo, processo8 mais deliberados de evocação estariam na dependência de
krtex pré-frontal ventrolateral do hemisfério esouerdo e o bipocampo, ao passo que processos
mais automáticos envolveriam o córtex para-hipocampal, rinal e regiões sensoriais comoo córtex
visual primário. Aspectos sensório-perceptivos da memória envolveriam em maior grau o córtex
para-hipocampal e regiões sensoriais como o córtex visual primário, ao passo que aspectos mais
conceituais envolveriam o hipocampo, o córtex rinal e o córtex pré-frontal ventrolateral do he
misfério esquerdo. Por fim, aspectos da memória envolvendo a relação entre informações/itens
estariam relacionados ao hipocampo e córtex para-hipocampal, ao passo que a memória de itens
em si estaria mais relacionada ao córtex rinal.
2.0Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey
Segundo Weiner e Craighead (2010), a origem do Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de
Auditory-VerbalJ Learning Test - teste
Rey (Rey RAVLT) tem como: reforência uma adaptação do
de memória para palavras desenvolvido pelo psicólogo £douard Claparède (1873-1940),série
participante
em 1913.
de l5
Neste teste, o deveria recordar imediatamente após apresentação, uma
s Na versáo de Claparède havia três listas diferentes de palavras, cada uma delas evoca
da imediatamente após a exposição. Boak (2000) sugere que es8e teste seja um dos mais antigos
naradigmas de avaliaçao cognitiva em us0 contínuo desde sua origem no início do século AA. NO
entanto, foram as modificações posteriores às listas de Claparède que tornaram esse método um
dos principais instrumentos na avaliação de processos de aprendizagem e memória.
Opsicólogo suíço André Rey (1905-1965), entäo aluno de Claparède no instituto Jean-Jaques
Rosseau, em Genebra, foi oresponsável por tais modifcacões, as quais foram tão substanciais
trouxe
que
teste passou a ter seu nomne. André Rey era um psicólogo erimental e clínico que
Psicologia contribuições em campos como a educncño oriantnco profissional e neuropsicologia
(Lautrey &Ribaupierre, 2004). Seus estudos incluían participantes e pacientes de diferentes 1dades
etinham por foco a avaliação de diferentes domínios da cognicão. Por exemplo, seu doutorado, obudo
em 1934 sob orientação de Claparède, versou sobre inteligencia prática de bebês. Rey desenvolveu
diversos testes igualmente famosos como um teste de cópia e evocação tardia de uma hgura de
difcil decodificação verbal (o teste Figura Complexa de Rev), Ainfuência de Rey nos primórdios
da psicologia Brasileira no século passado também deve ser frisada. Em uma visita ao Brasil, Rey
passou cerca de quatro meses em um centro de Psicologia Educacional situado na Fazenda do
Rosário em Ibirité, Minas Gerais. Esse centro era coordenado pela Dra. Helena Antipoff, também
ex-aluna de Claparéde. Em sua permanência no Brasil Rey ministrou durante quatro meses uma
série de cursos sobre diagnóstico e psicologia experimental.
27
3.Aplicaçáo do RAVLT
Na versáo brasileira hv, uma lista de 16 substantivos (ista A) é lida em voz alta para
um intervalo de l tentativas
o sujeito com t segundo entre as palavra8, por 5 vezes consecutivas -
AB, Cada uma das leituras é sempre sequida por um teste de evocaçáo espontânea. Nessas
tativas osujeito deverá falar omáximo de palavrasque se lembrar. Não importa se o suelo
enetir palavras, masteste
cada palavra corretamente evocada só será pontuada uma vez. e
Importante: O deverá ser aplicado neste mesmo formato, seguindo todas as tentativas
rientacões, mesmo que o sujeito se lembre de todas as palavras na tentativa Al.
Na primeira tentativa (Al) dá-se a instrução:
"Vou ler uma lista de palauras. Preste bastante atencão, pois guando eu terminar, voce devera
repetir tantas palaUras quantas puder se lembrar Não tem importência a ordem em que Doce
vai repeti-las. Procure apenas se lembrar do máximo de palauras que puder.
Deve-se marcar um Xna folha de aplicacáo ao lado de cada palavra lembrada. O aplicador pre
cisa ficar atento às colunas que indicam as tentativas. Embora a anotaçáo da ordem das palavras
ditas não seja um requisito, o registro poderá ser útil para a avaliação qualitativa das estralegas
usadas pelo sujeito para guardar as informações.n«o
Umaforam
outralidas
informação relevante para aanin
pelos sujeitos. Os falsos positivos
qualitativa éaanotação das palavras ditas e que
são informações relevantes para identiicar parafasias semânticas e literais. Além disso, em quadros
demenciais écomum que osujeito fale palavras que no foram lidas pelo examinador: Tais palavTas
poderáo ser anotadas no quadro de intrusões na folha de ao.
Importante: Não deve ser dada o ualquerpista em ao número de respostas corretas,
repetições ou erros.
Quando o sujeito informar que não consegue se lembrar de mais palavras ou ficar 10 segundos
a mes
sem dizer uma nova palavra da lista, o examinador deverá informar que vai ler novamente
ma lista de palavras.
Ainstrução para a segunda tentativa (A2) é a seguinte:
"Agora vou ler as mesmas palavras novamente. De novo, quando eu terminar, quero que voce
repita para mim todas as palavras que puder se lembrar, inclusive as quejá foram ditas da vez
passada. Não tem importância a ordem das palavras, procure apenas dizer todas as palauras
que vocéê se lembrar, incluindo aquelas que foram lembradas na vez anterior:"
29
Ferngndes Malloy-Diniz
Jonas Jardim de Paula | Leandro substantivos
interferència, também composta por lb esta
quinta tentativa, uma lista de (tentativa B1). A instruçao para
Depois da
sujeito, sendo seguida de sua evocacão
(hsta B)é lida para o
etapa do teste é a seguinte:
palauras. Preste bastante atenção, pois, quando eu terminar
ordem
de Não tem importáncia a
"Agora vou ler uma nova lista
palauras quantas puder se lembrar. puder."
voce deverá repetir tantas Procure apenas se lembrar do máximo de palauras que
em que você vai diz&-las.
seia
sujeito que recorde as palavras da lista A, sem que ela
pede-se ao
Logo apÓs a tentativa Bl,
(tentativa A6).
nesse momento, reapresentada
fale todas as palavras que conseguir se lembrar a primeira listase
"Agora eu quero que você me você vai repeti-las. Procure apenas
importância a ordem em que
que li para você. Não tem
lembrar do márimo de palauras que puder.
intervalo de aproximadamente 20 minutos, que deve ser preenchido com outras ativi
Após um
demandem raciocínio verbal, pede-se ao sujeito que se lembre das palavras da lista
dades que não
A (tentativa A7) sem que a lista seja lida para ele.
guardar as palavras e que será testado no
Importante: Náo é avisado ao sujeito que ele deve
vamente em relaçåo à lembrança destas.
Édada ao sujeitoa seguinte instrução:
"Novamente eu quero que você me fale todas as palavras que conseguir se lembrar da primeira
dizé-las. Procure apenas
lista que li para vocé. Não tem importância a ordem em que você vai
se lembrar do máximo de palauras que puder."
reconhecimento no qual uma lista con
Após a tentativa A7 é aplicado o teste de memória de
tendo as 15 palavras da lista A, as 15 palavras da lista Be 20 distratores (semelhantes Às palavras
de lista Ae B em termos fonológicos ou semânticos) é lida para o sujeito. A cada palavra lida, o
sujeito deverá indicar se ela pertence (ou não) à lista A. A instrução dada ao sujeito é a seguinte:
"Agora vou ler para você uma lista com diversas palaUras. Todas as vezes que eu falar para
você uma palaura que estava na primeira lista que você aprendeu, você deverá dizer sim.
Todas as vezes em que eu ler para vocë uma palavra que não estava nesta primeira lista, voce
deverá me dizer não, "
Deve-se marcar a resposta (S para sim e Npara não) na folha de aplicação ao lado de cada pa
lavra da lista para o reconhecimento.
Todo oprocesso de aplicação do teste dura cerca de 30 a 45 minutos.
30
ACorreção einterpretação dos resultados
tentativas de Al a ATe para a de palavTas
Para as tentativa Bl, o total de pontos é o número
corretamente. Não s£o contadas as computados alguns
ditas repetições. Além desses dados são da memória. O uso
índicesda tarefa, que representam componentes ou processos mais específicos
espt
desses fndices opcional, embora alguns como o escore total :sejam comuns ao uso do teste. Cabe
nroñssional definir quais os índices serão utilizados em sua avaliacão clínica mediante as hpo
teses a serem testadas pelo teste. Os valores obtidos deyerño ser incluídos na coluna Pontuação do
Quadro de resultados que consta na folha de aplicação.
Memória de reconhecimento
Apontuação do teste de memória de reconhecimento écalculada somando todos os acertos (palavras
da.alista Aepalavras não pertencentes àlista Aidentificadas corretamente - 35 (total de distratores).
Procedimento semelhante a este tem sido utilizado em testes de memória de reconhecimento como o
da bateriaCERAD permitindo avaliar não apenas aidentifñcacáo dos alvos (palavras da lista A), como
para também avaliar o efeito de falsos negativos (distratores) e falsos positivos (palavras da listaA nao
identificadas).
Índices de aprendizagem
so de aprendizagem: Escore Total e Apren
Utilizamos dois métodos para a avaliação do processo
dizagem ao Longo das Tentativas (ALT). Nesses dois índices quanto maior o resultado encontrado
melhor se deram os processos de aprendizagem ao longo da tarefa.
Oprimeiro e mais simples éocálculo do Escore Total, feito pela soma das cinco tentativas
reter e recuperar o
de e representa de orma geral a capacidade do
sujeito em
apendgem
cont mediante múltiplas apresentações. E dado pela fórmula:
Escore Total = A1+A2+A3+4A4+A5
Osegundo cáleulo, ALT (ou, em inglês, LOT - Learning Over Trials), representa o quanto o
participante
Al conseguiu
(capacidade aprender
de repetição ao longo do teste (Escore
independentemente Total)sucessivos).
de estímulos controlando-se
Seu ocálculo
efeito daé realizado
tentativa
pela seguinte fórmula:
ALT = Escore Total - (5XA1)
Indice de retenção
ORAVLT fornece não apenas informações sobre os processos de aprendizagem como também
Permite estimar como a retencão das informações aprendidas ocorre em cada etapa da tarefa, O
31
Jonas Jardim de Paulal Leandro Fernandes Malloy-Diniz
Índices de interferências
interferência proatiue
escores de interferência: o índice de
Ao longo da tarefa s£o calculados dois
eo índice de interferência retroativa.
O Indice de Interferência Proativa representa o
quanto o conteúdo aprendido anteriormente
influencia a aprendizagem de um novo conteúdo. Escores mais elevados de interferência proative
a aquisição de novas informacöes
indicam que o conteúdo aprendido ao longo da tarefa facilita
Ele é dado pela fórmula: Interferência Proativa =Bl|A1.
com novas informaçöes inter.
OIndice de Interferência Retroativa representa o quanto o contatomais elevados em Interferência
fere na recuperação de um conteúdo previamente aprendido. Escores a recuperação de
Retroativa sugerem que a presença de um novo conteúdo afeta significativamente
informações previamente aprendidas. E dado pela seguinte fórmula: Interferência Retroativa = A6/A5
O Quadro 2 sintetiza o cálculo dasas diferentes medidas do RAVLT.
32
Auditivo-Verbal de Rey
RAVLT Teste de Aorendizaoem
Após realizarro cálculo para todas as medidas, o profissional deverá ábuscar o percentil, de acordo
indicada.
om a tabela mais
34
apresentado.
ser (lsta
B) c um após A) (lista
aprendida
anteriormente
intfor uma
-capacidadenovode retroativainterferencia Suscetibilidadeà mação RetroativaA6/AS Interferencia
automatiza A). lisexposições
ta à previ(S
oconteúdo umdeção
go
apósa B1) lista caso,a (no novo alaprender em
dificuldade a
Reflete sucateexposiclo conteudo
após
a minado
deteranterior.
aprender
um e proatvainterferència
- Suscetiblidadeà ProativaInterferencia
B1/A1
informaç novas retercapacidade
de sobrdistratores
ae
conteúdose exposiçãoa
novos incluindo a tempo, passagem do Efeidato Esquecimento
tentativas. próximas relembrados
nas itensquantidade
de
substanclalmentea A7/A6 Velocidade
de
nenta lets letura
da orimeira palavras
na quantidade
de grande
crs
mesmo exposiçoes. itl
nos bastante ser pode
modo. Do
(tentativa
A1), lista leitura
daprimeira desempenho
na
ruim comeacom
um
sujeto queo em casosnaquelesparticularmente
útl medidea Essa tathvas.
ten dS ao
as longoaprendizado total
de ganho palavras) de
conteudo exposição ao primeiraaprendizagemna compraseuacom quediferenteja(lista (ALT!
informaçlo uma fornece
auditivo-verbal, aprendizagem glde
obal Medida tentatlvas
Aprendizagem
ao das ongo
exposiçao
ele, a durante
sua aprender consegue pessoa uma que
conteudo quantidade
de Representaa vezes.repetidas exposto
por conteudo Aprendizagem
aprender
um-capacidade de auditivo-verbal aprendizagem gide
obal Medida
espontanea. evocação partdair relatadodevidamente Total Escore Indices
de
aprendido, conteudo
fol Indicando
oque melhor a sejasujeltodesempenho
dofoi não mas
nhecimentoo memória
de de
teste no
espera-se
que casos, dols Nos Da.
resposta
ver organização
da capacldade
de pelamotivação
ou relacionadasà
questÖes afetado
paricularmente
por avalacsoé itda
anteriormente.
em Este
aprendidas palavras ldenthcação
das relacionadaà
conteudo. verbaleplsódica Memoria Reconhecimento
novo um exposideção sucedido Reconhecimento
anteriormente
fol que e ocorrido palavras) (aprendizagem
de
lista da Eventoà
um
lembrar
de capacidade
sede verbalepisódlca
- prazo longo Memoriaà
de
conteudo. novo exposição
umde sucedidoà foi que A7
Tardla Evocação
tempoe pouco ocorreu
hå palavras)
que (aprendizagem
de
lista da evento
Um de capacidade
lembrar sede verbal-eplsódica prazo curto Memória de
orarlamente sujelto.apresentado ao verbal ConteUdo Um lmedlata Evocação
Verbal-Capacldade
manter de Pr azo Curto Memórl dea
aprendlzagem. de composição
indices dos S4medlda Distrator
conteudo. mesmo sucessiva ao exposiçdo aprendido paraa matútil erial ésó de goe
quat aumentara capacidade auditivo-verbal- apósa
de Aprendizagem CUrdeva
aprendlzagem. inde
dices composiçlo
dos para Smedida
a útil é
sÐ
conteudo. mesmo sucessiva ao exposiçdo aprendido AS
quant aumentara capacidade após
a materlal de eoe Esea
aprenoagen de
auditvo-verbal- Aprendizagem arve
de
indices
de composiçlodos para medida
conteudo. mesmo sucessiva ao exposicão apósa materlal
aprendido a uti ésó e 3s4E A4
i aumentara capacidade
aprendlquantzagem. de auditivo-verbal- Aprendlzagem oe
Curva dad
indide
ces composição
dos paraa útil só
meoi
é Da
onteudo.quant mesmo sucessiva
ao exposiçdo aprendido
apósa aterial A3
aumentar
a capacidade
de
auditivo-verbal- Aprendizagem de
dade
ado
sujelto.apresentao Curde
va
verbalcont údo
rarlamente
um manter capacidade
de Verbal- Prazo MemóreC
de
ia AZ
construto Defindo ição verbal
auditivo
Aprenditgem
A1
do
tem teste Etapa
do
avaliaçãoteste de
uditlvo-Verbal
Rey de Aprendizagem Teste
de RAVLT
Quadro s
Medidas 3.
5. Estudos de
validade para a populaço brasileira
Aaálise da estrutura fatorial do RAVLT
oRAVLT avalia três
grandes processos da
omento e a recuperação de informações, Emmemórie enisódica verhal. a codificação, o armaze
um teste de
apresentações dos mesmos
estímulos espera-se que tais aDrendizagem verbal por sucessiva
seia, maior atuagao dos mecanismos de codificacão nas processos ocorram de forma sequencial, ou
mo